14 | 8 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2010 | SOCIEDADE | POLÍTICA | JORNAL DE LEIRIA |BREVES■DistritoConcelhiasdo PS vãoa eleiçõesA maioria das Comissões PolíticasConcelhias do PS do distritovai eleger os novos órgãossociais amanhã e no sábado, àexcepção <strong>de</strong> Alvaiázere e Peniche,que vão a votos no dia 17.No dia <strong>de</strong> fecho <strong>de</strong> edição, eramconhecidos apenas as candidaturas<strong>de</strong> António Figueiredo eAntónio Henriques (Alcobaça)Joaquim Jesus (Batalha), JoséAlves (<strong>Leiria</strong>), Ricardo Lopes (MarinhaGran<strong>de</strong>) e João Murraças eWalter Chicharro (Nazaré).AlvaiázereAca<strong>de</strong>miadá formaçãopolíticaA Fe<strong>de</strong>ração Distrital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>da JS vai inaugurar, no sábado,a sua Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> FormaçãoPolítica, com a conferência Históriae gran<strong>de</strong>s ban<strong>de</strong>iras da JSao longo dos anos, que terá comoorador Pedro Delgado Alves, coor<strong>de</strong>nadorda área política da JS. Ainiciativa <strong>de</strong>correrá pelas 16 horas,no Museu Municipal <strong>de</strong> Alvaiázere.Diogo Coelho, presi<strong>de</strong>nte dafe<strong>de</strong>ração, informa em comunicadoque a Aca<strong>de</strong>mia da FormaçãoPolítica preten<strong>de</strong> ser um “espaçoprivilegiado <strong>de</strong> conhecimento,reflexão e diálogo” e uma formaçãosistemática aos militantes,dirigentes e quadros políticosda Fe<strong>de</strong>ração Distrital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>da JS, com o objectivo <strong>de</strong> ospreparar para o “exercício <strong>de</strong> umamelhor intervenção política”. ■João Costa, Paulo Ribeiro e Pedro PimpãoTrês candidatos à distrital da JSDJoão Costa, presi<strong>de</strong>nte da JSD<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Paulo Ribeiro, presi<strong>de</strong>nteda JSD <strong>de</strong> Caldas da Rainha, ePedro Pimpão, secretário-geral daComissão Política Distrital da JSD,são os três candidatos ao cargo <strong>de</strong>presi<strong>de</strong>nte da Comissão PolíticaDistrital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> da JSD. O sucessor<strong>de</strong> Fernando Silva, <strong>de</strong> Ansião,será conhecido no dia 1 <strong>de</strong> Maio.“Quero começar a discutir umrumo para os jovens do distrito,que não têm qualquer peso para aclasse política actual. A juventu<strong>de</strong>está adormecida. Já não há umpensamento colectivo em prol dopúblico”, afirma João Costa, <strong>de</strong> 28anos.O presi<strong>de</strong>nte da Secção <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>da JSD estabelece como priorida<strong>de</strong>sa criação <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong>em <strong>Leiria</strong>, a inserção dosjovens no mercado <strong>de</strong> trabalho, ahabitação para jovens, o problemado alcoolismo abaixo dos 16anos, o consumo <strong>de</strong> droga, a insegurança,o empreen<strong>de</strong>dorismojovem e o ambiente. “A jota tempor missão fazer política. Não sepo<strong>de</strong> limitar a fazer acções <strong>de</strong> formaçãopouco ricas e jantares <strong>de</strong>convívio.”“Não tenho nem quero o apoioPaula Teixeira da Cruz, José A<strong>de</strong>linoMaltez, Pacheco Pereira e JoséManuel Fernan<strong>de</strong>s são os oradores<strong>de</strong> um encontro sobre O estado da<strong>de</strong>mocracia, que irá <strong>de</strong>correr no dia16 <strong>de</strong> Abril, pelas 21:30 horas, noTeatro Miguel Franco, em <strong>Leiria</strong>. Ainiciativa é da JSD <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.A advogada Paula Teixeira daCruz irá falar sobre Democracia eJustiça, o politólogo José A<strong>de</strong>linoRICARDO GRAÇAdo PSD. Não estou preocupado comos dirigentes, mas como os jovensa partir dos 14 anos. É um apoioque só tem contribuído para quea jota se tenha perdido nos últimosanos. Até admito um caminhoseparado”, acrescenta JoãoCosta.Pedro Pimpão, secretário-geralda Distrital da JSD, apresenta-secomo candidato com a intenção<strong>de</strong> unir todas as secções do distritoem torno <strong>de</strong> uma “JSD que tenhaum papel mais activo e dialogante,que consiga promover o <strong>de</strong>bate<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e apresentar soluçõespara os problemas que os jovensenfrentam”.Empenhado em formar novosquadros para preparar o futuro, ocandidato <strong>de</strong> Pombal promete aindadar voz aos estudantes do ensinosecundário e do ensino superior,adoptar novas políticas <strong>de</strong>habitação jovem, <strong>de</strong> estímulo aoempreen<strong>de</strong>dorismo e <strong>de</strong> promoçãodo emprego jovem.“Preten<strong>de</strong>mos promover umaacção política forte e empenhadanas autarquias, estimulando e promovendoo papel fundamental dosnossos autarcas <strong>de</strong> freguesia e municipais”,explica Pedro Pimpão emcomunicado. Quer ainda promovero voluntariado e o associativismo.Iniciativa reúne especialistas em política em <strong>Leiria</strong>JSD <strong>de</strong>bate estado da <strong>de</strong>mocraciaMaltez sobre Democracia e o sistemapolítico-partidário. Seguemseas intervenções do jornalista JoséManuel Fernan<strong>de</strong>s sobre Democraciae espírito crítico e do <strong>de</strong>putadoPacheco Pereira sobre O futuroda <strong>de</strong>mocracia.“Escolhemos um tema que temdominado a actualida<strong>de</strong>. Vamosdiscutir o problema <strong>de</strong> carácter doprimeiro-ministro, a credibilida<strong>de</strong>DRDRPaulo Ribeiro, 28 anos, escolheucomo lema Vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar.O candidato tem como objectivo“renovar a estrutura apostando nosquadros mais jovens da JSD dodistrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>”. Dessa forma, preten<strong>de</strong>“recuperar os concelhos perdidospelo PSD nas últimas eleiçõesautárquicas”.O presi<strong>de</strong>nte da Secção da JSDe <strong>de</strong>putada da Assembleia Municipal<strong>de</strong> Caldas da Rainha quer centrara sua acção na “força das ComissõesPolíticas <strong>de</strong> Secção e nos militantes<strong>de</strong> Secção, tendo por baseuma forte aposta na formação dosmilitantes”. ■Alexandra Baratado Governo e dos partidos políticose a abstenção”, revela João Costa,presi<strong>de</strong>nte da JSD <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> emo<strong>de</strong>rador do encontro. No final,o público terá oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colocarquestões.Esta iniciativa insere-se no ciclo<strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, intitulado Juventu<strong>de</strong> +Cidadania, promovido pela JSD <strong>de</strong><strong>Leiria</strong>. O último foi sobre a Europae <strong>de</strong>correu no ano passado. O encontroconta com o apoio do JORNALDE LEIRIA, da Rádio 94 FM e daautarquia.A JSD <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> vai ainda a promoveruma acção <strong>de</strong> formação política<strong>de</strong> três dias, aberta a militantesdas cinco juventu<strong>de</strong>s partidárias,semelhante à Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Verão, que o PSD organiza todosos anos. ■AB| Opinião|O PEC da resignaçãoe da injustiça!O Programa <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> eCrescimento acabou por ser viabilizadocom a aprovação <strong>de</strong> umaresolução negociada entre PS ePSD. O que se projecta para ospróximos anos em tal Programaé a manutenção <strong>de</strong> uma trajectória<strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio nacional, doagravamento da <strong>de</strong>pendência dopaís e das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais.É a perspectiva <strong>de</strong> um novo ataqueaos rendimentos do trabalho,pelo corte dos salários e oaumentos dos impostos, mas tambéma todas as principais prestaçõessociais, aos serviços eempresas públicas e participadascom novas privatizações e, nãomenos grave, o congelamento docrescimento económico e doemprego. É o dito por não ditodas promessas eleitorais <strong>de</strong> hápoucos meses que anunciavammais investimento e mais apoiosocial para combater e atenuar acrise. É a completa reviravoltacom o retorno à obsessão do défice.Não se nega a importância <strong>de</strong>ter contas públicas sãs, mas ninguémconsegue explicar a urgência<strong>de</strong> o fazer em três anos, numquadro <strong>de</strong> prolongada estagnaçãoe recessão. De facto, o PEC éo anúncio antecipado do <strong>de</strong>sastreeconómico e social do país. Opaís sabe agora que, a manterem-seas mesmas orientaçõespolíticas, as altas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregoestão para ficar e que aperspectiva mais risonha que sealimenta é a <strong>de</strong> um crescimentoeconómico <strong>de</strong> 1,7% em 2013. Osque têm governado o país recusamassumir as suas responsabilida<strong>de</strong>sem relação à situação aque chegámos. Mas a verda<strong>de</strong> éque o país está a pagar hoje osefeitos <strong>de</strong> anos e anos <strong>de</strong> políticas<strong>de</strong> direita, realizadas pela mãodo PS e PSD com a ajuda do CDS.A verda<strong>de</strong> é que a política <strong>de</strong>direita tornou o país continuamentemais frágil e mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,nomeadamente com a drástica<strong>de</strong>struição da capacida<strong>de</strong> produtivanacional e uma subserviente<strong>de</strong>pendência aos critériosdo monetarismo europeu . Algunstentam agora com acrobacias <strong>de</strong>linguagem e <strong>de</strong> voto distanciarse<strong>de</strong> tal política, mas basta lembraron<strong>de</strong> estavam e como estavamtodos juntos na aprovaçãorecente do Orçamento <strong>de</strong> Estado.Este Orçamento que tinha sidoanunciado como <strong>de</strong> relançamentoeconómico e que se transformou,também por exigência dos doispartidos da direita, num Orçamentoda ditadura do défice e <strong>de</strong>travagem do crescimento e doemprego. Hoje, perante a situação<strong>de</strong> <strong>de</strong>scrédito do governo quese vem acentuando, assistimosao tomar <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> credibilizaçãodo jogo da alternânciasem alternativa política – o jogodo rotativismo empobrecedor –que nada muda <strong>de</strong> essencial emcada rotação. É o tempo <strong>de</strong> tentarcredibilizar o PSD como alternativaao PS, com a mesma operaçãomistificadora <strong>de</strong> sempre –a da mudança <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r a coberto<strong>de</strong> uma falsa mudança <strong>de</strong> políticas.Até o po<strong>de</strong>m conseguir, masas águas palustres do pântanopermanecerão. ■José Augusto Esteves,membro da Comissão Central<strong>de</strong> Controlo do PCP
| JORNAL DE LEIRIA | SOCIEDADE | OPINIÃO |8 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2010 | 15| Crónicas sobre o futuro |O <strong>de</strong>terminismo do progresso económicoO <strong>de</strong>semprego é hojeo maior <strong>de</strong>safio que aEuropa enfrenta e atéagora tudo indica queas novas empresasdos novos sectores daeconomia doconhecimento e dainformação,empregam muitomenos pessoas do queas empresasindustriais, mesmo asmais avançadasHENRIQUE NETOempresárionetohenrique8@gmail.comAsemana passada escrevique o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safioque a Europaenfrenta é o <strong>de</strong> saberse é possível conciliaro chamado mo<strong>de</strong>lo social europeucom a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comércioe com a livre movimentação <strong>de</strong>pessoas e <strong>de</strong> capitais. Muitas pessoaspensam que não é possível eque mais tar<strong>de</strong> ou mais cedo haveráuma redução drástica dos direitosadquiridos pelos europeus,enquanto outros consi<strong>de</strong>ram inevitávelum movimento proteccionista.De facto, continuar tudo comoestá não será possível. Tenho escritoque a <strong>de</strong>slocalização <strong>de</strong> sectoresinteiros das economias do oci<strong>de</strong>ntepara a China e para outrospaíses da região, on<strong>de</strong> em presença<strong>de</strong> um stock <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obrapraticamente inesgotável, haveráuma limitação natural ao crescimentodos salários e do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>compra e as condições políticasexistentes reduzirão fortemente acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reivindicação dostrabalhadores por melhores condições<strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> vida. O que,em conjunto com uma logísticaquase perfeita <strong>de</strong>stinada à exportação,o baixo custo dos transportese a existência <strong>de</strong> estratégiasfinanceiras para manter baixo ovalor <strong>de</strong> troca da moeda e <strong>de</strong> facilitaro investimento produtivo, tornama China um produtor mundialimbatível. Além disso, beneficiados critérios i<strong>de</strong>ológicos liberais<strong>de</strong> uma parte importante dosgovernos da Europa e dos EstadosUnidos.A semana passada foi anunciadaa compra da empresa suecaVolvo por um fabricante chinês <strong>de</strong>automóveis <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong>, aquisiçãoque revela a força da i<strong>de</strong>ologiadominante, mesmo na Suécia,o que a seguir à compra da Jaguarpela indiana Tata, mostra a fraquezado pensamento dos dirigentespolíticos e dos empresários europeus.Permitir que as empresas daChina e da Índia tenham acessofácil e barato ao melhor que existena tecnologia e no conhecimentodo negócio automóvel na Europaé simplesmente suicidário. Principalmentequando, nas actuais condiçõesda economia mundial, bastaráo enfraquecimento <strong>de</strong> dois sectoresindustriais europeus – automóvele equipamentos industriais– para <strong>de</strong>sequilibrar a economiaeuropeia <strong>de</strong> forma, a meu ver, insustentávele irreversível.A tese que justifica a passivida<strong>de</strong>europeia baseia-se na concepção<strong>de</strong> que a perda <strong>de</strong> sectoresda economia europeia para os chinesese indianos será compensadapela criação <strong>de</strong> novas empresas <strong>de</strong>sectores, tecnologias e serviços maisavançados. Esta tese tem a sua origemna realida<strong>de</strong> histórica, em quea fase agrícola foi substituída comvantagem pela era industrial, queo trabalho manual <strong>de</strong>u lugar àmáquina sem prejuízo do <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico e com umaimensa melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida dos europeus e que até agoraa economia do conhecimento edos serviços substituiu com sucessoa indústria.Sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> reconhecer a valida<strong>de</strong>histórica <strong>de</strong>sta tese, a questãoque se coloca hoje é a <strong>de</strong> saberse essa evolução, que se baseianum certo <strong>de</strong>terminismo históricodo progresso sem fim, se po<strong>de</strong>rámanter no futuro, ou seja, se acurva do crescimento económicopo<strong>de</strong> continuar <strong>de</strong> forma ascen<strong>de</strong>nteaté ao infinito. Ou se, pelocontrário, a curva do progressocontínuo terá um fim, ou, no mínimo,uma redução suficiente paracolocar em causa o mo<strong>de</strong>lo socialeuropeu.O <strong>de</strong>semprego é hoje o maior<strong>de</strong>safio que a Europa enfrenta eaté agora tudo indica que as novasempresas dos novos sectores daeconomia do conhecimento e dainformação, empregam muitomenos pessoas do que as empresasindustriais, mesmo as maisavançadas. Por exemplo, comparandoa Google com a Caterpillar,com capitais semelhantese com um número elevado <strong>de</strong>patentes – 350 para a Google e3800 para a Caterpillar – a Googleemprega apenas 20 mil pessoaspara 110 mil da Caterpillar.O que justifica o elevado <strong>de</strong>sempregona Europa, porque empresasda chamada nova economiaempregam menos trabalhadoresdo que as empresas tradicionais,mesmo quando se trata <strong>de</strong> empresastecnologicamente avançadas,como é o caso da Caterpillar, oque é indicado pelo número <strong>de</strong>patentes. Voltaremos a este temana próxima semana, procurando<strong>de</strong>monstrar que é preciso repensaro mo<strong>de</strong>lo económico e osactuais critérios seguidos pelosgovernos europeus. ■PUB