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132. Segundo o ex-agente do DOI do II Exército, a organização tinha em curso uma operaçãochamada Radar, que objetivava localizar e desarticular a infraestrutura do jornal Voz Operáriaem todo o território nacional. A operação, que estava parada, foi retomada no final de 1973 pelo DOIde São Paulo, em colaboração com outros DOIs e com o CIE, desencadeando prisões e perseguiçõespor todo o Brasil, em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Nestes últimos estados, as operações foram batizadasde Marumbi e Barriga Verde, como aconteceu também em outras regiões do país. Dessa vez, o DOI-CODI do II Exército visava também a eliminação de alguns dirigentes do PCB. Falava-se que “muitosdeles já haviam sido presos – alguns mais de uma vez – e, mesmo assim, se revelaram insensíveis àspunições aplicadas”. 92 Documento confidencial do CISA, agência Rio de Janeiro, de 1975, mostra acolaboração entre os centros de informação e a abrangência nacional da investida da repressão contrao PCB: “Remetemos, para conhecimento, cópia xerox do relatório do inquérito policial, realizadopelo DOPS/SP, que apurou atividades do Partido Comunista Brasileiro, indiciando 105 militantes”. 93133. Por serem ações clandestinas e contra um grupo que se opunha à luta armada, os agentesda repressão não poderiam forjar situações de confronto, de tiroteio, de atropelamento após troca detiros etc. para justificar as mortes. Não caberia, no caso da eliminação de lideranças do PCB, as versõesoficiais que iam para as páginas de jornais no dia seguinte às execuções, recorrendo ao imaginário devitória “no combate ao terrorismo” e “na troca de tiros com guerrilheiros”. Por isso, as mortes dos dirigentesdo PCB não eram divulgadas na imprensa, e a caçada aos membros do partido ocorria, comoregra geral, dentro de rigoroso segredo mantido pelos agentes da repressão. Clandestina, a solução dadapelos executores da Operação Radar foi o desaparecimento forçado dos corpos, após sessões de torturase execuções sumárias. A operação foi comandada pelo chefe do DOI do II Exército, o tenente-coronelAudir dos Santos Maciel, em colaboração com oficiais do CIE, como os majores Paulo Malhãese José Brant Teixeira. Como se fazia no combate a grupos armados, formou-se um grupo secreto doqual participavam delegados do DOPS, como José Francisco Setta e Alcides Singillo. Foram usadaschácaras clandestinas para facilitar o desaparecimento forçado dos corpos.comissão nacional da verdade – relatório – volume i – dezembro de 2014134. Entre março de 1974 e janeiro de 1976, foram mortos pela Operação Radar DavidCapistrano da Costa; José Roman; Walter de Souza Ribeiro; João Massena Melo; Luís Ignácio MaranhãoFilho; Elson Costa; Hiran de Lima Pereira; Jayme Amorim de Miranda; Nestor Vera; Itair José Veloso;Alberto Aleixo; José Ferreira de Almeida; José Maximino de Andrade Netto; Pedro Jerônimo de Souza;José Montenegro de Lima, o Magrão; Orlando da Silva Rosa Bomfim Júnior; Vladimir Herzog; NeideAlves dos Santos; e Manoel Fiel Filho. Dessas vítimas, 11 são desaparecidos políticos, cujos restos mortaisnão foram entregues às famílias até hoje. Dezenas de outros dirigentes e militantes integrantes do CC doPCB também foram presos e torturados, embora não tenham sido assassinados.135. Segundo informação confidencial n o 501/75, de 17 de março de 1975, da 2 a Seção doComando do II Exército,após as devidas investigações e numerosas prisões, o DOI-CODI II Exército logroudesbaratar, em parte, alguns setores do Partido Comunista Brasileiro que atuavamem nossa área de jurisdição, bem como cooperou em operações levadas a efeito emoutras áreas. 94643

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