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Perfil de intemperismo e infiltração 131<br />

A densidade real da matéria orgânica varia de 0,6 a 1,0. Nos solos tropicais ricos em matéria<br />

orgânica, a massa específica é sensivelmente diminuída, principalmente quando o teor<br />

de material húmico é superior a 3% (Kiehl, 1979). Destaca-se, no entanto, que, na maioria<br />

dos casos, os solos tropicais, principalmente os do cerrado brasileiro, são pobres em matéria<br />

orgânica, a qual se encontra mais concentrada na camada mais superficial.<br />

4 Solos saprolíticos<br />

Segundo o Comitê de Solos Tropicais da Sociedade Internacional de Mecânica dos Solos<br />

e Engenharia de Fundações (Committee on Tropical Soils of the International Society of Soil<br />

Mechanics and Foundation Engineering, 1985, citado por Pastore,1992), solo saprolítico é<br />

aquele que resulta da decomposição e/ou desagregação in situ da rocha (considerada material<br />

consolidado da crosta terrestre), mantendo ainda, de maneira nítida, a estrutura (ou fábrica)<br />

da rocha que lhe deu origem. O solo saprolítico é um solo genuinamente residual.<br />

Segundo Pastore (1992), as estruturas reliquiares, frequentes nos solos saprolíticos, compreendem<br />

todas as feições, tais como foliação, fraturas, juntas e falhas do maciço rochoso que<br />

ficaram preservadas no maciço de solo saprolítico, apesar da profunda alteração sofrida.<br />

No perfil de intemperismo proposto por Pastore (1995), os horizontes de solo saprolítico<br />

e saprólito são diferenciados pelos aspectos descritos a seguir.<br />

• O horizonte de solo saprolítico apresenta até 10% de blocos de rocha. A espessura e<br />

composição granulométrica desse horizonte são muito variáveis, dependendo da sua posição<br />

no relevo e das rochas de origem. As composições granulométricas mais comuns são as areias<br />

siltosas pouco argilosas e siltes argilosos pouco arenosos. Esse horizonte pode conter quartzo,<br />

argilas essencialmente cauliníticas e óxidos de ferro e alumínio hidratados, que formam agregados<br />

instáveis em estruturas porosas. As suas cores predominantes são as de tons avermelhados<br />

e amarelados (Pastore, 1995).<br />

• O horizonte de saprólito constitui-se na transição entre o maciço de solo e o maciço<br />

rochoso. É constituído, basicamente, por solo saprolítico e blocos de rocha de variadas dimensões<br />

com diversos graus de alteração. O solo tende a se desenvolver ao longo das descontinuidades<br />

remanescentes do maciço rochoso, através das quais há maior facilidade de percolação<br />

de água, e nas zonas formadas por rochas mais susceptíveis a alteração. No horizonte<br />

de saprólito, segundo Deere e Patton (1971), a quantidade de blocos é muito variável (de 10<br />

a 95%), o que confere aos saprólitos um comportamento extremamente variado. A espessura<br />

desse horizonte é muito irregular, sendo comuns grandes variações, ou até a sua inexistência<br />

em certos trechos de um maciço (Pastore, 1995).<br />

Serão abordados, neste capítulo, aspectos químicos, mineralógicos e físicos relativos ao<br />

horizonte de solo saprolítico. Os solos saprolíticos são comuns nas camadas menos intemperizadas.<br />

Dadas as baixas permeabilidades desses materiais, a penetração da água ocorre<br />

lentamente, fazendo com que esses solos, boa parte das vezes, não sejam indicados para receberem<br />

água proveniente de estruturas de infiltração. No entanto, podem existir casos em que<br />

a infiltração da água proveniente dos sistemas de drenagem alternativa seja viável em solos<br />

saprolíticos, dada a grande heterogeneidade desses solos e a possibilidade de existência de<br />

descontinuidades que facilitem a penetração da água.

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