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REPORTAGEMCEPEC : 10 ANOS APOIANDO ACAFEICULTURA DE MONTANHAO Centro de Pesquisas Cafeeiras adoção de lavouras mais modernas e(CEPEC) Eloy C.Heringer, localizado em produtivas por parte de milhares deMartins Soares, na Zona da Mata mineira, cafeicultores dessas regiões.completou 10 anos desde a sua criação em1994. Parceria deu certoNesse período, prestou e continua Quando se imagina um Centro deprestando um excelente trabalho de apoio à Pesquisas vem logo à mente a figura de umacafeicultura de montanha, abrangendo uma Instituição Governamental, uma EMBRAPA, umvasta região da Zona da Mata de Minas Gerais, Instituto, uma Secretaria de Estado tomandoEspírito Santo e Rio de Janeiro, atuando no iniciativas e administrando esse Centro, muitasdesenvolvimento e difusão de tecnologia vezes com insucessos, devido à burocracia e àcafeeira, com ótimos resultados, influindo na falta de recursos.


04O CEPEC, ao contrário, partiu de uma Os estudos tem abrangido desde oiniciativa privada, que veio do Grupo Heringer, melhoramento genético, com a introdução eligado à produção cafeeira, possuindo cerca de seleção das melhores variedades, passando1600 ha de cafezais na região da Zona da Mata por espaçamentos, sistemas de plantio,e Sul do Espírito Santo e, também, ligado à nutrição, controle de pragas e doenças efabricação de fertilizantes. Seu titular, o manejo das práticas culturais, até trabalhos deEngenheiro Agrônomo Dalton Dias Heringer, colheita e pós-colheita. No melhoramentocresceu suas empresas mas não se esqueceu destaca-se o material de Catucai 785/15,da sua origem e a dos seus ancestrais, que resistente à ferrugem ao nematóide M.exigua ecomeçaram como colonos de café na região de o Acauã, introduzidos e selecionados noLaranja da Terra. Ele quis criar um suporte <strong>para</strong> CEPEC, com a colaboração de Técnicos doessa atividade agrícola que lhe deu origem e MAPA/PROCAFÉ, de Caratinga e Varginha eassim, retornando benefícios <strong>para</strong> a sua que atualmente constituem variedades de elitecomunidade.<strong>para</strong> substituição de lavouras cafeeiras daEm 1994, no dia 22/06/1994, o Grupo região. Também são executados ensaios nesseHeringer criou o CEPEC, buscando campo, em colaboração com o IAC e a UFV.colaboração no MAPA/PROCAFÉ, na época e As tecnologias de adensamento deaté hoje contando com a colaboração de 2 cafezais e de correção de solo, nutrição eT é c n i c o s d a q u e l e P R O G R A M A , o s controle de pragas e doenças, que temEngenheiros Agrônomos Roberto Santinato e viabilizado a cafeicultura de montanha,J.B.Matiello.predominantemente familiar, mantendo-aEssa parceria deu certo. Contando o competitiva em relação à cafeiculturaCEPEC com uma boa Equipe de Engenheiros empresarial, mecanizada, teve e continuaráAgrônomos e Técnicos Agrícolas, e com tendo, de forma acompanhada, de modorecursos adequados, muitos trabalhos de dinâmico, o suporte do CEPEC. Nesse sentido,pesquisa foram realizados e publicados. Foram alguns trabalhos de combinação de cultivos em250 trabalhos publicados nesses 10 anos, cafezais também estão em andamento <strong>para</strong>abrangendo os principais campos de estudo da uma cafeicultura mais auto-sustentável.lavoura cafeeira.Pesquisas mais aplicadasOs trabalhos de pesquisa noCEPEC tem dado prioridade àstecnologias mais aplicadas. Osproblemas são levantados naspróprias lavouras da região,dando origem, nos experimentosde campo, à testagem dassoluções mais apropriadas,também atendendo àscaracterísticas de solo, clima,topografia, tipo de produtor eoutras condições típicas daregião.REPORTAGEM


06COMO VAI VOCÊADELSO: O PAI DAS MUDAS DE ESTACA.em ótimos padrões tecnológicos. Ele dá seu contato:agrozan@agrozan.com.br.PROFESSOR MALAVOLTA: O MESTRE DANUTRIÇÃO MINERAL DO CAFEEIRO.Eurípedes Malavolta é Engenheiro Agrônomoformado pela ESALQ em 1948, nesse ano ingressandocomo professor e chegando diretor da mesma.Professor Malavolta, como é mais conhecido,tem uma enorme contribuição científica à agriculturabrasileira, na forma de pesquisas, ensino, direção econsultoria técnica. Publicou 150 trabalhos e 19 livros.Desde 1984 trabalha como pesquisador permissionárioAdelso junto à sua paixão.do CENA. Possui títulos de mestrado, doutorado ePHD, com especialização em nutrição de plantas. NoAdelso J. Paulino, Engenheiro Agrônomo, setor de café, os principais trabalhos de adubaçãoformado pela UFV em 1969, pesquisou e desenvolveu, química, que viabilizam o cultivo de cafeeiros em solosna década de 80, toda a tecnologia aplicada à produção pobres, tem sua chancela. Seu livro “ nutrição mineralde mudas de estaca (clonais) de cafeeiros Conillon. Fez, do cafeeiro” permanece na cabeceira de todos ostambém, cruzamentos e seleções que deram origem a técnicos ligados à cafeicultura. Suas palestras e aulasnovas variedades de café arábica.sempre prenderam a atenção dos alunos, técnicos eEle começou seu trabalho com o café em 1970, produtores, pelo seu profundo conhecimento e boano setor de melhoramento genético do cafeeiro, junto didática. Alia esses conhecimentos à sua enormeao Serviço Regional de Vitória e desenvolveu seus prática, também em campo. Possui títulos de mérito emtrabalhos, em colaboração com outros técnicos do IBC, várias organizações científicas, no Brasil e no exterior.nas Fazendas Experimentais de Marilandia e Venda- Professor Malavolta se aposentou de suasNova, no Espírito Santo, até a extinção do órgão em funções na vida pública. Com sua capacidade contínua,1991/92, quando passou <strong>para</strong> o MAPA Ministério da agora, prestando consultorias a empresas eAgricultura, Pecuária e Abastecimento, até 1995, empreendimentos agrícolas. Continua sendo o grandequando se aposentou.mestre, por nós muito admirado e respeitado. UmAdelso publicou cerca de 80 trabalhos exemplo <strong>para</strong> todos os técnicos.científicos e 4 boletins e livros (em colaboração) sobreo manejo da produção de cafeeiros, principalmente, davariedade Conillon.A cafeicultura lhe deve um agradecimento pelagrande contribuição técnica que deixou, especialmente,aquela de seleção e clonagem de cafeeiros Conillon,pela qual recebeu o título “ Destaque Agronômico noEspírito Santo, quinquênio 1981-86”, com o trabalho:Propagação vegetativa do cafeeiro Conillon. Emmeados de 1970 efetuou cruzamentos entre Catimores eCatuaí e Mundo Novo, dando origem, após váriasgerações de seleções, às variedades IBC-Palma 1 e 2 eao material em desenvolvimento, no <strong>Procafé</strong>, emVarginha, chamado de Mormundo.Adelso, pai de 4 filhos, se dedica agora à suaFazenda em Colatina-ES, onde cultiva café Conillon


PESQUISANDO07CRESCIMENTO EM CAFEEIROS, AVALIADO NA FAZENDAEXPERIMENTAL DE VARGINHA, E CORRELAÇÃO COMPRODUTIVIDADE/PRODUÇÃO.A.W.R.Garcia e J.B.Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFE; L.B. Japiassú - Eng. Agr.FUNPROCAFÉ e R.A.Ferreira - Téc. Agr. MAPA/PROCAFE.Foi analisado o crescimento, em nós por ramo produtivo, de cafeeiros conduzidos naFazenda Experimental de Varginha e sua correlação com as safras colhidas no período1999-2004. Verificou-se que o maior número de nós em um ano resultou em elevação dasafra no ano seguinte e vice-versa. Na média obtida observou-se que nos anos de safrabaixa cada nó de crescimento resultou em 4,2 sacas/ha no ano seguinte; já nos anos desafra alta, a projeção foi de 3,5 sacas/nó.Outros fatores, como condições climáticas e o nível das tratos também influem nessaprojeção de produtividade.A Fazenda Experimental de Varginha, no Sul deMinas Gerais, do sistema MAPA/PROCAFÉ/<strong>Fundação</strong>PROCAFÉ, vem acompanhando, no período de 1999-2003, através da Estação de Avisos, o crescimento decafeeiros em variados tipos de lavoura, adensadas eabertas, com alta, média e baixa carga.No presente trabalho objetivou-se correlacionar osdados de crescimento observados em anos consecutivosno cafeeiro, com os níveis de produtividade obtidos,analisando-se essa combinação e a possibilidade de preveras safras com base no critério de número de nós produtivosnos ramos.Resultados e conclusõesO Quadro 1 contém, de forma resumida, os dadosdo número médio de nós, (máximo acumulado) avaliadosem cada ano (em agosto) e a produtividade média naFazenda Experimental de Varginha, de 1999 a 2003.Verifica-se que um maior número de nós, emdeterminado ano, corresponde a uma produtividade maiselevada no ano seguinte. Não há uma correlação exata,devido à interferência de outros fatores, como a condiçãoclimática e o nível dos tratos dispensados às lavouras.Quadro 1 - Crescimento lateral de cafeeiros, emnúmero de nós nos ramos produtivos e produtividadesna Fazenda Experimental de Varginha-MG, 2003.Anos199920002001200220032004* PrevisãoNúmero de nós por ramo(Agosto)10,46,98,57,96,9-Produtividade(sacas/ha)11,634,920,345,029,526,3 *


PESQUISANDO08Quanto à condição climática, nos últimos anos A análise efetuada permitiu concluir-se que:houve registro de balanços hídricos com déficit, chegandoa) O número de internódios formados no anoa 300mm em dez/99; em 2000 atingiu 217mm; em 2001anterior influencia, diretamente, a safra futura eatingiu 215mm; em 2002, 251,9mm. Em 2003, atévice- versa.setembro, o déficit era de 172mm. O prejuízo com a faltab) As condições climáticas, associadas aos tratosde água sobre a produtividade parece constante. Na médiaculturais, também contribuem no diferencial dedas 6 safras, a produtividade foi de 27,9 sacas/ha,crescimento e na variação de produtividade deenquanto que no ensaio de irrigação, as parcelas irrigadasum ano <strong>para</strong> o outro.atingiram produtividade de até 56 sacas/ha, comc) A contagem dos internódios, utilizandoacréscimo de até 83% sobre as não irrigadas.amostragens representativas, pode auxiliar naCom a melhoria dos tratos e renovação por podas previsão de safra futura. Cada nó formado no anotem-se evitado desfolhas mais graves e, ao mesmo tempo, de baixa safra projeta aproximadamente 4,2promove-se a recuperação de lavouras mais velhas, o que sacas beneficiadas/ha no ano seguinte, enquantotem resultado em menor oscilação e aumento gradativo na no de alta a projeção observada foi deprodutividade na área da Fazenda Experimental.aproximadamente 3,5 sacas beneficiadas/ha.EFEITO DA IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO EM CAFEEIROS CULTIVADOSEM VARGINHA -MG.J. .B. Matiello e A.W.R.Garcia - Eng. Agr. MAPA-PROCAFÉ eN. Fioravante - Téc. Agr. FUNPROCAFÈ.Foi conduzido um ensaio de irrigação complementar em cafeeiros em Varginha-MG, emlavoura adulta de Catuaí, no espaçamento 3,5 x 1,5m. Foram testados 5 tratamentos, atestemunha (sem irrigação) e 4 níveis de água, sendo 100%, 75%, 50% e 25% dosuprimento normal, calculado como 100mm, nos meses de maio e agosto. O suprimentode águia foi feito por aspersão. No período 2001-2003 foram efetuadas 3 colheitas noensaio, a média indicando que houve respostas significativas, variando de 54 a 83% deacréscimos produtivos nas parcelas irrigadas em relação ao tratamento sem irrigação. Omelhor desempenho foi <strong>para</strong> o tratamento com 75% de irrigação, ou seja, cerca de80mm de água aplicados em maio e agosto em cada ano. A irrigação influenciounegativamente a maturação dos frutos de café, verificando-se maior percentual deverdes nas parcelas irrigadas.A região do Sul de Minas Gerais é a principal área setembro de 2003), respectivamente, (Gráficos 1 e 2). Oscafeeira no Brasil e sua condição climática normal não estudos climáticos publicados pelo Instituto Brasileiro domostra deficiências hídricas prejudiciais ao cafeeiro. Nos Café, contidos nos manuais “Cultura de Café no Brasil”,últimos 4 anos, entretanto, têm sido observadas com embasamento técnico nos trabalhos elaborados pelodeficiências hídricas que tem afetado o vigor e a Dr. Ângelo Paes de Camargo, mostram que déficitsprodutividade dos cafeeiros, cuja situação pode ser hídricos superiores a 150mm reduzem significativamenteavaliada através dos dados climáticos levantados pela a produção do cafeeiro. Embora a irrigação em cafeeirosEstação de Avisos Fitossanitários do MAPA/PROCAFÉ, não seja uma prática tradicional no Sul de Minas Gerais,localizada na Fazenda Experimental de Varginha-MG, que um trabalho sobre efeito da irrigação em cafeeiros emmostraram baixa precipitação durante os meses de maio a formação (Garcia e outros, Anais do 26º CBPC, p. 292),setembro, resultando em déficits hídricos, nos anos de observaram ganhos de mais de 100% na produtividade,2000 a 2003, de 217,0; 190,0; 251,9 e 172mm (30 de motivando a instalação de um novo experimento em


PESQUISANDOlavoura adulta.O objetivo do presente trabalho foi o deavaliar, <strong>para</strong> as condições de Varginha, aresposta do cafeeiro à irrigação complementar,durante o período de maio a setembro, de modoa simular as condições hídricas observadas emanos de precipitação normal na região.Deste modo, observadas as condições daregião, no mês de maio, ao final do períodochuvoso, verificou-se que ocorre, em condiçõesnormais, excedentes de aproximadamente100mm. Com a redução das chuvas, esteexcedente hídrico fica reduzido até seaproximar de zero no período de julho asetembro, quando então volta a subir com aentrada de outro período chuvoso. A estratégiaadotada do estudo foi a de imitar esta situaçãodos anos normais, suprindo o cafeeiro com umareserva de aproximadamente 100 mm de águano mês de maio, deixar que a disponibilidade deágua seja reduzida até a um máximo de 100mmnegativos, o que normalmente ocorre no mês deagosto, e irrigar novamente a fim de assegurarsuprimento de água até o início do períodochuvoso. Assim, a partir de maio de 2000 foifeita uma irrigação de 100%, 75%, 50% ou 25%da necessidade, conforme os tratamentosdiscriminados no Quadro 1, com o objetivo defazer uma reserva de água no solo, <strong>para</strong>enfrentar o período de seca e em agosto, quandoo déficit hídrico chegava próximo a 100mm negativos, erafeita uma nova irrigação.Foi usado o sistema de irrigação por aspersão, comaspersores Agropolo, modelo NY 30 ER, raio de 10m eárea de abrangência de 314m2. O abastecimento de águafoi através de bomba de recalque instalada em uma caixade 1000 litros, graduada <strong>para</strong> o controle de vazão. Osaspersores, com aproximadamente 3m de altura, foramlocados na linha no centro da parcela e fixados na plantacentral da parcela. Utilizou-se a cultivar Catuaí Vermelho-144, plantada no espaçamento de 3,50 x 1,50m, com umpé por cova. As adubações e os tratos culturais utilizadosforam os usuais e idênticos <strong>para</strong> todos os tratamentosestudados. A época e a quantidade de água irrigada nos 509tratamentos do ensaio constam no Quadro 1.Resultados e ConclusõesOs resultados de produção das 3 primeiras colheitasúteis do ensaio estão resumidas no Quadro 2. No Quadro 3estão colocados os dados sobre o estágio de maturação dosfrutos na colheita de 2003, nos vários tratamentos. Osgráficos 1 e 2 mostram os registros de chuva e de déficithídrico no local do ensaio.Quadro 1 - Época e quantidade de água fornecida noperíodo 2000, 2001, 2002 e 2003 no ensaio deirrigação do cafeeiro. Varginha-MG, 2003.Verificou-se que todos os tratamentos comem mm. de águaTratamentos Set/00 Mai/01 Ago/01 Mai/02 Ago/02 Mai/03 Ago/031. Sem irrigação - - - - - - -2. 25% 31 31 15 28 23 25 303. 50% 60 62 32 56 46 50 604. 75% 98 93 45 84 69 75 905. Irrigação Máxima 127 124 60 112 92 100 120


10PESQUISANDOGráfico 1- Precipitações mensais na média histórica e nos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003 (até setembro).Precipitação mm500450400350300250200150100500Precipitações MensaisJan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMesesPrecipitações 74/02 Precipitações 00 Precipitações 01Precipitações 02 Precipitações 03Gráfico 2- Balanço Hídrico - Varginha-MG. Média, 2001, 2002 e 2003 Setembro.MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTODFA/SSV - MG - PROCAFÉDISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO (mm)ESTAÇÃO DE AVISOS FITOSSANITÁRIOS - VARGINHA - MG200100mm0-100jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez-200-300Média 2001 2002 2003Quadro 2 - Produção de café obtida em sacas beneficiadas/ha, em 3 safras (2001-03),com e sem irrigação do cafeeiro. Varginha-MG, 2003.Tratamentos 2001 2002 2003 Média %1. Sem irrigação 3,7 68,8 19,0 30,5 1002. 25% 30,5 55,6 55,5 47,2 1543. 50% 43,0 59,3 76,7 51,3 1684. 75% 24,5 102,1 41,8 56,1 1835. Irrigação Máxima 29,5 75,1 43,9 49,5 162Quadro 3 - Maturação do café colhido no ensaio de irrigação, em julho de 2003. Varginha-MG, 2003.Tratamentos% dos FrutosVerdes Cereja Passa + Seco1 - 40 602 14 43 433 35 33 324 7 43 505 12 50 39


PESQUISANDOirrigação aumentaram a produtividade do cafeeiro, Em condições de anos anormais é possível obtercom acréscimos médios de 54 a 83%. A melhor resposta ganhos expressivos de produtividade com a utilização daocorreu com 75% da irrigação máxima, ou seja, irrigação em cafeeiros na região Sul de Minas Gerais.aproximadamente 80mm de água em maio e agosto. Este A irrigação retardou a floração e a maturação,resultado corrobora os dados da literatura, que indicam prolongando a presença de cafés verdes e cerejas noque o cafeeiro necessita de um período de déficit hídrico cafeeiro.durante sua fase de repouso.Conclui-se que11MAIOR VIGOR E RESISTÊNCIA À SECA EM CAFEEIROS SIRIEMA.J.B.Matiello, S.R.Almeida e M.B.Silva - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ; R.A.Ferreira - Téc.Agr. MAPA/PROCAFE e C.H.S.Carvalho - Eng. Agr. EMBRAPA Café.No período agrícola 2002/2003 foram observadas novas características no materialgenético de café denominado Siriema, híbrido em gerações avançadas de C. arabica x C.racemosa, que apresenta resistência múltipla ao bicho-mineiro e à ferrugem. Foiverificado um maior vigor e tolerância à seca após um período de stress hídrico enutricional. Nessa condição desfavorável, em ensaio em Varjão de Minas, foiverificado, <strong>para</strong> o material de Siriema, um vigor equivalente a notas 4 e 5, contra 1 a 3 norestante de material de arabica, como linhagens de Catuaí, Acauã e Palma II, esta últimasmais tolerantes que o Catuaí. A presença de maior vigor e resistência no Siriema podesomar vantagens <strong>para</strong> seu uso, mesmo quando progênies forem susceptíveis ao bichomineiro.O vigor das plantas de café é uma característicagenética muito importante, especialmente nas condiçõesda cafeicultura brasileira, cultivada a pleno sol, onde aprodutividade das plantas pode ser inteiramentemanifestada, levando a planta ao desgaste, ecomprometendo a capacidade de recuperação <strong>para</strong> assafras seguintes.Nestas condições, o vigor e a resistência à seca sãodesejáveis, pois plantas que se mantém mais túrgidas eenfolhadas no período da pós-colheita, normalmente seco,são capazes de manter uma maior florada e bompegamento dos frutos na safra seguinte.Exemplos de materiais genéticos com bom vigorsão os cultivares Mundo Novo e Icatu. A resistência à seca,associada ao vigor, é relatada <strong>para</strong> o cultivar Conillon deLinha de cafeeiros Siriema (direita), ao lado de Catuaí.C. canephora.No presente trabalho são apresentadas observações com Mundo Novo no IAC, selecionadas em Caratinga ede caráter preliminar que mostram essa associação de ali cruzadas com Catimor, <strong>para</strong> incorporar resistência àvigor e tolerância à seca em um novo material genético ferrugem, porte baixo e produtividade. A geração F2 foidenominado Siriema, híbrido, em gerações avançadas, do selecionada em Varginha, a F3 em Coromandel e a F4 (20cruzamento entre C. racemosa e C. arábica.progênies) plantada em ensaio em Varjão de Minas eDurante o ano agrícola 2002/03, foram feitas também em Coromandel, locais onde existe grandeavaliações relativas à resistência múltipla, à ferrugem e ao pressão de ataque de bicho-mineiro. Esse materialbicho-mineiro, no material Siriema, em ensaio conduzido genético recebeu o nome de Siriema. No mesmo ensaiopor técnicos do MAPA/PROCAFÉ, em Varjão de Minas. estão plantadas seleções de Catucaí, Acauã, Palma eTrata-se de uma população oriunda do cruzamento entre linhagens de Catuaí e Acaiá.plantas de Blue Mountain e C. racemosa, retrocruzadas


12Detalhedas plantasCatuaí, sentindo osefeitos da seca.DetalhedasplantasSiriema(enfolhadas)PESQUISANDOcolaboradora, sendo que neste último ano houve reduçãodos tratos, com adubação em menor nível e a irrigação foisuspensa nos últimos três meses.Observando-se as plantas, verificou-se que omelhor estado vegetativo do material Siriema não estavarelacionado à sua tolerância ao bicho mineiro ou àferrugem, pois mesmo plantas susceptíveis ao bichomineiro, existentes dentro deste material, também seapresentavam mais vigorosas e enfolhadas, sendo que oataque da praga nesse período foi pequeno e as demaisvariedades do campo, como os Catuaís e outras, foramtratadas contra o bicho mineiro e a ferrugem.A avaliação de vigor das plantas, por notas de 1 a 5,conferiu ao material de Siriema notas médias de 4 a 5 e orestante dos cultivares do campo receberam notas de 1 a 3,entre estes destacando-se as já conhecidas com maiortolerância à seca, sendo, em ordem: Acauã, Palma I eResultados e conclusões Palma II e HK 29/74No período de julho/agosto/2003 foi avaliada a O melhor vigor e tolerância à seca no material deprimeira colheita nesses ensaios, estando as plantas com Siriema deve estar relacionado à sua origem na espécie C.2,5 anos de idade, obtendo-se, naquelas selecionadas, racemosa, cultivada em regiões secas e quentes da África.tolerantes ao bicho-mineiro e à ferrugem, produções As razões desse comportamento estão sendo analisadasvariando de 9 a 16 l de café cereja/planta, mostrando em outro trabalho, com pesquisas relativas ao sistemaseleções com bom potencial produtivo.radicular e à atividade das folhas, as quais se apresentamEm agosto/setembro/03, em vistoria realizada no sempre mais espessas e coriáceas.campo de Varjão de Minas, foi possível observar outra A presença dessas novas características no materialcaracterística interessante presente em todas as progênies de Siriema encoraja o programa de sua seleção, que já seoriundas do material Siriema. Os cafeeiros dele derivados encontra bastante avançado. Dá indicações ainda que ose apresentavam bem vegetados, com plantas túrgidas, bom vigor e tolerância à seca do material pode somarenfolhadas e sem seca de ponteiros, mostrando-se vantagens e possibilitar o aproveitamento de progêniesbastante destacadas em relação às plantas vizinhas, de mesmo quando susceptíveis ao bicho mineiro.variedades de arábica.Este campo está situado em uma FazendaSECAGEM DE GRÃOS DE CAFÉ APÓS BENEFICIAMENTO.J.B.Matiello e A.W.R.Garcia - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ eG.B.Frota Eng. Agr. Bolsista PNP&D/Café.Foi experimentada a secagem de grãos de café que se encontravam com umidadeexcessiva, após beneficiados. Foi conduzido um ensaio, em Varginha-MG, com grãos decafé arábica que se encontravam com 14,5% de umidade. A secagem foi testada de 2formas. Em camada fina, de 5cm, sobre lona plástica de ráfia, sobre terreiro (mexendo acada 2 horas) e dentro dos próprios sacos de aniagem, também sobre terreiro.Acompanhou-se a evolução da umidade <strong>para</strong> atingir o ponto ideal de seca de 11,5% deumidade. Verificou-se que no terreiro o café atingiu, em camada fina, a umidade idealcom um dia, sendo impraticável a secagem dentro dos sacos. Foi efetuada, por doisclassificadores, a prova da secagem e torração, que se mostraram regulares a boas,semelhantes ao do café que completou a seca em côco. Concluiu-se que é possívelcorrigir erros cometidos em beneficiamento de cafés com umidade excessiva através dasecagem adicional dos grãos de café mesmo após beneficiados.


PESQUISANDO 13A secagem do café é a operação mais importante no classificadores provadores, que avaliaram a secagem e após-colheita, pois ela pode influir, diretamente, na torração do café.qualidade e no preço dos cafés.A secagem é feita, normalmente, com os frutos de Resultados e conclusõescafé em côco, ou despolpados, levando até 11,5 - 12% de O acompanhamento da secagem mostrou que o caféumidade (cafés arábica) e 13% <strong>para</strong> conillon. Ai, então, o em grão (beneficiado) colocado no terreiro perdeucafé está bom <strong>para</strong> o beneficiamento. Ocorre, algumas umidade rapidamente, e, já no primeiro dia, sua umidadevezes, que produtores beneficiam cafés mais úmidos, com foi baixada de 14,5% <strong>para</strong> 11,5%, ai, então, foi recolhido.14-15% e estes cafés são depreciados no mercado. No tratamento com os sacos postos a secar não foiNa presente nota relata-se experimento realizado possível, em tempo, secar os grãos.visando corrigir o problema de grãos beneficiados com O resultado da prova de seca e torração,umidade superior ao desejado.com<strong>para</strong>ndo a amostra onde a seca foi completada após oNa Fazenda Experimental do MAPA / beneficiamento, em relação à mesma amostra que não foiFUNPROCAFÉ, em Varginha-MG., retirou-se uma secada e, ainda em relação à amostra que completou a secaamostra de café em côco, no terreiro, que estava com normal em côco, mostrou que a amostra beneficiada teve14,5% de umidade. Esta amostra, de 6 sacas, foi uma seca considerada regular e torração boa, àbeneficiada. Em seguida foram montados dois sistemas semelhança da amostra que foi seca até 11,5% em côco.<strong>para</strong> secar o café beneficiado, sendo:Os resultados obtidos mostram, de formaa) despejando os grãos beneficiados, em camada preliminar, que é possível corrigir, no curto prazo, asfina (5 cm), sobre um pano de colheita, (ráfia plástica), falhas praticadas na secagem, mesmo após osobre o terreiro de cimento, mexendo a cada duas horas. beneficiamento dos grãos, o que viabiliza ab) colocando o café <strong>para</strong> secar dentro dos próprios comercialização dos cafés.sacos de aniagem, sobre o terreiro.Pode ser que esses cafés venham apresentarAcompanhou-se a evolução da umidade do café nos maiores problemas a médio prazo, como branqueamento,grãos, levando, todos os dias, <strong>para</strong> determinação de no armazenamento. Este aspecto será objeto de novosumidade no laboratório. As amostras de café, após o estudos.término da secagem, foram examinadas por doisEFEITO DO DESBASTE NA LINHA DE CAFEEIROS NAS CONDIÇÕESDE CAFEZAL IRRIGADO POR PIVÔ CENTRAL NO OESTE DA BAHIA.R.Santinato - Eng. Agr MAPA/<strong>Procafé</strong>; J. E.Santo Eng. Agr. Agronol, A. L.T. Fernandes -Eng. Agr. Universidade de Uberaba; M. Alvarenga, E. Figueiredo e W.V. Moreira -Téc. Agr. AIBA.Foi conduzido um ensaio, no Campo Experimental João Barata, na Agronol, em LuizEduardo Magalhães, na Bahia, objetivando testar o desbaste de lavoura Catuaí irrigadano espaçamento de 4 x 0,5m, com tratamentos transformando as distâncias na linha <strong>para</strong>1m, 1,5m e 2m. Esse desbaste foi efetuado após a 4ª safra na lavoura. Foi avaliada aprodução na 1ª safra após o desbaste, verificando-se perdas de 60 a 75 sacas/ha emrelação ao tratamento que foi mantido original 4x0,5m. A redução de produtividadeesteve relacionada tanto à diminuição do stand de plantas como ao tombamento decafeeiros observado onde houve desbaste que foi menor no tratamento onde ficaram 2plantas juntas a cada 2m. O trabalho concluiu que não se deve desbastar cafeeiros,abrindo distâncias na linha, <strong>para</strong> as condições da cafeicultura do Oeste Baiano.


14PESQUISANDOTrabalhos anteriores dos autores mostraram que em espaço original (0,5m) constam do quadro 1. Verificou-se,lavoura irrigada nas condições do Oeste da Bahia, o de forma significativa, que a eliminação de plantasdesbaste 1:1, 1:2 e 1:4, transformando o espaçamento efetuada reduziu a produtividade do ano seguinte, com0,5m original, entre plantas, <strong>para</strong> 1,0; 1,5 e 2,0m foram perdas de 60-75 sacas/ha.prejudiciais com redução significativa da produtividade Essas perdas estão relacionadas tanto à redução doquando o desbaste foi realizado após as 1a, 2a ou 3a safras. stand/ha como ao tombamento que ocorre após a aberturaDando prosseguimento a estes trabalhos, no das distâncias na linha. Com 2m e 2 plantas juntas houvepresente são apresentados dados da transformação de menor perda, pois elas ficaram escoradas.0,5m <strong>para</strong> 1m; 1,5m e 2 m entre plantas após a 4a safra. Conclui-se que o desbaste de plantas, no sistemaCom 2 metros ficaram 2 plantas próximas como se fosse 2 renque (0,5m), não deve ser feito mesmo após a 4ª safra naplantas por cova.lavoura de café nas condições do Oeste da Bahia.O ensaio está instalado no Campo ExperimentalJoão Barata, Fazenda Agronol, em Luís Eduardo Quadro 1 - Efeito do desbaste da linha do cafeeiroMagalhães BA, com o cultivar Catuaí Vermelho IAC 144, após a 4a safra, nas condições do Oeste da Bahia.espaçamento 4,0m x 0,5m. L.E.Magalhães, 2003.Os tratamentos foram efetuados após a 4a safra em2002, utilizando-se do delineamento experimental emblocos ao acaso, com 4 repetições e parcelas de 36m,sendo considerados úteis os 10m centrais das linhas decafeeiros.Resultados e conclusõesOs resultados da primeira safra após o desbaste decafeeiros na linha, abrindo a distância de 0,5m entreplantas <strong>para</strong> 1m, 1,5m ou 2m, em com<strong>para</strong>ção com oTratamentos1) 4,0 x 0,5 m2) 4,0 x 0,5 m 4,0 x 1,0 m3) 4,0 x 0,5 m 4,0 x 1,5 m4) 4,0 x 0,5 m 4,0 x 2,0 mProdutividade(sc.beneficiadas/ha)95,5 a25,8 b19,3 b30,9 bC.V.% 20,14MANEJO DE PODAS EM CAFEZAL ADENSADO (2 x 1m) NA ZONA DAMATA DE MINAS.J.B.Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ, A.S.Amaral e S. Mendonça - Eng. Agr. eS.L.Filho e A. Louback - Tec. Agr. CEPEC-Heringer.Foi estudada a condução de hastes após a recepa em cafezal adensado no espaçamento 2x 1m, em Manhuaçu, na Zona da Mata de Minas Gerais.A poda foi efetuada após a 12ª safra, sendo conduzidos 4 tratamentos: com uma, duas equatro hastes por planta e um adicional com arranquio e substituição da lavoura por umanova, esta no espaçamento 1,8 x 0,75m.Após 4 safras computadas, uma catação e 3 produções normais, avaliadas de 2000 a2003, verificou-se que a produção acumulada foi superior no tratamento com 2 hastespor planta. Com 4 hastes já ocorreu problemas de fechamento. A substituição nãoresultou favorável no curto prazo, representando 40% a menos na acumulada em relaçãoao tratamento com 2 hastes/planta na lavoura podada.O sistema de plantio de café adensado é o mais problemas, ao longo dos anos, com o fechamento dasadequado <strong>para</strong> a cafeicultura de montanha, onde a plantas, dificultando os tratos e a colheita.mecanização não pode ser praticada. O adensamento Nas lavouras em fechamento a produção vai,resulta em altas produtividades por área, porém leva a gradativamente, ficando restrita aos ponteiros. Em


PESQUISANDO15Condução de 1 haste/planta2 hastes/planta (melhor tratamento).trabalho anterior os autores (Barros et alli, Anais Resultados e conclusões26º CBPC, p.53-54, 2000), mostraram que é possível No quadro 1 estão colocados os dados dasconduzir o cafezal 2 x 1m a prazo mais longo (14 safras), produções (catação e 1ª, 2ª e 3ªsafras) obtidas de 2000 atotalmente fechado.2003. Verifica-se que, na condução da brotação, houveEm 1998 (setembro), após a colheita da 12ª safra, melhor retorno produtivo, no curto prazo, <strong>para</strong> 2foram introduzidos novos tratamentos, de poda por hastes/planta, nos cafeeiros podados. A condução comrecepa, em parte da área até então sem poda, visando apenas 1 haste ou com número excessivo delas (4 hastes)estudar a condução da brotação. O ensaio constou de comportou-se de forma inferior. A substituição da áreaparcelas com área de 100 m2 cada, onde foi feita a recepa com novo plantio (trat. 4), em espaçamento maisbaixa (40 cm) e conduzidos de 1 a 4 brotos por planta. Um adensado, apesar de não alcançar, ainda, a mesmatratamento constou do arranquio e novo plantio capacidade produtiva das brotações dos cafeeiros(dezembro/98), agora no espaçamento de 1,8 x 0,75m. O recepados, pode melhorar seu desempenho a médio prazo.trabalho encontra-se instalado nas Fazendas Heringer, emManhuaçu - MG. Em 2002 foram publicados os dados das Quadro 1 - Produções iniciais, a 1,5 ano, 2,5 anos, 3,5duas primeiras colheitas significativas pós recepa e 4,5 anos pós recepa, em cafeeiros 2 x 1m conduzidos(Matiello et alli Anais 28º CBPC, p. 7-8). No presente sob diferentes números de brotos/planta.trabalho apresenta-se a evolução no ensaio até a 3ª safra. Manhuaçu - MG - 2003.Tratamentos1 haste/planta2 hastes/planta4 hastes/plantaSubstituiçãoEnxerto por borbulhia em cafeeiro jovem.Produção (scs/ha)2000 2001 2002 2003 Acumulada 4 anos2,0 36,3 b 80,5 ab 41,9 b160,77,0 56,4 a 90,6 a 56,9 a210,910,0 46,3 ab 73,0 bc 22,6 c186,20 12,4 c 80,0 ab 56,9 a115,0Os resultados obtidos e as observações de campo significativamente a produtividade. No caso de 4permitiram concluir que: no curto prazo (até a 3ª safra) foi brotos/planta os problemas de fechamento já estão sendovantajoso o aproveitamento da brotação pós-poda na maiores. A continuidade, por mais duas safras, fornecerácondução dos cafeeiros (espaçamento 2 x 1m) recepados, resultados conclusivos sobre o manejo adequado a médiosendo o melhor manejo com 2 brotos/tronco. A condução prazo e vantagens ou não da substituição (tratamento 4).com menos ou mais brotos/planta reduziu


16PESQUISANDODISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DE CAFEEIROSCULTIVADOS EM LATOSSOLO VERMELHO AMARELO NA REGIÃO DOSUL DE MINAS.C.H.S.Carvalho - Eng. Agr. Embrapa/Café; G.B.Frota - Eng. Agr. Bolsista PNP&D/Café;T.Souza - Téc. Agr. FUNPROCAFÉ; R.A.Ferreira - Téc. Agr. MAPA/PROCAFÉ.Foi analisada a distribuição do sistema radicular de cafeeiros e a condição da fertilidadedo solo em 3 lavouras cafeeiras na Fazenda Experimental de Varginha, em solo latossolovermelho amarelo, com a cultivar Catuaí com 2, 4 e 11 anos de idade. Foram tomadasamostras através de trados e com a abertura de trincheiras, sendo quantificadas apresença de raízes finas e o teor de potássio ao longo do perfil do solo. Tomou-se um soloainda não cultivado como com<strong>para</strong>tivo <strong>para</strong> os teores nutricionais. Verificou-se que amaior parte (até 85%) das raízes se encontravam até a projeção e sob a saia dos cafeeiros.Quanto a profundidade, observou-se significativa quantidade de raízes finas até 1m deprofundidade e, mesmo, muitas raízes chegando a mais de 1,8m. A distribuição dasraízes em profundidade variou com a idade das plantas, evidenciando que o cafeeiro écapaz de explorar camadas mais profundas de solo, buscando água e nutrientes. Quantoà fertilidade do solo, verificou-se que os teores de Ca, Mg e, especialmente, de K erammais altos nas camadas mais profundas quando com<strong>para</strong>dos ao mesmo solo sem cultivo.Conclui-se que a adubação deve ser feita sob a saia do cafeeiro e que a análise de soloefetuada de 0-20cm, subestima a disponibilidade de nutrientes <strong>para</strong> o cafeeiro, já que eleexplora camadas profundas.O conhecimento da distribuição do sistema as raízes expostas com jatos de água com o auxílio deradicular do cafeeiro é de grande importância <strong>para</strong> auxiliar um pulverizador acoplado a um trator. Em todas asna tomada de decisão de várias práticas culturais. Embora lavouras foram coletadas amostras de solo, a cada 15diversos trabalhos já tenham sido feitos <strong>para</strong> estudar o cm, até a profundidade de 180cm, <strong>para</strong> análise deassunto, pouco se conhece sobre a distribuição das raízes fertilidade.de café na região do Sul de Minas, a qual responde poraproximadamente 30% da produção de café do Brasil. Resultados e discussãoEste trabalho procurou estudar a distribuição do sistemaradicular do cafeeiro em latossolo vermelho amarelo, na Localização das raízes em relação à saia do cafeeiroregião de Varginha, sul de Minas Gerais.Nas três lavouras estudadas a grande maioria dasTrês lavouras foram estudadas:raízes encontrava-se debaixo da saia dos cafeeiros. Naa) Lavoura de Catuaí com 2 anos de idade e lavoura de 2,0 anos de idade, 100% das raízes encontravaespaçamentosde 3,5 x 0,25m e 3,5 x 0,75m;se debaixo da projeção da copa dos cafeeiros, próximasb) Lavoura de Catuaí, com 4,0 anos de idade, aos troncos. Nos cafeeiros de 4 anos, mais de 90% dasespaçamento de 3,8 x 0,8m, e 0,75m de saia. Nesta raízes finas encontravam-se sob a saia e, na lavoura adulta,lavoura foram coletadas amostras de raízes entre 30 e de 11 anos de idade, a maior parte das raízes também45cm do tronco do cafeeiro, e do lado de dentro e do encontrava-se debaixo da saia dos cafeeiros, em forma delado de fora da projeção da extremidade da saia um manto contínuo formado pelo entrelaçamento das(“pingadeira”), a cada 15 cm, até uma profundidade raízes. Nesta lavoura, embora algumas raízes lateraisde 1,60m, com o auxílio de um cilindro de aço de pudessem ser observadas fora da saia, em profundidades2.650 cm3. Estas amostras foram utilizadas <strong>para</strong> de até 2m, estimou-se que mais de 85% das raízesquantificação do peso da matéria seca das raízes finas encontrava-se debaixo da saia. Estes resultados são(raízes com diâmetro inferior a 1mm).semelhantes ao de outros trabalhos publicados nac) Lavoura de Catuaí de 11 anos de idade, espaçamento literatura em diferentes regiões cafeeiras. A maiorde 4,0 x 1,0m. Nestas lavouras foram feitas trincheiras concentração de raízes sob a saia do cafeeiro deve-se aode 2m de profundidade por 2 a 4m de comprimento e fato de que as raízes crescem mais onde as condições de


PESQUISANDO 17Distribuição das raízes de cafeeiros (aos 2 e 11 anos de idade) ao longo do perfil do solo.umidade, fertilidade de solo e aeração, são maispropícias ao crescimento.Distribuição das raízes no perfil do soloNos cafeeiros de 2 anos, a profundidade máxima dosistema radicular dos cafeeiros era de, aproximadamente,2,0m. Na lavoura de 4,0 anos a distribuição das raízes noperfil do solo variou de planta <strong>para</strong> planta. Por exemplo, aplanta 02 (Figura 1) apresentou maior quantidade deraízes absorventes nos primeiros 60 cm de profundidade,decrescendo nas camadas mais profundas. Por outro lado,a planta 01 (Figura 1) apresentou distribuição maisuniforme nos primeiros 100cm de profundidade,decrescendo nas camadas inferiores. As outras plantas datrincheira apresentavam também boa distribuição deraízes a até 60 cm de profundidade, mas com algumasraízes penetrando a mais de 180cm de profundidade e comgrande volume de raízes finas.Nos cafeeiros adultos, de 11 anos observou-sepresença de raízes em todo o perfil do solo. Na camada de0-20cm de profundidade, as raízes formavam uma malhadensa, com grande número de raízes laterais com diâmetrovariando entre 2 e 5mm, e também grande número deraízes finas, com diâmetro inferior a 1mm. Entre 20 e80cm de profundidade, observou-se grande número deraízes com diâmetro entre 1 e 3mm, dando suporte a raízesmais finas. Nas camadas inferiores a 80cm, aconcentração de raízes decrescia com o aumento daprofundidade. Várias raízes penetravam no piso datrincheira indicando que o sistema radicular era maisprofundo que 2m. Foi interessante notar a presença deraízes finas em todo a extensão da trincheira indicando acapacidade do cafeeiro de explorar camadas maisprofundas do solo em busca de água e nutrientes.Analisados em conjunto, estes resultados sugeremque cafeeiros cultivados em latossolo vermelho amarelo,de boa estrutura e profundos, apresentam raízes maisprofundas e com melhor distribuição no perfil quecafeeiros cultivados em outras regiões cafeeiras, comopor exemplo, em algumas regiões da Zona da Mata deMinas.Além das características físicas favoráveis, oaumento da fertilidade do solo parece ter contribuído aoaprofundamento das raízes. Em todas as trincheirasestudadas, os teores de Ca, Mg, e especialmente do K,eram mais altos nas camadas mais profundas que os teoresencontrados em solo não cultivado. Os teores de Kpodiam ser considerados satisfatórios em camadasrelativamente profundas, as quais não são usualmenteconsideradas <strong>para</strong> recomendação de adubação. Porexemplo, nas lavouras de 2 e de 4 anos de idade, os teoresde K a 60cm de profundidade eram próximos a 60mg/dm3, nível considerado médio, bem acima dos teorespróximos a 30 mg/dm3 de solos áreas virgens (Figura 1).Na lavoura de 11 anos, o teor de potássio permaneciaacima de 60 mg/dm3 mesmo a 90cm de profundidade. Éimportante ressaltar que nenhuma das lavouras estudas foiadubada com gesso.A única fonte de gesso foi a do superfosfato simplesusado <strong>para</strong> adição de P. É possível que o K e outroscátions tenham sido carreados <strong>para</strong> camadas maisprofundas ligados ao Cl, proveniente do KCl.Estes resultados permitem sugerir algumasrecomendações de ordem prática:A adubação deve ser feita sob a saia do cafeeiro,pois aí se localizam mais de 90% das raízes.


18A análise do solo realizada somente na camada de0-20cm de profundidade, subestima o total de nutrientesPESQUISANDOdisponíveis <strong>para</strong> o cafeeiro, porque este explora camadasbem mais profundas.%1816141210864200-15 15-3030-4545-60Planta 160-7575-9090-105105-120Profundidade (cm)120-135135-150Planta 2252015%10500-15 15-3030-4545-6060-7575-90Profundidade (cm)90- 105- 120- 135-105 120 135 150Figura 1. Distribuição percentualdas raízes finas em funçãoda profundidade do solo emcafeeiros de 4 anos de idade.300250K (mg/dm3)200150100Área Virgem2 anos4 anos11 anosFigura 2. Teores de K no solo emfunção da idade da lavoura de cafée em área virgem,em diferentes profundidades.5000-15 15-3030-4545-6060-7575-9090-105Profundidade (cm)105-120120- 135-135 150NOVO SISTEMA DE ENXERTIA, POR ENCOSTIA, EM MUDAS DECAFÉ E POTENCIAL DE USO NA MELHORIA DO DESENVOLVIMENTODAS PLANTAS.J.B. Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ e A.S. Amaral - Eng. Agr. e A.S. Louback eS.L. Filho - Tecs. Agrs. CEPEC - Heringer e U.V. Barros - Eng. Agr. e C.M.Barbosa -Tec. Agr.Foi desenvolvido um novo sistema de enxertia em mudas de café, através da encostiadireta em 2 mudinhas plantadas na mesma sacola. O trabalho foi feito no CEPEC, emMartins Soares-MG, em 2001-2002. Foi testada a técnica em mudas a partir de orelha-deonçae verificou-se que o melhor estágio foi entre o 1º e o 2º par de folhas definitivas,quando o caule das mudinhas já é flexível e lenhoso. Foi estudado o período necessário<strong>para</strong> “desmame” do enxerto, ou seja, <strong>para</strong> o corte da parte aérea do cavalo e da parte baixado cavaleiro, após a encostia. Verificou-se que o pegamento foi bom após 20-30 dias <strong>para</strong>o “desmame”. A condução das mudas enxertadas foi feita em 3 condições: a) Uma parteaérea e uma raiz; b) Duas partes aéreas e uma raiz; e c) Uma parte aérea e 2 raízes.Após 7 meses de plantio, em vasos, arrancou-se as plantas <strong>para</strong> avaliar o seu crescimento,aéreo e radicular. Verificou-se que o crescimento das mudas enxertadas foi normal, comligeira superioridade daquelas com 2 sistemas radiculares. Concluiu-se que a técnica deencostia é simples, barata e não exige ambiente especial. Com a manutenção do sistemaradicular não houve stress pós-corte e as combinações da parte aérea com 1 a 2 sistemasradiculares pode agregar vantagens às mudas enxertadas por encostia.


PESQUISANDO 19A enxertia em mudas de café éuma prática indicada <strong>para</strong> reduzirproblemas com nematóides nocafezal, através da combinação de umporta enxerto (raiz) tolerante à pragaao enxerto (parte aérea) de umavariedade com boas característicasprodutivas.O sistema de enxertia que vemsendo utilizado, em larga escala, é ahipocotiledonar, onde são utilizadasmudinhas no estágio palito-defósforoou orelha-de-onça e aenxertia é feita por garfagem emfenda. Esse sistema exige operadortreinado, e cuidados especiais(câmara úmida) <strong>para</strong> controle deumidade, que deve ser mantida altano 1º mês, <strong>para</strong> evitar morte dasmudas. Uma pessoa consegue efetuar somente cerca de200 enxertos por dia e muitas vezes ocorrem problemas depegamento.Com o objetivo de tornar mais fácil e econômica aprática da enxertia em mudas de café, desenvolveu-se umsistema de enxertia, com trabalhos efetuados no cicloagrícola 2001-2002, no Centro de Pesquisas de Café( C E P E C ) E l o y H e r i n g e r ( C o n v ê n i oMAPA/PROCAFÉ/Grupo Heringer) em Martins Soares-MG.O sistema constou do semeio de 2 sementes (docavalo e cavaleiro) por sacolinha e quando as 2 mudinhasse encontravam crescidas efetuou-se o corte, cerca de1,5cm, lateralmente, em cada uma, nas quais era feito aencostia das partes cortadas e realizado o amarrio com fitaprópria de enxertia.Os testes de enxertia foram efetuados em mudas noestágio inicial, a partir do estágio de orelha-de-onça, até oestágio de 2º - 3º par de folhas, verificando-se que quandoainda em orelha-de-onça as mudinhas ficam quebradiças edificultam a encostia. O melhor estágio, <strong>para</strong> facilitar aoperação, foi entre o 1º e o 2º par de folhas, as mudinhas,nesse estágio, estando ainda tenras, porém flexíveis (jálenhosas).Observou-se que a área de encostia não deve ficarmuito próxima ao chão, pois o porta enxerto tende a emitirraízes em sua parte baixa.Dominada a técnica da encostia a fase seguinte foi atestagem do período necessário <strong>para</strong> permanência dasmudas juntas, a partir do qual efetuava-se o corte inverso,cortando a parte abaixo da encostia da muda que serviacomo cavaleiro e da parte acima do porta-enxerto. Foramtestados 4 períodos, variando de 5 dias. Os resultadosconstam do quadro 1.Quadro 1 - Percentagem de pegamento de enxertospor encostia em mudas de café variando o período decorte das mudas pós enxerto. Martins Soares-MG,2002.Período de corte das mudas pós enxertia% de pegamento(em dias)5 010 7,620 85,025 100,0Verificou-se que a partir de 20-30 dias pós-enxertia já foi Um lote de mudas enxertadas foi mantido até o 6possível efetuar o corte das mudas, sem perdas Par de folhas em viveiro e depois plantado nosignificativas, indicando-se, na prática, adotar 1 mês campo, <strong>para</strong> avaliação do desenvolvimento inicial dascomo prazo adequado, quando se obtém 100% de plantas, verificando-se seu crescimento normal compegamento.perfeita junção do tronco do cavalo e do cavaleiro, sem


20quaisquer lesões ou quebras de mudas.PESQUISANDOCom a facilidade encontrada na técnica da enxertiapor encostia foi possível realizar testes com a produção devários tipos de mudas ou combinações, sendo:a) Mudas enxertadas normais, com corte inverso,deixando 1 parte aérea e 1 radicular;b) Mudas com 1 sistema radicular e 2 partes aéreas;c) Mudas com 1 parte aérea e 2 sistemas radiculares;d) Mudas com 2 partes aéreas e 2 sistemas radiculares.Esses tipos de mudas foram plantadas no campo eem vaso na estufa. Aos 7 meses pós-plantio avaliou-se ocrescimento das mudas nos vasos, após arranquioanalisou-se, também, o sistema radicular. Os resultadosobtidos nas avaliações dessas mudas enxertadas constamdo quadro 2.Quadro 2 - Parâmetros de crescimento da parte aéreae do sistema radicular em mudas de café enxertadas,aos 7 meses pós-plantio em vasos. Martins Soares-MG, 2002.Muda de café, em ponto de plantio, obtida por enxertia de encostia. (CEPEC)Tipos de mudas Altura(cm)Diâmetrodo caulePeso verde total(g/muda)Peso verderaízes (g/muda)1. 1 parte aérea / 1 raiz 36,0 5 73,6 25,92. 2 partes aéreas / 1 raiz 31,9 4,7 67,3 22,73. 1 parte aérea / 2 raiz 42,0 4,7 80,3 23,5café, não exigindo cuidados ou ambiente especial;Verifica-se que o crescimento das mudas b) A manutenção do sistema radicular suprindo as mudasenxertadas foi normal, com ligeira superioridade das durante o processo de enxertia condiciona omudas com 2 sistemas radiculares e uma só parte aérea. crescimento normal das mudas, sem o “stress” e oEsse melhor desempenho pode estar ligado ao menor retardamento que ocorre no sistema de garfagem“stress” das mudas sem a descontinuidade do fluxo da usual;seiva nesse tipo de muda. A observação do sistema c) As facilidades que a técnica de enxertia de mudasradicular obtido das mudas em vasos mostra que o peso oferece abre grande potencial <strong>para</strong> explorardas raízes foi semelhante nas mudas que tiveram o melhor combinações de partes aéreas e sistemas radicularesdesenvolvimento aéreo. Efetuando-se a se<strong>para</strong>ção das adequados, não só <strong>para</strong> tolerância a pragas do solo,raízes das 2 mudas que foram encostadas observou-se que mas, também, <strong>para</strong> agregar vantagens no volume eo sistema radicular da muda que não sofreu corte superior distribuição do sistema radicular, na absorçãomanteve-se maior que aquele onde a planta recebeu corte diferencial de nutrientes, etc.na parte aérea.Os resultados e as observações nos testes efetuados Os trabalhos de pesquisa estão em andamento <strong>para</strong>permitiram concluir que:avaliar novas opções de uso da encostia visando melhorara) A encostia constitui um sistema simples, eficiente e de o desempenho vegetativo e produtivo do cafeeiro nobaixo custo <strong>para</strong> a produção de mudas enxertadas de campo.


PESQUISANDO 21DESEMPENHO OPERACIONAL DA DERRIÇA MECANIZADA DO CAFÉCOM A DERRIÇADORA LATERAL VERSÁTII.F. M. Silva - Prof. Dr. Depto Engenharia/UFLA., R. Wellington - Depto TécnicoTECPLUS; E. Olieira e R. C. Silva - Acadêmicos de Eng. Agrícola/UFLA.Este trabalho foi desenvolvido no município de Nepomuceno - MG, na safra de 2003 emlavoura plantada com espaçamento de 3,0 x 1,0 metros e 2,7 metros de altura. Os ensaiosforam realizados com três repetições, em parcelas contendo 5 plantas em linha. Ostratamentos constaram da interação das seguintes variáveis: estágio de maturação,freqüência de vibração e velocidade operacional, <strong>para</strong> os períodos de começo, meio e fim decolheita. Foi utilizada a derriçadora lateral modelos Dragão VERSATI, acoplada etracionada por um trator Valmet 785. O período intermediário de colheita, com 10 a 15% deverdes, mostrou-se mais adequado <strong>para</strong> a colheita, com eficiência de derriça de 80,3%, navelocidade de 576 m/h., vibrações de 1000 e 1100 ciclos/min, e desfolha máxima de 437g/planta, 31,7% menor que a desfolha na derriça manual.Desde 1996 a colheita mecanizada do café vem parcelas contendo 5 plantas em linha. Os tratamentosapresentando expressivo crescimento na região do Sul de constaram da interação das seguintes variáveis: estágio deMinas Gerais, sendo uma região em que a derriça maturação, freqüência de vibração e velocidademecanizada sobre o chão ou panos é bastante emprega, operacional. O período de colheita foi definido em funçãoprincipalmente entre os pequenos e médios produtores. do índice de maturação, considerado-se de 20 a 25% deSegundo Silva et al (1998), a colheita do café com verdes <strong>para</strong> o início de colheita, 10 a 15% de verdes <strong>para</strong> ocolhedoras na região, apresenta boas condições de meio de colheita e menos que 5% <strong>para</strong> fim de colheita.expansão, superando as primeiras expectativas, devido à Foi utilizada a derriçadora lateral modelos Dragãonecessidade dos produtores de fazerem uma colheita rápida Versati, acoplada e tracionada por um trator Valmet 785,com menor custo operacional e com café de melhor com tração dianteira auxiliar e redutor de velocidade. Asqualidade final. Kashima (1990) já considerava a velocidades operacionais foram definidas <strong>para</strong> a 1a, 2a e 3apossibilidade de mecanização da colheita como a grande marchas, superreduzidas, com o motor em 1700 rpm,saída <strong>para</strong> o país continuar com a liderança mundial de café, equivalendo respectivamente a 576, 947 e 2057 m/h. Aatravés da competitividade nos custos e na qualidade do derriçadora de acionamento hidráulico e mecânico, atravésproduto.da TDP do trator, opera lateralmente à linha dos cafeeiros,O ponto limitante da colheita de café com a derriça tendo um cilindro derriçador com 3,10 metros de altura,no chão, constava da dificuldade e custo das operações de contendo 42 anéis com 16 varetas de 55cm, que vibram comvarrição e levantamento, limitações que foram superadas amplitude de 50 a 58 mm e freqüência variada, sendo quecom o surgimento das máquinas enleiradoras e nos ensaios foram empregados de 800 a 1100recolhedoras, que tornaram mais viável o uso das ciclos/minuto. As avaliações foram feitas, passando aderriçadoras laterais tracionadas. Neste contexto, este derriçadora nos dois lados da linha dos cafeeiros de cadatrabalho teve por objetivo avaliar o desempenho parcela, no sentido de ida e volta, determinando-se <strong>para</strong>operacional da derriça mecanizada do café, utilizando a cada parcela, a carga pendente média, o volume de caféderriçadora lateral modelo Dragão Versati, com diferentes derriçado, a porcentagem de verde, cereja, passa ou seco e avelocidades e vibrações operacionais, em três diferentes desfolha. O café derriçado sob panos foi medido em litros eépocas: começo meio e fim de safra, com<strong>para</strong>tivamente a desfolha em peso de folhas e ramos.com a derriça manual.ResultadosMaterial e MétodosA Tabela 1 mostra os resultados do desempenhoEste trabalho foi desenvolvido no município de operacional da derriçadora com diferentes velocidades eNepomuceno - MG, na Fazenda Morro Alto em lavoura de vibrações operacionais, <strong>para</strong> as distintas épocas de colheita.variedade Acaiá de 6 anos, plantada com espaçamento de Como se observa o início de colheita ocorreu em 1/7/03,3,0 x 1,0 metros, com população média de 3333 pl/ha e 2,7 com carga pendente média dos cafeeiros de 7,85metros de altura.litros/planta, com 24,3% de verdes.Os ensaios foram realizados com três repetições, em


22Tabela 1. Desempenho operacional da derriça mecânica.Tratam. Velocid. Vibração Café colhido Maturação %Desfolham/hora cicl/min. l/pl % V C P/S g/plantaColheita em 1/7/03, carga pendente média de 7,85 l/pl. e 24,3% de verdes.T1 576 800 4,2 53,5 9 39 52 350T2 947 800 4,0 51,0 4 45 44 294T3 2057 800 3,5 44,6 5 29 66 258T4 576 900 4,6 58,6 14 37 49 370T5 947 900 4,2 53,5 16 26 58 332T6 2057 900 3,6 45,8 8 37 55 270T7 576 1000 4,7 59,8 17 51 32 365T8 947 1000 4,6 58,6 13 40 47 335T9 2057 1000 3,7 47,1 13 45 42 312T10 Manual - 7,8 100,0 24 59 17 840Colheita em 22/7/03, carga pendente média de 6,60 l/pl. e 13,0% de verdes.T11 576 900 5,2 78,8 3 21 76 375T12 947 900 4,2 62,1 4 12 84 325T13 2057 900 3,5 53,0 5 9 86 300T14 576 1000 5,3 80,3 5 15 80 427T15 947 1000 4,6 69,7 6 12 82 375T16 2057 1000 4,5 68,2 3 12 85 299T17 576 1100 5,3 80,3 4 19 77 437T18 947 1100 5/1 77,3 3 18 79 412T19 2057 1100 4,8 72,7 3 17 80 337T20 Manual - 6,6 100,0 13 34 53 640Colheita em 19/8/03, carga pendente média de 6,35 l/pl. e 1,3% de verdes.T21 576 900 5,2 81,9 0,0 7,0 93 312T22 947 900 4,6 72,4 0,6 9,4 90 275T23 2057 900 4,4 69,3 0,0 13 87 225T24 576 1000 5,3 83,5 0,7 6,3 93 475T25 947 1000 5,0 78,7 0,5 8,5 91 351T26 2057 1000 4,0 63,0 0,0 10 90 287T27 Manual - 6,35 100,0 1,3 14,7 84 550PESQUISANDOO período final de colheita foi em 19/8/03, comcarga pendente média de 6,35 l/planta, comapenas 1,3% de verdes, condição em que <strong>para</strong> avibração de 900 ciclos/min., a eficiência dederriça variou de 81,9 a 69,3% respectivamente<strong>para</strong> as velocidades de 576 a 2057m/h., <strong>para</strong> avibração de 1000 ciclos/min., a eficiência dederriça variou de 83,5 a 63,0%, <strong>para</strong> as mesmasvariações de velocidade. Sendo que a maioreficiência de derriça ocorreu <strong>para</strong> o tratamentoT24 de 83,5%, obtida <strong>para</strong> a velocidade de 576m/h. e vibração de 1000 ciclos/min.Em todos os períodos de colheita observaseuma relação direta entre a desfolha e o nível devibração e inversa com a velocidade operacional,destacando que em todas as situações avaliadas, adesfolha causada pela derriçadora foi pelo menos13,6% menor que a desfolha na derriça manual.Os resultados também mostram quequanto menor o índice de verdes maior é aeficiência de derriça, devendo-se observar que<strong>para</strong> o período de fim de colheita, a queda defrutos no chão antes da operação de derriça,chegou a 0,25 l/planta.Nesta condição, mantendo-se a vibração em 800 Conclusõesciclos/min., a eficiência de derriça variou de 53,5 a 44,6%, Os resultados obtidos levam a concluir que no iníciorespectivamente <strong>para</strong> as velocidades de 576 a 2057 m/h., de colheita, com 20 a 25% de verdes, a maior eficiência de<strong>para</strong> a vibração de 900 ciclos/min., a eficiência de derriça derriça foi de 59,8% da carga pendente, com velocidadevariou de 58,6 a 45,8%, dentro das mesmas variações de operacional de 576 m/h, vibração de 1000 ciclos/min evelocidades e <strong>para</strong> a vibração de 1000 ciclos/min., a desfolha 56,6% menor que na derriça manual.eficiência de derriça variou de 59,8 a 47,1%. Para a O período intermediário de colheita, com 10 a 15%condição de início de colheita, o tratamento T7 apresentou de verdes, mostrou-se mais adequado <strong>para</strong> a colheita, commaior eficiência de derriça de 59,8%, obtida com eficiência de derriça de 80,3%, na velocidade de 576 m/h.,velocidade operacional de 576 m/h. e vibração de 1000 vibrações de 1000 e 1100 ciclos/min, e desfolha máxima deciclos/min, com desfolha de 365 g/planta, ou seja 56,6% 437 g/planta, 31,7% menor que a desfolha na derriçamenor que a desfolha na derriça manual, em média de 840 manual.g/planta.Para o período final de colheita com menos de 5% dePara o período considerado de início de colheita, não verdes, obteve-se a maior eficiência de derriça 83.5%,se utilizou vibrações maiores que 1000 ciclos/min., no porém deve ser considerado o volume de frutos caído nosentido de evitar a colheita de maior porcentagem de chão que chegou a 0,25 litros/planta, ou seja, 3,9% da cargaverdes. Sendo que no tratamento T7 a porcentagem de pendente.cereja colhido foi de 51%.De modo geral a maior eficiência de colheita ocorreuO período intermediário de colheita ocorreu em com velocidade operacional de 576 metros/hora e vibração22/7/03, com carga pendente média de 6,6 l/planta, com de 1000 ciclos/minuto, sendo que a desfolha máxima13,0% de verdes, condição em que <strong>para</strong> a vibração de 900 causada pela derriçadora lateral, foi 13,6% menor que aciclos/min., a eficiência de derriça variou de 78,8 a 53,0%, desfolha na derriça manual.<strong>para</strong> as velocidades de 576 a 2057 m/h.; <strong>para</strong> a vibração de1000 ciclos/min., a eficiência de derriça variou de 80,3 a Referências Bibliográficas68,2%, <strong>para</strong> a mesma variação de velocidades e <strong>para</strong> a KASHIMA, T. A colheita mecanizada do café: Produtos, desempenho, evibração de 1100 ciclos/min., a eficiência de derriça variou custos. In. CICLO DE ESTUDOS SOBRE MECANIZAÇÃOde 80,3 a 72,7%. Sendo que a maior eficiência de derriça AGRÍCOLA, 4 <strong>Fundação</strong> CARGILL, Campinas, 1990.ocorreu nos tratamentos T14 e T17 com 80,3%, obtida naSILVA, F. M., SALVAROR, N., RODRIGUES, R. F. e ABREU, E.M.velocidade de 576 m/h. em vibrações de 1000 e 1100 Desempenho operacional da colhedoras automotrizes de café na regiãociclos/min., com desfolha de 437 g/planta, na vibração de do sul de Minas. In CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS1100 ciclos/min., ou seja 31,7% menor que a desfolha na CAFEEIRA 24, Poços de Caldas-MG, SDR/PROCAFE/PNFC, 1998.derriça manual que foi de 640 g/planta.p.223-34.


23RESPONDEConsulte pelo E-mail:contato@fundacaoprocafe.com.brcaso, deveria ser usada uma adubação de 250 a 300kgde N e K2O/ha, ou seja, de 1000 a 1200kg de umaPergunta: “Plantei café em terra pobre. fórmula 25-00-25/ha, ou 300 a 350g de adubo porAdubei bem a cova e dei cobertura no primeiro ano. planta, parcelando em 3-4 vezes no períodoAs plantas estão com 1,5 ano e prometem boa safra outubro/novembro a fevereiro/março. Ficaria,<strong>para</strong> 2005. O espaçamento é de 3 x 1m. Qual a então, cerca de 80 a 110g de adubo/planta/vez,adubação que devo usar?” José Stockl Marechal respectivamente.Floriano-ES.A análise de solo feita com amostras retiradasna projeção da saia (dos 2 lados do declive) podeauxiliar no ajuste dessa adubação. Pode ser reduzidoPrezado José,o potássio caso o nível estiver acima de 120ppm, oque é improvável, por se tratar de solo pobre, só agoraA adubação dos cafeeiros no segundo ano de entrando na fertilização.campo é muito importante, pois as plantas ainda Outra coisa que a análise indicará é ajovens possuem um sistema radicular pequeno e, necessidade complementar de calagem. Como suatambém, sua parte aérea, a folhagem (área foliar) é área é montanhosa e o calcário só é colocado na cova,desequilibrada em relação à alta carga de frutos que pode ser preciso <strong>iniciar</strong> a calagem em pequenas dosesnormalmente é produzida na primeira safra, aos 2,5 anuais em cobertura.anos de campo. Isso ocorre porque, como você fez, a Caso não tenha colocado micronutrientes nocorreção e a adubação do solo na cova de plantio são solo (cova), observe os sintomas de deficiência ebem adequadas, dando um rápido desenvolvimento aplique zinco, boro e cobre via foliar, em 2-3às plantas. Ocorre, ainda, uma precocidade produtiva pulverizações de novembro a março, acoplados àsdas variedades hoje cultivadas, que podem dar uma aplicações de defensivos <strong>para</strong> controle de pragas ecarga de 4 a 10 litros por planta já na primeira safra. doenças.Assim, qualquer falha nanutrição pode levar a uma seca deramos e desfolha no póscolheita.Vamos, então, àrecomendação: Como aadubação na cova já supriu ofósforo e o cálcio e magnésio, aadubação no segundo ano énormalmente feita com NKnitrogênio e potássio. É precisoavaliar a safra futura, porexemplo, se é esperada umacarga de 5 l. de café por planta,teríamos 33 sacas/ha. Nesse


24RECOMENDANDOCAFEEIRO CONILLON SE ADAPTA APODAS ANUAISJ.B. Matiello - Engº Agrº - MAPA / PROCAFÉA lavoura de café robusta no Brasil, da variedade Conillon, ocupa, atualmente, cerca de 530 milhectares, com um parque aproximado de 1,2 bilhão de cafeeiros, sendo cultivada em regiões mais baixas equentes, principalmente, no Espírito Santo, Rondônia, Sul da Bahia e Vale do Rio Doce em Minas. Aprodução brasileira de robusta já atinge 8-9 milhões de sacas ao ano.O cafeeiro Conillon é uma planta mais alta, mais vigorosa e esgalhada. Ele emite um grande número dehastes ortotrópicas (troncos). Assim, a condução e a poda das plantas devem ser realizadas de mododiferenciado.As pesquisas e a prática tem mostrado que nos sistemas atuais de cultivo, com maior adensamento, ocafeeiro Conillon se adapta bem às podas, normalmente feitas todos os anos, pós-colheita, resultando em altasprodutividades e constância nas safras.Condução das PlantasO conceito de poda emcafé Conillon é bastantediferente daquele usado <strong>para</strong>variedades de café arábica, emfunção de 2 característicasbásicas do cafeeiro Conillon: a)as plantas apresentam umaintensa ramificação ortotrópica(multi-caule) ficando sem saiae a produção fica restrita à partealta das plantas; b) o manejotradicional é feito semdesbrota, só ultimamente, emplantios mais adensados, seadota um menor número dehastes/planta.Em conseqüência dessas características équais são continuamente renovadas.normal um cafeeiro Conillon adulto possuir de 30-Deste modo, o problema de fechamento no50 hastes ortotrópicas. A planta, assim, cresce emcafé Conillon não é grave como nos cafezais deforma de uma taça (moita), não mantém saia e a arábica, nos quais a condução é feita com poucasprodução fica restrita à parte superior das hastes, as hastes (1-2 / planta) e onde a produção deve ocorrer


RECOMENDANDO 25em toda a superfície da copa cilíndrica, de alto e) Eliminação de ramos improdutivos;a baixo. O fechamento nos cafezais Conillon f) Facilidade no controle de broca, ferrugem e naatrapalha a mecanização dos tratos e favorece o colheita;ataque de broca e de ferrugem, além de dificultar seu g) Viabilidade na mecanização e no manejo dacontrole. Porém, o fechamento facilita bastante o lavoura;controle do mato, o que é desejado pelos produtores h) Melhoria da relação galho/folhas.de áreas não mecanizáveis.Existem poucos trabalhos de pesquisa sobreUso das Podastipo de podas em cafezais Conillon. Umexperimento realizado em Marilandia pelos técnicosAté a década de 80, praticamente não se usava do ex-IBC, comparou os tipos: recepa baixa total,podas em Conillon. De lá <strong>para</strong> cá, novas lavouras, recepa baixa parcial, desbaste lateral e decote. Apósmais empresariais, foram implantadas, muitas com 4 safras, os melhores resultados de produção médiamecanização e o trabalho de poda vem sendo foram com desbaste lateral (30 scs/ha/ano) e com aincrementado, com bons resultados. recepa parcial (22 scs/ha/ano) onde se deixou 3-5A poda em cafeeiros Conillon pode ser usada hastes, eliminadas 2 anos após, ficando a recepa<strong>para</strong> uma ou mais das seguintes finalidades: total com 15 sacas, e a testemunha (sem poda) com28 scs/ha, confirmando a expectativa de que oa) Renovação das plantas; fechamento não estava restringindob) Regularização da produção anual; significativamente a produção, no período estudado.c) Redução do tamanho das plantas; Na prática, três tipos de podas vêm sendod) Eliminação do excesso de brotos e ramos; usadas:


26RECOMENDANDOserra de poda ou podão. Os ramos esgotadosa) a recepa baixa total, à semelhança do que se usa (emponteirados) devem ser cortados deixando-se oem café arábica, em todo lote ou em linhas melhor broto existente, mais abaixo, <strong>para</strong> renovar aalternadas;copa. Pode-se combinar essa poda com a eliminaçãob) a eliminação anual de ramos velhos, esgotados, do excesso de brotos existentes na planta,chamada de poda de produção;possibilitando uma melhor entrada de luz dentro dac) a desbrota do excesso de brotos. mesma. Não existem, entretanto, dados quepermitam afirmar se essa desbrota favorece ou não aRecomendaçõesprodutividade, sendo comum aplicar a poda deprodução continuadamente, sem a desbrota. QuantoObservando os resultados de ensaios e as antes essa poda é realizada (após a colheita, a partirexperiências práticas realizadas com o café Conillon de abril/maio) melhor.no Brasil, pode-se indicar o seguinte procedimentorelativo à poda das lavouras:Número de hastes por cafeeiroa) Fazer desbaste lateral, após a colheita, dos ramos Uma nova alternativa de condução devergados <strong>para</strong> o meio da rua, facilitando os tratos cafeeiros Conillon vem sendo adotada pore prolongando o período de abertura da lavoura. produtores de Rondônia. Trata-se do plantio maisb) Em áreas pequenas ou onde houver bastante junto na linha (1m), com a condução de uma sódisponibilidade de mão-de-obra, aplicar a poda haste, que assim forma uma planta cilíndrica,de produção, de forma preventiva, a partir da 3ª - semelhante à de café arábica. O problema é que nas4ª safra, eliminando, a cada ano, logo após a regiões mais secas as plantas costumam cinturar e,colheita, os ramos que produziam muito e que se também, com o tempo, a saia fica muito larga,encontram esgotados (com poucos ramos exigindo desponte. Outra observação curiosa é quelaterais enfolhados).logo os ramos plagiotrópicos se engrossam ec) A renovação da planta pode ser feita através da começam a emitir ramos ortotrópicos. Os estudosrecepa baixa ou da aplicação da poda de feitos sobre essa alternativa mostram que uma sóprodução de forma mais drástica, deixando haste reduz a produtividade e que o ideal <strong>para</strong> essemenos hastes por planta, nesse caso podendo ser sistema de condução é deixar 3 hastes/planta, comousada mais tardiamente, a partir da 6ª - 8ª safras. se pode ver no quadro 1. Para apenas uma haste estád) Em lavouras mais adensadas (2 a 2,5m x 1m) sendo testada uma distância menor, de 0,5m entreconduzir 2-3 hastes por planta e <strong>iniciar</strong> sua plantas.renovação, por poda de produção anual, após a 2ªou 3ª safra.Quadro 1 - Produção de cafeeiros Conillon, noespaçamento 2 x 1m, conduzidos com diferentesA poda de produção pode ser feita com facão, números de haste/planta. Itamarajú-BA, 2001.- em sacas/ha.Tratamentos 1ª safra 2ª safra 3ª safra MédiaUma haste / planta 116,7 101,3 110,3 109,4Duas hastes / planta 140,3 129,7 111,7 127,2Três hastes / planta 140,1 173,1 110,4 141,2Quatro hastes / planta 135,1 115,5 104,7 118,4Livre crescimento 77,9 112,2 104,7 98,2Caldas e Matiello. Anais 27º CBPC, p. 60 - 61.


RECOMENDANDO 27AS VARIEDADES DE CAFÉ:CARACTERÍSTICAS PARA ESCOLHERE MODO DE PLANTIO.J.B. Matiello e S.R. Almeida - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ e C.H.S. Carvalho -Eng. Agr. EMBRAPA/CAFÉ.A escolha de uma ou mais variedades de café <strong>para</strong> condições do local, o modo de plantio e a conduçãoplantio é muito importante, pois tratando-se de uma futura da lavoura são importantes: o clima, acultura perene, a influência permanece por longo fertilidade/tipo de solo, o sistema de plantioperíodo. Uma opção errada vai significar perdas por (espaçamento) e o manejo a ser adotado. Para regiõesmuitos anos e, ainda, uma necessidade eventual de mais quentes são importantes variedades maissubstituição representa custos elevados, na vigorosas, com maturação mais tardia e comimplantação de uma nova lavoura.tolerância à ferrugem, bicho-mineiro (se possível) e àA escolha da(s) variedade(s) mais apropriada(s) seca. Para regiões mais frias são prioritáriasdepende, de um lado, das suas características e, de variedades de maturação precoce, plantadas emoutro, das condições em que será (ão) plantada(s). espaçamentos mais largos e, se possível, comExiste, portanto, uma interação com o ambiente, que tolerância à Phoma/Ascochyta. Para plantiosdeve ser observada.adensados são importantes as características deAs características de uma variedade podem ser arquitetura mais aberta da ramagem, menor diâmetrose<strong>para</strong>das em 2 grupos: as vegetativas e as da saia, maturação precoce e boa tolerância àprodutivas. Como aspectos vegetativos são ferrugem.importantes: o porte e a arquitetura das plantas, o Na tabela <strong>aqui</strong> apresentada são colocadas asvigor, a capacidade de resistência e de retenção foliar. principais características e a indicação <strong>para</strong> asComo características produtivas são mais variedades de café disponíveis. Cabe ao técnicoimportantes: a produtividade, o tamanho e formato recomendante, além de observar esses aspectos,dos frutos e grãos e a maturação.verificar o desempenho/adaptação da variedade emNa interação entre essas características e as sua região.


28RECOMENDANDOCultivarMundo NovoAcaiáOrigemIACCruzamento entre Sumatra e Bourbon VermelhoIACCruzamento entre Sumatra e Bourbon VermelhoLinhagensindicadasIAC: 376/4, 388/17, 515/20, 379/19 e464/12IAC: 474/19, 474/4, 474/19-10 e 474/1(Acaiá Cerrado)PorteAltoAltoArquiteturaPlantas abertas com grandediâmetro de saia.Cônica com menordiâmetro de saia.BrotaçãoterminalVerde e bronzeBronzeCatuaí VermelhoIACCruzamento entre Mundo Novo e CaturraIAC: 44, 51, 81, 99 e 144BaixoCompactaVerdeCatuaí AmareloIACCruzamento entre Mundo Novo e CaturraIAC: 32, 39, 62, 66, 74 e 86BaixoCompactaVerdeBourbon AmareloRubiIACMutação de Bourbon Vermelho ou cruzamentoentre Bourbon Vermelho e Amarelo de BotucatuEPAMIGCruzamento entre Catuaí e Mundo NovoLCJ 2, LC 19, LCJ 10, LCJ 22e LCJ 24MG 1192AltoBaixoAberta, menor diâmetrode saia.CompactaVerdeVerde e bronzeTopázioEPAMIGCruzamento entre Catuaí e Mundo NovoMG 1190 e MG 1194BaixoCompactaBronzeOuro VerdeIACCruzamento entre Catuaí e Mundo NovoIAC: H5010-5, 4925 (vermelhos) e4397 (amarelo)BaixoCompactaBronze e verdeOeirasParaísoTupiObatã Vermelho / AmareloEPAMIG/UFVCruzamento entre Caturra Vermelho e Híbridode Timor CIFC 832/1EPAMIG/UFVCruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 30 eHíbrido de Timor CIFC 2570IACSarchimor 1669IACCruzamento entre Sarchimor e CatuaíMG 6851MG H 419-1IAC 1669-33IAC 1669-20 (vermelho)IAC 4739 (amarelo)BaixoBaixoBaixoBaixoCompacta, menor diâmetrode saia.Compacta, menor diâmetrode saia.CompactaCompactaBronzeVerdeBronze escuroVerdeIAPAR 59IAPARSarchimor 1669IAPAR 59BaixoCompactaVerde e bronzeCatucaí AmareloCatucaí VermelhoIcatu Vermelho,Icatu Amareloe Icatu PrecoceIBC/PROCAFÉCruzamento entre Icatu e CatuaíIBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Icatu e CatuaíIACCruzamento entre Robusta e Arábica24/137, 20/15,2 SL, 3 SM e multilinha F536/6, 20/15, 19/8 e 785/15Vermeho: IAC 4040, 4045 e 2945Amarelo: IAC 2944-6 e 2944859Precoce: IAC 3282Baixo a médioBaixo a médioAltoCompacta, plantas cônicascom menor diâmetro de saiaCompacta, plantas com menordiâmetro de saia e cônicasAberta, maior diâmetrode saiaVerde e bronzeVerde e bronzeVerde ou bronzeAcauãIBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Sarchimore Mundo NovoP 363BaixoMuito compactaBronze ou verdeSabiáCanárioIBC – Palma I e IIEparreyKatipóBem-te-viSiriemaIBC/PROCAFÉ Cruzamento Catimor e AcaiáIBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Híbridode Timor e Catuaí AmareloIBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Catimore CatuaíIBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Icatu e AcaiáIBC/PROCAFÉ CatimorIBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Catimor eCatuaí Amarelo 74IAC/IBC/PROCAFÉ Cruzamento entre C.Racemosa, Blue Montain e CatimorP 398P 500Palma IPalma IIEparreyKatipóBem-te-vi Amarelo eBem-te-vi VermelhoClone amareloClone vermelhoBaixoAltoBaixoAltoBaixoBaixoBaixo ou altoCompactaAberta, maior diâmetrode saiaCompacta no Palma I,cônica e menor diâmetro desaia no Palma IIAberta, planta cônica,semelhante ao AcaiáCompactaCompactaCopa abertaVerdeVerdeVerde no Palma I ebronze no Palma IIBronzeVerdeVerdeVerdeApoatãIACRobusta (Coffea canephora)IAC 2258AltoMulticaule, Maior diâmetro decopa, característico de robustaBronzeConilonIntrodução da África, seleção massal e clonagem(Coffea canephora)Clones: EMCAPA 8111, 8121, 8131,8141 (Robustão Capixaba) e deempresas privadas.Variedade: EMCAPER 8151 (RobustaTropical) , Comum e Conilon Vitória,(Encaper 8142)AltoMulticaule, caraçterístico docafé robusta(Coffea canephora)BronzeArapongaUFV/EPAMIGCruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 86 e H.Timor 446.08 (H 516-2-1-1-18, Geração F6)MG - 1BaixoPlantas cônicas,ramificação secundáriaabundante.VerdeCatiguáUFV/EPAMIGCruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 86 e H.Timor 440.10(H 514-7-14-2 e H 514-7-16-3, Geração F4)MG - 1 e MG - 2BaixoPlantas cônicas,ramificação secundáriaabundante.Bronze (MG-1) ebronze clara (MG-2)SacramentoUFV/EPAMIGCruzamento entre Catuaí Vermelho IAC 81 eH. Timor 43852 (H 505-9-2-2-1, Geração F5)MG - 1BaixoPlantas cônicas,ramificação secundáriaabundante.VerdePau-BrasilUFV/EPAMIGCruzamento entre Catuaí Vermelho IAC 141 eH. Timor 442-34 (H 518-2-10-6-13, Geração F5)MG - 1BaixoPlantas cônicas,ramificação secundáriaabundante.VerdeIPR - 98IAPARSeleção de Sarchimor 1969IPR 98Baixo Cilíndrica Verde


AltoRECOMENDANDO 29CARACTERÍSTICASAltoBomBomMédioBomBomBomMenor tolerância à ferrugem, à secae à deficiência de zinco e magnésio.Menor tolerância à ferrugem, à secae à deficiência de zinco e magnésioMenos prejudicado pela ferrugem,ácaro e seca. Menor tolerânciaà deficiência de boro.Menos prejudicado pela ferrugem,ácaro e seca. Menor tolerânciaà deficiência de boro.Muito atacado por ferrugeme cercosporiose.Susceptibilidade à ferrugemsemelhante ao Mundo Novo.Susceptibilidade à ferrugemsemelhante ao Mundo Novo.Susceptibilidade à ferrugemsemelhante ao Mundo Novo.Média a precoceMédia a precoceTardia e desigualTardia e desigualPrecoceMédiaTardiaTardiaPRODUTIVASVigor Resistência Maturação Frutos e sementes ProdutividadeFrutos vermelhos, sementesde tamanho médio.Frutos vermelhos,sementes graúdas.Frutos vermelhos, sementesde tamanho médio.Frutos amarelos, sementesde tamanho médioFrutos amarelos, sementesde tamanho médio e boabebida.Frutos vermelhosFrutos amarelosFrutos vermelhosou amarelosBoaBoaBoaBoaMédiaBoaBoaBoaRecomendaçãoIndicada <strong>para</strong> espaçamentos largos, regiões e solos melhores ou<strong>para</strong> áreas sujeitas a geadas e onde se pratica o controle químicoda ferrugem.Indicado <strong>para</strong> espaçamentos menores, regiões e solos melhoresou <strong>para</strong> áreas sujeitas a geadas e onde se pratica o controlequímico da ferrugem.Mais vantajoso <strong>para</strong> áreas secas, mais quentes e <strong>para</strong> regiõesmontanhosas ou onde os tratos e a colheita precisam serfacilitados e <strong>para</strong> produtores com menor nível tecnológicoMais indicado <strong>para</strong> áreas secas, mais quentes e <strong>para</strong> regiõesmontanhosas ou onde os tratos e a colheita precisam serfacilitados e <strong>para</strong> produtores com menor nível tecnológicoIndicado <strong>para</strong> regiões frias, de difícil maturação e <strong>para</strong>produtores de cafés especiais.Indicado <strong>para</strong> as mesmas condições do Catuaí.Indicado <strong>para</strong> as mesmas condições do Catuaí.Indicado <strong>para</strong> as mesmas condições do Catuaí.MédioResistente à ferrugemMédiaFrutos vermelhosMédiaIndicado <strong>para</strong> as mesmas condições do Catuaí, comprioridade <strong>para</strong> condições de difícil controle de ferrugem.BomBaixoMédioBaixoBomBomAltoMédio:IAC 3282AltoBomBomBomAltoMédio abaixoAltoAltoAltoAltoResistente à ferrugemResistente à ferrugem, susceptívelà cercosporiose.Resistente à ferrugem.Baixa tolerância à secaResistente à ferrugem e aonematóide M. exigua, menortolerância à cercosporioseResistente à ferrugem. A linhagem2 SL apresenta tolerância à PhomaResistente à ferrugem . A linhagem785/15 apresenta resistênciaao M. exiguaTolerância à ferrugem, susceptívelà seca (em geral), sensível àdeficiência de magnésio e potássio.Maior tolerância ao frio.Resistente à ferrugem e toleranteao M. exigua e à seca.Resistente à ferrugem, masexigente em nutriçãoResistente à ferrugemResistente à ferrugem etolerante à secaTolerante à ferrugemResistente à ferrugem, maisatacado por cercósporaResistente à ferrugemResistência à ferrugem, aobicho mineiro e à secaTolerância a M. incognita.Mais susceptível à secaTolerância ao M. exigua e menosprejudicado pela ferrugem ebicho mineiro.Boa tolerância à seca, em particularo Robustão Capixaba.Maior susceptibilidade ao ácarovermelho, broca e cochonilha de fruto.TardiaPrecoceTardiaPrecoceMédiaPrecoce (785/15) a médiaMédia a precoceTardiaTardiaPrecoceTardiaPrecoce a médiaPrecoceTardiaPrecoce e médiaTardiaPrecoces: 8111 e 8151Média: 8121Tardia: 8131Frutos amarelos, sementesgraúdas.Frutos vermelhos, altoíndice de concha.Frutos vermelhosou amarelosFrutos vermelhosFrutos amarelos, sementemédia a grandeFrutos vermelhos, sementemédia a grandeFrutos vermelhos ouamarelos, semente maisarredondada no 2944 emenores no 3282Fruto vermelho escuro,semente alongada,maior % de mocas.Frutos vermelhos,sementes menoresFrutos amarelos, sementesmédias, boa bebidaFrutos vermelhosFrutos vermelhos,sementes graúdasFrutos vermelhos,sementes graúdasFrutos vermelhose amarelosFrtuos vermelhosou amarelosFrutos vermelhos. Poucamucilagem, maiorrendimentoVermelhos e rosa, com ousem estrias.Sementes de tamanhosvariados, com maioresteores de sólidos solúveise cafeína.BoaBoa, inicial.BoaBoa, inicial.BoaBoaMédia a boa.Menor produção inicial.BoaBoaMédia a boaBoaMédia a boaBoa, inicialBoaMédia a boaMédia a boaBoa e com menorvariação bienalIndicado <strong>para</strong> as mesmas condições do Catuaí, com prioridade<strong>para</strong> condições de difícil controle de ferrugem.Indicado <strong>para</strong> plantios adensados.Indicado pa plantios adensados ou em renque. Não indicado<strong>para</strong> regiões com déficit hídrico.Indicado <strong>para</strong> plantios adensados, regiões de clima amenoe com boa nutrição.Recomendação semelhante à do Catuaí, porém apresentaresistência à ferrugem. O Catucaí 785-15 é pouco tolerante à seca.Recomendação semelhante à do Catuaí, porém apresentaresistência à ferrugem.Indicadas <strong>para</strong> espaçamentos largos. Não indicadas <strong>para</strong> áreascom problemas de déficit hídrico. Menos adequado à colheitamecânica pela dificuldade de derriça dos frutos. Usar boacorreção de solo e nutrição adequada de K.Indicada <strong>para</strong> regiões mais quentes e secas e <strong>para</strong> áreas comM. exigua.Indicada <strong>para</strong> áreas com boa correção de solo e nutrição adequada.Indicada <strong>para</strong> regiões frias, pela sua precocidade de maturaçãoe como alternativa <strong>para</strong> o Icatu 3282, <strong>para</strong> cafés especiais.Indicada <strong>para</strong> qualquer região, especialmente <strong>para</strong> áreas maissujeitas à seca e quentes. A Palma II se adapta bem a plantiosadensados.Segue as indicações feitas <strong>para</strong> a Acaiá, porém, não necessitacontrole sistemático da ferrugem.Indicada <strong>para</strong> plantios em regiões mais frias e sombreadas,como a Zona da Mata de Minas Gerais.Em fase de seleção na geração F 4Em fase de desenvolvimento via semente e clonagemna geração F 5Indicado como porta-enxerto visando controle de M. Incognitaem solo do tipo arenitoIndicado <strong>para</strong> regiões quentes e baixas. Pode produzir bem emáreas próprias <strong>para</strong> C. arabica.BomResistente às raças predominantesde ferrugem.MédiaFrutos vermelhosBoa, semelhante à do CatuaíPrioritária <strong>para</strong> onde é difícil o controle da ferrugem.BomResistente às raças predominantesde ferrugem.MédiaFrutos vermelhos graúdosBoaPrioritária <strong>para</strong> onde é difícil o controle da ferrugem.BomResistente às raças predominantesde ferrugem.MédiaFrutos vermelhosAlta, principalmente inicialPrioritária <strong>para</strong> onde é difícil o controle da ferrugem.BomResistente às raças predominantesde ferrugem.MédiaFrutos vermelhosBoaPrioritária <strong>para</strong> onde é difícil o controle da ferrugem.BomResistência à ferrugem.MédiaFrutos vermelhos médiaBoaPlantios adensados.


30RESUMINDOExtratos de Revistas Científicas nacionais e estrangeiras.PRAGAS E DOENÇAS DE IMPORTÂNCIA NA CAFEICULTURA EM CUBA.A cafeicultura em Cuba compreende uma produção anual ocorreu recentemente sendo restrita à região oriental dode cerca de 400 mil sacas, sendo cultivada em regiões país. As doenças mais importantes são a antracnose, amontanhosas e sistemas agroflorestais, com cercosporiose, a mancha de olho de galo e a chagasombreamento temporário de bananeiras e arbóreo com macana. A ferrugem ocorreu a partir de 1990 mas não temGliricídea, Eritrina e outras plantas, simulando condições sido muito problemática. Os nematóides ocorrem com 4de bosque natural. A maioria dos cafezais é de Coffea espécies: Meloidogyne arenaria, M. incognita, M.arabica, variedades Typica, Caturra, Catuaí e Villalobos e, javanica e M. maiaguensis. O controle é praticado atravésmais recentemente, Catimores e, nos últimos anos do manejo, envolvendo práticas agronômicas,também introduziu-se lavouras de robusta.composição varietal, conservação de inimigos naturais eA praga mais importante é o bicho-mineiro, uso de praguicidas biológicos (Verticillium lecanii,existindo ainda, com menor ataque, cochonilhas Beauveria bassiana, Paecilongces lilacinus, Trichoderma(Phanococcus minor, P. angelicus, P. albi e Coccus harziamum e Metarhizium anisopliae).viridis), e as brocas de tronco (Xyleborus sp,Ambrosiodmuns lecontei e Xylosandrus compactus) mais (L.L. Vasquez Moreno. In: Boletim Promecafé, nº 97, marproblemáticosem cafeeiros robusta. A broca de café jun/2003).ESTUDO SOBRE SISTEMA DE PODA DE CAFEEIROS POR LOTE, NA COSTARICA.A poda de café é a prática mais usada no manejo de um recepa feita no Brasil. Os resultados obtidos mostraramcafezal na Costa Rica, sendo, talvez, o mais importante, que nas regiões de altitude mais baixas foram superiores: aporque é o meio adequado <strong>para</strong> desenvolver tecido poda sistemática a ciclos de 3 anos e a poda total por loteprodutivo, que irá sustentar as produções futuras. A poda complementar por poda alta após 4 anos. Em altitudetambém permite eliminar tecido esgotado ou doente, média foram melhores: a poda por lote a cada 4 anos e apermite a entrada de luz e a aeração na plantação, com que poda por lote seguida de poda alta (decote ouse baixa a umidade relativa, reduzindo problemas com esqueletamento). Em altitude mais elevada foramdoenças fúngicas. Foi realizado estudo de vários tipos ou superiores: as podas totais cada 5 anos e a poda total porciclos de podas em 3 regiões agroclimáticas diferentes da lote cada 7 anos, esta última complementada por poda altaCosta Rica, em altitudes de 700 a 1.100 metros. A poda e esqueletamento aos 4 anos.tradicional é aquela feita de forma sistemática, em ciclos,todos os anos cortando uma linha. A poda por lote é feitaem toda a área ou lote, a cada número de safras, como a (E. Campos, C. Fonseca, G. Ramirez e H. Jimenez. in: BoletimPromecafé, nº 91-92, set-dez, 2001, p. 24).COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA NUTRICIONAL PARA N, P E K ENTRE MUDASENXERTADAS DE CAFEEEIRO SOB CULTIVO HIDROPÔNICO.A eficiência nutricional de mudas enxertadas de C. arabica enxerto/porta-enxerto tiveram um efeito variável naL. foi avaliada em cultivo hidropônico, em condições de eficiência nutricional das plantas jovens em hidroponiacasa-de-vegetação, <strong>para</strong> estudar o efeito de diferentes em relação às respectivas plantas não enxertadas; b) Osporta-enxertos. Foram utilizados como enxertos os porta-enxertos Mundo Novo e Apoatã tiveram melhorcultivares Catuaí Vermelho IAC 15 e Oeiras MG 6851 e as comportamento; c) A enxertia não melhorou olinhagens H 419-10-3-1-5, H 514-5-5-3 de C. arabica, comportamento das cultivares Oeiras MG 6851 e H 419-sendo as três últimas resistentes à H. vastatrix. Como 10-3-1-5, indicando serem vigorosos e com grandeporta-enxertos foram empregados três genótipos de C. eficiência na utilização de nutrientes, d) Os porta-enxertoscanephora: Apoatã LC 2258, Conilon e Robustão Conilon e Robustão Capixaba não influenciaramCapixaba e um genótipo de C. arabica (Mundo Novo IAC positivamente a eficiência nutricional das copas testadas.376-4). Foram avaliados, com base do conteúdo dematéria seca das plantas, os seguintes índices: eficiência (MA Tomaz, N S Sakiyama, HEP Martinez, CD Cruz, L Zambolim,no uso, na absorção e na translocação de nutrientes. A.A Pereira. Crop Breeding and Applied Biotechnology, 4:92-97.2004).Conclui-se que: a) Diferentes combinações de


RESUMINDOVALIDAÇÃO DA CAPTURA DA BROCA DO CAFÉ COM A ARMADILHA BROCAP.O trabalho foi feito durante 2 anos, em El Salvador, em 15 de broca, sendo que em uma propriedade forampropriedades. Foram delimitadas 2 parcelas (de 6 capturadas, em média, 76 mil fêmeas de broca por“manzanas” cada) em cada propriedade, uma com armadilha em 20 dias.armadilhas (12 por “manzana” = 0,7 ha) e outra Nas áreas onde as armadilhas foram aplicadastestemunha. O uso da armadilha começou no início das corretamente no 1º ano foi alcançada a redução de 84% nachuvas (março), coincidindo com o início da migração da infestação, em com<strong>para</strong>ção com as parcelas testemunha.broca residual do pós-colheita, sendo feitas coletas até o No 2º ano a redução foi de 87%. A armadilha usa comofinal do período de migração. Foram feitas amostragens líquido atraente uma mistura de álcoois (metanol + etanol)de frutos brocados antes de colocar as armadilhas e foram e como líquido de captura água + sabão, <strong>para</strong> afogar asavaliadas, depois: a quantidade de brocas capturadas e a % brocas.de frutos infestados. Os resultados mostraram que aarmadilha teve a capacidade de capturar altas quantidades B. Dufour, M. O. Gonzalez, J. J. Maurício, B. A. Chavez e R. R.Amador. in: Boletim Promecafé, nº 97, mar-jun/2003, p.21).31QUALIDADE DO CAFÉ DE CHÃO COM DIFERENTES PERCENTAGENS DE GRÃOSBROCADOS.Foram recolhidas amostras, totalizando 600 litros de cafés de xícara). Verificou-se que a lixiviação de potássio, ade chão (varrição) em cafezal Mundo Novo, em Cássia- condutividade elétrica e a acidez titulável aumentaramMG. Esse café foi seco em terreiro de cimento até a enquanto o teor de fenólicos totais, a massa dos grãos, aumidade de 11-12%, em seguida foi beneficiado e cafeína e a atividade da pofilenoloxidase diminuiram comse<strong>para</strong>dos os grãos brocados dos sadios. Com esses grãos aumento da percentagem de grãos brocados em meio aosforam compostos 6 grupos (tratamentos), contendo, sadios, indicando perda de qualidade. Na prova de xícararespectivamente, 100%, 80%, 60%, 50%, 20% e 0% de os grãos com até 50% brocados mantiveram a mesmagrãos brocados e os complementos com grãos sadios. bebida (dura) e aqueles com 80 a 100% brocadosAmostras de 2kg de cada tratamento foram analisadas resultaram bebida riada.quanto à sua qualidade, por métodos físico-químicos(lixiviação de potássio, condutividade elétrica, atividade (C.J.Pimenta e K.M. da Cunha. in: Revista Brasileira Armaz, nº 7,da polifenoloxidade, etc.) e pela análise sensorial (prova p.14-20, 2003).UTILIZAÇÃO DE FONTES ALCALINAS PARA O CONTROLE DE OLHO DE GALO(Mycena citricolor) EM MISTURA COM Cyproconazole.A doença olho de galo é uma das mais importantes na hidróxido de cálcio e hidróxido de sódio. Todos osCosta Rica, causando problemas em zonas de altitude tratamentos que receberam alguma fonte alcalinizanteelevada, com alta pluviosidade, alta umidade relativa e foram superiores no controle. Os mais eficientes forambaixa luminosidade.com tetraborato de sódio e hidróxido de cálcio, queFoi conduzido um ensaio a 1.600m de altitude, em mostraram bom controle da doença e maior número deCatimor T5175, utilizando o Triazol Cyproconazole na folhas remanescentes.calda, puro, e com a calda alterada (alcalina) usandopoliboro (Tetraborato de sódio), carbonato de cálcio, (Orlando Mora Alfavo. in: Boletim Promecafé, nº 93, 2002, p. 27).CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA E MORFOLÓGICA DE NEMATÓIDES DOGÊNERO MELOIDOGYNE ASSOCIADOS EM CAFEZAIS EM EL SALVADOR.Foi caracterizada a diversidade de espécies de nematóides tipos de nematóides. Foram determinados 7 fenótiposdo gênero Meloidogyne das zonas cafeeiras de El diferentes com 8 bandas esterásicas. Meloidogyne haplaSalvador, mediante estudos de fenotopicos enzimáticos apresentou fenótipo H1; M. arenaria apresentou fenótipodas inosoesterases através de eletroforese, sobre 35 cepas esterásico F2 e S2M1. M. incognita foi a mais freqüente ecoletadas em diversas propriedades. O diagnóstico foi apresentava fenótipo M1, S1F2 e S2F2.complementado pela observação das placas perineais dasfemeas. Os resultados mostraram a grande utilidade das (A. Hermandez. in: Boletim Promecafé, nº 97, mar-jun/2003, p.24).enzimas esterases na identificação das espécies e novos


32PANORAMACONGRESSO DE PESQUISAS ESTÁ DEFINIDO.Aguardado todos os anos, desde sua 1ª edição várias regiões cafeeiras e pelas facilidades oferecidas naem 1973, o Congresso Brasileiro de Pesquisas organização do evento. Brevemente serão pre<strong>para</strong>dos osCafeeiras acaba de ser definido, em sua 30ª edição, materiais de divulgação. A remessa de trabalhos deverá serestando marcado <strong>para</strong> 9-12 de novembro/04, em São feita até 08/10/04. Maiores informações na home-pageLourenço-MG (Hotel Primus).específica, www.maiscafe.com.br ou no site da <strong>Fundação</strong>A comissão coordenadora, vinculada ao <strong>Procafé</strong>, www.fundacaoprocafe.com.br. Contatos pelos e-MAPA/PROCAFÉ, contando ainda com a mails procafe@varginha.com.br ou procafecolaboraçãoda UFLA e UNIUBE, escolheu São rj@bol.com.br. Esperamos vê-lo em São Lourenço. LáLourenço pela sua boa infra-estrutura, hoteleira e estaremos tomando um gostoso cafezinho juntos.turística, pela sua condição central em relação àsTOXIDEZ DE ZINCO EMCAFEEIROS JOVENS.Foram observados, neste último ano, problemas defalta de crescimento, amarelecimento e até morte decafeeiros jovens em lavouras extensivas, plantadas naZona da Mata de Minas Gerais e Sul do Espírito Santo. Ossintomas foram constatados em plantas com 6 meses a 2anos de campo, ocorrendo , em certas áreas, à razão de20% do total plantado. Ao arrancar as plantas comproblemas verificou-se que o sistema radicular erapequeno, com raízes laterais curtas, grossas e superbrotadasa partir da principal. Desconfiou-se, a princípio,da qualidade das mudas e de toxidez por herbicida, mas,depois, verificou-se que o problema ocorria também emplantios diretos, por semente.Outra observação foi que o problema ocorria emáreas de renovação, sobre áreas cultivadas com café por15-20 anos. Foram feitas análises de solo da terra retiradadentro da cova, em plantas com e sem problemas everificou-se teores elevados (40-50 ppm) de zinco. Apartir daí fez-se correlação com dados de ensaio em vasos,realizado em 2000, na estufa do CEPEC, onde a reduçãode crescimento das plantas ocorreu na dose de 1,5g desulfato de zinco/vaso de 2 litros, que correspondeu ateores no solo de 45-65ppm de zinco. A ocorrência datoxidez deveu-se, provavelmente, ao acúmulo de zinco nasuperfície do solo na lavoura velha, sendo essa camadacolocada em mistura nas covas abertas <strong>para</strong> o novoplantio, aí sendo absorvida pelas raízes das plantas jovens.CHUVA DE PEDRA E LAGARTASABREM CAMINHO PARAATAQUE DE PHOMAFerimentos nas folhas de cafeeiros são portade entrada <strong>para</strong> fungos, como os do complexoPhoma/Ascochyta, que causam danossignificativos. É bem conhecido o efeito mecânicodos ventos facilitando esse ataque. No último anoverificou-se a ação importante de chuva de pedra naFazenda Experimental de Varginha causando graveataque de Phoma/Ascochyta, mesmo não sendo áreade clima úmido, conforme o ideal <strong>para</strong> a evoluçãodessa doença.Outra constatação confirmou, em diversasregiões, o que se observava no Triângulo Mineiro,onde lagartas do tipo mede-palmo (Oxidia), fazendopequenos furos ou cortes nas folhas de cafeeiros,logo davam origem a lesões de Phoma.Uma nova lagarta, tipo taturana, estáatacando nesse ano, de modo diferenciado,raspando a superfície superior das folhas. Ali,também, ocorre, imediatamente, ataque de fungos.Essa lagarta vem atacando na Bahia e Norte deMinas. Esse novo tipo de ataque de lagartas parece,à primeira vista, com o ataque de bicho-mineiro,sendo semelhante, ainda, à ação de um pequenobesouro, chamado de “fusquinha”.


PANORAMA 33INICIADA A CLONAGEM DO SIRIEMA.O material genético de café denominado Siriema, interessam nesse tipo de planta.um híbrido em gerações avançadas entre Coffea arabica Os trabalhos de clonagem visam adiantar ae C. racemosa, apresentando resistência múltipla, ao introdução comercial do material de Siriema. A seleçãobicho-mineiro e à ferrugem e, ainda, mais tolerante à e o avanço em gerações, <strong>para</strong> obter plantas capazes deseca, está sendo reproduzido por clonagem transmitir suas características via sementes, continua(embriogenese em meio líquido) pelo sistema com boas perspectivas.MAPA/FUNDAÇÃO PROCAFÉ, através deLaboratório contratado. Dez plantas matrizes de umageração F5, que durante 4 anos se comportaram com boaresistência em campo, foram selecionadas <strong>para</strong> comporclones com variadas características agronômicas,porém todos com a característica de resistência, vigor eprodutividade. Dentro de cerca de 1,5 ano, 20 mil mudasoriundas das plantas matrizes estarão disponíveis <strong>para</strong>os testes de campo e formação dos jardins clonais. Asvariedades clonais programadas poderão ser compostaspor plantas de frutos amarelos ou vermelhos, sendopredominantemente de porte baixo. Um só clone teráplantas de porte alto <strong>para</strong> atender produtores que seDIA DE CAMPO EM VARGINHA FOI SUCESSO.cafeicultura regional, sendo destacados o presidente doCNC Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, o Delegado doMAPA/MG, João Vicente Diniz e o novo Reitor daUFLA, Antonio Nazareno Guimarães Mendes.Homenagem póstuma foi prestada ao cafeicultor WalterPalmeira. O Diretor do Departamento de Café doMAPA, Vilmondes Olegário da Silva e o Assessorespecial do Ministro, José de Paula Motta estiverampresentes representando o apoio governamental àsO dia de campo realizado em 08/06/04, peloações de difusão de tecnologia cafeeira.MAPA e <strong>Fundação</strong> <strong>Procafé</strong>, na Fazenda ExperimentalA revista Coffea foi oficialmente lançada noem Varginha superou as expectativas, com presençadia-de-campo, onde todos os participantes receberamrecorde, com 865 participantes, técnicos, produtores, exemplares do nº 1 (maio-junho).lideranças e autoridades.Foram parceiros na organização do dia-de-O programa apresentado nas estações de campocampo, a Embrapa-Café, a Prefeitura de Varginha e asconstou de novas variedades com resistência àCooperativas de Cafeicultores da região.ferrugem, sistemas de poda safra-zero e m<strong>aqui</strong>nário<strong>para</strong> debulha de galhos, espaçamentos e suprimento dezinco, crescimento do sistema radicular de cafeeiros ecombinação de cultivos na lavoura cafeeira.Também foram apresentadas novas tecnologiasde controle de pragas e doenças e de proteção individualdo operador na aplicação de defensivos, a cargo de 2empresas, a BASF e a SYNGENTA, que foram aspatrocinadoras de um gostoso almoço ao final do diade-campo.Na ocasião foram feitas homenagens apessoas que tem contribuído <strong>para</strong> melhoria da


34ANÁLISECAFÉ ARÁBICA VAI BEM EM REGIÕES QUENTES.Os estudos de zoneamento agroclimático <strong>para</strong> Arábicas x robustavariedades de café arábica preconizam seu cultivo Na cafeicultura mundial e também no Brasilem regiões de temperaturas amenas, com média cultiva-se comercialmente variedades de duasanual na faixa de 19 21ºC. Com menos calor espécies, a Coffea arabica e Coffea canephora. Estaprocura-se evitar abortamento de florada (com a última tem crescido sua participação, principalmenteformação de estrelinhas) e, consequentemente, com a expansão verificada nos países asiáticos. Hojealcançar maior produtividade.em dia o café robusta ocupa cerca de 35% do mercadoMas, os próprios exemplos do passado, onde mundial.áreas quentes foram grandes produtoras de café No Brasil, as duas espécies de café foram searábica, como ocorreu nas regiões do norte do adaptando às diferentes regiões climáticas, sempreEspírito Santo e do Estado do Rio de Janeiro, até a com predominância dos cafés arábica, estesdécada de 1960, mostram a possibilidade de produzindo cerca de 75% da safra anual no país.produção desses cafés a temperaturas mais altas.Os cafeeiros robusta são mais vigorosos eCom base em novos trabalhos de pesquisa, resistentes, suportam mais os desgastes por seca e poralguns projetos de grande porte em andamento estão calor e seus custos de produção são cerca de 30%demonstrando ser viável, sob condições adequadas menores do que aos arábicas. Ocorre que devido aode manejo, produzir bem cultivando cafezais arábica excesso de oferta, os preços dos cafés robuista tem seem áreas teoricamente consideradas aptas apenas situado em cerca de 70-80% abaixo daqueles dos<strong>para</strong> os cafeeiros robusta, cujo zoneamento considera arábicas.apropriada a faixa de temperatura média anual de 24- Assim, a procura de sistemas que viabilizem o26ºC.cultivo de variedades arábica em regiões aptas <strong>para</strong> orobusta se justifica pela margem vantajosa dosEvolução das áreas de cultivopreços.Ao longo da história, a cultura do café no Brasilfoi itinerante caminhando porvárias regiões, desde que foiintroduzida no país, há 277 anosatrás. Do Pará veio em direçãoao Sul <strong>para</strong> o Rio de Janeiro, daí<strong>para</strong> São Paulo, Espírito Santo,Minas Gerais e Paraná. Nasdécadas de 1970 e 1980,novamente os cafezaisvoltaram, com maiorcrescimento de áreas noscerrados em Minas Gerais e emregiões vizinhas, na Bahia eEspírito Santo. A Amazôniaretornou <strong>para</strong> o café, comlavouras em Rondônia, Pará eAcre.


ANÁLISE 35Sucesso nas pesquisas e em projetospulverizações com produtos cúpricos, queAs pesquisas realizadas nos últimos anos <strong>para</strong> reduzem a escaldadura.com<strong>para</strong>r o desempenho de variedades arábica e d) O plantio próximo das plantas na linha reduzindorobusta em duas condições climáticas no Leste de a produção por planta e dando melhor equilíbrioMinas Gerais, em Mutum, a 250m de altitude e em entre o sistema radicular e a parte aérea.Martins Soares a 740m mostraram que na média de 4 e) A boa proteção contra pragas e doenças,safras, os cafeeiros Catuaí produziram 39 sacas/ha combinando sistemas via solo e foliar, <strong>para</strong> evitarem Mutum (baixa altitude) e 43 sacas/ha na região desfolhas prejudiciais.alta. Já o robusta-Conillon produziu 102 sacas e 66 Deste modo, o manejo adequado atenua assacas/ha nas mesmas áreas.condições adversas de temperatura.Diversos projetos que vem sendoacompanhados na região norte/nordeste e no altoadaptaçãode cafeeiros arábica em regiões quentesNa evolução das pesquisas <strong>para</strong> melhormédio São Francisco em Minas Gerais, nas regiõesde Urucuia e Pirapora (460-510m de altitude) tem encontra-se em execução, vários estudos <strong>para</strong>:resultado em altas produtividades.arborizar lavouras; adensar o plantio <strong>para</strong> auto-O exemplo da Agropecuária São Thomé, em sombreamento; proteção inicial com culturasPirapora, cuja temperatura média anual é de 24,5°C e intercalares; plantios direcionados; novos híbridosonde vem sendo cultivados 3 pivôs com 80 ha cada, mais tolerantes ao bicho-mineiro e ao calor. Para isso,com a variedade Catuaí, mostra uma produtividade a Agropecuária São Thomé com a colaboração dana primeira safra na faixa de 90-100 scs/ha e uma <strong>Fundação</strong> <strong>Procafé</strong> e, futuramente, com o apoio doprodução semelhante sendo esperada <strong>para</strong> a segunda. BNB está conduzindo um campo experimental comvários ensaios já instalados.Diferencial da irrigaçãoDesde que se implantou, em grande escala, aprática da irrigação tecnológica em cafezais, ela temsido o diferencial principal <strong>para</strong> o aproveitamento deregião marginais ou inaptas.A grande parte do Triangulo Mineiro e AltoParanaíba, em Minas Gerais, a região de Barreiras noOeste bahiano e, mais recentemente, o Norte deMinas só são viáveis <strong>para</strong> café pela irrigação.Em Seminário recente e em dia-de-camporealizado em 21/06/04 na Agropecuária São Thomé,em Pirapora, técnicos e cafeicultores de regiõestradicionais puderam receber informações e observar“in loco” o bom potencial das lavouras de arábicanaquela área.Foram indicadas as condições básicas <strong>para</strong> obom comportamento produtivo, sendo:a) A irrigação sistemática que permite o suprimentode água aos tecidos do cafeeiro evitando seuaquecimento e, assim, garantindo bom pegamentoda florada. O número de frutos por roseta,observado na média de 14, atesta esse pegamento.b) A variedade de porte baixo, compacta e maturaçãotardia, que reduz o stress por calor.c) A nutrição em níveis maiores de Nitrogênio e as


36ANÁLISEDOENÇAS SECUNDÁRIAS SE TORNAMIMPORTANTES NO CAFEEIRO.A Ferrugem do cafeeiro é, semdúvida, a doença principal e maisimportante nos cafezais do Brasil, pelaextensão do seu ataque, pelos prejuízosque causa e pelo adicional de custo que seucontrole representa no custo total deprodução de café.Outras doenças que ocorrem deforma secundária nos cafezais são aCercosporiose, a Phoma/Ascochyta e aLeprose, consideradas de menorimportância, mas que, nos últimos anos,vem se tornando mais graves,necessitando , assim, maiores cuidados decontrole.Condições favoráveisSintomas de leprose em frutos.pelo período de umidade contínua na lavoura noAs condições <strong>para</strong> a ocorrência e gravidade de presente ano agrícola. A leprose vem sendo agravadauma doença estão ligadas a 4 grupos de fatores: por desequilíbrios, por estiagem, ou por uso dea) da doença, em si, sua virulência, raças, capacidade alguns defensivos que aumentam a população dode disseminação, etc;ácaro vetor.b) da planta, sua susceptibilidade;c) do ambiente, influindo sobre o patógeno e sobre a CERCOSPORIOSEplanta;d) do manejo, do controle praticado. A cercosporiose é uma doença de controle maisfácil, devendo-se combinar práticas culturais aoPara as doenças secundárias do cafeeiro estão controle químico.influindo as condições do ambiente e do manejo, Cafeeiros bem nutridos, especialmente ematuando no favorecimento do ataque, ao mesmo nitrogênio, são a base <strong>para</strong> evitar danos portempo em que tornam as plantas mais susceptíveis. O cercospora. O controle químico é eficiente e deve sermal-trato dispensado às lavouras nos últimos anos, praticado de forma preventiva, sendo muitodevido aos baixos preços do café, com a redução das importante a época de tratamento, que deve <strong>iniciar</strong>adubações e pulverizações, agravaram os problemas em novembro a dezembro e ir até fevereiro a março,com a cercosporiose, doença favorecida pela cobrindo o período de formação dos frutos, quando asfraqueza das plantas. Os períodos de falta ou excesso reservas das folhas são transferidas <strong>para</strong> a carga. Ode chuva e, no geral, as variações de elevação de ataque, que se inicia nas folhas, que logo caem, étemperatura, tem tornado mais graves o ataque da mais notado nos frutos. Nessa época já é tarde <strong>para</strong>leprose e da Phoma/Ascochyta, esta última facilitada um bom controle.


ANÁLISE 37(2 a 4 ao ano), podem resultar em 60-70%de eficiência.LEPROSEA leprose passou a ser problemática<strong>para</strong> a lavoura cafeeira a partir de 1993/94,no Alto-Paranaíba e Triângulo Mineiro,pelas condições de umidade baixa e seca,que provocam desequilíbrio <strong>para</strong> o ácarovetor da doença. Com temperaturas maisaltas, a multiplicação do vírus no cafeeiroé maior e aumenta a sua sistemicidade nostecidos da planta.Nos últimos anos a doença passou aatacar, em níveis prejudiciais, também emSintomas de phoma em folhas novas.outras regiões em Minas Gerais, estandoO controle associado é uma prática muitobastante disseminada no Sul de Minas eindicada, devendo-se usar tratamentos com sistemas em lavouras da Zona da Mata.e/ou produtos fungicidas que combinem ativos Trabalhos recentes de pesquisa mostrarameficientes contra a ferrugem e, ao mesmo tempo, maior ataque da leprose em cafeeiros mais batidoscontra a cercosporiose. Para isso é importante contar pelo sol, especialmente nas faces voltadas <strong>para</strong> ocom fungicidas cúpricos e/ou estrubirulinas, ambos poente. Foi observado ataque diferencial emeficazes contra a cercosporiose, combinados aos algumas variedades, parecendo o Mundo- Novo e ofungicidas triazóis, mais eficientes contra a Icatu mais afetados.ferrugem.Quanto ao controle químico, a doença só podeser tratada através da redução na população do ácaroPHOMA / ASCOCHYTAvetor. Esse controle é dificultado pelo hábito do ácarode se esconder dentro do cafeeiro, nos ramos e naO complexo de fungos que causa seca de frutificação. A época de controle, o volume de calda eponteiros e desfolha nas regiões mais úmidas e em a tecnologia de aplicação são importantes, existindoépocas frias tem seu controle dificultado exatamente acaricidas bastante eficientes. Normalmente, naspela sua imprevisibilidade.áreas-problema, são necessárias 2-3 pulverizações,A ocorrência de frentes frias, umidade no pós-colheita e em fevereiro-março.constante, ventos e chuva de granizo, levamrapidamente a ataques severos de Phoma/Ascochyta,que ocorrem nas folhas, ramos, inflorescências efrutos novos.Em regiões-problema, que coincidem emchapadas ou bacias de altitude elevada, deve-seproteger com quebra-ventos ou arborização. Devemseusar adubações equilibradas, com menos N e maisK.Para o controle químico existem produtosfungicidas eficientes, porém, muito dependentes doacerto na época. São programas de controle que,efetuados dentro de um número prático de aplicaçõesSintomas de cercosporiose em folhas e frutos.


38ENTREVISTAO MESTRE DA CAFEICULTURA NOS CERRADOSRoberto Santinato, engenheiro agrônomo,pesquisador e extensionista especializadoem cafeicultura, possui larga experiência,adquirida nos trabalhos experimentais ena prática junto aos produtores de café,especialmente na cafeicultura doscerrados com irrigação tecnológica.Nosso colega, Eng. Agr. Roberto Santinato, é MAPA, atuando nas atividades do PROCAFÉ.um profissional de enorme qualidade em seus Nesse período, de quase 36 anos dedicados aotrabalhos de apoio técnico à cafeicultura, café, Santinato publicou mais de 500 trabalhos deespecialmente dedicado àquela desenvolvida nas pesquisa, além de livros e boletins técnicos. Seus 2regiões de cerrados, em Minas Gerais e Bahia. Vem livros mais recentes versam sobre Irrigação emliderando campos experimentais, prestando Cafezais, outra de suas tantas especialidades que temassistência técnica e orientando a implantação de nele o principal motivador.milhares de hectares de lavouras de café.Como vocês poderão ver da entrevista,A larga experiência adquirida por Santinato, Santinato fala com franqueza e, pela sua origem, dealiando conhecimentos de pesquisas ao trabalho de italianos, e palmeirenses, fala muito. Por isso o textocampo na área, lhe dá, com mérito, o título de mestre ficou longo.em cafeicultura nos cerrados.É importante, por isso, conhecermos as Revista Coffea: Santinato, conhecendo bem aopiniões, sabidamente objetivas e práticas, desse cafeicultura brasileira, como você avalia asmestre.diversas regiões produtoras, as mais novas e asInicialmente, vamos dar um 'curriculum' tradicionais?simplificado de nosso entrevistado: Santinato Santinato: A mais nova cafeicultura de café arabicaformou-se pela ESALQ, em 1967, especializado em do Brasil é a irrigada tecnicamente, ou seja, aquelafitotecnia. Entrou <strong>para</strong> o IBC em 1968, logo se em que a irrigação é praticada quase o ano todo, e nãodedicando ao serviço de fotointerpretação, com a irrigada por “socorro”. Esta cafeicultura se instaloucurso no CEPERN. Já em 1969 e até 1978 trabalhou em áreas marginais, onde o déficit hídrico é superiorna Assistência Técnica à cafeicultura na Regional do a 150 mm/ano.IBC de Caratinga, Zona da Mata Mineira. De 1979 a Sua maior vantagem é a alta produtividade1982 trabalhou em pesquisa e AT no IBC em Belo (55/60 scs/ha), conseqüência da condição de uso deHorizonte, iniciando sua dedicação à região dos alta tecnologia, quanto aos tratos nutricionais,cerrados e do Jequitinhonha. De 1983 a 1993 fitossanitários e culturais. Nesta cafeicultura, aindatrabalhou no Núcleo Técnico do IBC-GERCA em jovem, tem-se colhido cerca de 300 a 400 sacasCampinas, e, com a extinção do Órgão, passou ao beneficiadas na soma das seis primeiras colheitas,


ENTREVISTAcontra 180 a 220 das boas lavouras dos se que se houver uma geada de grande intensidade,cerrados no mesmo período. Outra vantagem, sem somente se ela atingir o Sul de Minas é que haverádúvida, é a quase total mecanização, além da reflexos significativos nos preços.utilização da água como veículo de fertilização e Como problemas gerais, inerentes a todos oscontrole de pragas e doenças. Também por estar tipos de cafeicultura, podemos enumerar:situada em regiões de inverno seco é pouco exigente a) Falta de Assistência Técnica: Que é tantoem infra-estrutura de preparo pós-colheita e ótima menor quanto menor e mais distante esteja oprodutora de cafés de boa qualidade ( tipo cerrado). produtor. Há completa ausência do governo. RestamComo desvantagem, provavelmente, exigirá apenas os trabalhos das cooperativas e associaçõespodas mais freqüentes ( 9 a 10 safras) e o custo mais nas regiões mais desenvolvidas como Sul de Minas eelevado de formação. É uma cafeicultura que cresce e Cerrados.por estar em regiões com outras opções, como a soja, b) Falta de controle no mercado:algodão, etc, o café não será uma monocultura. Internamente comercializa-se até a palha de café,Por outro lado, a mais velha cafeicultura, sem falar nos demais resíduos, e, externamentedenominada tradicional e implantada a décadas atrás destaca-se somente a qualidade “gourmet”, <strong>para</strong> umem solos de arenito, praticamente está desaparecida. mercado de 5 a 10% do total exportado. Referente àsÉ o que acontece no Paraná e S.Paulo, com previsões de safras , aquelas feitas pelosaproveitamento das áreas com cana, laranja, etc... “compradores” tem maior peso que as do governo.Outra cafeicultura que se destaca é a do c) Falta de crédito: O pouco existente ficapequeno produtor, como da Zona da Mata, Espírito restrito aos “ de sempre”, ou seja, a 5 a 10% dosSanto, Mogiana de São Paulo, Nordeste, Norte do produtores que conseguem obter linhas de crédito. OParaná. Esta cafeicultura sobrevive em todas as pequeno produtor simplesmente é esquecido oucrises devido ser tipicamente familiar, na qual o nível isolado.de tecnologia é baixo, exceto a do Nordeste, que tem d) Falta de experimentação e pesquisaproblemas de irrigação e a de São Paulo e Paraná com dirigida a problemas regionais: Exemplo: estudariscode geada, essa cafeicultura é a única opção se irrigação em casa de vegetação no Sudeste,agrícola <strong>para</strong> regiões como a Zona da Mata e Espírito enquanto no Nordeste nada se faz. O dinheiroSanto. Ela apresenta uma grande vantagem que é o existente é prioritariamente aplicado nassocial, retendo o pequeno produtor na zona rural. Universidades, com pouco ou nenhum retorno de usoComo desvantagens tem-se a ausência de direto aos produtores ou na criação de novosmecanização, encarecendo os custos e a qualidade profissionais da cafeicultura. Está na hora de se criar(bebida) inferior.um órgão regulador de atividades cafeeiras comContrariamente, a qualidade da cafeicultura Técnicos e líderes de cada região, a fim de definir ados cerrados é boa, sendo sua grande vantagem aliada AT, o Crédito, a Pesquisa e até mesmo regras deao bom nível de mecanização. Como desvantagens, mercado, caso contrário está fadada aoboa parte da área tem risco de secas (muito ativa desaparecimento a cafeicultura familiar, comnestes últimos 8 anos), exigindo, por vezes, a crescimento do êxodo rural em regiões como Zona dairrigação de “socorro”, além da predominante baixa Mata, Espírito Santo, Baixa Mogiana, Nordeste,fertilidade, exigente de corretivos e adubos em escala etc...maior.Por fim, tem-se a cafeicultura do Sul de Minas, Revista Coffea: Quais as tendências na irrigaçãoa chamada Café com Leite, com predomínio de de cafezais e quais os sistemas que tem maiormédios produtores. Sua grande vantagem é a boa potencial e qual sua visão de futuro desta prática?qualidade da bebida aliada a solos de média Santinato: Estima-se em cerca de 200 mil ha defertilidade. Como desvantagem tem-se a cafezais irrigados no Brasil, no entanto, de formamecanização parcial e riscos de geada. Esta é a maior tecnológica não ultrapassa a 80 mil ha. O restantecafeicultura do Brasil, com mais de 700 mil ha., e, constituiu-se de irrigação de “socorro” ou temporal.portanto, ditadora do caminho da cafeicultura. Veja- Dentro desta ótica a tendência é de aumento de áreas,39


40ENTREVISTAcom tecnologia apurada <strong>para</strong> áreas com Outro aspecto, notadamente em regiões demarginalidade climática, quanto ao déficit hídrico baixa umidade relativa do ar no período de abril asuperior a 150 mm/ano. São áreas novas em que a agosto é que a infra estrutura pode ser altamenteirrigação é fator essencial. Também a irrigação reduzida, raramente exigindo secadores, lavadores,tecnificada tende a crescer em áreas tradicionais dos etc... Exemplo disto é o Oeste da Bahia com secacerrados mais antigos e no nordeste, em cafezais já praticada em terreiro em apenas 6 a 10 dias.instalados e em pequena proporção <strong>para</strong> novos Outra coisa é o produtor não sair investindo naplantios. Entre os sistemas, o plantio sob pivô central tal alta qualidade <strong>para</strong> CD e despolpados, sem tercom emissor Lepa (Plantio Circular) é o de maior garantido o mercado <strong>para</strong> estes cafés. Nos últimospotencial, seguido do sistema de gotejo três a quatro anos a sobra destes cafés tem atingidoautocompensante. Sistemas como a tripa ou similares cerca de 800 mil a um milhão de sacas e inúmerostem sua utilização <strong>para</strong> áreas menores e nas regiões produtores ficaram endividados devido à instalaçãoem que a irrigação não é obrigatória por todo o de equipamentos específicos. Nos cerrados, acima deinverno, ou em veranicos.tudo devemos aproveitar a natureza, ou a natural boaDetalhadamente com o pivô-lepa obtém-se a qualidade do café dos cerrados.maior eficiência da irrigação (95 a 98%) além da Outros pontos também importantes prendemreduçãode custos em mecanização, pois através do se ao manejo como: a nutrição equilibrada e osistema somente nas pulverizações e na aplicação de controle das pragas e doenças de forma regional.herbicidas utiliza-se de tratores e implementos. Sempre que o preço cai, o produtor mexe na nutriçãoDe forma geral, acredito que a cafeicultura e no controle das pragas e doenças, com isso asirrigada, seja a tecnificada, seja a de “socorro”, deva lavouras pioram e ao invés da redução de custos temcrescerentre 50 a 100 mil ha nos próximos 5 anos, se aumento. Sob este ponto devemos ser racionais, oucom a tendência de alta de preços de café, visto seja, só cuidar das lavouras que apresentem potencialestarem nestas áreas marginalizadas as terras mais de retorno produtivo, erradicando ou recuperando asbaratas além do risco zero de geadas.demais.Revista Coffea: Quais são os pontos importantes Revista Coffea: Que linhas de pesquisa devem serna redução de custos <strong>para</strong> o produtor de café nos melhor trabalhadas <strong>para</strong> a cafeicultura doscerrados?cerrados?Santinato: Sem dúvida, a colheita e o preparo do Santinato: Sem dúvida, apesar dos bons trabalhoscafé são as práticas principais na composição de que estão sendo desenvolvidos pelo MAPA-<strong>Procafé</strong>custos de produção do café (cerca de 40%) que e outras entidades no Triângulo e Alto Paranaíba,podem ser melhoradas, ou seja, pode-se reduzir os Nordeste e Noroeste de Minas, Oeste de Goiás ecustos. Para isso basta otimizar a colheita mecânica, Oeste da Bahia, estes três últimos locais com acom 2 passadas, associando a derriça por metro cafeicultura irrigada, é necessário ampliar e(manual) e a rastelação, levantamento e abanação concentrar mais em projetos específicos <strong>para</strong>:mecânica. Assim o chamado trem da colheita: 1 a) Genética: Com estudos de genética aplicadacolhetadeira + 1 rastelador + 2 levantadores regionalmente objetivando seleção deabanadores e com mais 50 trabalhadores pode-se dar variedades/linhagens, que além de produtividadeconta de 200 a 250 ha de café de média a alta atendam ao controle de pragas e doenças com aprodutividade.tolerância ou resistência a ferrugem, bicho mineiro,Esse sistema, próprio das grandes propriedades cercosporiose, etc. De todas as variedades/linhagensou alugado <strong>para</strong> médios, é bastante funcional e tem que foram afoitamente implantadas nos cerrados,reduzido entre 30 e 40% o custo da colheita (cerca de exceto as comerciais de Mundo Novo, Acaiá e12,00 reais/saca contra 23 a 27,00). No preparo, sem Catuaí, esses com 30 a 40 anos de experimentação edívidas, o uso de rodadores mecânicos e esteiras e pesquisa, as demais oriundas de Sarchimores ecoletores mecânicos reduzem em mais de 60% a mão Catimores apresentam problemas de adaptação,de obra de preparo.notadamente quanto ao vigor. As mais promissoras


ENTREVISTA 41são os Catucaí(s), destacando-se 36/6, o 785- garantia (mercado) de compra. O que se vê hoje é a15, o 20/15 e o 2 SL. sobra de CD e queima dos residuais como o caféb) Nutrição: Sob o aspecto de nutrição do verde, ou, mesmo o CD, como “bica”, pelocafeeiro, quer na cafeicultura irrigada ou não, em desmerecimento após 6 a 10 meses.vista da variabilidade, principalmente da textura(areia e argila pesada) são necessários trabalhos com Revista Coffea: Que medidas sugere <strong>para</strong>micronutrientes via solo (fontes, doses e modo) e melhorar a A.T. dos vários tipos de produtores decom os macronutrientes (fontes e comportamento ao café?parcelamento), especialmente ao N, K e S. Também a Santinato: Considerando os tipos de produtores,nutrição x variedade deve ser estudada em vista de como empresário ou grande produtor, médiovariações significativas das exigências de produtor e pequeno produtor nossa sugestão é adeterminados nutrientes, como o Boro <strong>para</strong> o seguinte: Para o empresário a consultoria particular,Catuaí(s), o Magnésio <strong>para</strong> os Acaiá(s), etc. aliada à contratação de agrônomos e ou técnicosEspecificamente <strong>para</strong> a cafeicultura irrigada são como gerentes. Para o médio produtor acredito que anecessários estudos de fontes x parcelamento x A.T. via cooperativa ainda é a melhor solução, aliadasistemas de irrigação x tipo de solo.à promoção de eventos (palestras, dia de campo, etc.)c) Manejo - Podas: Por último, sugerimos dirigidos regionalmente, com o cuidado em nãotrabalhos a nível regional de Podas (drásticas ou precipitar informações técnicas incompletas ouleves) como recepa, esqueletamento, decote, etc. x incorretas. Para o médio, também em regiões maisvariedades e sistemas de plantio. É do conhecimento desenvolvidas, é comum a A.T. particular em gruposgeral que a Poda do cafeeiro pode ter sucesso ou não e, a contratação de técnicos-gerentes, que temem função das condições da lavoura,como: evidenciado melhor eficiência. Por último, ovariedade, espaçamento, estágio vegetativo, etc. bem pequeno produtor, que hoje acha-se “vendido”,como das condições de clima e irrigação.praticamente nas mãos de comerciantes,O grande defeito é generalizar a poda, como notadamente em regiões menos privilegiadas,recentemente foi a tal safra zero. Ela, a safra zero, deveria ter uma A.T. nos moldes do antigo IBC, querealmente existe, porém a tal safra 100 às vezes vira na época era denominada “Insistência Técnica” e foi30, 40 ou menos. Outro aspecto a considerar é o responsável pela grande renovação de cafezaistamanho do lote a podar, bem como a disponibilidade (PRRC) na Zona da Mata, Sul de Minas, Espíritoe conhecimento da mão de obra regional, em relação Santo, Mogiana, Nordeste, etc. hoje regiõesaos custos das desbrotas.correspondentes a cerca de 70% da cafeiculturad) Manejo - colheita: Sem dúvida, como nacional. Uma sugestão, acredito viável, seria afalamos anteriormente, na cafeicultura de cerrado incrementação de associações de cafeicultores, sem(irrigada ou não), devido à predominância da fins lucrativos ou políticos, com a contratação demecanização o manejo da colheita assume vital agrônomos e técnicos <strong>para</strong> prestação de AT completaimportância na redução de custos. Em que se em forma grupal e individual. Evidentemente queconsidere a grande evolução das colhetadeiras estes profissionais deveriam ser treinados eassociadas aos rasteladores e levantadores adequados <strong>para</strong> cada região cafeeira típica de cadamecânicos (dragão, urso, etc.), muito ainda deve ser sistema de condução.estudado. Sugerimos estudos de colheita mecânica xnúmero de passadas x velocidades e vibraçõesdiferenciadas, além de investimento em novasmáquinas de derriça final (máquinas leves)associadas a levantadores e rasteladores objetivandoeliminar ou reduzir ao máximo a mão de obra.Referente a equipamentos e máquinas <strong>para</strong>qualidade de café (os famosos CD e despolpados), namaioria dos cerrados, seu uso deve ser atrelado a


42PRODUTOS E EQUIPAMENTOSINSETICIDAS FISIOLÓGICOS CONTRA O BICHO-MINEIRODois sistemas são usuais no controle químico do bicho- (Rimon e Galaxie), o Teflubenzuron (Nomolt) e omineiro na lavoura cafeeira. As aplicações via-solo, Lufenuron (Met) + Curacron. Esses produtos são dasempregando produtos via líquida ou via granulos e as empresas Milenia, Syngenta, Du Pont e Basf. As dosesaplicações foliares, em pulverização. Nesse último são testadas são as seguintes: Rimon e Galaxie -300ml/ha eutilizados inseticidas organofosforados, piretróides e Nomolt 250ml/ha e Curion 0,8 a 1 litro/ha.carbamatos, visando mortalidade principalmente sobre as A indicação de uso deve priorizar o início do ataque pois alagartas, dentro das minas nas folhas.redução da infestação é gradual, levando a equilíbrios.Nos últimos anos vem sendo mostrada a eficiência, Alguns produtos vem sendo usados com emulsão préviatambém, de produtos fisiológicos, que interferem no ciclo em óleo <strong>para</strong> facilitar sua penetração nas minas. Deve-sedo inseto. Quatro produtos estão disponíveis, o Rimon, o observar as questões de registro.Galaxie, o Nomolt e o Curion, cujos ativos são: NovaluronROÇADEIRA DUPLA, CAFEEIRA,REVERSÍVELO controle do mato em cafezais mecanizáveis emprega,normalmente, uma combinação de uso de roçada das ervascom aplicações de herbicidas.A roçadeira é um implemento muito útil pois reduz a alturado mato sem desproteger o solo. Ela pode ser centralizada(<strong>para</strong> o meio da rua) ou descentralizada, nesse casoroçando também a lateral próxima à linha de cafeeiros.Um novo tipo de roçadeira, com 2 eixos com 4 facas cada(dupla), está disponível <strong>para</strong> a roçada, permitindo operarcom características diferenciadas. Pela sua largura, commodelos variáveis de 2,28 a 2,98m pode roçar em uma sópassada por rua. Suas laterais, baixas, permitem passarsob a saia dos cafeeiros e possui opções de posicionar omato roçado <strong>para</strong> o centro enleirado ou <strong>para</strong> as laterais darua do cafezal (junto à linha de cafeeiros). O fabricantedesse equipamento é a Kamaq (www.kamaq.com.br).SEPARADORA DE FRUTOS DECAFÉA se<strong>para</strong>ção normal de frutos de café é feita através daágua, se<strong>para</strong>ndo o bóia da fração pesada (verdes e cereja).Os verdes só são se<strong>para</strong>dos quando o café é despolpado,saindo no cilindro ou gaiola se<strong>para</strong>dora, colocada na partealta do despolpador.Uma se<strong>para</strong>dora de frutos, os verdes dosmaduros, foi desenvolvida recentemente pela empresaHCG Equipamentos Ltda (www.hcgtecnologia.com.br)que trabalha de forma eletrônica, com base em célulasfotoelétricas. A máquina possui um conjunto de peneiras(rotativas horizontais) que se<strong>para</strong> grãos miúdos, folhas eoutras impurezas. Os frutos (verdes e maduros) vão poruma correia elevatória até o silo de entrada no conjuntose<strong>para</strong>dor de grãos. Ali os grãos são examinadoseletronicamente, pela sua cor (com 4 regulagens) e sãose<strong>para</strong>dos por jatos de ar, de forma semelhante à catadeiraeletrônica de grãos beneficiados. A capacidade nominalda máquina é se<strong>para</strong>r 1,25 milhão de frutos por hora, o quecorresponde a 20-30 medidas (60 l) por hora. A máquinapermite boa se<strong>para</strong>ção porém seu rendimento é baixo e seucusto ainda é alto.


SÉRIE CLIMÁTICA43EFEITO CLIMÁTICO NA SAFRA CAFEEIRA DO SUL DE MINASGERAIS.Os dados de clima e de crescimento de lavouras de 1,5 mês no início da colheita e grande quantidade decafé são acompanhados pela Estação de Avisos frutos verdes colhidos inicialmente. Também o fim daFitossanitários do MAPA/<strong>Fundação</strong> <strong>Procafé</strong>, em colheita vai ficar atrasado.Varginha, Sul de Minas Gerais.b) Ocorrência de fermentação nos frutos, na árvore e noUma análise do que ocorreu no último ano agrícola chão, havendo germinação e maior incidência de grãos(2003/2004) pode ser feita através dos gráficos de ardidos e pretos.temperatura, chuvas e disponibilidade de água no solo, c) Mais mato na lavoura prejudicando o levantamento docom<strong>para</strong>ndo-se a média normal (1974-2003), com o que café de chão.ocorreu em 2003 e em 2004 (até julho).d) Menor quantidade de grãos maduros colhidosHouve certo atraso na retomada das chuvas no reduzindo a pre<strong>para</strong>ção de cafés cereja-descascados.final de 2003, quando foi observado um deficit hídrico, e) Favorecimento à infecção de ferrugem tardia e deem torno de 180mm, em out-nov. Depois as chuvas se Phoma/Ascochyta e Cercosporiose com significativanormalizaram e no início de 2004 até o presente elas foram desfolha das lavouras.acima da média. As temperaturas, ao contrário, foram 1 a f) Atraso nos tratos <strong>para</strong> a próxima safra.2ºC abaixo do normal. Assim, o inverno tem sido maisúmido. Como resultado, haverá perda na qualidade e,Em decorrência dessas condições climáticas têm- também, na quantidade do café, na safra 2004, comse verificado:reflexos, ainda, na safra futura, prevista em menor volumea) Maturação irregular e atrasada, provocando atraso de que a atual.200DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO (mm)100mm0-100jan jan fev mar abr mai jun jun jul ago set out nov nov dez-200-300Ano típico <strong>para</strong> a região 2003 20042524Temperaturas Médias Mensais450400Precipitações Mensais23350222120191817163002502001501005015Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMeses0Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMesesMédia 1974 a 2003 Temperatura 2003 Temperatura 2004Média 1974 a 2003 Precipitações 2003 Precipitações 2004


44SÉRIE ESTATÍSTICAESTIMATIVA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE CAFÉ - REGIÃOSUL DE MINASFoi estimado o custo de produção de café, <strong>para</strong> A produtividade média estimada <strong>para</strong> a regiãoas condições do Sul de Minas na safra cafeeira atual Sul de Minas, na presente safra, é de 19,6 sacas/ha(2004/05). A estimativa foi feita através de uma (CONAB) o que corresponde a um custo médio emplanilha contendo índices normais de uso de insumos torno de R$ 227,00/saca.e rendimentos operacionais, <strong>para</strong> 4 níveis de Conclui-se, portanto, que os custos deprodutividade de lavoura. Sobre esses índices foram produção de café na safra atual, mesmo em lavourasaplicados os preços / custos atualizados (junho/julho produtivas (30-40 sacas/ha) estão muito próximas ou2004), dos vários produtos, mão-de-obra, etc., até superiores aos preços de mercado, deixando achegando-se às despesas totais por hectare e o custo atividade de produção cafeeira sem rentabilidade.de produção calculado por saca, conforme o quadroincluído.Verifica-se que as despesas por hectare Produtividade x Custo/sacavariaram de R$ 3.000,00 a R$ 7.600,00, conforme a 350produtividade das lavouras, correspondendo a custos300por saca de R$ 191,00 a R$ 303,00.Verifica-se, ainda, que o item insumos foi o que 250mais subiu no último ano. A mão-de-obra pouco seelevou.200R $ /s a c aQuadro 1 - Estimativa do custo de produção decafé por saca <strong>para</strong> diferentes níveis deprodutividades nas lavouras.Varginha-MG, Safra 2004-05:15010 20 30 40Sacas beneficiadas/haItem 40 sacas/ha 30 sacas/ha 20 sacas/ha 10 sacas/haR$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca %1 – Formação 290,90 7,27 3,8 290,90 9,70 4,6 290,90 14,55 6,5 290,90 29,09 9,62 – Benfeitorias 183,00 4,58 2,4 183,00 6,10 2,9 183,00 9,15 4,1 183,00 18,30 6,03 – Equipamentos 129,00 3,23 1,7 116,00 3,87 1,8 103,00 5,15 2,3 90,00 9,00 3,04 – Insumos 2621,60 65,54 34,2 1933,99 64,47 30,4 1063,68 53,18 23,8 494,65 49,46 16,35 – Mão de Obras/Tratos 1607,45 40,19 21,0 1452,74 48,42 22,8 1005,16 50,26 22,5 733,29 73,33 24,26 – Mão de Obra/Colheita 2415,60 60,39 31,5 2035,77 67,86 32,0 1542,75 77,14 34,5 1050,23 105,02 34,67 – Energia, contabilidade 285,00 7,13 3,7 233,00 7,77 3,7 169,00 8,45 3,8 107,00 10,70 3,5e outros8 – Utensílios Diversos 140,00 3,50 1,8 126,00 4,20 2,0 112,00 5,60 2,5 84,00 8,40 2,8Total 7672,55 191,81 100,0 6371,40 212,38 100,0 4469,49 223,47 100,0 3033,06 303,31 100,0Fonte: A.W.R. Garcia, maio 2004 (MAPA / <strong>Fundação</strong> <strong>Procafé</strong>).Observação: Não foram computados os juros sobre o capital circulante nem a remuneração ao produtor.

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