10.07.2015 Views

ArchiNews 24 - Promontorio

ArchiNews 24 - Promontorio

ArchiNews 24 - Promontorio

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Editorial EditorialO Intervalo Tectónico: Notas sobre o PROMONTORIOThe Tectonic Interval: Notes on PROMONTORIOGerrit Confurius“A Graça preenche os espaçosvazios, mas só pode entrar onde háum vazio para a receber. Devemoscontinuamente suspender o trabalhoda imaginação para preencher o vaziodentro de nós mesmos.” O reptoespiritual de Simone Weil, recorda-nosque o intervalo entre a gravidade e aleveza continua a comandar a nossaexistência. Arquitetura não é umaexceção a essa condição errante, comocorrobora a seleção dos projetos dosPROMONTORIO aqui apresentados.Sendo que seria redutor simplesmentedescartá-los como arquitetura pesadaou leve, argumentaremos que, nosprojetos aqui reunidos, a tradiçãoda articulação tectónica entre typos etopos, está garantida na mesma formaque a espacialidade fluida de umaGestalt livre.Algumas obras dos PROMONTORIOdemonstram evidência de umaplasticidade intuitiva evocativa datradição da Neue Sachlichkeit: ondea parede e janela eram livrementedispostas de acordo com umafuncionalidade introspectiva. Estou-mea referir por exemplo à Casa Pátio,construída em Grândola, numa florestade sobreiros junto à costa atlântica doAlentejo. Aqui, não fora a expressãoempática que emana das espessasmassas de reboco branco, e diria queestamos perante a absoluta consumaçãoda definição de atectónico. O mesmo sepode argumentar sobre o L’And Hotel,também no Alentejo, onde o volumebranco, prismático e irregular pareceestar simultânea e contraditoriamente apairar na vinha e imerso na topografia,2 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>“Grace fills empty spaces, but itcan only enter where there is a voidto receive it. We must continuallysuspend the work of the imaginationin filling the void within ourselves.”Simone Weil’s spiritual call to armsus that it is this interval betweengravity and grace that commandsour very existence. Architectureis no exception to this wanderingcondition, as corroborated by thefeatured selection of projects fromPROMONTORIO. And while wecould not possibly dismiss themsimply as massive or otherwise freefrom gravity, we will argue that,in the projects gathered here, thetradition of tectonic articulationbetween typos and topos, is as muchguaranteed as the flowing spatialityof a free Gestalt.Some works of PROMONTORIOshow evidence of an intuitiveplasticity evocative of the traditionof the Neue Sachlichkeit; onewhere the wall and the window arefreely arranged according to anintrospective functionality. Defiantlysculptural, I have in mind, forinstances, the Patio House, built inGrandola, in an oak forest near theAtlantic coast of the Alentejo. In thelatter, were it not for the sensibilitythat emanates from sheer presenceof material and joint, one could notbut perceive it as the avatar of theatectonic. Much the same could beargued about the L’And Hotel, alsoin the Alentejo, where the sensuouslyjagged white volume is seeminglypart hovering in the vineyard,enquanto as janelas horizontaise os pátios murados servem paraemoldurar a paisagem. Aqui, como emprojetos anteriores, testemunhamos anecessidade dos PROMONTORIO emconciliar forma e contexto.Nada poderia estar mais distantedesta delicada plasticidade, que oconjunto habitacional e de serviços daPraça de Entrecampos, projetada parao centro de Lisboa, entre 2004 e 2011.Aqui, num contexto de transição entrea matriz ortogonal do bairro burguêsdo século XIX, e sua rarefação numurbanismo tipo Unité, o plano procuracriar grandes blocos perimetrais comintensa porosidade pública ao nível dosolo para acesso a escritórios e pequenocomércio, assim evitando a monofuncionalidadeassociada aos grandescomplexos habitacionais. O sistemade fachada, uma massiva assemblagemde painéis de betão pigmentado epré-moldado em U, combinadas comcaixilharias de alumínio anodizadodourado, consegue ajustar-se àacidentada topografia e aos múltiplosrequisitos funcionais do programa.No que diz respeito à noção dearticulação tectónica, encontramosuma abordagem semelhante na escolainfantil O Parque, projetada para umbairro afluente do concelho de Cascais,na zona metropolitana de Lisboa.O pequeno edifício de dois pisosfoi gerado a partir de um sistemageométrico de favos que organicamentese desenvolvem contra os muros limitesdo terreno irregular e inclinado. Ecosdos métodos pedagógicos nórdicosdo pós-guerra estarão certamentepart encrusted in the topography,while framed by punched windowsand walled patios. Here, asin earlier projects, we witnessPROMONTORIO’s need toreconcile form and context.Nothing could be further fromthis delicate plasticity, than theEntrecampos Housing Estate,complete to the design of thePortuguese architects between 2004and 2011, in Lisbon. Here, in acontext split between the bourgeois19th-century grid-block districtand the rarefied sprawl of theUnité-type, the plan seeks a porousperimeter block public courtyardtype accessible at ground level forretail and small services therebyeschewing the mono-functionalityassociated with large housingestates. The façade, a solid anddurable assemblage of pink andgreen pigmented precast U-panels,combined with light-gold anodizedaluminium framing, is able to inflectto the topography and articulatethe manifold requisites of theprogramme.In what concerns the notion oftectonic articulation, a similarapproach can be found in the Parquekindergarten, commissioned for anaffluent quarter of the municipalityof Cascais, outside of Lisbon.There, the 2-storey honeycombshapedbuilding spreads organicallyagainst the walled boundaries of thetight and steep plot, while Nordicinfluences of post-war pedagogicalmethods are certainly implied in


Editorial Editorialimplícitos nos módulos pentagonaisdas salas de aula. Mas evocatambém a vasta investigação emtorno das estruturas em favos e dosseus desenvolvimentos orgânicos, deYona Friedman e dos metabolistasjaponeses, como Isosaki e Kurokawa,aos estruturalistas holandeses, comoHertzberger e Van Eyck. O sistemade construção, combinando lajes debetão moldadas in-situ com paredes dealvenaria de tijolo à vista caiados, emconjunto com grandes caixilharias demadeira pintada de branco, sugere otipo de expressão que se pode encontrar,por exemplo, em obras de ArneJacobsen ou de Rudolf Schwarz.Essa abordagem à tectónica pesadaestá igualmente presente no hotelVictoria, mas aqui monumentalidadeocorre numa forma que lembraum pouco a ilusória imagem demagnificência forjada em Itália nadécada de 30 sob os auspícios dochamado stile Littorio, ou do seuequivalente em Portugal pela mão dePardal Monteiro, um autor do qualos PROMOTORIO são admiradoresconfessos. Nele, a rigorosa repetiçãodo “Schinkelesco” módulo de fachadade pilastra-e-lintel, evocativo dadicotomia entre Kernform e Kunstform,entre revestimento e estrutura,surpreendentemente dissolve a colossalmassa deste conjunto no esplendorromântico de um Grand Hotel. Acombinação de lintéis pré-moldados embetão branco subliminarmente apoiadosem robustas pilastras revestidas a umespesso arenito amarelo, –como quereminiscente de um opus siliceum–,the pentagonal classroom modules.But one is also reminded of the vastenquiry on the honeycomb and theorganic pattern, from Yona Friedmanand Japanese Metabolists, likeIsosaki and Kurokawa, to Dutchstructuralists, like Hertzberger andVan Eyck. The construction system,combining concrete slabs cast in-situand whitewashed in burnt lime, withportent walls of bond brickwork andlarge wood frames painted white,suggests the kind of expression onewould find, say, in Arne Jacobsen orRudolf Schwarz.Much of this heavyweighttectonic approach can be equallyfound in the Victoria hotel, buthere monumentality has takenplace in a manner that recallsthe somewhat illusory image ofmagnificence forged under the1930s Italian stile Littorio, or itsPortuguese counterpart PardalMonteiro, of which the architectsof PROMONTORIO are openlyadmirers. There, the severerepetition of the Schinkelesque postand-lintelfacade module, echoingthe dichotomy between Kernform andKunstform, between cladding andstructure, astonishingly dissolves thecolossal mass of the ensemble intothe romantic splendour of a GrandHotel. Combined with the whiteprecast lintels, the superimposedstereotomics of thick yellow sandstonecladding, –reminiscent of somemutated form of opus siliceum–, areexemplary of the recurrent concernsof PROMONTORIO.são exemplares das preocupaçõesatuais dos PROMONTORIO. Recordoprojetos anteriores, como as Torres doTejo de 2001 e Bloco Carnide de 2003,ambos em Lisboa, ou mesmo o remotoCentro Lubango, em construção nohinterland angolano. Em todos estescasos, a tectónica manifesta-se pelaconsistente e contínua articulação dosmódulos estruturais de uma forma quealude à hipotética transferência decargas nas fachadas.A presença de Mies está ainda longede perder a sua aura quando se tratade lidar com o potencial expressivo dafachada em vidro curvo, canonizado naondulante planta do seu arranha-céuproposto para Friedrichstrasse, emBerlim, em 1922. É certamente essaa referência subjacente ao projetodo Troia Design Hotel, de 2009, ondeum sistema de amplas varandas comguardas em vidro curvo e balançosdesencontrados entre pisos pretendegerar o êxtase tipicamente associadoaos hotéis-casino.Enquanto abordagem dosPROMONTORIO às questõesda tectónica parece ter sidosistematicamente marcada pelasquestões da assemblagem e do engenhomecânico que lhe está associado,os últimos anos testemunham a suareificação numa espécie de poésied’equipage que aparentemente tentapegar onde Ponti e Møller deixaram.Tenho em mente não apenas osinúmeros objetos e peças de mobiliárioprojetados como peças autónomas,mas também aqueles concebidos parainteriores específicos.I also have in mind earlier projects,such as the Tejo towers of 2001,Bloco Carnide of 2003, both inLisbon, or even the remote Lubangocentre, currently under constructionin the African hinterland. In allthese cases, the stereotomic makesitself manifest by a consistentand continuous articulation of thecladding units in a way that alludesto a hypothetical transfer of loads inthe facade.The presence of Mies is still farfrom losing its aura when it comes todealing with the expressive potentialof the glassed façade, having inmind his undulating glass skyscraperdesigned for Friedrichstrasse,Berlin, in 1922. That is certainly thereference for the Troia Design Hotel,of 2009, where a glassed system ofbalcony bulkheads cleverly swingsin mismatched floors to generate thekind of rapture usually associatedwith casino hotels.While PROMONTORIO’sunderlying approach to tectonicshas been systematically focused onthe problems of assemblage and itsmechanical engagement, recent yearswitnessed its reification in a kind ofpoésie d’équipage that seeminglyattempt to pick up where Ponti andMøller left. I have in mind thecountless objects and furniture piecesdesigned not only as stand-aloneproducts, but also those “builtin”for specific interiors. Alwayssomewhat witty, and definitivelymore Gemütlich than Sachlich, theseobjects seem to reconcile comfort<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 3


Editorial EditorialCréditos CreditsCréditosCreditsSempre um pouco irónicos, edefinitivamente mais Gemütlich queSachlich, esses objetos parecemconciliar o conforto e a elegânciaem termos semelhantes aos queencontramos na tradição do designescandinavo.Num mundo cada vez mais dominadopelo “espetacular”, vis-à-vis o desprezoe indiferença pela continuidadefísica e histórica da forma cívica, é deuma sobriedade exemplar encontraruma prática profissional que conseguesair fora do seu elemento para criaruma arquitetura que é declaradamenteaberta à criação de contexto e àformação de comunidade. O trabalhodo PROMONTORIO remete-nos denovo para a seminal Complexidade eContradição de Venturi, que ao espíritode Alberti nos recorda que “...osarquitetos deveriam ser especialistasnas convenções existentes,” no sentidoem que, “o que selecionam, é muitomais do que o que criam.” Nessesentido, o métier dos PROMONTORIOé razoavelmente próximo das demandasdo mestre português FernandoTávora, cuja capacidade de conciliara complexidade do programa com osproblemas de linguagem, o deixousempre tão aberto à contingênciaformal, como inquieto com os aspectosredutores dos radicalismos.Gerrit Confurius nasceu em Lübeck, em 1946.Estudou linguística alemã, sociologia e história da arteem Hamburgo, Viena e Munique (Dr.Phil).Lecionou e trabalhou como freelancer para vários jornaise publicações sobre arte e arquitetura, servindo como editorde Bauwelt entre 1992 e 1999. Nesse mesmo ano,foi nomeado diretor da Daidalos, uma revista de arquitetura,arte e cultura, também sediada em Berlim.Atualmente, escreve ficção e romances policiais.4 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>and elegance in similar terms tothose one encounters in the stirringsof Scandinavian design.In a world that is increasinglydominated by the “spectacular”,vis-à-vis the indifference, if notdisdain, for the physical andhistorical continuity of the civicform, it is a note of sobriety tofind a contemporary practice likePROMONTORIO setting itselfout to produce an architecturethat is overtly open to the creationof context and the formation ofcommunity. Their work returns usto Venturi’s seminal Complexity andContradiction, who in the spirit ofAlberti reminds us that, “architectsshould be experts in the existingconventions”, in that “they select usmuch as they create.” In this sense,PROMONTORIO’s métier is fairlyclose the stirrings of the Portuguesemaster Fernando Távora, whoseability to reconcile the complexityof programme with the problems oflanguage, left him just as open toformal contingency as uneasy withreductive radicalism.Gerrit Confurius was born in Lübeck in 1946.He studied German linguistics, sociology and historyof art in Hamburg, Vienna and Munich (Dr.Phil).He lectured and worked as a freelance journalistfor various journals and publications on art andarchitecture, serving as editor of Bauwelt between 1992and 1999.In that same year, he was appointed editor-in-chiefof Daidalos, a critical journal of architecture, artand culture, also based in Berlin.Currently, he writes crime novels and other fiction.Director DirectorCarlos AlhoDirector editorial Editor-in-chiefJoão Carlos FonsecaConselho editorial Editorial boardArquitetura ArchitectureAntónio Pereira da Silva, António Reis CabritaArquitetura paisagista Landscape architectureConstança VasconcelosCrítica CriticismVasco Pinheiro, Pedro CorreiaEngenharia EngineeringTeixeira TrigoUrbanismo UrbanismJoão Guterres, Manuel Fernandes de Sá, Rui EstevesReabilitação urbana Urban rehabilitaionEunice Salavessa, José Trindade ChagasDesign DesignJorge Carvalho, António SeguradoArte ArtAntónio Branquinho Pequeno, Cristina Ataíde, Sofia ÁguasEquipa de redacção Editorial staffCarlos dos Santos, Rui Solano d’AlmeidaArte/Design Art/DesignPaula Azevedo, PROMONTORIOFotografia PhotographyFg+Sg - Fotografia de Arquitetura, José Campos, Telmo MillerSecretariado AdministrativeAlexandra Mendes da FonsecaFotografia da Capa Cover PhotographFg+Sg - Fotografia de ArquiteturaL’And Hotel, Montemor-o-NovoColaboradores desta edição Colaborators in this editionCarlos Sardo, Marisa Rosário, PROMONTORIOCorrespondentes CorrespondentsAlex Mccuaig, Peter Barret, Steve Curwell (Inglaterra),Antonino Marguccio, Daniela Ermano, Lucio Magri (Itália)Tradução TranslationInês MartinsRevisão RevisionMaria João MendesDirectora de Comunicação Communication DirectorMónica FonsecaMarketing e Publicidade Marketing and AdvertisingJoão Santos, Sofia FilipeEditora PublisherInsidecity, Lda.R. Maestro António Taborda, 28 R/C, 1200-716 LisboaT (+351) 213 930 176 F (+351) 213 930 178E archinews@mail.telepac.pt, insidecity@mail.telepac.ptImpressão PrintingTEXTYPE - Artes Gráficas, Lda.Estrada de Benfica, 212-A, 1500-094 LisboaDistribuição DestributionVaspISSN: 1646-2262Registo no I.C.S. N.º 1<strong>24</strong>.476N.º Depósito Legal: 223042/5Tiragem Print run10.000 ex.Interdita a reprodução de textos e imagens por quaisquer meiosReproduction of images or texts by whichever means is strictly forbiden.


PROMONTORIOPROMONTORIOPaulo Martins BarataJoão Luís FerreiraPaulo PerloiroJoão PerloiroPedro Appleton30 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPROMONTORIO: PerfilPROMONTORIO: ProfilePROMONTORIO Lisboa LisbonA abordagemdo PROMONTORIOà forma urbana temsido consistentementeidentificada coma procura de umsistema de robustez(solidez, estabilidadee durabilidade)Underlying its approachto the urban form, thework of PROMONTORIOhas often been identifiedwith the pursuit ofa ‘system of robustness’(i.e. solidity, stabilityand durability)Fundado por Paulo Martins Barata, João LuísFerreira, Paulo Perloiro, Pedro Appleton e JoãoPerloiro, o PROMONTORIO teve início em Lisboa,em 1990, como estúdio experimental e evoluiuconsistentemente para uma equipa multidisciplinarde arquitetos, paisagistas, designers de interiores edesigners gráficos.A abordagem do PROMONTORIO à formaurbana tem sido consistentemente identificadacom a procura de um sistema de robustez (solidez,estabilidade e durabilidade), quer em termos designificado representacional, quer em termos depesquisa e inovação, e implementada em obras degrande dimensão e complexidade.Desde o início, a equipa funciona numa estruturacoesa, orientada para o desenvolvimento deprojetos de grande escala urbana, incluindoescolas, museus e edifícios institucionais,habitação, escritórios, hotéis e outros programasmistos. O PROMONTORIO tem desenvolvidoprojetos para Alemanha, Argélia, Angola, Brasil,Bulgária, Cabo Verde, China, Dubai, Egito,Hungria, Itália, Geórgia, Moçambique, Portugal,Qatar, Roménia, Sérvia, Síria, Espanha, Suíça,Turquia e Vietname, tendo estabelecido parceriasem muitos destes países.Lead by Paulo Martins Barata, Joao LuísFerreira, Paulo Perloiro, Pedro Appleton and JoaoPerloiro, PROMONTORIO began in Lisbon in1990 as an experimental studio and consistentlygrew into a multidisciplinary practice of architects,planners, landscape architects, interior designersand graphic designers.Underlying its approach to the urban form, thework of PROMONTORIO has often been identifiedwith the pursuit of a ‘system of robustness’ (i.e.solidity, stability and durability) both in terms ofrepresentational meaning and technical research.This cohesive and interactive structure hasenabled PROMONTORIO to deal with large andcomplex projects both in terms of design andprogramme, ranging from schools, museums andcultural institutions, to housing, offices, hotelsand retail and mixed-use. PROMONTORIO hasaccomplished projects in Algeria, Angola, Brazil,Bulgaria, Cape Verde, China, Dubai, Egypt,Germany, Hungary, Italy, Georgia, Mozambique,Portugal, Qatar, Romania, Serbia, Syria, Spain,Switzerland, Turkey and Vietnam, havingestablished partnerships in many of these.<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 31


PROMONTORIOPROMONTORIO: Trabalhos selecionadosPROMONTORIO: Selected worksComplexo Oriente Oriente complex Habitações de Telheiras Telheiras housing Sede da Xerox Portugal Offices of Xerox PortugalPrincipais obras Main Projects (built)L’And Vineyards, Masterplan and key buildings,Montemor-o-novo, 2010-2011Tivoli Victoria Hotel, Vilamoura, Algarve, 2004-2009Vivaci Shopping Centre, Guarda, 2006-2009Praca de Entrecampos, Lisbon, 2006-2009Troia Design Hotel, 2006-2009Dolce Vita Shopping Centre, Ovar, 2003-2007Mora River Aquarium, Mora, Alentejo, 2005-2006Oriente Complex, Expo’98, Lisbon, 1998-2002Telheiras Housing, 1994-1997Rank Xerox Portugal, Lisbon, 1992-1996Lisbon Book fair Pavilion, Ministry of Culture, 1990Publicações (Seleção) Publications (Selection)A10, Area, Architectural Review, Architecti,Arqa, Arquitectura Viva, A+T, AV, c3, Detail,2G, Domus, Expresso, Prototypo, Público, JA,L’Architecture d’Aujourd’hui, Lotus International,Techniques & Architecture, The Plan.32 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>Livros BooksArchitecture for Tourism, Lisbon; 2010.Retail by Design Specialists, Lisbon; 2010.Telheiras Housing, White & Blue, Lisbon; 2003.Bloco Carnide, Asa, Porto; 2002.Xerox, Prototypo Books, Lisbon; 2002.Exposições (Seleção) Exhibitions (Selection)Collectif, nouvelles formes d’habitat collectif enEurope, Arc-en-Rêve, Bordeaux, France, 2009Portugiesische Architektur im Ausland, AedesGallery, Berlin, Germany, 2009Portugal Now, Cornell University, Ithaca, USA,Spring 2008Portuguese Architecture and Design 1990-2005,La Triennale di Milano, Italy, 2005Metaflux, La Biennale di Venezia, 9th InternationalArchitecture Exhibition, Venice, Italy, 2004Influx, Serralves Museum, Porto, Portugal, 20032 a Exposição Nacional de Arquitectura, Sociedadede Belas-Artes, Lisbon, Portugal, 1992Prémios Awards1 st Prize, Architecture Prize Vale da Gândara 2012(Parque Kindergarten)International Architecture Award, The ChicagoAtheneaum Museum of Architecture and Design,2012 (L’And Vineyards Hotel)European Steel Design Award, 2011Finalist, World Architecture Festival, Barcelona, 2010Finalist, SECIL Portuguese National Prizefor Architecture, 20082 nd Prize, VI Bienal Iberoamericana de Arquiteturae Urbanismo (BIAU), 2008International Architecture Award, The ChicagoAtheneaum Museum of Architecture and Design,2008 (Mora River Aquarium)Short-listed runner-up, BSI Swiss ArchitecturalAward, 20081 st Prize, Portuguese Museum Award, 2008Nominee, EU Prize for Contemporary ArchitectureMies van der Rohe Award, 2007Finalist, Secil Portuguese National Prizefor Architecture, 2004Honorable Mention, Architecti-Arkial Prize, 1999Finalist, Secil Portuguese National Prizefor Architecture, 1998Shortlisted, Valmor Prize, 1997


PROMONTORIOBloco Carnide Carnide Block Lote 1.10 Plot 1.10 Gabinete do Primeiro Ministro Cabinet of Prime MinisterConcursos premiados Awarded competitionsCorreio-Mor Housing Estate, Loures (greaterLisbon), Portugal, 2011 (competition, 1 st -prize)Palmares Golf Villas, Lagos (Algarve), Portugal,2011 (competition, design awarded)Embassy of Egypt (Restelo), Lisbon, Portugal, 2010(competition, 1 st -prize)National Forensics Police, Lisbon, Portugal, 2010(competition, 2 nd -prize)Comporta Terraces (Alentejo), Portugal, 2010(competition, 1 st -prize)Open-air Museum of the Alcacer Castle,Alcacer do Sal (Alentejo), Portugal, 2010(public competition, 1 st -prize)Alcacer Riverfront Alcacer do Sal (Alentejo),Portugal, 2010 (open competition, 1 st prize)Siófok Contemporary Art Centre, Siófok, Hungary,2010 (competition, 2 nd -prize)Tivoli Carvoeiro, Carvoeiro (Algarve), Portugal,2010 (shortlist competition, 2 nd -prize)Radisson Sochi Grand Marina, Sochi (Krasnodar),Russia, 2010 (competition, 2 nd -prize)Troia Casino (Grandola), Portugal, 2009(competition, 1 st -prize) – 2011 (built)Tivoli Jardim Interior Design, Lisbon, Portugal,2008 (shortlist competition, 1 st -prize)Palmares Golf Townhouses, Meia Praia (Lagos),Algarve, 2008 (competition, 1 st -prize)Forte Centre Carnaxide (greater Lisbon), Portugal,2008 (competition, 1 st -prize)Vilalara Resort Lagoa, Porches (Algarve), Portugal,2008 (shortlist competition, 1 st -prize) – 2011(refurbishment, built)Troia Design Hotel Interior Design (Alentejo),Portugal, 2007 (competition, 1 st -prize) (built)Troia Design Hotel Spa (Alentejo), Portugal 2007(competition, 1 st -prize) – 2010 (built)Insectarium, Portimao riverfront (Algarve),Portugal, 2006 (competition, 1 st -prize)Originarium, Portimao riverfront (Algarve),Portugal, 2006 (competition, 1 st -prize)Aquarium, Portimao riverfront (Algarve), Portugal,2006 (competition, 1 st -prize)Portimao Riverfront (Algarve), Portugal, 2006(competition, 1 st -prize)Fabrica Housing, Lagos (Algarve), Portugal, 2006(shortlist competition, 2 nd -prize)Mora River Aquarium (Alentejo), Portugal, 2004(competition, 1 st -prize) – 2006 (built)European Library of Information and Culture,Milan, 2002 (shortlist competition, 2 nd -prize)Portugal Telecom Store chain, Portugal, 2002(shortlist competition, 1 st -prize)Westin Lisboa Hotel, Lisbon Expo’98(Parque das Nações), Portugal 2001(shortlist competition, 1 st -prize)Xerox Centre, Lisbon, Portugal, 1996(shortlist competition, 1 st -prize) – 2001 (built)Lisbon Exhibition Centre, Expo’98, Portugal, 1994(shortlist competition, 2 nd -prize)Telheiras Housing, Lisbon, 1993(competition, 1 st -prize) – 1997 (built)<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 33


PROMONTORIOEntrevista ao PROMONTORIOInterview to PROMONTORIOJoão Carlos Fonseca (Texto Text)Telmo Miller (Fotografia Photography)34 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOFundado há duas décadas, o PROMONTORIO é um ateliêcom uma prática verdadeiramente única em Portugal.Não apenas pela forma desassombrada como encara adiversidade da escala, dos programas e das localizações, mastambém pela notável resistência disciplinar e tectónica queprocura conferir à arquitetura. Num universo crescentementedominado pelos média, a obra dos PROMONTORIO remete-nospara princípios e valores universais da arte de construir, comoa solidez, o conforto e a durabilidade.À conversa com dois dos sócios, procurámos compreendera fundamentação crítica deste ateliê, desde os aspectos maisteóricos e simbólicos, às metodologias e questões operacionaisque envolvem obras em sítios tão diversos como Egito, Qatar,Moçambique, Síria ou Sibéria.Founded two decades ago, PROMONTORIO is a trulyunique practice in Portugal. Not only by the way it setitself out to blatantly respond a complex environment bothit terms of scale, range of programmes and locations, butalso the remarkable disciplinary resistance and tectoniccharacter it has relentlessly sought. In a world increasinglydominated by the media, the work of PROMONTORIOreturns us to the universal principles of the Art of Building,namely, solidity, comfort and durability.In a candid conversation with two of its partners, we probeinto the critical foundations of this studio, both in termsof its theoretical and symbolic principles, as well as itsoperational concerns involving working in such disparatelocations as Egypt, Qatar, Mozambique, Syria or Siberia.ARCHI – PROMONTORIO: 5 sócios, 50 colaboradores, uma respostamultidisciplinar: Arquitetura, Planeamento, Paisagismo, Interiores,Design de Produto. Como é que se organizam? Dividem-se por áreas deintervenção? Trabalha-se em equipa?Paulo Martins Barata – Todos respondemos integralmente às várias áreasdisciplinares. Ainda assim, ao longo dos anos, cada um procurou respostaspara as suas áreas de interesse específico e essa partilha tem sido importante.O sócio que angaria ou fideliza um cliente pode, ou não, ser ele a desenvolvero projeto. Como trabalhamos em equipa, não há propriamente uma “cadeiade produção”.João Luís Ferreira – Tudo é como sempre foi, uma vez que do conceitoà obra, embora ela seja diluída, há uma autoria implícita, há a presença dealguém que conduz o processo do princípio ao fim. Mas como o que nosinteressa é a racionalidade da obra, procuramos que sejam mais uma tese,do que uma expressão da personalidade.ARCHI – 5 partners, 50 collaborators, a multidisciplinary response:architecture, planning, landscape design and interior design.How do you organize? Are you divided by areas of intervention?Do you work as a team?Paulo Martins Barata – We all respond fully to the various subject areas. Overthe years, each of us has sought answers to their own specific areas of interest andthe sharing of that has been very important to us all. The partner who seeks orbrings in a new client may or may not be the one to develop the project. Sincewe do our work as a team, there isn’t really a production chain approach.João Luís Ferreira – Everything is as it has always been, since, fromconcept to construction, diluted though it may be, there is an implicitauthorship, and there is always the presence of someone who leads the wholeprocess from beginning to end. But, since what interests us is the rationalityof the work itself, we prefer our work to express more of a thesis than anexpression of individuality.<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 35


PROMONTORIOA aurora da modernidade, aindaassente no artífice, base de umacultura tectónica, sofreu uma mutação,tanto no figurativo, como no abstrato.Obrigou o arquiteto a sair do plano dacriação e da produção da arquiteturaem si mesma, para o colocar no planodas imagens e referências visuais;um mundo estranhamente próximoda publicidadeThe dawn of modernism, still basedon a tectonic culture, a culture ofcraftsmanship, has mutated bothfiguratively and abstractly. It forcedthe architect to leave the field ofarchitectural creation in itself, toposition himself in world of imagesand visual references; a worldstrangely closer to advertisingARCHI – Existe um espaço de liberdade e de intervenção colectiva ao nívelda concepção?PMB – Há sempre consensos parciais sobre determinadas ideias eprincípios, que são fundamentais. Mas não significa que haja uma lógicadoutrinária ou que tenhamos os cinco que estar de acordo.ARCHI – Não há necessidade de gestão de conflitos em determinadosmomentos que obrigue a maiores manifestações de liderança?PMB – Sim, de vez em quando, mas também há confiança mútua.Quem assume um trabalho tem de o liderar e gerir a relação com o cliente.Tem de ter espaço de manobra; não pode ficar à espera de ser legitimadopelos outros sócios.ARCHI – A tendência mais experimentalista dos primeiros anos aindase mantém?PMB – Curiosamente, não sei se hoje não seremos hoje mais laboratoriais doque no passado… Trata-se até de uma questão de necessidade.ARCHI – Is there a space of freedom and of collective interventionon a conceptual level?PMB – There is always partial consensus about certain ideas, which arefundamental. But it does not mean that there is a doctrinal dictat or that thefive of us have to be in agreement.ARCHI – Is there any need for conflict management at certain momentsthat force you to greater manifestations of leadership?PMB – Yes, every once in a while, but there is also mutual trust. The onewho takes on a job has to lead and manage the relationship with the client.One must have room to manoeuvre, and cannot stand there waiting to beendorsed by the other partners.ARCHI – Does the more experimentalist trend of your early yearsstill hold?PMB – Interestingly, I find that we are more experimental today thanin the past… It’s actually a matter of necessity.JLF – Experimentalism is a modern concept and today it seems thateverything advances only through experience, through trial and error.If everything were an experience there would be no knowledge. However,much of the work that is done from a certain moment on is the result ofcumulative knowledge, of awareness. In the beginning there may be this ideaof experimentalism, but you can’t keep it up forever. Unless one wants to keepon dazzling without drawing any conclusions.... What we have is the updateof though, be that as it may philosophical, artistic, or other.ARCHI – How do you approach the adaptation process to new realities?PMB – Permanently, there is no other way. Those who fail to understandthe Real Politik of the profession will find great limitations in terms of theirworking with consequence, with a clear assessment of the practice.JLF – All art, as all philosophy, lives from the present, or from permanentre-actualization, otherwise it’s either culture or history. Our proposals are forthe immediate future and we know, in every moment, that what we do is thebest synthesis of everything we’ve learned, memorized, criticized and has36 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOJLF – Mas nunca o experimentalismo pelo experimentalismo, que emabstrato, é um conceito moderno. Hoje parece que tudo apenas avançapor experiências, por ensaio e erro. Se tudo fosse experiência nãohaveria saber. Ora, muito do trabalho que se faz a partir de certo momento éresultado de um saber, de uma consciência. No início pode haver essa ideia deexperimentalismo, mas não se fica para sempre nisso. A não ser que se queirair de deslumbramento em deslumbramento, sem tirar conclusões. O que há éactualização do pensamento, seja filosófico, artístico, ou outro.ARCHI – Como abordam o processo de adequação a novas realidades?PMB – De forma permanente; não há mesmo outro caminho. Quem nãocompreender a Real Politik da profissão à sua volta terá grandes limitaçõespara actuar de forma consciente; com plena noção do que está a fazer.JLF – Toda a arte, como toda a filosofia, vive da atualidade, ou dapermanente reatualização, senão é cultura ou história. As nossas propostassão no imediato e sabemos, em cada momento, que o que fazemos é a melhorsíntese possível de tudo o que aprendemos, memorizamos, criticamos e nosinduziu numa necessidade de comunicação, de expressão, de participação...Procuramos seguir alguns princípios que fazem parte da própria essência daarquitetura, como as ideias de durabilidade, de construir bem, de conforto,de utilidade, etc. E perante novas solicitações, tipos de projetos e usosdiferentes, diferentes localizações e culturas, somos impelidos a pensaraqueles princípios e a traduzi-los perante essas novas realidades e apensar tudo de novo. A nossa formação e os anos de aprendizagem, quese foram consolidando, nunca podem ser – e aqui julgo que nunca foram –,uma espécie de fórmula. Mas há uma preparação e um conhecimento que nospermite abordar questões novas sem necessariamente pormos em causa tudoo que sabemos.ARCHI – Os tempos atuais são de maior pressão e angústia. O tempotambém é mais curto. A necessidade de resposta rápida, eficiente e eficazé mais aguda do que no passado…JLF – Há sempre incerteza quanto ao futuro. O que é diferente agoraParque urbano de Portimão, maqueta de arena de BTT, 2010 Portimão urban park, model of BTT arena, 2010induced us into a necessity of communication, expression, participation...We try to follow certain principles that are part of the very essence ofarchitecture, such as the principles of durability, of quality in construction,comfort, usefulness, etc. And before new requests, types of projects anddifferent uses, different locations and cultures, we are impelled to thinkof those principles and to translate them before these new realities and tothink it all over again. Our training and years of learning, which have beenconsolidated, can never be – and here I believe they never were – a kind offormula. But there is a preparation and a wisdom that allows us to tackle newissues without necessarily questioning everything we know.ARCHI – Present times are of higher pressure and anguish. Time is alsoshorter. The need for a fast, efficient and effective response is more acutethan in the past...JLF – There is always uncertainty about the future. What is different now isthat we are not anesthetized with exaggerated optimisms. If pessimism is nota systematic way of observing reality, is good for tempering overconfidence,which, at a certain point, becomes a dictatorship of certainties, which are bynature, uncertain, and guaranteed successes that may not be so guaranteed.Anguish is a state of progress and thus, not a definitive status. It comes from<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 37


PROMONTORIOinstantânea, prêt-à-porter. O tempo do fazer Heideggeriano, o tempo de pensarconstruindo, e construir pensando, parece estar fora desta cultura da citaçãoimagética, da referência que dá para tudo e para o seu contrário.ARCHI – E com intervenções difusas e parcelares…PMB – Havia a ideia iluminista de que a arquitetura teria a capacidadede fechar um circulo, desde o primeiro pensamento sobre um lugar, ao atofundador da pedra, à sua constituição em obra vivida. Tudo essa experiênciadisciplinar foi estilhaçada. Os projetos hoje são feitos em partes e passam demão-em-mão. Isso condenou a ideia da arquitetura como Gesamtkunstwerk,como obra total.ARCHI – Convive-se bem com essa realidade?PMB – Dificilmente! No universo de serviços anglo-saxónico é algonormal. Faz-se o Concept Design, entrega-se ao cliente, e este faz dele o quequiser; manda-o para a Índia onde encomenda os Construction Documentsa quem fizer mais barato. Nós Europeus, e principalmente Ibéricos, temosuma tradição disciplinar. Acreditamos na ideia, ainda que Quixotesca, deque a profissão deve fechar o tal circulo, desde a criação até à experiênciafísica do próprio objeto construído. Por isso, para nós PROMONTORIO,é sempre algo difícil de aceitar. Ficamos sempre a pensar que, ao entregarmoso conceito, ficámos aquém do que podía ser a obra. E se recebemos oconceito de alguém e temos de o transformar, sentimos que estamos fora donosso elemento, porque não fomos nós que criámos aquilo, e não sentimosuma empatia residual, ou suficiente, para a assumirmos como nossa.Este desmembramento do projeto é difícil para todos.JLF – Vale a pena também olhar para a relação entre o urbanismoe a arquitetura para perceber a importância dos limites disciplinares.Se desenvolvemos um projeto urbano ainda não estamos a fazer arquitetura,isto é, edifícios. Por isso de duas uma: ou temos a encomenda para fazer tudoe nesse caso produzimos arquitetura e urbanismo como um só, ainda quedentro dos limites das atribuições de cada um; ou, fazendo um plano, temosde conceder a liberdade necessária para que quem venha a seguir possa darexperience has been shattered. Today, architecture is made in parts and changeshands like a commodity. This forever condemned the idea of architecture as aGesamtkunstwerk.ARCHI – Do you coexist well with this reality?PMB – Hardly! For the Anglo-Saxon service-providing world, this issomething normal; it’s “business as usual”. One does the concept design,delivery it to the client, and he goes on to decide what to do with it. We, incontinental Europe, and especially in Iberia, have a disciplinary tradition.We still grasp on to the Quixotesque idea that the profession closes that circle,from creation to the dwelling experience of the built object in itself. So forus, PROMONTORIO, it is always something difficult to accept. We alwaysend up thinking that if we delivered just the concept, we sold ourselves shortbecause we could have done much more. And if we received the conceptfrom someone else and we have to transform it, we feel that we are out ofour element, because we didn’t create it and do not feel sufficient empathy toassume it as our own. This truncation is difficult for everyone.JLF – It is also worthwhile to look at the relationship between urbanismand architecture to realize the importance of disciplinary boundaries. If wedevelop an urban project we are not yet doing architecture, as such, buildings.Therefore, there are two possibilities: either we were commissioned to dothe complete project and, in that case, we produce architecture and urbanismas one, though within the limits of each other’s expertise; or, by doing anurban plan, we must grant the necessary freedom to whomever comes next,so that that they may give the expression and content to the site withouthaving to do what someone before them has imposed. It is within the need ofthis harmonization that one realizes that there are values, in addition to theindividual wills, that are important to meet if we intend to create works andcities with substance and cultural identity.ARCHI – There is the tendency to think that things only work like thathere, and that outside everything happens perfectly... What does yourexperience of the world tell you?40 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOARCHI – A concorrência mede-se à escala mundial num mercado cadavez mais complexo. Perante uma clientela tão diversificada, o que marca adiferença entre uns e outros?PMB – A concorrência internacional é extremamente agressiva. É umadas consequências imediatas da globalização na profissão. Entre um projetofeito por um ateliê europeu com muita experiência e grande rigor, e umateliê chinês, indiano, filipino ou egípcio, no momento de contratar o serviço,perante uma enorme diferença de preço, qual é a realidade percepcionada pelocliente?Será que percebe a diferença entre uns e outros? E até que ponto? Essa é aquestão. É nestes caminhos que todos nos cruzamos.JLF – Em países emergentes, para um promotor fazer um edifício bonito oufeio, melhor ou pior detalhado, é a mesma coisa, é-lhe indiferente. Ele vendeárea, vende metros quadrados. Dizemos-lhe que o projeto é fraco e que sepodia fazer melhor. Mas para quê gastar mais dinheiro com um arquiteto maissofisticado – leia-se mais complicado –, que lhe desenhe um edifício melhor sejá tem algo que lhe serve perfeitamente? Até já tem tudo aprovado e vendidoem planta... Isto não tem propriamente solução. E ninguém tem a fórmulapara sair disto. Acontece em todo o lado e a única forma de sair deste círculovicioso é conseguir fazer alguma coisa que diferencie e vá criando exemplo.A situação do mundo actual é um pouco esta: estamos mal dispostos e nãosabemos se é fome ou sono… Não se sabe de que mal se padece mas sente-seo incómodo. Isso dá-nos a sensação de que estamos em suspenso, à espera dealguma coisa que tarda a acontecer. Sentimos a saturação e o beco não temsaída. Sempre que se chega a um paradoxo, a um círculo fechado, antevê-seuma mudança. Uma nova dinâmica que transforme o círculo em espiral.Julgo que estamos todos nessa expectativa. Claro que há uma prática diáriaa cumprir. Continuam a existir projetos e clientes…ARCHI – Qual é o discurso do método possível?JLF – Damos importância à procura da disciplinaridade. O que é próprioda arquitetura e só da arquitetura. E centramo-nos nisso. Há uma gramáticacommissioning, between the immense price differences, which reality doesthe client perceive? Does he fully realize the difference between one and theother? That is the question that we all cross paths with.JLF – In emerging countries, for a developer to build better or worse, uglieror nicer, it’s all the same thing. He sells square footage. We can let him knowthat the project is weak and that it could be done much better. But why spendmore money with a sophisticated architect, –i.e. more complicated–who willdesign a more emblematic building, if you already have something that suitsyou perfectly? You already have everything approved and pre-sold or pre-let...This doesn’t exactly have a real solution. And nobody has the formula toovercome this conundrum. It happens everywhere and the only way out of thisvicious circle is by doing something that differentiates and then have it serveas an example. This is the current situation in the world: we are indisposedand do not know whether it is hunger or lack of sleep. One doesn’t knowwhat is wrong, but one feels discomfort. This gives us the feeling that we aresuspended, waiting for something that lingers. We feel the saturation and thedead-endlessness. Whenever you reach a paradox, a closed circle, a changecan be foreseen; a new dynamic about to transforms the circle into a spiral.I believe we are all under this expectation. Sure, there is a daily practice tomaintain. And of course there will still be projects and clients...ARCHI – What is the possible discourse of method?JLF – We give importance to the pursuit of the discipline. That, which isof architecture and architecture alone. And we focus on that; on its grammarand on its history. We come to realize that which was decanted by time hasyielded enduring results. There is always something implicit in what you seebeyond what it looks like. Starting from the categorial triad firmitas, utilitas andvenustas to define architecture is a good start. When you ask of architecture fordurability it is because it is architecture. It is like asking for it to be eternal. Youdon’t ask durability in fashion, because we know that it will last only six months...Even though nowadays there are many theories and ideas that advocate theephemeral. But that is a product of the time. When we speak of civilizations, of42 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOpassado algum tempo começamos a reconhecer as suas fragilidades, os seustiques. Quando vamos a La Villette (Paris) e vemos aquela esquizofreniadesconstrutivista (Bernard Tschumi), percebemos que nada daquilo é passívelde reapropriação, apesar de representativo da sua época. É um corpo construídotransgeracional, registo e memória de uma época e do momento em que se viveu.JLF – E se for preservado mantém-se ad eternum.PMB – Daí a responsabilidade deste processo de decantação, daquiloque fica de substancial, como um registo da uma época. E daí também a suaimportância para a sociedade como um todo.ARCHI – Essa é uma preocupação do PROMONTORIO?PMB – Essa deve ser a preocupação. Os prémios em arquitetura deviamsó ser atribuídos passada uma década de experiência de vida sobre as obras,de modo a que pudessem ser testados, experimentados, vividos…JLF – E absorvidos… Mas é preciso, ainda assim, perceber que a ideia deregisto e preservação de que falei não é no sentido exterior mas sim o que estána própria génese da criação da obra.PMB – Por vezes, perguntamo-nos o que de verdadeiramente substancialficará da nossa era. Qual o lastro que fica para reflexão e para o futuro.ARCHI – Há uma vocação internacional do PROMONTORIO?Que aspectos relevam na vossa arquitetura para conquistar o estatutoda permanência em lugares com culturas e vivências tão díspares?PMB – Não temos a pretensão de estar em todo o lado. Nem vivemosa obsessão de que a modernidade passa por isso. Kant viveu sempre a15 minutos da universidade, ia e voltava, num pequeno percurso diário, econseguiu mudar o mundo. Felini vivia na Cinecittà e detestava ter de lásair. Por isso, todos podemos estar próximos de casa e transformar o universoque nos rodeia. Seja como for, dada a dimensão do nosso ateliê, temosaberto, muito naturalmente, outros caminhos, outras geografias, procurandooportunidades.ARCHI – Existe uma estratégia previamente definida que aponte paradeterminados destinos?Existe sempre algo implícito no quese vê para além daquilo que parece.Partir da tríade firmitas, utilitas evenustas para definir a arquiteturaé um bom começo. Quando se pededurabilidade à arquitetura é porqueé arquiteturaThere is always something implicit inwhat you see beyond what it looks like.Starting from the categorialtriad firmitas, utilitas and venustasto define architecture is a good start.When you ask of architecturefor durability it is becauseit is architecturePMB – We don’t have to be everywhere. We don’t live the obsession thatcontemporary life must go through that process. Kant lived most of his life,15 minutes away from the University, went back and forth, fulfilling a trivialdaily route, and managed to change the world. Fellini lived in the Cinecittàand always hated having to get out of it. So, we can all be close to homeand transform the universe. Be that as it may, and given the size of our firm,we have very naturally opened other paths and other opportunities acrossborders.ARCHI – Is there a previously defined strategy that points to certaindestinations?44 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPMB – A internacionalização obriga a uma estratégia e não esperamosqualquer ajuda do Estado. Somos audazes, pacientes e entusiastas. Instalamo--nos e arriscamos. Criámos empresas em Moçambique e no Qatar.Temos uma parceria em Angola. Temos vários projetos em construção noEgito e na Federação Russa. Este é o nosso universo mais recente…E estamos ou temos estado em muitos outros países; principalmente no MédioOriente e no Magreb. Mas não somos “fly-bys”. Desagrada-nos a ideia deaterrar num aeroporto, vender aí um conceito de um centro comercial comumas torres de escritórios, um hotel, enfim. Entregar uns desenhos, uns 3Ds,cobrar 250 mil dólares, e apanhar o voo para o próximo sítio. É o grau zeroda profissão. Vender um papel ilustrado inconsequente, que parece estar maispróximo da publicidade do que da arquitetura. Não é esta a nossa perspectiva.A ambição do PROMONTORIO é sempre a de desenvolver o projeto deexecução e acompanhamento da obra até ao fim. Por isso, é para nós difícilconciliar quatro ou cinco países ao mesmo tempo em produção contínua.Cada país, cada comunidade exige uma proximidade com os clientes,com os lugares, com a paisagem, as entidades… Há ainda aquela outrapara-realidade que é a de os projetos serem feitos overnight na Índia ou nasFilipinas, em subcontratação de ateliês ingleses e americanos. A pergunta é, seas pessoas que lá estão sabem realmente o que andam a fazer? Desengane-sequem pensa que é possível ter uma bateria de gente a trabalhar na Índia ou naChina, e que conseguem produzir o que nós, europeus ou anglo-saxónicos,produzimos. O trabalho de arquitetura incorpora uma combinação deinteligência, conhecimento e experiência. Não é transmissível para alguémna convicção de que mecanicamente pode resolver os problemas… Mas hámuita gente a pensar que o arquiteto dá a ideia – a grande visão –, e depoisé tudo entregue ao mundo da “produção”. As oportunidades nos paísesemergentes gerarão também uma explosão dos chamados “novos autores”, e queconcorrem todos para o mesmo tipo de trabalho. Todos querem fazer o edifícioicónico e especial. O que os ingleses chamam: “signature buildings”, todosquerem um lugar ao sol. Cada vez mais, no mundo, há quatro ou cincoPMB – Internationalization requires a strategy and we do not expect anyhelp from the State. We are daring, patient and spirited. We move in and takerisks. We have set up companies in Mozambique and in Qatar. We have apartnership in Angola. We have ongoing projects in construction in Egypt andin the Russian Federation. This is our recent worldview... We are or have beenin many other countries, mainly in the Middle East and the Maghreb. But weare not “fly-bys”. We detest the idea of someone landing at an airport, sellinga concept of a shopping centre, some office towers with or without hotel, deliverthe drawings in two-weeks time, collect 250 thousand dollars, and move on theflight to somewhere else. It is the complete debasement of our profession. Sellinginconsequential illustrations, which, as a modus operandi, are closer toadvertising than architecture. Our ambition is to develop the project in full fromconcept and construction to the very opening day. Therefore, it is difficultfor us to imagine that we can be in four or five countries at the same time inpermanent production. Each country, each community, requires a certainproximity. It requires proximity not only to clients and authorities, but tothe place, the people, the landscape… There is that other worldview, by whichprojects can be made overnight, in India or the Philippines, by English and NorthAmerican subcontracting. The question is, do the people there really know whatthey are doing? Anyone who thinks that it is possible to have a bunch of peopleworking in India or China, and are able to produce what we Europeans andAnglo-Saxon, produce, should think again. Architecture requires a combinationof intelligence, knowledge and experience. Is not transferable to someone in thebelief that it can be made into a mechanical problem-solving... But there are a lotof people thinking that the architect gives the idea, – the big idea –, and then it’scan be delivered to the world by a “production system”… Globalization has alsogenerated a plethora of the so-called “new authors”, all competing for a pieceof the same pie. All wanting to make that very special and iconic building thatwill forever change the skyline of wherever city. The Brits call them “signaturebuildings”. There are four or five names to whom everything is admissible,– e.g. Zaha, Nouvel, Herzog, Gehry, Foster –, but, even in the Pritzkers,<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 45


PROMONTORIOautores a quem tudo é admissível – Zaha, Nouvel, Herzog, Gehry, Foster...–,mas, mesmo nos Pritzkers, o reconhecimento do mercado não é transversal.Pergunto se alguém conhece o último projeto de Glenn Murcutt?ARCHI – Esta diferenciação de princípios, valores, formas de estar e de vera arquitetura, que são os vossos, são bem acolhidos nesta lógica global denão querer dar tempo ao tempo?JLF – De uma forma geral são bem acolhidos. A nossa atitude é muitodialogada e a comunicação dos projetos é muito desenvolvida. Apresentamosas nossas ideias e projetos, explicamos porque fazemos assim, porqueentendemos que aquilo que apresentamos tem uma razão de ser. É precisoajudar a construir os critérios de análise dos projetos, é preciso encontraro racional do programa e da sustentabilidade dos projetos. É importante iralém da simples resposta com desenhos. É preciso ser consultor. Espera-seisso dos arquitetos e da sua experiência. E nós temos a preocupação de queos nossos projetos não sejam empreendimentos falhados e falidos.ARCHI – O ensino, a boa formação, o saber ver, é essencial.Há arquitetos teórica e visualmente mal formados? Também hámaus clientes?PMB – Há de tudo. Mas entendemos que o cliente é fundamental para haverprojetos. Ridicularizar o cliente ou referir-se a ele como alguém que estáfora dos segredos iniciáticos de que os arquitetos se julgam os guardiões e,por isso, não percebe nada, é no mínimo absurdo. Primeiro porque se o clientesoubesse não precisava do arquiteto, depois, porque há uma certa exposiçãopessoal e trocas pessoais que requerem uma confiança que importa nãodesprezar. A relação entre cliente e arquiteto deve ser marcada pelo respeitoe a lealdade.JLF – Respeitar o cliente não é uma espécie de bonomia. Nós aceitamosa discussão com o cliente. Normalmente, a discussão não piora os projetos.Mas não é o cliente que nos diz o que devemos fazer. O cliente coloca-nosnovos problemas, que contrariam o que achávamos estar fechado e bem, masas novas sínteses somos nós que as fazemos.market recognition is far from unanimous.I wonder if anyone is familiar with Glenn Murcutt’s the last project?ARCHI – This differentiation of principles, values, ways of being andseeing architecture, which are your own, are they welcomed in this globallogic of not wanting to give it time?JLF – In general I would say they are well received. Our attitude goesthrough dialogue and the project communication is quite developed.We present our ideas and our projects and explain why we work as we do,because we believe that what deliver has a raison d’être. One has to helpbuild the criteria for the analysis and one needs to find the rationale for theprogramme its sustainability. It’s important to go beyond the simple reply withdrawings. One must be a consultant. That is expected from architects and fromtheir experience. And we have the concern that our projects are not failed orbankrupt enterprises.ARCHI – Education, the learning process of seeing and approaching thework is essential. Are there architects bad architects? Are there bad clients?PMB – There is something of everything. But we believe that the customeris essential for the existence of projects. Mocking the client or referring tohim as someone who is outside initiated secrets of which the architects believethemselves to be the guardians of and, therefore, don’t know anything, is, atthe very least absurd. Firstly, because if the customer knew everything, hewouldn’t need the architect, secondly, because there is a certain personalexposure and certain personal and commercial exchanges that require aconfidence that should not be despised. The relationship between client andarchitect must be marked by respect and loyalty.JLF – Respecting the customer is not some kind of bonhomie. We acceptthe discussion with the client. Typically, the discussion does not worsen theprojects. But it is not the customer who tells us what we should do. Thecustomer places us new problems, which contradict what we felt to have befinished and so he should, but the new syntheses are made by us.ARCHI – However, there are limits to compromise...46 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOARCHI – Mas há limites para a cedência...JLF – Mas não há cedência nenhuma. Não estamos a ceder a nada.Respondemos a um programa que às vezes vai evoluindo, até pela própriaconsciência do cliente sobre o que pretende, mas somos nós que o fazemos.Ninguém fala em cedências quando vê uma “Descida da Cruz” de El Greco.Mas, se visse o contrato que dois anos antes da entrega ele assinou, percebiacomo muito do que lá está e a própria disposição das figuras foi uma exigênciada encomenda, além do prazo.ARCHI – Mas há clientes difíceis, que dão imensa luta…JLF – Isso é muito bom quando acontece. Um bom entrevistador faz-nosdizer coisas que provavelmente não tínhamos a intenção de dizer. O arquitetotem de pensar que também tem de ser provocado. O cliente não tem de fazero papel de morto à frente do arquiteto. Não podemos pensar que sabe o quesabemos ou mais do que sabemos; ou que temos de nos subjugar a ele. Nadadisso. Já nos aconteceu dizer: “Eu isso não altero, mas acredite, vai ver que vairesultar…” Esta confiança do cliente só é possível se de facto houver clima ese a relação for leal.PMB – Para muitos arquitetos existe ainda a ideia mítica desse clientechamado Estado, que, como entidade abstrata e inimputável, tudo permitia,e a qualquer preço.ARCHI – Em termos de futuro, quais são as vossas expectativas?PMB – O ateliê em Portugal é uma espécie de centro agregador, masestamos a criar raízes noutros sítios, que vão aumentando por si próprios.O nosso objectivo mais imediato é consolidar a presença em regiões onde jáestamos, principalmente no Médio Oriente, Magreb e África.JLF – Em Moçambique, um cliente disse-me que comparava os arquitetosaos médicos, no sentido que são alguém que gostava de ter próximo, paraconversar, para ajudar a pensar. O arquiteto, na sua função, deseja-setambém uma pessoa próxima, com quem se trava intimidade, em quem seconfia, para aconselhar, para ajudar a avaliar e a analisar, na procura dabeleza, do bem-estar e do conforto.JLF – But there is none. We are not giving in on anything.We respond to a programme that sometimes evolves, even by the customer’sown awareness about what he wants, but we’re the one who design the project.Nobody talks about concessions when they see a “Descent from the Cross” byEl Greco. But, if someone were to see the contract that he had signed two yearsbefore delivery, they would realize that much of what is there and the veryarrangement of the figures was a requirement of the client, in addition to thedeadline.ARCHI – But there are difficult clients. Clients that give an immense fight...JLF – That’s very good when it happens. A good interviewer makes us saythings that probably we didn’t intend to say. The architect has to think thathe must also be provoked. The client doesn’t have to play dead in front of thearchitect. We can’t think that he knows what we know or more than we know;or that we have to subjugate ourselves to him. None of it. We’ve had to say:“I won’t change that, but believe me, you’ll see that it will work...” Thisconfidence of the client is only possible if there is, in fact, a good environmentand if the relationship is loyal.PMB – For many architects there exists also this mythical entity of a client,which is both abstract and untouchable, called “The State”, that allowedeverything at whatever cost.ARCHI – In terms of the future, what are your expectations?PMB – The firm in Portugal is a kind of base that harbours the mainproduction, but we are putting down roots elsewhere, which are growing bythemselves. Our immediate goal is to consolidate the presence in areas wherewe already are, especially the Middle East, Maghreb and Africa.JLF – In Mozambique, a client told us that he compared the architects tomedical doctors, in the sense that they where someone good to have around,to talk, to help you think. The architect, in his metier, is truly a person to bewanted, to be trusted; someone who assesses and advises man’s search ofbeauty, wellbeing and comfort.<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 47


PROMONTORIOFluviário de Mora, AlentejoMora River Aquarium, Alentejo, Portugal48 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPlanta da cobertura Roof planÁreas expositivas Live exhibitsPiso técnico Technical floorCorte / Entrada e circuitoda exposição multimédiaCross section / Entrance andmultimedia exhibition circuitCorte transversal / AquáriosCross section / Live exhibitsPiso térreo Ground floor planCorte longitudinal Longitudinal sectionCorte transversal Cross section50 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOFachada nascente East facadePassadiço WalkwayPórtico PorticoEntrada Entrance<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 51


PROMONTORIOMontagem in-situ do pórtico de betão pré-fabricadoOn-site assemblage of precast concrete elementsAfastado das intensas atividadeslúdicas e piscatórias do rio, ofluviário está implantado numaplataforma gerada pela suavetopografia do terreno na confluênciade dois pequenos cursos de água.Esta quase bacia natural realçaa relação fundamental entre osconteúdos temáticos do edifício ea presença da água. O edifício foipensado como um volume compactoe monolítico, protegido do escaldantesol alentejano por um conjuntode finos pórticos equidistantes empré-fabricados de betão brancocom vãos de 33 metros, evocando apresença longilínea dos canónicosmontes alentejanos. Os sistemasde ensombramento e de ventilaçãotransversal, em conjunto com oscircuitos de água, contribuempara a diminuição da energia dearrefecimento, o desenvolvimentosustentável de humidade e o bemestar da flora e da fauna. Assentenum maciço de betão, este pequenohangar de lâminas de betão envolveum conjunto de caixas no interiordas quais se desenvolve o programa,nomeadamente, a receção, bilheteirae loja, cafetaria, áreas expositivas,centro de documentação, pesquisae educação, aquários, uma zonamultimédia e um pequeno auditório.Em contraste com o branco daenvolvente exterior, o interiorobscurece-se, minimizando oimpacto dos raios ultravioleta sobreas espécies vivas e permitindo umamaior profundidade visual dosaquários.52 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>O vazio de sombra geradoentre as caixas de programa e ospórticos de betão permite uma visãointermitente da paisagem circundante,produzindo um efeito de aceleraçãodas perspetivas. Por outro lado, oseu atravessamento, que culminana passagem sobre o lago, é, em simesmo, um dos mais importanteshabitats do Fluviário em exposição.A exibição das espécies vivas,principal propósito de um aquário,reproduz, através de complexos“sistemas de suporte à vida”, ascondições de habitat das diferentesregiões, permitindo ter lado a ladoespécies inteiramente diferentes.Na cave, estes “sistemas de suporte”são garante da estabilidade datemperatura da água, do seu PH,do controle de qualidade, filtrageme parametrização de cada habitat,sendo alimentados por uma galeriade condutas para monitorizaçãoe fornecimento da água sob cadaaquário. O fornecimento de águaefetua-se através de um poçoexistente no terreno, cuja águaé bombeada para um depósito,permitindo a sua reutilização.O piso técnico incorpora aindaespaços para espécies em quarentena,zonas de preparação alimentar,laboratórios e apoios logísticos.Com uma área total construída de2000 m², o fluviário inclui mais de500 espécimes vivos e deverá receber200.000 visitantes por ano.Integrated in the Ecological WildPark of Gameiro and bordering theRaia stream, the building standsamidst a secluded field of cork andolive trees removed from the moreintense leisure and fishing activitiesof the river. The plot’s gentlyundulating topography forms abasin at the confluence of two smallwatercourses. Placing the aquariumat the edge of this quasi-naturalretaining lake brought together thefundamental relation between itsthematic contents and the presence offresh water.Given the blazing Alentejo sunand the need to create shade, thebuilding was devised as a compactand monolithic volume with apitched shelter of thin white pre-castconcrete porticos with single spansof 33m, evoking the profile of thecanonical Alentejo whitewash barnsknown as “montes”. The shadingand cross ventilation systems alongwith the water circuits foster thereduction of cooling energy, thesustainable increase of humidityand the wellbeing of animal andplant life. Standing on a massiveconcrete plinth with a built-instairway-cum-ramp entry, the pitchedshed veils a set of mute boxes thatcontain the programme, namely;reception, ticketing and shop,cafeteria, changing exhibits hall,documentation centre, research andeducation, live exhibits, multimediaand a small auditorium. Inside, theexhibition spaces tend to be dark, inorder to minimize UV impact on thelive exhibits and allow visitors anin-depth viewing of the aquariums.The outdoor void between theseprogramme boxes and the pitchedshed generates not only acceleratedviewpoints onto the outside butalso a promenade that culminatesin the passage through a bridgeover the lake which in itself is alsoa live exhibit of animals and plantscollected and nurtured in the region.The live exhibits, the main featureof an aquarium, reproduce, throughcomplex life support systems, thehabitat conditions of differentregions allowing to exhibit side-bysidethe various animals and plants.On the basement, these supportsystems guaranty stability of watertemperature, ph, quality control andfiltering for each habitat parameter,including a duct gallery below eachexhibit to supply and monitor thewater. For this building, the water istaken from a well on the plot, pumpedinto a deposit and regenerated afteruse. In addition, areas for animalquarantine, food preparation,laboratories, staff facilities, andlogistics complete the technicalfloor. Other than the in-situ concretecast plinth and the white pre-castporticoes, the programme boxesare built in polished finish plasteredterracotta masonry with steel framesand varnished MDF carpentry.With a total built area of 2000 sq.m,the Mora River Aquarium includesmore than 500 live specimens and isexpected to receive 200,000 visitorsper year.


PROMONTORIOGodo (85m) 3 11/32” (85mm) cobble pavingTela impermeabilizante Waterproofing membraneIsolamento térmico (30mm) 1 3/16” (30mm) insulation layerChapa metálica canelada (30mm) 1 3/16” (30 mm) corrugated steel sheetingViga em perfil I 140 mm 5 33/64” (140 mm) h. double T-section steel beamRufo em alumínio Aluminium flashingViga principal em perfil H 270mm 10 5/8” (270 mm) h. double T-section steel principal beamForra cerâmica (30mm) 1 3/16” (30mm) tile claddingViga reforçada em betão (200mm) 7 7/8” (200mm) reinforced concrete slabGesso cartonado pintado a brancoGypsum board painted white suspended from steel arched box-shaped profiles connected to wall frameIluminação indirecta Lighting recessed in false ceilingTecto falso em gesso cartonado pintado a tinta de água cor RAL 9010False ceiling in gypsum board painted white suspended from frame of steel profiles on adjustable tie rodsIsolamento acústico em lã de rocha (30mm) 1 3/16” (30mm) rockwool acoustic insulation panelPlaca de mdf (150 x 20mm) pintada a preto 5 29/32” x 25/32” (150 x 20mm) wood fibre pannels painted blackPlaca em mdf com velatura Slat in wood fibre finished with antifouling paintPainéis de mdf pintados a preto Wood fibre pannels painted blackPainéis de mdf pintados a preto Wood fibre pannels painted blackAlheta (20mm) a cada 150mm 25/32” (20mm) wall reveal placed every 5 29/32” (150mm)Porta (60mm) em ripado de madeira e vidro com moldura metálica2 23/64” (60mm) thick door in strips of wood and glass panels with sheet metal frameIsolamento acústico em lã de rocha (50mm) 1 31/32” (50mm) rockwool acoustic insulation panelParede de alvenaria de tijolo (110mm) Masonry wall in 4 21/64” (110mm) bricksIsolamento térmico (30mm) 1 3/16” (30mm) layer of wallmate insulationCaixa de ar de 30mm 1 3/16” (30mm) airspaceParede de alvenaria de tijolo (110mm) Masonry wall in 4 21/64” (110mm) bricksReboco areado fino regular pintado a branco (20mm)25/32” (20mm) layer of fine and even sandblasted plaster painted whiteAcabamento com endurecedor de superfície pintado em cinza escuro (20mm)25/32” (20 mm) layer of plaster painted dark greyLaje reforçada em betão (200mm) 7 7/8” (200 mm) reinforced concrete slabGodo (85mm) 3 11/32” (85mm) cobble pavingIsolamento térmico (30mm) 1 3/16” (30mm) insulation layerTela impermeabilizante Waterproofing membraneBetonilha de enchimento (60 mm) 2 23/64” (60 mm) concrete screed fill<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 53


PROMONTORIOColégio Parque, CascaisParque Kindergarten, Cascais, Portugal54 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPlanta do piso superior e alçado sulUpper floor and south facade56 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPlanta do piso térreo e alçado poenteLower floor and west facade<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 57


PROMONTORIODesde o seu início, o atelierPROMONTORIO esteve envolvidoem projetos educacionais. De escolase equipamentos culturais a museuse galerias de arte, várias abordagensforam testadas e implementadas comsucesso considerável, constituindoexperiências acumuladas.Trabalhando em estreita colaboraçãocom professores e pedagogos, oPROMONTORIO questionou osprincípios espaciais da típica salade aula, promovendo uma interaçãomais fluida e dinâmica que respondaà crescente procura de métodos deaprendizagem flexíveis, tanto ao nívelda pré-primária como do ensino básico.Após pesquisa e ensaios com aequipa de O Parque, o módulo desala de aula pentagonal ganhouconsistência, criando um ambienteunificado capaz de responder a umprojeto educacional dinâmico epolivalente. Variando em escala ealtura, as salas de aula, a biblioteca,o atelier e o refeitório, fluem numasequência de espaços amplos esurpreendentes, não só numa perspetivainterior como exterior. Revestida a calbranca, a articulação tectónica entrecheios e vazios, gera um contrasteentre as paredes portantes de alvenariade tijolo burro e de betão moldadoin situ e os amplos planos de vidrotransparente. Estes, quando abertos,mitigam as fronteiras entre espaçoexterior e interior. Além do mais,o tijolo perfurado ocasionalmentepermite a entrada de ar e luz em váriospátios isolados.58 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>Since the very beginning on itspractice, PROMONTORIO has beeninvolved on educational projects.From schools and cultural facilitiesto museums and art galleries, a widerange of learning approaches hasbeen tested and implemented withconsiderable success and accruedexperience.Working in close collaborationwith the teachers and pedagogues,PROMONTORIO has attemptedto challenge the preconceivedclassroom space planning principles,into a more fluid and dynamicspatial interaction that meets theincreasing demand for flexibilityin the learning methods, both atkindergarten and primary schoollevels. After research and mockuptesting with the Parque team,the pentagonal classroom modulegained consistency as a unifyingenvironment able to respond toa dynamic multitask educationalproject. Ranging in scale and height,the classrooms, the library, theart room and the canteen flow in asequence of generous and surprisingspaces both from the outside and theinside. Whitewashed in burnt lime,the tectonic articulation between theportent walls of bond brickwork andconcrete cast in-situ, contrasts withlarge and transparent glass panes.The latter, when open, blur theboundaries between outside andinside. In addition, the occasionallypunctured brickwork lets air andlight into a series of secluded patios.Entrada EntranceSala polivalente Multipurpose classroom


5PROMONTORIO59,2 75350110 20 110 110350110 20 110 110395 100 100 901<strong>24</strong>00260 14015 1535040120 1503011040201106011010110 160 527050 10 290360110180360180110 20 40 150 3050 110 20 110 11037,2 72,8 201037,2 72,8 20110 2010122361<strong>24</strong>70250 5 40 50 54004,5 91 5,5 277 2 201515180150401802011050 139120 18 5022830014 23040 20 110230230301504020110Pormenores da fachadaFacade details15151504014091 5,550 10040360<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 59


PROMONTORIOÓpera de Alepo, SíriaAleppo Opera House, Syria60 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOBiblioteca LibraryTeatro TheatreÓpera Opera HallPórtico aberto Open PorticoEstudo de padrão da fachadaFacade study patternTerreno PlotDiagrama programáticoProgramatic diagramLocalização Location Alepo, Síria Aleppo city centre, SyriaCliente Client Município de Alepo Municipality of AleppoPrograma Programme ópera com 1,600 lugares, teatro com 500 lugares e biblioteca1,600-seats opera, 500-seats theatre and city libraryABC GBA 65,000 m 2Área do terreno Plot size 21,000 m 2Investimento estimado Estimated investment USD 250MData Project status 2010 (concurso por convite shortlist competition)Entrada principal Main entranceOpera hall<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 61


PROMONTORIO2º balcão, salas de ensaioe camarins2 nd balcony, rehearsal roomsand dressing rooms1º balcão e camarins1 st balconyand dressing roomsPalco e plateiada ópera e do teatroOpera and theatrestages and audienceBiblioteca LibraryFoyer principale espaços técnicosMain Foyerand technical roomsArquivos ArchivesPórticoPorticoPiso técnicoTechnical levelEstacionamentoParkingVista do portico de entrada Street view of entry portico62 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOVista da Ópera a partir da Cidadela de AlepoView of the Opera house from Aleppo’s CitadelFotografias da maqueta Model photosAlepo é a maior cidade da Síriae a capital da região mais populosa(2,3 milhões de habitantes)no Levante. Durante séculos,Alepo foi a terceira maior cidadedo Império Otomano, depois deConstantinopla e Cairo.Apesar da sua proximidade aDamasco, possui uma identidade,arquitetura e cultura singulares,marcadas por uma históriae geografia distintas.Aleppo is the largest city in Syriaand regional capital of the mostpopulous constituency (pop. 2,3M)in the Levant. For centuries,Aleppo was the 3rd-largest cityof Ottoman Empire, afterConstantinople and Cairo.Although relatively close toDamascus, it is distinct in identity,architecture and culture, shapedby a markedly different history andgeography.Áreas públicasPublic areasÁreas de serviçoService areasNúcleo de circulaçãoCirculation core<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 63


PROMONTORIOVolumeVolumeVolume do pórticoPortico volumeVolume subtraídoCarved porticoPátio subtraídoCarved patioEsferas subtraídasCarved domesCaixa envolventeSurface envelopePele texturadaTextured skinDiagrama formal Formal diagramOpera hallTeatro Theatre64 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPlanta do piso térreo / Foyer principalGround floor plan / Main foyer<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 65


PROMONTORIOPlanta do 1º piso / Foyer da sala de ópera1 st floor plan / Opera hall foyerCorte longitudinal pela sala de ópera Longitudinal section through opera house66 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPlanta do 5º piso / Biblioteca5 th floor plan / LibraryCorte longitudinal pelo teatro Longitudinal section through theatre auditorium<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 67


PROMONTORIODiagrama de fachada Facade diagrammeO programa do concurso para aÓpera e para a Biblioteca Municipaltem por objetivo recolocar a cidadecomo centro de confluência de religiões,culturas, de relações económicas epolíticas, numa interação ao longo dosséculos, entre o leste do Mediterrâneo,o Médio Oriente e a Europa.Com mais de 2 hectares e localizadonum dos principais pontos deconvergência do centro de Alepo– entre a Grande Mesquita e oFountain Square-, o lote apresentafortes restrições de construção.O volume cumpre, quaseautomaticamente, as restriçõesdo planeamento e os requisitosprogramáticos, nomeadamente alimitação da área de implantação doedifício em 45 por cento da área dolote. Tudo isto conduz a uma formaedificada simples e compacta. Naessência, uma caixa retangularconcentra várias funções que partilhamo mesmo espaço. Uma cortina semi--transparente rendilhada ou de vimeenvolve a “caixa” atrás da fachadaestrutural, apresentando um padrãoevocativo de um motivo de celebraçãohistórica de Alepo – folhas e flores depistacho; um padrão que, conjugadoem várias combinações, frequentementemigra do tradicional motivo detapeçaria, olaria ou serralharia, para aarquitetura.A ideia de leveza e transparênciaé ainda reforçada pela arcada que aenvolve, numa sequência ascendente.Concebida geometricamente comouma rede estrutural de quadradose cilindros intercetados por arcose cúpulas esféricas, um amplopórtico ao ar livre ou um pornaos,anuncia a entrada do edifício. Este,transmitindo o pathos cerimonial e asolenidade simbólica de acordo coma magnitude desta estrutura cívica, é,simultaneamente, uma reminiscênciaespacial do ambiente do Souk de Alepo,atribuindo ao local uma sensação maisde estar do que apenas de passagem.O mesmo princípio de interseçãode arcadas atravessa os átrios numasequência una. Todo o espaço públicobaseia-se numa gramática arquiteturaltridimensional de influência Árabee do Levante, tal como a transiçãodas superfícies exteriores em pedramonocromática, para os espaçosinteriores em betão branco e folha deouro.No interior, a Ópera apresenta-secomo um auditório clássico, com plateia,camarotes e balcões em diferentes níveis,cujas frentes apresentam um padrãoacústico em folha de ouro e um enormelustre suspenso do teto. A bibliotecaencontra-se sobre a sala de espetáculos,ocultando parte do volume da teia dopalco e das diferentes áreas técnicas,permitindo, ao mesmo tempo, a criaçãode um terraço arborizado na cobertura.The competition programme for theOpera House and City Library of theMunicipality aims to celebrate the cityas a unique canvas of the cultural,economic, religions and politicalinteractions across centuries betweenthe east of the Mediterranean, theMiddle East and Europe.With more than 2 hectares andlocated in a major junction of Aleppo’scentre, – between the Great Mosqueand the Fountain Square –, the plothas severe building restrictions.The massing follows almostmechanically the compliance with theplanning constrains and programmerequirements, namely the limitationof the building footprint to 45% ofthe plot. All this lead to a simple andcompact built form.In essence, a rectangular box withinwhich the various functions share thesame hall. A semi-transparent draperyof lace, or wickerwork, envelopsthe “box” behind the structuralfaçade, using an evocative pattern ofAleppo’s historically celebrated motifof pistachio leaves and flower; apattern whose intricate combinationsrecurrently migrate from the traditionof tapestry, ceramics and metal workinto architecture.The idea of lightness andtransparency behind this veiled box isfurther reinforced by the archway thatevolves in a rising sequence touchingthe ground and finally merging withthe dressing theme.Geometrically conceived as astructural grid of squares andcylinders intersected by arches andspherical domes, a vast open-airportico or pronaos, announces theentry to the building. The latter,conveying the ceremonial pathos andsymbolic solemnity in accordance withthe magnitude of this civic structure, isalso spatially reminiscent of ambianceof Aleppo’s Souk, imparting the placea sense of being, rather that justpassing through.The same principle of intersectedarchways follows through into thefoyers in a unified sequence.The whole public space is thereforebased in a three-dimensionalarchitectural grammar of Arab andLevantine influence, such as thetransition from a monochromaticexternal surface in stone, to the whiteconcrete and gold-leafed interiorspace. Inside, the Opera is an alltimeclassic auditorium with stalls,boxes and multi-level balconies, withits bulkheads in an acoustic gold--leafed pattern and a large centralchandelier. The library seats on topof this theatre box, thereby concealingpart of the volume of the stage towerand technical areas, simultaneouslyoffering the opportunity for alandscaped rooftop courtyard.68 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOSala de leitura da biblioteca Library reading roomsSala de índices / Cafetaria com vista para a Cidadela Index room / Cafeteria overlooking the CitadelAlçado norte North elevation<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 69


PROMONTORIOVivaci Guarda, GuardaVivaci Guarda, Portugal70 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPlanta de implantação Site planLocalização Location Guarda, PortugalPromotor Developer FDO Imobiliária, SAPrograma Programme Centro comercial Downtown community mallABC GBA 21,900 m 2 (12,250 m 2 abaixo do solo below grade)GLA ABL 14,000 m 2Lojas Shops 82Lugares de estacionamento Parking 395Investimento Investment EUR 31,4MData Project status 2005 (conceito concept) – 2008 (construído built)Alçado sudeste e entrada do piso 0 Southeast facade with level 0 entrance<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 71


PROMONTORIOAlçado sudeste Southeast facadePormenor de fachada Facade detailCortes transversais Cross sections72 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOAlçado noroeste Northwest elevationAlçado sudeste Southeast elevationCorte longitudinal Longitudinal sectionPiso -1 Level -1<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 73


PROMONTORIOA. Cobertura RoofLajetas de pedra 50x50cm Stone floor tiles 50x50cmIsolamento térmico 60mm Thermal insulation 60mmManta asfáltica sobre pintura betuminosa Waterproof membrane with betouminous coatCamada de forma pendente 1,5% mínimo Screed finished to falls 1.5% Minimum pitchLaje em betão armado 250mm Reinforced concrete slab 250mmB. Fachadas FacadesPainéis pré-fabricados em betão branco 120mm White precast concrete panels with bas relief striae 120mmGrampos em aço inox chumbados à estrutura 40mm Stainless steel dogs imbedded in the concrete structure 40mmIsolamento térmico 40mm Thermal insulation 40mmParede de alvenaria de cimento 110mm Mansory block wall 110mmPainel de poliestireno expandido 100mm Extruded polystyrene (xps) panel 100mmReboco sobre armadura em fibra de vidro Glass reinforcement concrete with plaster finishRufagem em zinco Zinc copingC. Caixilharia Frame systemsSistema em tubulares de aço inox 100x50x5mm Stainless steel tubular frame 100x50x5mmVidro duplo laminado/temperado 6.6.2/4/8mm Flush double glazing w/ 8mm cavity and neoprene membraneD. Áreas públicas Public areasTetos em gesso cartonado pintado 13mm Ceilings in drywall suspended system 13mmPavimento Pavement:Terrazzo com pintura epoxy 10mm Terrazzo with epoxy paint 10mmBetonilha de enchimento 90mm Concrete screed infill 90mmLaje em betão armado 250mm Reinforced concrete slab 250mmGuarda Handrail:Vidro laminado 12.12.4mm Laminated double glazing w/ 4mm cavity 12mmCorrimão em tubo de aço inox Stainless steel hollow tube handrailPerfil U 370x10mm U-steel ledge profile 370x10mmFrente de loja Bulkheads:Perfil HEA 100 metacrilato cinza 100x100x6mm HEA 100 steel ledge profile 100x100x6mmPerfil L de remate 100x50x6mm L-steel ledge profile 100x50x6mmE. Arranjos exteriores LandscapingMicro cubo de granito 100x100mm Granite cube pavement 100x100mmCamada de assentamento 80mm Settlement 80mmCaixa de areia 150mm Sand box 150mmTerreno compactado Compressed landLancil em granito 150x500mm Granite raised kerb 150x500mmLajeado em granito 60mm Granite tiles 60mmF. Porta de entrada Entrance doorPivotante com moldura em perfil U aço inox 40x20x5mm Swinging door in stainless steel frame 40x20x5mmVidro laminado/temperado 6.8mm Laminated and tempered double glazing 6.8mmG. Estacionamento ParkingParede de contenção em betão 50cm Concrete containment wall 50cmCaixa de ar com caleira de drenagem Cavity with drainage gutterAlvenaria de blocos de cimento 110mm Concrete block mansory 110mmChapa perfilada de aço galvanizado lacada Profiled varnished galvanized steel platePavimento em betão com endurecedor Concrete hardener on concrete pavementCorte construtivo Constructive detail section74 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPiso 4 Level 4Piso 3 / Entrada Level 3 / EntrancePiso 2 Level 2Piso 1 / Supermercado Level 1 / SupermarketPiso 0 / Entrada Level 0 / Entrance<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 75


PROMONTORIONortheast facadeAlçado norte North facadeAlçado sul South facadeEntrada do piso 3 Level 3 entranceEntrada do estacionamento Parking entrance<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 77


PROMONTORIOÖböl XI, Budapeste, HungriaÖböl XI, Budapest, Hungary78 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOLocalização Location Öböl District (Budapest), HungaryPromotor Developer Chamartín SGPS SAPrograma Programme Edifício de usos mistos com centro comercial, habitação e escritóriosMixed-use with shopping centre, residential and officesABC GBA 70,000 m 2ABL GLA 30,000 m 2Lojas Shops 65Lugares de estacionamento Parking 2,000Data Project status 2007(masterplan e estudos de viabilidade master planning and feasibility studies)Vista da maqueta a sudeste Model view towards southeastVista da maqueta a nascente Model view of east elevationVista da maqueta a sul Model view towards south<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 79


PROMONTORIOA praça coberta, concebida comouma espécie de salão público queserve todo o novo quarteirão, geraum espaço flexível para a realizaçãode eventos que oferecem à cidademúltiplas oportunidades pararevitalizar a vida urbana.The covered plaza, devised as akind of Public Hall to the whole newquarter, generates a flexible spaceof events that offer the city multipleopportunities to enrich urban life.Vista nordeste Northeast viewVista oeste View towards westPraça pública coberta Covered public square80 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPiso 5 Level 5Piso 1 Level 1Axonometria AxonometricPiso 0 / Entrada Level 0 / EntranceCorte longitudinal e alçado oeste Longitudinal section and west facadeVista aérea do modelo Model birds eye viewPiso -1 Level -1Estacionamento ParkingProjeto de uso misto composto por um Centro Comercial e umapraça pública previstos no novo plano para a frente do rio Danúbio,no Distrito de Öböl, em Budapeste. O programa inclui habitação,escritórios, lojas, espaços de lazer e centro comercial, ocupandouma área bruta total de 70.000 m², enquanto a área útil total,dividida entre o retail park e o centro comercial, é de 31,000 m².Mixed-use project comprising a Shopping Centre and a PublicPlaza on the riverfront of the Danube’s new scheme of the ÖbölDistrict, in Budapest. The programme includes housing, offices,leisure, retail and shopping centre, achieving a total gross area of70,000 sq.m, while the total GLA, divided between retail park andshopping centre, is of 31,000 sq.m.<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 81


PROMONTORIOLoft, Lisboa orientalEast Lisbon Loft, Portugal82 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOLocalização Location Braço de Prata, Lisbon, PortugalCliente Client Privado PrivatePrograma Programme Tipologia T7 7-bdr loftABC GBA 500 m 2Custo de construção Construction cost EUR 120,000.00Data Project status 2007 (conceito concept) – 2008 (conclusão completion)Planta Plan<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 83


PROMONTORIOZona de estar Living space84 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOCozinha KitchenZona de jantar Dining areaCozinha KitchenCortes Sections<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 85


PROMONTORIOÁreas de circulação Circulation areasSuite principal Master suiteLisboa tem poucos lofts, seconsiderarmos esta tipologia umareutilização dos famosos armazénsamericanos de vários pisos em ferrofundido, pela única razão de queesta indústria incipiente dificilmentejustificava o armazenamento vertical.No entanto, na área oriental portuáriade Lisboa, por um breve período detempo no início da década de 70, umacordo entre a indústria ligeira decarga e companhias transportadorasjustificaram armazéns de vários pisos,dado Lisboa ser uma cidade comcustos de terreno significativos.Este loft localiza-se num edifíciocom uma pesada estrutura de betãosuportada por colunas com capitelquadrado com 5 pisos, 5 metros de pé--direito e elevadores de carga.Com vista para o Tejo, os novosocupantes do open space originalde 500 m2, é uma família numerosaque optou por não compartimentaro espaço, para além dos quartos/casas de banho e de um ginásio. Ascolunas e capitéis, juntamente com oantigo guindaste elétrico deixado nasala de estar/sala de jantar/cozinha,contrasta com a domesticidade daescala dos pés direitos, mezzaninose corredores estreitos. Paredesleves contêm a sala, em torno daqual um corredor garante toda acirculação, preservando a liberdadeespacial do armazém original.Detalhes construtivos deixados “embruto” e materiais simples foramcuidadosamente selecionados,combinando com a atmosfera pósindustrialdo edifício.Lisbon has very few “loft”buildings, if one is to take thisresidential typology from the reuse ofthe celebrated American multi-storeycast-iron warehouses, simply becauseits incipient industry hardly everjustified vertical storage.However, inthe East Port area of Lisbon, and for abrief period of time in the wake of the1970s, a settlement of light industryrelated to cargo and freight companiesjustified multi-storey warehousinggiven Lisbon’s already meaningfulland costs.The building where this loftapartment is located is a portent5-storey concrete structure, with cargoelevators and 5m-height floors, heldby rectangular mushroom columns.Overlooking the Tagus River, thenew occupants of the original 500sq.m open-space, are a large familythat has chosen to make few divisions,other than the bedrooms-plus-toiletboxes and a gym.The columns and capitals, togetherwith the old electrical crane left in theliving-room/ open kitchen, contrastswith the domesticity introduced by thecontrol for ceiling heights, mezzaninesand narrow passages. Lightweightwalls have introduced a genericcompartment while a loop circulationsystem maintains the sense offreedom that yields from the originalwarehouse. Rough construction detailsand a very simple material palettewere carefully chosen to go with thepost-industrial atmosphere.<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 87


PROMONTORIOLocalização Location Sabboura district (Damascus), SyriaOperador Operator Kempinski Hotels & ResortsPropriedade Property MAF Syria for Investment and Development (Majid Al Futtaim Group)Programa Programme Hotel de 5 estrelas, aparthotel e sala de conferências5-star 250-bdr business hotel, function centre and serviced apartmentsDesign de Interiores Interior Design PROMONTORIOABC GBA 26,000 m 2 (hotel), 19,000 m 2 (apartamentos apartments)Data Project status 2010 (master planning) – 2011 (conceito concept design)Sabboura é um terreno com 100hectares, localizado em Yarfour,na área rural de Damasco, 17quilómetros a oeste da capital daSíria e adjacente à autoestradaDamasco-Beirute, a uma distância de22 quilómetros da fronteira libanesae a 175 de Amã, na Jordânia. Paraeste local, de topografia quase plana,rodeado pelos Montes Golã, o GrupoMAF encomendou o masterplanà AECOM, complementadoposteriormente por Nabil Gholam, naperspetiva de transformar o local numimportante destino turístico regionale internacional.O projeto, Khams Shamat, visaatrair visitantes do Líbano, Jordâniae da região do Golfo, e integra, numprograma de usos mistos, um centrocomercial, um parque público degrande escala, zonas empresariais,alojamentos turísticos e estruturasde apoio.No centro do plano, o hotelKempinski surge como marcoarquitetónico e programático,compreendendo, para além de umhotel com 250 quartos e um centrode conferências, uma torre icónicade 100 m destinada a aparthotel,o edifício mais alto de KhamsShamat. A sua localização, próximaàs principais entradas pedonais docentro comercial, confronta a praça,que se assume como o centro cívicode todo o plano e o local de maiorprestígio.Sabboura is a green-field with 100hectares, located in the Yarfour areaof rural Damascus, 17 km west ofthe Syrian capital and adjacent tothe Damascus-Beirut highway, at adistance of 22 km from the Lebaneseborder and 175 Km from Amman,in Jordan. For this relatively flatsite, surrounded at distance by theGolan Heights, the MAF Groupcommissioned a vast master plan,initially developed by AECOM andfurther complemented by NabilGholam, into becoming a majorregional and international tourismdestination.The development, be-named KhamsShamat, aims to attract visitorsfrom Lebanon, Jordan and the Gulfregion, and comprises a mixed-useprogramme zoned to accommodate ashopping centre, a large public park,business districts, touristic vacationingquarters and ancillary uses.At the heart of this master plan, theKempinski hotel will be the landmarkof the site, both architecturally andprogrammatically, insofar as itcomprises, besides the 250 keys hoteland function centre, a 100 metrestower with serviced apartments,which will be Khams Shamat’s highestbuilding. Its location, next to the keypedestrian entrances of shoppingcentre, faces a square that will be thecivic focus of the whole developmentand its most prestigious address.Praça de Khams Shamat Khams Shamat squarePraçeta do hotel Kempinski Kempinksi hotel square<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 89


PROMONTORIOMaqueta de estudo Study model90 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPiso térreo / Drop-off, lobby, receção, cafetaria e sala de buffet Ground floor / Drop-off, lobby, reception, coffeshop and all-day dining<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 91


PROMONTORIOLobby do hotel Hotel lobby92 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPiso mezzanine / Restaurantes e bares Mezzanine floor / Restaurants and bars<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 93


PROMONTORIOHotel Tivoli Victoria Banyan Tree, AlgarveTivoli Victoria Banyan Tree Hotel, Algarve, Portugal96 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPormenor de terraço Detail of terraceAla de quartos Guestroom wingLocalização Location Vilamoura (Algarve), PortugalPromotor Developer Espirito Santo GroupOperador Operators Tivoli Hotels & Resorts/ Banyan Tree Hotels & ResortsProgra Programme Hotel, centro de conferências e spa280-bdr golf resort hotel, conference centre and spaABC GBA 36,000 m 2 (12,000 m 2 abaixo do solo below grade)Projecto de arte Art Project Pedro Calapez, Gabriela AlbergariaInvestimento Investment EUR 60MData Project status 2004 (conceito concept) – 2009 (construído built)<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 97


PROMONTORIOPiso superior / Entrada principal Upper level / Main entrancePiso inferior / Piscina Lower level / Pool98 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPormenor de fachada Facade detailAla nascente East wingAla poente West wingAla nascente East wingVarandas dos quartos Guestroom balconies<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 99


PROMONTORIOTerraço da piscina Upper terraceEntrada EntranceAla nascente East wingVarandas dos quartos Guestroom balconies100 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOEdifício principal Main building<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 101


PROMONTORIOABCBaixo-relevos de Pedro Calapez Bas-reliefs by Pedro CalapezCDeck em ipê sobre ripado de madeira(55+45mm)55mm ipê deck on 45mm wood frameEstrutura metálica em perfil I(h=200mm)200mm i-section steel girderCaldeira (h 1500mm min.)DEFGAGodo (50mm) 50mm layer of gravelFiltro geotêxtil Geotextile filterIsolamento térmico (40mm)40mm thermal insulationImpermeabilizaçãoWaterproof membraneCamada de forma (100mm)100mm screed finished to fallsLage em betão armado (250mm)250mm reinforced concrete slabTecto falso em gesso cartonadohidrófugo(13mm)13mm waterproof gypboardsuspended ceilingIsolamento acústico em lã de rochaAcoustic mineral wool insulationPlatibanda com painel pré-fabricadoem betão brancoWhite concrete precast panel vergePeças de remate pré-fabricadasem betão brancoWhite concrete precast ledgesgrampeagem de fixação (60mm)60mm steel dogIsolamento térmico projectado (30mm)30mm sprayed thermal insulationMurete de betão (200mm)200mm concrete wallRevestimento de argamassa (20mm)20mm cement coatReboco sobre fibra de vidroe isolamento (40mm)40mm fiberglass armourand thermal insulationCapeamento em zinco (2mm)2mm zinc copingBPilar revestido a ardósia pretaimpermeabilizadaWaterproofed black slate tilecladding on columnPavimento em ardósia preta (30mm)30mm waterproofed black slate tilesImpermeabilizaçãoWaterproof membraneAssentamento (20mm)20mm weaker concrete layingCamada de forma(pendente 1.5%; min 50mm)50mm screed finished to falls(1.5% pitched area)Lage aligeirada em betão armado(150mm)150mm lightweight reinforcedconcrete slabJunta de dilatação com cordãode silicone (30mm)Waterproof silicon sealant w/ 30mmexpansion jointPedra amovível (igual ao restantepavimento)Maintenance removable 3mmwaterproofedApoio em chapa de aço inox (esp. 7mm)7mm stainless steel sheetsupport structureCaleira impermeabilizada (10mm)10mm hydraulic micro-mortar gutterPastilha de vidro sobremicro argamassa (5.10mm)Glass mosaic tiles on micro-mortarTanque em betão armado (250mm)250mm reinforced concrete tankPescoço de cisne em tubularem aço inox polidoø 80mm polished stainless steelCaixilharia fixa em tubular de alumínioanodizado côr champanheAluminium fixed frameanodized golden champagne coatVidro duplo com caixa de ar8mm laminated double glazingw/ 10mm cavityToldo sombreador exterior Sun blindSoleira em peça de betão brancopré-fabricadaDitch (min. depth 1500mm)Parede de alvenaria de betão (150mm)150mm mansory concrete wallIsolamento térmico projectado (40mm)40mm sprayed thermal insulationFiltro geotêxtil Geotextile filterIsolamento térmico (40mm)40mm thermal insulationImpermeabilizaçãoWaterproof membraneCamada de forma (pendente1.5%)Screed finished to falls(1.5% pitched area)Lage em betão armado (250mm)250mm reinforced concrete slabCorrimão em sucupira envernizado(60/110mm)110x60mm sucupira handrailw/ non-gloss varnish coatBarra de ferro (35x8mm)35x8mm flat rolled steel barPerfil oco de secção circular (ø 21mm)21mm hollow 3mm sectionFuração e fixação na peça de betãobranco (60x25mm)Drilling and fixing on precast panel(60x25mm)Cornija e moldura em peçade betão brancoWhite concrete precast cornice and trimPainel decorativo serigrafadoem betão brancoBas-relief precast concrete panelsGrampeagem de fixação (60mm)60mm steel dogIsolamento térmico projectado (40mm)40mm sprayed thermal insulationMurete de betão armado (250mm)250mm concrete wallPilastra em pedraamarelo fóssil (esp. 70mm)70mm spanish yellowfossil stone claddingDTecto falso em gesso cartonado (19mm)19mm gypboard suspended ceilingAcabamento em estuque venezianosobre reboco (20mm)20mm mansory wall finishedin venetian stucco lucidoRodapé na parede em travertino(30mm x 18mm)8mm x 30mm travertine skirtingPilar revestido a pedraamarelo fóssil (70mm)70mm spanish yellowfossil stone claddingRodapé no pilar em sucupira maciça(50 x 30mm)50mmx30mm sucupira wood skirtingPavimento em travertino castanhopolido (30mm)30mm travertine stoneEnchimento (50mm)50mm screed finished to fallsEVão de abrir em alumínio anodizadocôr champanheAluminium side-hung windowanodized golden champagne coatVidro duplo com caixa de ar8mm lam. double glazing + 10mm cavityRodapé em ripa de sucupira (30 x 50mm)50mmx30mm sucupira skirtingSoleira em betão brancoWhite precast concrete thresholdPilastra revestida em pedraamarelo fóssil (70mm)70mm spanish yellowfossil stone claddinggrampeagem de fixação ao betão (60mm)60mm steel dogRevestimento a azulejo côr verde água(140 x 140mm)140/140mm handmadeand glassed coated tilesParede de alvenaria de tijolo(110 + 110 + 20mm)FPavimento em vidraço da bordeirapolido (30mm)30mm algarve (bordeira) calcite stoneCaleira em vidraçosobre estrutura metálica (7mm)7mm calcite stone gutter on metal girderAssentamento (20mm)20mm weaker concrete layingImpermeabilizaçãoWaterproof membraneCamada de forma (pendente 1.5%)Screed finished to falls(1.5% pitched roof area)Lage em betão armado (250mm)250mm reinforced concrete slabCorrimão em sucupira (60 x 35mm)60x35mm sucupira handrailBarra chata em ferro (8mm)8mm iron flat barPerfil oco de secção circular (ø 21mm)ø 21mm round hollow 3mm sectionFuração e fixação à soleira (60 x 25mm)Drilling and fixingon 60x25mm thresholdSoleira em peça de betão brancopré-fabricadoWhite precast concrete thresholdArgamassa de assentamento (20mm)20mm weaker concrete layingImpermeabilizaçãoWaterproof membraneLage em betão armado (250mm)250mm reinforced concrete slabGSoalho maciço de sucupira (22mm)22mm sucupira wood boardingRodapés do pilar em ripa de sucupira(30 x 50mm)30x50mm sucupira wood skirtingRodapés das paredes em sucupira(100mm)100mm sucupira wood skirtingRipado de assentamentocom lã de rocha mineral (50mm)50mm timber-frame filledw/ mineral wool layerRegularização (20mm)20mm weaker concrete layingLage em betão armado (250mm)250mm reinforced concrete slabCaixilharia fixa em tubularde alumínio anodizadocôr champanhe (170/60mm)Aluminium fixed frameVidro duplo com caixa de ar8mm laminated double glazingw/ 10mm cavitySoleira em peça de betão brancopré-fabricadaWhite precast concrete thresholdArgamassa de assentamento (2mm)20mm weaker concrete layingImpermeabilizaçãoWaterproof membraneSapata em betão armadoReinforced concrete foundation shoePintura betuminosa Bituminous carpetIsolamento térmico Thermal insulationFiltro geotêxtil Geotextile filterManta drenante Pvc drainage membraneAlçado e corte construtivo Facade and section detailsWhite precast concrete threshold340mm brick mansory wallGeodreno Pvc drainage pipe102 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPraça de entrada Entrance squareReceção ReceptionLobby Lobby<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 103


PROMONTORIOQuarto standard Standard guestroomPlanta e corte do quarto standard Standard guestroom plan and section104 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOSpa pool Piscina do spaPiscina principal Main poolLocalizado no coração do golfedo Algarve, o Victoria é um hotelorientado para o golfe junto ao campoVictoria de Arnold Palmer, e rodeadopor dois outros campos de golfe.Esta construção quase simétrica éformada por um edifício principalcentral e duas alas de quartos, emforma de “U”, orientadas a poente.A experiência da chegada faz-sea partir da praça principal, com assuas três entradas independentes emarcada de pedra, através das quaisse pretendem orientar os fluxos devisitantes, que vêm em grupos oupara as conferências, nas laterais,libertando a entrada monumentalpara os visitantes individuais.A entrada de duplo pé-direito ofereceuma deslumbrante vista sobre ocampo de golfe. Daí, os hóspedespodem descer em direção às piscinasexteriores e bares, ou subir até aorestaurante ou Spa.Meticulosamente detalhado empedra, madeira maciça e cerâmicaartesanal, o edifício evoca o espíritodos grandes hotéis do períodopré-guerra, aspirando a uma visãocontemporânea do esplendor clássico.O sistema da fachada resulta numacombinação de blocos de Travertinoamarelo, lintéis de betão branco préfabricado,e caixilharia de alumíniodouradas. O artista Pedro Calapezidealizou e moldou os baixos relevosdecorativos, igualmente em betãopré-fabricado, inseridos nos pórticosda fachada.Located in the golfing heart ofthe Algarve, the Victoria is a golf--dedicated hotel directly facingArnold Palmer’s Victoria golf course(hence the name), and surroundedby two other courses. This quasi--symmetrical building is formed bya main central building and twobedroom wings generating a U-shapefacing west. The sense of arrivalbegins with the entry plaza. With itsthree independent entrances and stonearcade, its function is to separate theguest fluxes coming as groups, or forconferences, into the lateral canopies,releasing the monumental porte--cochère for the individual visitors.The stunning two-storey lobby offersdirect views of the golf course.From there, the guest can descendtowards the outside pools and bars,or go up to the fine-dining restaurantand the Spa.Meticulously detailed in finestonework, solid wood and handmadeceramics, the building echoes thespirit of pre-war grand hotels, as itaspires to a contemporary rethinkingof classical splendour.The façade system is a compositeof massive yellow Travertine stoneblocks, white precast concrete lintelsand light-gold anodized aluminiumframes. Also in pre-cast concrete, andas part of the façade composition, theartist Pedro Calapez designed andmoulded a series of decorativebas-reliefs.<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 105


PROMONTORIOHotel Inspira Santa Marta, LisboaInspira Santa Marta Hotel, Lisbon, Portugal106 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOFachada sul South facadePormenores de fachada Facade detailsFachada norte North facadeLocalização Location Rua de Santa Marta (Lisbon downtown), PortugalOperador Operator Inspira Hotels (Inspira SGPS)Promotor Developer JV Blandy Group & InvestocPrograma Programme hotel com 89 quartos e spa 4-star 89-bdr city hotel & spaDesign de interiores Interior Design PROMONTORIOData Project status 2007 (conceito concept) – 2010 (construído built)<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 107


PROMONTORIOQuarto standard / Tema “metal” Standard guestroom / Theme “metal”Planta e corte de quarto standard Standard guestroom plan and sectionPlanta da suite principal Corner suite plan108 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOCortes construtivos do átrio Detail sections of Lobby110 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPormenor do átrio Detail of lobbyVista do átrio do topo da escadaria View of lobby from stairway<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 111


PROMONTORIOPequeno auditório Small auditoriumSala multiusos Multipurpose roomO PROMONTORIO foi convidadoa desenvolver o novo conceito damarca Inspira, uma nova cadeia dehotéis, resultante da joint-ventureentre empresa hoteleira madeirenseBlandy e o grupo Investoc, da famíliaOsório de Castro. Direcionado parao turismo empresarial e de lazer, oInspira Santa Marta, primeiro hotelda cadeia, tem 89 quartos e localiza--se numa rua paralela à movimentadaAvenida da Liberdade, num loteestreito com frente para a Rua deSanta Marta.Da memória do local permanece afachada do palácio do século XVIII,a preservar, tendo sido demolidos osvestígios de uma tipografia antiga,a tardoz. Com 5 andares acima dosolo, três níveis de estacionamentosubterrâneo e áreas técnicas, osquartos estão distribuídos em torno deum longo e profundo átrio iluminadozenitalmente, com início no foyer,terminando numa escadaria cénica,que funciona como um espaçoinformal de eventos/lounge.PROMONTORIO was involvedin the creation of Inspira, a newhotel brand resulting from a jointventure between the Madeira islandhoteliers Blandy and Investoc, theholding company of the Osório deCastro family. Aimed at the leisure/city-breakers, corporate and MICE(Meetings, Incentives, Conferencesand Events) market segments, thechain’s first hotel, the 89-bdr InspiraSanta Martha, is located on a streetparallel to the busy Avenida daLiberdade. The plot consisted of adeep perimeter block facing SantaMarta Street.The remains of site consisted in thefaçade of an early 18th-century palacefronting the Santa Martha street, thatwas to be preserved, while on thebackyard, the vast and odd remnantsof a dilapidated printing house weredemolished. With 5 terraced storeysabove ground, and three levels ofunderground parking and technicalareas, the rooms are distributedaround a deep and long sky-lit atriumthat begins in the foyer, and ends in atheatrical stairway functioning as aninformal lounge/event space.112 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPormenores da escada de serviço Service stair details72 3111210138956310111578Pormenores da escada de serviço Service stair details3156712 3145610778901. Estuque pintado Cinacryl mate RAL 7032Painted matte stucco ref. RAL 703202. Madeira de pinho pintada cor RAL 7032Pine wood painted ref. RAL 703203. Capeamento em chapa de madeira pintada cor RAL 7032Painted wood sheet cap ref. RAL 703204. Estuque pintado cor RAL 9003Painted stucco ref. RAL 900305. Pavimento auto-nivelante cor RAL 7032Self-leveling floor ref. RAL 703206. Cantoneira embutida para proteção do degrauMetal step corner protector07. Teto em estuque pintado cor RAL 9003Ceiling painted stucco ref. RAL 900308. Remate em gesso cartonado Plasterboard cap09. Junta com rede de reforço Joint reinforcement mesh10. Gesso cartonado pintado cor RAL 9003Painted plasterboard ref. RAL 900311. Alvenaria de tijolo Brick Mansonry12. Pilarete de betão Concrete bollard13. Estrutura de suporte em sarrafos de madeiraWood batten strips structure<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 113


PROMONTORIOTroia Design Hotel, GrândolaTroia Design Hotel, Grandola, Portugal114 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOLocalização Location Troia (Grandola), PortugalPromotor Developer Amorim Turismo, SGPSPrograma Programme Hotel com centro de conferências, apartamentos, centro de espectáculos, spa e casinoHotel with conference centre, serviced apartments, theatre, spa and casinoABC GBA 72,000 m 2Investimento Estimado Estimated Investment EUR 130MData Project status 2005 (conceito concept) – 2009 (construído built)Troia é uma península localizada 50quilómetros a sul de Lisboa, entre afoz do rio Sado e o Oceano Atlântico,desenvolvendo-se ao longo do rio,até à cidade piscatória e portuáriade Setúbal. Uma frágil paisagem dedunas foi o cenário escolhido para umprojeto de turismo de grande escala,num momento em que novos destinoscomo Acapulco, Las Palmas e Miamijá estavam em desenvolvimento.Troia is an amazing peninsulalocated 50 km South of Lisbon,between the mouth of the Sado Riverand the Atlantic Ocean, and acrossthe river from the fishing and port cityof Setubal. This fragile landscapeand exceptional dune habitat was thesetting for a large-scale tourism projectat a time when new destinations likeAcapulco, Las Palmas and Miami werebeing developed.Planta de implantação Site planVista da marina View from the marina<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 115


PROMONTORIOCentro de espectáculos TheatreÁtrio do hotel Hotel atriumNova ala New wingLoungeBar da piscina Pool barHealth clubPiscina interior Interior pool kids clubEntrada principaldo centro de conferênciasMain entrance conference centreServiços técnicos Technical boxPassagem entre hotel e casinoPassage from hotel to casinoPiscina Infinity poolCasinoNova ala New WingPaprika barTerraço TerraceSpaLounge barBrasseriePraça principal Main squareSaída do estacionamento Parking exitCentro de conferências Conference CentreEntrada do estacionamento Parking entranceEntrada secundária do centro de conferências Secondary entrance to conference centre116 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOGaleria de acesso aos quartos Guestroom gallery Átrio de 14 pisos 14-storey atrium Piscina de cobertura Rooftop Infinity poolPlanta do piso térreo Ground floor plan<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 117


PROMONTORIOPala do centro de conferências Conference centre canopy118 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPormenores de fachada do centro de conferências Conference centre facade detailsCentro de conferências e foyer Conference centre function rooms and foyer<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 119


PROMONTORIOPormenor de fachada do hotel Hotel facade detailMaqueta de estudo Study modelA construção do Troia Resort,ex-Torralta, iniciou-se em 1970 efoi abruptamente interrompida nasequência da revolução de 74.Após essa época, este vasto projetoturístico aspirava transformar Troianuma verdadeira cidade de lazer, comdiversos equipamentos, tais como umamarina, campos de golfe, hipódromo,museu, ginásios, centros comerciais,cinemas e restaurantes, além deapartamentos, hotéis e condomínios.Do resort, localizado no extremonorte da península, manteve-seunicamente, para além de algumasinstalações dispersas e dois hotéisentretanto renovados, uma estruturade betão inacabada de um de hotel deátrio vazado com 14 pisos, projetadopelo arquiteto Conceição Silva.O novo projeto compreende umaremodelação total do existente e umaextensão da estrutura existente. Estenovo complexo inclui um hotel de 5estrelas com aparthotel, um Spa, umcentro de conferências e um centrode espetáculos com palco mecânico.O conceito visa preservar o edifícioexistente, seguindo os princípiosconceptuais originais dos anos 70,por contraposição aos novos edifícios,particularmente à ala ondulante deapartamentos orientada a norte, criandoum contraste decisivo, formal ematerial, com a nudez seca e estruturaldo bloco original. Além do hotel e docentro de conferências, o casino e ocentro de espetáculos completam oconjunto. Este último, do ponto devista técnico, assemelha-se a umclássico auditório de teatro, contendoum palco de dimensões médias,um sub-palco, áreas de preparação,camarins, passarelas, etc., além deuma plateia com capacidade para 500lugares.O centro de conferências apresentaduas palas idênticas em extremidadesopostas e uma capacidade para 900pessoas. O salão principal pode sersubdividido em salas individuais, comentradas e átrios independentes. Paraalém deste programa, há 12 salas dereuniões polivalentes com capacidadepara 100 lugares. O serviço de apoioa quartos é garantido por uma colunaprincipal de distribuição, existente nonúcleo do complexo mas invisível aosclientes.The construction of the Troia Resort(formerly known as Torralta), beganin the early 1970s and was abruptlyhalted in the aftermath of the 1974revolution. Following the Zeitgeist,this vast tourism project aspired tobecome a true city of leisure, withfacilities such as a marina, golf course,hippodrome, museum, gymnasiums,shopping mall, movie theatres andrestaurants, besides apartments, hotelsand condominiums.The resort was located on thenorthern tip of the peninsula, and allthat remained, besides a number ofscattered facilities, was the unfinishedconcrete shell of a 14-storey atriumhotel, which had been designed bythe late Conceição Silva. The newhotel project comprises the in-depthrenovation and extension of this shell.This new complex includes a 5-starhotel with serviced apartments, a Spa,a conference centre and a theatrewith a mechanical stage. The conceptaims to preserve the existing buildingfollowing the original 1970s designprinciples, counterpoised by the newbuildings, particularly the undulatingapartment wing facing north, whichcreates a decisive contrast in bothmaterial and form with the dry andstructural bareness of the earlybuilding. Besides the hotel andconference buildings, the casino andtheatre complement the ensemble.The latter, from a technicalviewpoint, resembles a normal theatreauditorium, including a mid-size stage,under-stage, prep areas, dressingrooms, catwalk, etc, in addition toproviding simultaneous banquetingfacilities for 500 seats.The conference centre has twincanopies on opposite ends and acapacity of up to 900 people. Themain ballroom can be subdividedinto separate rooms with independententrances and dedicated foyers. Inaddition, there are 12 multipurposebreakout rooms for up to 100 seats.All the catering services and technicalsupport are provided through amain vertical shaft at the core ofthe complex, which is not visible toclients.120 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIO17181920211234567801. Vidro laminado/ temperado 6 + 6mmLaminated/ Tempered glass 6 + 6mm02. Perfil L aço zincado 50 x 50 x 5mmProfile L galvanized steel 50 x 50 x 5mm03. Tela/ geotextilGeotextile waterproofing/ screen04. Peça de fixação em aço inox esp. 10mm10 mm thick Stainless steel mounting05. Peça de fixação em aço inox esp. 10mm10mm thick Stainless steel mounting06. Colagem Glue07. Chapa de zinco esp. 1mm pintada1mm thick zinc plated coating08. Selante hidrófugo Waterproof sealant09. Gesso cartonado hidrófugo curvadoWaterproof plaster curved10. Elementos LED LED elements11. Fixação pontual de elementos led em chapade alumínio quinada esp. 1mm com rebitesFixation of LEDs with rivets in 1mm bentaluminium sheet12. Acrílico resistente contra raios uv esp. 4mm4mm ultra-violet rays resistant acrylic13. Colagem Glue14. Elementos LED LED elements15. Sanca em chapa de alumínio quinadacurvada esp. 1mm1mm thick bent aluminium sheet molding16. Elemento pontual de fixação Fixation point17. Guarda em barra de aço inox, 12mm12mm stainless steel bar staircase fence18. Granito 40 x 40 x 25 Granite 40 x 40 x 2519. Regularização 30mm 30mm leveling floor20. Tela/geotextil Geotextile waterproofing/ screen21. Isolamento 5cm 5cm sloped insulation910111213141516Estudos de fachada Facade study modelsCorte construtivo das varandas Balcony detail sectionEstudos de fachada Facade study modelsDetalhes das varandas Details of balconies<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 121


PROMONTORIOHotel e Parque Urbano, Estavayer-le-Lac, SuíçaHotel and Urban Park, Estavayer-le-Lac, Switzerland122 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


Lanternim SkylightPROMONTORIO5 pisos 5 floorsLocalização Location Estavayer-le-Lac, Lake Neuchatel, SwitzerlandParceria Partner PROMONTORIO STEIGER (Marion Steiger ETH/SIA)Promotor Developer Comune D’Estavayer-le-Lac Município de Estavayer-le-LacPrograma Programme Hotel de 4 estrelas, apartamentos e parque urbano4-star hotel, serviced apartments and urban parkEspecialidade Scope Arquitetura e arquitetura paisagistaArchitecture and landscape architectureABC GBA 14,500 m 2 (Park 45,1<strong>24</strong> m 2 )Estacionamentos Parking 400Investimento Estimated investment CHF 35,000,000.00Área do terreno Plot Size 49,000 m 2Data Project Status 2012 (concurso público open competition) / 2ª selecção 2 nd tierCorredor dos apartamentosApartments corridorCorredor do hotelHotel corridorPlanta de implantação Site planApartamentos / 4 pisosApartments / 4 floorsHotel / 4 pisosHotel / 4 floorsJardim interior do spa Spa gardenAcesso ao spa Spa entrySpa e centro de saúdeSpa and health centreBrasseriePiscina do spa Spa poolRestaurante RestaurantParque urbano Urban parkCentro de conferênciasConference centreDiscoteca NightclubEntrada principal do hotelHotel main entranceEntrada dosapartamentose foyer do centrode conferênciasApartments accessand conferencecentre foyerHotel lobbyEmbasamentoCommon plinth<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 123


PROMONTORIODiagrama de eixos visuais Visual axis diagrammeDiagrama de fluxos pedonal e de veículos Pedestrian and vehicle flow diagrammeO lote localiza-se na margem sul do LagoNeuchâtel, em Estavayer-le-Lac, Cantão deFribourg, na Suíça. O longo e estreito terrenoforma uma península, no extremo da qual omunicípio programou dois edifícios – hotel eaparthotel –, ambos com 5 pisos. A leste, foiplaneado um parque urbano, apoiado por umavasta área de parqueamento.Situated on the south bank of Lake Neuchâtel,the plot is located in Estavayer-le-Lac, Cantonof Fribourg, Switzerland. The long and narrowplot forms a peninsula, on the tip of which themunicipality assigned for a 5-storey programmeof hotel and serviced apartments. Eastwards, therest of the plot was planned as an urban park, inaddition to a large surface car parking.Alçado poente e plantas tipo West facade and typical floor plans1<strong>24</strong> <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOParque urbano Urban park Edifício de apartamentos Apartments building Pormenores de fachada Facade detailsO projecto foi desenvolvido noâmbito da parceria PROMONTORIOSTEIGER (Marion Steiger ETH/SIA).O conceito sugere dois volumesparalelos correspondentes a umhotel de 4-estrelas e a um aparthotel,unidos por uma plataforma queintegra as áreas de serviço comunsao hotel e aos apartamentos,tais como recepção, sala dereuniões, espaço de cargas edescargas, cozinhas e lavandaria.O posicionamento dos volumes,perpendicularmente à margem dolago, permite a maximização dasvistas, tanto dos edifícios como doparque, sobre o lago. Sobrelevou--se o terreno até à cota do piso deentrada, por forma a criar uma suavealameda que conduza as pessoasdo parqueamento de superfície aosespaços comuns do hotel e, a oeste, aum anfiteatro informal junto às docase ao cais.A fim de absorver as restrições erequisitos do programa, o sistema defachada apresenta-se como um véutranslúcido de portadas de correrem madeira, onde uma varandarecolhida funciona como um jardimde inverno – loggia –, abrigado dovento e da chuva.The project has been developedwithin the ongoing partnershipPROMONTORIO STEIGER(Marion Steiger ETH/SIA).The proposed design strategydevised two parallel volumescorresponding to the 4-star hoteland to the serviced apartmentsrespectively, joint by a commonplinth that incorporates sharedservices and facilities such asreception, meeting rooms, loadingdocks, kitchens, laundry, back ofhouse, etc. By positioning thevolumes perpendicularly to thelake bank, views are maximized,whilst blocking the least as possiblethe lakefront views from the park.Moreover, raising the terrain in orderto meet the first floor datum enabledto create a suave promenade that leadspeople from the surface parking intothe hotel amenities, and further West,into an informal of amphitheatrearound the dock and the pier.The façade system, in order toabsorb the many constrains andrequirements of the programme, isproposed as a diaphanous veil ofsliding wood grill shutters, whereinthe typical balcony effectivelyfunctions as a receding winter gardenloggia, sheltered from the wind andthe rain.Apartamento T1 1-bedroom apartmentQuarto standard Standard guestroomCorte construtivo Detail section<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 125


PROMONTORIOHotel L’And Vineyards, Montemor-o-NovoL’And Vineyards Hotel, Montemor-o-Novo, Portugal126 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOW I N EDiagramas de conceito Concept diagramsLocalização Location Montemor-o-Novo (Alentejo), PortugalPromotor Developer Sousa Cunhal Tourism SGPSArquitetura Architecture PROMONTORIOInterior Design StudioMK27 w/ PROMONTORIOArquitetura paisagista Landscape PROAPPrograma Programme Hotel com restaurante, spa e adegaHotel with restaurant, spa, winery and serviced townhousesABC GBA 2,064 m 2 (edifício principal main building) and 900 m 2 (apartamentos townhouse suites)Data Project Status 2005 (master planning) – 2011 (construído built)B2AB1AB1BPlanta de implantação do hotelHotel and serviced townhouses site planB2BB1CB2CB1DPormenor da fachada sul Detail of south facade Fachada nascente East facade Fachada sul South facade<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 127


PROMONTORIOPiso superior / Lobby, receção, bar e restauranteUpper level / Lobby, reception, bar and restaurantPiso inferior / Adega, spa e áreas técnicasLower level / Winery, spa and technical areasAlçado sul South elevationCorte longitudinal Longitudinal section128 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOVista de sudoeste Southwest facadeCorte longitudinal Longitudinal sectionAlçado poente West elevation<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 129


PROMONTORIOFachada sul South facadeVinha e castelo de Montemor Vineyard and Montemor castleEntrada principal Main entrance01. Reboco Plaster02. Caleira periférica, largura 40cm 40cm width peripheral gutter03. Impermeabilização Waterproofing04. Placa em viroc 15mm espessura 15mm viroc05. Impermeabilização Waterproofing06. Sistema “Cappotto” + barramento armado + acabamento na cor brancaThermal insulation “Cappotto” system + reinforced stucco + white finish07. Isolamento térmico 40mm espessura 40mm thermal insulation08. 6cm espessura + barramento armado + acabamento na cor branca6cm thermal insulation “Cappotto” system+ reinforced stucco + white finish09. Perfil de remate do sistema “Capotto” “Cappotto” system profile top10. Reboco armado + acabamento na cor branca, sistema “Cappotto”Reinforced stucco + white finish, “Cappotto” system11. Teto falso em gesso cartonado pintado RAL 9010Suspended plasterboard ceiling painted ref. RAL 901012. Isolamento térmico em lã mineral (40mm espessura)40mm mineral wood thermal insulation13. Pavimento exterior External pavement14. Impermeabilização Waterproofing15. Isolamento térmico 40mm espessura 40mm thermal insulation16. Betonilha Screed mortar17. Primário Primer18. Marmorite branca White manufactured composite of natural marble19. Soleira em pedra 4cm espessura 4cm stone threshold20. Soalho de madeira Wood floor21. Cantoneira de remate em aço galvanizado Galvanized steel corner22. Estuque pintado RAL 9010 Painted stucco ref. RAL 901023. Regularização Sloped insulation<strong>24</strong>. Barreira pára vapor Vapor barrier25. Isolamento térmico 40mm espessura 40mm thermal insulation26. Betonilha armada Reinforced screed27. Impermeabilização Waterproofing28. Alheta 5 x 5mm 5 x 5mm gap29. Estuque pintado RAL 9010 Painted stucco ref. RAL 901030. Teto falso em gesso cartonado (12,5mm) pintado RAL 901012,5mm suspended plasterboard ceiling painted ref. RAL 901031. Ranhura 50mm espessura para retorno do ar50mm rabbet for air circulation32. Gesso cartonado pintado RAL 9010 Plasterboard painted RAL 901033. Cantoneira em aço 80 x 80 x 5mm 80 x 80 x 5mm Steel corner34. Selagem de mastique Mastic sealant35 Lajetas térmicas brancas White thermal paving labs36. Soleira em pedra 8cm espessura 8cm stone threshold37. Reboco afagado pintado ral 9010 Stroked plastering painted ref. 901038. Estuque veneziano Venetian plastering39. Painel em mdf lacado RAL 9010 Lacquered mdf panel ref. RAL 901040. Rodapé em madeira maciça lacada RAL 9010Lacquered solid wood wall skirting RAL 901041. Betonilha armada com fibra de vidro Fiber glass reinforced screed42 Laje Slab43. Auto-nivelante de base cimentícia Cement Leveling floor44. Rodapé em perfil de aço inox Stainless steel skirting45. Pavimento exterior External pavementA. Betão ConcreteB. Regularização Sloped insulationC. Alvenaria de tijolo Brick mansonryD. Betonilha Screed mortarE. Gesso cartonado PlasterboardF. Pedra StoneG. Marmorite Manufactured composite of natural marbleH. Madeira WoodI. Viroc VirocJ. Capoto “Cappotto” systemK. Micro cimento Micro cementL. Reboco PlasterM. Impermeabilização WaterproofingN. Isolamento térmico Thermal insulationO. Isolamento acústico Acoustic insulation130 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


2953521404004090 8015580 13580201521580162 55 78156400 35<strong>24</strong>03200 190190215 80215 902502958080156155 8080 901554040319037529580PROMONTORIOPiscina interior do spa spa indoor poolLobby do hotel Hotel lobby23 <strong>24</strong> 25 26 271 3 4 3323<strong>24</strong>252627135643218837678831100 99100 9919991222213130100 49 50100 9919929288936348351430303233891038101113141516181719 2010039 294021403634142036341488373711121211991030ABFGKL4110414 42194141294443 17 161617431918 17 16 1445CHMDINEJO<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 131


PROMONTORIOMaqueta de estudo do hotel e das townhouses Study model of hotel and townhousesMaqueta de estudo do hotel Study model of hotelIntegrado no resort L’AndVineyards, um conceito que resultadas sinergias geradas pela empresafamilar e produtora de vinho SousaCunhal, o Hotel L’And Vineyardsé o edifício chave de todo o conjunto.O edifício integra a receção,clubhouse, restaurante, Spa compiscina interior e as estruturasde apoio aos quartos de hotel,adjacentes.O edifício incorpora aindauma adega, na qual os hóspedespodem experienciar todo oprocesso de vinificação, desde aseleção das uvas, esmagamento,fermentação e prensagem, ao seuenvelhecimento, mistura, filtrageme engarrafamento.132 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>Inspirado nos pátios muradose caiados do Alentejo, o edifíciofoi desenvolvido como um prismaarticulado, ao qual foram recortadosos quatro cantos da receção, espaçolounge, terraço industrial e dorestaurante, criando áreas de sombrae intimidade.Topograficamente, o volumefoi cuidadosamente implantado,adaptando-se ao terreno com ummínimo de impacto possível.O amplo vão da piscina coberta, nonível inferior, surge como um planoangular de vista sobre a paisagem.Integrated in the L’And Vineyardsresort, a concept that results ofthe synergies yielding from thefamily-based winemaking and agrobusinesscompany Sousa Cunhal,the Hotel is the key building of thewhole ensemble.It has the reception, clubhouse,restaurant, Spa with indoor pool,and the back-of-house servicesupport to the adjacent townhousesuites.In addition, the building functionsas a winery, where guests canexperience the whole winemakingprocess, from grapes selection,crushing, fermentation andpressing, to barrel aging, blending,filtering and bottling.Inspired on the whitewashedwalled patios of the Alentejo, thebuilding was conceived as a hingedprism from which its four cornerswere cut-off (reception, chill-out,restaurant terrace and industrial),creating areas of shade andintimacy.Topographically, the volume hasbeen carefully positioned to meet thecontours of the ground with the leastchange.The large window of the indoorpool at the lower level, suggestsitself as a wall folded to release theviews of the landscape.


PROMONTORIOApartamentos e suites Townhouses and suites Vista dos apartamentos e suites View from townhouses e suites Terraços dos apartamentos Townhouse terracesB2A apartamentos B2A townhouses B1C apartamentos B1C townhouses B1A apartamentos B1A townhouses<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 133


PROMONTORIOPraça de Entrecampos, LisboaEntrecampos Square, Lisbon, Portugal134 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOLocalização Location Avenida das Forças Armadas, Lisbon, PortugalCliente Client EPUL (Empresa Publica de Urbanização de Lisboa), EPArquitetura paisagista Landscape Architecture João Nunes (PROAP)Programa Programme Habitação, comércio e escritóriosResidential plus ground-floor retail and officeshabitação housing 29,216 m 2 (304 apartamentos units) + 27,766 m 2 (308 apartamentos units)comércio retail 1,632 m 2 + 1,508 m 2escritórios offices 1,093 m 2 + 1,0<strong>24</strong> m 2estacionamento parking 18,610 m 2 + 17,844 m 2ABC GBA 98,700 m 2 (acima do solo above grade) + 13,000 m 2 (abaixo do solo below grade)Custo de construção total Total Building Cost EUR 36,000,000. 00 (blocos 2 e 3 blocks 2 and 3)Custo p/ m 2 Costs p/ sq.m EUR 560. 00Data Project status 2004 (master planning) – 2011 (1ª e 2ª fase concluídas 1 st and 2 nd phase completed)Localização Site planPormenores de variações de fachada nos 5 edifícios Details of facade variations of the 5 buildings<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 135


PROMONTORIOPlanta do piso térreo Ground floor plan136 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOVista sudoeste Street view from southwest<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 137


PROMONTORIOCom o objetivo de atrair jovensmoradores para compensar o centrocada vez mais idoso de Lisboa, aagência de requalificação urbana domunicípio propôs o desenvolvimentode uma edificação de uso misto numgrande vazio urbano resultante dadeslocalização do vasto mercadogrossista de Lisboa. Tratou-se deum projeto – para o qual o atelierPROMONTORIO desenvolveu oplano director –, residencial e deserviços de apoio (lojas de rua epequenos escritórios). Num total de612 unidades, dois grandes volumes,de 8 andares com pátios interioresacomodam várias tipologias, desdeestúdios T1 a frações T2 e T3.Partindo de uma perspetiva históricae morfológica, o conceito urbanoobedece ao perímetro volumétricodefinido no plano do séc. XIXpor Ressano Garcia, comummentereferido como “Avenidas Novas”. Emtermos de utilização pública, o projetogera um fluxo contínuo entre espaçospúblicos com praça e ruas em pátiosinteriores, também de uso público.Apesar da inclinação do local, osdois grandes blocos habitacionaisforam gerados a partir de uma malhaortogonal e, então, cuidadosamenteadaptado através de arranjosexteriores, a fim de servir as entradasdas lojas e dos edifícios, vencendoa inclinação da rua (3,45 por cento).Estes blocos constituem dois doslados da grande praça fronteadapelo Fórum de Arte, uma estruturacívica que se destaca no plano. Damesma forma, em torno dos blocos,a circulação automóvel está confinadaao perímetro exterior do conjunto, aomesmo tempo que as ruas interiores sãoexclusivamente para peões. Este espaçopedonal flui para os pátios interioresdos blocos através de passagensrasgadas nos r/c das fachadas.No sentido de evitar os erros e asdesvantagens da mono-funcionalidadeassociada aos grandes complexoshabitacionais, estes pátios públicos,acessíveis ao nível térreo, poderão seralugados para pequenos escritóriose comércio ao ar livre assumindo-secomo um espaço auto-controlado, quepode ser fechado após o expediente.Não obstante o facto do orçamento deconstrução por metro quadrado estarperto da habitação social, o projetoteve como objetivo suportar comdignidade o normal desgaste diário, ede ser capaz de acomodar, sem aparatoou gratuitidade, o fluxo quotidiano.Sob uma estrutura banal de betão, umconjunto de painéis de betão em formade “U” pré-moldados, conjuntamentecom os perfis de alumínio anodizado,oferecem um sólido sistema de fachada,durável e de pouca manutenção.Finalmente, a sombra dourada sobreos perfis, os pigmentos verde e rosados painéis e o pigmento preto dospainéis ao nível do chão, enfatizama individualidade de cada edifício ea identidade do conjunto. Variaçõesdiscretas na disposição das varandasentre cada fachada foram concebidas deacordo, não só pela sua funcionalidadee orientação solar, mas também comouma camada adicional de subtilezavisual na perceção a partir da rua.With the objective of attractingyoung residents to offset theincreasingly elderly centre of Lisbon,the municipality’s regenerationagency launched a large mixed-usedevelopment for an urban void leftvacant from the relocation of Lisbon’svast wholesale market. Thus, thecore of this development – forwhich PROMONTORIO developedthe master plan –, was residentialand its ancillary services (streetretail and small grade level offices).Amassing a total of 612 units, twolarge perimeter 8-storey blockswith inner courtyards have beendevised to accommodate a widerange of typologies from studios and1-bdr, to 2- and 3-bdr units. Froman historical and morphologicalperspective, the urban concept followsthe 19th-century perimeter block ofthe bordering Ressano Garcia plan,commonly referred to as “AvenidasNovas”. In terms of public use, theproject generates a continuous flowfrom the public sphere of square andstreets into private inner courtyards,also of public use.Despite the steepness of the site,the two large housing blocks weregenerated from an orthogonal gridand then carefully adapted vialandscaping to grade in order to meetthe retail and buildings entranceswith the street incline (3,45%). Theseblocks form two sides of the largeopen square fronted by the ArtForum, a civic structure with thehighest prominence in the plan.Likewise, around the blocks, carcirculation is confined to the outerperimeter of the ensemble, whilstinner streets are exclusively forpedestrians.This pedestrian space flows througharchways into the blocks’ innercourtyards. Avoiding the pitfalls ofmono-functionality associated withlarge housing estates, these publiccourtyards are accessible at groundlevel and will be rented to smalloffices and open-door businesses ina self-controlled space that can beclosed after-hours. Notwithstandingthe fact that the construction budgetper square metre is close to socialhousing, the project aimed to endurethe normal wearing of everydaylife with dignity, to be able toaccommodate, without stridency orgratuity, the flow of the quotidian.Under a banal concrete structuralskeleton, an assemblage of precastconcrete U-panels, combined withanodised aluminium framing, offersa solid, durable and low maintenancefaçade system. At once, the lightgold shade on the frames and thegreen and pink pigment on the panelsand the black pigment of the floorlevel, emphasize the individualityof each building and the identity ofthe ensemble. Discreet compositionvariances of the balcony systemsbetween each façade have beendevised in accordance, not only totheir usefulness and sun orientation,but also as an additional layerof visual subtlety in the streetperception.138 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPaisagismo do pátio interior Landscaped courtyard Pormenor sul do paisagismo South detail of streetscape Rua pedonal entre blocos Pedestrian street between blocks Pormenor de esquina a norte North corner detailSob uma estrutura banal de betão, umconjunto de painéis de betão em formade “U” pré-moldados, conjuntamente comos perfis de alumínio anodizado, oferecemum sólido sistema de fachada, durávele de pouca manutenção.Under a basic concrete structural skeleton,an assemblage of precast concrete U-panels,combined with anodised aluminium framing,offers a solid, durable and low maintenancefaçade system.<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 139


PROMONTORIOCasa Pátio, GrândolaPatio House, Grandola, Portugal140 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOVistas exteriores Exteriors viewsLocalização Location Grândola (Alentejo), PortugalCliente Client Privado PrivatePrograma Programme Casa T3 3-bdr houseÁrea do terreno Plot Size 14 haABC GBA 436 m 2Data Project status 2004 (conceito concept) – 2011 (construído built)Planta de implantação Site plan<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 141


PROMONTORIOVistas interior-exterior Indoor-outdoor viewsCorredor de serviço Service corridorSala de jantar Dining roomA casa está localizada numavasta área de sobral e pinhal, emGrândola, Alentejo, perto da costaatlântica. Seguindo o princípio daarquitetura vernacular portuguesa, acasa é gerada a partir de um pátioformal, que é a principal fonte de luze sombra. Ao redor e em sentidooposto a este vazio, os volumesadjacentes agregam as áreas privadase/ou de manutenção da habitação– quartos, instalações sanitárias,cozinha, copa e despensa –, enquantoque os espaços intersticiais entreos volumes geram as áreas sociais,nomeadamente, as salas de estar ejantar e sala de estudo.142 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>Neste sentido, a casa resulta numdiálogo entre opostos: por um lado,os volumes agregados são célulascaiadas densas e fechadas, compoucas aberturas, que sugeremprivacidade e isolamento, poroutro lado, as áreas comuns sãoorgânicas e espaços visualmenteligados, que fluem livremente atravésda serenidade do pátio interiorenvidraçado. Este último oferececampos de visão cruzados com apaisagem circundante de sobral; umquadro contemplativo que, mais umavez, cria um contraste enfático coma presença tectónica dos volumesbrancos. A solidez aparentementeobtida como uma primeira impressãoacaba por se diluir, uma vez queos grandes vãos de janela de correrdesaparecem nas paredes atribuindouma transparência surpreendente atodo o conjunto.Situated in a cork oak and pinestone tree forest in Grândola,Alentejo, bordering the AtlanticOcean, Patio House follows theprinciple of Portuguese vernaculararchitecture. The house emergesaround a formal patio, the mainsource of light and shade.Around and against this cut-offspace, adjoining volumes aggregatemore private and functional spaces,such as bedrooms, bathrooms, kitchen,storage, study and den, whereas theinterstitial spaces in between volumeshost social areas such as the foyer,living and family rooms and thedining room.The house functions in a dialoguebetween opposites: the thick andenclosed white cells, with minoropenings that suggest seclusionand privacy against unveiled andtransparent social spaces, free-flowingthrough the serenity of the glass patio,offering criss-crossed views of centuryold cork oak, olive and stone pinetrees scattered around the surroundinglandscape.A contemplative frame that, oncemore, creates an emphatic contrastwith the tectonic presence of thewhite blocks.As the sliding windows recoilinto the walls, the house’s massivenessvanishes, revealing its surprisingtransparency and blending intothe light.


PROMONTORIOPlanta de cobertura Roof planPlanta Floor planAlçado sudoeste Southwest elevationCorte transversal Cross-sectionMaqueta de estudo Sudy model<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 143


PROMONTORIOCasa da Matriz, Alcácer do SalCasa da Matriz, Alcacer do Sal144 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOLocalização Location Rua da Matriz (Alcácer do Sal Alcacer do Sal), PortugalCliente Client Privado PrivatePrograma Programme Casa de madeira T3 em sistema pré-fabricado3-bdr house in prefab wood construction systemÁrea do terreno Plot Size 1,394 m 2ABC GBA 195 m 2Data Project Status 2010 (conceito concept) – 2011 (licenciamento licensing)Planta de implantação Site planVista aérea Aerial view Vista terreno Plot views Igreja de Santa Maria Church of Santa MariaMuros do terreno em adobe Plot walls in adobe mansory<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 145


PROMONTORIOPlanta do piso térreo, corte longitudinal e alçado sulGround floor plan, longitudinal section and south facade146 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPormenores construtivos Construction details<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 147


PROMONTORIOMaqueta de estudo Study model148 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPormenores construtivos Construction details<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 149


PROMONTORIOPormenor da cozinha Detail of kitchenAlcácer do Sal é uma pequenacidade medieval situada a 80quilómetros a sul de Lisboa, à“entrada” do Alentejo.Coroada por um imponente castelofundado por árabes no século VIII,as ruas e becos sinuosos desta cidadedeambulam ao longo de uma encostade forte pendente, na margem nortedo rio Sado.A casa, de tipologia T3, localiza--se dentro das muralhas do castelo,num terreno contíguo à igreja deSanta Maria, cujas fundações seacredita terem pertencido a umaantiga mesquita. Em planta, é umapequena vila muralhada, formandodois grandes retângulos, com densose centenários olivais, ligeiramenteinclinados para oeste.Como que em “L” alargado, acasa está implantada ao longo dolimite norte do lote, abrindo-se empátio para sul. A suite principal estáorientada a leste e as outras duasa oeste. A interseção destas alascentram a sala de estar e as zonas deestudo, nas quais grandes panos decorrer em vidro originam um espaçofluído e informal, para além de umarrefecimento natural (refrigeração150 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>passiva) resultante da ventilaçãocruzada. Na ala sul, na ponta do“L”, encontram-se a cozinha e salade jantar, também com perspetivascruzadas sobre o pátio e a paisagem.Em contraponto aos velhos muroscaiados, feitos de destroços de pedramaciça e taipa, que cercam todoo perímetro do terreno, e dada asensibilidade arqueológica do lote,– acima e abaixo do solo –, a casafoi pensada como um sistema levede construção em madeira, comdiminutas fundações, adaptadas aosistema construtivo standard de umfornecedor canadiano.Uma parede superficial de fundaçãoem betão, suporta uma estruturade gaiola que contém as paredesexteriores e as tábuas do forro dospavimentos, gerando, ao mesmotempo, um vazio que permite acirculação de ar e pleno acesso aosistema de drenagem e canalização.As paredes seguem o sistemaconvencional de vigamento, emgesso cartonado no interior e tábuasde madeira verticais no exterior –mantendo, por meio de caibros e ripas,uma cobertura plana, isolada, emzinco e cascalho branco.Alcacer do Sal is a small medievaltown, 80 km south of Lisbon, locatedat the gateway to the Alentejo.Crowned by an impressive castlewhose foundations were laid by theArabs in the 8th-century, the windingstreets and alleys of this medievalcity cascade down a steep slopeon the northern bank of the RiverSado. This 3-bedroom house islocated within the walls of the castle,on a site right next to the church ofSanta Maria, whose foundations arebelieved to have been of a mosque. Itis a small and walled hamlet in planforming two large rectangles, denselyplanted with century-old olive trees,slightly sloping towards west.Forming a sort of split L-shapedplan, the house is positioned alongthe north boundary of the plotopening a courtyard towards south.The master-suite is located on theeast side while the two other twosuites face west. The intersection ofthese wings generates the living roomand study areas, which, with fullyglassed sliding windows, release afluid and informal space in additionto passive cooling resulting from thecross-ventilation.The south wing, the tip of the “L”,is the kitchen and dining area, alsowith crisscrossing views towards thecourtyard and the landscape.Counterpoising the whitewashedancient walls of massive stone rubbleand rammed hearth that encircle thewhole perimeter of the plot, and giventhe archaeological sensitivity of theplot, –above and below its soil–,the house has been conceived as alightweight wood construction systemwith minimal foundations, adaptedfrom the standard detailing of aCanadian supplier.A shallow concrete foundationwall supports a girder-and-joistframing that holds the outer wallsand subflooring boards, at the sametimes generating a ventilated voidwith fully accessible drainage andutilities piping. The walls are inthe conventional stud system withdrywall inside and vertical woodsiding on the outside, held by raftersand trimmer on a flat roof insulatedand covered with white pebble andzinc flashing.


PROMONTORIOPormenores de construção (cortes e plantas) Construction details (sections and plans)<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 151


PROMONTORIOPlanta de localização Site planEBFA PLOTLocalização Location Avenida Dom Vasco da Gama (Lisbon), PortugalCliente Client EBFA (Egyptian Building Fund Authority)Programa Programme Embaixada e serviços de consuladoOffices for embassy and consulate servicesÁrea do terreno Plot Size 1,359 m 2ABC GBA 1,510 m 2Data Project Status 2010 (concurso 1º prémio competition, 1 st prize)A República Árabe do Egitopretende construir uma novaembaixada no mesmo local da atual,a qual se localiza no Restelo, umbairro próspero de Lisboa, na AvenidaD. Vasco da Gama. Tipologicamente,esta avenida caracteriza-se peloalinhamento dos lotes e pelacentralidade dos quais se implantammoradias unifamiliares de 2 e 3 pisos.The new building for the Embassyof Egypt will be located on theVasco da Gama avenue, in Lisbon’saffluent quarter of Restelo.This avenue is typologicallycharacterized by a string of largefree-standing villas, of which theexisting embassy building is one,albeit of no particular architecturevalue.AxonometriaAxonometricCorte Section<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 153


PROMONTORIOAlçado poente West elevationAlçado norte North elevationAlçado nascente East elevation154 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPiso 1 Level 1Piso 0 Level 0Alçado sul South facade<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 155


PROMONTORIOMaquetas de estudos de fachada em betão Concrete facade study modelsUma embaixada incorpora eassume uma identidade nacional,política, histórica, cultural e artística,sendo um porto e um abrigo paraos seus cidadãos. A combinaçãodestes fatores induz numa ideiade compacticidade e fortaleza e,simultaneamente, de expressividadede valores e motivos identitários.Tendo isto em consideração oPROMONTORIO desenhou umedifício que é essencialmente umacomposição monolítica de trêslajes horizontais onde se apoiamdesencontrados panos de parede comdiscretos padrões em baixo relevo,evocando a geometria dos motivosegípcios. Estes panos de parede sãointerrompidos em posições específicaspara formar e enquadrar as janelasreentrantes que mantêm a robusteze a coerência tectónica de um bloco.Na cobertura, uma varanda evocaos belvederes típicos das moradiasexistentes na envolvente, desfrutandoda grande beleza da vista de rio.A clareza dos espaços e dascirculações públicas e privadas,assim como a total visibilidade dosmovimentos interior e exteriores, é umaspeto crítico e garantido na conceçãodo espaço interior.Localizada no centro do lote, onovo edifício da embaixada é rodeadopor um jardim em patamares onde seimplantam árvores e arranjos floraise do qual se acede ao estacionamentoem cave.A fachada são baixos-relevos embetão branco cofrados in situ quese combinam materialmente comos largos caixilhos de mogno dasjanelas. O ambiente dos interioresfoi cuidadosamente estudadoprocurando-se acabamentos queevocassem antigas Villas e palácios,e a sua patine feita de sobreposições elento envelhecimento. Tendo isso emvista, propôs-se pedra nos pavimentospúblicos, e nas circulações, e madeiramaciça nos gabinetes e salas dereunião. As paredes nas zonas decirculação são de madeira nervurada,mitigando a propagação do ruído etrazendo conforto físico e visual aoespaço. Também os painéis de gessocartonado acústico nos tetos de todasas divisões contribui para o confortoacústico e evita a reverberação dosom. Nos tetos das escadas do hallcentral, da suite do embaixador e dasala de reuniões principal, um sistemade claraboias embutidas enfatizam asolenidade protocolar dos espaços quedeve caracterizar uma embaixada.As a programme, an embassybuilding should somehow embody thespirit of a nation. It is just as mucha harbour and a safe-haven for itscitizens, as it is the state’s foreignrepresentation at the highest level. Itmust combine the idea of shelteringand safety, with the symbolic valuesof the country’s history and culture.In this case, the compactness andmassiveness yielding from the plot’sregulatory constrains ultimatelyserved as an interesting conceptdesign strategy for an embassybuilding, considering Egypt’s notableand founding tradition of architecturalmassiveness and stereotomics.With this in mind, PROMONTORIOcreated a building that is essentiallya monolith composed by three thickslabs combined with an interweavingmass of patterned walls discreetlyevocative of ancient Egyptiangeometric motifs. Following theclassical post-and-lintel system,these walls are interrupted at specificpositions to form windows, while onthe upper-floor the corners form abalcony by receding and revolvingfrom one angle to the next Clearnessof private and public circuits, as wellas full visibility of visitors’ access, is acritical security issue at the core of theembassy’s concept design.Positioned like a large 19th-centuryvilla in the centre of the plot at itshighest level, the Embassy buildingis surrounded by a garden withsoaring trees accessed by a generousramp from the security gateway atthe Vasco da Gama avenue. Thelatter also surveys private accessto the underground parking level.The facade is in white concretebas-relief cast in situ, contrastingwith the window frames, which arein certified solid mahogany. In theinteriors, care has been taken tochoose materials that weather nicely;finishings that, like in old palacesand villas, get patina over the years,instead of looking rundown. Withthat in mind, the higher footfall andpublic areas will have stone floors,while for cabinets and meetingsrooms a solid oak boarding has beenthe choice. Also in the public areas,a fluted walnut wainscoting wasproposed for acoustic and physicalcomfort. In addition, acoustic gypsumboard in all rooms and circulationareas will also contribute to reducenoise and reverberation. Finally, interms of ceilings we have devised asystem of coffins and skylights for theupper floor key areas; notably, thestairway hall, the ambassador suiteand the meeting room. In all of thesecases, they emphasize a certain ideaof solemnity, which is an essentialelement of embassy protocol.156 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOPlanta das salas do embaixador Plan of Ambassador officesReceção e escritorio do embaixador Ambassador study room and office<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 157


PROMONTORIODesign de ProdutoProduct DesignAparador Britannia Britannia sideboardMesa de café Argentina Argentina coffee tableMesa de jantar Dovetail Dovetail dining tableLinha urbana Ket Sal Abu Ket Sal Abu urban systemEstante Chicago Chicago book shelvesMesa de jantar Troia em madeira maciça de undianuno angolano, 2011Troia dining table in solid angolan undianuno, 2011158 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOVidro negroBlack tinted glassEstrutura em nogueira maciçaSolid walnut structureRipado em nogueira maciçaSolid and veneered walnutVistas de frente e de lado Front and side viewsAparador BritanniaBritannia sideboardMaterial Nogueira maciça com tampo de vidro preto e prateleiras de acrílicoSolid and veneered walnut w/ black tinted glass top and acrylic shelvesProduto Product Aparador com duas gavetas e porta de correrDining room sideboard w/ double drawers and sliding doorMarceneiro Cabinet maker Rui LamasDimensões Dimensions 1250mm x 450mm x 785mmCliente Client Privado PrivateDate Date 2006 (construído built)Axonometria Axonometric1 2501 25045045060 360 3030 360 30 3030 390 30185 600185 30 540 3030 210 15 210 105 30Desenhos de construção Technical drawings30 40 30 517 15 517 30 40 3030 40 30 250 30 40 30Pormenor de canto Corner detail<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 159


PROMONTORIO75050 10 280 10 5020 150 10 430 10 150 207504003 <strong>24</strong> 3540 20 10 30600Desenhos de construção Technical drawings440 790Mesa de café ArgentinaArgentina coffee tableMaterial Cabedal castanho e bronze oxidado, acabamento fusilNatural brown leather and oxidized brass with gun-barrel finishProduto Product Mesa de café Coffee tableDimensões Dimensions 790mm x 440mm x 600mmCliente Client Privado PrivateData Date 2010 (construído built)Vista de frente e de lado Front and side views160 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIOMesa de jantar DovetailDovetail dining tableMaterial Tábua única de tola maciça e estrutura e ferro com pintura mateSingle solid board of tola wood and and painted steel structureProduto Product Mesa de jantar Dining tableDimensões Dimensions 3000mm x 1100mm x 750mmMarceneiro Cabinet maker Rui LamasCliente Client Paulo PerloiroData Date 2011 (construído built)O tampo é uma tábua única com 1100mm de larguraThe table top is a single board with a width of 1100mmO reforço de andorinha em sucupira foi criado de forma aimpedir que a tábua empeneThe sucupira dovetail reinforcement was created in orderto prevent the wood board from warping500 2.000 5003.0003.000720 30901.100 90 9201.100500 2.000 500 90 460 20Desenhos de construção Technical drawings<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 161


PROMONTORIOCandeeiro de rua em ferro fundido pintado e globo em vidro opalinoe banco de jardim em ferro fundido pintado e madeira pintadaStreet lamp painted cast-iron pole and milk-glass cover and park benchpainted cast-iron and painted woodLinha urbana Ket Sal AbuKet Sal Abu urban systemBanco de jardim Park benchMaterial Ferro fundido pintado e madeira pintadaPainted cast-iron and painted woodFabricante autorizado Licensed fabricator Larus, PortugalDimensões Dimensions 1800mm x 925mm x 765mmCliente Client Municipio de Alcácer do Sal Municipality of Alcacer do SalData Date 2012 (prototypo construído prototype built)Candeiro de rua Street lampMaterial Ferro fundido pintado e globo em vidro opalinoPainted cast-iron pole and milk-glass coverFabricante autorizado Licensed fabricator Larus, PortugalDimensões Dimensions 3450mm x 393mmCliente Client Municipio de Alcácer do Sal Municipality of Alcacer do SalData Date 2012 (protótipo construído prototype built)90228Protótipos do banco de jardim e candeeiro de rua Park bench and street lamp prototypes3 000 4501 80060 1 680 60765365 401415 351765150393Desenhos de construção Technical drawingsEugene Asse, notável crítico e arquitecto russo em Kiev(Ucrânia), em 2010Renowned russian architect and critic Eugene Asse,in Kiev (The Ukraine), in 2010Banco em ferro fundido e madeira no parqueGoloseevski, Kiev (Ucrânia)Cast-iron park bench in Goloseevskiy Park, Kiev(The Ukraine)162 <strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong>


PROMONTORIO2 08090030 990 30 1 000 3030 265 3030 420 15 220 15 320 30 239 15 239 15 239 15 239 3090030 270 15 270 15 270 3032530 265 30295 30325Estante ChicagoChicago book shelvesMaterial Madeira maciça de pau-de-cetim e jacarandá Solid satinwood and rosewoodProduto Product Estante auto portante modular Free-standing book shelve modulesMarceneiro Maker Rui LamasDimensions Dimensões 900mm x 325mm x 2080mmCliente Client Ana e/and Aulácio Costa AlmeidaData Date 2000 (construído built)Desenhos de construção Technical drawingsSala de estar Living roomAxonometria Axonometric<strong>ArchiNews</strong> <strong>24</strong> 163

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!