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da da América do Sul. Como exemplo, documento secreto do CIEx, de dezembro de 1966, trazinformação sobre Cibilis Vianna: “O asilado brasileiro Cibilis da Rocha Viana está de regresso aMontevidéu, constando que tenha viajado a Havana, de onde trouxe recursos para Leonel de MouraBrizola”. 15 A tensão entre as articulações de Brizola no exílio e o monitoramento feito pelos órgãos dogoverno militar se estenderá ao longo dos primeiros anos pós-64. No entanto, até hoje, a participaçãoefetiva de Brizola no movimento do coronel Jefferson Cardim é uma dúvida. Sabe-se que ele senegou a dar dinheiro aos sargentos Alberi e Firmo Chaves, quando estes o procuraram em Atlântida.Tudo leva a crer que Brizola acompanhou, a distância, ao longo dos primeiros anos pós-golpe de1964, várias articulações voltadas à sublevação contra a ditadura. No entanto, segundo Herbert deSouza, o Betinho, “Jefferson Cardim foi por conta dele mesmo, [...] depois de várias tentativas, comvárias datas desmarcadas da insurreição, resolveu fazê-la por conta dele”. 1615. O capitão da Aeronáutica Álvaro Moreira de Oliveira Filho, que se encontrava exiladono Uruguai, disse que Cardim o convidou para participar do movimento. No entanto, após consultarseu grupo político, ele recusou o convite. 17 O próprio Cardim, quando comentou, anos depois, sobrea articulação feita para o movimento, deixou dúvidas sobre a coordenação com Brizola:Nós tínhamos um acordo, eu e o Brizola, eu não faria perguntas sobre os planos delee me reservava o direito de não informar onde nem quando lançaria o que ele diziaser o estopim para eclodir um movimento de insurreição no Rio Grande do Sul. 18comissão nacional da verdade – relatório – volume i – dezembro de 20142. Manoel Raimundo Soares: “O caso do sargento das mãos amarradas” (1966)Ouvi dizer no DOPS que eu fui o detido mais “tratado” até hoje dos que lá passaram.Que mais posso temer? Temor servil, pois, não tenho. Ainda não foi necessário demonstrarque não temo nem a morte. Talvez, em breve, isto venha a acontecer. O tempo dirá.[Carta de Manoel Raimundo Soares, de 25 de junho de 1966.]16. Em 24 de agosto de 1966 foi encontrado no rio Jacuí, às margens da ilha das Flores,nas proximidades de Porto Alegre, o corpo do sargento Manoel Raimundo Soares. Ele estava comas mãos e os pés atados às costas, motivo que fez o episódio de sua morte ter ficado conhecido como“O caso do sargento das mãos amarradas”. As circunstâncias do crime tiveram grande repercussão àépoca. Paraense de Belém, Manoel Raimundo Soares foi para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil,em 1953 e, em 1955, ingressou no Exército. Participou do movimento dos sargentos, com atuação naCampanha da Legalidade, em 1961, que garantiu a posse de João Goulart. Em 25 de agosto de 1963,foi transferido para o Mato Grosso, como represália por sua atuação política e, em 30 de julho de1964, foi expulso do serviço ativo do Exército brasileiro, por motivos ideológicos, com base no AtoInstitucional n o 1 (AI-1), de 9 de abril daquele ano.17. Manoel Raimundo desertou de seu quartel em Campo Grande com o sargento ArakenGalvão, também destacado no Mato Grosso. Eles viajaram juntos para Juiz de Fora e depois para o Riode Janeiro e, de lá, foram para o Rio Grande do Sul. Atuavam na articulação do Movimento NacionalRevolucionário, grupo de militares e lideranças trabalhistas ligado a Brizola e a Jango, que, naquele momen-601

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