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GEOGRAFIA ESCOLAR - Associação Portuguesa de Geógrafos

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86 Inforgeo 15 – Educação Geográficação aos procedimentos ligados à compreensão da informação recebida,enquanto os alunos entre 12-16 anos, do ponto <strong>de</strong> vista da linguagem cartográfica,po<strong>de</strong>rão traçar itinerários, comparar escalas, enten<strong>de</strong>r projecções eusar correctamente os atlas, os alunos com ida<strong>de</strong>s entre 16-18 anos, po<strong>de</strong>rãojá interpretar mapas com mais <strong>de</strong> três variáveis. Em termos estatísticos,enquanto os primeiros po<strong>de</strong>m manusear índices, percentagens e enten<strong>de</strong>r ouso das medidas <strong>de</strong> centralida<strong>de</strong> (moda, mediana e média), os segundos sãocapazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver activida<strong>de</strong>s em que se correlacionam as variáveis <strong>de</strong>um sistema. Por último, no que diz respeito à expressão verbal, se os primeirosestão aptos a resumir um documento, a enten<strong>de</strong>r e construir narrativas sobrelugares imaginários ou reais, os segundos, são já dotados da maturida<strong>de</strong> cognitivapara po<strong>de</strong>rem analisar conceitos e os relacionar com outros já estudados.A organização das experiências educativas, das mais simples para as maiscomplexas, aplica-se também às restantes etapas da metodologia. Assim, utilizandomais uma vez como exemplo os alunos dos grupos referidos anteriormente,em relação aos procedimentos associados à formulação <strong>de</strong> um método<strong>de</strong> trabalho racional, se os mais jovens (12-16 anos) em termos cartográficos,icónicos, estatísticos e verbais conseguem, respectivamente, i<strong>de</strong>ntificar emmapas os factores explicativos <strong>de</strong> uma distribuição geográfica, levantar problemasa partir <strong>de</strong> imagens, correlacionar dados para comprovar regularida<strong>de</strong>s eplanificar um guião <strong>de</strong> trabalho sobre as questões que irão ser objecto <strong>de</strong> estudo,os segundos (16-18 anos), porque dotados <strong>de</strong> maior maturida<strong>de</strong> cognitiva,conseguem já relacionar diversos mapas temáticos e através dos mesmos tirarconclusões, confrontar diferentes casos <strong>de</strong> estudo para verificar a valida<strong>de</strong> dashipóteses, verificar as suas i<strong>de</strong>ias a partir <strong>de</strong> dados elaborados e ainda rever osseus guiões <strong>de</strong> trabalho ao longo da investigação que <strong>de</strong>senvolvem.Por último, <strong>de</strong> acordo com o construtivismo, a aprendizagem apenas seconclui com a apresentação e comunicação dos resultados. Se para nós, professores,os bons alunos são aqueles que conseguem expressar correctamenteos resultados da sua aprendizagem e, efectivamente, se é sobre essa capacida<strong>de</strong>que inci<strong>de</strong> a avaliação do acto <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, então <strong>de</strong>vemos fornecer aosmesmos experiências que permitam <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>strezas neste campo.Assim, tal como nas etapas anteriores, também aqui a planificação <strong>de</strong>vecobrir a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> expressão cartográfica, icónica, estatísticae verbal correntemente utilizadas pela geografia. Em função da sua maturida<strong>de</strong>cognitiva, os alunos <strong>de</strong>vem apren<strong>de</strong>r as regras formais que estão subjacentesà construção e uso das diferentes técnicas da linguagem geográfica.Primeiro <strong>de</strong>vem inteirar-se dos procedimentos mais simples, como porexemplo, saber usar escalas, elaborar legendas, construir diferentes tipos <strong>de</strong>diagramas e gráficos, citar correctamente bibliografia ou fazer sínteses.Depois <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver a mestria dos mais complexos, como, por exemplo,construi mapas temáticos, elaborar relatórios ou propor soluções para osproblemas. Como salienta Souto Gonzalez (1998: 163), é o domínio <strong>de</strong>stesprocedimentos que permite aos alunos passar, progressivamente, «<strong>de</strong> umaaprendizagem subjectiva a uma comunicação intersubjectiva», que faz com

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