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alternativa de informação: a revista do Brasil faz um ano ... - CNM/CUT

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o que importa é a pessoaVivian não vai a <strong>um</strong>a baladapremeditan<strong>do</strong> se vai ficar comhomem ou com mulherção clara <strong>de</strong> <strong>um</strong>a figura masculina e outrafeminina. Hoje isso já não é necessário.Embora ainda exista preconceito,as lésbicas perceberam que não precisammais seguir papéis e, sen<strong>do</strong> duas mulheres,po<strong>de</strong>m, sim, formar <strong>um</strong> casal”, afirmaa terapeuta.O preconceito, <strong>de</strong> fato, ainda fala alto.Tatiana, por exemplo, pe<strong>de</strong> para utilizarpseudônimos para contar sua história.Ela era casada com Marcelo, executivo<strong>de</strong> <strong>um</strong>a multinacional, e morava nosEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Tinha larga<strong>do</strong> no <strong>Brasil</strong>a profissão <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntista e a melhor amiga,Fernanda, com quem ela e o mari<strong>do</strong>conviveram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a a<strong>do</strong>lescência. Aos 30<strong>ano</strong>s e com <strong>um</strong>a vida confortável, tu<strong>do</strong>parecia estar no <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> lugar, menos ocoração. A amiga, também casada e com<strong>um</strong>a filha, passou a visitar o casal comfreqüência. A paixão entre as duas virou<strong>um</strong> romance secreto por sete <strong>ano</strong>s. Fernandafez <strong>do</strong> vôo para a América <strong>do</strong> Norte<strong>um</strong>a ponte aérea. Sempre achava <strong>um</strong>a<strong>de</strong>sculpa para visitar a amiga, especialmentequan<strong>do</strong> esta ficou grávida. Tatiana,por sua vez, não conseguia mais disfarçara ansieda<strong>de</strong>.“Era horrível! Eu me sentia péssimapor trair <strong>um</strong>a pessoa que me amava e juravaque nosso casamento seria para sempre.Mas a falta que eu sentia da Fernanda<strong>do</strong>ía. Não conseguíamos evitar. Trocávamoslongas cartas <strong>de</strong> amor, escritas àmão.” Quan<strong>do</strong> nasceu a filha <strong>do</strong> casal, batizadapela madrinha Fernanda, Marceloandava <strong>de</strong>sconfia<strong>do</strong>. Até que Tatiana lhecontou tu<strong>do</strong>. Detalhadamente. “Ele <strong>de</strong>u<strong>um</strong> murro na porta, berrou, mas readquiriuo controle. Sugeriu que po<strong>de</strong>ria ser ohomem certo para mim e para ela.”Mais que sexoA terapeuta Sylvia explica que muitoshomens têm essa fantasia, mas, alerta, odiscurso é com<strong>um</strong> enquanto o homemestá no coman<strong>do</strong>; quan<strong>do</strong> se sente traí<strong>do</strong>,a história é outra. “Vêm a insegurança,o ciúme, a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar com onovo.” Foi o que aconteceu. O trio tentouencarar <strong>um</strong>a relação aberta, mas veio insegurança<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s. Casamento<strong>de</strong>sfeito e <strong>de</strong> volta ao <strong>Brasil</strong>, Tatiana dizter ass<strong>um</strong>i<strong>do</strong> mais que <strong>um</strong>a nova orientaçãosexual: “Surtei!” O romance comFernanda não resistiu à curiosida<strong>de</strong> sobreo novo mun<strong>do</strong> <strong>de</strong>scoberto. “Quis ficarsolteira, experimentar o novo la<strong>do</strong> <strong>de</strong>scoberto.Parti para novas experiências,namorei outras mulheres.” As duas aindaconvivem, “aos trancos e barrancos”.Fernanda nunca ficou com outra pessoa.Diz que Tatiana será a única. “Agora, <strong>faz</strong><strong>do</strong>is <strong>ano</strong>s que estamos nessa história. Começan<strong>do</strong>e terminan<strong>do</strong>. Não posso garantirque seja a última vez”, entrega-sea nova Tatiana, professora <strong>de</strong> ioga, cujafilha, <strong>de</strong> 5 <strong>ano</strong>s, tem o mesmo nome damadrinha, Fernanda.A psicóloga Lívia Monteiro Elias aten<strong>de</strong>em seu consultório, na zona oeste <strong>de</strong>São Paulo, várias mulheres em crise comsua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual. Insatisfeitas com osparceiros e sem <strong>um</strong> canal <strong>de</strong> comunicaçãofranco, acabam elegen<strong>do</strong> <strong>um</strong> novo sujeito– muitas vezes <strong>do</strong> mesmo sexo – para amar.“Para as mulheres, a sexualida<strong>de</strong> está inti-42 REVISTA DO BRASIL MAIO 2007

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