9 - Redetec
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230 — INFORMAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO NA ERA DO CONHECIMENTO<br />
cisaremos examinar a própria natureza dos processos informacionais e a<br />
relação que possa existir entre informação e trabalho.<br />
5 Suprimindo o trabalho repetitivo<br />
A Teoria da Informação é um campo de conhecimento recente, nascido,<br />
não por acaso, entre engenheiros de telecomunicações. Pesquisando<br />
conceitos para maximizar a utilização e a rentabilidade da rede telefônica<br />
da AT&T, à época experimentando acelerada expansão nos Estados Unidos,<br />
Nyquist e, em seguida, Hartley, nos anos 1920, conceberam as primeiras<br />
fórmulas para o cálculo de uma quantidade de informação transmitida<br />
por uma linha telefônica, fórmulas estas que seriam, nos anos 1940,<br />
aperfeiçoadas por Claude Shannon (Escarpit, 1991: 25 passim). Nasceu<br />
assim a Teoria Matemática da Comunicação que, para o nosso caso, interessa<br />
em dois aspectos básicos:<br />
a) Ela define a informação como a probabilidade de ocorrência de um<br />
evento, dado um conjunto de eventos passíveis de ocorrer. Logo, informação<br />
é um processo de remoção de incertezas. A quantidade de incerteza<br />
removida (isto é, a informação) pode ser calculada, mas desde que o<br />
objeto a calcular seja um conjunto reconhecidamente finito, e os seus<br />
eventos, ou elementos, estejam, de algum modo, padronizados e despojados<br />
de qualquer avaliação qualitativa. Será possível calcular, por exemplo,<br />
a quantidade de informação contida num texto qualquer, considerando-se<br />
apenas as letras efetivamente existentes nesse texto, dadas todas<br />
as letras disponíveis em um alfabeto e as suas possibilidades combinatórias<br />
admitidas (estruturas silábicas, dígrafos etc.). Mas não será possível — e<br />
nem a isto a teoria se propõe — quantificar a informação contida nos significados,<br />
denotações, conotações, metáforas, outros valores subjetivos formados<br />
por essas letras, nas frases que constituem o texto considerado.<br />
b) A informação é gerada por uma fonte ou emissor e remetida a um<br />
receptor ou destinatário, através de um canal. Cabe à fonte selecionar os<br />
elementos que constituirão a mensagem, embora precise fazê-lo de um<br />
modo que permita ao destinatário entender a mensagem. Ou seja, a seleção<br />
deve obedecer a algum código comum ao emissor e ao receptor. Além disso,<br />
no processo de comunicação, o canal pode ser afetado por ruídos (interferências<br />
indevidas ou inesperadas) que, também em função da boa recepção<br />
da mensagem, precisarão, de algum modo, serem evitados, ou filtrados.<br />
O modelo de Shannon (Figura 9.1) tornou-se verdadeiramente<br />
canônico em todas as disciplinas que, de um modo ou outro, se interes-