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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

2 Alguns fundamentos da mecânica dos solos não saturados<br />

O solo não saturado é definido como o solo cujos vazios não estão completamente preenchidos<br />

por água. No entanto, o domínio da mecânica dos solos não saturados se estende<br />

a uma situação mais abrangente, qual seja: aos solos saturados quando submetidos a poropressões<br />

de água negativas (Figura 1). Essas duas definições são, em princípio, contraditórias;<br />

por isso, sua compreensão é importante. A literatura define o solo situado acima do nível<br />

freático que se encontra no estado saturado, no qual atuam poropressões negativas, como<br />

franja capilar, atribuindo a sua saturação a mecanismos capilares, os quais fazem a junção<br />

entre os aspectos físicos, como o diâmetro dos capilares e o aspecto de energia de superfície,<br />

predominando o primeiro. Esse conceito precisa, no entanto, ser ampliado, englobando a<br />

energia decorrente das forças de adsorção, que constituem um fenômeno de natureza químico<br />

mineralógica. Dada a grande mistura químico-mineralógica e textural que caracteriza os<br />

solos na natureza, geralmente esses mecanismos atuam conjuntamente, podendo predominar<br />

um ou outro segundo a composição do solo. Aqui, a abordagem inicial será restrita ao aspecto<br />

convencional, abordando-se o problema como simples franja capilar. O capítulo 32 deste livro<br />

discute a questão da energia decorrente das forças de adsorção.<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 1. O domínio da Mecânica dos Solos Não Saturados: a) condição do solo e b) distribuição de<br />

poropressões de água.<br />

O solo da franja de ascensão capilar está geralmente saturado; mas, por estar sob poropressões<br />

de água negativas, é considerado pertencente ao domínio da mecânica dos solos não<br />

saturados. As poropressões de água em um solo não saturado estão frequentemente sujeitas<br />

a variações causadas pelas condições na fronteira entre o solo e a atmosfera e por alterações<br />

químicas que fazem variar a sucção osmótica. No caso de processos de infiltração, a poropressão<br />

da superfície pode aumentar drasticamente, seja durante eventos de precipitação, seja pela<br />

oferta de água facilitada por sistemas de infiltração compensatórios.<br />

O solo não saturado é composto por quatro fases: partículas sólidas, água, ar e película<br />

contrátil. A Figura 2a ilustra essa situação para solo sedimentares e solos residuais pouco<br />

intemperizados – solos saprolíticos. Fredlund e Rahardjo (1993) apresentam uma descrição

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