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2005, quando saiu à procura de informações de seu pai. Sua mãe disse que o pai, que havia deixadoa família em busca de melhores condições de vida, teria morrido nas mãos de um sargento. Apóspesquisas, encontrou na Bahia duas testemunhas da morte do pai dele, Gesulino França de Souza. Astestemunhas contaram que ele foi executado por um policial militar durante a fuga dos trabalhadoresda Usiminas, após os disparos. O corpo da vítima, entretanto, nunca foi encontrado e não faz parteda lista oficial de mortos no massacre. João Flávio Neto pode ser outro desaparecido após o Massacrede Ipatinga. Segundo sua irmã, Conceição Maia Ribeiro Flávio, “ele saiu de casa para trabalhar noinício de outubro de 1963 e nunca mais voltou”. O nome de João Flávio também não consta da listade mortos oficiais. Fábio Rodrigues de Souza é outro possível desaparecido ligado ao episódio. Eletambém desapareceu em Ipatinga na manhã de 7 de outubro de 1963.40. Há ainda a referência a uma encomenda de 32 caixões pelo setor de almoxarifado daUsiminas, feita no dia 8 de outubro. Segundo o jornalista Marcelo Freitas, Laerte Abelha Lopes,então motorista da Usiminas, que normalmente transportava alimentos para abastecer o bandejãoda empresa, voltava de Catalão (GO) no dia 8 de outubro quando recebeu a missão de buscar 32caixões na funerária da Santa Casa de Misericórdia, em Belo Horizonte. O motorista disse que serecorda bem do número de caixões, pois na entrega tinha que conferir com a nota fiscal. Os caixõesforam entregues no almoxarifado da Usiminas.41. Rossi do Nascimento, filho de José Isabel do Nascimento; Eva Reis, filha de AntônioJosé dos Reis; Maria Conceição Ferreira Felipe, filha que perdeu o pai, Alvino Ferreira Felipe;Jurandir Persichini Cunha, membro da Comissão da Verdade de Minas Gerais, ex-metalúrgico ejornalista, sobrevivente do massacre; e Jarbas da Silva, que trabalhava no almoxarifado da Usiminas,também prestaram depoimento à CNV. A Usiminas e a Polícia Militar de Minas Gerais foram chamadaspela CNV para prestar esclarecimentos na audiência. O representante da empresa, AfonsoCelso Flecha de Lima Álvares, não respondeu as questões elaboradas pelas comissões Nacional daVerdade e Estadual da Verdade de Minas Gerais, mas disse que a empresa está comprometida emajudar. Segundo ele “a Usiminas não se furtará a prestar informações e já pedimos que o setor de RH(Recursos Humanos) e os arquivos façam uma busca em torno de documentos que possam esclareceros fatos”. O coronel Eduardo César Reis, representante da Polícia Militar, entregou à CNV cópiado Inquérito Policial Militar que tramitou entre 1963 e 1964. Segundo o coronel, a Polícia Militarde Minas Gerais indiciou 20 policiais no IPM e encaminhou os resultados da investigação à JustiçaMilitar em 1964. Nenhum policial, porém, foi condenado pela Justiça.comissão nacional da verdade – relatório – volume i – dezembro de 201442. Em Ipatinga, alguns prédios públicos receberam nomes em homenagem às vítimasdo massacre, como o Centro Esportivo Cultural Sete de Outubro, no bairro Veneza, e o hospitalmunicipal Eliane Martins.2. A Revolta de Trombas e Formoso. O desaparecimento de José Porfírio e seu filhoDurvalino Porfírio de Souza (1973)Eles me bateram e disseram: “Se você não disser onde está o José Porfírio eu matoseu marido e seu irmão”. E me xingaram de vários nomes. Eu respondi: “Não digoporque não sei. E se soubesse também não diria”.611

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