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48. José Porfírio de Souza nasceu em 12 de julho de 1913 em Pedro Afonso, à época pertencenteao estado de Goiás, hoje Tocantins. Iniciou sua trajetória política no ano de 1949, ocasiãoem que se mudou para a região de Trombas, área de terras devolutas e solo fértil, localizada aonorte da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG). Logo no início do conflito de Trombas eFormoso, o líder camponês perdeu sua esposa Rosa Amélia de Faria, com quem teve seis filhos. Elafoi vítima de um ataque cardíaco, após ter sua casa invadida e queimada em uma ação da políciae de jagunços contratados pelos grileiros. José Porfírio casou-se novamente. Sua segunda esposa éDorina Pinto da Silva, com quem teve 12 filhos. Com a eclosão da revolta, alguns militantes doPartido Comunista Brasileiro (PCB) foram deslocados para a região, para auxiliar na organizaçãodo movimento. Essa aproximação foi de extrema importância para a formação política de Porfírio,que por volta de 1956 filiou-se ao partido.49. Em 1962, foi eleito deputado estadual pela coligação PTB-PSB, e ajudou a criar aAssociação dos Trabalhadores Camponeses de Goiânia, tendo participado do Congresso Camponêsde Belo Horizonte, em 1961, e do 1 o Congresso Operário-Estudantil-Camponês de Goiás, em 1963,em Goiânia. Em 1964 teve seu mandato cassado pelo Ato Institucional n o 1, retornando à região deTrombas e Formoso com a intenção de formar um movimento de resistência ao golpe militar, mas nãoobteve sucesso. Fugiu com outros companheiros por 18 dias de canoa pelo rio Tocantins, até chegar àcidade de Carolina, no Maranhão, estado onde passou a viver clandestinamente. Descontente com asposições tomadas pelo PCB, saiu do partido e começou a integrar os quadros da Ação Popular (AP).No ano de 1968 participou do grupo que formou a dissidência da AP e fundou o PRT.comissão nacional da verdade – relatório – volume i – dezembro de 201450. As atividades de José Porfírio de Souza e de pessoas ligadas a ele foram ostensivamentemonitoradas. Os documentos registram antecedentes, julgamento, prisão, soltura, buscade informações, trajetória, termos de declarações, entre outros. Desse modo, é possível afirmar amontagem de uma operação de localização e captura do líder camponês. No período em que JoséPorfírio de Souza foi procurado, preso e desaparecido, o general de brigada Milton Tavares deSouza (também conhecido como Miltinho ou Milton Caveirinha e um dos idealizadores da políticade eliminação física) esteve responsável pela chefia do Gabinete do Ministério do Exército/Chefe do Centro de Informações do Exército (CIE). Isto pode ser comprovado pela sua assinaturaem vários documentos relacionados ao líder camponês. Destaca-se o documento do SNI com oassunto “Prisão de José Porfírio de Souza”, que apresenta um relatório sobre o levantamento procedidono norte de Goiás e sul do Maranhão que culminou na prisão por agentes da PMEGO doex-deputado e camponês José Porfírio de Souza. 30 O documento menciona que a prisão foi realizadaem uma operação surpresa e evidencia um conjunto de esforços planejados e direcionadospara que a detenção fosse efetuada com êxito.51. José Porfírio de Souza foi preso em 1972 na fazenda Rivelião Angelical, povoado deRiachão, no Maranhão, e em seguida levado para Brasília, desaparecendo em 1973. Os filhos deJosé Porfírio de Souza, Durvalino e Manoel, também foram presos e torturados pelo regime militar.Manoel Porfírio foi condenado pela Justiça Militar por ser militante do PRT e ficou preso durantesete anos em São Paulo. Durvalino Porfírio enlouqueceu em consequência das torturas sofridas. Sobrea prisão e tortura sofridas por Durvalino, o camponês e irmão de José Porfírio, Arão de Souza Gil,disse que “ele apanhou até ficar louco. Morreu louco […]. Ele chegou sadio, era estudante, era novo,17 anos. Quando chegaram com ele em Balsas, ele já estava louco”. 31613

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