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GEOGRAFIA ESCOLAR - Associação Portuguesa de Geógrafos

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84 Inforgeo 15 – Educação Geográficadas, pois todas, sem excepção, têm algo a dizer sobre os problemas, nos fornecemuma visão distinta do mundo e, na nossa opinião, mais do que alternativasse afiguram complementares. Neste sentido, as investigações <strong>de</strong>senvolvidaspor Capel, Luis e Urteaga (1984; 1986), pela preocupação que manifestam coma pluri-referencialida<strong>de</strong> e a poli-vocalida<strong>de</strong> geográfica, são uma excelente base<strong>de</strong> trabalho. Apesar das suas limitações relativamente aos novos paradigmasque se <strong>de</strong>senvolvem a partir <strong>de</strong> meados dos anos oitenta, nomeadamente, orealismo, o estruturacionismo e o pós-estruturalismo, estes têm pelo menos omérito <strong>de</strong> reunir em torno <strong>de</strong> <strong>de</strong>zoito núcleos conceptuais os principaispostulados e conceitos dos três enfoques já clássicos do pensamento geográfico;o estudo das distribuições na superfície terrestre, a análise da localizaçãodos fenómenos no espaço e a reflexão sobre as relações homem-meio.No Quadro I apresentam-se alguns postulados e conceitos propostos porestes autores, seleccionados <strong>de</strong> acordo com as suas afinida<strong>de</strong>s em relação aostemas organizadores das Orientações Curriculares para o 3.º Ciclo do EnsinoBásico. Naturalmente, outros po<strong>de</strong>m ser tomados em conta, e o i<strong>de</strong>al seriaque os professores os interpretem e adaptem às exigências dos seus projectoscurriculares, ou até que a partir <strong>de</strong>stes criem outros mais a<strong>de</strong>quados aos problemasescolares e à natureza das experiências que querem promover com aeducação geográfica. Uma vez seleccionados, estes núcleos <strong>de</strong>vem então serconvertidos em conceitos específicos e a partir <strong>de</strong> questões pertinentes estabelecidasas re<strong>de</strong>s conceptuais mais significativas.A segunda etapa da conceptualização pren<strong>de</strong>-se com a planificação dasactivida<strong>de</strong>s, ou se preferirmos a linguagem das orientações curriculares do3.º Ciclo do Ensino Básico, a concepção das experiências educativas, a proporcionaraos alunos para que estes se tornem pessoas autónomas e «cidadãosgeograficamente competentes». Fazendo o elo <strong>de</strong> ligação entre a teoriae a prática, esta constitui um momento fundamental do processo <strong>de</strong> ensino--aprendizagem, ao qual as sucessivas reorganizações curriculares, <strong>de</strong>masiadopreocupadas com os conteúdos e as técnicas a ensinar-apren<strong>de</strong>r, raramentetêm prestado a <strong>de</strong>vida atenção, ou apresentado propostas inovadoras.A concepção da aprendizagem como uma prática investigativa do alunoimplica que as experiências educativas sejam entendidas como uma partefundamental da metodologia e, por conseguinte, reflictam as diferentes etapasnecessárias à resolução dos problemas sociais no espaço geográfico.Neste sentido, tendo conta a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> códigos linguísticos usados pelageografia para expressar o seu conhecimento (cartográficos, estatísticos, icónicose verbais), Souto Gonzalez (1998: 151) agrupa as mesmas em trêsgran<strong>de</strong>s domínios: o primeiro, pren<strong>de</strong>-se com as experiências susceptíveis <strong>de</strong>ajudar o aluno a compreen<strong>de</strong>r a informação que lhe chega do exterior,nomeadamente, a proveniente da escola, da família, do círculo <strong>de</strong> amigos ouestruturantes mediante os quais as diferentes correntes <strong>de</strong> pensamento constroem os saberes esaberes-fazer da geografia que, num contexto <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, <strong>de</strong>vem servir <strong>de</strong>alicerces à educação geográfica.

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