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Prospecto Definitivo - EDP no Brasil | Investidores

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<strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong> de Distribuição Pública da 3ª Emissão de Debêntures Simples, Quirografárias, em Série Única<br />

R$ 250.000.000,00<br />

ISIN: BREBENDBS028<br />

Standard & Poor’s: brA-<br />

Distribuição pública de 25.000 (vinte e cinco mil) debêntures simples, quirografárias, em série única, todas <strong>no</strong>minativas e escriturais, da terceira emissão<br />

para distribuição pública da BANDEIRANTE ENERGIA S.A., Companhia Aberta, inscrita <strong>no</strong> CNPJ/MF sob o nº 02.302.100/0001-06, com sede na<br />

Rua Bandeira Paulista, nº 530, CEP 04532-001, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, (“3ª Emissão” e “Bandeirante”, “Companhia” ou<br />

“Emissora”), com valor <strong>no</strong>minal unitário de R$ 10.000,00 (dez mil reais) (“Debêntures”), perfazendo o montante de R$ 250.000.000,00 (duzentos e<br />

cinqüenta milhões de reais) na data de emissão, qual seja, 1º de março de 2006 (“Oferta” e “Data de Emissão”, respectivamente).<br />

A 3ª Emissão foi aprovada conforme deliberações do Conselho de Administração da Emissora realizadas em 08 de março de 2006 e em 28 de março de<br />

2006, cujas atas foram arquivadas na Junta Comercial do Estado de São Paulo (“JUCESP”) em 13 de março de 2006 e em 30 de março de 2006, sob os<br />

nº s 75.303/06-1, e 83.904/06-2, e publicadas <strong>no</strong> Diário Oficial do Estado de São Paulo e <strong>no</strong> jornal “Valor Econômico”, edição nacional, em 22 de março de<br />

2006 e em 30 de março de 2006, respectivamente.<br />

A 3ª Emissão foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, em 16 de março de 2006, por meio do despacho n° 546, publicado <strong>no</strong><br />

Diário Oficial da União em 17 de março de 2006.<br />

As Debêntures serão registradas para (i) distribuição <strong>no</strong> mercado primário na CETIP - Câmara de Custódia e Liquidação (“CETIP”) (Entidade de Mercado de<br />

Balcão Organizado), por meio do Sistema de Distribuição de Título (“SDT”); e (ii) para negociação <strong>no</strong> mercado secundário (a) na CETIP, por meio do<br />

Sistema Nacional de Debêntures (o “SND”), sendo a distribuição liquidada e as debêntures custodiadas pela CETIP; e (b) <strong>no</strong> Sistema BovespaFix<br />

(“BOVESPAFIX”), administrado e operacionalizado pela Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa (“BOVESPA”), sendo os negócios liquidados e as<br />

Debêntures custodiadas segundo as <strong>no</strong>rmas e procedimentos da Companhia <strong>Brasil</strong>eira de Liquidação e Custódia - CBLC (“CBLC”). A Oferta foi registrada<br />

na Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) em 05 de abril de 2006, sob nº CVM/SRE/DEB/2006/009.<br />

Recomenda-se a leitura cuidadosa deste <strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong> antes de qualquer decisão sobre os investimentos nas Debêntures. Os potenciais<br />

investidores devem ler a Seção “Fatores de Risco”, nas páginas 43 a 56. Maiores informações sobre a Emissora e a Oferta poderão ser obtidas<br />

junto às Instituições Intermediárias e à CVM <strong>no</strong>s endereços indicados nas páginas 23 a 24.<br />

O registro da presente Oferta não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou em julgamento sobre a qualidade da<br />

Companhia, bem como sobre as Debêntures a serem ofertadas <strong>no</strong> âmbito dessa Oferta.<br />

“A presente oferta pública foi elaborada de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas<br />

de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, aprovado em Assembléia Geral da ANBID, e parte integrante da ata registrada <strong>no</strong><br />

4º Ofício de Registro de Pessoas Jurídicas da Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, sob o nº 510718, atendendo, assim, a presente<br />

oferta pública, aos padrões mínimos de informação contidos <strong>no</strong> código, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas<br />

referidas informações, pela qualidade da emissora, das instituições participantes e dos valores mobiliários objeto da oferta pública”.<br />

Instituições Intermediárias<br />

A Instituição Líder da presente Oferta é o Banco Bradesco S.A.<br />

A data deste <strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong> é de 07 de abril de 2006


ÍNDICE<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

• Definições .............................................................................................................................................................. 5<br />

• Resumo das Características da Oferta ...................................................................................................................11<br />

• Sumário da Emissora e das Instituições Intermediárias. .......................................................................................14<br />

2. IDENTIFICAÇÃO DOS ADMINISTRADORES, INSTITUIÇÕES INTERMEDIÁRIAS,<br />

CONSULTOR LEGAL, AUDITOR INDEPENDENTE E AGENTE FIDUCIÁRIO<br />

• Informações Cadastrais da Emissora.....................................................................................................................21<br />

• Identificação dos Administradores, Instituições Intermediárias, Consultor Legal,<br />

Auditor Independente e Agente Fiduciário ...........................................................................................................23<br />

3. INFORMAÇÕES RELATIVAS À OFERTA<br />

• Informações Relativas à Oferta ............................................................................................................................27<br />

• Contrato de Distribuição de Debêntures................................................................................................................38<br />

• Ressalvas com Relação a Declarações e Estimativas Acerca do Futuro ...............................................................42<br />

• Fatores de Risco ....................................................................................................................................................43<br />

Riscos Relacionados a Fatores Macroeconômicos................................................................................................43<br />

Riscos Relacionados ao Setor de Energia Elétrica ................................................................................................45<br />

Riscos Relacionados às Atividades da Emissora...................................................................................................50<br />

Riscos Relacionados à Oferta................................................................................................................................55<br />

• Destinação de Recursos.........................................................................................................................................57<br />

• Capitalização .........................................................................................................................................................58<br />

4. SITUAÇÃO FINANCEIRA E INFORMAÇÕES SOBRE A EMISSORA<br />

• Informações Financeiras Selecionadas..................................................................................................................61<br />

• Análise e Discussão da Administração sobre a Situação Financeira<br />

e os Resultados Operacionais da Emissora ..........................................................................................................64<br />

• Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> ..............................................................................................84<br />

• Histórico da Emissora ......................................................................................................................................... 112<br />

• Estrutura Organizacional e Principais Acionistas ............................................................................................... 114<br />

• Atividades da Emissora....................................................................................................................................... 118<br />

• Propriedades, Plantas e Equipamentos................................................................................................................ 155<br />

• Recursos Huma<strong>no</strong>s.............................................................................................................................................. 156<br />

• Descrição do Capital Social e Dividendos .......................................................................................................... 162<br />

• Práticas de Governança Corporativa ................................................................................................................... 166<br />

• Políticas de Responsabilidade Social, Patrocínio e Incentivo Cultural ............................................................... 168<br />

• Administração ..................................................................................................................................................... 169<br />

• Informações Sobre Títulos e Valores Mobiliários Emitidos pela Companhia .................................................... 177<br />

• Contingências Judiciais e Administrativas.......................................................................................................... 178<br />

• Operações com Partes Relacionadas ................................................................................................................... 181<br />

1


5. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS<br />

• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao Exercício Social<br />

encerrado em 31 de dezembro de 2005, com respectivo Parecer dos Auditores<br />

Independentes e Relatório da Administração ...................................................................................................... 185<br />

• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao Exercício Social<br />

encerrado em 31 de dezembro de 2004, com respectivo Parecer dos Auditores<br />

Independentes e Relatório da Administração ...................................................................................................... 241<br />

• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao Exercício Social<br />

encerrado em 31 de dezembro de 2003, com respectivo Parecer dos Auditores<br />

Independentes e Relatório da Administração ..................................................................................................... 285<br />

6. ANEXOS<br />

• Autorização da ANEEL ...................................................................................................................................... 325<br />

• Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 08 de março de 2006 .......................................... 329<br />

• Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 28 de março de 2006 .......................................... 337<br />

• Estatuto Social da Emissora ................................................................................................................................ 341<br />

• Escritura Particular da 3ª Emissão de Debêntures Simples, Quirografárias,<br />

em Série Única, da Bandeirante Energia S.A...................................................................................................... 353<br />

• Instrumento Particular de Primeiro Aditamento à Escritura Particular da 3ª Emissão de<br />

Debêntures Simples, não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária,<br />

em Série Única, da Bandeirante Energia S.A...................................................................................................... 385<br />

• Súmula da Classificação de Risco....................................................................................................................... 393<br />

• Declaração da Emissora <strong>no</strong>s termos do artigo 56 da Instrução CVM nº 400/03 ................................................. 399<br />

• Declaração da Instituição Líder <strong>no</strong>s termos do artigo 56 da Instrução CVM nº 400/03 ..................................... 403<br />

2


1. INTRODUÇÃO<br />

• Definições<br />

• Resumo das Características da Oferta<br />

• Sumário da Emissora e das Instituições Intermediárias<br />

3


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

4


DEFINIÇÕES<br />

ABRADEE Associação <strong>Brasil</strong>eira de Distribuidores de Energia Elétrica<br />

Acionista Controladora ou<br />

<strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong><br />

<strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.<br />

ACL Ambiente de Contratação Livre<br />

Acordo Geral do Setor<br />

Elétrico<br />

Acordo instituído em razão do racionamento de energia elétrica pela<br />

Medida Provisória n.º 14, de 21 de dezembro de 2001, convertida na Lei<br />

n.º 10.438, de 26 de abril de 2002.<br />

ACR Ambiente de Contratação Regulada<br />

Agente Fiduciário Pentágo<strong>no</strong> S.A. DTVM<br />

Ampla ou CERJ AMPLA Energia e Serviços S.A., anteriormente de<strong>no</strong>minada CERJ –<br />

Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro<br />

ANBID Associação Nacional dos Bancos de Investimento<br />

ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro<br />

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL<br />

Auditores Independentes KPMG Auditores Independentes (para o exercício findo em 31 de<br />

dezembro de 2005) e PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes<br />

(para os exercícios anteriores a 31 de dezembro de 2005).<br />

Autoprodutor Agente titular de concessão, permissão ou autorização para produzir<br />

energia elétrica destinada ao seu uso exclusivo<br />

BACEN Banco Central do <strong>Brasil</strong><br />

Banco Bradesco ou<br />

Instituição Líder,<br />

Banco Bradesco S.A.<br />

Banco Citibank Banco Citibank S.A.<br />

Banco Itaú BBA Banco Itaú BBA S.A.<br />

Banco Santander <strong>Brasil</strong> Banco Santander <strong>Brasil</strong> S.A.<br />

Bandeirante, Companhia<br />

ou Emissora<br />

Bandeirante Energia S.A.<br />

BID Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento<br />

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES<br />

Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo<br />

BovespaFix Sistema BovespaFix<br />

<strong>Brasil</strong> República Federativa do <strong>Brasil</strong><br />

CCC Conta de Consumo de Combustíveis<br />

CCEAR Contrato de Comercialização de Energia <strong>no</strong> Ambiente Regulado<br />

CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica<br />

5


CCVEE Contratos de Compra e Venda de Energia Elétrica<br />

CESA Castelo Energética S.A. – CESA<br />

CDE Conta de Desenvolvimento Energético<br />

CDI Certificado de Depósito Interbancário<br />

CERJ ou AMPLA CERJ - Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro, atualmente<br />

AMPLA – Energia e Serviços S.A.<br />

CETIP Câmara de Custódia e Liquidação<br />

CHESF Companhia Hidroelétrica do São Francisco<br />

CMN Conselho Monetário Nacional<br />

CMSE Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico<br />

CNPE Conselho Nacional de Política Energética<br />

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social<br />

Constituição Federal Constituição da República Federativa do <strong>Brasil</strong><br />

Consumidores Livres Consumidores que optaram por contratar seu fornecimento, <strong>no</strong> todo ou<br />

em parte, com produtor independente de energia do sistema interligado<br />

ou com comercializador de energia elétrica<br />

Contrato de Concessão Contrato de Concessão para Distribuição de Energia Elétrica n.º<br />

202/1998, celebrado em 23 de outubro de 1998, entre a Emissora e a<br />

União Federal, conforme aditado em 1º de julho de 2002, 25 de março<br />

de 2003 e 29 de agosto de 2005<br />

Contrato de Distribuição<br />

de Debêntures<br />

Instrumento Particular de Contrato de Coordenação, Colocação e<br />

Distribuição de Debêntures Simples, não Conversíveis em Ações, em<br />

Regime de Garantia Firme, celebrada entre a Emissora e as Instituições<br />

Intermediárias em 28 de março de 2006<br />

Contratos Iniciais Contratos de compra e venda de energia elétrica, referentes a montantes<br />

definidos em Resoluções da ANEEL, firmados com base na Lei n.º<br />

9.648 de 27 de maio de 1998 entre uma concessionária de geração e uma<br />

concessionária de distribuição de energia elétrica<br />

CPFL Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL<br />

CSLL Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido<br />

CVA Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A da<br />

tarifa de energia elétrica<br />

CVM Comissão de Valores Mobiliários – CVM<br />

Debêntures 25.000 debêntures simples, quirografárias, todas <strong>no</strong>minativas e escriturais,<br />

em série única, da 3ª emissão para distribuição pública da Bandeirante, com<br />

valor <strong>no</strong>minal unitário de R$ 10.000,00 (dez mil reais) perfazendo o total de<br />

R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinqüenta milhões de reais)<br />

Debenturistas Os titulares das Debêntures<br />

6


DEC Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora<br />

DNAEE Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica<br />

Dólar Dólar dos Estados Unidos da América<br />

EAEE Encargo de Aquisição de Energia Emergencial<br />

EAESP/FGV Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação<br />

Getúlio Vargas<br />

EBITDA / LAJIDA Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização<br />

ECE Encargo de Capacidade Emergencial<br />

<strong>EDP</strong> <strong>EDP</strong> – Energias de Portugal S.A.<br />

<strong>EDP</strong> Lajeado <strong>EDP</strong> Lajeado Energia S.A.<br />

Eletrobrás Centrais Elétricas <strong>Brasil</strong>eiras S.A. – ELETROBRÁS<br />

Emissão 3ª Emissão para distribuição pública de Debêntures da Bandeirante<br />

Energia S.A.<br />

Energest Energest S.A.<br />

Energia Assegurada Quantidade de energia elétrica de uma usina, estabelecida pelo Poder<br />

Concedente <strong>no</strong> respectivo Contrato de Concessão, que deverá ser<br />

disponibilizada para venda<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.<br />

Enerpaulo ENERPAULO – Energia Paulista Ltda<br />

Enerpeixe Enerpeixe S.A.<br />

Enersul Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S.A. – ENERSUL<br />

Enertrade ENERTRADE - Comercializadora de Energia S.A.<br />

EPE Empresa de Pesquisa Energética S.A.<br />

Escelsa Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. – ESCELSA<br />

Escritura de Emissão Escritura Particular da 3ª Emissão de Debêntures Simples,<br />

Quirografárias, em Série Única, da Bandeirante Energia S.A., celebrada<br />

entre a Emissora e o Agente Fiduciário em 14 de março de 2006,<br />

devidamente arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo em<br />

27 de março de 2006, conforme aditada pelo Instrumento Particular de<br />

Primeiro Aditamento à Escritura Particular da 3ª Emissão de Debêntures<br />

Simples, não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária, em<br />

Série Única, da Bandeirante Energia S.A, celebrado entre a Emissora e o<br />

Agente Fiduciário em 30 de março de 2006, devidamente arquivada na<br />

Junta Comercial do Estado de São Paulo em 07 de abril de 2006<br />

7


Estatuto Estatuto Social da Emissora, conforme aprovado em Assembléia Geral<br />

Extraordinária de acionistas, realizada em 11 de junho de 2005<br />

Fafen Fafen Energia S.A.<br />

Fator X Número índice definido pelo Poder Concedente, de acordo com o<br />

Contrato de Concessão e Resolução ANEEL n.º 55, de 5 de abril de<br />

2004, a ser subtraído ou somado ao índice obtido da variação da parcela<br />

reajustada pelo IGPM<br />

FEC Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora.<br />

FINAME Linha de crédito do BNDES para aquisição de máquinas e equipamentos<br />

<strong>no</strong>vos, de fabricação nacional, através de instituições financeiras<br />

credenciadas<br />

Fundo UBP Fundo de Uso de Bem Público<br />

Furnas Furnas Centrais Elétricas S.A.<br />

GCE Câmara de Gestão da Crise de Energia<br />

Grupo <strong>EDP</strong> Grupo empresarial do qual a Companhia é parte, composto por<br />

sociedades que atuam <strong>no</strong> setor elétrico mundial, cuja sociedade<br />

controladora é a <strong>EDP</strong><br />

Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> Grupo empresarial do qual a Companhia é parte, composto por<br />

sociedades constituídas sob as leis do <strong>Brasil</strong>, que atuam <strong>no</strong> setor elétrico,<br />

cuja sociedade controladora é a Energias do <strong>Brasil</strong><br />

IASC Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor<br />

IBAMA Instituto <strong>Brasil</strong>eiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais<br />

Re<strong>no</strong>váveis<br />

IBGE Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Geografia e Estatística<br />

ICMS Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre<br />

Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de<br />

Comunicação<br />

IGPM Índice Geral de Preços do Mercado, conforme apurado e divulgado pela<br />

Fundação Getúlio Vargas<br />

INPI Instituto Nacional de Propriedade Industrial<br />

Instituição Líder Banco Bradesco S.A.<br />

Instituições Intermediárias Banco Itaú BBA, Banco Bradesco, Banco Santander <strong>Brasil</strong> e Banco<br />

Citibank<br />

Instrução CVM n.º 400/03 Instrução CVM n.º 400, de 29 de dezembro de 2003<br />

Investco Investco S.A.<br />

8


IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo, conforme apurado e divulgado<br />

pelo Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Geografia e Estatística - IBGE<br />

IRT Índice de Revisão Tarifária<br />

Iven Iven S.A.<br />

Lei das Sociedades por<br />

Ações ou Lei n.º 6.404/76<br />

Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e alterações posteriores<br />

Lei de Concessões Lei n.º 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 e alterações posteriores<br />

Lei de Licitações Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993 e alterações posteriores<br />

Lei do Novo Modelo<br />

do Setor Elétrico<br />

Lei n.º 10.848, de 15 de março de 2004 e regulamentação posterior<br />

Lei do Setor Elétrico Lei n.º 9.074, de 07 de julho de 1995 e alterações posteriores<br />

Lei de Reestruturação<br />

do Setor Elétrico<br />

Lei n.° 9.648, de 27 de maio de 1998 e alterações posteriores<br />

MAE Mercado Atacadista de Energia Elétrica<br />

Magistra Magistra Participações S.A.<br />

MME Ministério das Minas e Energia<br />

MRE Mecanismo de Realocação de Energia, tratando-se de mecanismo<br />

financeiro que tem o objetivo de otimizar os custos de operação <strong>no</strong><br />

sistema energético nacional<br />

MVA Unidade equivalente a 1 milhão de Volts Ampére ou 1 Mega Volt Ampère<br />

Oferta Distribuição Pública de 25.000 (vinte e cinco mil) Debêntures simples,<br />

quirografárias, em série única, todas <strong>no</strong>minativas e escriturais, da terceira<br />

emissão para distribuição pública da Bandeirante, com valor <strong>no</strong>minal<br />

unitário de R$ 10.000,00 (dez mil reais), perfazendo o montante de R$<br />

250.000.000,00 (duzentos e cinqüenta milhões de reais)<br />

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico<br />

Pantanal Energética Pantanal Energética Ltda.<br />

Parcela A Parcela da tarifa da concessionária de serviços de distribuição de energia<br />

elétrica representativa dos custos não gerenciáveis pela Companhia<br />

PASEP Programa de Formação ao Patrimônio do Servidor Público<br />

PCH Pequena Central Hidrelétrica<br />

PIB Produto Inter<strong>no</strong> Bruto<br />

PIE Produtor Independente de Energia Elétrica<br />

Piratininga Companhia Piratininga de Força e Luz<br />

9


PIS Programa de Integração Social<br />

Poder Concedente Gover<strong>no</strong> Federal<br />

PPA Power Purchase Agreement (CCVEE)<br />

PPT Programa Prioritário de Termoeletricidade<br />

Procedimento de<br />

Bookbuilding<br />

Procedimento conduzido para verificação, junto aos investidores, da<br />

demanda pelas Debêntures em diferentes níveis de taxa de juros <strong>no</strong> qual<br />

serão definidos, de acordo com as condições de mercado à época da<br />

colocação, a remuneração aplicável às Debêntures, observado o limite<br />

do Valor Total da Emissão (conforme definido na Seção “Resumo das<br />

Características da Oferta”). Ao final deste procedimento, o Conselho de<br />

Administração da Emissora ratificará a remuneração das Debêntures,<br />

conforme o artigo 59, § 1º da Lei n° 6.404/76.<br />

PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica<br />

<strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong> <strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong> da 3ª Emissão de Debêntures simples, quirografárias,<br />

em série única, da Bandeirante, datado de 07 de abril de 2006<br />

<strong>Prospecto</strong> Preliminar <strong>Prospecto</strong> Preliminar da 3ª Emissão de Debêntures simples, quirografárias,<br />

em Série Única, da Bandeirante, datado de 15 de março de 2006<br />

<strong>Prospecto</strong>s <strong>Prospecto</strong> Preliminar em conjunto com o <strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong><br />

Rede Básica Conjunto de linhas de transmissão, barramentos, transformadores de<br />

potência e equipamentos com tensão igual ou superior a 230 kV e<br />

instalações definidas pela ANEEL.<br />

RGR ou Fundo RGR Reserva Global de Reversão<br />

RTE Recomposição Tarifária Extraordinária<br />

SDT Sistema de Distribuição de Títulos<br />

SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados<br />

SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia<br />

SIN Sistema Interligado Nacional<br />

SND Sistema Nacional de Debêntures<br />

Taxa DI Taxa média diária dos Depósitos Interfinanceiros de um dia, calculadas e<br />

divulgadas pela CETIP, <strong>no</strong> Informativo Diário, disponível em sua página<br />

na Internet (http://www.cetip.com.br), base 252 (duzentos e cinqüenta e<br />

dois) dias, expressa na forma percentual ao a<strong>no</strong><br />

TJLP Taxa de Juros de Longo Prazo<br />

TMA Tempo Médio de Atendimento<br />

10


RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DA OFERTA<br />

Emissora: Bandeirante Energia S.A.<br />

Valor Mobiliário: Debêntures simples.<br />

Data de Emissão: 1º de março de 2006.<br />

Agente Fiduciário: Pentágo<strong>no</strong> S.A. DTVM.<br />

Banco Mandatário e Escriturador: Banco Citibank<br />

Instituição Líder: Banco Bradesco.<br />

Instituições Intermediárias: Banco Bradesco, Banco Citibank, Banco Itaú BBA e Banco<br />

Santander <strong>Brasil</strong>.<br />

Valor Total da Emissão: R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinqüenta milhões de reais).<br />

Número de Séries: As Debêntures serão emitidas em série única.<br />

Quantidade de Debêntures: Serão emitidas <strong>no</strong> total 25.000 (vinte e cinco mil) Debêntures.<br />

Valor Nominal Unitário: As Debêntures terão valor <strong>no</strong>minal unitário de R$ 10.000,00 (dez<br />

mil reais), na Data de Emissão (“Valor Nominal Unitário”).<br />

Espécie: As Debêntures serão da espécie quirografária.<br />

Forma e Conversibilidade: As Debêntures serão emitidas na forma <strong>no</strong>minativa escritural,<br />

simples, não conversíveis em ações de emissão da Emissora.<br />

Data de Vencimento: As Debêntures vencerão em 1º de março de 2011 (“Data de<br />

Vencimento das Debêntures”).<br />

Preço de Subscrição e Forma<br />

de Integralização:<br />

O preço de subscrição das Debêntures será o Valor Nominal Unitário<br />

das Debêntures, acrescido da Remuneração (conforme definido abaixo),<br />

calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a data da<br />

efetiva subscrição e integralização. As Debêntures serão integralizadas<br />

à vista, <strong>no</strong> ato da subscrição, em moeda corrente nacional.<br />

Distribuição e Negociação: As Debêntures serão registradas (i) para distribuição <strong>no</strong> mercado<br />

primário na CETIP, por meio do SDT; e (ii) para negociação <strong>no</strong><br />

11


mercado secundário (a) na CETIP, por meio do SND, sendo a<br />

distribuição liquidada e as debêntures custodiadas pela CETIP, e (b)<br />

<strong>no</strong> BovespaFix, administrado e operacionalizado pela Bovespa,<br />

sendo os negócios liquidados e as Debêntures custodiadas segundo as<br />

<strong>no</strong>rmas e procedimentos da CBLC.<br />

Remuneração: A remuneração final das Debêntures será definida em Procedimento<br />

de Bookbuilding, devendo ser expressa em percentual da Taxa DI,<br />

sendo que a remuneração máxima será até 105,5% da Taxa DI.<br />

Repactuação: Não haverá repactuação das Debêntures.<br />

Amortização: Amortizações iguais e sucessivas <strong>no</strong> final dos 3º, 4º e 5º a<strong>no</strong>s, a<br />

partir da Data de Emissão.<br />

Resgate Antecipado: Não haverá resgate antecipado das Debêntures, exceto na hipótese<br />

de não concordância de Debenturistas representando 2/3 das<br />

Debêntures em circulação acerca do <strong>no</strong>vo parâmetro de<br />

remuneração quando da ausência de apuração e/ou divulgação da<br />

Taxa DI por prazo superior a 10 (dez) dias consecutivos ou extinção<br />

ou impossibilidade de aplicação da Taxa DI ou de seu substituto, na<br />

forma prevista na Escritura de Emissão.<br />

Aquisição Facultativa: A Emissora poderá, a qualquer tempo, mediante publicação de aviso com<br />

antecedência mínima de 30 (trinta) dias, adquirir as Debêntures em<br />

circulação <strong>no</strong> mercado, por preço não superior ao seu Valor Nominal<br />

Unitário acrescido da sua respectiva Remuneração, calculado pro rata<br />

temporis, desde a Data de Emissão ou a data do último pagamento de<br />

Remuneração, até a data do seu efetivo pagamento, observado o disposto<br />

<strong>no</strong> parágrafo 2º do artigo 55 da Lei das Sociedades por Ações. As<br />

Debêntures objeto da aquisição poderão ser canceladas, permanecer em<br />

tesouraria da Emissora, ou ser colocadas <strong>no</strong>vamente <strong>no</strong> mercado.<br />

As Debêntures adquiridas pela Emissora para permanência em<br />

tesouraria, quando recolocadas <strong>no</strong> mercado, farão jus à mesma<br />

Remuneração das demais Debêntures em circulação.<br />

Quorum de Instalação e Deliberação<br />

em Assembléias Gerais de<br />

Debenturistas:<br />

A Assembléia Geral de Debenturistas instalar-se-á, em primeira<br />

convocação, com a presença de Debenturistas titulares das Debêntures da<br />

presente Emissão, que representem, <strong>no</strong> mínimo, a metade das Debêntures<br />

em circulação e, em segunda convocação, com qualquer número de<br />

Debenturistas.<br />

As deliberações das Assembléia Gerais de Debenturistas serão tomadas<br />

da seguinte forma: (i) alterações na remuneração, excetuando-se as<br />

alterações na remuneração e/ou amortização decorrentes do disposto <strong>no</strong><br />

item 4.2.4.9 da Escritura de Emissão, e/ou prazos e condições de<br />

12


vencimento, repactuação ou amortização das Debêntures, nas hipóteses<br />

de vencimento automático previstos <strong>no</strong> item 5.1 da Escritura de<br />

Emissão e/ou dispositivos sobre quorum previstos na Escritura de<br />

Emissão dependerão da aprovação de Debenturistas representando 90%<br />

(<strong>no</strong>venta por cento) das Debêntures em circulação, (ii) alterações das<br />

cláusulas de vencimento antecipado que não forem automáticas<br />

previstas <strong>no</strong> item 5.2 da Escritura de Emissão, na forma das Debêntures,<br />

na periodicidade de pagamento de juros remuneratórios das Debêntures,<br />

resgate, encargos moratórios e espécie das Debêntures dependerão da<br />

aprovação de Debenturistas representando 2/3 (dois terços) das<br />

Debêntures em circulação, e (iii) alterações nas demais características e<br />

condições das Debêntures e da Emissão deverão ser aprovadas por<br />

Debenturistas que representem, <strong>no</strong> mínimo, a maioria simples das<br />

Debêntures em circulação.<br />

Na ausência de apuração e/ou divulgação da Taxa DI, a Emissora e os<br />

Debenturistas representando, <strong>no</strong> mínimo, 2/3 das Debêntures em<br />

circulação, definirão o <strong>no</strong>vo parâmetro a ser aplicado.<br />

Local de Pagamento: Os pagamentos referentes às Debêntures serão efetuados utilizandose<br />

os procedimentos adotados pela CETIP e/ou pela CBLC, ou por<br />

meio do Banco Mandatário e Escriturador, para os titulares das<br />

Debêntures que não estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC.<br />

Público Alvo: O público alvo da presente Oferta é composto por investidores pessoas<br />

físicas e jurídicas, fundos de investimentos, fundos de pensão, entidades<br />

administradoras de recursos de terceiros registradas na CVM, entidades<br />

autorizadas a funcionar pelo Banco Central do <strong>Brasil</strong>, seguradoras,<br />

entidades de previdência complementar e de capitalização e investidores<br />

institucionais ou qualificados, conforme regras vigentes <strong>no</strong> país.<br />

Inadequação do Investimento: O investimento nas Debêntures não é adequado a investidores que<br />

(a) necessitem de liquidez, tendo em vista a possibilidade de serem<br />

pequenas ou inexistentes as negociações das Debêntures <strong>no</strong><br />

mercado secundário; e/ou (b) não estejam dispostos a correr o risco<br />

de crédito de empresa do setor privado.<br />

Informações Adicionais: Quaisquer outras informações ou esclarecimentos sobre a Emissora<br />

e a Oferta poderão ser obtidas com a Emissora, com a Instituição<br />

Líder ou com a CVM. O Sr. João Carlos Zani, superintendente<br />

executivo do Departamento de Mercado de Capitais da Instituição<br />

Líder, será responsável pelo atendimento do artigo 33, § 3º, inciso<br />

III da Instrução CVM nº 400/03.<br />

13


A Emissora<br />

SUMÁRIO DA EMISSORA E DAS INSTITUIÇÕES INTERMEDIÁRIAS<br />

A Bandeirante é uma das principais concessionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica do<br />

Estado de São Paulo e a maior do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>, atendendo a 28 municípios das regiões do Alto<br />

Tietê e Vale do Paraíba, onde conta com uma base de 1,3 milhão de clientes, atendendo uma população de<br />

cerca de 4 milhões de habitantes, em uma área de 10 mil km 2 . O Estado de São Paulo, área de atuação da<br />

Bandeirante, é o principal gerador de riqueza nacional, respondendo por cerca de 33,4% do PIB brasileiro, em<br />

2004, segundo estimativa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE. Sua área de<br />

concessão localiza-se numa região altamente desenvolvida em infra-estrutura, escoamento da produção e<br />

ambiente empresarial dinâmico, com mais de 8 mil indústrias e mais de 83 mil estabelecimentos comerciais,<br />

compreendendo os mais variados ramos de negócios.<br />

A região do Vale do Paraíba engloba os seguintes municípios: Aparecida, Caçapava, Cachoeira Paulista,<br />

Canas, Cruzeiro, Potim, Roseira, Santa Branca, São José dos Campos, Guaratinguetá, Jacareí, Jambeiro,<br />

Lorena, Monteiro Lobato, Taubaté, Tremembé, São Sebastião, Caraguatatuba e Pindamonhangaba.<br />

A região do Alto do Tietê inclui as seguintes cidades: Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema,<br />

Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, e, Suza<strong>no</strong>.<br />

A prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica é viabilizada por meio de redes de<br />

distribuição, ramificadas em toda a área de concessão da Companhia. Esse serviço é prestado diretamente pela<br />

Bandeirante aos consumidores finais, subdivididos em várias classes de tensão e de consumo. A energia<br />

elétrica vendida é quantificada por meio da instalação de medidores com leituras mensais, cujas informações<br />

são processadas e servem de base para a emissão de faturas com a aplicação de tarifas, encargos e tributos<br />

estabelecidos pelas leis vigentes.<br />

Por ser uma distribuidora de energia elétrica, a Companhia depende basicamente da energia elétrica que lhe é<br />

suprida pelas empresas de geração de energia elétrica. Como a Bandeirante não possui empreendimento de<br />

geração, a energia necessária ao atendimento do seu mercado é, integralmente, adquirida de terceiros.<br />

Os consumidores da Bandeirante podem ser subdivididos em sete categorias distintas: (i) industriais; (ii)<br />

comerciais; (iii) residenciais; (iv) rural; (v) poderes públicos; (vi) iluminação pública; e (vii) serviços públicos.<br />

As tarifas são cobradas pela Bandeirante com base <strong>no</strong>s seguintes fatores: (i) classificação do consumidor em<br />

relação aos grupos de demanda (A e B); (ii) potência demandada e efetivamente consumida; (iii) energia<br />

efetivamente consumida; (iv) meses do a<strong>no</strong> em que é efetuado o fornecimento; e (v) o horário de<br />

fornecimento. Esses critérios são utilizados na definição de dois sistemas tarifários: o horo-sazonal e o<br />

convencional.<br />

14


Durante o a<strong>no</strong> de 2005, a Bandeirante forneceu um total de 8.004 GWh de energia para 1,3 milhão de<br />

consumidores, correspondente a 7,7% da energia consumida em todo o Estado de São Paulo. A receita bruta<br />

da Bandeirante representou 45,5% da receita bruta total do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> em 2005. A receita<br />

líquida da Bandeirante representou 45,7% da receita líquida total do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> em 2005.<br />

As Instituições Intermediárias<br />

Banco Bradesco<br />

Fundado em 1943, o Banco Bradesco é atualmente o maior banco múltiplo privado do país e está presente em<br />

praticamente todos os municípios do <strong>Brasil</strong>. A atuação do Banco Bradesco é sustentada por uma rede de<br />

atendimento com 15.874 pontos convencionais, entre eles, 2.921 agências e 5.461 unidades do Banco Postal.<br />

Encerrou o 4º trimestre de 2005 com R$ 19,4 bilhões de patrimônio líquido e R$ 208,7 bilhões em ativos totais.<br />

Atua <strong>no</strong> mercado de capitais brasileiro desde 1966, destacando-se como uma das mais importantes<br />

instituições intermediárias na coordenação, estruturação e distribuição de operações de underwriting e<br />

operações estruturadas, além de contar com equipes especializadas em fusões e aquisições e project finance.<br />

No período de janeiro a <strong>no</strong>vembro de 2005, o Banco Bradesco coorde<strong>no</strong>u importantes operações de ações,<br />

debêntures e <strong>no</strong>tas promissórias que totalizaram R$ 1.628,5 milhões, encerrando o período com uma<br />

participação de mercado de 6,52%, de acordo com o ranking de originação da ANBID.<br />

A área de fusões e aquisições é responsável pela prestação de serviços de assessoria financeira em operações<br />

de fusões, aquisições, formação de joint ventures, reestruturações societárias e privatizações, tendo registrado<br />

20 operações conforme o ranking de fusões e aquisições da ANBID <strong>no</strong>s últimos três a<strong>no</strong>s.<br />

O Banco Bradesco possui um sólido track record desempenhando o papel de assessor e estruturador<br />

financeiro para diversos projetos greenfield e brownfield estruturados na modalidade project e corporate<br />

finance. O time de especialistas possui um estreito relacionamento com o BNDES e diversos organismos de<br />

fomento. A instituição vem ocupando a liderança como maior agente de repasse do BNDES <strong>no</strong>s últimos três<br />

a<strong>no</strong>s.<br />

Na área de operações estruturadas, o Banco Bradesco desenvolve estruturas para segregação de riscos por<br />

meio da aquisição ou securitização de créditos, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e<br />

Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), bem como operações taylor made visando a me<strong>no</strong>r utilização<br />

de capital de giro, aumento da liquidez, otimização dos custos financeiro e tributário, adequação a limites<br />

técnicos legais/covenants financeiros, desmobilização e financiamentos das empresas clientes.<br />

15


Banco Citibank<br />

O Citigroup, um dos maiores conglomerados financeiros do mundo, está presente em mais de 100 países,<br />

reúne atualmente 200 milhões de contas de clientes, conta com 300 mil funcionários e possui ativos totais de<br />

US$ 1.5 trilhão, distribuídos entre pessoas físicas e jurídicas, entidades governamentais e outras instituições<br />

combinando recursos globais com forte presença local.<br />

Presente há 90 a<strong>no</strong>s <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, o Citigroup conta hoje com mais de 4000 funcionários, R$ 26.5 bilhões em<br />

ativos, em junho de 2005, e mais de 220 mil correntistas.<br />

E, como parte integrante dessa Organização, o Citibank tem atuado continuamente e com forte presença <strong>no</strong><br />

segmento de “Corporate and Investment Banking”, com destaque para áreas de renda fixa e variável, fusões e<br />

aquisições, project finance e empréstimos sindicalizados.<br />

Em 2005, o Citibank participou de diversas emissões de debêntures e FIDCs, que totalizaram R$ 1.7 bilhão.<br />

Nos a<strong>no</strong>s anteriores o Citibank participou de diversas outras operações importantes para o mercado de capitais<br />

local.<br />

Banco Itaú BBA<br />

O Banco Itaú BBA é o maior banco de atacado do <strong>Brasil</strong>, com ativos de R$ 35,8 bilhões e patrimônio líquido<br />

de R$ 4,1 bilhões (junho de 2005). É controlado pelo Grupo Itaú, que possui 95,75% do total de ações e 50%<br />

das ações ordinárias, sendo o restante controlado por executivos do Banco Itaú BBA. O Banco Itaú BBA se<br />

caracteriza pelo foco <strong>no</strong> atendimento aos clientes corporativos, com ênfase em crédito e operações<br />

estruturadas, atuando, assim, como banco corporativo e banco de investimento.<br />

Durante o a<strong>no</strong> de 2005, a área de mercado de capitais do Banco Itaú BBA assessorou clientes na captação de<br />

recursos junto ao mercado local que totalizaram aproximadamente R$ 4,0 bilhões em operações de<br />

Debêntures, FIDCs e CRIs. Entre as principais emissões incluem-se as emissões de debêntures da Elektro<br />

Eletricidade e Serviços S.A., <strong>no</strong> valor de R$ 750 milhões, NET Serviços de Comunicação S.A., <strong>no</strong> valor de<br />

R$ 650 milhões, Vicunha Siderurgia S.A., <strong>no</strong> valor de R$ 1,2 bilhões e Telesp Celular Participações S.A. <strong>no</strong><br />

valor de R$ 1 bilhão. De acordo com o ranking ANBID de Originação e Distribuição de Renda Fixa de<br />

operações <strong>no</strong> mercado doméstico, base janeiro a <strong>no</strong>vembro de 2005, o Banco Itaú BBA ocupa o 1º lugar com<br />

uma participação de mercado de 21,0% e 20,9%, respectivamente.<br />

16


Banco Santander <strong>Brasil</strong><br />

O Banco Santander <strong>Brasil</strong> é uma instituição integrante do conglomerado financeiro Santander Banespa<br />

(“Santander Banespa”), cuja sociedade controladora é, indiretamente, o Banco Santander Central Hispa<strong>no</strong><br />

S.A. O Banco Santander <strong>Brasil</strong> foi formado a partir de uma reorganização societária que reuniu dois bancos: o<br />

Banco Geral do Comércio S.A. (adquirido em 1997) e o Banco Noroeste S.A. (adquirido em 1998), e opera<br />

como banco múltiplo com carteira comercial. Encerrou o a<strong>no</strong> de 2005 com um lucro líquido <strong>no</strong> exercício de<br />

R$ 1,74 bilhão.<br />

O grupo Santander, composto por empresas sediadas em diversos países e controladas direta ou indiretamente<br />

pelo Banco Santander Central Hispa<strong>no</strong> S.A. (“Grupo Santander”), opera <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> desde 1982 e deu início, na<br />

década de 1990, a um processo de crescimento com a aquisição de cinco instituições financeiras: Banco Geral<br />

do Comércio S.A., Banco Noroeste S.A., Banco Meridional S.A., Banco Boza<strong>no</strong>, Simonsen S.A. e Banco do<br />

Estado de São Paulo S.A. – Banespa (“Banespa”).<br />

Atualmente o Santander Banespa opera por meio de quatro bancos: Banco Santander S.A., Banco Santander<br />

<strong>Brasil</strong>, Banespa e Banco Santander Meridional S.A. As operações dos bancos e das empresas do setor<br />

financeiro e de seguros são conduzidas <strong>no</strong> contexto de um conjunto de instituições que atuam integradamente<br />

<strong>no</strong> mercado financeiro.<br />

O Grupo Santander posiciona-se entre os dez principais bancos do mundo e é o primeiro na Zona do Euro em<br />

valor de mercado. Fundado em 1857, contava, em março de 2005, com 63 milhões de clientes, 9.935<br />

agências, 126 mil funcionários e presença em mais de 40 países. É o principal grupo financeiro na Espanha e<br />

na América Latina e tem papel relevante na Europa, principalmente <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong> Unido, depois da aquisição do<br />

Abbey National, e em Portugal, onde é proprietário do terceiro maior grupo financeiro. Na Alemanha, na<br />

Itália e em sete outros países europeus mantém o Santander Consumer Finance, uma unidade especializada <strong>no</strong><br />

financiamento ao consumo. No total, administra ativos de US$ 916 bilhões.<br />

Durante o a<strong>no</strong> de 2004, destacam-se as seguintes operações de mercado de capitais nas quais o Banco<br />

Santander <strong>Brasil</strong> esteve envolvido: (i) a emissão de debêntures da Companhia Energética do Rio Grande do<br />

Norte, <strong>no</strong> montante de R$ 120 milhões; (ii) a emissão de debêntures da Companhia de Eletricidade do Rio de<br />

Janeiro, <strong>no</strong> montante de R$ 294 milhões; (iii) a emissão de debêntures da <strong>Brasil</strong> Telecom S.A., <strong>no</strong> montante<br />

de R$ 600 milhões; (iv) a emissão de debêntures da Telecomunicações de São Paulo S.A. – TELESP, <strong>no</strong><br />

montante de R$ 1,5 bilhão; e (v) emissão de debêntures da Neoenergia S.A., <strong>no</strong> montante de R$ 315 milhões.<br />

Em 2005, as operações de renda fixa que merecem destaque são: (i) a 7 a emissão de debêntures da Companhia<br />

de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, <strong>no</strong> valor de R$ 300 milhões; (ii) a 3 a emissão de<br />

debêntures da Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro – Ampla, <strong>no</strong> valor de R$ 400 milhões;<br />

17


(iii) a 2ª emissão de debêntures simples da Telesp Celular Participações S.A., <strong>no</strong> valor de R$ 1,0 bilhão;<br />

(iv) a 3ª emissão de debêntures simples da Companhia Paranaense de Energia, <strong>no</strong> valor de R$ 400 milhões e<br />

(v) a 5ª emissão de debêntures da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia – Coelba, <strong>no</strong> valor de<br />

R$ 540 milhões.<br />

No segmento de operações estruturadas, o Banco Santander <strong>Brasil</strong> intermediou importantes operações do<br />

mercado, via utilização de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e Certificados de<br />

Recebíveis Imobiliários (CRIs). Em 2003, o Banco Santander <strong>Brasil</strong> estruturou FIDCs para a (i) Braskem<br />

S.A., <strong>no</strong> total de R$ 200 milhões, e (ii) Parmalat <strong>Brasil</strong> S.A., <strong>no</strong> total de R$ 110 milhões. Além disso, o Banco<br />

Santander <strong>Brasil</strong> intermediou mais de 50% das operações de CRIs, em operações lastreadas em contratos de<br />

locação com a Nestlé Ltda. e Telesp Celular S.A. Em 2004, o Banco Santander <strong>Brasil</strong> estruturou ainda o<br />

FIDC para Furnas Centrais S.A., <strong>no</strong> montante de R$ 336,35 milhões.<br />

Em 2005 o Banco Santander <strong>Brasil</strong> atuou como coordenador líder das emissões de FIDCs de Furnas Centrais<br />

Elétricas S.A. <strong>no</strong> valor de R$ 878 milhões, do Sistema Cataguazes Leopoldina, <strong>no</strong> valor de R$ 210 milhões e<br />

da 31ª série da 1ª emissão de certificados de recebíveis imobiliários da Rio Bravo Secutitizadora lastreado em<br />

créditos imobiliários devidos pela Petróleo <strong>Brasil</strong>eiro S.A. – Petrobras, <strong>no</strong> valor de R$ 200 milhões, liderou a<br />

emissão de 2 séries do FIDC BGN LIFE Crédito consignado, <strong>no</strong> valor de R$ 400 milhões, dentre outras.<br />

Já em 2006, o Banco Santander <strong>Brasil</strong> realizou a 2ª emissão de debêntures da Vivax, <strong>no</strong> valor de R$ 220<br />

milhões e atuou como coordenador líder da 1ª emissão de debêntures da Piratininga, <strong>no</strong> valor de R$ 400<br />

milhões.<br />

18


2. IDENTIFICAÇÃO DOS ADMINISTRADORES, INSTITUIÇÕES INTERMEDIÁRIAS,<br />

CONSULTOR LEGAL, AUDITOR INDEPENDENTE E AGENTE FIDUCIÁRIO<br />

• Informações Cadastrais da Emissora<br />

• Identificação dos Administradores, Instituições Intermediárias, Consultor Legal,<br />

Auditor Independente e Agente Fiduciário<br />

19


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

20


INFORMAÇÕES CADASTRAIS DA EMISSORA<br />

Identificação................................................................. Bandeirante Energia S.A., sociedade por ações de<br />

capital aberto, inscrita <strong>no</strong> CNPJ/MF sob o nº<br />

02.302.100/0001-06, com seus atos constitutivos<br />

arquivados na Junta Comercial do Estado de São<br />

Paulo – JUCESP sob o NIRE nº 35.300.153.235.<br />

Sede............................................................................... A sede da Companhia está localizada na cidade de<br />

São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Bandeira<br />

Paulista, 530, CEP 04532-001.<br />

Data de registro da Emissora na CVM como<br />

companhia aberta........................................................<br />

27 de março de 1998<br />

Diretor de Relações com <strong>Investidores</strong> (responsável<br />

por eventuais esclarecimentos sobre a Emissão)......<br />

Sr. Thomas Daniel Brull<br />

Rua Bandeira Paulista, 530<br />

CEP 04532-001 – São Paulo – SP<br />

Tel.: (11) 2185-5040/5041<br />

Fax: (11) 2185-5006/5013<br />

Auditores Independentes da<br />

Companhia...................................................................<br />

KPMG Auditores Independentes (para o exercício<br />

findo em 31 de dezembro de 2005) e<br />

PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes<br />

(para os exercícios anteriores a 31 de dezembro de<br />

2005).<br />

Acionista Controlador................................................. <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.<br />

Títulos e Valores Mobiliários Emitidos <strong>no</strong>s<br />

Mercados Doméstico e Internacional........................<br />

Ações e debêntures. A Bandeirante realizou duas<br />

emissões públicas de debêntures. Sua primeira emissão de<br />

debêntures simples, <strong>no</strong> valor de R$ 400 milhões, foi<br />

aprovada na Assembléia Geral Extraordinária realizada<br />

em 04 de dezembro de 1998 e re-ratificada pela<br />

Assembléia Geral Extraordinária realizada em 25 de junho<br />

de 1999. Essa emissão foi integralmente cancelada pela<br />

Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17 de<br />

<strong>no</strong>vembro de 1999, não tendo sido efetivada. A 2ª emissão<br />

de debêntures, conversíveis em ações da Companhia, <strong>no</strong><br />

valor de R$ 280 milhões, foi aprovada na Assembléia<br />

Geral Extraordinária realizada em 17 de <strong>no</strong>vembro de<br />

1999 e na Reunião do Conselho de Administração da<br />

Companhia realizada em 17 de dezembro de 1999. As<br />

debêntures da 2ª emissão foram resgatadas<br />

antecipadamente em janeiro de 2001. Para informações<br />

adicionais ver Seção “Informações Sobre Títulos e<br />

Valores Mobiliários Emitidos pela Companhia”.<br />

21


Jornais <strong>no</strong>s quais se realizam as Divulgações de<br />

Informações.................................................................. As informações referentes à Emissora são<br />

divulgadas <strong>no</strong> Diário Oficial do Estado de São Paulo<br />

e <strong>no</strong> “Valor Econômico”.<br />

Site na Internet e e-mail para informações aos<br />

investidores e ao mercado........................................... www.bandeirante.com.br.<br />

As informações contidas <strong>no</strong> site da Companhia na<br />

Internet não fazem parte deste <strong>Prospecto</strong>.<br />

tbrull@bandeirante.com.br<br />

Atendimento aos Acionistas........................................ O atendimento aos acionistas da Companhia é<br />

efetuado em sua própria sede.<br />

Informações Adicionais............................................... Quaisquer outras informações ou esclarecimentos<br />

sobre a Companhia poderão ser obtidos com a<br />

Companhia, em sua sede social ou <strong>no</strong> site<br />

(www.bandeirante.com.br).<br />

22


IDENTIFICAÇÃO DOS ADMINISTRADORES, INSTITUIÇÕES INTERMEDIÁRIAS, CONSULTORES LEGAIS,<br />

AUDITOR INDEPENDENTE E AGENTE FIDUCIÁRIO<br />

Para fins do disposto <strong>no</strong> Item 2 do Anexo III da Instrução CVM n.º 400/03, esclarecimentos sobre a<br />

Companhia e a Oferta poderão ser obtidos <strong>no</strong>s seguintes endereços:<br />

Companhia<br />

Bandeirante Energia S.A.<br />

Diretor de Relações com <strong>Investidores</strong><br />

At.: Thomas Daniel Brull<br />

Rua Bandeira Paulista, 530<br />

São Paulo, SP, CEP 04532-001<br />

Tel: (11) 2185-5040/5041<br />

Fax: (11) 2185-5006/5013<br />

E-mail: tbrull@bandeirante.com.br<br />

Internet: www.bandeirante.com.br<br />

Instituição Líder Instituição Intermediária<br />

Banco Bradesco S.A.<br />

At.: João Carlos Zani<br />

Av. Paulista, 1450 – 3º andar<br />

São Paulo, SP CEP 01310-917<br />

Tel: (11)2178-4800<br />

Fax: (11)2178-4880<br />

E-mail: 4013.zani@bradesco.com.br<br />

Internet: www.shopinvest.com.br<br />

23<br />

Banco Citibank S.A.<br />

At.: Hamilton Angle<br />

Avenida Paulista, 1111, 10º andar<br />

São Paulo, SP CEP 01311-100<br />

Tel: (11)) 4009-3193<br />

Fax: (11) 4009-7558<br />

E-mail: hamilton.agle@citigroup.com<br />

Internet: www.citibank.com.br<br />

Instituição Intermediária Instituição Intermediária<br />

Banco Itaú BBA S.A.<br />

At.: Eduardo Prado Santos / Gustavo Bellon<br />

Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3400, 3º ao 8º<br />

andares<br />

São Paulo, SP, CEP 04538-132<br />

Tel.: (11) 3708-8717 / 3708-8715<br />

Fax.: (11) 3708-8107<br />

E-mail:epsantos@itaubba.com.br /<br />

gtbellon@itaubba.com.br<br />

Internet: www.itaubba.com.br<br />

Banco Santander <strong>Brasil</strong> S.A.<br />

At.: Ricardo Corradi Leoni<br />

Rua Amador Bue<strong>no</strong>, 474, Bloco C<br />

São Paulo, SP CEP 04752-901<br />

Tel: (11) 5538-6792<br />

Fax: (11) 5538-8252<br />

E-mail: ricardoc@santander.com.br<br />

Internet: www.santander.com.br/prospectos<br />

Consultores Legais da Companhia Consultores Legais das Instituições<br />

Intermediárias<br />

Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Pinheiro Neto Advogados<br />

Advogados<br />

At.: Alexandre Bertoldi<br />

At.: Eduardo Soares/Alessandra Maria Z. Boin Rua Boa Vista, 254 9º andar<br />

Alameda Joaquim Eugênio de Lima, 447 São Paulo, SP, CEP 01014-907<br />

São Paulo, SP, CEP 01403-001<br />

Tel: (11) 3247-8400<br />

Tel: (11) 3147-7696/3147-7791<br />

Fax: (11) 3247-8600<br />

Fax: (11) 3147-7770<br />

E-mail: alexbertoldi@pinheironeto.com.br<br />

E-mail: esoares@mattosfilho.com.br/<br />

Internet: www.pinheironeto.com.br<br />

aleboin@mattosfilho.com.br<br />

Internet: www.mattosfilho.com.br<br />

Auditores<br />

KPMG Auditores Independentes<br />

PricewaterhouseCoopers Auditores<br />

Independentes<br />

At.: José Luiz Ribeiro de Carvalho<br />

Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33<br />

São Paulo, SP, CEP 04530-904<br />

Tel: (11) 3067-3000<br />

Fax: (11) 3079-3752<br />

E-mail: jcarvalho@kpmg.com.br<br />

Internet: www.kpmg.com.br<br />

At.: Sr. Wander Telles<br />

Av. Francisco Matarazzo, n.º 1400<br />

São Paulo, SP, CEP 05001-400<br />

Tel: (11) 3674-2000<br />

Fax: (11) 3674-2020<br />

E-mail: wander.telles@br.pwc.com<br />

Internet: www.pwc.com


Banco Mandatário e Escriturador<br />

O Banco Mandatário e Escriturador pode ser contatado <strong>no</strong> seguinte endereço:<br />

Banco Citibank S.A.<br />

Avenida Paulista, 1111, 10º andar<br />

CEP: 01311-100 – São Paulo – SP<br />

At. Sr. Rafael Cardenas<br />

Telefone: (11) 4009-3888<br />

Fac-símile: (11) 4009-7029<br />

Correio eletrônico: rafael.cardenas@citigroup.com<br />

Agente Fiduciário<br />

O Agente Fiduciário pode ser contatado <strong>no</strong> seguinte endereço:<br />

Pentágo<strong>no</strong> S.A. DTVM<br />

Av. das Américas, 4.200, bloco 04, sala 514<br />

CEP: 22640-102 – Rio de Janeiro - RJ<br />

At. Sr. Maurício da Costa Ribeiro<br />

Telefone: (21) 3385-4565<br />

Fac-símile: (21) 3385-4046<br />

Correio eletrônico: mribeiro@pentago<strong>no</strong>trustee.com.br<br />

Declaração da Emissora e da Instituição Líder<br />

Nos termos do artigo 56 da Instrução CVM n.º 400/03, a Emissora declara, por meio de seu Diretor Estatutário, Sr.<br />

Thomas Daniel Brull, que as informações constantes do <strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong> são verdadeiras, consistentes, corretas<br />

e suficientes, permitindo aos investidores o conhecimento das Debêntures, da Companhia, suas atividades, situação<br />

econômico-financeira e dos riscos inerentes às suas atividades, bem como uma tomada de decisão fundamentada a<br />

respeito das Debêntures, tendo sido elaborados de acordo com as <strong>no</strong>rmas pertinentes.<br />

Nos termos do artigo 56 da Instrução CVM n.º 400/03, a Instituição Líder declara, por meio de seu Diretor<br />

Estatutário, Sra. Denise Pauli Pavarina de Moura (i) que o <strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong> contém as informações relevantes<br />

necessárias ao conhecimento, pelos investidores, das Debêntures, da Emissora, suas atividades, situação<br />

econômico-financeira e dos riscos inerentes às suas atividades e quaisquer outras informações relevantes, bem<br />

como permite uma tomada de decisões fundamentada a respeito das Debêntures, tendo sido elaborado de acordo<br />

com as <strong>no</strong>rmas pertinentes; e (ii) que tomou as cautelas e agiu com elevados padrões de diligência, para assegurar<br />

que as informações prestadas pela Emissora fossem verdadeiras, consistentes, corretas e suficientes, permitindo aos<br />

investidores uma tomada de decisão fundamentada a respeito da Emissão.<br />

24


3. INFORMAÇÕES RELATIVAS À OFERTA<br />

• Informações Relativas à Oferta<br />

• Contrato de Distribuição de Debêntures<br />

• Ressalvas com Relação a Declarações e Estimativas Acerca do Futuro<br />

• Fatores de Risco<br />

Riscos Relacionados a Fatores Macroeconômicos<br />

Riscos Relacionados ao Setor de Energia Elétrica<br />

Riscos Relacionados às Atividades da Emissora<br />

Riscos Relacionados à Oferta<br />

• Destinação de Recursos<br />

• Capitalização<br />

25


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

26


Autorizações Societárias<br />

INFORMAÇÕES RELATIVAS À OFERTA<br />

A Emissão assim como a Remuneração foram deliberadas em Reuniões do Conselho de Administração<br />

realizadas em 08 de março de 2006 e em 28 de março de 2006, cujas atas foram registradas na JUCESP, sob<br />

os n.ºS 75.303/06-1 e 83.904/06-2, em 13 de março de 2006 e 30 de março de 2006, e publicadas <strong>no</strong> Diário<br />

Oficial do Estado de São Paulo e <strong>no</strong> jornal “Valor Econômico”, edição nacional, em 22 de março de 2006 e<br />

30 de março de 2006, respectivamente.<br />

Quantidade de Debêntures e Número de Séries<br />

Serão emitidas 25.000 (vinte e cinco mil) Debêntures, em série única.<br />

Valor Nominal Unitário, Valor Total da Emissão e Data de Emissão<br />

As Debêntures terão Valor Nominal Unitário de R$ 10.000,00 (dez mil reais), perfazendo o montante total de<br />

R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinqüenta milhões de reais) na Data de Emissão.<br />

Para todos os efeitos legais, a Data de Emissão das Debêntures é 1º de março de 2006.<br />

Conversibilidade, Tipo e Forma<br />

As Debêntures serão emitidas na forma <strong>no</strong>minativa escritural, não conversíveis em ações de emissão da<br />

Emissora.<br />

Espécie<br />

As Debêntures serão da espécie quirografária, sem garantia.<br />

Prazo e Data de Vencimento<br />

As Debêntures vencerão em 1º de março de 2011. Na Data de Vencimento das Debêntures, a Emissora se<br />

obriga a proceder ao pagamento das Debêntures que ainda estejam em circulação, pelo seu Valor Nominal<br />

Unitário, acrescida da Remuneração devida, calculada conforme disposto <strong>no</strong> item “Remuneração” abaixo.<br />

Regime de Colocação<br />

A distribuição pública das Debêntures será feita em regime de garantia firme pelas Instituições Intermediárias,<br />

sem solidariedade entre as Instituições Intermediárias.<br />

27


Certificados de Debêntures<br />

Não serão emitidos certificados representativos das Debêntures. Para todos os fins de direito, a titularidade<br />

das Debêntures será comprovada pelo extrato da respectiva conta de depósito das Debêntures, aberta em<br />

<strong>no</strong>me de cada Debenturista, emitido pelo Banco Citibank. Adicionalmente, para as Debêntures custodiadas na<br />

CETIP, será expedido por esta o “Relatório de Posição de Ativos”, acompanhado de extrato em <strong>no</strong>me do<br />

Debenturista, emitido pela instituição financeira responsável pela custódia destes títulos e, para as Debêntures<br />

custodiadas na CBLC, será por esta expedido relatório indicando a titularidade das Debêntures que estiverem<br />

custodiadas na CBLC.<br />

Repactuação<br />

Não haverá repactuação das Debêntures.<br />

Preço de Subscrição e Forma de Integralização<br />

O preço de subscrição das Debêntures será o Valor Nominal Unitário das Debêntures, acrescido da<br />

Remuneração, calculada pro rata temporis, desde a Data de Emissão até a data da efetiva integralização<br />

(“Preço de Subscrição”). A integralização será à vista, <strong>no</strong> ato da subscrição, em moeda corrente nacional, de<br />

acordo com as <strong>no</strong>rmas de liquidação da CETIP.<br />

As Debêntures serão integralizadas à vista, <strong>no</strong> ato da subscrição, em moeda corrente nacional.<br />

Amortização<br />

O valor principal da Oferta será amortizado em três parcelas, iguais e sucessivas <strong>no</strong> final dos 3º, 4º e 5º a<strong>no</strong>s,<br />

a partir da Data de Emissão, ou seja, em 1º de março de 2009, 2010 e 2011.<br />

O valor de cada uma das parcelas de amortização será equivalente a 1/3 do Valor Nominal Unitário das<br />

Debêntures.<br />

Aquisição Facultativa<br />

A Emissora poderá, a qualquer tempo, mediante publicação de aviso com antecedência mínima de 30 (trinta)<br />

dias, adquirir as Debêntures em circulação <strong>no</strong> mercado, por preço não superior ao seu Valor Nominal Unitário<br />

acrescido da sua respectiva Remuneração, calculado pro rata temporis, desde a Data de Emissão ou a data do<br />

último pagamento de Remuneração, até a data do seu efetivo pagamento, observado o disposto <strong>no</strong> parágrafo<br />

2º do artigo 55 da Lei das Sociedades por Ações. As Debêntures objeto da aquisição poderão ser canceladas,<br />

permanecer em tesouraria da Emissora, ou colocadas <strong>no</strong>vamente <strong>no</strong> mercado.<br />

28


As Debêntures adquiridas pela Emissora para permanência em tesouraria, quando recolocadas <strong>no</strong> mercado,<br />

farão jus à mesma Remuneração das demais Debêntures em circulação.<br />

Atualização do Valor Nominal<br />

Não haverá atualização do Valor Nominal Unitário das Debêntures.<br />

Remuneração<br />

A partir da Data de Emissão, as Debêntures farão jus a uma remuneração que contemplará juros<br />

remuneratórios incidentes sobre o seu Valor Nominal Unitário a partir da Data de Emissão, e pagos ao final<br />

de cada Período de Capitalização. A taxa de juros aplicável às Debêntures foi definida em Procedimento de<br />

Bookbuilding, tendo sido fixada em 104,4% da acumulação da Taxa DI.<br />

Ao final do Procedimento de Bookbuilding, o Conselho de Administração da Emissora ratificarou o<br />

percentual da Taxa DI que será aplicável as Debêntures.<br />

A Remuneração das Debêntures será calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias<br />

úteis decorridos, incidentes sobre o Valor Nominal Unitário das Debêntures, ou pelo saldo do Valor Nominal<br />

Unitário das Debêntures, desde a Data de Emissão, ou da data do vencimento de juros imediatamente anterior,<br />

conforme o caso, até a data do seu efetivo pagamento.<br />

O cálculo da Remuneração das Debêntures obedecerá à seguinte fórmula:<br />

Onde:<br />

J = VN x (Fator DI – 1)<br />

J = valor da remuneração, devida <strong>no</strong> final de cada Período de Capitalização, calculado com 6 (seis) casas<br />

decimais, sem arredondamento;<br />

VN = Valor Nominal Unitário da Debênture <strong>no</strong> início de cada Período de Capitalização, informado/calculado<br />

com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento;<br />

Fator DI = Produtório das taxas DI Over com uso de percentual aplicado a partir da data de início de<br />

capitalização, inclusive, até a Data de Pagamento da Remuneração, exclusive, calculado com 8 (oito) casas<br />

decimais, com arredondamento, apurado da seguinte forma:<br />

Fator<br />

DI<br />

n ⎛<br />

p ⎞<br />

∏⎜1 + TDI k × ⎟<br />

k 1⎝<br />

100 ⎠<br />

= =<br />

29


Onde:<br />

n = número total de taxas DI Over consideradas na atualização, sendo "n" um número inteiro;<br />

p = percentual aplicado sobre a Taxa DI Over , informado com 2 (duas) casas decimais;<br />

TDIk = Taxa DI Over, expressa ao dia, calculada com 8 (oito) casas decimais com arredondamento, sendo<br />

Onde:<br />

k = 1, 2, ..., n<br />

TDI<br />

k<br />

⎛ DI k ⎞<br />

= ⎜ + 1⎟<br />

⎝ 100 ⎠<br />

DI k = Taxa DI Over divulgada pela CETIP, válida por 1 (um) dia útil (overnight), utilizada com 2 (duas)<br />

casas decimais;<br />

OBSERVAÇÕES:<br />

⎛ p ⎞<br />

O fator resultante da expressão ⎜1+<br />

TDI k × ⎟ é considerado com 16 (dezesseis) casas decimais, sem<br />

⎝ 100 ⎠<br />

arredondamento.<br />

⎛ p ⎞<br />

Efetua-se o produtório dos fatores diários ⎜1+<br />

TDI × ⎟<br />

⎝ 100 ⎠<br />

30<br />

1<br />

252<br />

−1<br />

k , sendo que a cada fator diário acumulado,<br />

trunca-se o resultado com 16 (dezesseis) casas decimais, aplicando-se o próximo fator diário, e assim por<br />

diante até o último considerado.<br />

Uma vez os fatores estando acumulados, considera-se o fator resultante “Fator DI” com 8 (oito) casas<br />

decimais, com arredondamento.<br />

A Taxa DI deverá ser utilizada considerando idêntico número de casas decimais divulgado pela entidade<br />

responsável pelo seu cálculo.


Define-se “Período de Capitalização” como sendo o intervalo de tempo que se inicia na Data de Emissão, <strong>no</strong><br />

caso do primeiro Período de Capitalização, ou na Data de Pagamento da Remuneração imediatamente<br />

anterior, <strong>no</strong> caso dos demais Períodos de Capitalização, e termina na Data de Pagamento da Remuneração<br />

seguinte, exclusive.<br />

Cada Período de Capitalização sucede o anterior sem solução de continuidade, até a Data de Vencimento.<br />

Prorrogação dos Prazos<br />

Considerar-se-ão automaticamente prorrogadas as datas de pagamento de qualquer obrigação prevista ou<br />

decorrente da Escritura de Emissão, até o primeiro dia útil subseqüente, sem acréscimo de juros ou de qualquer<br />

outro Encargo Moratório (definição abaixo), se a data de vencimento coincidir com feriado nacional, sábado ou<br />

domingo ou dia em que não houver expediente bancário na Cidade de São Paulo, <strong>no</strong> Estado de São Paulo.<br />

Encargos Moratórios<br />

Sem prejuízo da Remuneração das Debêntures, ocorrendo atraso imputável à Emissora <strong>no</strong> pagamento de qualquer<br />

quantia devida aos titulares das Debêntures, os débitos em atraso ficarão sujeitos a multa moratória de 2,0% (dois<br />

por cento) e juros de mora de 1,0% (um por cento) ao mês, ambos calculados sobre os valores em atraso, encargos<br />

moratórios esses calculados desde a data de inadimplemento até a data do efetivo pagamento, independentemente<br />

de aviso, <strong>no</strong>tificação ou interpelação judicial ou extrajudicial (“Encargos Moratórios”).<br />

Decadência dos Direitos aos Acréscimos<br />

O não comparecimento do Debenturista para receber o valor correspondente a quaisquer das obrigações<br />

pecuniárias da Emissora nas datas previstas na Escritura de Emissão ou em comunicado publicado pela<br />

Emissora, não lhe dará direito ao recebimento de nenhum rendimento, acréscimo ou Encargos Moratórios, se<br />

houver, relativos ao período correspondente à data em que os recursos forem colocados à disposição para<br />

pagamento e à data efetiva de comparecimento de Debenturista para recebimento de seus recursos, sendo-lhe<br />

todavia assegurados os direitos adquiridos até a data do vencimento.<br />

Imunidade Tributária<br />

Caso qualquer Debenturista goze de algum tipo de imunidade ou isenção tributária, este deverá encaminhar ao<br />

Banco Mandatário e Escriturador, <strong>no</strong> prazo mínimo de 10 (dez) dias úteis antes da data prevista para<br />

recebimento de valores relativos às Debêntures, documentação comprobatória dessa imunidade ou isenção<br />

tributária, sob pena de ter descontados dos seus rendimentos os valores devidos <strong>no</strong>s termos da legislação<br />

tributária em vigor.<br />

31


Resgate Antecipado<br />

Não haverá resgate antecipado, exceto na hipótese de não concordância de titulares de Debêntures<br />

representando 2/3 das Debêntures em circulação acerca do <strong>no</strong>vo parâmetro de remuneração quando da<br />

ausência de apuração e/ou divulgação da Taxa DI por prazo superior a 10 dias consecutivos ou extinção ou<br />

impossibilidade de aplicação da Taxa DI ou de seu substituto na forma prevista na Escritura de Emissão.<br />

Vencimento Antecipado<br />

Agente Fiduciário deverá declarar antecipadamente e automaticamente vencidas todas as obrigações relativas<br />

às Debêntures, conforme descrito na escritura de Emissão, e exigir o imediato pagamento, pela Emissora, o<br />

saldo devedor do Valor Nominal Unitário atualizado das Debêntures, acrescido da Remuneração devida até a<br />

data do efetivo pagamento, calculada pro rata temporis, encargos moratórios, se houver, e de quaisquer outros<br />

valores eventualmente devidos pela Emissora, independentemente de aviso ou <strong>no</strong>tificação, na ocorrência de<br />

qualquer uma das seguintes hipóteses (“Hipóteses de Vencimento Antecipado Automática”):<br />

(a) descumprimento, pela Emissora, de qualquer obrigação pecuniária prevista na Escritura, não<br />

sanada em 1 (um) dia útil contado da data do inadimplemento;<br />

(b) pedido de falência formulado por terceiros em face da Emissora e não devidamente elidido pela<br />

Emissora <strong>no</strong> prazo legal;<br />

(c) pedido de auto-falência formulado pela Emissora;<br />

(d) liquidação, dissolução ou decretação de falência da Emissora ou de sua controladora direta;<br />

(e) se a Emissora propuser pla<strong>no</strong> de recuperação extrajudicial a qualquer credor ou classe de<br />

credores, independentemente de ter sido requerida ou obtida homologação judicial do referido<br />

pla<strong>no</strong>; ou se a Emissora ingressar em juízo com requerimento de recuperação judicial,<br />

independentemente de deferimento do processamento da recuperação ou de sua concessão pelo<br />

juiz competente; e<br />

(f) perda da concessão para distribuição de energia elétrica.<br />

Agente Fiduciário deverá convocar, dentro de 05 (cinco) dias úteis da data em que tomar conhecimento da<br />

ocorrência de qualquer dos eventos listados abaixo, a Assembléia Geral de Debenturistas para deliberar sobre<br />

a declaração do vencimento antecipado das Debêntures, a realizar-se <strong>no</strong> prazo mínimo previsto em lei. Se, na<br />

referida Assembléia Geral de Debenturistas, os Debenturistas representando, <strong>no</strong> mínimo, 2/3 (dois terços),<br />

32


decidirem por não considerar o vencimento antecipado das Debêntures, o Agente Fiduciário não declarará o<br />

vencimento antecipado das Debêntures.<br />

(a) descumprimento, pela Emissora, de qualquer obrigação, exceto as previstas <strong>no</strong>s demais itens dos<br />

Eventos de Inadimplemento, não sanada em 30 (trinta) dias corridos contados da data do<br />

inadimplemento. Nesse caso, o Agente Fiduciário somente poderá convocar a Assembléia Geral<br />

de Debenturistas, após o decurso do período de cura nela previsto;<br />

(b) vencimento antecipado ou inadimplemento <strong>no</strong> pagamento de quaisquer obrigações a que esteja<br />

sujeita a Emissora, <strong>no</strong> mercado local ou internacional em valor, igual ou superior a R$<br />

30.000.000,00 (trinta milhões de reais), cumulativa ou não;<br />

(c) cisão, fusão, incorporação ou qualquer forma de reorganização societária envolvendo a<br />

Emissora, para a qual não tenha sido obtida a anuência prévia dos Debenturistas;<br />

(d) distribuição de dividendos acima do mínimo obrigatório sempre que a Emissora estiver em<br />

descumprimento com qualquer obrigação pecuniária prevista na Escritura de Emissão, <strong>no</strong><br />

Contrato de Distribuição de Debêntures e/ou <strong>no</strong>s demais documentos da Oferta;<br />

(e) descumprimento pela Emissora da manutenção dos índices financeiros <strong>no</strong>s limites estabelecidos<br />

nas datas das suas respectivas apurações, que ocorrerão <strong>no</strong>s dias 31 de março e 31 de setembro<br />

de cada a<strong>no</strong>, a partir da Data de Emissão até a Data de Vencimento:<br />

(i) relação Dívida Bruta/EBITDA, não superior a 3,5; e<br />

(ii) relação (EBITDA <strong>no</strong> período de apuração + Caixa <strong>no</strong> início do período de apuração +<br />

Linhas de Crédito bancárias contratadas e não utilizadas <strong>no</strong> final do período de apuração +<br />

aumento <strong>no</strong> montante de dívida que tenha sido desembolsado durante o período de<br />

apuração) dividido por (despesa financeira bruta <strong>no</strong> período de apuração + porção da<br />

dívida vincenda durante o período de apuração – receita financeira da variação monetária<br />

e acréscimo moratório da energia vendida <strong>no</strong> período de apuração – receita financeira de<br />

operações de swap e hedge <strong>no</strong> período de apuração) não inferior a 1,0.<br />

“Dívida Bruta” representa a dívida financeira total subtraída dos empréstimos regulatórios do BNDES;<br />

“EBITDA” é o lucro antes das despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização; e<br />

“Caixa” significa disponibilidades acrescidas das aplicações financeiras.<br />

Para apuração do índice mencionado <strong>no</strong> item (i) acima será utilizado o EBITDA referente ao período<br />

de apuração de 12 (doze) meses anteriores à data da apuração e para apuração do índice mencionado<br />

<strong>no</strong> item (ii) acima, o EBITDA e as demais informações financeiras utilizadas na equação serão<br />

referentes ao período de apuração de 6 (seis) meses anteriores à data da apuração.<br />

(f) protestos de títulos contra a Emissora, cujo valor unitário ou agregado ultrapasse R$<br />

30.000.000,00 (trinta milhões de reais), salvo (1) se o protesto tiver sido efetuado por erro<br />

ou má-fé de terceiros, desde que validamente comprovado pela Emissora, ou (2) se o<br />

protesto for cancelado, em qualquer hipótese, ou (3) se tiver sido apresentada garantia em<br />

juízo, aceita pelo Poder Judiciário;<br />

33


(g) alienação do controle acionário direto da Emissora, exceto se for para outra empresa do<br />

mesmo grupo econômico; e<br />

(h) alienação de controle acionário direto da Energias do <strong>Brasil</strong> que acarrete uma redução da<br />

classificação de risco (rating) da Oferta, exceto se a <strong>EDP</strong> S.A., direta ou indiretamente,<br />

remanescer como detentora do maior número de ações com direito a voto da Energias do<br />

<strong>Brasil</strong> e mantiver, isoladamente ou em conjunto com outros acionistas, a maioria do<br />

Conselho de Administração da Energias do <strong>Brasil</strong>.<br />

Local de Pagamento<br />

Os pagamentos referentes às Debêntures serão efetuados pela Emissora, <strong>no</strong> mesmo dia de seu vencimento,<br />

utilizando-se os procedimentos adotados pela CETIP e/ou pela CBLC, ou por meio do Banco Mandatário e<br />

Escriturador, para os titulares das Debêntures que não estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC.<br />

Assembléia de Debenturistas<br />

Os titulares das Debêntures poderão, a qualquer tempo, reunir-se em Assembléia Geral de Debenturistas, a<br />

fim de deliberarem sobre matéria de interesse da comunhão dos Debenturistas.<br />

A Assembléia Geral de Debenturistas pode ser convocada pelo Agente Fiduciário, pela Emissora, por<br />

Debenturistas que representem 10% (dez por cento), <strong>no</strong> mínimo, das Debêntures em circulação, ou pela<br />

CVM.<br />

A Assembléia Geral de Debenturistas instalar-se-á, em primeira convocação, com a presença de Debenturistas<br />

titulares de Debêntures da presente Emissão, que representem a metade, <strong>no</strong> mínimo, das Debêntures em<br />

circulação, e, em segunda convocação, com qualquer quorum.<br />

Para os fins de apuração do quorum de instalação e/ou deliberação em qualquer Assembléia Geral de<br />

Debenturistas, serão excluídas as Debêntures mantidas em tesouraria pela Emissora, ou que sejam de<br />

titularidade, direta ou indireta, de sociedades sob controle comum da Emissora, sejam elas coligadas,<br />

controladas ou controladoras, diretas ou indiretas, ou de pessoas físicas que sejam controladoras bem como<br />

dos administradores de referidas sociedades, incluindo, mas não se limitando, pessoas direta ou indiretamente<br />

relacionadas a quaisquer das pessoas anteriormente mencionadas, bem como as Debêntures de titularidade de<br />

Diretores, Conselheiros e seus parentes até segundo grau.<br />

A presidência da Assembléia Geral de Debenturistas caberá ao Debenturista eleito pelos titulares das<br />

Debêntures, ou àquele designado pela CVM.<br />

34


Nas deliberações da Assembléia Geral de Debenturistas, a cada Debênture caberá um voto, sendo admitida a<br />

sua representação por procurador Debenturista ou não. As deliberações das Assembléia Gerais de<br />

Debenturistas serão tomadas da seguinte forma: (i) alterações na remuneração, excetuando-se as alterações na<br />

remuneração e/ou amortização decorrentes do disposto <strong>no</strong> item 4.2.4.9 da Escritura de Emissão, e/ou prazos e<br />

condições de vencimento, repactuação ou amortização das Debêntures, bem como nas Hipóteses de<br />

Vencimento automático previstos <strong>no</strong> item 5.1 da Escritura de Emissão e/ou dispositivos sobre quorum<br />

previstos na Escritura de Emissão dependerão da aprovação de Debenturistas representando 90% (<strong>no</strong>venta por<br />

cento) das Debêntures em circulação, (ii) alterações nas condições de vencimento antecipado que não forem<br />

automáticas previstas <strong>no</strong> item 5.2 da Escritura de Emissão, na forma das Debêntures, na periodicidade de<br />

pagamento de juros remuneratórios das Debêntures, resgate, encargos moratórios e espécie das Debêntures<br />

dependerão da aprovação de Debenturistas representando 2/3 (dois terços) das Debêntures em circulação, e<br />

(iii) alterações nas demais características e condições das Debêntures e da Emissão deverão ser aprovadas por<br />

Debenturistas que representem, <strong>no</strong> mínimo, a maioria simples das Debêntures em circulação.<br />

Cro<strong>no</strong>grama das Etapas da Oferta<br />

A divulgação da Oferta ocorreu por meio da publicação de Aviso ao Mercado <strong>no</strong> Diário Oficial do Estado de<br />

São Paulo, em 10 de março de 2006, e <strong>no</strong> jornal “Valor Econômico”, edição nacional, em 9 de março de<br />

2006, <strong>no</strong>s termos do artigo 53 da Instrução CVM n.º 400/03.<br />

A Oferta seguirá o cro<strong>no</strong>grama tentativo abaixo:<br />

Início da Oferta A Oferta, devidamente registrada perante a CVM, terá início após a publicação do<br />

anúncio de início.<br />

Prazo de Colocação 6 (seis) meses a partir da publicação do anúncio de início.<br />

Prazo de Exercício da<br />

garantia firme<br />

Manifestação de aceitação<br />

da Oferta pelos<br />

investidores<br />

5 (cinco) dias a partir da publicação do anúncio de início.<br />

A partir da data de publicação do anúncio de início e enquanto não tiver sido<br />

publicado o anúncio de encerramento, o que deve ocorrer <strong>no</strong> prazo máximo de 6<br />

(seis) meses contados da publicação do anúncio de início, os investidores poderão<br />

aceitar a Oferta das Debêntures e subscrevê-las por meio dos procedimentos do SDT.<br />

Público Alvo O público alvo da presente Oferta é composto por investidores pessoas físicas e jurídicas,<br />

fundos de investimentos, fundos de pensão, entidades administradoras de recursos de<br />

terceiros registradas na CVM, entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do<br />

<strong>Brasil</strong>, seguradoras, entidades de previdência complementar e de capitalização e<br />

investidores institucionais ou qualificados, conforme regras vigentes <strong>no</strong> país<br />

Subscrição e<br />

Integralização das<br />

Debêntures<br />

A subscrição das Debêntures será formalizada por meio da assinatura dos respectivos<br />

boletins de subscrição. A integralização das Debêntures deverá ser efetuada à vista,<br />

<strong>no</strong> ato da assinatura dos respectivos boletins de subscrição. O pagamento das<br />

Debêntures deverá ser realizado em moeda corrente nacional e não serão emitidos<br />

certificados representativos das Debêntures.<br />

35


Prazo para Revenda, pelas As Instituições Intermediárias poderão revender as Debêntures que venham a ser<br />

Instituições Intermediárias adquiridas por força do exercício da garantia firme de distribuição até a data de<br />

publicação do anúncio de encerramento de distribuição das Debêntures, por preço a<br />

ser determinado com base na análise (i) de seu Valor Nominal Unitário desde a Data<br />

de Emissão até a data da efetiva integralização das Debêntures, (ii) da taxa de juros<br />

praticada pelo mercado à época da efetiva integralização; (iii) do preço de negociação<br />

e colocação dos títulos públicos federais que possuem prazos de vencimento<br />

semelhantes; e (iv) da percepção de risco de crédito da Emissora. Após a data de<br />

publicação do respectivo anúncio de encerramento de distribuição das Debêntures, as<br />

Debêntures poderão ser vendidas por preço de mercado a exclusivo critério das<br />

Instituições Intermediárias.<br />

Divulgação do Resultado O resultado da Oferta será divulgado ao seu térmi<strong>no</strong>, por meio da publicação do<br />

da Oferta<br />

anúncio de encerramento <strong>no</strong> jornal utilizado pela Emissora para publicação do<br />

anúncio de início.<br />

Prazo para manifestação Na hipótese de modificação das condições da Oferta, os investidores que já tiverem<br />

de aceitação da Oferta aderido à Oferta terão que confirmar seu interesse em manter a sua aceitação da<br />

pelos investidores, na Oferta <strong>no</strong> prazo de 5 (cinco) dias úteis contados do recebimento da comunicação da<br />

hipótese de modificação Instituição Líder. A manutenção da aceitação da Oferta será presumida em caso de<br />

ou revogação da Oferta silêncio.<br />

Prazo para restituição de Em caso de (i) modificação da Oferta e o investidor não aceitar essa modificação ou<br />

valores aos investidores, (ii) revogação da Oferta, os montantes eventualmente entregues pelos investidores na<br />

na hipótese de subscrição e integralização de Debêntures serão integralmente restituídos aos<br />

modificação ou revogação respectivos investidores <strong>no</strong> prazo especificado <strong>no</strong> anúncio de início, sem qualquer<br />

da Oferta<br />

remuneração ou atualização, deduzidos dos encargos e tributos devidos.<br />

Data de Início e Térmi<strong>no</strong> da Oferta<br />

A presente Emissão somente terá início após (a) a obtenção do registro da Emissão na CVM; (b) a publicação do<br />

anúncio de início, que deverá ocorrer imediatamente após a data da concessão do referido registro pela CVM; e (c) a<br />

disponibilização do <strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong> aos investidores. A colocação das Debêntures deverá ser efetuada <strong>no</strong> período<br />

máximo de 6 (seis) meses a contar da data de publicação do anúncio de início, durante o qual os interessados poderão<br />

subscrever Debêntures utilizando-se dos procedimentos do SDT, e operacionalizado pela CETIP. Findo o período de<br />

distribuição, deverá ser publicado anúncio de encerramento na forma mencionada abaixo.<br />

Comunicações<br />

Todos os anúncios, aviso, atos e decisões decorrentes desta Emissão que, de qualquer forma, envolvam os<br />

interesses dos Debenturistas, serão publicados <strong>no</strong> Diário Oficial do Estado de São Paulo e <strong>no</strong> jornal “Valor<br />

Econômico”, edição nacional, e por meio da página na rede mundial de computadores da Emissora<br />

(http://www.bandeirante.com.br). A Emissora deverá comunicar antecipadamente o Agente Fiduciário de<br />

qualquer publicação.<br />

36


Condições e Forma de Pagamento<br />

As Debêntures serão integralizadas à vista, <strong>no</strong> ato da subscrição, em moeda corrente nacional.<br />

Registro para Distribuição e Negociação das Debêntures<br />

As Debêntures serão registradas (i) para distribuição <strong>no</strong> mercado primário na CETIP, por meio do SDT; e (ii)<br />

para negociação <strong>no</strong> mercado secundário (a) na CETIP, por meio do SND, sendo a distribuição liquidada e as<br />

debêntures custodiadas pela CETIP; e (b) <strong>no</strong> BovespaFix, administrado e operacionalizado pela Bovespa,<br />

sendo os negócios liquidados e as Debêntures custodiadas segundo as <strong>no</strong>rmas e procedimentos da CBLC.<br />

Público Alvo<br />

O público alvo da presente Oferta é composto por investidores pessoas físicas e jurídicas, fundos de<br />

investimentos, fundos de pensão, entidades administradoras de recursos de terceiros registradas na CVM,<br />

entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do <strong>Brasil</strong>, seguradoras, entidades de previdência<br />

complementar e de capitalização e investidores institucionais ou qualificados, conforme regras vigentes <strong>no</strong><br />

país.<br />

Inadequação do Investimento<br />

O investimento nas Debêntures não é adequado a investidores que (a) necessitem de liquidez, tendo em vista a<br />

possibilidade de serem pequenas ou inexistentes as negociações das Debêntures <strong>no</strong> mercado secundário; e/ou<br />

(b) não estejam dispostos a correr o risco de crédito de empresa do setor privado.<br />

Classificação de Risco<br />

A Emissora contratou a Standard & Poor’s para a elaboração de relatório de classificação de risco para esta<br />

Emissão. Este relatório encontra-se anexo a este <strong>Prospecto</strong>.<br />

37


O CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO DE DEBÊNTURES<br />

Nos termos da Lei n.º 6.385, de 7 de dezembro de 1976, da Lei das Sociedades por Ações e da Instrução<br />

CVM n.º 400/03, foi celebrado o Contrato de Distribuição de Debêntures, por meio do qual a Emissora<br />

contratou as Instituições Intermediárias para serem as responsáveis pela colocação das Debêntures junto ao<br />

público.<br />

Regime de Colocação<br />

As Instituições Intermediárias realizarão a distribuição das Debêntures sob o regime de garantia firme, de<br />

acordo com o pla<strong>no</strong> de distribuição descrito abaixo:<br />

As Debêntures serão distribuídas em regime de garantia firme de distribuição, não havendo solidariedade<br />

entre as Instituições Intermediárias, respondendo cada qual exclusivamente pela parcela ora indicada, na<br />

forma descrita a seguir:<br />

INSTITUIÇÃO INTERMEDIÁRIA NÚMERO DE DEBÊNTURES<br />

BANCO BRADESCO 6.250<br />

BANCO CITIBANK 6.250<br />

BANCO ITAÚ BBA 6.250<br />

BANCO SANTANDER BRASIL 6.250<br />

TOTAL 25.000<br />

Forma, Procedimento, Condições de Colocação e Pla<strong>no</strong> de Distribuição<br />

De acordo com o Contrato de Distribuição de Debêntures, a colocação pública das Debêntures será realizada<br />

conforme as condições descritas a seguir:<br />

i) a colocação será pública, realizada <strong>no</strong> mercado de balcão organizado indicado neste <strong>Prospecto</strong>, sem<br />

recebimento de reservas antecipadas e intermediada pelas Instituições Intermediárias, que deverão<br />

assegurar tratamento justo e eqüitativo para todos os destinatários e aceitantes desta Emissão;<br />

ii) a colocação das Debêntures deverá ser efetuada até o período máximo de 6 (seis) meses, a contar da<br />

data da publicação do anúncio de início de distribuição (“Prazo de Colocação”);<br />

38


iii) durante todo o Prazo de Colocação, o preço de subscrição das Debêntures será o correspondente ao<br />

Valor Nominal Unitário das Debêntures, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis,<br />

desde a Data da Emissão até a data da efetiva integralização;<br />

iv) os pagamentos referentes à integralização das Debêntures serão feitos adotando-se os procedimentos<br />

estabelecidos pela CETIP;<br />

v) as Instituições Intermediárias realizarão a distribuição das Debêntures, sob o regime de garantia<br />

firme, de acordo com o pla<strong>no</strong> de distribuição a ser por eles organizado; e<br />

vi) não serão constituídos fundos de sustentação de liquidez nem celebrados contratos de estabilização<br />

de preços e/ou de garantia de liquidez para as Debêntures.<br />

As Instituições Intermediárias estão autorizadas pela Emissora a organizar pla<strong>no</strong> de distribuição, que poderá<br />

levar em conta suas relações com clientes e outras considerações de natureza comercial ou estratégica. As<br />

Instituições Intermediárias deverão assegurar:<br />

i) que o tratamento aos investidores seja justo e eqüitativo;<br />

ii) a adequação do investimento ao perfil de risco de seus respectivos clientes das Instituições<br />

Intermediárias; e<br />

iii) que os representantes de venda de eventuais instituições participantes do consórcio de distribuição<br />

recebam previamente exemplar do <strong>Prospecto</strong> para leitura obrigatória e que suas dúvidas possam ser<br />

esclarecidas por pessoas designadas pela Instituição Líder.<br />

As Instituições Intermediárias poderão revender as Debêntures que venham a ser adquiridas por força do<br />

exercício da garantia firme de distribuição até a data de publicação do anúncio de encerramento da<br />

distribuição das Debêntures, por preço a ser determinado com base na análise (i) de seu Valor Nominal<br />

Unitário, desde a Data de Emissão até a data da efetiva integralização das Debêntures; (ii) da taxa de juros<br />

praticada pelo mercado à época da efetiva integralização; (iii) do preço de negociação e colocação dos títulos<br />

públicos federais que possuam prazos de vencimento semelhantes; e (iv) da percepção de risco de crédito da<br />

Emissora. Após a data de publicação do respectivo anúncio de encerramento de distribuição de Debêntures, as<br />

Debêntures poderão ser vendidas por preço de mercado a exclusivo critério das Instituições Intermediárias.<br />

Cópias do Contrato de Distribuição de Debêntures estarão disponíveis para consulta: (i) na sede da Emissora;<br />

(ii) na Instituição Líder, e (iii) nas demais Instituições Intermediárias.<br />

39


Comissões<br />

A remuneração total das Instituições Intermediárias para a Oferta é de 0,4% (zero vírgula quatro por cento),<br />

incidente sobre o montante total das Debêntures emitidas, calculados com base <strong>no</strong>s valores efetivamente<br />

subscritos pelos investidores e paga na proporção dos lotes definidos <strong>no</strong> Contrato de Distribuição de<br />

Debêntures, na data de liquidação, observadas as seguintes condições:<br />

(i) Comissão de Coordenação e Estruturação: 0,10% (zero vírgula dez por cento) incidente sobre o<br />

montante total das Debêntures emitidas;<br />

(ii) Comissão de Distribuição: 0,15% (zero vírgula quinze por cento) incidente sobre o montante de<br />

Debêntures emitidas efetivamente distribuídas e subscritas; e<br />

(iii) Prêmio de Garantia Firme de Colocação e Subscrição: 0,15% (zero vírgula quinze por cento)<br />

incidente sobre a quantidade total de Debêntures emitidas, objeto da garantia firme.<br />

Os ônus e retenções referentes a todos os tributos, despesas e encargos de qualquer natureza que direta ou<br />

indiretamente incidam ou venham a incidir em decorrência das comissões a serem pagas correrão por conta de<br />

cada uma das partes conforme definido pela legislação vigente na data da sua exigibilidade.<br />

As comissões e o prêmio de garantia firme serão calculados com base <strong>no</strong> Valor Nominal Unitário das<br />

Debêntures, acrescido da Remuneração, calculado desde a Data de Emissão até a data da efetiva<br />

integralização das Debêntures.<br />

O pagamento da remuneração às Instituições Intermediárias deverá ser à vista, em moeda corrente nacional.<br />

Cada Instituição Intermediária firmará recibos para a Emissora, dando quitação das importâncias recebidas a<br />

título de comissões.<br />

Não serão concedidos pelas Instituições Intermediárias nenhum desconto ou repasse de comissão aos<br />

investidores que subscreverem as Debêntures.<br />

Relações da Emissora com as Instituições Intermediárias<br />

Banco Bradesco<br />

A Companhia mantém relacionamento com o Banco Bradesco por meio da prestação de serviços bancários<br />

em geral, tais como: repasses de BNDES, operações de conta garantida e de capital de giro e serviços de folha<br />

de pagamento, cobrança e pagamento de fornecedores, entre outros.<br />

40


Banco Citibank<br />

A Companhia mantém relacionamento com o Banco Citibank por meio da prestação de serviços bancários em<br />

geral, tais como: linha de conta garantida de repasse de recursos do BNDES, operações de derivativos,<br />

cobranças, pagamento de fornecedores, entre outros.<br />

Banco Itaú BBA<br />

A Companhia mantém relacionamento com o Banco Itaú BBA por meio de operações como: linha de conta<br />

garantida, repasse de recursos, cédulas de crédito bancário, contratos de venda e compra conjugado com<br />

compromisso de revenda e de recompra de títulos públicos, entre outros.<br />

Banco Santander <strong>Brasil</strong><br />

A Emissora tem relacionamento com o conglomerado financeiro Santander Banespa que presta serviços para<br />

a Emissora em transações comerciais usuais <strong>no</strong> mercado financeiro, tais como serviços de convênio de<br />

arrecadação, operações de swap, operações de capital de giro, compras, entre outros.<br />

Demonstrativo do Custo da Distribuição<br />

Segue abaixo tabela com o custo máximo da distribuição das Debêntures:<br />

CUSTOS<br />

Comissão de Estruturação e<br />

Coordenação<br />

MONTANTE<br />

(EM R$)<br />

41<br />

% EM RELAÇÃO AO VALOR<br />

TOTAL DA EMISSÃO<br />

250.000 0,10%<br />

Comissão de Colocação* 375.000 0,15%<br />

Prêmio de Garantia Firme 375.000 0,15%<br />

Taxa de registro 82.870 0,03%<br />

Total 1.082.870 0,43%<br />

(*) Calculada sobre o preço de subscrição das Debêntures efetivamente colocadas<br />

Custo Unitário de Distribuição<br />

A tabela a seguir apresenta o custo unitário de distribuição das Debêntures objeto desta Emissão:<br />

N.º DE<br />

DEBÊNTURES<br />

CUSTO DO<br />

LANÇAMENTO (R$)<br />

CUSTO POR<br />

DEBÊNTURE (R$)<br />

% EM RELAÇÃO AO PREÇO<br />

UNITÁRIO DE DISTRIBUIÇÃO<br />

25.000 1.082.870 43,31 0,43%


RESSALVAS COM RELAÇÃO A DECLARAÇÕES E ESTIMATIVAS ACERCA DO FUTURO<br />

Este <strong>Prospecto</strong> contém declarações, estimativas, intenções e pretensões quanto a eventos futuros. Quaisquer<br />

declarações e estimativas, intenções e pretensões com relação a eventos futuros envolvem riscos e incertezas.<br />

Diversos fatores importantes considerados nas declarações e estimativas futuras podem se modificar, fazendo<br />

com que os resultados reais possam vir a ser substancialmente diferentes daqueles contidos em tais<br />

declarações e estimativas, e que as intenções e pretensões possam vir a não se materializar. Esses fatores<br />

incluem, dentre outros:<br />

� medidas do gover<strong>no</strong> brasileiro;<br />

� condições sociais, políticas, econômicas de negócios e, demográficas do <strong>Brasil</strong>;<br />

� a percepção de risco com relação aos mercados emergentes, principalmente a América Latina;<br />

� térmi<strong>no</strong> antecipado ou outras medidas por parte do Poder Concedente;<br />

� medidas do gover<strong>no</strong> relativas ao setor de energia elétrica;<br />

� inflação, valorização ou desvalorização do Real;<br />

� capacidade da Companhia em obter financiamentos quando necessário, em condições razoáveis e<br />

implementar pla<strong>no</strong>s de investimentos em manutenção;<br />

� resultado de pendências judiciais;<br />

� nível de endividamento da Emissora;<br />

� flutuações das taxas de juros; e<br />

� concorrência;<br />

As palavras “acredita”, “pode”, “poderá”, “visa”, “estima”, “continua”, “antecipa”, “pretende”, “espera” e outras<br />

palavras similares têm por objetivo identificar estimativas e perspectivas para o futuro. As considerações sobre<br />

estimativas e perspectivas para o futuro incluem informações atinentes a resultados e projeções, estratégia,<br />

pla<strong>no</strong>s de financiamentos, posição concorrencial, ambiente do setor, oportunidades de crescimento potenciais, os<br />

efeitos de regulamentação futura e os efeitos da concorrência. Tais estimativas e perspectivas para o futuro<br />

referem-se apenas à data em que foram expressas, sendo que nem a Companhia, nem as Instituições<br />

Intermediárias assumem a obrigação de atualizar publicamente ou revisar quaisquer dessas estimativas em razão<br />

da ocorrência de <strong>no</strong>va informação, eventos futuros ou de quaisquer outros fatores. Em vista dos riscos e<br />

incertezas aqui descritos, as estimativas e perspectivas para o futuro constantes neste <strong>Prospecto</strong> podem não vir a<br />

se concretizar. Tendo em vista estas limitações, os investidores não devem tomar suas decisões de investimento<br />

exclusivamente com base nas estimativas e perspectivas para o futuro contidas neste <strong>Prospecto</strong>.<br />

42


FATORES DE RISCO<br />

Antes de tomar uma decisão de investimento nas Debêntures a serem ofertadas, os potenciais investidores<br />

devem considerar cuidadosamente, à luz de suas próprias situações financeiras e objetivos de investimento,<br />

todas as informações disponíveis neste <strong>Prospecto</strong> e, em particular, avaliar os fatores de risco descritos nesta<br />

seção. Caso qualquer dos riscos e incertezas aqui descritos efetivamente ocorra, os negócios, a situação<br />

financeira e/ou os resultados operacionais da Emissora poderão ser afetados de forma adversa. Os fatores de<br />

risco descritos abaixo refletem a situação atual da Emissora.<br />

Riscos Relacionados a Fatores Macroeconômicos<br />

A Companhia atua <strong>no</strong> mercado brasileiro, estando sujeita, portanto, aos efeitos da política econômica do<br />

Gover<strong>no</strong> Federal.<br />

Freqüentemente, o Gover<strong>no</strong> Federal intervém na eco<strong>no</strong>mia do país, realizando, ocasionalmente, mudanças<br />

drásticas e repentinas nas suas políticas. As medidas do gover<strong>no</strong> brasileiro para controlar a inflação e<br />

implementar as políticas econômica e monetária têm envolvido alterações nas taxas de juros, flutuação da<br />

moeda, controle de câmbio, tarifas e limites à importação, controles <strong>no</strong> consumo de energia elétrica, entre<br />

outras medidas. Essas políticas, bem como algumas condições macroeconômicas, causaram efeitos<br />

significativos na eco<strong>no</strong>mia brasileira, assim como <strong>no</strong> mercado de capitais brasileiro.<br />

Além disso, discute-se atualmente <strong>no</strong> Senado Federal e na Câmara dos Deputados diversas reformas e/ou<br />

medidas que poderão ser aprovadas e implementadas pelo Gover<strong>no</strong> Federal, dentre elas: (i) a reforma<br />

tributária, parcialmente implementada; e (ii) a reforma da legislação trabalhista.<br />

Adicionalmente, não há como prever quais diretrizes das políticas econômica e monetária serão adotadas pelo<br />

Gover<strong>no</strong> Federal e quais serão os impactos dessas medidas sobre a Emissora.<br />

A adoção de medidas que possam resultar em eventuais flutuações da moeda, indexação da eco<strong>no</strong>mia, instabilidade de<br />

preços, elevação de taxas de juros ou influenciar a política fiscal poderão impactar negativamente os negócios, a<br />

condição financeira, a capacidade de geração de caixa e os resultados operacionais da Emissora.<br />

A inflação e certas medidas governamentais para contê-la podem ter efeitos adversos sobre a eco<strong>no</strong>mia<br />

brasileira, o mercado mobiliário brasileiro e/ou os negócios da Emissora.<br />

O <strong>Brasil</strong> experimentou, <strong>no</strong> passado, taxas de inflação bastante elevadas, que foram reduzidas com a implementação<br />

do Pla<strong>no</strong> Real, em 1994. A moeda brasileira, historicamente, vem apresentando desvalorizações freqüentes,<br />

criando, assim, pressões inflacionárias adicionais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, que resulta na necessidade de adoção de políticas<br />

recessivas pelo Gover<strong>no</strong> Federal para conter a demanda agregada.<br />

43


A inflação, juntamente com medidas governamentais destinadas a combatê-la e as especulações acerca dessas<br />

medidas, tiveram efeitos negativos significativos sobre a eco<strong>no</strong>mia brasileira <strong>no</strong> passado recente.<br />

Em 30 de junho de 1999, o CMN fixou os valores de 3,5%, 8,5%, 5,5% e 4,5% como metas para a variação<br />

do IPCA para os a<strong>no</strong>s de 2002, 2003, 2004 e 2005 respectivamente, com intervalos de tolerância de 2 pontos<br />

percentuais acima e abaixo das metas centrais retromencionadas. Nos a<strong>no</strong>s de 2002, 2003, 2004 e 2005,<br />

entretanto, as metas não foram cumpridas, tendo a inflação atingido 12,5%, em 2002, 9,30%, em 2003,<br />

12,4%, em 2004, e 5,69% em 2005. Para 2006, a meta de inflação foi fixada em 4,5%. Não existem garantias<br />

de que esta meta será alcançada.<br />

A inflação medida pelo IGPM foi de 10,4%, 25,3%, 8,7%, 12,4% e 1,2% em 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005<br />

respectivamente.<br />

Caso as taxas de inflação voltem a aumentar, os negócios da Emissora, sua condição financeira e o resultado<br />

de suas operações poderão ser afetados negativamente.<br />

Efeitos das Flutuações das Taxas de Câmbio<br />

Em 31 de dezembro de 2005, a dívida atrelada ao Dólar representava 49,9% do saldo total da dívida, sendo<br />

que 32,1% está <strong>no</strong> curto prazo e 67,9% <strong>no</strong> longo prazo. Toda a dívida em moeda estrangeira tem uma<br />

proteção financeira que troca à variação cambial pelo CDI. Porém, em um cenário de desvalorização do Real<br />

frente ao Dólar, não se tem a garantia de que em um eventual vencimento antecipado desta dívida, 100% do<br />

saldo será coberto pela proteção financeira previamente contratada. Nesta hipótese, os resultados financeiros<br />

da Emissora poderão ser afetados negativamente.<br />

Efeitos das Flutuações das Taxas de Juros.<br />

O Comitê de Política Monetária – COPOM estabelece as metas das taxas de juros básicas para o sistema bancário<br />

brasileiro. Em a<strong>no</strong>s recentes, a taxa de juros básica tem oscilado, tendo chegado a, aproximadamente, 45% em<br />

março de 1999 e caído para 15,25% em 17 de janeiro de 2001. De fevereiro a julho de 2002, o COPOM diminuiu a<br />

taxa básica de juros de 19,00% para 18,00%. De outubro de 2002 a fevereiro de 2003, o COPOM aumentou a taxa<br />

básica de juros em 8,5 pontos percentuais, para 26,5% em 19 de fevereiro de 2003. A taxa básica de juros<br />

permaneceu em alta até junho de 2003, quando o COPOM iniciou a trajetória de decréscimo da taxa de juros<br />

básica. Posteriormente, ao longo do a<strong>no</strong> de 2004 e de 2005, a taxa de juros básica voltou a sofrer variações por<br />

decisão do Comitê de Política Monetária, sendo que, em reunião realizada em janeiro de 2006, na data deste<br />

<strong>Prospecto</strong>, a taxa básica de juros foi fixada em 17,25% ao a<strong>no</strong>.<br />

A elevação das taxas de juros poderá ter impacto negativo <strong>no</strong> resultado da Emissora na medida em que pode inibir<br />

o crescimento econômico e conseqüentemente a demanda por energia, e também porque suas atividades exigem<br />

intensos investimentos de capital. Tais investimentos são, em sua maioria, financiados com recursos de terceiros e<br />

44


emunerados a taxas de juros pós-fixadas. Em 31 de dezembro de 2005, a Bandeirante possuía um endividamento<br />

não atrelado à variação cambial de R$ 364,5 milhões, indexado ao CDI, TJLP, dentre outros índices. Caso haja uma<br />

elevação das taxas de juros que influencie esses indexadores, as despesas financeiras da Emissora também<br />

aumentarão, afetando negativamente a capacidade de pagamento da Emissora.<br />

A deterioração das condições econômicas e de mercado em outros países, principalmente <strong>no</strong>s considerados<br />

emergentes, pode afetar negativamente a eco<strong>no</strong>mia brasileira e os negócios da Emissora.<br />

A eco<strong>no</strong>mia brasileira e as companhias brasileiras têm sido impactadas, em diferentes intensidades, pelas<br />

condições econômicas de outros países emergentes. Mesmo que as condições econômicas sejam diferentes em<br />

cada país, a reação dos investidores aos acontecimentos em um país pode levar o mercado de capitais de<br />

outros países a sofrer flutuações. No passado recente, eventos políticos, econômicos e sociais em países de<br />

eco<strong>no</strong>mia emergente, incluindo os da América Latina, afetaram adversamente a disponibilidade de crédito<br />

para empresas brasileiras <strong>no</strong> mercado exter<strong>no</strong>, resultando em saída significativa de recursos do País e na<br />

diminuição na quantidade de moeda estrangeira investida <strong>no</strong> País.<br />

Não há como garantir que futuros acontecimentos em países emergentes não afetarão a oferta de crédito às<br />

companhias brasileiras, podendo, deste modo, vir a afetar negativamente a oferta de crédito para a Emissora,<br />

podendo, ainda, resultar em impacto material adverso <strong>no</strong>s seus resultados.<br />

O Gover<strong>no</strong> Federal está realizando uma reforma na legislação fiscal que poderá acarretar aumento da<br />

carga tributária para as empresas brasileiras.<br />

O Gover<strong>no</strong> Federal regularmente implementa alterações <strong>no</strong> regime fiscal, que afetam os participantes do<br />

mercado de energia, a Emissora, as distribuidoras e os consumidores industriais. Estas alterações incluem<br />

mudanças nas alíquotas e, ocasionalmente, a cobrança de tributos temporários, cuja arrecadação é associada a<br />

determinados propósitos governamentais específicos. Algumas dessas medidas poderão resultar em aumento<br />

da carga tributária da Emissora, que poderá, por sua vez, influenciar sua lucratividade, e afetar adversamente<br />

os preços de sua energia vendida e seu resultado financeiro. Não há garantias de que a Companhia será capaz<br />

de manter seus preços, o fluxo de caixa projetado ou a sua lucratividade se ocorrerem alterações significativas<br />

<strong>no</strong>s tributos aplicáveis às suas operações e ao mercado de energia elétrica.<br />

Riscos Relacionados ao Setor de Energia Elétrica<br />

A Emissora atua <strong>no</strong> setor elétrico brasileiro, o qual foi reestruturado pelo Gover<strong>no</strong> Federal. Os efeitos do Novo<br />

Modelo do Setor Elétrico para as empresas sujeitas às suas regras, como a Companhia, ainda são incertos.<br />

O Gover<strong>no</strong> Federal vem implementando mudanças significativas na legislação do setor elétrico brasileiro<br />

durante os últimos a<strong>no</strong>s, especialmente por meio da Lei de Concessões, da Lei do Setor Elétrico e da Lei de<br />

Reestruturação do Setor Elétrico, além da regulamentação administrativa. Essas medidas tiveram por objetivo<br />

45


desvincular a autoridade regulatória do Gover<strong>no</strong> Federal, aumentar o investimento privado na geração,<br />

transmissão e distribuição de energia <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e incentivar a competição <strong>no</strong> setor. No âmbito dessa<br />

reestruturação, a competência regulatória foi atribuída à ANEEL.<br />

Em 15 de março de 2004, foi promulgada a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico que promoveu profundas<br />

modificações na atual estrutura do setor elétrico, dentre as quais (i) a alteração das regras sobre a compra e<br />

venda de energia elétrica entre as empresas geradoras de energia e as concessionárias, permissionárias e<br />

autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica; (ii) <strong>no</strong>vas regras para licitação de<br />

empreendimentos de geração; (iii) a extinção do MAE e a criação da CCEE; (iv) a criação de <strong>no</strong>vos órgãos<br />

setoriais; e (v) a alteração nas competências do MME e da ANEEL. A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico,<br />

atualmente, tem sua constitucionalidade contestada perante o Supremo Tribunal Federal, por meio das Ações<br />

Diretas de Inconstitucionalidade (“ADINs”). O Gover<strong>no</strong> Federal recorreu, argüindo que, <strong>no</strong> decorrer do<br />

processo legislativo, as ADINs haviam perdido o objeto e solicitou o arquivamento das ADINs. No entanto, a<br />

votação do Supremo Tribunal Federal, de 4 de agosto de 2004, confirmou a decisão de dar prosseguimento ao<br />

julgamento do mérito das ações.<br />

No dia 08 de abril de 2005 o julgamento das ADINs foi <strong>no</strong>vamente suspenso em virtude do pedido de vista<br />

por um dos Ministros, contudo, nesse julgamento houve 5 votos em favor da <strong>no</strong>va lei e 2 desfavoráveis. Não<br />

existe ainda uma decisão sobre este mérito. Na data deste <strong>Prospecto</strong>, não é possível prever os eventuais<br />

possíveis efeitos adversos da regulamentação da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico e do resultado do<br />

julgamento das ADINs <strong>no</strong> setor em que a Companhia atua. Tais potenciais efeitos adversos poderão afetar<br />

negativamente a situação econômica da Companhia.<br />

As tarifas que a Emissora cobra pela venda de energia a consumidores cativos são determinadas de acordo<br />

com o Contrato de Concessão firmado com o Gover<strong>no</strong> Federal, por meio da ANEEL. A receita operacional<br />

da Emissora pode ser afetada adversamente se a ANEEL tomar decisões desfavoráveis quanto às tarifas<br />

praticadas pela Emissora.<br />

Como concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica, a Emissora está sujeita a um<br />

ambiente altamente regulado. Além disso, a ANEEL é autorizada a regular e fiscalizar diversos aspectos dos<br />

negócios da Emissora, inclusive determinar que as tarifas cobradas pela Companhia sejam reduzidas e os<br />

investimentos sejam incrementados.<br />

O Contrato de Concessão e a legislação brasileira estabelecem um mecanismo de fixação de tarifa, que<br />

permite três tipos de ajuste tarifário: (1) o reajuste anual, (2) a revisão periódica e (3) a revisão extraordinária.<br />

A Emissora tem o direito a um reajuste anual, que é concebido para compensar certos efeitos da inflação<br />

sobre as tarifas e para repassar aos consumidores certos encargos de sua estrutura de custos não gerenciáveis<br />

pela Emissora, como o custo de aquisição de energia e encargos setoriais, incluindo encargos pelo uso de<br />

instalações de transmissão e distribuição. Além disso, a ANEEL conduz uma revisão periódica a cada quatro<br />

a<strong>no</strong>s para identificar variações <strong>no</strong>s custos da Emissora e definir um índice baseado na sua eficiência<br />

46


operacional que será aplicado sobre o índice dos reajustes anuais da Emissora, e cujo efeito é premiar a boa<br />

administração dos seus custos e compartilhar quaisquer ganhos com os consumidores da Emissora. A<br />

Emissora também tem o direito de requerer uma revisão extraordinária das suas tarifas se custos imprevisíveis<br />

vierem a alterar significativamente sua estrutura de custos.<br />

A Emissora não pode assegurar que a ANEEL estabelecerá tarifas que lhe sejam favoráveis. Além disso, se<br />

quaisquer desses reajustes não forem concedidos pela ANEEL <strong>no</strong> prazo apropriado ou a Emissora seja<br />

obrigada pela ANEEL a efetuar gastos adicionais imprevistos, sem previsão de subsídios e sem a respectiva<br />

contrapartida tarifária, de forma a viabilizar o repasse integral do valor de tais despesas adicionais para a<br />

tarifa, ou, ainda, sejam estabelecidas <strong>no</strong>rmas ainda mais rígidas ou que gerem incertezas, a condição<br />

financeira e os resultados das operações da Emissora podem ser adversamente afetados.<br />

As tarifas de distribuição, ainda que determinadas pela ANEEL, podem ser questionadas judicialmente, o<br />

que pode afetar adversamente a receita da Emissora.<br />

Não obstante as revisões e reajustes tarifários da Bandeirante estarem sujeitos à aprovação da ANEEL, bem<br />

como aos limites estabelecidos em seu Contrato de Concessão e na legislação brasileira, as decisões da<br />

ANEEL acerca das tarifas da Emissora podem ser objeto de contestação judicial, inclusive pelo Ministério<br />

Público na defesa dos interesses difusos dos consumidores da área de concessão da Emissora, dada a natureza<br />

de serviço público da atividade de distribuição de energia elétrica. Neste sentido, eventuais questionamentos<br />

de aumentos tarifários concedidos pela ANEEL podem afetar a capacidade financeira da Emissora.<br />

O gover<strong>no</strong> criou um programa de “universalização” que requer que as distribuidoras de energia forneçam<br />

serviços de eletricidade a determinados consumidores e incorram despesas operacionais e de capital que<br />

podem não ser vantajosos para a Companhia.<br />

Em 2002, o gover<strong>no</strong> deu início à implementação de um programa de “universalização” com o objetivo de<br />

fornecer eletricidade a consumidores de baixo consumo. De acordo com o programa, as empresas de<br />

distribuição de energia devem arcar com os custos iniciais de eletricidade para clientes cuja potência<br />

declarada dos equipamentos elétricos não ultrapasse 50 kW. Se a Companhia não atingir o objetivo<br />

determinado <strong>no</strong> programa, as suas tarifas poderão ser reduzidas até a Companhia cumprir tais metas. As<br />

despesas operacionais e os dispêndios de capital que foram feitos de acordo com esse programa serão<br />

repassados aos clientes na próxima revisão periódica de tarifa da Companhia, salvo arbitramento de repasse<br />

tarifário insuficiente pelo órgão regulador. Além disso, o gover<strong>no</strong> pode impor à Companhia ônus adicionais<br />

<strong>no</strong> futuro <strong>no</strong> âmbito do programa de universalização ou outros programas, os quais podem aumentar<br />

significativamente os dispêndios de capital e custos operacionais da Companhia e afetar negativamente a sua<br />

situação financeira e os seus resultados operacionais. A Companhia estima que o valor a ser por ela<br />

despendido <strong>no</strong> programa de "universalização" será de R$ 7,4 milhões, não sendo um investimento relevante<br />

relativamente aos investimentos usuais previstos.<br />

47


Períodos de escassez de energia elétrica podem afetar o custo da energia elétrica e os preços que a<br />

Emissora pode cobrar dos seus clientes.<br />

Devido à dependência do setor de energia elétrica de variáveis naturais e sazonais, como os níveis de chuva e<br />

de água, a deterioração dessas condições pode afetar severamente a geração de energia elétrica <strong>no</strong> país.<br />

Em 2001, o <strong>Brasil</strong> sofreu severa redução de geração de energia elétrica. A crise deveu-se em grande parte à falta de<br />

investimento em geração e transmissão de energia e à situação de seca na maior parte do país, que fizeram com que<br />

os níveis de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas ficassem com me<strong>no</strong>s de um terço da sua capacidade.<br />

A fim de evitar a possibilidade de blecautes, em 2001 o Gover<strong>no</strong> Federal baixou medidas destinadas à<br />

redução do consumo de energia elétrica nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do <strong>Brasil</strong> em 20% em<br />

média e instituiu sobretaxas para os que não atingissem suas quotas de redução e recompensas para os que o<br />

fizessem. O gover<strong>no</strong> brasileiro também determi<strong>no</strong>u que as empresas de distribuição de energia localizadas nas<br />

regiões afetadas do país restringissem o fornecimento de energia a seus consumidores. As restrições<br />

perduraram até 28 de fevereiro de 2002.<br />

No futuro, o gover<strong>no</strong> brasileiro pode adotar <strong>no</strong>vas medidas para reduzir o consumo de energia se a capacidade<br />

de geração <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> não aumentar para suprir o crescimento da demanda. Tais medidas, se adotadas,<br />

incluindo redução do consumo de energia elétrica dos clientes da Emissora, podem ter efeito adverso<br />

relevante sobre as condições financeiras e os resultados de operações da Emissora. Além disso, a escassez de<br />

energia elétrica pode provocar volatilidade de preços se o processo de estocagem de água não for<br />

suficientemente adequado à demanda, ou caso os investimentos em geração não acompanharem<br />

adequadamente o potencial crescimento de demanda, o que também pode afetar negativamente os resultados<br />

da Emissora, caso esta necessite adquirir energia <strong>no</strong> mercado de curto prazo.<br />

Previsões incorretas das necessidades de energia nas áreas de distribuição da Companhia podem afetar<br />

adversamente os seus resultados operacionais.<br />

De acordo com a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, a Companhia corre o risco de ser impedida de<br />

repassar integralmente aos seus clientes os custos das suas compras de energia se errar na previsão da sua<br />

demanda de energia. De acordo com a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, um distribuidor de energia<br />

deve contratar com antecedência, por meio de licitações públicas, 100% das necessidades de energia previstas<br />

para as suas áreas de concessão <strong>no</strong>s cinco a<strong>no</strong>s seguintes. Sempre que as projeções iniciais ficarem aquém da<br />

demanda do mercado, e após leilões de ajuste e do mecanismo de compensação de sobras e déficits entre as<br />

distribuidoras, a Emissora poderá ser obrigada a cobrir a diferença contratando energia <strong>no</strong> mercado de curto<br />

prazo. Embora a Companhia possa ajustar sua previsão inicial, se errar na previsão de demanda e comprar<br />

mais ou me<strong>no</strong>s eletricidade do que necessita, poderá pagar preços significativamente mais altos <strong>no</strong> mercado<br />

de curto prazo para satisfazer suas obrigações de distribuição de energia elétrica e sofrer certas penalidades<br />

48


impostas pela ANEEL, além de poder ser impedida de repassar integralmente aos seus clientes os custos das<br />

suas compras. A Companhia não pode garantir que a sua previsão de demanda de eletricidade será correta.<br />

O projeto de Reforma das Agências Reguladoras em tramitação <strong>no</strong> Congresso Nacional pode afetar a<br />

competência da ANEEL.<br />

Há projeto de lei em tramitação <strong>no</strong> Congresso Nacional, que dispõe sobre a gestão, a organização e o controle<br />

social das Agências Reguladoras. Esse projeto de lei visa alterar a estrutura de tais agências, mediante, dentre<br />

outros pontos, a criação (i) de contratos de gestão, que deverão ser firmados entre as Agências e os<br />

Ministérios a que estiverem vinculadas, e, também, (ii) de ouvidoria nas Agências, com o objetivo de zelar<br />

pela qualidade dos serviços prestados e acompanhar o processo inter<strong>no</strong> de apuração das denúncias e<br />

reclamações dos usuários, seja contra a atuação da Agência, seja contra entes regulados, sendo que o ouvidor,<br />

responsável pela respectiva ouvidoria, será indicado pelo Presidente da República.<br />

Caso a mencionada lei entre em vigor, as medidas dela decorrentes poderão reduzir as atribuições da ANEEL,<br />

passando o Poder Concedente, por outro lado, sobretudo o MME – ao qual a ANEEL é vinculada –, a ter<br />

maior atuação e influência <strong>no</strong> setor elétrico brasileiro. Não há como garantir que as alterações a serem<br />

aprovadas não afetarão negativamente as empresas distribuidoras de energia elétrica, incluindo a Bandeirante.<br />

Ingerência do Tribunal de Contas da União Federal <strong>no</strong>s procedimentos adotados pela ANEEL poderão<br />

causar insegurança jurídica aos administrados.<br />

O Tribunal de Contas da União (“TCU”) acompanhou e fiscalizou o procedimento de revisão tarifária de<br />

algumas empresas do setor elétrico, conduzido pela ANEEL <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2003, e proferiu acórdãos <strong>no</strong>s<br />

processos referentes às empresas Eletropaulo Metropolitana – Eletricidade de São Paulo S.A., Light Serviços<br />

de Eletricidade S.A. e Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, <strong>no</strong>s quais elaborou diversas<br />

considerações, críticas e determinações à ANEEL, referentes à metodologia da revisão.<br />

O TCU encaminhou à ANEEL solicitação para revisão da metodologia de cálculo da revisão tarifária periódica das<br />

empresas do setor elétrico, por entender que ela considera o benefício fiscal do juro sobre o capital próprio na<br />

formação da tarifa, e que, dessa forma, o índice de revisão tarifária concedido deveria ter sido me<strong>no</strong>r.<br />

A ANEEL contratou os serviços da Fundação Universitária Brasília para avaliar a metodologia, <strong>no</strong> intuito de<br />

questionar a posição do TCU. Nesse mesmo sentido, a ABRADEE apresentou memoriais ao MME, alegando,<br />

em síntese, que o TCU, órgão integrante do Poder Legislativo Federal, não tem competência para fiscalizar a<br />

ação da ANEEL neste âmbito específico, tampouco para emitir comandos ou juízos críticos relativos à<br />

metodologia adotada.<br />

O desfecho dessa pendência não é esperado para breve, mas, na hipótese de ser desfavorável à ANEEL, as<br />

empresas distribuidoras de energia elétrica poderão sofrer impacto financeiro negativo.<br />

49


Riscos Relacionados às Atividades da Emissora<br />

A extinção do Contrato de Concessão pelo Poder Concedente poderá impedir a realização do valor integral<br />

de determinados ativos e causar a perda de lucros futuros sem uma indenização suficiente para fazer<br />

frente aos seus compromissos.<br />

Nos termos da Lei de Concessões, a concessão está sujeita à extinção antecipada em determinadas<br />

circunstâncias, quais sejam: encampação, caducidade, rescisão amigável ou judicial e anulação do Contrato de<br />

Concessão e falência ou extinção da concessionária, bem como existe previsão de indenização e intervenção<br />

em situações descritas <strong>no</strong>s contratos de concessões. Ocorrendo a extinção da concessão, o então<br />

concessionário não terá direito a qualquer parcela do serviço ou dos poderes que se encontravam sob sua<br />

gestão <strong>no</strong> curso do Contrato de Concessão. Os ativos vinculados à concessão serão revertidos ao Poder<br />

Concedente. Apesar da Emissora ter o direito ao valor desses ativos que não tenham sido completamente<br />

amortizados ou depreciados de acordo com os termos do Contrato de Concessão, em caso de extinção<br />

antecipada, não se pode assegurar que esse valor será suficiente para compensar a perda de lucro futuro. Se a<br />

ANEEL extinguir o Contrato de Concessão com base <strong>no</strong> inadimplemento por parte da Companhia, o valor da<br />

indenização pode ser reduzido a até zero, pela imposição de multas ou outras penalidades.<br />

A extinção antecipada do Contrato de Concessão, assim como a imposição de penalidades à Emissora<br />

associadas a tal extinção, poderão gerar significativos impactos <strong>no</strong>s seus resultados e afetar sua capacidade de<br />

pagamento e cumprimento de obrigações financeiras.<br />

A Companhia pode ser penalizada pela ANEEL pelo não atendimento das obrigações contidas <strong>no</strong> Contrato<br />

de Concessão, o que pode acarretar multas e outras penalidades e, dependendo da gravidade do<br />

inadimplemento, a caducidade da concessão.<br />

As atividades de distribuição da Companhia são conduzidas em conformidade com o Contrato de Concessão.<br />

O órgão regulador poderá impor penalidades à Companhia caso ela deixe de cumprir com qualquer disposição<br />

contida <strong>no</strong> referido contrato. Dependendo da extensão da gravidade da não conformidade, as penalidades<br />

aplicáveis incluem:<br />

• advertências;<br />

• multas por infração, limitadas a 2% da receita da concessionária <strong>no</strong> exercício encerrado<br />

imediatamente antes da data da respectiva infração;<br />

• embargo à construção de <strong>no</strong>vas instalações e equipamentos;<br />

• restrições à operação das instalações e equipamentos existentes;<br />

• suspensão temporária de participação em processos licitatórios tendo por objeto <strong>no</strong>vas concessões;<br />

• intervenção da ANEEL na administração da concessionária inadimplente; e<br />

• caducidade da concessão.<br />

50


A imposição de penalidades à Companhia pela ANEEL pode afetar de maneira adversa a situação financeira e<br />

o resultado operacional da Companhia e até comprometer a continuidade de suas atividades.<br />

Uma vez que parte significativa dos bens da Companhia está vinculada à prestação de serviços públicos,<br />

esses bens não estarão disponíveis para liquidação em caso de falência nem poderão ser objeto de penhora<br />

para garantir a execução de decisões judiciais.<br />

Uma parte significativa dos bens da Companhia está vinculada à prestação de serviços públicos. Esses bens<br />

não estarão disponíveis para liquidação em caso de falência ou penhora para garantir a execução de decisões<br />

judiciais, ou para o pagamento das Debêntures, uma vez que devem ser revertidos ao Poder Concedente, de<br />

acordo com os termos das concessões da Companhia e com a legislação. Embora a Companhia tenha direito<br />

de receber indenização do Poder Concedente em caso de extinção antecipada de suas concessões, o valor a ser<br />

indenizado pode ser me<strong>no</strong>r do que o valor de mercado dos bens revertidos. Essas limitações podem reduzir<br />

significativamente os valores disponíveis aos acionistas da Companhia em caso de liquidação, além de<br />

poderem ter um efeito negativo na capacidade da Companhia de obter financiamentos. Ademais, na hipótese<br />

de a Companhia não cumprir suas obrigações relativas às Debêntures, parcela significativa de seus bens e<br />

ativos não poderão ser objeto de execução para satisfação dessas obrigações.<br />

O não atendimento, pela Emissora, de obrigações assumidas por meio de contratos financeiros podem<br />

acarretar o vencimento antecipado de suas dívidas.<br />

Alguns contratos financeiros da Emissora estabelecem diversas obrigações de manutenção de índices de<br />

endividamento, capitalização e cobertura da dívida. Não há como garantir que a Companhia atingirá todos os<br />

índices contratados <strong>no</strong> futuro, o que poderá gerar o vencimento antecipado de suas dívidas e, igualmente,<br />

afetar, de forma substancial e negativa, a condição financeira da Emissora.<br />

A Emissora pode enfrentar crescente concorrência que pode afetar adversamente sua participação de<br />

mercado, em virtude da perda de Consumidores Livres e, conseqüentemente, sua receita.<br />

A Emissora detém concessão para distribuir energia elétrica em 28 municípios <strong>no</strong> Estado de São Paulo.<br />

Dentro da sua área de concessão, a Emissora não enfrenta competição na distribuição de energia elétrica a<br />

clientes residenciais, comerciais e industriais com suprimento em baixa tensão. Em vista da legislação<br />

aprovada em 1995, 1998 e 2004, entretanto, outros fornecedores podem oferecer energia elétrica a certos<br />

consumidores de grande porte, que atendam às exigências legais para se qualificar como Consumidores<br />

Livres. Consumidores Livres são aqueles cuja demanda é igual ou superior a 3 MW em níveis de tensão<br />

iguais ou superiores a 69 kV ou, <strong>no</strong> caso de <strong>no</strong>vos consumidores que entraram <strong>no</strong> mercado a partir de julho de<br />

1995, aqueles cuja demanda é igual ou superior a 3 MW em qualquer nível de tensão. Os eventuais<br />

concorrentes da Emissora podem vir a oferecer a esses consumidores energia elétrica a preços me<strong>no</strong>res do que<br />

os cobrados atualmente pela Companhia.<br />

51


Esses consumidores, principalmente consumidores industriais, operam em diversos segmentos, incluindo os<br />

químicos, minerais não ferrosos, alimentos, bebidas e papéis. Caso se tornem Consumidores Livres, pagarão<br />

pelo uso do sistema de distribuição da Emissora, por meio do pagamento da tarifa de uso de seu sistema de<br />

distribuição (“TUSD”), e que representam 4.306.574 MW médios e 31,3% do seu mercado total.<br />

Além disso, a Emissora pode perder consumidores na faixa de demanda entre 500 kW e 3000 kW. Esses<br />

consumidores podem optar por obter suprimento de fontes alternativas tais como energia eólica, PCHs e<br />

biomassa, com direito a descontos nas tarifas de transmissão e distribuição de pelo me<strong>no</strong>s 50%.<br />

A perda de clientes para outros fornecedores que atendam a Consumidores Livres na área de concessão da<br />

Emissora pode afetar adversamente sua participação de mercado.<br />

Não obstante a redução da receita da Emissora com a eventual migração de consumidores para o mercado<br />

livre, a Emissora continuará a receber desses consumidores a TUSD, independentemente de quem lhes<br />

vendam energia elétrica. Todavia, o risco de perda desses consumidores para o mercado livre pode também<br />

ser agravado caso esses consumidores tornem-se auto-produtores de energia elétrica, com a instalação da<br />

fonte de geração dentro de sua área privada, hipótese na qual a Emissora, além de perder a receita decorrente<br />

do fornecimento de energia elétrica a esses consumidores, também perderia a receita decorrente da TUSD.<br />

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico obrigará a Emissora a mudar a forma como compra a sua<br />

energia, o que pode afetar adversamente a sua lucratividade e os seus fluxos de caixa.<br />

Sob a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, a Emissora somente pode adquirir energia por meio de processo<br />

de licitação promovido <strong>no</strong> ACR da CCEE, sendo vedadas <strong>no</strong>vas compras de energia elétrica diretamente de<br />

partes relacionadas, o chamado self dealing.<br />

Assim, as distribuidoras serão obrigadas a comprar energia <strong>no</strong> mercado regulado, podendo, eventualmente,<br />

adquiri-la por preço superior ao praticado por suas partes relacionadas ou aos preços dos Contratos Iniciais,<br />

que foram extintos em dezembro de 2005, o que poderá afetar negativamente a estrutura de custos das<br />

empresas distribuidoras, inclusive a da Emissora.<br />

A Companhia atua num setor sujeito à redução de resultado em decorrência do aumento <strong>no</strong>s atrasos e<br />

inadimplência de seus clientes.<br />

Em 31 de dezembro de 2005, o saldo total das faturas de consumo de energia elétrica vencidas e não pagas<br />

pelos clientes da Emissora era de aproximadamente R$ 106.102 mil ou 4,42% em relação ao total do<br />

fornecimento faturado dos 12 últimos meses anteriores a tal data, dos quais R$ 38.966 mil encontravam-se<br />

vencidos há mais de 90 dias. Do total dos valores vencidos e não pagos em 31 de dezembro de 2005, 86,29%<br />

referiam-se ao setor privado e 13,71% ao setor público.<br />

52


Não obstante os esforços expendidos na adoção de programas de incentivo ao pagamento pontual das faturas<br />

de consumo de energia elétrica, a Emissora não pode assegurar que conseguirá implementar todas as medidas<br />

necessárias à redução do inadimplemento, nem tampouco que tais medidas garantiriam a redução da<br />

inadimplência. A manutenção ou aumento dos índices de inadimplência pode afetar o resultado da Emissora.<br />

As obrigações da Companhia relativas a fundos de pensão podem ser maiores do que a Companhia estima<br />

atualmente e, como resultado, pode ser que seja obrigada a fazer contribuições adicionais aos pla<strong>no</strong>s de<br />

pensão dos seus funcionários.<br />

Em 31 de dezembro de 2005, as obrigações da Bandeirante decorrentes de seus pla<strong>no</strong>s de pensão totalizaram<br />

R$ 16.819 mil. Se os pressupostos atuariais que a Companhia adotou mostrarem-se incorretos, ou em caso de<br />

reduções nas taxas de juros por longos períodos de tempo, reduções dos valores de mercado dos títulos<br />

mantidos pelos pla<strong>no</strong>s ou de outras adversidades, o déficit atuarial dos seus pla<strong>no</strong>s pode aumentar<br />

substancialmente, afetando, com isso, as previsões de tempo e aumentando o nível das contribuições em<br />

dinheiro que a Companhia precisa fazer aos pla<strong>no</strong>s dos seus funcionários, podendo impactar negativamente<br />

<strong>no</strong> resultado da Companhia.<br />

A Emissora é parte em diversos processos administrativos e judiciais que, caso decididos contrariamente à<br />

Emissora, podem ter um impacto negativo em seus resultados e condição financeira.<br />

Atualmente, a Emissora é parte em diversos processos administrativos e judiciais, de natureza cível,<br />

previdenciária, trabalhista e fiscal, decorrentes do exercício regular de suas atividades. Em 31 de dezembro de<br />

2005, as provisões atualizadas da Emissora para tais contingências totalizavam cerca de R$ 105.377. Caso o<br />

valor total dessas provisões não seja suficiente para fazer frente às contingências que se tornem exigíveis, os<br />

resultados da Emissora podem ser afetados negativamente, além de poder resultar em impacto adverso<br />

relevante <strong>no</strong>s negócios e na capacidade de geração de caixa da Emissora.<br />

O não atendimento do padrão de serviços estabelecido pela ANEEL poderá sujeitar a Emissora a<br />

penalidades.<br />

Os indicadores técnicos relativos a padrões de serviços e atendimento que devem ser observados pela<br />

Emissora constantes dos Contratos de Concessão e fixados pela ANEEL são objeto de constante<br />

aperfeiçoamento, <strong>no</strong>s períodos de adaptação, transição e finalmente aplicação desses indicadores. Caso a<br />

Emissora não atenda aos padrões estabelecidos, estará sujeita a penalidades que vão desde advertência ou<br />

multa pecuniária até caducidade da respectiva concessão, <strong>no</strong>s casos de reincidência continuada <strong>no</strong><br />

descumprimento dos indicadores. Ademais, o completo atendimento desses padrões de serviços é requisito<br />

essencial para a re<strong>no</strong>vação das concessões <strong>no</strong>s termos da Lei de Concessões. Caso a Companhia viole os<br />

indicadores de qualidade para ela estabelecidos e venha a sofrer reincidentes penalidades, a sua condição<br />

financeira e os seus resultados poderão ser adversamente afetados.<br />

53


Se a Companhia não conseguir controlar as perdas de energia, os seus resultados operacionais e a sua<br />

situação financeira poderão ser prejudicados.<br />

A Companhia experimenta dois tipos de perda de energia: perdas técnicas e perdas comerciais. As perdas<br />

técnicas acontecem <strong>no</strong> curso <strong>no</strong>rmal da sua distribuição de eletricidade, já que parte da eletricidade que<br />

distribui inevitavelmente se dissipa <strong>no</strong> curso da distribuição. As perdas comerciais são o resultado de<br />

conexões ilegais, fraudes, erro na medição de consumo e de faturamento. O total das perdas (técnicas e<br />

comerciais) como porcentagem da energia total distribuída em 2004 e 2005 representou, respectivamente,<br />

9,2% e 10,5% na Bandeirante. Além disso, medidas governamentais futuras em reposta a eventual escassez de<br />

energia, tais como a imposição de limites ao consumo de energia implementada por meio do programa de<br />

racionamento em 2001, podem resultar em aumentos nas perdas de energia, uma vez que alguns<br />

consumidores tentam burlar tais limites por meio de conexões ilegais, roubo e fraude, como ocorrido em<br />

2001. Como a Companhia não pode repassar aos seus clientes a totalidade dos custos com perdas por meio de<br />

aumentos de tarifa, aumentos nas perdas podem afetar negativamente a situação financeira da Companhia e os<br />

seus resultados operacionais.<br />

Os seguros que a Companhia mantém podem não prover a cobertura completa dos riscos a que está sujeita<br />

em razão da sua responsabilidade objetiva.<br />

A Companhia, na qualidade de prestadora de serviços públicos, tem responsabilidade objetiva por da<strong>no</strong>s<br />

diretos e indiretos decorrentes da prestação de serviços de distribuição de energia elétrica, tais como<br />

interrupções abruptas <strong>no</strong> suprimento e variações de voltagem. Em linhas gerais isso significa que basta a<br />

demonstração do da<strong>no</strong>, ou seja, independe da comprovação de culpa dos agentes. Além disso, a Companhia<br />

pode ser responsabilizada por até 100% das perdas e da<strong>no</strong>s causados a terceiros em decorrência de<br />

interrupções ou distúrbios que não forem atribuíveis a um integrante identificado do ONS. A ocorrência de<br />

perdas ou demais responsabilidades que não estejam cobertas por seguro ou que excedam os limites de seguro<br />

da Companhia poderão acarretar significativos custos adicionais não previstos, impactando negativamente os<br />

resultados da Companhia.<br />

Além disso, de uma forma geral, os seguros da Companhia são contratados de acordo com as políticas<br />

adotadas pelo Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>. A Companhia não pode garantir que os seguros contratados para os<br />

próximos a<strong>no</strong>s manterão o mesmo nível de cobertura atual. Assim, na hipótese das políticas de administração<br />

de risco adotadas pelo Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> <strong>no</strong> futuro orientarem a Companhia para contratação de<br />

seguros em níveis inferiores aos atuais, é possível que a ocorrência de da<strong>no</strong>s ou prejuízos a serem custeados a<br />

partir de tais seguros impacte adversamente o fluxo de caixa e os resultados da Companhia.<br />

Para informações sobre os seguros da Companhia ver Seção “Atividades da Emissora – Seguros” deste<br />

<strong>Prospecto</strong>.<br />

54


Os equipamentos, instalações e operações da Emissora estão sujeitos a vários regulamentos ambientais e<br />

de saúde que podem se tornar mais rígidos <strong>no</strong> futuro e resultar em maiores obrigações e maiores<br />

investimentos de capital.<br />

As atividades de distribuição estão sujeitas a abrangente legislação federal e estadual e à supervisão pelas agências<br />

governamentais brasileiras responsáveis pela implementação de leis e políticas ambientais e de saúde. Essas<br />

agências podem tomar medidas coercitivas contra a Companhia por i<strong>no</strong>bservância de seus regulamentos. Tais<br />

medidas podem incluir, entre outras, a imposição de multas e revogação de licenças. Regulamentos ambientais e de<br />

saúde mais rigorosos podem forçar a Emissora a destinar investimentos de capital para o seu atendimento e, em<br />

conseqüência, alterar a destinação de recursos de investimentos planejados. Tais alterações poderiam ter efeito<br />

adverso relevante sobre a condição financeira e sobre os resultados das operações da Emissora.<br />

Além disso, a i<strong>no</strong>bservância, pela Emissora, das leis, regulamentos e termos de ajustamento de conduta<br />

ambientais pode acarretar, além da obrigação de reparação de da<strong>no</strong>s que eventualmente sejam causados, a<br />

aplicação de sanções de natureza penal e administrativa, podendo também incluir a perda ou restrição de<br />

incentivos fiscais e o cancelamento e a suspensão de linhas de financiamento de estabelecimentos oficiais de<br />

crédito, bem como a proibição de contratar com o poder público, podendo ter impacto negativo nas receitas da<br />

Emissora ou, ainda, inviabilizar a captação de recursos junto ao mercado financeiro.<br />

Sem prejuízo do disposto acima, a i<strong>no</strong>bservância pela Emissora das leis, regulamentos, termos de ajustamento de<br />

conduta ou acordos judiciais poderá causar impacto adverso relevante na imagem, na receita e <strong>no</strong> resultado da<br />

Emissora.<br />

Riscos Relacionados à Oferta<br />

As obrigações da Emissora constantes na Escritura de Emissão estão sujeitas a hipóteses de vencimento<br />

antecipado.<br />

Caso ocorra a declaração do vencimento antecipado das Debêntures, todas as obrigações objeto da Escritura de<br />

Emissão deverão ser declaradas antecipadamente vencidas e deverá ocorrer o imediato pagamento, pela Emissora do<br />

saldo do Valor Nominal Unitário, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis. Neste caso, a Emissora<br />

poderá ter dificuldades em obter recursos financeiros suficientes para realizar o pagamento das Debêntures.<br />

Súmula 176 do Superior Tribunal de Justiça.<br />

O Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula nº 176, declarando ser “nula a cláusula contratual que sujeita<br />

o devedor à taxa de juros divulgada pela ANBID/CETIP”. As Debêntures serão remuneradas com referência<br />

à taxa paga aos Depósitos Interbancários – DI, divulgada diariamente pela CETIP. Apesar da referida súmula<br />

não vincular as decisões do Poder Judiciário, existe a possibilidade de, numa eventual disputa judicial, a<br />

validade da estipulação da Taxa DI ser questionada.<br />

55


Eventual rebaixamento na classificação de risco da Oferta poderá acarretar redução de liquidez das<br />

Debêntures para negociação <strong>no</strong> mercado secundário.<br />

Para se realizar uma classificação de risco (rating), certos fatores relativos à Emissora são levados em<br />

consideração, tais como sua condição financeira, administração e desempenho. São analisadas, também,<br />

características das Ofertas e das Debêntures, assim como as obrigações assumidas pela Emissora e os fatores<br />

político-econômicos que podem afetar a condição financeira da Emissora. Dessa forma, as avaliações<br />

representam uma opinião quanto às condições da Emissora de honrar seus compromissos financeiros, tais<br />

como pagamento do principal e juros <strong>no</strong> prazo estipulado. Um eventual rebaixamento em classificações de<br />

risco obtidas com relação à Oferta durante a vigência das Debêntures poderá afetar negativamente o preço<br />

desses valores mobiliários e sua negociação <strong>no</strong> mercado secundário.<br />

Adicionalmente, alguns dos principais investidores que adquirem valores mobiliários por meio de ofertas<br />

públicas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> (tais como entidades de previdência complementar) estão sujeitos a regulamentações<br />

específicas que condicionam seus investimentos em valores mobiliários a determinadas classificações de<br />

risco. Assim, o rebaixamento de classificações de risco obtidas com relação às Debêntures pode obrigar esses<br />

investidores a alienar suas Debêntures <strong>no</strong> mercado secundário, podendo vir a afetar negativamente o preço<br />

dessas Debêntures e sua negociação <strong>no</strong> mercado secundário.<br />

A baixa liquidez do mercado secundário brasileiro para negociação de debêntures poderá dificultar a<br />

venda das Debêntures.<br />

O mercado secundário existente <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> para negociação de debêntures apresenta historicamente baixa<br />

liquidez, e não há nenhuma garantia de que existirá <strong>no</strong> futuro um mercado para negociação das Debêntures<br />

que permita aos seus subscritores sua alienação caso estes assim decidam. Dessa forma, os titulares de<br />

Debêntures podem ter dificuldade em realizar a venda das Debêntures <strong>no</strong> mercado secundário.<br />

Informações Acerca do Futuro da Bandeirante.<br />

Este <strong>Prospecto</strong> contém informações acerca das perspectivas do futuro da Bandeirante que refletem as opiniões<br />

da Emissora em relação a desenvolvimentos futuros e que, como em qualquer atividade econômica, envolvem<br />

riscos e incertezas. Embora a Emissora acredite que as informações acerca das perspectivas do seu futuro<br />

sejam baseadas em convicções e expectativas razoáveis, não pode haver garantia de que o desempenho futuro<br />

seja consistente com essas informações. Os eventos futuros poderão diferir sensivelmente das tendências aqui<br />

indicadas, dependendo de vários fatores discutidos nesta Seção “Fatores de Risco” e em outras seções deste<br />

<strong>Prospecto</strong>. Os potenciais investidores são advertidos a examinar com toda a cautela e diligência as<br />

informações acerca do futuro da Emissora e não tomar decisões de investimento unicamente baseados em<br />

previsões futuras ou expectativas. A Bandeirante não assume nenhuma obrigação de atualizar ou revisar<br />

qualquer informação acerca das perspectivas de seu futuro.<br />

56


DESTINAÇÃO DE RECURSOS<br />

Os recursos a serem captados na distribuição das Debêntures serão destinados ao pagamento, total ou parcial,<br />

de empréstimos de curto prazo, incluindo ajustes de swap cambial, contraídos com várias instituições<br />

financeiras, e amortizações <strong>no</strong> curto prazo em empréstimos de longo prazo, a serem realizadas ao longo do<br />

a<strong>no</strong> de 2006, entre elas: a) amortizações parciais de empréstimo do BID (com participação de consórcio de<br />

bancos brasileiros, portugueses e espanhóis), em dólares, com juros de Libor + 4% a 4,375% ao a<strong>no</strong>; b)<br />

liquidação de empréstimo com recursos repassados do Deutsche Investitions und Entiwicklungsgesellschaft,<br />

em dólares, com juros de 9,5% ao a<strong>no</strong>; e c) amortizações parciais de empréstimos com recursos do BNDES,<br />

na modalidade Finame, com juros de 3,35% a 5% acima da TJLP (vide Seção “Atividades da Emissora –<br />

Contratos Relevantes – Contratos Financeiros”).<br />

A tabela abaixo indica a distribuição dos recursos destinados ao pagamento de dívidas de curto prazo:<br />

%<br />

Dívidas de Curto Prazo 97,0%<br />

Contas Garantidas (1) 60,4%<br />

DEG (2) 1,2%<br />

BID (3) 19,9%<br />

BNDES - FINAME (4) 1,7%<br />

Ajuste de Swap 13,9%<br />

(1) Diversos Bancos.<br />

(2) Banco Itau BBA.<br />

(3) Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento e consórcio de Bancos.<br />

(4) Banco Nacional de Desenvolvimento Social.<br />

Eventual saldo remanescente será utilizado para a recomposição de caixa da Emissora.<br />

57


CAPITALIZAÇÃO<br />

A tabela a seguir exibe o endividamento da Emissora e sua capitalização total <strong>no</strong> período encerrado em 31 de<br />

dezembro de 2005, conforme ajustado para descrever o efeito pro forma da Emissão:<br />

dezembro/05<br />

% sobre<br />

Capitalização<br />

Total<br />

58<br />

pro forma<br />

dezembro/05<br />

% sobre<br />

Capitalização<br />

Total<br />

Dívidas de Curto Prazo 398.028 28,1% 156.028 11,0%<br />

Dívidas de Longo Prazo 330.052 23,3% 330.052 23,2%<br />

Debêntures 250.000 17,6%<br />

Total do Endividamento 728.080 51,5% 736.080 51,8%<br />

Patrimônio Líquido 686.069 48,5% 686.069 48,2%<br />

Capitalização Total 1.414.149 100,0% 1.422.149 100,0%


4. SITUAÇÃO FINANCEIRA E INFORMAÇÕES SOBRE A EMISSORA<br />

• Informações Financeiras Selecionadas<br />

• Análise e Discussão da Administração sobre a Situação Financeira e os Resultados Operacionais da<br />

Emissora<br />

• Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />

• Histórico da Emissora<br />

• Estrutura Organizacional e Principais Acionistas<br />

• Atividades da Emissora<br />

• Propriedades, Plantas e Equipamentos<br />

• Recursos Huma<strong>no</strong>s<br />

• Descrição do Capital Social e Dividendos<br />

• Práticas de Governança Corporativa<br />

• Políticas de Responsabilidade Social, Patrocínio e Incentivo Cultural<br />

• Administração<br />

• Informações Sobre Títulos e Valores Mobiliários Emitidos pela Companhia<br />

• Contingências Judiciais e Administrativas<br />

• Operações com Partes Relacionadas<br />

59


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

60


INFORMAÇÕES FINANCEIRAS SELECIONADAS<br />

O potencial investidor deve ler esta seção juntamente com as Demonstrações Financeiras da Emissora, que<br />

seguem anexas a este <strong>Prospecto</strong>, e com todas as demais informações que estão descritas neste <strong>Prospecto</strong>,<br />

antes de tomar uma decisão de investimento nas Debêntures.<br />

Os quadros a seguir exibem informações financeiras da Emissora. Essas informações originaram-se das<br />

demonstrações financeiras da Emissora relacionadas aos respectivos períodos indicados, elaboradas de acordo<br />

com a legislação societária. As demonstrações financeiras dos exercícios encerrados em 31 de dezembro de<br />

2003, 2004 e 2005 foram auditadas e revisadas pelos Auditores Independentes. As informações ora<br />

apresentadas deverão ser analisadas <strong>no</strong> contexto das demonstrações financeiras da Emissora, que são parte<br />

integrante do presente <strong>Prospecto</strong>.<br />

61


Balanço Patrimonial – 31 de dezembro de 2003, 2004 e 2005<br />

ATIVO (em R$ mil) Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de Var. Var.<br />

2003 (%) 2004 (%) 2005 (%)<br />

04/03<br />

(%)<br />

05/04<br />

(%)<br />

Ativo Circulante 641.551 28,6 699.442 29,6 630.846 29,5 9,0 (9,8)<br />

Disponibilidades 48.517 2,2 12.652 0,5 20.281 0,9 (73,9) 60,3<br />

Consumidores e Concessionárias 455.737 20,3 530.861 22,5 405.916 19,0 16,5 (23,5)<br />

Impostos e contribuições sociais<br />

compensáveis<br />

65.218 2,9 28.303 1,2<br />

61.317 2,9 (56,6) 116,6<br />

Impostos e contribuições sociais<br />

diferidos<br />

44.894 2,0 35.754 1,5<br />

39.621 1,9 (20,4) 10,8<br />

Despesas pagas antecipadamente 3.437 0,2 74.551 3,2 66.477 3,1 2.069,1 (10,8)<br />

Outros Créditos 23.748 1,1 17.321 0,7 37.234 1,7 (27,1) 115,0<br />

Ativo Realizável a Longo Prazo 766.858 34,1 807.649 34,2 638.674 29,9 5,3 (20,9)<br />

Consumidores e Concessionárias 253.752 11,3 204.553 8,7 109.107 5,1 (19,4) (46,7)<br />

Impostos e contribuições sociais<br />

diferidos<br />

331.200 14,7 350.254 14,8<br />

322.592 15,1 5,8 (7,9)<br />

Despesas pagas antecipadamente 146.681 6,5 210.961 8,9 169.537 7,9 43,8 (19,6)<br />

Outros Créditos 35.225 1,6 41.881 1,8 37.438 1,8 18,9 (10,6)<br />

Ativo Permanente 837.239 37,3 856.117 36,2 869.125 40,6 2,3 1,5<br />

Investimentos 673 0,0 673 0,0 681 0,0 - 1,2<br />

Imobilizado 836.566 37,3 855.444 36,2 868.444 40,6 2,3 1,5<br />

Total do Ativo 2.245.648 100,0 2.363.208 100,0 2.138.645 100,0 5,2 (9,5)<br />

PASSIVO (em R$ mil) Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de<br />

2003 (%) 2004 (%) 2005 (%)<br />

Var.<br />

04/03<br />

(%)<br />

Var.<br />

05/04<br />

(%)<br />

Passivo Circulante 922.711 41,1 752.966 31,9 897.044 41,9 (18,4) 19,1<br />

Fornecedores 216.063 9,6 211.734 9,0 207.022 9,7 (2,0) (2,2)<br />

Encargos de dívidas 12.826 0,6 4.364 0,2 6.386 0,3 (66,0) 46,3<br />

Empréstimos e Financiamentos 366.803 16,3 172.862 7,3 391.642 18,3 (52,9) 126,6<br />

Impostos e contribuições sociais<br />

correntes<br />

109.500 4,9 112.521 4,8<br />

74.608 3,5<br />

2,8<br />

(33,7)<br />

Dividendos 23.588 1,1 19.498 0,8 26.612 1,2 (17,3) 36,5<br />

Partes Relacionadas 130.973 5,8 148.729 6,3 1.927 0,1 13,6 (98,7)<br />

Devolução tarifária - - - - 75.573 3,5 - 100<br />

Outros 62.958 2,8 83.258 3,5 113.274 5,3 32,2 36,1<br />

Passivo Exigível a longo prazo 664.586 29,6 910.910 38,5 555.532 26,0 37,1 (39,0)<br />

Fornecedores 71.563 3,2 65.569 2,8 1.656 0,1 (8,4) (97,5)<br />

Encargos de dívidas - - 37 0,0 - - - (100,0)<br />

Empréstimos e Financiamentos 213.392 9,5 530.741 22,5 330.052 15,4 148,7 (37,8)<br />

Provisões para Contingências 84.580 3,8 88.869 3,8 103.878 4,9 5,1 16,9<br />

Benefícios pós emprego 91.614 4,1 92.569 3,9 88.157 4,1 1,0 (4,8)<br />

Devolução tarifária - - 64.678 2,7 - - - (100,0)<br />

Partes Relacionadas 130.973 5,8 - - - - (100,0) -<br />

Outros 72.464 3,2 68.447 2,9 31.789 1,5 (5,5) (53,6)<br />

Patrimônio Líquido 658.351 29,3 699.332 29,6 686.069 32,1 6,2 (1,9)<br />

Capital Social 254.628 11,3 254.628 10,8 254.628 11,9 - -<br />

Reservas de Capital 334.728 14,9 334.728 14,2 334.728 15,7 - -<br />

Reservas de Lucros 68.995 3,1 109.976 4,7 96.713 4,5 59,4 (12,1)<br />

Total do Passivo e Patrimônio Líquido 2.245.648 100,0 2.363.208 100,0 2.138.645 100,0 5,2 (9,5)<br />

62


Demonstração do Resultado – em 31 de dezembro de 2003, 2004 e 2005<br />

Exercício encerrado em 31 de dezembro de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 % 2004 % 2005 %<br />

Receita Operacional<br />

Fornecimento de energia elétrica 2.193.306 129,4 2.343.905 128,6 2.351.001 119,0 6,9 0,3<br />

Suprimento de energia elétrica 13.992 0,8 658 0,0 5.909 0,3 (95,3) 798,0<br />

Outras receitas operacionais 58.632 3,5 164.438 9,0 311.014 15,7 180,5 89,1<br />

2.265.930 133,6 2.509.001 137,6 2.667.924 135,0 10,7 6,3<br />

Dedução da Receita Operacional<br />

Quota para reserva global de reversão (15.614) (0,9) (18.153) (1,0) (15.664) (0,8) 16,3 (13,7)<br />

Encargo de capacidade emergencial (68.168) (4,0) (98.465) (5,4) (61.204) (3,1) 44,4 (37,8)<br />

Impostos e contribuições sobre a receita (486.622) (28,7) (569.577) (31,2) (614.668) (31,1) 17,0 7,9<br />

(570.404) (33,6) (686.195) (37,6) (691.536) (35,0) 20,3 0,8<br />

Receita operacional líquida 1.695.526 100,0 1.822.806 100,0 1.976.388 100,0 7,5 8,4<br />

Custo com energia elétrica<br />

Energia elétrica comprada para (962.948) (56,8) (837.804) (46,0) (805.568) (40,8) (13,0) (3,8)<br />

Energia livre 3.803 0,2 (15.187) (0,8) - - n.a. (100,0)<br />

Encargos de Uso da Rede Elétrica (186.301) (11,0) (243.432) (13,4) (351.380) (17,8) 30,7 44,3<br />

(1.145.446) (67,6) (1.096.42 (60,2) (1.156.948) (58,5) (4,3) 5,5<br />

Custo de operação<br />

Pessoal (55.505) (3,3) (44.189) (2,4) (58.500) (3,0) (20,4) 32,4<br />

Materiais e serviços de terceiros (21.467) (1,3) (23.086) (1,3) (27.537) (1,4) 7,5 19,3<br />

Depreciações e amortizações (68.073) (4,0) (81.190) (4,5) (87.777) (4,4) 19,3 8,1<br />

Subvenções – CCC e CDE (87.552) (5,2) (141.219) (7,7) (247.557) (12,5) 61,3 75,3<br />

Taxa de fiscalização (1.629) (0,1) (3.202) (0,2) (4.315) (0,2) 96,6 34,8<br />

Tributos (1.414) (0,1) (2.590) (0,1) (1.704) (0,1) 83,2 (34,2)<br />

Outros custos de operação (18.374) (1,1) (18.760) (1,0) (14.365) (0,7) 2,1 (23,4)<br />

(254.014) (15,0) (314.236) (17,2) (441.755) (22,4) 23,7<br />

Total do custo do serviço de energia (1.399.460) (82,5) (1.410.65 (77,4) (1.598.703) (80,9) 0,8 13,3<br />

Custo do serviço prestado a terceiros (1.048) (0,1) (232) 0,0 (80) 0,0 (77,9) n.a.<br />

Lucro operacional bruto 295.018 17,4 411.915 22,6 377.765 19,1 39,6 (8,3)<br />

Despesas com vendas (25.288) (1,5) (50.600) (2,8) (46.866) (2,4) 100,1 (7,4)<br />

Despesas gerais e administrativas (94.527) (5,6) (106.266) (5,8) (131.025) (6,6) 12,4 23,3<br />

Depreciações e amortizações (4.750) (0,3) (3.316) (0,2) (2.907) (0,1) -30,2 (12,3)<br />

Outras despesas operacionais, líquidas (1.724) (0,1) (4.366) (0,2) (12.821) (0,6) 153,2<br />

(126.289) (7,4) (164.548) (9,0) (193.619) (9,8) 30,3 17,7<br />

Resultado do serviço 168.729 10,0 247.367 13,6 184.146 9,3 46,6 (25,6)<br />

Resultado financeiro líquido (67.524) (4,0) (113.632) (6,2) (175.316) (8,9) 68,3 54,3<br />

Lucro operacional 101.205 6,0 133.735 7,3 8.830 0,4 32,1<br />

Resultado não operacional 980 0,1 162 0,0 1.391 0,1 (83,5) 758,6<br />

Lucro antes do imposto de renda e da<br />

contribuição social<br />

102.185 6,0 133.897 7,3 10.221 0,5 31,0 (92,4)<br />

Provisão para imposto de renda e (32.151) (1,9) (65.831) (3,6) (35.694) (1,8) 104,8 (45,8)<br />

Imposto de renda e contribuição social (5.680) (0,3) 10.624 0,6 36.499 1,8 n.a. 243,6<br />

Lucro líquido antes da reversão dos<br />

juros sobre capital próprio<br />

64.354 3,8 78.690 4,3 11.026 0,6 22,3 (86,0)<br />

Reversão dos juros sobre capital próprio - - 51.128 2,8 30.394 1,5 - -<br />

Lucro líquido do exercício 64.354 3,8 129.818 7,1 41.420 2,1 101,7 (68,1)<br />

63<br />

Var.<br />

04/03<br />

%<br />

Var.<br />

05/04<br />

%


ANÁLISE E DISCUSSÃO DA ADMINISTRAÇÃO SOBRE A SITUAÇÃO FINANCEIRA E OS RESULTADOS<br />

OPERACIONAIS DA EMISSORA<br />

A análise e discussão da administração sobre a situação financeira e o resultado das operações a seguir deve ser<br />

lida em conjunto com as demonstrações financeiras e respectivas <strong>no</strong>tas explicativas incluídas neste <strong>Prospecto</strong>. As<br />

demonstrações financeiras constantes do presente <strong>Prospecto</strong> foram elaboradas em conformidade com as práticas<br />

contábeis emanadas da legislação societária brasileira e <strong>no</strong>rmas complementares editadas pela CVM, que não<br />

prevêem o reconhecimento dos efeitos inflacionários a partir de 1º de janeiro de 1996.<br />

Ambiente Econômico <strong>Brasil</strong>eiro<br />

O a<strong>no</strong> de 2005 foi caracterizado pela estabilidade dos principais indicadores macroeconômicos brasileiros.<br />

Em relação às contas externas, o <strong>Brasil</strong> continuou a apresentar um cenário positivo, com superávit comercial<br />

recorde de US$ 44,8 bilhões e saldo de transações correntes de US$ 14,2 bilhões. Além disso, a manutenção<br />

do quadro de alta liquidez <strong>no</strong> mercado internacional e o aumento de confiança dos investidores <strong>no</strong> país, entre<br />

outros fatores, explicam a apreciação do real em relação ao dólar.<br />

A taxa de inflação, medida pelo IPCA, atingiu 5,7%, mantendo a trajetória de queda apresentada desde 2003.<br />

O BACEN retomou a política de redução gradual da taxa de juros a partir de setembro, encerrando, em<br />

dezembro de 2005, em 18,0% ao a<strong>no</strong>.<br />

Estimativas preliminares indicam que o crescimento do PIB, em 2005, situe-se em tor<strong>no</strong> de 2,0% a 2,5%, ante<br />

4,9% <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Esse arrefecimento na atividade econômica pode ser creditado ao aperto monetário<br />

aplicado durante o a<strong>no</strong> – com elevadas taxas de juros –, à deterioração da atividade do setor agrícola e a um<br />

crescimento líquido das exportações me<strong>no</strong>r do que em 2004. A taxa de desemprego reduziu-se de 9,6%, em<br />

dezembro de 2004, para 8,3% em dezembro de 2005. A atividade agrícola foi afetada pela queda de preços de<br />

alguns produtos, pela quebra de safra devido a fatores climáticos e pela redução da taxa de câmbio. Esses<br />

fatores explicam um crescimento estimado inferior a 2,0% do PIB agropecuário.<br />

A produção industrial geral cresceu 3,1% <strong>no</strong> acumulado do a<strong>no</strong>, até <strong>no</strong>vembro de 2005, concentrada <strong>no</strong><br />

segmento de bens duráveis, beneficiada pelo aumento de crédito aos consumidores, especialmente na<br />

modalidade de crédito consignado. Além disso, o setor automobilístico produziu 10,7% mais que em 2004 e<br />

as exportações evoluíram 25,9%, graças principalmente aos mercados mexica<strong>no</strong> e argenti<strong>no</strong>.<br />

O desempenho da eco<strong>no</strong>mia brasileira afeta a demanda por energia elétrica e a inflação afeta as receitas, os<br />

custos e as margens da Emissora. O ambiente econômico brasileiro caracteriza-se por flutuações significativas<br />

das taxas de crescimento.<br />

A tabela a seguir apresenta a inflação, o produto inter<strong>no</strong> real e a desvalorização do real frente ao dólar em<br />

relação a 2005,2004 e 2003<br />

2003 2004 2005<br />

Inflação (IGPM) 8,70% 12,40% 1,22%<br />

Inflação (IPCA) 9,30% 7,60% 5,69%<br />

Crescimento (contração) do produto inter<strong>no</strong> bruto real 0,50% 4,90% 2,40%<br />

Taxa de câmbio do final do período – US$ 1,00 R$ 2,8892 R$ 2,6544 R$ 2,3407<br />

Desvalorização (valorização) do real frente ao dólar -18,2% -8,1% -11,8%<br />

Fontes: Fundação Getúlio Vargas, Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Geografia e Estatística e Banco Central.<br />

64


Comparação das Demonstrações Financeiras dos Exercícios Sociais Encerrados<br />

em 31 de dezembro de 2003 e 2004<br />

Principais alterações nas contas patrimoniais<br />

Balanço Patrimonial – 31 de dezembro de 2003 e 2004<br />

ATIVO (em R$ mil)<br />

Exercício Social encerrado em 31 de<br />

dezembro de<br />

Var.<br />

04/03<br />

2003 (%) 2004 (%) (%)<br />

Ativo Circulante 641.551 28,6 699.442 29,6 9,0<br />

Disponibilidades 48.517 2,2 12.652 0,5 (73,9)<br />

Consumidores e Concessionárias 455.737 20,3 530.861 22,5 16,5<br />

Impostos e contribuições sociais<br />

compensáveis<br />

65.218 2,9 28.303 1,2<br />

(56,6)<br />

Impostos e contribuições sociais diferidos 44.894 2,0 35.754 1,5 (20,4)<br />

Despesas pagas antecipadamente 3.437 0,2 74.551 3,2 2.069,1<br />

Outros Créditos 23.748 1,1 17.321 0,7 (27,1)<br />

Ativo Realizável a Longo Prazo 766.858 34,1 807.649 34,2 5,3<br />

Consumidores e Concessionárias 253.752 11,3 204.553 8,7 (19,4)<br />

Impostos e contribuições sociais diferidos 331.200 14,7 350.254 14,8 5,8<br />

Despesas pagas antecipadamente 146.681 6,5 210.961 8,9 43,8<br />

Outros Créditos 35.225 1,6 41.881 1,8 18,9<br />

Ativo Permanente 837.239 37,3 856.117 36,2 2,3<br />

Investimentos 673 0,0 673 0,0 -<br />

Imobilizado 836.566 37,3 855.444 36,2 2,3<br />

Total do Ativo 2.245.648 100,0 2.363.208 100,0 5,2<br />

PASSIVO (em R$ mil)<br />

65<br />

Exercício Social encerrado em 31 de<br />

dezembro de<br />

2003 (%) 2004 (%)<br />

Var.<br />

04/03<br />

(%)<br />

Passivo Circulante 922.711 41,1 752.966 31,9 (18,4)<br />

Fornecedores 216.063 9,6 211.734 9,0 (2,0)<br />

Encargos de dívidas 12.826 0,6 4.364 0,2 (66,0)<br />

Empréstimos e Financiamentos 366.803 16,3 172.862 7,3 (52,9)<br />

Impostos e contribuições sociais correntes 109.500 4,9 112.521 4,8 2,8<br />

Dividendos 23.588 1,1 19.498 0,8 (17,3)<br />

Partes Relacionadas 130.973 5,8 148.729 6,3 13,6<br />

Devolução tarifária - - - - -<br />

Outros 62.958 2,8 83.258 3,5 32,2<br />

Passivo Exigível a longo prazo 664.586 29,6 910.910 38,5 37,1<br />

Fornecedores 71.563 3,2 65.569 2,8 (8,4)<br />

Encargos de dívidas - - 37 0,0 -<br />

Empréstimos e Financiamentos 213.392 9,5 530.741 22,5 148,7<br />

Provisões para Contingências 84.580 3,8 88.869 3,8 5,1<br />

Benefícios pós emprego 91.614 4,1 92.569 3,9 1,0<br />

Devolução tarifária - - 64.678 2,7 -<br />

Partes Relacionadas 130.973 5,8 - - (100,0)<br />

Outros 72.464 3,2 68.447 2,9 (5,5)<br />

Patrimônio Líquido 658.351 29,3 699.332 29,6 6,2<br />

Capital Social 254.628 11,3 254.628 10,8 -<br />

Reservas de Capital 334.728 14,9 334.728 14,2 -<br />

Reservas de Lucros 68.995 3,1 109.976 4,7 59,4<br />

Total do Passivo e Patrimônio Líquido 2.245.648 100,0 2.363.208 100,0 5,2


Ativo<br />

Circulante<br />

Consumidores e concessionários. A conta de consumidores e concessionários passou de R$ 455,7 milhões em<br />

2003 para R$ 530,9 milhões em 2004, apresentando um aumento de R$ 75,1 milhões. A principal causa desta<br />

variação foi o reajuste tarifário de 15,95% ocorrido em outubro de 2004 que, associado ao crescimento de<br />

mercado, resultou <strong>no</strong> aumento desta rubrica de 16,5%.<br />

Despesas pagas antecipadamente. As despesas pagas antecipadamente apresentaram um aumento de R$ 71,1<br />

milhões atingindo o montante de R$ 74,6 milhões em 2004 enquanto que em 2003 o saldo era de R$ 3,4<br />

milhões. O principal saldo desta rubrica em 2004 era relacionado à Conta de Compensação de Variação de<br />

Custos da Parcela "A" – CVA, <strong>no</strong> montante de R$ 61,0 milhões, resultado da transferência do saldo da CVA<br />

constituída entre 24 de setembro de 2002 a 23 de outubro de 2003 do longo para o curto prazo pela<br />

postergação da recuperação desta CVA somente a partir do reajuste tarifário de outubro de 2004 e pela<br />

constituição da CVA do período entre 24 de setembro de 2003 e 23 de setembro de 2004, também a ser<br />

recuperada a partir de outubro de 2004.<br />

Realizável a Longo Prazo<br />

Consumidores e concessionários. A rubrica de consumidores e concessionários <strong>no</strong> realizável a longo prazo<br />

apresentou uma redução de R$ 49,2 milhões, atingindo o valor de R$ 204,6 milhões em 2004 contra R$ 253,8<br />

milhões em 2003. As principais causas desta redução foram a transferência para o curto prazo de valores de<br />

Recomposição de Receita e Energia Livre conforme projeção de recebimento dos ativos via recolhimento da<br />

RTE, parcialmente compensados pela atualização dos saldos dos ativos, e a baixa do valor de R$ 10,3 milhões<br />

referente ao diferimento do reajuste ordinário em razão da alteração da revisão tarifária provisória ocorrida<br />

em outubro de 2004 (vide Seção “Atividades da Emissora – Revisão Tarifária”).<br />

Despesas pagas antecipadamente. As despesas pagas antecipadamente apresentaram um aumento de R$ 64,3<br />

milhões atingindo o montante de R$ 211,0 milhões em 2004 enquanto que em 2003 o saldo era de R$ 146,7<br />

milhões. O principal saldo desta rubrica em 2004 era relacionado à Conta de Compensação de Variação de<br />

Custos da Parcela "A" – CVA, <strong>no</strong> montante de R$ 178,7 milhões, e com variação de R$ 32,1 milhões. As<br />

principais causas desta variação foram a apropriação da CVA do período entre 24 de setembro de 2004 a 31<br />

de dezembro de 2004 <strong>no</strong> montante de R$ 20,9 milhões, que será contemplada <strong>no</strong> reajuste de outubro de 2005,<br />

e a atualização monetária de R$ 17,7 milhões da CVA relativa ao a<strong>no</strong> de 2001, <strong>no</strong> âmbito da Recomposição<br />

Tarifária Extraordinária.<br />

66


Passivo<br />

Circulante<br />

Empréstimos e financiamentos. A parcela de curto prazo do endividamento da Companhia reduziu de R$<br />

366,8 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2003 para R$ 172,9 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004. Esta variação de R$ 193,9 milhões é<br />

originada basicamente da captação de longo prazo feita com o BID de US$ 100 milhões durante o a<strong>no</strong> de<br />

2004, financiamento este que possuía saldo de R$ 267,4 milhões em 31 de dezembro de 2004 e que foi<br />

utilizado para quitar dívidas da Companhia de curto prazo.<br />

Partes relacionadas. O saldo da rubrica partes relacionadas apresentou um aumento de R$ 17,8 milhões, de<br />

R$ 131,0 milhões em 2003 para R$ 148,7 milhões em 2004. O montante de R$ 10,6 milhões desta variação é<br />

representado por encargos a pagar junto à <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A., valor não existente em 2003, quando ocorreu a<br />

reestruturação da dívida, tornando o valor total a pagar <strong>no</strong>vo principal, a liquidar em 24 parcelas mensais e<br />

sucessivas.<br />

Exigível a Longo Prazo<br />

Empréstimos e financiamentos. O endividamento de longo prazo da Companhia aumentou R$ 317,3 milhões,<br />

de R$ 213,4 milhões em 2003 para R$ 530,7 milhões em 2004. Conforme justificativa apresentada <strong>no</strong><br />

endividamento de curto prazo, esta variação é explicada pelo ingresso dos valores referentes ao financiamento<br />

feito com o BID de US$ 100 milhões.<br />

Provisões para contingências. A rubrica provisões para contingências apresentou uma variação de R$ 4,3<br />

milhões, de R$ 84,6 milhões em 2003 para R$ 88,9 milhões em 2004. Este crescimento é reflexo tanto das<br />

atualizações monetárias sobre as provisões já constituídas quanto da reavalição dos processos antigos e da<br />

provisão sobre os <strong>no</strong>vos processos.<br />

Diferença de Reposicionamento Tarifário Provisório. A ANEEL, por meio da Resolução Homologatória nº<br />

243, de 18 de outubro de 2004, decidiu rever o reposicionamento tarifário provisório de 2003, de 18,08% para<br />

10,51% em função de revisão, pelo Órgão Regulador, da Base de Remuneração. Desse modo, foi registrado,<br />

em setembro de 2004, provisão <strong>no</strong> valor de R$ 64,7 milhões correspondente à diferença integral de receita<br />

entre tais reposicionamentos tarifários.<br />

Partes relacionadas. O saldo de R$ 131,0 milhões nesta rubrica em 2003, referente a endividamento junto à<br />

<strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A., foi transferido para o curto prazo em 2004 conforme cro<strong>no</strong>grama de amortização da<br />

dívidacom data final de pagamento em dezembro de 2005.<br />

67


Patrimônio Líquido<br />

O Patrimônio Líquido da Companhia aumentou de R$ 658,4 milhões em 2003 para R$ 699,3 milhões em<br />

2004, reflexo do lucro líquido registrado <strong>no</strong> período de R$ 129,8 milhões, dos quais R$ 6,5 milhões foram<br />

destinados à Reserva Legal, R$ 88,8 milhões à distribuição de dividendos e R$ 34,5 à reserva de retenção de<br />

lucros.<br />

Principais alterações nas contas de resultado<br />

68<br />

Exercício encerrado em 31 de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 % 2004 %<br />

Var.<br />

04/03<br />

%<br />

Receita Operacional 2.265.930 133,6 2.509.001 137,6 10,70<br />

Dedução da Receita Operacional (570.404) (33,60) (686.195) (37,60) 20,30<br />

Receita operacional líquida 1.695.526 100,0 1.822.806 100,0 7,50<br />

Custo com energia elétrica (1.145.446) (67,60) (1.096.423) (60,20) (4,30)<br />

Custo de operação (254.014) (15,00) (314.236) (17,20) 23,70<br />

Total do custo do serviço de energia elétrica (1.399.460) (82,50) (1.410.659) (77,40) 0,80<br />

Custo do serviço prestado a terceiros (1.048) (0,10) (232) 0,00 (77,90)<br />

Lucro operacional bruto 295.018 17,40 411.915 22,60 39,60<br />

Despesas Operacionais (126.289) (7,40) (164.548) (9,00) 30,30<br />

Resultado do serviço 168.729 10,00 247.367 13,60 46,60<br />

Resultado financeiro líquido (67.524) (4,00) (113.632) (6,20) 68,30<br />

Lucro operacional 101.205 6,00 133.735 7,30 32,10<br />

Resultado não operacional<br />

Lucro antes do imposto de renda e da<br />

980 0,10 162 0,00 (83,50)<br />

contribuição social 102.185 6,00 133.897 7,30 31,00<br />

Provisão para imposto de renda e contrib.social (32.151) (1,90) (65.831) (3,60) 104,8<br />

Imposto de renda e contribuição social diferidos<br />

Lucro líquido antes da reversão<br />

(5.680) (0,30) 10.624 0,60 -<br />

dos juros sobre capital próprio 64.354 3,80 78.690 4,30 22,30<br />

Reversão dos juros sobre capital próprio - - 51.128 2,80 -<br />

Lucro líquido do exercício 64.354 3,80 129.818 7,10 101,7<br />

Receita Operacional Bruta<br />

Exercício encerrado em 31 de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 % 2004 %<br />

Var.<br />

04/03<br />

%<br />

Receita Operacional<br />

Fornecimento de energia elétrica 2.193.306 96,8 2.343.905 93,4 6,9<br />

Suprimento de energia elétrica 13.992 0,6 658 0,0 (95,3)<br />

Outras receitas operacionais 58.632 2,6 164.438 6,6 180,5<br />

2.265.930 100,0 2.509.001 100,0 10,7


A receita operacional bruta cresceu 10,7%, atingindo R$ 2.509,0 milhões em 2004 frente aos R$ 2.265,9 milhões<br />

<strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. A variação positiva de R$ 243,1 milhões nas receitas operacionais brutas é composta pelo aumento<br />

de R$ 150,6 milhões na receita de fornecimento de energia elétrica e de R$ 105,8 milhões nas outras receitas<br />

operacionais, parcialmente compensada pela redução de R$ 13,3 milhões na receita de suprimento.<br />

Fornecimento de energia. A receita de fornecimento de energia elétrica aumentou 6,9%, atingindo R$ 2.343,9<br />

milhões em 2004 contra R$ 2.193,3 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Este crescimento decorre do aumento nas tarifas<br />

de fornecimento, conseqüência da revisão tarifária de 14,68% ocorrida em outubro de 2003 e do reajuste<br />

tarifário de 15,95% de outubro de 2004 (vide Seção “Atividades da Emissora – Revisão Tarifária” e<br />

“Atividades da Emissora – Reajustes Tarifários”). Este efeito mais do que compensou a redução <strong>no</strong> volume de<br />

energia de 7,6%, resultante da migração de clientes cativos para o regime de contratação livre, que totalizou<br />

8.812 GWh em 2004 contra 9.540 GWh em 2003. A variação na receita é composta principalmente de:<br />

• crescimento nas receitas decorrentes de clientes residenciais de 20,2% em 2004, atingindo R$ 884,5 milhões<br />

em 2004 frente aos R$ 735,6 milhões de 2003. Este crescimento é resultado do aumento médio de 12,3% nas<br />

tarifas e do crescimento <strong>no</strong> volume de energia de 7,1%, atingindo 2.283 GWh em 2004, reflexo do crescimento<br />

do país, da queda do índice de desemprego e do crescimento vegetativo do número de clientes;<br />

• redução na receita de fornecimento da classe industrial de 0,8%, com o montante de R$ 888,2 milhões em<br />

2004 frente aos R$ 895,7 milhões do a<strong>no</strong> anterior, resultado da redução <strong>no</strong> volume de energia de 16,7%,<br />

atingindo 4.355 GWh em 2004, que foi parcialmente compensada pelo aumento médio de 19,0% nas<br />

tarifas. Esta redução reflete a saída de alguns clientes para o regime de contratação livre, ressaltando-se<br />

que a saída de clientes cativos não afeta o resultado da Companhia, pois estes clientes continuam<br />

remunerando a prestação de serviço por meio da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição;<br />

• crescimento da receita de fornecimento de 17,1% na classe comercial, atingindo R$ 404,7 milhões em<br />

2004 frente aos R$ 345,7 milhões do a<strong>no</strong> anterior, influenciada pelo aumento médio na tarifa de 11,8% e<br />

<strong>no</strong> volume de energia de 4,7%, atingindo 1.235 GWh em 2004, resultado que se deve principalmente a<br />

investimentos efetuados em ampliação e modernização de instalações;<br />

• crescimento de 9,5% <strong>no</strong> período das receitas das demais classes, que atingiram R$ 209,6 milhões em<br />

2004 frente aos R$ 191,4 milhões do a<strong>no</strong> anterior, causado principalmente pelo aumento nas tarifas<br />

médias de 17,6%, parcialmente prejudicado pela redução <strong>no</strong> mercado de 6,9%, decorrente principalmente<br />

da saída de clientes para o regime de contratação livre.<br />

Outras receitas operacionais. As outras receitas operacionais, que são formadas principalmente pela receita de<br />

uso da rede de distribuição (correspondente a 87,3% e 67,1% desta rubrica em 2004 e 2003, respectivamente),<br />

evoluíram de R$ 58,6 milhões em 2003 para R$ 164,4 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004. A principal causa desta variação<br />

foi o aumento na receita de uso da rede de distribuição de 264,9%, que teve uma evolução de R$ 39,3 milhões<br />

em 2003 para R$ 143,5 milhões em 2004, reflexo da migração de clientes para o regime de contratação livre e<br />

do reajuste médio na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) de 39,39% em outubro de 2004. Esta<br />

migração resultou em um crescimento de 83,6% do mercado de clientes livres e outras concessionárias,<br />

atingindo um montante de 3.374 GWh, que representava 27,7% do total de energia distribuída em 2004.<br />

69


Deduções da receita operacional<br />

Exercício encerrado em 31 de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 % 2004 %<br />

70<br />

Var.<br />

04/03<br />

%<br />

Dedução da Receita Operacional<br />

Quota para reserva global de reversão (15.614) 2,7% (18.153) 2,7% 16,3<br />

Encargo de capacidade emergencial (68.168) 12,0% (98.465) 14,3% 44,4<br />

Impostos e contribuições sobre a receita (486.622) 85,3% (569.577) 83,0% 17,0<br />

(570.404) 100,0% (686.195) 100,0% 20,3<br />

As deduções da receita operacional cresceram 20,3%, atingindo R$ 686,2 milhões em 2004 frente aos R$ 570,4<br />

milhões do a<strong>no</strong> anterior. O principal fator de acréscimo foi a variação <strong>no</strong>s impostos e contribuições sobre a receita,<br />

que aumentaram 17,0%, de R$ 486,6 milhões em 2003 para R$ 569,6 milhões em 2004, passando a representar<br />

22,7% da receita operacional bruta em 2004 contra 21,5% <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. O encargo de capacidade emergencial,<br />

que tem por objetivo a cobertura dos custos necessários à contratação de capacidade de geração ou potência de<br />

energia elétrica e que é integralmente repassado à Comercializadora <strong>Brasil</strong>eira de Energia Emergencial – CBEE,<br />

apresentou uma elevação de 44,4% em 2004 em relação ao a<strong>no</strong> anterior. A principal causa foi o aumento na tarifa<br />

do encargo ocorrida em setembro de 2003, de R$ 0,0066 / kWh para R$ 0,0085 / kWh.<br />

Receita operacional líquida<br />

A receita operacional líquida apresentou um crescimento de 7,5% <strong>no</strong> exercício de 2004, de R$ 1.695,5<br />

milhões em 2003 para R$ 1.822,6 milhões em 2004, principalmente em decorrência dos aumentos das receitas<br />

operacionais descritos anteriormente.<br />

Custos do Serviço de Energia Elétrica<br />

Os custos do serviço de energia elétrica aumentaram em 0,8%, de R$ 1.399,5 milhões em 2003 para R$<br />

1.410,6 milhões em 2004. Esta variação ocorreu devido ao aumento verificado <strong>no</strong> custo de operação de R$<br />

60,2 milhões, parcialmente compensado pela redução de R$ 49,0 milhões <strong>no</strong> custo com energia elétrica.<br />

Exercício encerrado em 31 de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 % 2004 %<br />

Var.<br />

04/03<br />

%<br />

Custo com energia elétrica<br />

Energia elétrica comprada para<br />

revenda (962.948) 84,1 (837.804) 76,4 (13,0)<br />

Energia livre 3.803 (0,3) (15.187) 1,4 n.a.<br />

Encargos de Uso da Rede Elétrica (186.301) 16,3 (243.432) 22,2 30,7<br />

(1.145.446) 100,0 (1.096.423) 100,0 (4,3)<br />

Custo com energia elétrica. As principais contas que compõem o custo com energia elétrica são a energia<br />

elétrica comprada para revenda e os encargos de uso da rede elétrica. A energia comprada para revenda<br />

apresentou uma redução de 13,0% <strong>no</strong> período, atingindo R$ 837,8 milhões em 2004 contra R$ 962,9 <strong>no</strong> a<strong>no</strong>


anterior. Além da redução <strong>no</strong> montante contratado de 9,2%, atingindo o total de 10.086 GWh em 2004 contra<br />

11.107 GWh <strong>no</strong> anterior, a redução de 1,5% <strong>no</strong> preço médio de compra de energia resultaram na redução do<br />

custo com energia comprada para revenda de R$ 125,1 milhões. Em 2004, os encargos de uso da rede<br />

elétrica, que representam gastos com o uso pela concessionária da rede de transmissão (para mais<br />

informações ver Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”), foram de R$ 243,4 milhões,<br />

comparado a R$ 186,3 milhões em 2003, equivalente a um aumento de 30,7% face ao a<strong>no</strong> anterior. Este<br />

aumento é devido principalmente a reajustes autorizados pela ANEEL nas tarifas de transmissão.<br />

71<br />

Exercício encerrado em 31 de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 % 2004 %<br />

Var.<br />

04/03<br />

%<br />

Custo de operação<br />

Pessoal (55.505) 21,9 (44.189) 14,1 (20,4)<br />

Materiais e serviços de terceiros (21.467) 8,5 (23.086) 7,3 7,5<br />

Depreciações e amortizações (68.073) 26,8 (81.190) 25,8 19,3<br />

Subvenções – CCC e CDE (87.552) 34,5 (141.219) 44,9 61,3<br />

Taxa de fiscalização (1.629) 0,6 (3.202) 1,0 96,6<br />

Tributos (1.414) 0,6 (2.590) 0,8 83,2<br />

Outros custos de operação (18.374) 7,2 (18.760) 6,0 2,1<br />

(254.014) 100,0 (314.236) 100,0 23,7<br />

Custos da operação. Os custos de operação apresentaram um aumento de 23,7%, atingindo R$ 314,2 milhões<br />

em 2004 contra R$ 254,0 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. A variação de R$ 60,2 milhões é reflexo de:<br />

• redução dos custos de pessoal em operação <strong>no</strong> valor de R$ 11,3 milhões, que, analisando-se juntamente<br />

com os custos de pessoal alocados às despesas operacionais, apresentou um crescimento de 2,8%,<br />

resultado do reajuste salarial concedido aos colaboradores em julho de 2004, parcialmente compensado<br />

pela redução <strong>no</strong> número de colaboradores ;<br />

• aumento das subvenções – CCC e CDE, encargos setoriais que a Companhia deve pagar (para mais<br />

informações ver Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”), em R$ 53,7 milhões<br />

autorizados pela ANEEL, de R$ 87,6 milhões para R$ 141,2 milhões.<br />

Despesas operacionais<br />

Exercício encerrado em 31 de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 % 2004 %<br />

Var.<br />

04/03<br />

%<br />

Despesas operacionais<br />

Despesas com vendas (25.288) 20,0 (50.600) 30,8 100,1<br />

Despesas gerais e administrativas (94.527) 74,8 (106.266) 64,6 12,4<br />

Depreciações e amortizações (4.750) 3,8 (3.316) 2,0 (30,2)<br />

Outras despesas operacionais, líquidas (1.724) 1,4 (4.366) 2,7 153,2<br />

(126.289) 100,0 (164.548) 100,0 30,3<br />

As despesas operacionais apresentaram um aumento de 30,3%, de R$ 126,3 milhões em 2003 para R$ 164,5<br />

milhões em 2004. As principais causas desta variação são o aumento nas despesas comercias, <strong>no</strong> montante de<br />

R$ 25,3 milhões, impactadas pelo crescimento da inadimplência, decorrente de alterações temporárias nas políticas<br />

comerciais na fase inicial de implementação do Sistema de Gestão Comercial – CCS das áreas de Atendimento,


Cadastramento e Faturamento, e aumento nas despesas gerais e administrativas, <strong>no</strong> montante de R$ 11,7 milhões,<br />

principalmente como resultado do aumento nas despesas com pessoal <strong>no</strong> montante de R$ 14,0 milhões, valor que<br />

deve ser analisado conjuntamente com o custo de pessoal de operação, que se reduziu em R$ 11,3 milhões.<br />

Resultado do serviço<br />

O resultado do serviço cresceu de R$ 168,7 milhões em 2003 para R$ 247,4 milhões em 2004, representando<br />

um crescimento de 46,6% entre os períodos analisados, resultado das variações descritas anteriormente.<br />

EBITDA<br />

72<br />

Exercício encerrado em 31 de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 2004<br />

var.<br />

04/03<br />

(%)<br />

Resultado do Serviço<br />

Receita Operacional Bruta 2.265.930 2.509.001 10,7<br />

(-) Deduções à Receita Operacional 570.404 686.195 20,3<br />

(=) Receita Operacional Líquida 1.695.526 1.822.806 7,5<br />

(-) Despesas Operacionais 1.526.797 1.575.439 3,2<br />

(=) Resultado do Serviço 168.729 247.367 46,6<br />

depreciação e amortização 72.823 84.506 16,0<br />

Margem Operacional (Margem do<br />

EBIT) - % 9,95 13,57<br />

3,6<br />

LAJIDA (EBITDA) 241.552 331.873 37,4<br />

Margem LAJIDA (EBITDA) - % 14,25 18,21 4,0<br />

O EBITDA da Companhia é obtido pela soma do resultado do serviço, da depreciação e da amortização. O<br />

EBITDA apresentou uma elevação de R$ 241,6 milhões em 2003 para R$ 331,9 milhões em 2004, reflexo do<br />

aumento da receita operacional líquida de R$ 127,3 milhões e da redução <strong>no</strong> custo com energia elétrica R$49,0<br />

milhões, parcialmente compensados pelo aumento <strong>no</strong>s custos de operação de R$60,2 milhões e nas despesas<br />

operacionais de R$ 38,3 milhões. A descrição das variações destes itens encontra-se <strong>no</strong>s itens anteriores.<br />

Receita financeira líquida (despesa)<br />

O resultado financeiro líquido refletiu em 2004 uma despesa financeira de R$ 113,6 milhões, apresentando<br />

um incremento de R$ 46,1 milhões em relação à despesa financeira líquida registrada em 2003 de R$ 67,5<br />

milhões. Excluindo-se o efeito do pagamento de juros sobre capital próprio, de R$ 51,1 milhões, a análise<br />

demonstra que houve uma melhora em relação a 2003, principalmente, pela redução do custo financeiro na<br />

captação de recursos e, também, pela redução em 5% do endividamento bancário médio. O endividamento da<br />

Empresa encontra-se substancialmente atrelado à taxa SELIC, cuja taxa média <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004 (16,3%),<br />

manteve-se em níveis muito inferiores aos verificados em 2003 (22,8%).<br />

Imposto de Renda e Contribuição Social<br />

A despesa com Imposto de Renda e Contribuição Social apresentou uma elevação de 45,9%, aumentando de<br />

R$ 37,8 milhões em 2003 para R$ 55,2 milhões em 2004, como reflexo direto do crescimento do lucro tributável.<br />

Lucro Líquido<br />

Como resultado do acima exposto, o resultado do exercício foi um lucro, após a reversão dos juros sobre<br />

capital próprio, de R$ 129,8 milhões, comparado a um lucro de R$ 64,4 milhões em 2003.


Comparação das Demonstrações Financeiras dos Exercícios Sociais Encerrados<br />

em 31 de dezembro de 2004 e 2005<br />

Principais alterações nas contas patrimoniais<br />

Balanço Patrimonial – 31 de dezembro de 2004 e 2005<br />

ATIVO (em R$ mil)<br />

Exercício Social encerrado em 31 de<br />

dezembro de<br />

Var. 05/04<br />

2004 (%) 2005 (%) (%)<br />

Ativo Circulante 699.442 29,6 630.846 29,5 (9,8)<br />

Disponibilidades 12.652 0,5 20.281 0,9 60,3<br />

Consumidores e Concessionárias 530.861 22,5 405.916 19,0 (23,5)<br />

Impostos e contribuições sociais 28.303 1,2 61.317 2,9 116,6<br />

compensáveis<br />

Impostos e contribuições sociais diferidos 35.754 1,5 39.621 1,9 10,8<br />

Despesas pagas antecipadamente 74.551 3,2 66.477 3,1 (10,8)<br />

Outros Créditos 17.321 0,7 37.234 1,7 115,0<br />

Ativo Realizável a Longo Prazo 807.649 34,2 638.674 29,9 (20,9)<br />

Consumidores e Concessionárias 204.553 8,7 109.107 5,1 (46,7)<br />

Impostos e contribuições sociais diferidos 350.254 14,8 322.592 15,1 (7,9)<br />

Despesas pagas antecipadamente 210.961 8,9 169.537 7,9 (19,6)<br />

Outros Créditos 41.881 1,8 37.438 1,8 (10,6)<br />

Ativo Permanente 856.117 36,2 869.125 40,6 1,5<br />

Investimentos 673 0,0 681 0,0 1,2<br />

Imobilizado 855.444 36,2 868.444 40,6 1,5<br />

Total do Ativo 2.363.208 100,0 2.138.645 100,0 (9,5)<br />

PASSIVO (em R$ mil)<br />

Exercício Social encerrado em 31 de<br />

dezembro de<br />

2004 (%) 2005 (%)<br />

73<br />

Var.<br />

05/04<br />

(%)<br />

Passivo Circulante 752.966 31,9 897.044 41,9 19,1<br />

Fornecedores 211.734 9,0 207.022 9,7 (2,2)<br />

Encargos de dívidas 4.364 0,2 6.386 0,3 46,3<br />

Empréstimos e Financiamentos 172.862 7,3 391.642 18,3 126,6<br />

Impostos e contribuições sociais correntes 112.521 4,8 74.608 3,5 (33,7)<br />

Dividendos 19.498 0,8 26.612 1,2 36,5<br />

Partes Relacionadas 148.729 6,3 1.927 0,1 (98,7)<br />

Devolução tarifária - - 75.573 3,5 -<br />

Outros 83.258 3,5 113.274 5,3 36,1<br />

Passivo Exigível a longo prazo 910.910 38,5 555.532 26,0 (39,0)<br />

Fornecedores 65.569 2,8 1.656 0,1 (97,5)<br />

Encargos de dívidas 37 0,0 - - (100,0)<br />

Empréstimos e Financiamentos 530.741 22,5 330.052 15,4 (37,8)<br />

Provisões para Contingências 88.869 3,8 103.878 4,9 16,9<br />

Benefícios pós emprego 92.569 3,9 88.157 4,1 (4,8)<br />

Devolução tarifária 64.678 2,7 - - (100,0)<br />

Partes Relacionadas - - - - -<br />

Outros 68.447 2,9 31.789 1,5 (53,6)<br />

Patrimônio Líquido 699.332 29,6 686.069 32,1 (1,9)<br />

Capital Social 254.628 10,8 254.628 11,9 -<br />

Reservas de Capital 334.728 14,2 334.728 15,7 -<br />

Reservas de Lucros 109.976 4,7 96.713 4,5 (12,1)<br />

Total do Passivo e Patrimônio Líquido 2.363.208 100,0 2.138.645 100,0 (9,5)


Ativo<br />

Circulante<br />

Consumidores e concessionários. A conta de consumidores e concessionários passou de R$ 530,9 milhões em<br />

2004 para R$ 405,9 milhões em 2005, apresentando uma redução de R$ 125,0 milhões. As principais causas<br />

desta variação foram a baixa, por dificuldades de realização, de ativo a receber <strong>no</strong> montante de R$ 25,9<br />

milhões da Piratininga, decorrentes da cisão parcial da Bandeirante e termos estabelecidos <strong>no</strong> protocolo de<br />

cisão, e a redução <strong>no</strong> contas a receber de consumidores, reflexo da redução da tarifa média em 8,86%,<br />

ocorrida <strong>no</strong> reajuste de outubro de 2005, associada à redução <strong>no</strong> mercado de fornecimento de energia pela<br />

migração de clientes para o regime de contratação livre.<br />

Despesas pagas antecipadamente. As despesas pagas antecipadamente apresentaram uma redução de R$ 8,1<br />

milhões, atingindo o montante de R$ 66,5 milhões em 2005 enquanto que em 2004 o saldo era de R$ 74,6<br />

milhões. A principal causa desta variação foi a redução <strong>no</strong> saldo da CVA líquida, resultante do recebimento<br />

da CVA constituída entre 24 de setembro de 2003 e 23 de setembro de 2004, com redução do saldo em R$<br />

19,6 milhões, e da constituição do saldo passivo <strong>no</strong> montante de R$ 7,0 milhões da CVA relativa ao período<br />

entre 24 de setembro de 2004 e 23 de setembro de 2005, causada principalmente pela devolução na tarifa dos<br />

desembolsos me<strong>no</strong>res com as compras de energia, reflexo dos me<strong>no</strong>res gastos com os contratos do leilão.<br />

Realizável a Longo Prazo<br />

Consumidores e concessionários. A rubrica de consumidores e concessionários <strong>no</strong> realizável a longo prazo<br />

apresentou uma redução de R$ 95,4 milhões, atingindo o valor de R$ 109,1 milhões em 2005 contra R$ 204,5<br />

milhões em 2004. A principal causa desta redução foi a provisão para perdas de ativos regulatórios do<br />

racionamento, <strong>no</strong> montante de R$ 60,2 milhões em Perda de Receita e de R$ 58,0 milhões em Energia Livre,<br />

como conseqüência da identificação, por meio de projeções elaboradas pela administração, de insuficiência na<br />

recuperação destes ativos.<br />

Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE). A Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE), que<br />

objetivou neutralizar os efeitos de perda da receita decorrentes do Programa Emergencial de Redução do<br />

Consumo de Energia Elétrica, que vigorou <strong>no</strong> período compreendido entre junho de 2001 a fevereiro de 2002<br />

e <strong>no</strong> qual a Companhia obteve um montante homologado de R$ 278,6 milhões para Perda de Receita e R$<br />

120,0 milhões para Energia Livre. Para o ressarcimento desse valores foi concedido, a partir de janeiro de<br />

2002, o reajuste tarifário extraordinário de 2,9% aplicável aos consumidores residenciais e rurais (exceto os<br />

de baixa renda) e de 7,9% para os demais consumidores. A Bandeirante estima que o prazo de 63 meses<br />

estabelecido pela ANEEL para permanência da RTE não será suficiente para recuperar a totalidade desses<br />

ativos, razão pela qual foram constituídas provisões em dezembro de 2005. Informações adicionais estão<br />

disponíveis na <strong>no</strong>ta explicativa 6.1 que é parte integrante das Demonstrações Financeiras Padronizadas do<br />

exercício de 2005.<br />

74


Impostos e contribuições sociais diferidos. Os impostos e contribuições sociais diferidos apresentaram uma<br />

redução de R$ 27,7 milhões, atingindo o montante de R$ 322,6 milhões em 2005. As principais causas desta<br />

variação foram a redução <strong>no</strong> saldo de IR sobre prejuízos fiscais e CSLL sobre base negativa, <strong>no</strong> montante de<br />

R$ 16,6 milhões, pela compensação dos saldos com o lucro do período, e a realização do IR e CSLL sobre o<br />

crédito fiscal do ágio da incorporação <strong>no</strong> montante de R$ 6,0 milhões, conforme curva de expectativa de<br />

resultados futuros e prazo de concessão da Companhia.<br />

Despesas pagas antecipadamente. A conta de despesas pagas antecipadamente <strong>no</strong> longo prazo apresentou<br />

uma redução de R$ 41,4 milhões em 2005, quando comparado com o montante de R$ 211,0 milhões de 2004.<br />

Esta redução é explicada principalmente pela transferência de R$ 36,8 milhões para o curto prazo da CVA<br />

constituída entre 24 de setembro de 2002 e 23 de setembro de 2003, em razão do recebimento deste saldo por<br />

meio das tarifas vigentes após o reajuste de outubro de 2005.<br />

Passivo<br />

Circulante<br />

Empréstimos e financiamentos. A parcela de curto prazo do endividamento da Companhia aumentou de R$<br />

172,9 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004 para R$ 391,6 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005. Esta variação de R$ 218,7 milhões foi<br />

causada pela transferência das dívidas de longo prazo conforme os cro<strong>no</strong>gramas de amortização, destacandose<br />

as transferências de R$ 47,1 milhões do BID em razão do início da amortização do principal em março de<br />

2006 e de R$ 25,8 milhões da dívida com o Santander com vencimento em dezembro de 2006. Além destas<br />

amortizações, ocorreu em 2005 a liquidação dos empréstimos junto ao Credit Suisse e <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A. (parte<br />

relacionada), realizada por meio da utilização da geração de caixa operacional do período e da captação de<br />

contas garantidas.<br />

Partes relacionadas. O saldo da rubrica partes relacionadas apresentou uma redução de R$ 146,8 milhões, de<br />

R$ 148,7milhões em 2004 para R$ 1,9 milhão em 2005. Esta variação foi causada principalmente pelo<br />

pagamento do endividamento junto a <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A., com amortização do saldo de R$ 141,6 milhões de<br />

dezembro de 2004 durante o a<strong>no</strong> de 2005.<br />

Devolução Tarifária. O reposicionamento tarifário provisório da Companhia, homologado por meio da<br />

Resolução ANEEL nº 566, de 22 de outubro de 2003, foi de 18,08%. A ANEEL, por meio da Resolução<br />

Homologatória nº 243, de 18 de outubro de 2004, decidiu rever o reposicionamento tarifário provisório de<br />

18,08% para 10,51%, em função de revisão, pelo órgão regulador, da base de remuneração utilizada<br />

anteriormente. Conseqüentemente, a Companhia constituiu em 30 de setembro de 2004 provisão integral <strong>no</strong><br />

montante de R$ 64.678, registrada, na época, <strong>no</strong> Passivo Exigível de Longo Prazo na rubrica “Devolução<br />

tarifária”, correspondente à diferença de receita auferida pelo reposicionamento tarifário provisório de<br />

14,68%, aplicado entre 23 de outubro de 2003 e 22 de outubro de 2004, com a que seria auferida pelo <strong>no</strong>vo<br />

reposicionamento tarifário provisório de 10,51%. Em 18 de outubro de 2005, por meio da Resolução<br />

Homologatória nº 226, a ANEEL fixou em 9,67%, em caráter definitivo, o índice de reposicionamento<br />

75


tarifário de 2003 e, conseqüentemente, a diferença de receita auferida pelo reposicionamento montou o valor<br />

de R$ 102.292, exigindo complemento da respectiva provisão em R$ 37,6milhões <strong>no</strong> 4º trimestre de 2005. No<br />

exercício de 2005 foi amortizado o valor de R$ 26.719 mil.<br />

Outros. O saldo de R$ 113,3 milhões em 31 de dezembro de 2005 refere-se principalmente a obrigações<br />

estimadas, <strong>no</strong> montante de R$ 14,6 milhões, benefícios pós-emprego, <strong>no</strong> montante de R$ 17,6 milhões, e<br />

outras contas a pagar, <strong>no</strong> montante de R$ 70,3 milhões. Esta última rubrica apresentou variação de R$ 35,0<br />

milhões devido basicamente ao reconhecimento, em cumprimento a Ofício ANEEL nº 176, de 28 de<br />

<strong>no</strong>vembro de 2005, do valor total do passivo referente aos valores devidos e ainda não aplicados <strong>no</strong> Programa<br />

de Eficientização Energética – PEE, <strong>no</strong> montante de R$ 28,4 milhões, sendo o saldo de períodos anteriores de<br />

R$ 24,3 milhões reconhecido diretamente <strong>no</strong> Patrimônio Líquido.<br />

Exigível a Longo Prazo<br />

Fornecedores. A rubrica de fornecedores apresentou um saldo de R$ 1,7 milhões em 2005, montante R$ 63,9<br />

milhões inferior ao saldo de R$ 65,6 milhões em 2004. A principal causa desta redução foi a provisão para<br />

perdas do passivo regulatório de energia livre de R$ 58,0 milhões, diretamente relacionada com a provisão na<br />

rubrica correspondente do ativo.<br />

Empréstimos e financiamentos. O endividamento de longo prazo da Companhia apresentou uma redução de<br />

R$ 200,7 milhões, de R$ 530,7 milhões em 2004 para R$ 330,0 milhões em 2005. Os principais empréstimos<br />

que contribuíram para esta variação, por meio da transferência para o curto prazo dos montantes previstos de<br />

amortização para o a<strong>no</strong> de 2006, foram o do Santander, BID, BNDES – CVA e BNDES – RTE, com<br />

respectivas reduções <strong>no</strong> longo prazo entre 2005 e 2004 <strong>no</strong>s montantes de R$ 29,2 milhões, R$ 78,5 milhões,<br />

R$ 39,2 milhões e R$65,6 milhões.<br />

Provisões para contingências. A rubrica provisões para contingências apresentou uma variação de R$ 15,0<br />

milhões, passando de R$ 88,9 milhões em 2004 para R$ 103,9 milhões em 2005. Este crescimento é reflexo<br />

tanto das atualizações monetárias sobre as provisões já constituídas quanto da reavalição dos processos<br />

antigos e da provisão sobre os <strong>no</strong>vos processos.<br />

Devolução Tarifária. A rubrica de devolução tarifária não apresenta saldo em 2005, enquanto que em 2004 o<br />

saldo era de R$ 64,7 milhões. Em razão da fixação do reposicionamento tarifário de 2003 em outubro de<br />

2005, conforme explicitado na mesma rubrica <strong>no</strong> curto prazo, o saldo do longo prazo foi transferido para o<br />

curto prazo.<br />

Outros. O saldo de R$ 31,8 milhões de 31 de dezembro de 2005 inclui R$ 17,3 milhões de reserva para<br />

reversão e amortização e R$ 14,5 milhões de outros. Esta rubrica apresentou uma redução com relação ao<br />

saldo de 31 de dezembro de 2004 de R$ 36,7 milhões, principalmente pela transferência para o curto prazo de<br />

impostos e contribuições sociais, que apresentavam um saldo de R$ 50,8 milhões em 2004. Este montante<br />

refere-se a Imposto de Renda, Contribuição Social, Pis e Cofins associados à tributação da recomposição<br />

tarifária extraordinária – RTE, que têm a sua exigibilidade quando do efetivo ressarcimento dessas receitas.<br />

76


Patrimônio Líquido<br />

O Patrimônio Líquido da Companhia apresentou variação de R$ 699,3 milhões em 2004 para R$ 686,1<br />

milhões em 2005, reflexo do lucro líquido registrado <strong>no</strong> período de R$ 41,2 milhões, dos quais R$ 0,8 milhão<br />

foi destinado à Reserva Legal, R$ 4,1 milhões à distribuição de dividendos, R$ 24,3 a ajustes de exercícios<br />

anteriores e R$ 12,2 milhões à constituição de reserva de retenção de lucros.<br />

Principais alterações nas contas de resultado<br />

77<br />

Exercício encerrado em 31 de dezembro de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2004 % 2005 %<br />

Var.<br />

05/04<br />

%<br />

Receita Operacional 2.509.001 137,6 2.667.924 135,0 6,3<br />

Dedução da Receita Operacional (686.195) (37,6) (691.536) (35,0) 0,8<br />

Receita operacional líquida 1.822.806 100,0 1.976.388 100,0 8,4<br />

Custo com energia elétrica (1.096.423) (60,2) (1.156.948) (58,5) 5,5<br />

Custo de operação (314.236) (17,2) (441.775) (22,4) 40,6<br />

Total do custo do serviço de energia elétrica (1.410.65 (77,4) (1.598.703) (80,9) 13,3<br />

Custo do serviço prestado a terceiros (232) 0,0 80 0,0 -<br />

Lucro operacional bruto 411.915 22,6 377.765 19,1 (8,3)<br />

Despesas Operacionais (164.548) (9,0) (193.619) (9,8) 17,7<br />

Resultado do serviço 247.367 13,6 184.146 9,3 (25,6)<br />

Resultado financeiro líquido (113.632) (6,2) (175.316) (8,9) 54,3<br />

Lucro operacional 133.735 7,3 8.830 0,4 (93,4)<br />

Resultado não operacional 162 0,0 1.391 0,1 758,6<br />

Lucro antes do imposto de renda e da<br />

contribuição social 133.897 7,3 10.221 0,5 (92,4)<br />

Provisão para imposto de renda e contrib.social (65.831) (3,6) (35.694) (1,8) (45,8)<br />

Imposto de renda e contribuição social diferidos<br />

Lucro líquido antes da reversão dos juros sobre<br />

10.624 0,6 36.499 1,8 243,6<br />

capital próprio 78.690 4,3 11.026 0,6 (86,0)<br />

Reversão dos juros sobre capital próprio 51.128 2,8 30.394 1,5 (40,6)<br />

Lucro líquido do exercício 129.818 7,1 41.420 2,1 (68,1)<br />

Receita Operacional Bruta<br />

Receita Operacional<br />

Exercício encerrado em 31 de dezembro de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2004 % 2005 %<br />

Var.<br />

05/04<br />

%<br />

Fornecimento de energia elétrica 2.343.905 93,4 2.351.001 88,1 0,3<br />

Suprimento de energia elétrica 658 0,0 5.909 0,2 798,0<br />

Outras receitas operacionais 164.438 6,6 311.014 11,7 89,1<br />

2.509.001 100 2.667.924 100,0 6,3


A receita operacional bruta cresceu 6,3%, atingindo R$ 2.667,9 milhões em 2005 frente aos R$ 2.509,0<br />

milhões do a<strong>no</strong> anterior. A variação positiva de R$ 158,9 milhões nas receitas operacionais brutas é composta<br />

pelo aumento de R$ 7,1 milhões na receita de fornecimento de energia elétrica, de R$ 5,3 milhões na receita<br />

de suprimento e de R$ 146,6 milhões nas outras receitas operacionais.<br />

Fornecimento de energia. A receita de fornecimento de energia elétrica aumentou 0,3%, atingindo R$ 2.351,0<br />

milhões em 2005 contra R$ 2.343,9 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Este crescimento decorre do efeito conjunto do<br />

aumento nas tarifas de fornecimento, conseqüência do reajuste tarifário de 15,95% de outubro de 2004,<br />

parcialmente compensado pelo reajuste negativo de 8,86% de outubro de 2005 (vide Seção “Atividades da<br />

Emissora – Revisão Tarifária” e “Atividades da Emissora – Reajustes Tarifários”) e da redução <strong>no</strong><br />

fornecimento de energia em 9,2%. A variação na receita é composta principalmente de:<br />

• crescimento nas receitas decorrentes de clientes residenciais de 3,4% em 2005, atingindo R$ 914,3<br />

milhões em 2005 frente aos R$ 884,5 milhões de 2004. Este crescimento é resultado do aumento médio<br />

de 2,3% nas tarifas e do crescimento <strong>no</strong> volume de energia de 1,1%, atingindo 2.307 GWh em 2005,<br />

reflexo principalmente do crescimento vegetativo do número de clientes;<br />

• redução na receita de fornecimento da classe industrial de 5,6%, com o montante de R$ 838,1 milhões em<br />

2005, frente aos R$ 888,2 milhões do a<strong>no</strong> anterior, resultado da redução <strong>no</strong> volume de energia de 18,6%,<br />

atingindo 3.544 GWh em 2005, que foi parcialmente compensada pelo aumento médio de 16,0% nas<br />

tarifas. Esta redução reflete a saída de alguns clientes para o regime de contratação livre, ressaltando-se<br />

que a saída de clientes cativos não afeta o resultado da Companhia, pois estes clientes continuam<br />

remunerando a prestação de serviço por meio da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição;<br />

• crescimento da receita de fornecimento de 9,7% na classe comercial, atingindo R$ 443,8 milhões em<br />

2005 frente aos R$ 404,7 milhões do a<strong>no</strong> anterior, influenciada pelo aumento médio na tarifa de 2,8% e<br />

<strong>no</strong> volume de energia de 6,7%, atingindo 1.318 GWh em 2005;<br />

• redução de 1,8% <strong>no</strong> período das receitas das demais classes, que atingiram R$ 205,9 milhões em 2005<br />

frente aos R$ 209,6 milhões do a<strong>no</strong> anterior, causada principalmente pela redução <strong>no</strong> mercado de 11,1%,<br />

decorrente principalmente da saída de clientes para o regime de contratação livre, parcialmente<br />

compensada pelo aumento nas tarifas médias de 10,5%.<br />

Outras receitas operacionais. As outras receitas operacionais, que são formadas principalmente pela receita<br />

de uso da rede de distribuição (correspondente a 88,0% e 87,3% desta rubrica em 2005 e 2004,<br />

respectivamente), evoluíram de R$ 164,4 milhões em 2004 para R$ 311,0 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005. A<br />

principal causa desta variação foi o aumento na receita de uso da rede de distribuição de 92,5%, que teve uma<br />

evolução de R$ 143,5 milhões em 2004 para R$ 276,3 milhões em 2005, reflexo da migração de clientes para<br />

o regime de contratação livre e do reajuste médio na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) de<br />

39,39% em outubro de 2004. Esta migração resultou em um crescimento de 27,6% do mercado de clientes<br />

livres e outras concessionárias, atingindo um montante de 4.306 GWh, que representava 35,0% do total de<br />

energia distribuída em 2005.<br />

78


Deduções da receita operacional<br />

Exercício encerrado em 31 de dezembro de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2004 % 2005 %<br />

79<br />

Var.<br />

05/04<br />

%<br />

Dedução da Receita Operacional<br />

Quota para reserva global de reversão (18.153) 2,7 (15.664) 2,3 (13,7)<br />

Encargo de capacidade emergencial (98.465) 14,4 (61.204) 8,9 (37,8)<br />

Impostos e contribuições sobre a receita (569.577) 83,0 (614.668) 88,9 7,9<br />

(686.195) 100 (691.536) 100,0 0,8<br />

As deduções da receita operacional cresceram 0,8%, atingindo R$ 691,5 milhões em 2005 frente aos R$ 686,2<br />

milhões do a<strong>no</strong> anterior. O principal fator de acréscimo foi a variação <strong>no</strong>s impostos e contribuições sobre a<br />

receita, que aumentaram 7,9%, de R$ 569,6 milhões em 2004 para R$ 614,7 milhões em 2005, passando a<br />

representar 23,0% da receita operacional bruta em 2005 contra 22,7% <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. O encargo de<br />

capacidade emergencial, que tem por objetivo a cobertura dos custos necessários à contratação de<br />

capacidade de geração ou potência de energia elétrica e que é integralmente repassado à Comercializadora<br />

<strong>Brasil</strong>eira de Energia Emergencial – CBEE, apresentou uma variação negativa de 37,8% em 2005 em relação<br />

ao a<strong>no</strong> anterior. A principal causa desta variação foram as reduções nas tarifas do encargo ocorridas em<br />

<strong>no</strong>vembro de 2004, de R$ 0,0085 / kWh para R$ 0,0067 / kWh , e em julho de 2005, para R$ 0,0035 / kWh.<br />

Receita operacional líquida<br />

A receita operacional líquida apresentou um crescimento de 8,4% <strong>no</strong> exercício de 2005, de R$ 1.822,8<br />

milhões em 2004 para R$ 1.976,4 milhões em 2005, principalmente em decorrência dos aumentos das receitas<br />

operacionais descritos anteriormente.<br />

Custos do Serviço de Energia Elétrica<br />

Os custos do serviço de energia elétrica aumentaram em 13,3%, de R$ 1.410,7 milhões em 2004 para R$<br />

1.598,7 milhões em 2005. Esta variação ocorreu devido aos aumentos verificados <strong>no</strong> custo com energia<br />

elétrica de R$ 60,5 milhões e <strong>no</strong> custo de operação de R$ 127,5 milhões.<br />

Exercício encerrado em 31 de dezembro de Var.<br />

05/04<br />

(Em milhares de reais)<br />

%<br />

2004 % 2005 %<br />

Custo com energia elétrica<br />

Energia elétrica comprada para<br />

revenda (837.804) 76,4 (805.568) 69,6 (3,8)<br />

Energia livre (15.187) 1,4 - - (100,0)<br />

Encargos de Uso da Rede Elétrica (243.432) 22,2 (351.380) 30,4 44,3<br />

(1.096.423) 100 (1.156.948) 100 5,5


Custo com energia elétrica. As principais contas que compõem o custo com energia elétrica são a energia<br />

elétrica comprada para revenda e os encargos de uso da rede elétrica. A energia comprada para revenda<br />

apresentou uma redução de 3,8% <strong>no</strong> período, atingindo R$ 805,6 milhões em 2005 contra R$ 837,8 milhões<br />

<strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Além da redução <strong>no</strong> montante contratado de 2,1%, atingindo o total de 9.872 GWh em 2005<br />

contra 10.086 GWh <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior, a redução de 1,9% <strong>no</strong> preço médio de compra de energia resultaram na<br />

redução do custo com energia comprada para revenda em R$ 32,2 milhões. Em 2005, os encargos de uso da<br />

rede elétrica, que representam gastos com o uso pela concessionária da rede de transmissão (para mais<br />

informações ver Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”), foram de R$ 351,4 milhões,<br />

comparados a R$ 243,4 milhões em 2004, equivalente a um aumento de 44,3% face ao a<strong>no</strong> anterior. Este<br />

aumento é devido a reajustes autorizados pela ANEEL nas tarifas de transmissão.<br />

Exercício encerrado em 31 de dezembro de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2004 % 2005 %<br />

80<br />

Var.<br />

05/04<br />

%<br />

Custo de operação<br />

Pessoal (44.189) 14,1 (58.500) 13,2 32,4<br />

Materiais e serviços de terceiros (23.086) 7,4 (27.537) 6,2 19,3<br />

Depreciações e amortizações (81.190) 25,8 (87.777) 19,9 8,1<br />

Subvenções – CCC e CDE (141.219) 44,9 (247.557) 56,0 75,3<br />

Taxa de fiscalização (3.202) 1,0 (4.315) 0,9 34,8<br />

Tributos (2.590) 0,8 (1.704) 0,4 (34,2)<br />

Outros custos de operação (18.760) 6,0 (14.365) 3,4 (23,4)<br />

(314.236) 100 (441.775) 100 40,6<br />

Custos da operação. Os custos de operação apresentaram um aumento de 40,6%, atingindo R$ 441,8 milhões<br />

em 2005 contra R$ 314,3 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. A variação de R$ 127,5 milhões é reflexo de:<br />

• aumento dos custos de pessoal em operação <strong>no</strong> valor de R$ 14,3 milhões, que, analisando-se juntamente<br />

com os custos de pessoal alocados às despesas operacionais, apresentaram um crescimento de 2,6%,<br />

resultado do reajuste salarial concedido aos colaboradores em julho de 2004 (4,0%) e em julho de 2005<br />

(8,0%), parcialmente compensado pela revisão do montante da Reserva a amortizar da Fundação CESP,<br />

com efeito positivo de R$ 3,7 milhões;<br />

• incremento de R$ 4,5 milhões em materiais e serviços de terceiros, decorrente da entrada em operação<br />

dos <strong>no</strong>vos sistemas de informática associados ao Programa Integrado de Modernização (sobre o<br />

programa, vide Seção “Atividades da Emissora – Investimentos Realizados”), cujo retor<strong>no</strong> se dará <strong>no</strong>s<br />

próximos a<strong>no</strong>s;<br />

• aumento das subvenções – CCC e CDE, encargos setoriais que a Companhia deve pagar (para mais<br />

informações ver Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”), em R$ 106,3 milhões<br />

autorizados pela ANEEL, de R$ 141,2 milhões em 2004 para R$ 247,5 milhões em 2005.


Despesas operacionais<br />

Exercício encerrado em 31 de dezembro de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2004 % 2005 %<br />

81<br />

Var.<br />

05/04<br />

%<br />

Despesas operacionais<br />

Despesas com vendas (50.600) 30,8 (46.866) 24,2 (7,4)<br />

Despesas gerais e administrativas (106.266) 64,6 (131.025) 67,7 23,3<br />

Depreciações e amortizações (3.316) 2,0 (2.907) 1,5 (12,3)<br />

Outras despesas operacionais, líquidas (4.366) 2,7 (12.821) 6,6 193,7<br />

(164.548) 100 (193.619) 100 17,7<br />

As despesas operacionais apresentaram um aumento de 17,7%, de R$ 164,5 milhões em 2004 para R$ 193,6<br />

milhões em 2005. A principal causa desta variação de R$ 29,1 milhões foi o aumento nas despesas gerais e<br />

administrativas, <strong>no</strong> montante de R$ 24,8 milhões, conseqüência da baixa de ativo contingente <strong>no</strong> montante de<br />

R$ 25,9 milhões <strong>no</strong> 3º trimestre de 2005, referente a pleito com a Piratininga.<br />

Resultado do serviço<br />

O resultado do serviço reduziu de R$ 247,4 milhões em 2004 para R$ 184,1 milhões em 2005, representando<br />

uma variação negativa de 25,6% entre os períodos analisados, resultado das variações descritas anteriormente.<br />

EBITDA<br />

Exercício encerrado em 31 de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2004 2005<br />

var.<br />

05/04<br />

(%)<br />

Resultado do Serviço<br />

Receita Operacional Bruta 2.509.001 2.667.924 6,3<br />

(-) Deduções à Receita Operacional 686.195 691.536 0,8<br />

(=) Receita Operacional Líquida 1.822.806 1.976.388 8,4<br />

(-) Despesas Operacionais 1.575.439 1.792.242 13,8<br />

(=) Resultado do Serviço 247.367 184.146 (25,6)<br />

depreciação e amortização 84.506 90.684 7,31<br />

Margem Operacional (Margem do<br />

EBIT) - % 13,57 9,32 (4,3)<br />

LAJIDA (EBITDA) 331.873 274.830 (17,2)<br />

Margem LAJIDA (EBITDA) - % 18,21 13,91 (4,3)<br />

O EBITDA da Companhia é obtido pela soma do resultado do serviço, da depreciação e da amortização. O<br />

EBITDA de 2005 de R$ 274,8 milhões foi inferior em 17,2% ao obtido em 2004, variação esta causada<br />

principalmente pela reversão de ativo junto à Piratininga <strong>no</strong> montante de R$ 25,9 milhões e pelo ajuste do<br />

índice de reposicionamento tarifário de 2003 para 9,67% ocorrido em outubro de 2005, com ajuste de R$ 37,6<br />

milhões, dos quais R$ 31,3 milhões foram lançados na receita operacional.


Receita financeira líquida (despesa)<br />

O resultado financeiro líquido refletiu em 2005 uma despesa financeira de R$ 175,3 milhões, apresentando um<br />

incremento de R$ 61,7 milhões em relação à despesa financeira líquida registrada em 2004 de R$ 113,6 milhões.<br />

A principal causa desta variação foi o registro de provisão, <strong>no</strong> montante de R$ 60,2 milhões, pela expectativa de<br />

não recuperação plena das Perdas com o Racionamento dentro do prazo estabelecido pela ANEEL.<br />

Imposto de Renda e Contribuição Social<br />

A despesa com Imposto de Renda e Contribuição Social apresentou uma redução de 98,6%, de R$ 55,2<br />

milhões em 2004 para R$ 0,8 milhão em 2005, principalmente como conseqüência do aumento do Imposto de<br />

Renda e Contribuição Social Diferidos <strong>no</strong> montante de R$ 25,9 milhões.<br />

Lucro Líquido<br />

Como resultado do acima exposto, o resultado do exercício foi um lucro, após a reversão dos juros sobre<br />

capital próprio, de R$ 41,4 milhões, comparado a um lucro de R$ 129,8 milhões em 2004.<br />

ENDIVIDAMENTO<br />

Saldo em 31 de dezembro de<br />

(Em milhares de reais)<br />

2003 2004 2005<br />

82<br />

Var.<br />

04/03<br />

%<br />

Var.<br />

05/04<br />

%<br />

Endividamento<br />

Curto Prazo 510.601 318.836 398.318 (37,6) 24,9<br />

Longo Prazo 344.366 530.778 330.052 54,1 (37,8)<br />

Dívida Bancária ( * ) 854.967 849.614 728.370 (0,6) (14,3)<br />

( - ) Disponibilidades 48.517 12.652 20.281 (73,9) 60,3<br />

( = ) Dívida bancária líquida 806.450 836.962 708.089 3,8 (15,4)<br />

( - ) Ativo Regulatório Líquido 391.791 403.382 205.788 3,0 (49,0)<br />

( = ) Dívida líquida 414.659 433.580 502.301 4,6 15,8<br />

( * ) Empréstimos e financiamentos + Dívida com Controladora + Encargos + Operações de "Swap"<br />

O endividamento, incluindo encargos com controladora <strong>no</strong> montante de R$ 0,3 milhão, operações de swap <strong>no</strong><br />

montante de R$ 97,2 milhões e encargos <strong>no</strong> montante de R$ 6,3 milhões, em 31 de dezembro de 2005, atingiu<br />

R$ 728,4 milhões, refletindo uma redução de R$ 121,2 milhões em relação ao saldo em 31 de dezembro de<br />

2004. A parcela de curto prazo representava 54,7% do endividamento total em 2005 contra 37,5% em 2004. O<br />

percentual de dívida em moeda estrangeira aumentou de 48,5% do endividamento total em 2004 para 49,9%<br />

em 2005. Como parte da estratégia da Companhia, existem operações de hedge para 100% do saldo do<br />

endividamento em moeda estrangeira com o objetivo de proteção contra variações cambiais.


O endividamento, inclusive montante de dívida com controladora, encargos e operações de swap, em 31 de<br />

dezembro de 2004, atingiu R$ 849,6 milhões, refletindo uma redução de R$ 5,4 milhões em relação ao saldo<br />

em 31 de dezembro de 2003. A parcela de curto prazo representava 59,7% do endividamento total em 2003<br />

contra 37,5% em 2004, reflexo da captação do financiamento de US$ 100,0 milhões feito com o BID, que<br />

também influenciou <strong>no</strong> percentual de dívida em moeda estrangeira, elevando-se de 5,1% em 2003 para 48,5%<br />

em 2004. Como parte da estratégia da Companhia, existem operações de hedge para 100% do saldo do<br />

endividamento em moeda estrangeira com o objetivo de proteção contra variações cambiais.<br />

A capacidade da Companhia de cumprir com as obrigações assumidas está relacionada com:<br />

• a geração de caixa operacional decorrente de alterações nas tarifas ocorridas <strong>no</strong>s reajustes anuais e nas<br />

revisões periódicas, aliado à recuperação da RTE e CVA para ajustes de custos da Parcela A;<br />

• a capacidade de investimento em projetos que possuam retor<strong>no</strong> acima do custo médio de capital, de modo<br />

a obter retor<strong>no</strong> para acionistas e credores; e<br />

• o controle das despesas operacionais de modo a obter uma maior eficiência na utilização de recursos.<br />

O fluxo de caixa da Companhia pode ser afetado por diferenças temporais entre os reajustes tarifários e as<br />

variações de custos. Isto porque, de acordo com o sistema regulatório do setor elétrico, algumas variações <strong>no</strong>s<br />

custos são refletidas em reajustes tarifários posteriores conforme mecanismo da Conta de Compensação de<br />

Variação de Custos da Parcela "A" – CVA (vide Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”).<br />

Além disso, conforme o acordo geral do setor elétrico, foi concedido a partir de janeiro de 2002 o reajuste<br />

tarifário extraordinário para o ressarcimento do montante de Recomposição de Receita, Energia Livre e<br />

Parcela “A”, que afeta positivamente o fluxo de caixa durante o recebimento destes montantes.<br />

83


GERAL<br />

VISÃO GERAL DO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL<br />

A capacidade total das centrais de geração de energia elétrica instalada <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, em dezembro de 2004, era<br />

de 90,7 GW, segundo a ANEEL. Em 2003, o MME aprovou um pla<strong>no</strong> decenal de expansão de acordo com o<br />

qual a capacidade total de geração de energia instalada do <strong>Brasil</strong> está projetada para atingir 117.473 MW até<br />

2012, dos quais 90.022 MW (76,6%) seriam de origem hidrelétrica, 17.072MW (14,5%) de termelétricas,<br />

8.201 MW (7,0%) de pequenas usinas e 2.178 MW (1,9%) representativos de parcela a ser importada por<br />

meio do SIN. Segundo dados divulgados pela ANEEL, o <strong>Brasil</strong> possui <strong>no</strong> total 1.435 empreendimentos de<br />

geração em operação, gerando 92.481.722 kW de potência. Para o futuro, a ANEEL prevê um total de 8.694<br />

MW gerados por usinas entrando em operação entre 2004 e 2008.<br />

Aproximadamente 42% da capacidade instalada de geração de energia dentro do <strong>Brasil</strong> é atualmente de<br />

propriedade da Eletrobrás, empresa controlada pelo gover<strong>no</strong>. Por meio de suas subsidiárias, a Eletrobrás é<br />

responsável também por 70% da capacidade instalada de transmissão acima de 230 kV. Além disso, alguns<br />

Estados brasileiros controlam empresas envolvidas na geração, transmissão e distribuição de energia, tais<br />

como a CESP - Companhia Energética de São Paulo, a Companhia Paranaense de Energia - COPEL, e a<br />

Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG, dentre outras.<br />

Atualmente, empresas privadas possuem aproximadamente 39%, 69% e 11% do mercado de geração,<br />

distribuição e transmissão (rede básica), respectivamente, em termos de capacidade total.<br />

O mercado de distribuição de energia elétrica é atendido por 64 concessionárias, estatais ou privadas, de<br />

serviços públicos que abrangem todo o País. As concessionárias estatais estão sob controle dos gover<strong>no</strong>s<br />

federal, estaduais e municipais. Em várias concessionárias privadas verifica-se a presença, em seus grupos de<br />

controle, de diversas empresas nacionais, <strong>no</strong>rte-americanas, espanholas e portuguesas. Essas concessionárias<br />

atendem cerca de 47 milhões de unidades consumidoras, das quais 85% são consumidores residenciais, e<br />

estão presentes em mais de 99% dos municípios brasileiros.<br />

Entre 1996 e 2004, o consumo de energia elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> cresceu a uma taxa acumulada média de 2,79%<br />

a.a., totalizando um crescimento de 24,65% neste período. O Produto Inter<strong>no</strong> Bruto do país <strong>no</strong> mesmo período<br />

cresceu a taxas bastante similares (2,52% a.a., totalizando 22,06%), sinalizando uma forte correlação entre<br />

crescimento econômico e consumo de energia elétrica. O consumo de energia <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> registrou em 2004 um<br />

total de 320.772 GWh, valor 4,5% superior ao de 2003, representando um crescimento comparável à evolução<br />

do PIB <strong>no</strong> mesmo período que foi de 4,9%. Para os próximos a<strong>no</strong>s espera-se que o crescimento <strong>no</strong> consumo<br />

de energia permaneça correlacionado com o desempenho econômico do país.<br />

84


Segundo o último balanço energético nacional levantado pela Secretaria de Energia do MME, em 2004, o<br />

segmento de distribuição de energia elétrica demandou 359.629 GWh, dos quais 21,9% foram para clientes<br />

residenciais, 47,9% industriais, 13,9% comerciais e 16,4% para outros tipos de clientes.<br />

O consumo de energia <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> registrou em 2004 um total de 320.772 GWh, valor 4,5% superior ao de<br />

2003. O consumo residencial apresentou um crescimento de 3,2% em relação a 2003, refletindo ainda uma<br />

reversão das performances negativas de 2001 e 2002, devido ao racionamento. O consumo comercial cresceu<br />

3,5% em relação a 2003, crescimento inferior ao apresentado <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2003, de 6,5% em relação a 2002. O<br />

consumo industrial foi o que apresentou a melhor performance em relação a 2003, com um crescimento de<br />

7,1%. Segundo dados <strong>no</strong> Balanço Energético de 2004, essa performance foi fortemente alavancado pelos altos<br />

níveis de exportações em 2004.<br />

HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO<br />

A Constituição brasileira prevê que a exploração dos serviços e instalações de energia elétrica pode ser<br />

realizada diretamente pelo Gover<strong>no</strong> Federal ou indiretamente por meio da outorga de concessões, permissões<br />

ou autorizações. Historicamente, o setor elétrico brasileiro foi explorado principalmente por concessionárias<br />

de geração, transmissão e distribuição controladas pelo Gover<strong>no</strong> Federal ou por gover<strong>no</strong>s estaduais. A partir<br />

de meados dos a<strong>no</strong>s 90, o Gover<strong>no</strong> Federal adotou diversas medidas para reformular o setor elétrico. Em<br />

geral, essas medidas visavam a aumentar o investimento privado e eliminar restrições aos investimentos<br />

estrangeiros, ao passo que o Gover<strong>no</strong> Federal se concentraria nas funções de formulador e supervisor da<br />

execução de políticas e regulamentos para o setor.<br />

Em particular, o Gover<strong>no</strong> Federal adotou as seguintes medidas:<br />

Em 15 de agosto de 1995, foi introduzida a Emenda Constitucional n.º 6, que permitiu ao Gover<strong>no</strong> Federal<br />

outorgar autorização ou concessão para a exploração dos potenciais de energia hidráulica a empresas<br />

brasileiras ou empresas constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração situadas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

Em 13 de fevereiro de 1995, o Gover<strong>no</strong> Federal promulgou a Lei de Concessões, e em 7 de julho de 1995, a<br />

Lei de Concessões de Serviços de Energia Elétrica que, em conjunto (i) exigiram que todas as <strong>no</strong>vas<br />

concessões para prestação de serviços relacionados a energia elétrica fossem outorgadas por meio de<br />

processos licitatórios; (ii) disciplinaram a prorrogação das concessões existentes; (iii) gradualmente<br />

permitiram que certos consumidores de energia elétrica que apresentassem demanda significativa adquirissem<br />

energia elétrica diretamente de fornecedores concessionários, permissionários ou autorizados, hipótese em<br />

que passam a ser designados Consumidores Livres; (iv) trataram da criação dos Produtores Independentes de<br />

Energia Elétrica - PIE(s), que, por meio de concessão, permissão ou autorização, podem gerar e vender, por<br />

sua conta e risco, a totalidade ou parte de sua energia elétrica a Consumidores Livres, distribuidoras e<br />

comercializadores, entre outros; e (v) concederam aos Consumidores Livres e fornecedores de energia elétrica<br />

livre acesso aos sistemas de distribuição e transmissão, mediante ressarcimento do custo de transporte<br />

envolvido.<br />

85


A partir de 1995, uma parcela das participações representativas do bloco de controle de algumas geradoras e<br />

diversas distribuidoras detidas pela Eletrobrás e por vários Estados foi vendida a investidores privados.<br />

Em 1998, o Gover<strong>no</strong> Federal promulgou a Lei do Setor Elétrico, destinada a reformar a estrutura básica do<br />

setor. A Lei do Setor Elétrico dispôs sobre as seguintes matérias: (i) criação de um órgão auto-regulado<br />

responsável pela operação do mercado atacadista de energia elétrica e pela determinação dos preços de curto<br />

prazo, o MAE, que substituiu o sistema anterior de preços de geração e contratos de fornecimento regulados;<br />

(ii) exigência de que as distribuidoras e geradoras firmassem os Contratos Iniciais, via de regra,<br />

compromissos de take-or-pay, com preços e quantidades aprovados pela ANEEL, sendo que a principal<br />

finalidade dos Contratos Iniciais era assegurar que as distribuidoras tivessem acesso a fornecimento estável de<br />

energia elétrica por preços que garantissem uma taxa de retor<strong>no</strong> fixa às geradoras de energia elétrica durante o<br />

período de transição que culminaria <strong>no</strong> estabelecimento de um mercado de energia elétrica livre e<br />

competitivo; (iii) criação do ONS, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, responsável pela<br />

coordenação operacional das atividades de geração e transmissão do SIN; e (iv) estabelecimento de processos<br />

licitatórios para outorga de concessões para construção e operação de usinas e instalações de transmissão de<br />

energia elétrica.<br />

Em 2001, o país enfrentou uma grave crise energética que perdurou até o final do primeiro bimestre de 2002.<br />

Em conseqüência, o Gover<strong>no</strong> Federal implementou medidas que incluíram: (i) a instituição do Programa<br />

Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica nas regiões mais afetadas pela escassez de energia<br />

elétrica, a saber, as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do <strong>Brasil</strong>; e (ii) a criação da GCE, que aprovou<br />

uma série de medidas de emergência prevendo metas de redução do consumo de energia elétrica para<br />

consumidores residenciais, comerciais e industriais situados nas regiões mais afetadas pela escassez de<br />

energia elétrica, por meio da introdução de regimes tarifários especiais que incentivavam a redução do<br />

consumo de energia elétrica. As metas de redução de consumo para as classes residenciais e industriais<br />

chegavam a 20%.<br />

Em março de 2002, a GCE suspendeu as medidas emergenciais e o Programa Emergencial de Redução do<br />

Consumo de Energia Elétrica, em razão do aumento da oferta (graças à elevação significativa dos níveis dos<br />

reservatórios) e da redução moderada da demanda. A eco<strong>no</strong>mia de energia durante o período em que o pla<strong>no</strong><br />

de redução incentivada do consumo esteve em vigor foi de 26 mil MWh, incluindo a redução <strong>no</strong> consumo<br />

registrada na Região Norte, que saiu do racionamento <strong>no</strong> dia 1º de janeiro de 2002. O total de energia<br />

eco<strong>no</strong>mizada correspondeu ao consumo, durante um a<strong>no</strong>, de 7,2 milhões de residências que gastam em média<br />

300 KWh por mês.<br />

Em 12 de dezembro de 2001, foi instituído o Acordo Geral do Setor Elétrico o qual visava solucionar<br />

questões referentes ao pla<strong>no</strong> de redução incentivada do consumo de energia, prevendo a compensação das<br />

perdas de companhias de geração e distribuição de energia elétrica, de modo a evitar questionamentos<br />

judiciais relacionados às obrigações previstas <strong>no</strong>s Contratos Iniciais e ao equilíbrio econômico-financeiro dos<br />

contratos de concessão.<br />

86


A Lei n.º 10.438, de 26 de abril de 2002, conforme alterada, trouxe para o setor elétrico brasileiro algumas<br />

<strong>no</strong>vidades, tais como: (a) o estabelecimento de diretrizes para o enquadramento de consumidores na subclasse<br />

“residencial baixa renda”; (b) a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica –<br />

PROINFA; (c) a previsão da Recomposição Tarifária Extraordinária – RTE, com vistas a ressarcir as<br />

distribuidoras das perdas financeiras provenientes do racionamento; (d) a criação da Conta de<br />

Desenvolvimento Energético – CDE; e (e) regras sobre metas para universalização dos serviços públicos de<br />

energia elétrica a serem cumpridas pelas concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição<br />

de energia elétrica.<br />

A Lei n.º 10.604, de 17 de dezembro de 2002, (a) proibiu as concessionárias de oferecerem bens vinculados à<br />

concessão, os direitos dela emergentes e qualquer outro ativo que possa comprometer suas respectivas<br />

concessões em garantia de operação destinada a atividade distinta de sua concessão; e (b) autorizou a criação<br />

de subvenção econômica para outorga de benefícios tarifários aos consumidores integrantes da subclasse<br />

residencial baixa renda, dentre outras providências.<br />

Em 4 de agosto de 2003, foi instituído o Programa Emergencial e Excepcional de Apoio às Concessionárias<br />

de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica, mediante a concessão de financiamento do BNDES<br />

às distribuidoras, destinado a suprir a insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação do<br />

mecanismo de compensação de valores relativos à Parcela A das tarifas de energia elétrica (CVA).<br />

Em 15 de março de 2004, o Gover<strong>no</strong> Federal promulgou a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, em um<br />

esforço para reestruturar o setor elétrico, tendo por meta proporcionar aos consumidores fornecimento seguro<br />

de energia elétrica com modicidade tarifária. A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico foi regulamentada por<br />

diversos decretos editados pelo Gover<strong>no</strong> Federal e por resoluções da ANEEL.<br />

CONCESSÕES<br />

As empresas ou consórcios que desejam construir e/ou operar instalações para geração, transmissão ou<br />

distribuição de energia <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> devem participar de processos licitatórios. Empresas ou consórcios que<br />

desejem atuar em comercialização ou geração térmica devem solicitar permissão ou autorização ao MME ou à<br />

ANEEL, conforme o caso. Concessões dão o direito de gerar, transmitir ou distribuir energia em determinada<br />

área de concessão por um período determinado. Esse período é limitado a 35 a<strong>no</strong>s para <strong>no</strong>vas concessões de<br />

geração, e 30 a<strong>no</strong>s para <strong>no</strong>vas concessões de transmissão ou distribuição. Concessões existentes poderão ser<br />

re<strong>no</strong>vadas a critério do Poder Concedente.<br />

87


A Lei de Concessões estabelece, entre outras matérias, as condições que a concessionária deve cumprir ao<br />

fornecer serviços de energia, os direitos dos consumidores, e as obrigações da concessionária e do Poder<br />

Concedente. Os principais dispositivos da Lei de Concessões estão resumidos como segue:<br />

• responsabilidade objetiva. A concessionária é objetivamente responsável pelos da<strong>no</strong>s diretos e indiretos<br />

resultantes da prestação inadequada dos serviços de distribuição de energia, tais como interrupções<br />

abruptas <strong>no</strong> fornecimento e variações na voltagem.<br />

• alterações na participação controladora. O Poder Concedente deve aprovar qualquer alteração direta ou<br />

indireta de participação controladora na concessionária.<br />

• intervenção pelo Poder Concedente. O Poder Concedente poderá intervir na concessão, por meio de<br />

processo administrativo, a fim de garantir o desempenho adequado dos serviços e o cumprimento integral<br />

das disposições contratuais e regulatórias.<br />

• térmi<strong>no</strong> antecipado da concessão. O térmi<strong>no</strong> do contrato de concessão poderá ser antecipado por meio de<br />

encampação ou caducidade. Encampação consiste <strong>no</strong> térmi<strong>no</strong> prematuro de uma concessão por razões<br />

relacionadas ao interesse público. A caducidade deve ser declarada pelo Poder Concedente depois de a ANEEL<br />

ou o MME ter emitido um despacho administrativo final dizendo que a concessionária, entre outras coisas, (1)<br />

deixou de prestar serviços adequados ou de cumprir a legislação ou regulamentação aplicável, ou (2) não tem<br />

mais capacidade técnica financeira ou econômica para fornecer serviços adequados. A concessionária tem direito<br />

à indenização por seus investimentos em ativos reversíveis que não tenham sido integralmente amortizados ou<br />

depreciados, após dedução de quaisquer multas e da<strong>no</strong>s devidos pela concessionária.<br />

• térmi<strong>no</strong> por decurso do prazo. Quando a concessão expira, todos os ativos, que são relacionados à prestação dos<br />

serviços de energia revertem à União. Depois do térmi<strong>no</strong>, a concessionária tem direito de indenização por seus<br />

investimentos em ativos revertidos que não tenham sido integralmente amortizados ou depreciados.<br />

De acordo com a Lei de Concessões, as concessões de energia elétrica poderão ser extintas <strong>no</strong>s seguintes casos:<br />

• pelo advento do termo final do contrato;<br />

• pela encampação dos serviços, que consiste na retomada dos serviços pelo Poder Concedente em virtude<br />

de relevante interesse público, mediante autorização legislativa;<br />

• pela caducidade, que consiste na rescisão do contrato de concessão unilateralmente pelo Poder<br />

Concedente em decorrência de descumprimento de obrigações regulamentares ou contratuais do<br />

concessionário, conforme apurado em processo administrativo;<br />

88


• pela rescisão, que poderá ser de comum acordo entre as partes ou decorrente de decisão judicial<br />

irrecorrível proferida em processo proposto pelo concessionário;<br />

• pela anulação decorrente de vício ou irregularidade constatados <strong>no</strong> procedimento ou <strong>no</strong> ato de sua<br />

outorga; e<br />

• em caso de falência ou extinção da concessionária.<br />

Após a extinção da concessão, todos os bens vinculados ao serviço prestado, bem como todos os direitos e<br />

privilégios cedidos ao concessionário, serão revertidos à União.<br />

CONSTITUIÇÃO DE GARANTIAS FINANCEIRAS<br />

A Lei n.º 10.604, de 17 de dezembro de 2002 (“Lei n.º 10.604/02”), estabeleceu que as concessionárias e<br />

permissionárias de serviço público de energia elétrica somente poderão oferecer os direitos emergentes e<br />

qualquer outro ativo vinculado à prestação de serviço público, em garantia de empréstimo, financiamento ou<br />

qualquer outra operação vinculada ao objeto da respectiva concessão e, excepcionalmente, poderão oferecer<br />

garantias a financiamentos de empreendimentos de geração de energia elétrica de que participem direta ou<br />

indiretamente, outorgados antes da vigência da Lei.<br />

A Resolução ANEEL n.º 521/2002 determi<strong>no</strong>u que as concessionárias de serviço público de energia elétrica<br />

interessadas em constituir garantias em favor de empreendimentos de geração de energia elétrica, com outorga já<br />

concedida, encaminhem solicitação de autorização à ANEEL, indicando o valor, o prazo e demais condições da<br />

operação. Referidas garantias somente poderão ser constituídas para lastrear financiamento dos bens e serviços<br />

destinados à implantação dos empreendimentos de geração de energia elétrica de que se trata e desde que esses<br />

pertençam ao mesmo grupo controlador da concessionária de serviço público de energia elétrica garantidora.<br />

Os agentes integrantes da CCEE deverão apresentar garantias financeiras com o objetivo de dar segurança ao<br />

mercado de energia elétrica, minimizando o risco de inadimplência <strong>no</strong> processo de liquidação financeira da<br />

energia vendida na CCEE.<br />

Em 28 de fevereiro de 2005, a ANEEL aprovou a Resolução Normativa n.º 150/05 que altera a forma de<br />

cálculo das garantias financeiras previstas na comercialização de energia elétrica. Os <strong>no</strong>vos critérios<br />

instituídos pela <strong>no</strong>va resolução, <strong>no</strong> que concerne à comercialização, levam em conta a apuração dos três<br />

últimos saldos devedores por empresa, <strong>no</strong>s 24 meses precedentes à contabilização das transações de compra e<br />

venda de energia na CCEE. Períodos atípicos como os de racionamento e os de redução, em níveis críticos, da<br />

capacidade de armazenamento dos reservatórios de usinas hidrelétricas não serão considerados <strong>no</strong> histórico<br />

desses 24 meses de contabilização. A ANEEL já sinalizou que está analisando uma proposta de regra de<br />

mercado com a caracterização definitiva dos períodos atípicos.<br />

89


PESQUISA E DESENVOLVIMENTO – P&D<br />

As concessionárias e autorizados do serviço público de distribuição, geração e transmissão de energia elétrica<br />

são obrigados a aplicar, anualmente, o montante de, <strong>no</strong> mínimo, 1% de sua receita operacional líquida, em<br />

pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico. As empresas que geram energia, exclusivamente, a partir de<br />

instalações eólicas, solares, de biomassa e PCHs estão isentas desta obrigação.<br />

UNIVERSALIZAÇÃO<br />

O programa de universalização do fornecimento de energia elétrica foi criado pela Lei n.º 10.438 de 26 de<br />

abril de 2002, posteriormente modificada pela Lei n.º 10.762, de 11 de <strong>no</strong>vembro de 2003, e refere-se à<br />

obrigação do atendimento a todos os pedidos de <strong>no</strong>va ligação para fornecimento de energia elétrica a unidades<br />

consumidoras com carga instalada me<strong>no</strong>r ou igual a 50 kW, em tensão inferior a 2,3 kV, ainda que necessária<br />

a extensão de rede de tensão inferior ou igual a 138 kV, sem ônus para o solicitante.<br />

PENALIDADES<br />

A regulamentação da ANEEL prevê a imposição de sanções contra os agentes do setor e classifica as<br />

penalidades com base na natureza e severidade da infração (inclusive advertências, multas, suspensão<br />

temporária do direito de participar de processos de licitação para <strong>no</strong>vas concessões, permissões ou<br />

autorizações e caducidade). Quando a infração é caracterizada como multa, os valores atingidos podem<br />

chegar a até 2% da receita oriunda da venda de energia elétrica e prestação de serviços (deduzidos o ICMS e o<br />

ISS) <strong>no</strong> período de 12 meses anteriores à lavratura do auto de infração. Determinadas infrações que podem<br />

resultar em multas referem-se à falha das concessionárias em solicitar a prévia e expressa autorização da<br />

ANEEL, em relação a certas condutas, inclusive:<br />

• celebração de contratos entre partes relacionadas;<br />

• venda ou cessão de ativos relacionados a serviços prestados, bem como dá-los em garantia, em especial<br />

conceder aval, fiança, penhor, hipoteca ou qualquer outro comprometimento do patrimônio relacionado à<br />

concessão ou permissão, ou a receita dos serviços de energia elétrica; e<br />

• proceder a alteração do estatuto social, transferir ações que implique mudança de seu controle acionário,<br />

assim como efetuar reestruturação societária da concessionária.<br />

90


PRINCIPAIS AUTORIDADES<br />

Ministério de Minas e Energia - MME<br />

Após a aprovação da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, o Gover<strong>no</strong> Federal, atuando basicamente por<br />

meio do MME, assumiu certas obrigações que estavam previamente sob a responsabilidade da ANEEL,<br />

destacando-se a outorga de concessões e a emissão de instruções para os processos de licitação para<br />

concessões referentes aos serviços públicos. O MME é o principal órgão do setor energético do Gover<strong>no</strong><br />

Federal, atuando como Poder Concedente em <strong>no</strong>me do Gover<strong>no</strong> Federal, e tendo como sua principal<br />

atribuição o estabelecimento das políticas, diretrizes e da regulamentação do setor.<br />

Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL<br />

O setor elétrico brasileiro é regulado pela ANEEL, uma autarquia federal. Depois da promulgação da Lei do Novo<br />

Modelo do Setor Elétrico, a principal responsabilidade da ANEEL passou a ser de regular e supervisionar o setor<br />

elétrico, em linha com a política a ser adotada pelo MME e com as atribuições a ela delegadas pelo MME. As atuais<br />

responsabilidades da ANEEL incluem, entre outras: (i) fiscalização de concessões para atividades de geração,<br />

transmissão e distribuição de energia elétrica, inclusive aprovação de tarifas de energia elétrica; (ii) promulgação de<br />

regulamentos para o setor elétrico; (iii) implementação e regulamentação da exploração das fontes de energia,<br />

incluindo a utilização de energia hidrelétrica; (iv) promoção do processo licitatório para <strong>no</strong>vas concessões; (v)<br />

solução de litígios administrativos entre entidades geradoras e compradores de energia elétrica; e (vi) definição dos<br />

critérios e metodologia para determinação das tarifas de transmissão.<br />

Conselho Nacional de Política de Energia - CNPE<br />

Em agosto de 1997, foi criado o CNPE para prestar assessoria ao Presidente da República <strong>no</strong> tocante ao<br />

desenvolvimento e criação da política nacional de energia. O CNPE é presidido pelo MME, sendo a maioria<br />

de seus membros ministros do Gover<strong>no</strong> Federal. O CNPE foi criado com a finalidade de otimizar a utilização<br />

dos recursos energéticos do <strong>Brasil</strong> e assegurar o fornecimento de energia elétrica ao país.<br />

Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS<br />

O ONS, criado em 1998, é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos constituída por geradores,<br />

transmissores, distribuidores e Consumidores Livres, além de outros agentes privados, tais como importadores e<br />

exportadores. A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico concedeu ao Gover<strong>no</strong> Federal poder para indicar três<br />

diretores para a Diretoria Executiva do ONS. O papel básico do ONS é coordenar e controlar as operações de<br />

geração e transmissão do SIN, sujeito à regulamentação e supervisão da ANEEL. Os objetivos e as principais<br />

responsabilidades do ONS incluem: planejamento da operação da geração e transmissão; a organização e controle<br />

da utilização do SIN e interconexões internacionais; a garantia de acesso à rede de transmissão de maneira não<br />

discriminatória a todos os agentes do setor; o fornecimento de subsídios para o planejamento da expansão do<br />

sistema elétrico; apresentação ao MME de propostas de ampliações da Rede Básica (propostas estas que serão<br />

levadas em consideração <strong>no</strong> planejamento da expansão do sistema de transmissão); proposição de <strong>no</strong>rmas para<br />

operação do sistema de transmissão para aprovação pela ANEEL; e a elaboração de um programa de despacho<br />

otimizado com base na disponibilidade declarada pelos agentes geradores.<br />

91


Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE e sua sucessora a Câmara de Comercialização de Energia<br />

Elétrica – CCEE<br />

O MAE foi originalmente instituído como um órgão não-personificado, instituído por meio de um Acordo de Mercado<br />

elaborado pelos próprios participantes, segundo regras de participação estabelecidas pela ANEEL e sujeito à<br />

homologação desta, sendo responsável pela operação do mercado atacadista de energia elétrica e pela determinação<br />

dos preços de curto prazo (Lei de Reestruturação do Setor Elétrico). A partir de 2002, o MAE passou a ser organizado<br />

como uma pessoa jurídica de direito privado e ficou sujeito à autorização, fiscalização e regulamentação da ANEEL.<br />

Os agentes do MAE incluíam todas as grandes geradoras, comercializadores (inclusive distribuidoras) e importadores<br />

e exportadores de energia elétrica. Geradoras de me<strong>no</strong>r porte também eram elegíveis para participar do MAE. O MAE<br />

calculava e publicava o preço à vista (PMAE) da energia elétrica tomando por base critérios aprovados pela ANEEL e<br />

com dados gerados pelo ONS. O preço à vista da energia elétrica era determinado levando em consideração, entre<br />

outros fatores: (i) a utilização ótima dos recursos energéticos; (ii) o equilíbrio entre sua oferta e demanda; (iii) a carga<br />

dos agentes conectados ao SIN; e (iv) a projeção de carga de energia elétrica.<br />

O MAE foi extinto e suas atividades, ativos e passivos foram absorvidos em 12 de <strong>no</strong>vembro de 2004 pela CCEE,<br />

criada por força da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico. A CCEE foi constituída sob a forma de pessoa jurídica<br />

de direito privado sob a regulamentação e fiscalização da ANEEL com a finalidade de viabilizar as operações de<br />

compra e venda de energia elétrica entre seus agentes <strong>no</strong> SIN. São agentes com participação obrigatória na CCEE:<br />

(a) os concessionários, permissionários ou autorizados de geração que possuam central geradora com capacidade<br />

instalada igual ou superior a 50MW, (b) os autorizados para importação ou exportação de energia elétrica com<br />

intercâmbio igual ou superior a 50MW, (c) os concessionários, permissionários ou autorizados de serviços e<br />

instalações de distribuição de energia elétrica cujo volume comercializado seja igual ou superior a 500 GWh/a<strong>no</strong>,<br />

referido ao a<strong>no</strong> anterior, (d) os concessionários, permissionários ou autorizados de serviços e instalações de<br />

distribuição de energia elétrica cujo volume comercializado seja inferior a 500GWh/a<strong>no</strong>, referido ao a<strong>no</strong> anterior,<br />

quando não adquirirem a totalidade da energia de supridor com tarifa regulada, (e) os autorizados de<br />

comercialização de energia elétrica, cujo volume comercializado seja igual ou superior a 500 GWh/a<strong>no</strong>, referido ao<br />

a<strong>no</strong> anterior e (f) os Consumidores Livres e os consumidores que adquirirem energia diretamente de<br />

empreendimentos de fonte solar, eólica, biomassa ou PCHs com potência igual ou inferior a 30MW.<br />

Um dos principais papéis da CCEE é realizar leilões públicos <strong>no</strong> ACR. A CCEE é responsável também,<br />

dentre outras atribuições, (a) pelo registro de todos os contratos de comercialização de energia <strong>no</strong> ACR e os<br />

contratos resultantes dos leilões de ajustes, bem como dos montantes de potência e energia dos contratos<br />

celebrados <strong>no</strong> ACL, e (b) pela contabilização e liquidação da diferença entre os montantes efetivamente<br />

gerados ou consumidos e aqueles registrados por meio de contratos bilaterais e dos montantes de energia<br />

elétrica comercializados <strong>no</strong> mercado de curto prazo.<br />

De acordo com a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, o preço da energia elétrica comprada ou vendida <strong>no</strong><br />

mercado spot (Preço de Liquidação de Diferenças – PLD) será calculado pela CCEE e levará em conta, dentre<br />

outros fatores, (a) a otimização do uso dos recursos eletro-energéticos para atendimento das cargas do<br />

sistema, (b) as necessidades de energia elétrica dos agentes e (c) o custo do déficit de energia elétrica.<br />

92


CONVENÇÃO DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA<br />

Em 26 de outubro de 2004, por meio da Resolução Normativa n.º 109, a ANEEL instituiu a Convenção de<br />

Comercialização de Energia Elétrica, que estabelece a estrutura e a forma de funcionamento da CCEE e as<br />

condições de comercialização de energia elétrica.<br />

A Convenção de Comercialização de Energia Elétrica define, dentre outros, as obrigações e direitos dos<br />

agentes da CCEE, as penalidades e sanções a serem impostas aos agentes, forma de solução de conflitos,<br />

condições relativas à comercialização de energia elétrica <strong>no</strong> ACR e <strong>no</strong> ACL e o processo de contabilização e<br />

liquidação financeira das operações realizadas <strong>no</strong> mercado de curto prazo.<br />

Empresa de Pesquisa Energética - EPE<br />

Criada em 16 de agosto de 2004, a Empresa de Pesquisa Energética, ou EPE, é responsável por conduzir<br />

pesquisas estratégicas <strong>no</strong> setor elétrico, inclusive com relação à energia elétrica, petróleo, gás, carvão e fontes<br />

energéticas re<strong>no</strong>váveis. As pesquisas realizadas pela EPE serão usadas para subsidiar o MME.<br />

Comitê de Monitoramento do Setor de Energia - CMSE<br />

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico autorizou a criação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico,<br />

ou CMSE, que atua sob a direção do MME e é composto por representantes da ANEEL. As principais<br />

atribuições do CMSE serão (i) acompanhar as atividades do setor energético, (ii) avaliar as condições de<br />

abastecimento e atendimento ao mercado de energia elétrica e (iii) elaborar propostas de ações preventivas ou<br />

saneadoras visando à manutenção e/ou restauração da segurança <strong>no</strong> abastecimento e <strong>no</strong> atendimento eletroenergético,<br />

encaminhado-as ao CNPE.<br />

Comissão de Serviços Públicos de Energia - CSPE<br />

A Comissão de Serviços Públicos de Energia - CSPE - é a agência reguladora e fiscalizadora dos serviços de<br />

energia, criada pelo Gover<strong>no</strong> do Estado de São Paulo em 1997 para controlar e fiscalizar as concessionárias de<br />

energia elétrica e gás canalizado <strong>no</strong> Estado de São Paulo. Na área de energia elétrica, a CSPE exerce a fiscalização<br />

técnica, comercial e econômico-financeira, nas 14 concessionárias de distribuição de energia elétrica, que atuam <strong>no</strong><br />

Estado de São Paulo, por meio de convênio de delegação e descentralização, firmado com a ANEEL.<br />

O NOVO MODELO PARA O SETOR<br />

Em 15 de março de 2004, o Gover<strong>no</strong> Federal promulgou a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico em um<br />

esforço para reestruturar o setor elétrico a fim de fornecer incentivos aos agentes privados e públicos para<br />

construir e manter a capacidade de geração e garantir o fornecimento de energia a tarifas moderadas por meio<br />

de processos competitivos de leilões públicos de energia. Essa lei foi regulamentada por inúmeros decretos a<br />

partir de maio de 2004, e está sujeita à regulamentação posterior a ser emitida pela ANEEL e pelo MME.<br />

93


A constitucionalidade da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico está sendo contestada perante o Supremo<br />

Tribunal Federal. Porém, se a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico for considerada inconstitucional pelo<br />

Supremo Tribunal Federal, parte do marco regulatório introduzido pela Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico<br />

poderá perder a sua eficácia, gerando incertezas a respeito de quando e como o Gover<strong>no</strong> Federal introduzirá<br />

<strong>no</strong>vas mudanças <strong>no</strong> setor elétrico.<br />

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico introduziu alterações relevantes na regulamentação do Setor Elétrico<br />

brasileiro visando (1) fornecer incentivos aos agentes privados e públicos para construir e manter capacidade de<br />

geração e (2) garantir o fornecimento de energia <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> a tarifas módicas por meio de processos de leilões<br />

públicos de energia elétrica. As principais características da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico incluem:<br />

• criação de dois ambientes distintos para comercialização de energia, com (1) um para contratação da<br />

energia destinada às empresas de distribuição, chamado ACR, operado a partir de leilões de compra de<br />

energia; e (2) um outro mercado com regras de comercialização mais flexíveis, para geradores,<br />

Consumidores Livres e empresas de comercialização de energia, chamado ACL;<br />

• a obrigatoriedade, por parte das empresas de distribuição, de adquirir energia suficiente para satisfazer<br />

100% da sua demanda;<br />

• existência de lastro físico de geração para toda a energia comercializada em contratos;<br />

• restrições a certas atividades de distribuidoras, de forma a garantir que estejam voltadas apenas a seu<br />

principal negócio, a fim de assegurar serviços mais eficientes e confiáveis a seus consumidores;<br />

• restrição ao auto-suprimento (self-dealing), para fornecer um incentivo para que distribuidoras contratem<br />

energia a preços mais competitivos, ao invés de comprar energia de partes relacionadas;<br />

• cumprimento dos contratos assinados antes da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, a fim de<br />

proporcionar estabilidade às transações realizadas antes de sua promulgação; e<br />

• proibição de as distribuidoras venderem eletricidade aos Consumidores Livres a preços não<br />

regulamentados e de desenvolverem atividades de geração e de transmissão de energia elétrica.<br />

Ademais, a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico excluiu a Eletrobrás e suas subsidiárias do Pla<strong>no</strong> Nacional<br />

de Privatização, que é um programa criado pelo gover<strong>no</strong> em 1990 visando promover o processo de<br />

privatização das empresas estatais.<br />

Em 30 de julho de 2004, o Gover<strong>no</strong> Federal promulgou o Decreto n.º 5.163, que: (i) regulamenta a<br />

comercialização de energia elétrica <strong>no</strong>s ACR e ACL; e (ii) dispõe sobre o processo de outorga de concessões<br />

e autorizações para geração de energia elétrica. Suas principais disposições versam sobre:<br />

• regras gerais de comercialização de energia elétrica;<br />

• comercialização de energia elétrica <strong>no</strong> Ambiente de Contratação Regulada (incluindo as regras sobre<br />

informações e declarações de necessidades de energia elétrica, leilões para compra de energia elétrica,<br />

contratos de compra e venda de energia elétrica e repasse às tarifas dos consumidores);<br />

94


• comercialização de energia elétrica <strong>no</strong> ACR;<br />

• contabilização e liquidação de diferenças <strong>no</strong> mercado de curto prazo; e<br />

• outorgas de concessão.<br />

Dentre as principais regras destaca-se a obrigatoriedade de (i) todo agente consumidor de energia elétrica<br />

contratar a totalidade de sua carga; e (ii) todo agente vendedor de energia elétrica apresentar o correspondente<br />

lastro físico para a venda de energia (mediante garantia física de energia proporcionada por empreendimento<br />

de geração próprio ou de terceiros). Os agentes que descumprirem esta obrigação ficarão sujeitos às<br />

penalidades impostas pela ANEEL.<br />

Segundo as regras de comercialização de energia elétrica <strong>no</strong> ACR, a forma pela qual as distribuidoras devem cumprir a<br />

obrigação de atender à totalidade de seu mercado será, essencialmente, por meio dos leilões de compra de energia.<br />

Adicionalmente, as distribuidoras poderão adquirir a energia elétrica para atendimento de seu mercado por meio de<br />

aquisição de energia proveniente (i) de geração distribuída, (ii) de usinas participantes da primeira etapa do PROINFA,<br />

(iii) de contratos de compra e venda de energia firmados anteriormente à Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, e (iv)<br />

de Itaipu. Caberá ao MME a definição do montante total de energia a ser contratado <strong>no</strong> ACR e a relação de<br />

empreendimentos de geração aptos a integrar os leilões a cada a<strong>no</strong>.<br />

Em linhas gerais, a partir de 2005, todo agente de distribuição, gerador, comercializador, Autoprodutor ou<br />

Consumidor Livre deve declarar, até 1º de agosto de cada a<strong>no</strong>, sua previsão de mercado ou carga, para cada<br />

um dos cinco a<strong>no</strong>s subseqüentes. Cada agente de distribuição deverá declarar, até sessenta dias antes de cada<br />

leilão de energia proveniente de empreendimentos existentes ou de energia proveniente de <strong>no</strong>vos<br />

empreendimentos, os montantes de energia que deverá contratar <strong>no</strong>s leilões. Além disso, as distribuidoras<br />

devem especificar a parcela de contratação que pretendem dedicar ao atendimento aos consumidores que,<br />

apesar de apresentarem os requisitos regulatórios para se tornarem Consumidores Livres, não exerceram tal<br />

opção e ainda são atendidos pela sua concessionária de distribuição.<br />

Os leilões de compra, pelas distribuidoras, de energia proveniente de <strong>no</strong>vos empreendimentos de geração<br />

serão realizados: (i) cinco a<strong>no</strong>s antes do início da entrega da energia (de<strong>no</strong>minados leilões “A-5”); e (ii) três<br />

a<strong>no</strong>s antes do início da entrega (de<strong>no</strong>minados leilões “A-3”). Haverá, ainda, leilões de compra de energia<br />

provenientes de empreendimentos de geração existentes (i) realizados <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior ao de início da entrega<br />

da energia (de<strong>no</strong>minados leilões “A-1”); e (ii) para ajustes de mercado, com início de entrega em até 4 meses<br />

posteriores ao respectivo leilão.<br />

Os editais dos leilões serão elaborados pela ANEEL, com observância das diretrizes estabelecidas pelo MME,<br />

<strong>no</strong>tadamente a utilização do critério de me<strong>no</strong>r tarifa <strong>no</strong> julgamento. Os vencedores de cada leilão de energia<br />

realizado <strong>no</strong> ACR deverão firmar os CCEAR com cada distribuidora, em proporção às respectivas<br />

declarações de necessidade das distribuidoras. A única exceção a esta regra se refere ao leilão de ajuste, em<br />

que os contratos são específicos entre agente vendedor e agente de distribuição.<br />

95


Os CCEAR provenientes dos leilões “A-5” ou “A-3” terão prazo de 15 a 35 a<strong>no</strong>s, enquanto que os CCEAR<br />

provenientes dos leilões “A-1” terão prazo de 5 a 15 a<strong>no</strong>s. Em 2005, o CCEAR dos leilões A-1 poderão ter<br />

duração de 3 a<strong>no</strong>s. Os contratos provenientes do leilão de ajuste terão prazo máximo de dois a<strong>no</strong>s.<br />

Para os CCEAR decorrentes de leilões de energia proveniente de empreendimentos existentes, o Decreto<br />

estabelece três possibilidades de redução das quantidades contratadas, quais sejam (i) compensação pela perda<br />

de consumidores para o mercado livre (que se tornaram Consumidores Livres), (ii) redução, a critério da<br />

distribuidora, de até 4% ao a<strong>no</strong> do montante contratado para adaptar-se aos desvios do mercado face às<br />

projeções de demanda, a partir do segundo a<strong>no</strong> subseqüente ao da declaração que deu origem à respectiva<br />

compra e (iii) adaptação às variações de montantes de energia estipuladas <strong>no</strong>s contratos de geração firmados<br />

até 11 de dezembro de 2003.<br />

Coexistência de Dois Ambientes de Contratação de Energia<br />

De acordo com a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, negócios de compra e venda de energia serão<br />

realizados em dois mercados: (1) o ACR, que inclui a contratação de energia elétrica pelas empresas de<br />

distribuição por meio de leilões para o atendimento a todo o seu mercado e (2) ACL, que inclui a compra e<br />

venda de energia livremente negociada por geradores, Consumidores Livres e comercializadores.<br />

A energia gerada por (1) aproveitamentos caracterizados como geração distribuída, conectados diretamente <strong>no</strong><br />

sistema elétrico do comprador (<strong>no</strong>rmalmente, usinas de co-geração e PCHs), (2) usinas qualificadas de acordo<br />

com o PROINFA, e (3) Itaipu, não estarão sujeitos a processo de leilão para fornecimento de energia ao ACR.<br />

A energia gerada por Itaipu é comercializada pela Eletrobrás e os volumes que devem ser comprados por cada<br />

concessionária de distribuição são estabelecidos por meio de quotas definidas pela ANEEL. A tarifa pela qual<br />

a energia gerada por Itaipu é comercializada é de<strong>no</strong>minada em dólar <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong> e estabelecida conforme<br />

tratado firmado entre <strong>Brasil</strong> e Paraguai. Como conseqüência, a tarifa de Itaipu aumenta ou diminui, em<br />

conformidade com a variação da taxa de dólar <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>/real. Alterações <strong>no</strong> preço da energia gerada<br />

por Itaipu estão, entretanto, sujeitas ao mecanismo de ressarcimento das variações dos custos da Parcela A<br />

discutido abaixo em “Tarifas de Distribuição”.<br />

AMBIENTE DE CONTRATAÇÃO REGULADA - ACR<br />

No ACR, empresas de distribuição compram energia para seus mercados de energia por meio de leilões<br />

públicos regulados pela ANEEL, e operacionalizados pela CCEE. Compras de energia serão feitas por meio<br />

de dois tipos de contratos: (1) Contratos de Quantidade de Energia, e (2) Contratos de Disponibilidade de<br />

Energia. Esses tipos de contratos estarão formalizados por meio de um Contrato de Comercialização de<br />

Energia Elétrica <strong>no</strong> Ambiente Regulado - CCEAR.<br />

96


Nos termos do Contrato de Quantidade de Energia, a geradora compromete-se a fornecer determinado volume de<br />

energia e assume o risco de que esse fornecimento de energia seja afetado por condições hidrológicas e níveis baixos<br />

dos reservatórios, entre outras condições, que poderiam reduzir a energia produzida ou alocada, hipótese na qual a<br />

geradora é obrigada a comprar energia de outra fonte a fim de cumprir seu compromisso de fornecimento. De acordo<br />

com o Contrato de Disponibilidade de Energia, a geradora compromete-se a disponibilizar um volume específico de<br />

capacidade ao ACR. Se o gerador tiver um contrato de disponibilidade de energia, não haverá liquidação de diferenças<br />

para o gerador, pois o resultado líquido da contabilização das diferenças de todos os geradores contratados nessa<br />

modalidade será alocado ao pool, para repasse aos consumidores regulados. Assim, a receita da geradora está garantida<br />

e possíveis riscos hidrológicos são imputados às distribuidoras. Entretanto, eventuais custos adicionais incorridos pelas<br />

distribuidoras são repassados aos consumidores. Juntos, esses contratos constituem os CCEAR.<br />

AMBIENTE DE CONTRATAÇÃO LIVRE - ACL<br />

No ACL a energia elétrica é comercializada entre concessionárias de geração, produtores independentes de<br />

energia, autoprodutores, agentes de comercialização, importadores de energia e Consumidores Livres,<br />

essencialmente <strong>no</strong>s moldes do modelo institucional que vigorava antes da promulgação da Lei do Novo<br />

Modelo do Setor Elétrico.<br />

Consumidores potencialmente livres são aqueles que podem exercer a opção por outro supridor de energia<br />

elétrica, sendo caracterizado por:<br />

• se ligados após 8 de julho de 1995, com demanda contratada acima de 3 MW e em qualquer nível de tensão;<br />

• se ligados antes de 8 de julho de 1995, com demanda contratada acima de 3 MW, mas atendidos em nível<br />

de tensão maior ou igual a 69 kV.<br />

Além disso, consumidores com demanda contratada igual ou superior a 500 kW poderão ser servidos por<br />

supridores, que não sua empresa local de distribuição, desde que contratando energia de fontes supridoras<br />

com determinadas características, entre elas: PCHs, energia solar, eólica e biomassa.<br />

Os consumidores potencialmente livres que tenham contratos com prazo indeterminado só poderão optar pelo<br />

ACL, com entrega da energia a partir do a<strong>no</strong> subseqüente à opção, até 15 dias antes da data em que o agente<br />

distribuidor deve informar ao Ministério de Minas e Energia a sua necessidade anual de compra de energia<br />

elétrica para entrega <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte.<br />

Uma vez que um consumidor tenha optado pelo ACL, este somente poderá retornar ao ambiente regulado se<br />

<strong>no</strong>tificar seu distribuidor local com cinco a<strong>no</strong>s de antecedência, ou em me<strong>no</strong>r prazo a critério do distribuidor.<br />

Tal exigência prévia busca, além de evitar comportamentos oportunistas pelo consumidor potencialmente<br />

livre, garantir que o distribuidor possa comprar energia adicional <strong>no</strong> ACR sem impor custos extras ao seu<br />

mercado cativo.<br />

97


A fim de minimizar os efeitos de perdas resultantes de consumidores que escolhem se tornar Consumidores<br />

Livres, as distribuidoras podem reduzir o montante de energia contratado junto a geradoras de acordo com o<br />

volume de energia que não irão mais distribuir aos Consumidores Livres. Geradoras estatais podem vender<br />

energia a Consumidores Livres, mas diferentemente das geradoras privadas, são obrigadas a fazê-lo por meio<br />

de um processo público, o que garante transparência e acesso igual às partes interessadas.<br />

Atualmente, clientes de alta tensão que compram energia de distribuidores de forma regulada o fazem a<br />

preços subsidiados. Esse subsídio, conhecido por “subsídio cruzado”, começou a ser gradualmente retirado a<br />

partir de julho de 2003 e será totalmente eliminado até 2007, por meio de um processo de<strong>no</strong>minado de<br />

realinhamento tarifário.<br />

Eliminação do auto-suprimento (self-dealing)<br />

Uma vez que a compra de energia para consumidores cativos será realizada <strong>no</strong> ACR, a contratação entre<br />

partes relacionadas (self-dealing), por meio da qual as distribuidoras podiam atender até 30% de suas<br />

necessidades de energia por meio da energia adquirida de empresas afiliadas, não será mais permitida, exceto<br />

<strong>no</strong> contexto dos contratos que foram devidamente aprovados pela ANEEL antes da promulgação da Lei do<br />

Novo Modelo do Setor Elétrico ou em função de leilões de energia em que empresas afiliadas atuem<br />

concomitantemente como vendedoras e compradoras.<br />

Atividades Restritas<br />

Distribuidoras do SIN não podem (1) desenvolver atividades relacionadas a geração e transmissão de energia,<br />

(2) vender energia a Consumidores Livres, (3) deter, direta ou indiretamente, qualquer participação em<br />

qualquer outra empresa, ou (4) desenvolver atividades que não estejam relacionadas às suas respectivas<br />

concessões, exceto aquelas permitidas por lei ou constantes do contrato de concessão. A Lei do Novo Modelo<br />

do Setor Elétrico concedeu um período de transição de 18 meses para as empresas se ajustarem a essas regras,<br />

e a ANEEL pode prorrogar esse prazo por outros 18 meses (uma única vez) na hipótese de as empresas não<br />

serem capazes de cumprir as exigências dentro do período prescrito.<br />

Contratos Assinados Antes da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico<br />

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico estabelece que contratos assinados por empresas de distribuição e<br />

aprovados pela ANEEL antes da edição da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico não podem ser alterados em<br />

seus prazos, preços ou volumes já contratados, com exceção dos Contratos Iniciais, conforme descrito abaixo.<br />

Durante o período de transição (1998-2005) para o mercado de energia livre e competitivo estabelecido pela<br />

legislação anterior, compra e venda de energia entre concessionárias de geração e de distribuição deveriam<br />

ocorrer por meio dos Contratos Iniciais. O objetivo do período de transição era o de permitir a introdução<br />

gradual da concorrência <strong>no</strong> setor e proteger os participantes do mercado contra a exposição aos preços do<br />

mercado de curto prazo, potencialmente voláteis. Durante esse período, os Contratos Iniciais seriam reduzidos<br />

em 25% a cada a<strong>no</strong>, a partir de 2003, encerrando-se em 31 de dezembro de 2005.<br />

98


De acordo com a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, as empresas de geração podem comercializar sua<br />

energia não contratada <strong>no</strong> ACR ou <strong>no</strong> ACL. Quando os Contratos Iniciais venceram <strong>no</strong> fim de 2005, toda a<br />

energia descontratada passou a ser negociada <strong>no</strong> ACR ou <strong>no</strong> ACL. Entretanto, a Lei do Novo Modelo do<br />

Setor Elétrico permitiu que empresas públicas e privadas de geração, inclusive produtoras independentes de<br />

energia, aditassem seus Contratos Iniciais em vigor em março de 2004, recontratando suprimento até 31 de<br />

dezembro de 2004. Empresas de geração, públicas e privadas, inclusive produtoras independentes de energia<br />

que aditaram seus Contratos Iniciais, não foram obrigadas a reduzir 25% do montante de energia<br />

comprometido de acordo com tais contratos.<br />

Compras de Energia de acordo com a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico<br />

Em 30 de julho de 2004, o gover<strong>no</strong> editou regulamentação relativa à compra e venda de energia <strong>no</strong> ACR e <strong>no</strong><br />

ACL, assim como a outorga de autorizações e concessões para projetos de geração de energia. Essa<br />

regulamentação inclui regras referentes aos leilões, aos contratos de comercialização de energia e ao método<br />

de repasse de custos aos consumidores finais.<br />

A regulamentação determina que os agentes compradores de eletricidade devem contratar toda a demanda de<br />

energia necessária para o atendimento de 100% de seus mercados ou cargas de acordo com as diretrizes do<br />

<strong>no</strong>vo modelo. Os agentes vendedores de energia devem fornecer suporte comprobatório (lastro) relacionado a<br />

100% de seus contratos de venda às instalações de geração de energia existentes ou planejadas. Os agentes<br />

que não cumprirem tais exigências estão sujeitos a multas impostas pela ANEEL.<br />

Desde janeiro de 2005, todas as empresas de distribuição são obrigadas a <strong>no</strong>tificar ao MME, até 1º de agosto<br />

de cada a<strong>no</strong>, a respeito de mercado estimado de energia para cada um dos cinco a<strong>no</strong>s subseqüentes. Além<br />

disso, as empresas de distribuição são obrigadas a especificar a parte do montante que pretendem contratar<br />

para atender seus consumidores que, apesar de apresentarem os requisitos regulatórios para se tornarem<br />

Consumidores Livres, não exerceram tal opção.<br />

O MME estabelece o montante total de energia a ser comercializado <strong>no</strong> ACR e a lista das instalações de<br />

geração que têm permissão para participar dos leilões a cada a<strong>no</strong>.<br />

A <strong>no</strong>va regulamentação determina que as empresas de distribuição de energia cumpram suas obrigações de<br />

contratação de energia basicamente por meio de leilões públicos, em conformidade com os procedimentos<br />

descritos em “O Leilão de 2004” e “Leilões Subseqüentes”, abaixo.<br />

Além desses leilões e de contratos celebrados anteriormente a vigência da Lei do Novo Modelo do Setor<br />

Elétrico, a empresa de distribuição pode comprar energia de geração distribuída (empresas de geração ligadas<br />

diretamente ao sistema da empresa de distribuição) e, compulsoriamente, adquirir cotas de energia<br />

proveniente da fase inicial do PROINFA e de Itaipu.<br />

99


Leilões – Energia Existente, Novos Projetos e Ajustes<br />

Os leilões de energia para <strong>no</strong>vos projetos de geração serão realizados (1) cinco a<strong>no</strong>s antes da data da entrega<br />

inicial (mencionados como leilões “A-5”), e (2) três a<strong>no</strong>s antes da data da entrega inicial (mencionados como<br />

leilões “A-3”). Haverá também leilões de energia de empreendimentos existentes de geração de energia (1)<br />

realizados um a<strong>no</strong> antes da data da entrega inicial (mencionados como leilões “A-1”) e (2) realizados <strong>no</strong><br />

máximo quatro meses antes da data da entrega e com o montante contratado limitado até 1% da carga total<br />

contratada do agente de distribuição (mencionados como “ajustes de mercado”). Os editais para os leilões<br />

serão preparados pela ANEEL, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo MME.<br />

Cada empresa de geração vencedora <strong>no</strong>s leilões assinará um contrato de compra de energia com cada empresa<br />

de distribuição, na proporção da respectiva demanda estimada de energia das empresas de distribuição. A<br />

única exceção a essas regras refere-se ao leilão de ajuste de mercado, em que os contratos serão entre<br />

empresas vendedoras específicas e empresas de distribuição. O CCEAR de ambos os leilões A-5 e A-3 terá<br />

uma duração entre 15 e 30 a<strong>no</strong>s, e o CCEAR dos leilões A-1 terá uma duração entre 5 e 15 a<strong>no</strong>s. Em 2005, o<br />

CCEAR dos leilões A-1 poderão ter duração de 3 a<strong>no</strong>s. Contratos resultantes dos leilões de ajuste do mercado<br />

serão limitados a uma duração de dois a<strong>no</strong>s.<br />

Primeiro Leilão de Energia Existente<br />

Em 7 de dezembro de 2004, a CCEE realizou o primeiro leilão de energia existente, conforme as condições<br />

estabelecidas pela Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico. Com base nas declarações de necessidades de<br />

mercado das distribuidoras, o MME estabeleceu o montante total de energia a ser comercializado <strong>no</strong> leilão de<br />

2004. A energia ofertada para compra foi adquirida por meio de contratos que previam o fornecimento às<br />

distribuidoras pelo período de 2005 a 2012 (por um preço médio de R$57,5 por MWh), de 2006 a 2013 (por<br />

um preço médio de R$67,3 por MWh), e de 2007 a 2014 (por um preço médio de R$75,5 por MWh). O<br />

volume total de energia negociado <strong>no</strong> leilão foi de, aproximadamente, 1,1 bilhão de MWh e o.volume<br />

financeiro foi da ordem de R$74,7 bilhões.<br />

Segundo Leilão de Energia Existente<br />

Ainda objetivando concluir a fase de transição, em 2 de abril de 2005 ocorreu o segundo leilão de energia<br />

existente, para entregas a partir do a<strong>no</strong> de 2008, com contratos de comercialização de energia elétrica com<br />

duração de 8 a<strong>no</strong>s. Nesse leilão, o volume financeiro negociado foi da ordem de R$7,7 bilhões. As geradoras<br />

venderam cerca de 93 milhões de MWh para as distribuidoras, a um preço médio R$83,1 por MWh.<br />

Terceiro e Quarto Leilões de Energia Existente<br />

Em 11 de outubro de 2005, ocorreram o terceiro e o quarto leilões de energia existente, para o suprimento a<br />

partir de 2006 até 2008 e de 2009 até 2016. O volume financeiro negociado <strong>no</strong> terceiro e quarto leilões,<br />

respectivamente, foi da ordem de R$168, 9 milhões e de R$7,7 bilhões. No terceiro leilão, as geradoras<br />

venderam cerca de 2 milhões de MWh para as distribuidoras, a um preço médio de R$62,9 por MWh. No<br />

quarto leilão, as geradoras venderam cerca de 81 milhões de MWh a um preço médio de R$94,9 por MWh.<br />

100


Primeiro Leilão de Energia Nova<br />

Em 16 de dezembro de 2005, foi realizado o primeiro leilão de energia proveniente de <strong>no</strong>vos empreendimentos e de<br />

empreendimentos existentes ou de projetos de ampliação que haviam, cumulativamente, (i) obtido outorga de<br />

concessão ou de autorização até 16 de março de 2004, (ii) entrado em operação comercial a partir de 1º de janeiro<br />

de 2000 e (iii) cuja energia não tivesse sido contratada até 16 de março de 2004. Com base nas declarações de<br />

necessidades de mercado das distribuidoras, o MME estabeleceu a contratação da energia proveniente de<br />

empreendimentos hidrelétricos por meio de CCEAR com início de suprimento em 2008, 2009 e 2010, durante<br />

trinta a<strong>no</strong>s cada. Para a contratação da energia proveniente de empreendimentos termoelétricos, foram celebrados<br />

CCEAR com início de suprimento em 2008, 2009 e 2010 e durante quinze a<strong>no</strong>s cada. Foram vendidos cerca de 564<br />

milhões de MWh a um preço médio de R$121,2 por MWh, constituindo um volume financeiro negociado de,<br />

aproximadamente, R$68 bilhões.<br />

Redução do Nível de Energia Contratada<br />

O Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, conforme alterado (“Decreto nº 5.163/04”), que regula a<br />

comercialização de energia de acordo com a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, permite que empresas de<br />

distribuição reduzam seus CCEARs (1) para compensar o exercício da opção de compra de energia<br />

proveniente de outro fornecedor, pelos consumidores que se tornarem Consumidores Livres atendidos de<br />

forma regulada, conforme declaração de necessidade de contratação encaminhada ao MME, (2) de outras<br />

variações de mercado, hipótese na qual poderá haver, em cada a<strong>no</strong>, redução de até 4% do montante inicial<br />

contratado, independentemente do prazo de vigência contratual, do início do suprimento e dos montantes<br />

efetivamente reduzidos <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s anteriores e (3) na hipótese de aumentos <strong>no</strong>s montantes de energia adquirida<br />

<strong>no</strong>s termos dos contratos firmados antes de 17 de março de 2004.<br />

Limitação de Repasse<br />

As regras estabelecem também limites para repasse dos custos com a compra de energia aos consumidores<br />

finais. O Valor Anual de Referência (VR), que corresponde à média ponderada dos preços da energia <strong>no</strong>s<br />

leilões A-5 e A-3, calculado para todas as empresas de distribuição, cria um incentivo para empresas de<br />

distribuição contratarem suas demandas esperadas de energia <strong>no</strong>s leilões A-5 que, acredita-se, terão preços<br />

inferiores aos dos leilões A-3. O VR será aplicado <strong>no</strong>s primeiros três a<strong>no</strong>s dos contratos de comercialização<br />

de energia dos <strong>no</strong>vos projetos de geração de energia, firmados em A-5. Do quarto a<strong>no</strong> em diante, os custos de<br />

aquisição da energia desses projetos serão integralmente repassados. O decreto estabelece as seguintes<br />

restrições na capacidade de empresas de distribuição de repassar os custos aos consumidores:<br />

• não repasse dos custos referentes aos volumes de sobrecontratação que ultrapassem 103% da carga anual<br />

de fornecimento da distribuidora;<br />

• durante os três primeiros a<strong>no</strong>s de entrega, repasse limitado dos custos para compras de energia feitas em um leilão<br />

“A-3”, se o volume da energia adquirida exceder 2% da demanda verificada 2 a<strong>no</strong>s antes (ou seja, em “A-5”);<br />

101


• repasse limitado dos custos de aquisição de energia de <strong>no</strong>vos projetos de geração de energia se o volume<br />

recontratado por meio de CCEARs de instalações existentes de geração estiver abaixo do “Limite Inferior<br />

de Contratação” definido pelo Decreto Nº 5.163/04;<br />

• de 2005 a 2009, compras de energia das instalações existentes <strong>no</strong> leilão “A-1” estão limitadas a 1% da<br />

carga das empresas de distribuição verificada <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior ao da declaração de necessidade da<br />

distribuidora. Se a energia adquirida <strong>no</strong> leilão “A-1” exceder o limite de 1%, o repasse de custos da<br />

parcela excedente aos consumidores finais está limitado a 70% do valor médio de tais custos de aquisição<br />

de energia gerada pelas instalações existentes de geração;<br />

• o MME estabelecerá o preço máximo de aquisição para a energia gerada pelos projetos existentes; e<br />

• se as distribuidoras não cumprirem a obrigação de contratarem integralmente suas demandas, o repasse<br />

dos custos de energia adquirida <strong>no</strong> mercado de curto-prazo às tarifas dos consumidores será sempre<br />

equivalente ao me<strong>no</strong>r valor entre o Preço de Liquidação das Diferenças - PLD e o VR, representando um<br />

risco de preço às distribuidoras.<br />

Índice para Repasse de Energia Fornecida por Itaipu<br />

A energia gerada por Itaipu é comercializada pela Eletrobrás e os volumes que devem ser comprados por cada<br />

concessionária de distribuição são estabelecidos por meio de quotas definidas pela ANEEL, proporcionais ao<br />

mercado consumidor de cada distribuidora. A tarifa pela qual a energia gerada por Itaipu é comercializada é<br />

de<strong>no</strong>minada em dólar <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong> e estabelecida conforme tratado firmado entre <strong>Brasil</strong> e Paraguai. Como<br />

conseqüência, a tarifa de Itaipu aumenta ou diminui, conforme a variação da taxa de dólar <strong>no</strong>rteamerica<strong>no</strong>/real.<br />

Não obstante, essas flutuações <strong>no</strong> custo da energia comprada de Itaipu compõem a CVA,<br />

compensadas em reajustes tarifários futuros.<br />

ESCASSEZ DE ENERGIA E RACIONAMENTO<br />

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico estabelece que, em situação na qual o Gover<strong>no</strong> Federal decrete<br />

redução compulsória do consumo de energia elétrica em certa região, todos os Contratos de Energia <strong>no</strong> ACR,<br />

registrados na CCEE, na qual o comprador estiver localizado, terão suas quantidades ajustadas na mesma<br />

proporção da redução de consumo.<br />

TARIFAS PELO USO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO E TRANSMISSÃO<br />

A ANEEL homologa tarifas pelo uso e acesso aos sistemas de distribuição e de transmissão. As tarifas são (i)<br />

uma tarifa pelo transporte de energia <strong>no</strong> sistema da distribuidora (tarifas de uso do sistema de distribuição), ou<br />

TUSD, e (ii) uma tarifa pelo uso do sistema de transmissão, compreendendo a Rede Básica e suas instalações<br />

auxiliares, ou TUST. Além disso, as empresas de distribuição do sistema interligado Sul/Sudeste pagam taxas<br />

específicas pela transmissão de eletricidade gerada em Itaipu.<br />

102


TUSD - Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição<br />

A TUSD é paga por concessionárias e Consumidores Livres, pelo uso do sistema de distribuição de uma<br />

empresa de distribuição à qual estão conectados, sendo revisada anualmente, levando-se em conta,<br />

principalmente, dois fatores: a inflação verificada <strong>no</strong> a<strong>no</strong> e os investimentos de expansão, manutenção e<br />

operação da rede verificadas <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior, de acordo com a variação de seus componentes. A TUSD<br />

compreende os custos de operação e manutenção da rede, encargos setoriais, remuneração dos investimentos<br />

e suas depreciações. Atualmente a TUSD é composta por duas parcelas. Uma de<strong>no</strong>minada “TUSD encargos”<br />

cobrada com base <strong>no</strong> consumo de energia, e outra, a “TUSD fio” cobrada pela demanda contratada. O<br />

encargo mensal a ser pago pelo respectivo agente conectado ao sistema de distribuição, por ponto de conexão,<br />

é calculado pela multiplicação do montante de uso, em KW, pela tarifa estabelecida pela ANEEL, em R$/kW.<br />

A diminuição da arrecadação decorrente da saída do Consumidor Livre não impõe necessariamente à<br />

distribuidora redução nas suas margens de lucro, uma vez que a remuneração dos investimentos se dá por<br />

meio da TUSD, tarifa que permanece sendo auferida pela distribuidora. Porém, os clientes que se tornam<br />

clientes livres deixam de pagar a RTE criada para compensar distribuidores e geradores de eletricidade pelas<br />

perdas sofridas durante o racionamento. Assim, a saída do cliente livre pode afetar a capacidade de uma<br />

distribuidora de recuperar o valor integral da RTE.<br />

TUST - Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão<br />

A TUST é paga por empresas de distribuição, geradoras e Consumidores Livres pelo uso da Rede Básica e é<br />

revisada anualmente de acordo com (i) a inflação e (ii) a receita anual das empresas de transmissão (que<br />

incorpora custos de expansão da própria rede). De acordo com critérios estabelecidos pela ANEEL,<br />

proprietários das diferentes partes da rede de transmissão transferiram a coordenação de suas instalações para<br />

o ONS em contrapartida do recebimento de pagamentos de usuários do sistema de transmissão. Usuários da<br />

rede, inclusive empresas de geração, empresas de distribuição e Consumidores Livres, assinaram contratos<br />

com o ONS que lhes conferem o direito de usar a rede de transmissão mediante o pagamento de tarifas.<br />

Outras partes da rede que são de propriedade de empresas de transmissão mas não consideradas como parte da<br />

rede de transmissão, são disponibilizadas diretamente aos usuários interessados que pagam uma taxa<br />

específica para a empresa de transmissão.<br />

Tarifa de Transporte de Itaipu<br />

A usina de Itaipu possui uma rede de transmissão exclusiva operada em corrente contínua e alternada, que não<br />

é considerada como parte da Rede Básica ou do sistema de conexão intermediário. O uso deste sistema é<br />

remunerado por uma tarifa específica chamada de tarifa de transporte de Itaipu, paga pelas empresas que<br />

compulsoriamente compram energia de Itaipu, proporcionalmente às respectivas quotas.<br />

103


TARIFAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA<br />

Os valores das tarifas de distribuição são reajustados anualmente pela ANEEL, conforme fórmula paramétrica<br />

prevista <strong>no</strong> contrato de concessão. Ao ajustar tarifas de distribuição, a ANEEL divide a receita das concessionárias<br />

de distribuição em duas parcelas correspondentes aos seguintes custos: (1) custos exóge<strong>no</strong>s aos da distribuidora<br />

(chamado de custos “não gerenciáveis”), ou Parcela A, e (2) custos sob o controle das distribuidoras (chamado de<br />

custos “gerenciáveis”), ou Parcela B. Os custos da Parcela A incluem, entre outros:<br />

• custos de energia comprada para revenda de acordo com Contratos Iniciais;<br />

• custos de energia comprada de Itaipu;<br />

• custos de energia comprada de acordo com contratos bilaterais livremente negociados entre as partes;<br />

• preços de energia comprada em leilões públicos;<br />

• determinados encargos tarifários (taxas regulatórias); e<br />

• custos de conexão e transmissão.<br />

Para contratos de compra de energia pelas distribuidoras, celebrados até 16 de março de 2004, ficaram<br />

mantidas as <strong>no</strong>rmas para cálculo do repasse dos custos de aquisição da energia, com limites de repasse dos<br />

preços de compra às tarifas dos consumidores da distribuidora, baseados em Valores Normativos,<br />

determinados pela ANEEL. Para contratos de compra de energia celebrados após aquela data, os critérios de<br />

repasse foram alterados, conforme explicado anteriormente <strong>no</strong> item “Limitação de Repasse” (vide Seção<br />

“O Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> – O Novo Modelo para o Setor”).<br />

A Parcela B compreende os itens de custo que estão sob o controle das concessionárias (principalmente custos<br />

operacionais).<br />

O contrato de concessão de cada empresa de distribuição estabelece um Reajuste Anual de Tarifa. Os custos<br />

da Parcela A são geralmente totalmente repassados às tarifas. Os custos da Parcela B, por sua vez, são<br />

corrigidos de acordo com o índice IGPM, ajustado por um fator chamado de X (componente que busca<br />

induzir as distribuidoras na busca da eficiência operacional).<br />

As empresas de distribuição de energia elétrica, conforme o contrato de concessão, também têm direito à revisão<br />

periódica das tarifas com intervalos que geralmente variam entre três e cinco a<strong>no</strong>s. Nessas revisões (1) todos os<br />

custos da Parcela B são recalculados e (2) o fator X é calculado com base em três componentes: (i) Xc estabelecido<br />

a cada a<strong>no</strong>, é baseado na satisfação do cliente conforme pesquisa da ANEEL; (ii) Xa, também estabelecido a cada<br />

a<strong>no</strong>, é calculado considerando a diferença entre os índices de inflação IPCA e o IGPM multiplicada pelos custos<br />

totais com pessoal da distribuidora (uma vez que os aumentos de salários se baseiam <strong>no</strong> IPCA e os aumentos da<br />

Parcela B se baseiam <strong>no</strong> IGPM) e; e (iii) Xe, estabelecido a cada revisão periódica, é um fator baseado em ganhos<br />

de produtividade da concessionária devido ao crescimento de mercado.<br />

O fator X é usado para ajustar a proporção da mudança <strong>no</strong> índice IGPM que deve ser aplicada ao componente<br />

da Parcela B <strong>no</strong>s reajustes anuais. Dessa forma, quando da conclusão de cada revisão periódica, a aplicação<br />

do fator X (devido à aplicação do Xe) determina o compartilhamento dos ganhos de produtividade das<br />

empresas de distribuição com os clientes finais.<br />

104


Além disso, concessionárias de distribuição de energia têm direito à revisão extraordinária, analisadas caso a<br />

caso, para assegurar seu equilíbrio econômico-financeiro e compensá-las por custos imprevisíveis, inclusive<br />

impostos, que alterem significativamente sua estrutura de custos.<br />

Desde 2002, clientes de baixa renda têm-se beneficiado de uma tarifa especial estabelecida pelo Gover<strong>no</strong><br />

Federal através da ANEEL. Durante o a<strong>no</strong> de 2002, o déficit gerado pela aplicação desta tarifa especial foi<br />

financiado pela Eletrobrás com fundos da RGR. Em 2002, de acordo com o Decreto nº 4.336, de 15 de agosto<br />

de 2002, foi determinado que as empresas de distribuição seriam compensadas pela perda de receitas<br />

resultante da Tarifa Especial pelo Gover<strong>no</strong> Federal com fundos derivados de dividendos pagos pela Eletrobrás<br />

e outras empresas estatais federais e da CDE.<br />

REMUNERAÇÃO DAS GERADORAS<br />

Ao contrário das concessionárias de distribuição de energia elétrica, em geral, as concessionárias de geração<br />

não têm, em seus respectivos contratos de concessão, a fixação de tarifas, tampouco mecanismos de reajuste e<br />

revisão destas.<br />

No âmbito dos Contratos Iniciais, as geradoras são remuneradas pelas tarifas fixadas entre estas e as<br />

respectivas distribuidoras, as quais são homologadas pela ANEEL. Já <strong>no</strong> âmbito dos Contratos Bilaterais, os<br />

preços são livremente negociados entre as partes.<br />

As limitações ao repasse pelas distribuidoras dos custos de aquisição de energia acabam limitando os preços<br />

de energia cobrados pelas geradoras, uma vez que estes não podem ser superiores ao Valor Normativo ou ao<br />

Valor Anual de Referência para serem competitivos e passíveis de aprovação pela ANEEL. Com a<br />

promulgação da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, as geradoras somente poderão vender sua energia<br />

para as distribuidoras por meio de leilões públicos conduzidos pela ANEEL e pela CCEE. Exceto quando o<br />

gerador é caracterizado como serviço público de geração, tal restrição não se aplica à venda de energia <strong>no</strong><br />

ACL, em que as geradoras produtoras independentes de energia podem vender sua energia a preços<br />

livremente negociados.<br />

COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA<br />

A comercialização de energia como atividade autô<strong>no</strong>ma está prevista na Lei de Reestruturação do Setor<br />

Elétrico de 27 de maio de 1998, conforme alterada, e <strong>no</strong> Decreto nº 2.655 de 02 de julho de 1998, conforme<br />

alterado, estando sujeita a um regime competitivo, do qual diversos agentes podem participar, entre os quais<br />

as geradoras, atuando <strong>no</strong> regime de serviço público ou <strong>no</strong> de produção independente, os agentes<br />

comercializadores e/ou importadores de energia. Diferentemente da prestação dos serviços de distribuição e<br />

transmissão, cujos preços são regulados, na comercialização de energia elétrica os preços são fixados<br />

livremente, balizados pelas condições de mercado.<br />

105


ASPECTOS CONCORRENCIAIS<br />

Em um esforço para promover o aumento da concorrência, a ANEEL, em março de 1998, estabeleceu limites<br />

à concentração de certos serviços e atividades do setor elétrico. Em 2000, a ANEEL estabeleceu <strong>no</strong>vos limites<br />

à concentração de certos serviços e atividades <strong>no</strong> setor energético. De acordo com esses limites, com exceção<br />

de empresas que participam do Programa Nacional de Privatização (que precisam apenas cumprir tais limites<br />

desde que sua reestruturação societária final seja consumada):<br />

• nenhuma geradora, isoladamente ou em conjunto com seus controladores diretos e indiretos, poderá<br />

deter mais de 20% da capacidade instalada do <strong>Brasil</strong>, 25% da capacidade instalada da região<br />

sul/sudeste/centro-oeste ou 35% da capacidade instalada da região <strong>no</strong>rte/<strong>no</strong>rdeste;<br />

• nenhuma distribuidora, isoladamente ou em conjunto com seus controladores diretos e indiretos,<br />

poderá responder por mais de 20% do mercado de distribuição do <strong>Brasil</strong>, 25% do mercado de<br />

distribuição na região sul/sudeste/centro-oeste ou 35% do mercado de distribuição na região<br />

<strong>no</strong>rte/<strong>no</strong>rdeste;<br />

• nenhuma companhia de comercialização, isoladamente ou em conjunto com seus controladores<br />

diretos e indiretos, poderá negociar mais de 20% da energia comercial final do <strong>Brasil</strong> (consumidores<br />

finais), 20% da energia elétrica comercial intermediária do <strong>Brasil</strong> (entre empresas), e 25% do<br />

mercado comercial total do <strong>Brasil</strong> (consumidores e empresas); e<br />

• nenhuma distribuidora poderá adquirir de geradora afiliada ou gerar por si mais de 30% das<br />

necessidades de energia total de seus consumidores cativos (de<strong>no</strong>minado limite de auto-contratação).<br />

As geradoras e distribuidoras sujeitas aos limites acima são companhias ou consórcios detentores de<br />

concessões, permissões ou autorizações, conforme o caso, para gerar ou distribuir energia elétrica, ou agentes<br />

que detêm ações do grupo de controle da empresa geradora ou distribuidora. No caso de agente que detenha<br />

ações do grupo de controle de empresa geradora ou distribuidora, o cálculo de tais limites toma por base o<br />

número de ações ordinárias da companhia detidas pelo agente nestas empresas. No caso de sociedade de<br />

responsabilidade limitada, o cálculo toma por base a participação do agente <strong>no</strong> capital da companhia.<br />

A chamada auto-contratação (autorização para as distribuidoras comprarem até 30% de suas necessidades de<br />

energia elétrica contratando energia elétrica de empreendimento de geração próprio) não será mais permitida,<br />

exceto em relação a contratos devidamente aprovados pela ANEEL anteriormente à promulgação da Lei do<br />

Novo Modelo do Setor Elétrico. As distribuidoras poderão, <strong>no</strong> entanto, comprar energia elétrica de partes<br />

relacionadas quando participarem dos processos licitatórios para compra de energia elétrica <strong>no</strong> ACR e a<br />

geradora vencedora da licitação for uma parte relacionada da distribuidora.<br />

106


A DESVERTICALIZAÇÃO NO ÂMBITO DO NOVO MARCO REGULATÓRIO<br />

A desverticalização <strong>no</strong> setor de energia elétrica é um processo aplicável às empresas que atuam de forma<br />

verticalmente integrada, tendo como objeto a segregação das atividades de geração, transmissão e distribuição<br />

de energia elétrica e vem sendo implementada <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> desde 1995. Basicamente, o processo de<br />

desverticalização tem como objetivos (i) preservar a identidade de cada concessão, evitando a contaminação<br />

na formação dos custos e da base de remuneração da atividade de serviço público, permitindo a aferição do<br />

equilíbrio econômico-financeiro de cada concessão, ensejando a transparência da gestão e permitindo ao<br />

mercado e à sociedade o ple<strong>no</strong> conhecimento dos resultados da concessão; e (ii) efetivar e estimular a<br />

competição <strong>no</strong> setor elétrico <strong>no</strong>s segmentos <strong>no</strong>s quais a competição é possível (geração e comercialização),<br />

bem como aprimorar o sistema de regulação dos segmentos <strong>no</strong>s quais há mo<strong>no</strong>pólio de rede (transmissão e<br />

distribuição).<br />

A Lei do Novo Modelo de Setor Elétrico, que dispõe sobre a comercialização de energia elétrica, determina<br />

que as concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica<br />

que atuem <strong>no</strong> SIN, não poderão desenvolver atividades: (i) de geração; (ii) de transmissão, (iii) de venda de<br />

energia a Consumidores Livres; (iv) de participação em outras sociedades, direta ou indiretamente, ressalvado<br />

quando para captação, aplicação e gerência de recursos financeiros necessários à prestação do serviço e<br />

quando disposto <strong>no</strong>s contratos de concessão; ou (v) estranhas ao objeto social, exceto <strong>no</strong>s casos previstos em<br />

lei e <strong>no</strong>s respectivos contratos de concessão. Tais restrições não se aplicam (i) ao fornecimento de energia a<br />

sistemas elétricos isolados; (ii) ao atendimento de seu próprio mercado desde que inferior a 500 GWh/a<strong>no</strong> e<br />

(iii) na captação, aplicação ou empréstimo destinados à própria distribuidora ou a sociedade do mesmo grupo<br />

econômico, mediante prévia anuência da ANEEL.<br />

As atividades estranhas aos serviços públicos de distribuição de energia elétrica desenvolvidas por concessionárias<br />

de acordo com os respectivos contratos de concessão deverão ser incluídas como fontes alternativas de receita da<br />

concessionária e os rendimentos advindos de tais atividades serão considerados para a determinação dos valores das<br />

tarifas aplicáveis, com vistas à modicidade tarifária dos serviços de energia elétrica.<br />

Da mesma forma, as concessionárias e as autorizadas de geração ou transmissão que atuem <strong>no</strong> SIN não<br />

poderão ser coligadas ou controladoras de sociedades que desenvolvam atividades de distribuição de energia<br />

elétrica <strong>no</strong> SIN.<br />

As concessionárias, permissionárias e autorizadas de distribuição, transmissão e de geração de energia elétrica<br />

deveriam adaptar-se às regras de desverticalização referidas acima <strong>no</strong> prazo de até 18 meses a contar da<br />

publicação da Lei do Novo Modelo de Setor Elétrico, isto é, setembro de 2005.<br />

O prazo acima estabelecido poderá ser prorrogado pela ANEEL, uma única vez, por igual período, se<br />

efetivamente comprovada a impossibilidade <strong>no</strong> cumprimento das disposições decorrentes de fatores alheios à<br />

vontade das concessionárias, permissionárias e autorizadas.<br />

107


INCENTIVOS PARA FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA ELÉTRICA<br />

Em 2000, um decreto federal criou o Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT), com a finalidade de<br />

diversificar a matriz energética brasileira e diminuir sua forte dependência das Usinas Hidrelétricas. Os<br />

benefícios conferidos às Usinas Termelétricas <strong>no</strong>s termos do PPT incluem (i) fornecimento garantido de gás<br />

durante 20 a<strong>no</strong>s; (ii) garantia do repasse de seu custo de aquisição pelas distribuidoras, até o limite do valor<br />

<strong>no</strong>rmativo de acordo com a regulamentação da ANEEL; e (iii) acesso garantido a programa de financiamento<br />

especial do BNDES para o setor elétrico.<br />

Em 2002, o PROINFA foi estabelecido pelo gover<strong>no</strong> para criar incentivos para o desenvolvimento de fontes<br />

alternativas de energia, tais como projetos de energia eólica, pequenas usinas hidrelétricas e projetos de<br />

biomassa, <strong>no</strong> sistema interligado. Nos termos do PROINFA, a Eletrobrás compra a energia gerada por estas<br />

fontes alternativas por um período de 20 a<strong>no</strong>s e a repassa para os Consumidores Livres e distribuidoras, as quais<br />

se incumbem de incluir os custos do programa em suas tarifas para todos os consumidores finais da área de<br />

concessão, a exceção dos consumidores de baixa renda. Em sua fase inicial, o PROINFA está limitado a uma<br />

capacidade contratada total de 3.300 MW (um terço para cada fonte). Projetos que buscam qualificar-se para os<br />

benefícios oferecidos pelo PROINFA devem estar totalmente operacionais até 30 de dezembro de 2008.<br />

ENCARGOS SETORIAIS<br />

Em determinadas circunstâncias, as empresas de energia são compensadas por ativos ainda não depreciados,<br />

usados na concessão caso a mesma seja revogada ou não re<strong>no</strong>vada ao final do contrato de concessão. A<br />

Reserva Global de Reversão (RGR) foi criada pelo Decreto nº 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, conforme<br />

alterado, com o objetivo de prover fundos para essa compensação. Em fevereiro de 1999, a ANEEL revisou a<br />

cobrança de uma taxa exigindo que todas as distribuidoras e determinadas geradoras que operam sob regimes<br />

de serviço público fizessem contribuições mensais ao Fundo RGR a uma taxa anual equivalente a 2,5% dos<br />

ativos fixos da empresa em serviço, até um teto de 3% do total das receitas operacionais em cada a<strong>no</strong>. Nos<br />

últimos a<strong>no</strong>s, o Fundo RGR tem sido usado, principalmente, para financiar projetos de geração e distribuição.<br />

O Fundo RGR está programado para ser suspenso até 2010, e a ANEEL está obrigada a revisar a tarifa de tal<br />

forma que o consumidor receba algum benefício pelo térmi<strong>no</strong> do Fundo RGR.<br />

No modelo institucional anterior a 2004, o gover<strong>no</strong> impunha uma taxa aos Produtores Independentes de<br />

Energia baseada em recursos hídricos, exceto por pequenas usinas hidrelétricas, similar à taxa cobrada de<br />

empresas do setor público em associação como Fundo RGR. Produtores Independentes de Energia eram<br />

obrigados a fazer contribuições ao Fundo de Uso de Bem Público, ou Fundo UBP, de acordo com as regras do<br />

processo de licitação pública correspondente para a outorga de concessões. Já <strong>no</strong> modelo regulatório atual, a<br />

licitação de <strong>no</strong>vos empreendimentos terá como critério vencedor o lance pela me<strong>no</strong>r tarifa na venda de<br />

energia elétrica ao ACR.<br />

108


Empresas de distribuição, e empresas de geração que vendem diretamente a clientes finais, são obrigadas a<br />

contribuir para a Conta de Consumo de Combustível - CCC que foi criada pela Lei nº 7.990 de 28 de<br />

dezembro de 1989, conforme alterada, com o objetivo de gerar reservas financeiras para cobertura de custos<br />

de combustíveis associados ao aumento do uso de usinas de energia termelétrica. As contribuições anuais são<br />

calculadas com base em estimativas do custo de combustível necessário para a geração de energia pelas<br />

usinas termelétrica <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte. A CCC é administrada pela Eletrobrás.<br />

Em fevereiro de 1998, o gover<strong>no</strong> estabeleceu a extinção da CCC. Estes subsídios estão sendo gradualmente<br />

extintos, desde 2003, durante um período de três a<strong>no</strong>s para usinas de energia termelétrica construídas até<br />

fevereiro de 1998 e atualmente pertencentes ao SIN. Usinas termelétricas construídas depois daquela data não<br />

terão direito a subsídios da CCC. Em abril de 2002, o gover<strong>no</strong> estabeleceu que os subsídios da CCC<br />

continuariam a ser pagos às usinas termelétricas localizadas em sistemas isolados por um período de 20 a<strong>no</strong>s<br />

com o intuito de promover a geração de energia nestas regiões.<br />

À exceção de algumas pequenas usinas de energia hidrelétricas, todas as instalações hidrelétricas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />

devem pagar uma taxa a estados e municípios pelo uso de recursos hídricos, a Compensação Financeira pelo<br />

Uso de Recursos Hídricos, ou CFURH, que foi introduzida em 1989. As taxas são determinadas com base <strong>no</strong><br />

volume de energia gerado por cada empresa e são pagas aos estados e municípios onde a usina ou o<br />

reservatório da usina está localizado.<br />

A Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica (TFSEE) foi instituída pela Lei nº 9.427 de 26 de<br />

dezembro de 1996, conforme alterada, e equivale a 0,5% do benefício econômico anual auferido pela<br />

concessionária. Trata-se de parcela cujo valor anual é estabelecido pela ANEEL com a finalidade de constituir<br />

sua receita e destina-se à cobertura do custeio de suas atividades. A TFSEE fixada anualmente é paga<br />

mensalmente em duodécimos pelas concessionárias.<br />

Em 2002, o gover<strong>no</strong> instituiu a CDE, que é financiada por pagamentos anuais feitos por concessionárias pelo<br />

uso de ativos públicos, penalidades e multas impostas pela ANEEL e, desde 2003, pelas taxas anuais pagas<br />

por agentes que oferecem energia a usuários finais, por meio de um valor adicionado às tarifas pelo uso dos<br />

sistemas de transmissão e distribuição. Estas taxas são reajustadas anualmente. A CDE foi criada para dar<br />

suporte (1) ao desenvolvimento da produção de energia em todo o país, (2) à produção de energia por fontes<br />

alternativas, e (3) à universalização de serviços de energia em todo o <strong>Brasil</strong>. A CDE permanecerá em vigor<br />

por 25 a<strong>no</strong>s e é administrada pela Eletrobrás.<br />

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico estabelece que a falta de pagamento da contribuição ao RGR,<br />

PROINFA, CDE, CCC, compensação financeira por utilização de recursos hídricos, ou de pagamentos<br />

devidos em virtude da compra de energia e <strong>no</strong> ACR ou de Itaipu impedirá que a parte inadimplente receba<br />

reajuste de tarifa (exceto a revisão extraordinária) ou receba recursos advindos do RGR, CDE ou CCC.<br />

109


MECANISMO DE REALOCAÇÃO DE ENERGIA<br />

De acordo com as regras de comercialização em vigor, a proteção financeira contra riscos hidrológicos para<br />

os geradores é garantida através do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). O MRE é um mecanismo<br />

financeiro que objetiva o compartilhamento dos riscos hidrológicos que afetam os geradores, na busca de<br />

garantir a otimização dos recursos hidrelétricos do SIN.<br />

Sua função é garantir que todos os geradores participantes do MRE comercializem a Energia Assegurada que<br />

lhes foi atribuída pela ANEEL, independente de sua produção real de energia, desde que as usinas<br />

participantes do MRE, como um todo, tenham gerado energia suficiente para tal. Em outras palavras, o MRE<br />

realoca a energia, transferindo (ou alocando) a energia excedente daquelas que geraram acima de suas<br />

Energias Asseguradas para aquelas que geraram abaixo de suas Energias Asseguradas. O despacho das usinas<br />

é determinado pelo ONS, que leva em conta a demanda de energia, as condições hidrológicas do SIN e as<br />

limitações da transmissão.<br />

O ressarcimento dos custos de geração da energia realocada é realizado para compensar os geradores que<br />

realocam energia ao sistema acima de seu montante de Energia Assegurada. Isto é feito através do pagamento<br />

de seus custos variáveis de operação (exceto combustível) e das compensações financeiras pelo uso da água.<br />

Os custos desta energia realocada (de todos os geradores que doaram energia ao MRE) serão então totalizados<br />

e pagos por todos aqueles<br />

geradores que receberem energia do MRE.<br />

O MRE abrange todas as usinas hidrelétricas sujeitas ao despacho centralizado, as PCHs que optaram pela inclusão<br />

<strong>no</strong> mecanismo e as usinas térmicas com despacho centralizado, contempladas <strong>no</strong>s Contratos Iniciais e que tenham<br />

seus custos de combustível cobertos pela CCC (Conta de Consumo de Combustível Fósseis). Desde 2003 as usinas<br />

da CCC participam apenas parcialmente do MRE, em função da redução gradual do subsídio.<br />

MEIO AMBIENTE<br />

A Emissora está sujeita a abrangente legislação ambiental brasileira nas esferas federal, estadual e municipal. O<br />

cumprimento desta legislação é fiscalizado por órgãos e agências governamentais, que podem impor sanções<br />

administrativas contra a Companhia por eventual i<strong>no</strong>bservância da legislação.<br />

As violações à legislação ambiental podem ainda caracterizar crime ambiental, atingindo tanto os administradores,<br />

que podem até ser presos, como a própria pessoa jurídica da Companhia. Podem, ainda, acarretar penalidades<br />

administrativas, como multas de até R$50 milhões (aplicáveis em dobro ou <strong>no</strong> seu triplo, em caso de reincidência) e<br />

suspensão temporária ou definitiva de atividades. Tais sanções serão aplicadas independentemente da obrigação de<br />

reparar a degradação causada ao meio ambiente e a terceiros afetados.<br />

110


Na esfera civil os da<strong>no</strong>s ambientais implicam responsabilidade solidária e objetiva, direta e indireta. Isto significa<br />

que a obrigação de reparar a degradação causada poderá afetar a todos os direta ou indiretamente envolvidos,<br />

independentemente da comprovação de culpa dos agentes. Como conseqüência, a contratação de terceiros para<br />

proceder a qualquer intervenção nas operações da Companhia, como a disposição final de resíduos, não exime a<br />

responsabilidade da contratante por eventuais da<strong>no</strong>s ambientais causados pela contratada.<br />

A legislação ambiental brasileira determina que o regular funcionamento de atividades consideradas efetiva ou<br />

potencialmente poluidoras, ou que, de qualquer forma, causem degradação do meio ambiente, está condicionado ao<br />

prévio licenciamento ambiental. Este procedimento é necessário tanto para a instalação inicial e operação do<br />

empreendimento quanto para as ampliações nele procedidas, sendo que as licenças emitidas precisam ser re<strong>no</strong>vadas<br />

periodicamente. O licenciamento ambiental de atividades cujos impactos ambientais são considerados significativos<br />

está sujeito ao Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA),<br />

assim como à implementação de medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos ambientais causados pelo<br />

empreendimento. No caso das medidas compensatórias, a legislação ambiental impõe ao empreendedor a obrigação<br />

de destinar recursos à implantação e manutenção de unidades de conservação, <strong>no</strong> montante de, pelo me<strong>no</strong>s, 0,5%<br />

do custo total previsto para a implantação do empreendimento.<br />

O processo de licenciamento ambiental compreende, basicamente, a emissão de três licenças, todas com prazos<br />

determinados de validade: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. Cada uma destas licenças é<br />

emitida conforme a fase em que se encontra a implantação do empreendimento e a manutenção de sua validade<br />

depende do cumprimento das condicionantes que forem estabelecidas pelo órgão ambiental licenciador. A ausência<br />

de licença ambiental, independentemente da atividade estar ou não causando da<strong>no</strong>s efetivos ao meio ambiente,<br />

caracteriza a prática de crime ambiental, além de sujeitar o infrator a penalidades administrativas, tais como multas<br />

que, <strong>no</strong> âmbito federal, podem chegar a R$10 milhões (aplicáveis em dobro ou <strong>no</strong> seu triplo, em caso de<br />

reincidência) e interdição de atividades.<br />

As demoras ou indeferimentos, por parte dos órgãos ambientais licenciadores, na emissão ou re<strong>no</strong>vação dessas<br />

licenças, assim como a eventual impossibilidade da Companhia de atender às exigências estabelecidas por tais<br />

órgãos ambientais <strong>no</strong> curso do processo de licenciamento ambiental, poderão prejudicar, ou mesmo impedir,<br />

conforme o caso, a instalação e a operação dos seus empreendimentos.<br />

111


HISTÓRICO DA EMISSORA<br />

A The São Paulo Tramway, Light and Power Co., Ltd., fundada em 1899 em Toronto, Canadá, foi autorizada,<br />

por decreto do presidente Campos Sales, a atuar <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Em 1904, estendeu seu mercado ao Rio de Janeiro,<br />

fundando a The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Co., Ltd. A partir de 1912, essas empresas passaram<br />

a ser controladas pela holding Brazilian Traction Light and Power Co., Ltd. Em 1956, o grupo reestruturou-se,<br />

passando a ter como controlador a Brascan Limited. Em 1979, o gover<strong>no</strong> brasileiro, por meio da Eletrobrás,<br />

adquiriu da Brascan Limited o controle acionário da então Light – Serviços de Eletricidade S.A.<br />

Em 1981, o Gover<strong>no</strong> do Estado de São Paulo adquiriu da Eletrobrás o subsistema paulista da Light, criando a<br />

Eletropaulo – Eletricidade de São Paulo S.A. Com a aprovação do Conselho Diretor do PED – Programa<br />

Estadual de Desestatização, a partir de 1º de janeiro de 1998, a Eletropaulo foi cindida, dando origem a quatro<br />

empresas independentes: a Bandeirante Energia S.A. (anteriormente de<strong>no</strong>minada EBE – Empresa Bandeirante<br />

de Energia S.A.), a Eletropaulo – Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A., a Empresa Paulista de<br />

Transmissão de Energia Elétrica S.A. – EPTE e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. – EMAE.<br />

Como conseqüência das medidas implementadas pelos Gover<strong>no</strong>s Federal e Estadual na década de 90, visando<br />

transferir empresas controladas pelos Municípios, Estados e União à iniciativa privada, a Bandeirante foi<br />

privatizada em 17 de setembro de 1998, data em que 29,80% de seu capital social, correspondente a<br />

11.010.661.268 (onze bilhões, dez milhões, seiscentas e sessenta e uma mil, duzentas e sessenta e oito) ações<br />

ordinárias, foi adquirido pelo consórcio Luso-<strong>Brasil</strong>eiro, formado pela Enerpaulo, controlada pela <strong>EDP</strong>, e pela<br />

Draft 1 Participações S.A., controlada pela CPFL. Para adquirir o controle da Bandeirante, o consórcio Luso-<br />

<strong>Brasil</strong>eiro dispendeu, aproximadamente, R$ 1,014 bilhão.<br />

Em 1º de outubro de 2001 foi aprovada, em Assembléia Geral Extraordinária, a cisão parcial da Bandeirante,<br />

com versão da parcela cindida do seu patrimônio para a CPFL, <strong>no</strong>s termos do protocolo e da justificação da<br />

cisão nesta mesma Assembléia. A Bandeirante cindida ficou com 51,36% do antigo mercado e passou a ser<br />

controlada pela Enerpaulo.<br />

Como parte da reestruturação societária do Grupo <strong>EDP</strong>, em Assembléia realizada em 31 de outubro de 2002,<br />

a Bandeirante incorporou parcela cindida do capital da controladora Enerpaulo, que foi extinta mediante a<br />

incorporação da parcela remanescente do seu patrimônio pela Energias do <strong>Brasil</strong>, a qual passou a deter o<br />

controle da Bandeirante.<br />

Em 19 de abril de 2004, as administrações da Energias do <strong>Brasil</strong> e suas controladas, Bandeirante, Iven,<br />

Escelsa e Enersul, protocolaram, naquela data, perante a ANEEL, pedido de autorização prévia para<br />

realização de reorganização societária, objetivando <strong>no</strong>tadamente, simplificar a estrutura societária dessas<br />

companhias, capturar sinergias e consolidar exclusivamente na Energias do <strong>Brasil</strong> a liquidez e a dispersão dos<br />

valores mobiliários de emissão dessas companhias. A reorganização integra-se <strong>no</strong> processo em curso que visa<br />

ao crescimento auto-sustentado das empresas do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> e não acarreta alteração indireta do<br />

controle dessas companhias, atualmente detido pelo Grupo <strong>EDP</strong>.<br />

Em 25 de abril de 2005, por meio da Resolução Autorizativa nº. 164, a ANEEL anuiu a proposta da<br />

reorganização societária das concessionárias Enersul, Escelsa e Bandeirante mencionada acima.<br />

112


A Assembléia Geral Extraordinária realizada em 29 de abril de 2005 aprovou, sem reservas, entre outros<br />

assuntos, o “Instrumento de Justificação de Cisão Parcial e de Incorporação de Sociedade e de Ações”,<br />

celebrado em 07 de abril de 2005 pelas administrações dessas companhias e das demais sociedades<br />

envolvidas, o qual estabeleceu as condições de incorporação de ações da Companhia pela Energias do <strong>Brasil</strong> e<br />

a conseqüente transformação da Companhia em subsidiária integral desta. Neste processo, os acionistas<br />

mi<strong>no</strong>ritários da Companhia receberam ações da Energias do <strong>Brasil</strong> em troca de suas participações.<br />

Essa mudança foi executada após um amplo processo de esclarecimento aos acionistas mi<strong>no</strong>ritários das<br />

distribuidoras Bandeirante, Escelsa e Enersul, além das sociedades Iven e Magistra – duas empresas de<br />

participação constituídas para a compra da Enersul e da Escelsa. A Iven detinha 52,27% da Escelsa, que era a<br />

única acionista da Magistra. Esta, por sua vez, possuía 65,2% da Enersul. Foi apresentada proposta de<br />

migração das ações para a Energias do <strong>Brasil</strong>, com resultados significativos (adesão de 99,98%), sobretudo<br />

considerando-se o elevado número de acionistas envolvidos (aproximadamente 48 mil).<br />

Ao mesmo tempo, 67,5% do capital da Energias do <strong>Brasil</strong> passou a ser detido pela <strong>EDP</strong>, sendo os 32,5%<br />

restantes, propriedade dos investidores das distribuidoras que concordaram com a troca de ações, com base<br />

em uma avaliação independente.<br />

A migração dos mi<strong>no</strong>ritários permitiu a adoção do melhor modelo de desverticalização possível, evitando<br />

ineficiências fiscais e operacionais.<br />

A reorganização societária compreendeu as seguintes etapas: 1) incorporação da Iven pela Energias do <strong>Brasil</strong>;<br />

2) cisão parcial da Energias do <strong>Brasil</strong> e incorporação dessa parcela cindida pela Escelsa; 3) transformação da<br />

Enersul em subsidiária integral da Escelsa, por meio da incorporação de ações de emissão da Enersul pela<br />

Escelsa, e 4) transformação da Escelsa e da Bandeirante em subsidiárias integrais da Energias do <strong>Brasil</strong>, por<br />

meio da incorporação de ações da Escelsa e da Bandeirante pela holding.<br />

113


ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E PRINCIPAIS ACIONISTAS<br />

Atualmente, a Bandeirante é subsidiária integral da Energias do <strong>Brasil</strong>.<br />

O gráfico abaixo mostra detalhadamente o grupo de empresas em que se insere a Bandeirante:<br />

27,65%<br />

Lajeado<br />

Legenda<br />

% do Capital<br />

CESA 2<br />

100,0<br />

60,0<br />

Peixe<br />

Angical<br />

Acionistas da Bandeirante<br />

Grupo <strong>EDP</strong><br />

62,4<br />

Energest 2<br />

100,0<br />

51,0<br />

Costa Rica<br />

100,0<br />

Pantanal<br />

Energética<br />

Geração<br />

Considerando que a Emissora é subsidiária integral da Energias do <strong>Brasil</strong>, esta é sua única acionista, detentora<br />

da totalidade das ações de emissão da Bandeirante, conforme indicado <strong>no</strong> quadro abaixo:<br />

114<br />

AÇÕES ON<br />

Acionistas QTDE %<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> 39.091.735.037 100,0<br />

Descrição da Principal Acionista – Energias do <strong>Brasil</strong><br />

Enertrade<br />

Comercialização<br />

Distribuição<br />

Notas:<br />

1 Capital votante e representa o percentual que a Energias do <strong>Brasil</strong> detém da energia produzida. A Energias do <strong>Brasil</strong> possui 26,70% do capital total<br />

2 Inclui os ativos de geração da Escelsa<br />

3 Inclui os ativos de geração da Enersul<br />

A Energias do <strong>Brasil</strong> é uma sociedade anônima de capital aberto, constituída em julho de 2000, com sede na<br />

cidade de São Paulo, <strong>no</strong> Estado de São Paulo, cujo objeto social consiste em: (i) participar em outras<br />

sociedades, como sócia, acionista ou quotista, bem como em negócios e empreendimentos do setor<br />

energético, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e/ou <strong>no</strong> exterior; (ii) gerir ativos de distribuição, geração, transmissão e comercialização<br />

de energia, em suas diversas formas e modalidades; (iii) estudar, planejar, desenvolver e implantar projetos de<br />

distribuição, geração, transmissão e comercialização de energia, em suas diversas formas e modalidades; e<br />

(iv) prestar serviços em negócios do setor energético <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e/ou <strong>no</strong> exterior participar em outras<br />

sociedades. Desde a sua constituição, os investimentos do Grupo <strong>EDP</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> foram sendo gradativamente<br />

transferidos para a Energias do <strong>Brasil</strong>, que passou a atuar como holding detentora de todos os ativos do Grupo<br />

100,0<br />

Mercado<br />

37,6<br />

100,0<br />

Bandeirante<br />

100,0<br />

Escelsa<br />

100,0<br />

Enersul


<strong>EDP</strong> <strong>no</strong> país, com exceção da participação na CERJ, que continuou a ser detida diretamente pela Energias de<br />

Portugal.<br />

Acordo de Acionistas<br />

Em 31 de dezembro de 2005, não havia nenhum acordo de acionistas arquivado na sede da Companhia.<br />

Reestruturações Societárias da Companhia e do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong><br />

Além das reestruturações societárias da Bandeirante descritas neste <strong>Prospecto</strong>, as demais sociedades do Grupo<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> estiveram envolvidas nas seguintes reestruturações <strong>no</strong>s últimos 3 a<strong>no</strong>s:<br />

• Com a constituição da <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A. (antiga de<strong>no</strong>minação da Energias do <strong>Brasil</strong>), em julho de 2000, os<br />

investimentos do Grupo <strong>EDP</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> foram sendo gradativamente transferidos para esta companhia,<br />

que passou a atuar como holding detentora de todos os ativos do Grupo <strong>EDP</strong> <strong>no</strong> país, com exceção da<br />

participação na CERJ, que continuou a ser detida diretamente pela Energias de Portugal. Em outubro de<br />

2002, após a conclusão de um processo de reestruturação societária, as seguintes empresas passaram para<br />

o controle direto da Energias do <strong>Brasil</strong>: Energest, Enertrade, Bandeirante, <strong>EDP</strong> Lajeado, Fafen e<br />

Enerpeixe. Em dezembro de 2003, a Energias do <strong>Brasil</strong> passou a deter o controle direto da Iven, empresa<br />

que controlava a Escelsa e a Enersul até abril de 2005. Nesse processo foram extintas as seguintes<br />

sociedades (todas utilizadas como veículos para a aquisição de participações <strong>no</strong> capital da Iven): Calibre<br />

Participações S.A., 135 Participações S.A., <strong>EDP</strong> 2000 Participações Ltda. e <strong>EDP</strong> Investimentos Ltda.<br />

• Um acordo assinado em outubro de 2003 entre a Energias do <strong>Brasil</strong> e Furnas, aliado à obtenção de um<br />

financiamento de R$670 milhões com o BNDES, permitiu retomar as obras de Peixe Angical, suspensas<br />

desde 2002. Por meio do acordo, Furnas adquiriu 40% da Enerpeixe, sociedade de propósito específico<br />

detentora do empreendimento.<br />

• No início de 2004 o Consórcio Ener-Rede Couto Magalhães solicitou à ANEEL a formalização da<br />

rescisão amigável do contrato de concessão de Couto Magalhães (aproveitamento hidrelétrico localizado<br />

<strong>no</strong> Rio Araguaia de potência instalada de 150 MW) – cujas obras estavam suspensas desde 2002 –,<br />

devido a exigências ambientais não previstas <strong>no</strong> projeto licitado e que afetariam o retor<strong>no</strong> do<br />

investimento. Atualmente o consórcio aguarda uma posição do órgão regulador sobre a referida<br />

solicitação.<br />

• Em dezembro de 2004, o Grupo <strong>EDP</strong> vendeu sua participação de 80% na Fafen para a Petróleo <strong>Brasil</strong>eiro<br />

S.A. (Petrobras) por R$ 96 milhões. A medida foi tomada com base em decisão do Grupo <strong>EDP</strong> de<br />

descontinuar investimentos em geração termelétrica, em virtude da inexistência de um quadro estável que<br />

garantisse a viabilidade desses investimentos, especialmente a inexistência de condições aceitáveis para<br />

115


aquisição de combustível e as dificuldades para gerir os riscos cambiais dos projetos termelétricos, entre<br />

outros riscos.<br />

• Em 29 de abril de 2005, as Assembléias Gerais Extraordinárias das Companhias integrantes do Grupo<br />

Energias do <strong>Brasil</strong>, aprovaram uma reorganização societária visando facilitar o processo de<br />

desverticalização das atividades, exigida pela <strong>no</strong>va legislação do Setor Elétrico (vide Seção “Visão Geral<br />

do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”). A referida reorganização societária compreendeu os seguintes<br />

eventos, entre outros: (i) incorporação da Iven pela Energias do <strong>Brasil</strong>; (ii) transformação da Enersul em<br />

subsidiária integral da Escelsa, por meio da incorporação de ações de emissão da Enersul pela Escelsa; e<br />

(iii) transformação da Escelsa e da Bandeirante em subsidiárias integrais da Energias do <strong>Brasil</strong>, por meio<br />

da incorporação de ações da Escelsa e da Bandeirante pela Energias do <strong>Brasil</strong>. Por meio da<br />

implementação dessa reorganização societária, os acionistas mi<strong>no</strong>ritários da Bandeirante, Escelsa,<br />

Enersul e Iven receberam ações da Energias do <strong>Brasil</strong> em troca da participação que detinham <strong>no</strong> capital<br />

das referidas sociedades.<br />

• Em 30 de junho de 2005, as Assembléias Gerais Extraordinárias das companhias integrantes do Grupo<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> envolvidas, aprovaram uma segunda reorganização societária para concluir o processo<br />

de desverticalização. A desverticalização compreendeu (a) a cisão da Escelsa, com versão dos acervos<br />

cindidos para a Energias do <strong>Brasil</strong>, para a Energest e para a CESA; (b) a incorporação da Magistra pela<br />

Energias do <strong>Brasil</strong>; (c) a cisão da Enersul com versão dos acervos cindidos para a Energest e para a<br />

Pantanal Energética; e (d) a incorporação da Enercorp pela Energest. Após a implementação dessa<br />

reorganização societária:<br />

(i) a Enersul, cujo capital era detido integralmente pela Escelsa, passou a ser uma controlada integral da<br />

Energias do <strong>Brasil</strong>;<br />

(ii) a dívida da Escelsa com a Energias do <strong>Brasil</strong>, decorrente da assunção de dívida pela Energias do<br />

<strong>Brasil</strong>, por meio do Compromisso de Assunção de Dívida celebrado em 13 de junho de 2005, pelo qual<br />

assumiu parte da dívida da Escelsa <strong>no</strong> valor total de R$794,1 milhões representada por títulos de dívida<br />

<strong>no</strong> mercado exter<strong>no</strong>, emitidos em 28 de julho de 1997, foi parte da parcela do acervo cindido da Escelsa<br />

incorporada pela Energias do <strong>Brasil</strong>, o que acarretou, mediante confusão entre credor e devedor da<br />

referida obrigação, a conseqüente extinção da dívida em questão;<br />

(iii) as geradoras CESA e Costa Rica, antes detidas direta e indiretamente pela Escelsa, respectivamente,<br />

passaram a ser controladas diretamente pela Energest, que por sua vez é diretamente controlada pela<br />

Energias do <strong>Brasil</strong>; e<br />

(iv) outros ativos de geração antes detidos pela Escelsa e pela Enersul foram transferidos para a Energest,<br />

para a CESA e para a Pantanal Energética, todas direta ou indiretamente controladas pela Energias do<br />

<strong>Brasil</strong>.<br />

116


• Em 02 de setembro de 2005, houve um aumento de capital na Energest, integralmente subscrito pela<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> e integralizado mediante conferência das participações por ela detidas na CESA e na<br />

Pantanal Energética, com base <strong>no</strong>s respectivos valores contábeis.<br />

Reestruturações e Participações Societárias da Bandeirante<br />

Nos últimos 5 a<strong>no</strong>s, além das já citadas anteriormente, a Bandeirante passou pelas seguintes reorganizações<br />

societárias:<br />

Em 2000, o Grupo <strong>EDP</strong> e a CPFL, então controladores da Bandeirante, realizaram oferta pública para<br />

aquisição de ações da Companhia. As ações adquiridas na oferta pública, adicionadas a aquisições posteriores,<br />

elevaram a participação do Grupo <strong>EDP</strong> na Bandeirante para 54,0% do capital total.<br />

Em outubro de 2001, o Grupo <strong>EDP</strong> e a CPFL concluíram o processo de cisão da Bandeirante, com vistas à<br />

segregação do controle da Companhia. Como conseqüência desse processo, foi criada uma <strong>no</strong>va sociedade, a<br />

Piratininga. Esta companhia passou a ser controlada pela CPFL e a Bandeirante, pelo Grupo <strong>EDP</strong>. A<br />

Bandeirante passou a deter somente os ativos de distribuição das áreas do Alto Tietê e Vale do Paraíba, <strong>no</strong><br />

Estado de São Paulo, o equivalente a 51,4% da sua área de concessão original. Ao adquirir o controle<br />

exclusivo da Bandeirante (com 96,5% do capital total da Companhia), o Grupo <strong>EDP</strong> pode implementar na<br />

distribuidora paulista suas políticas de gestão.<br />

Em outubro de 2002, após a conclusão de um processo de reestruturação societária do Grupo Energias do<br />

<strong>Brasil</strong>, a Bandeirante passou para o controle direto da Energias do <strong>Brasil</strong>. Em 2005, a Bandeirante passou a<br />

ser subsidiária integral da Energias do <strong>Brasil</strong>.<br />

Participações Societárias<br />

Atualmente, a Bandeirante não detém participações em outras sociedades.<br />

117


ATIVIDADES DA EMISSORA<br />

A Bandeirante é uma das principais concessionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica do<br />

Estado de São Paulo e a maior do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>, atendendo a 28 municípios das regiões do Alto<br />

Tietê e Vale do Paraíba, onde conta com uma base de 1,3 milhão de clientes, atendendo uma população de<br />

cerca de 4 milhões de habitantes, em uma área de 10 mil km 2 . O Estado de São Paulo, área de atuação da<br />

Bandeirante, é o principal gerador de riqueza nacional, respondendo por cerca de 33,4% do PIB brasileiro, em<br />

2004, segundo estimativa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE. Sua área de<br />

concessão localiza-se numa região altamente desenvolvida em infra-estrutura, escoamento da produção e<br />

ambiente empresarial dinâmico, com mais de 8 mil indústrias e mais de 83 mil estabelecimentos comerciais,<br />

compreendendo os mais variados ramos de negócios.<br />

Durante o a<strong>no</strong> de 2005, a Bandeirante forneceu um total de 8.004 GWh de energia, sem consumo próprio, para 1,3<br />

milhão de consumidores, correspondente a 7,7% da energia consumida em todo o Estado de São Paulo. A receita<br />

líquida da Bandeirante representou 45,7% da receita líquida total do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> em 2005.<br />

A prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica é viabilizada por meio de redes de<br />

distribuição, ramificadas em toda a área de concessão da Companhia. Esse serviço é prestado diretamente pela<br />

Bandeirante aos consumidores finais, subdivididos em várias classes de tensão e de consumo. A energia<br />

elétrica vendida é quantificada por meio da instalação de medidores com leituras mensais, cujas informações<br />

são processadas e servem de base para a emissão de faturas com a aplicação de tarifas, encargos e tributos<br />

estabelecidos pelas leis vigentes.<br />

A rede de eletricidade da Bandeirante inclui a sub-transmissão de energia de alta voltagem (138 kV e 88 kV)<br />

e sua transformação e distribuição em voltagens médias (principalmente 13,8 kV). Em 2005, a Bandeirante<br />

foi responsável por 7,7% do total da energia elétrica consumida <strong>no</strong> Estado de São Paulo, vendendo 8.003.912<br />

MWh de eletricidade, dos quais 3.543.929 MWh foram fornecidos a consumidores industriais, 2.307.300<br />

MWh a consumidores residenciais, 1.318.081 MWh a consumidores comerciais e 834.602 MWh para outros,<br />

inclusive órgãos governamentais e consumidores rurais.<br />

São acessórias à distribuição de energia elétrica pela Bandeirante as seguintes atividades: (i) ligação e vistoria<br />

da unidade consumidora; (ii) aferição de medidor a pedido do consumidor; (iii) verificação do nível de tensão<br />

a pedido do consumidor; (iv) religação de unidade consumidora; (v) faturamento e arrecadação; (vi)<br />

averiguação de da<strong>no</strong>s <strong>no</strong> sistema; e (vii) construção de <strong>no</strong>vas linhas de transmissão e distribuição.<br />

As tarifas cobradas pela Emissora de seus clientes são fixadas pelo Poder Concedente, passíveis de reajuste e<br />

revisão. Os reajustes: (i) ordinários são procedidos anualmente, e (ii) os extraordinários a qualquer tempo,<br />

sempre que o equilíbrio econômico-financeiro do Contrato de Concessão for ameaçado. As revisões tarifárias<br />

da Bandeirante ocorrem a cada quatro a<strong>no</strong>s e objetivam, <strong>no</strong>s termos do Contrato de Concessão, a<br />

recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.<br />

118


As atividades da Emissora são influenciadas por diversos fatores, como por exemplo, a política econômica do<br />

gover<strong>no</strong> federal, inflação, flutuações das taxas de câmbio e das taxas de juros, assim como a deterioração das<br />

condições econômicas <strong>no</strong> mercado nacional e em outros países, que podem afetar a eco<strong>no</strong>mia nacional e os<br />

negócios da Emissora. Para detalhes sobre esses fatores, ver Seção “Fatores de Risco”.<br />

As atividades da Emissora são conduzidas exclusivamente <strong>no</strong> mercado brasileiro, não estando sujeita às leis e<br />

regras dos mercados estrangeiros referentes à distribuição de energia elétrica.<br />

A Companhia atua em ambiente altamente regulado pelo gover<strong>no</strong> brasileiro, estando assim sujeita aos efeitos de<br />

ações governamentais e regulação específica. Para detalhes sobre as ações governamentais e regulamentação<br />

específica às quais a Emissora se sujeita, favor ver Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”.<br />

Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Instalações Operacionais<br />

A energia é transferida das centrais elétricas para os consumidores finais por meio de sistemas de transmissão,<br />

subtransmissão e distribuição.<br />

Após ser gerada nas usinas, a energia elétrica é transportada pelo sistema de transmissão de alta tensão.<br />

Devido às grandes distâncias a serem percorridas, a tensão é elevada do valor com o qual foi gerada para ser<br />

transportada. Essa tensão de transmissão, maior que a de geração, pode ser de 765, 500, 440, 345 e 230kv. O<br />

valor da tensão de transmissão é estabelecido em função da distância a ser percorrida e do montante de<br />

energia a ser transportado. Alguns clientes, devido a seu porte, são atingidos diretamente em tensão de<br />

transmissão. A Bandeirante atende apenas um cliente na tensão de 230 kv.<br />

Por outro lado, a grande diversidade <strong>no</strong> montante de potência demandada pelos vários consumidores<br />

inviabiliza o suprimento de todos os usuários na tensão de transmissão. Assim, a tensão é reduzida pelas<br />

subestações de subtransmissão, para permitir a sua distribuição aos grandes clientes na tensão de<br />

subtransmissão (138, 88 ou 69 kV) e também às subestações de distribuição das concessionárias de<br />

distribuição. Nas subestações de distribuição, uma <strong>no</strong>va redução é realizada para a tensão de distribuição<br />

primária (34,5 ou 13,8 kV). Por sua vez, a rede de distribuição primária, ou rede de média tensão (MT),<br />

alimenta os transformadores de distribuição, onde <strong>no</strong>va redução é realizada para a tensão de distribuição<br />

secundária (127/220 V), e assim alimentar a rede de distribuição secundária ou rede de baixa tensão (BT) que<br />

atende a grande maioria dos clientes da Bandeirante.<br />

A área de concessão da Bandeirante inclui 28 municípios localizados nas regiões do Alto do Tietê e do Vale<br />

do Paraíba, abrangendo geograficamente 3,86% do Estado de São Paulo.<br />

119


Em 31 de dezembro de 2005, o sistema da Bandeirante era constituído por 8 linhas, de subtransmissão nas<br />

tensões de 88 e 138 kV, totalizando 866 km, conforme a tabela abaixo:<br />

Em km (data-base dezembro de 2005)<br />

Região 88 kV 138 kV Total<br />

Alto Tietê 163 24 187<br />

Vale do Paraíba 543 136 679<br />

Total 706 160 866<br />

Em 31 de dezembro de 2005, a Bandeirante dispunha de 44 subestações de distribuição com capacidade<br />

instalada total de transformação de 3.052 MVA, distribuídas por região conforme mostra a tabela abaixo.<br />

Regional<br />

Em MVA (data-base dezembro de 2005)<br />

Subestação de<br />

Distribuição<br />

120<br />

Transformador de<br />

Distribuição<br />

Alto Tietê 1.698 1.260<br />

Vale do Paraíba 1.353 1.228<br />

Total 3.052 2.488<br />

O sistema da Bandeirante alimenta, também, 68 subestações de clientes na tensão de subtransmissão, dos<br />

quais, 25 estão localizadas na região do Alto do Tietê e 43 na Vale do Paraíba. Destas subestações, 55 são de<br />

88 kV e 13 de 138 kV.<br />

A rede primária da Bandeirante opera na tensão de 13,8 kV. A rede secundária opera em 220/127 V. O<br />

sistema possui 359 circuitos primários com extensão total de 12.250 km, e uma rede de baixa tensão de<br />

220/127 V, com extensão de 12.200 km.<br />

Em dezembro de 2005, estavam instalados na rede de distribuição 49.649 transformadores, aproximadamente,<br />

com potência total de 2.488 MVA, distribuída por região conforme o quadro abaixo:<br />

Regional Quantidade (un) MVA (potência)<br />

Alto Tietê 24.473 1.260<br />

Vale do Paraíba 25.176 1.228<br />

Total 49.649 2.488


A tabela seguinte fornece algumas informações sobre o crescimento do sistema da Bandeirante, nas datas<br />

mencionadas.<br />

2003 2004 2005<br />

Quilômetros de linhas AT 866 866 866<br />

Quilômetros de redes MT/BT 23.788 24.135 24.432<br />

Capacidade Instalada nas Subestações em VA: 3.012 3.031 3.052<br />

Número de Subestações<br />

Transformadores de distribuição<br />

43 44 44<br />

MVA 2.378 2.434 2.488<br />

Número 47.497 48.550 49.649<br />

Número de Postes 468.795 476.039 482.106<br />

Número de Lâmpadas de Iluminação Pública 302.066 309.021 313.254<br />

Mercado de Energia Elétrica<br />

A Bandeirante é a quarta maior distribuidora de energia elétrica do <strong>Brasil</strong>, em termos de volume de vendas,<br />

com mais de 1,3 milhão de clientes, atendendo as regiões do Alto Tietê e Vale do Paraíba.<br />

A Região do Vale do Paraíba engloba os seguintes municípios: Aparecida, Caçapava, Cachoeira Paulista,<br />

Canas, Cruzeiro, Potim, Roseira, Santa Branca, São José dos Campos, Guaratinguetá, Jacareí, Jambeiro,<br />

Lorena, Monteiro Lobato, Taubaté, Tremembé, São Sebastião, Caraguatatuba e Pindamonhangaba.<br />

A Região do Alto Tietê inclui as seguintes cidades: Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema,<br />

Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, e Suza<strong>no</strong>.<br />

O total de energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante (energia vendida a clientes finais, consumo<br />

próprio, energia em trânsito), <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005, foi de 12.315 GWh, o que representa um crescimento 1,0% em<br />

relação ao a<strong>no</strong> anterior, e de 12.188.848 GWh, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004, representando um crescimento de 7,1% com<br />

relação ao a<strong>no</strong> de 2003, ambos os aumentos são reflexo do crescimento econômico na área de concessão da<br />

Bandeirante verificada <strong>no</strong>s setores de atividade do comércio por atacado, atividades imobiliárias, transporte,<br />

entre outros.<br />

Fornecimento de Energia Elétrica<br />

(em MWh) exercício findo em 31 de dezembro<br />

2004 / 2005 /<br />

2003 2004 2005 2003 2004<br />

(%) (%)<br />

Energia Vendida aos Clientes Finais 9.539.520 8.811.987 8.003.912 (7,63) (9,17)<br />

Suprimento a outras concessionárias<br />

488.682 478.413 387.650 (2,10) (18,97)<br />

Clientes de uso da rede<br />

1.348.640 2.896.202 3.917.924 114,75 35,28<br />

Consumo próprio 4.000 2.246 5.083 (43,85) 126,31<br />

Energia distribuída 11.380.842 12.188.848 12.314.569 7,10 1,03<br />

121


Por outro lado, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005, o consumo de energia foi de 8.004 GWh, tendo uma variação negativa de<br />

9,2% em relação ao a<strong>no</strong> de 2004, e negativa de 7,6% se compararmos o a<strong>no</strong> de 2004 em relação a 2003. As<br />

variações negativas são decorrentes da migração de clientes para o regime de contratação livre, <strong>no</strong>tadamente<br />

nas classes industrial e outros.<br />

Sazonalidade<br />

2003 2004 2005<br />

122<br />

Var.<br />

04/03<br />

(GWh) %<br />

Var.<br />

05/04<br />

Residencial 2.132 2.283 2.307 7,1 1,1<br />

Industrial 5.227 4.355 3.544 (16,7) (18,6)<br />

Comercial 1.180 1.235 1.318 4,7 6,7<br />

Rural 85 86 88 1,5 1,8<br />

Outros 916 853 747 (6,8) (12,4)<br />

Total Forn. Fat. Clientes Finais 9.540 8.812 8.004 (7,6) (9,2)<br />

As atividades da Bandeirante não apresentam sazonalidade relevante, pois as características econômicas dos<br />

mercados que atendem, industrial, residencial e comercial, sejam de mercados cativos, sejam de Consumidores<br />

Livres, proporcionam uma compensação, mantendo relativamente uniforme o fluxo total de energia ao longo de<br />

todo o a<strong>no</strong>. Ademais, a infra-estrutura de transmissão e distribuição de energia elétrica não apresenta nenhuma<br />

característica estrutural ou operacional que a sujeite à sazonalidade. A receita e os resultados da Companhia são<br />

influenciados de forma mais significativa pelo desempenho da eco<strong>no</strong>mia regional de sua área de concessão.<br />

Fornecedores<br />

Por ser uma distribuidora de energia elétrica, a Companhia depende basicamente da energia elétrica que lhe é<br />

suprida pelas empresas de geração de energia elétrica. Como a Bandeirante não possui empreendimento de<br />

geração, a energia necessária ao atendimento do seu mercado é, integralmente, adquirida de terceiros.<br />

Em 31 de dezembro de 2005, a compra de energia elétrica, incluindo os encargos de conexão e uso do<br />

sistema, representou 64,5% dos custos e despesas operacionais da Companhia. Atualmente, os CCEAR,<br />

firmados <strong>no</strong> Leilão em 7 de dezembro de 2004, representam 20,6% do total de energia elétrica comprada para


o a<strong>no</strong> de 2005 e o suprimento com Itaipu representa 42,1% do total de energia elétrica. A tabela a seguir<br />

mostra os montantes de energia elétrica comprada pela Emissora <strong>no</strong>s últimos 3 (três) exercícios e os<br />

respectivos fornecedores:<br />

Volume de Energia Comprada/Gerada –<br />

Contratada (MWh)<br />

Itaipu<br />

Contratos<br />

Itaipu.<br />

Iniciais Furnas<br />

Cesp<br />

Tietê<br />

Paranapanema<br />

123<br />

Realizado Realizado Var. Var.<br />

+ Ajustes + Ajustes 04/03 05/04<br />

2003 2004 2005 %<br />

4.088.940<br />

2.545.235<br />

2.265.259<br />

871.743<br />

680.850<br />

Emae<br />

528.136<br />

Contratos<br />

Leilão<br />

Bilaterais<br />

Leilão 2005 -<br />

Intragrupo Enertrade -<br />

Investco<br />

12.356<br />

<strong>EDP</strong> Lajeado<br />

113.779<br />

Bilaterais<br />

Outros Fafen<br />

Curto Prazo e Compras <strong>no</strong><br />

-<br />

Curto Prazo<br />

Geração<br />

Mercado -<br />

Própria Própria -<br />

Total<br />

11.106.298<br />

4.088.317<br />

1.565.800<br />

2.436.990<br />

536.286<br />

418.851<br />

649.807<br />

-<br />

263.520<br />

12.356<br />

113.779<br />

-<br />

356.919<br />

-<br />

10.442.626<br />

4.153.470 0,0 1,6<br />

876.000 (38,5) (44,1)<br />

779.640 7,6 (68,0)<br />

300.030 (38,5) (44,1)<br />

234.330 (38,5) (44,1)<br />

181.770 23,0 (72,0)<br />

2.037.559 n.a. n.a.<br />

306.600 n.a. 16,3<br />

12.356 0,0 0,0<br />

113.779 0,0 0,0<br />

876.000 n.a. n.a.<br />

17.487 0,0 (95,1)<br />

- n.a. n.a.<br />

9.889.020 (6,0) (5,3)<br />

A queda observada <strong>no</strong> volume de energia comprada pela Bandeirante deveu-se à diminuição dos volumes<br />

contratados <strong>no</strong>s Contratos Iniciais (ver Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”), extintos<br />

em 2005. Essa diminuição <strong>no</strong>s volumes dos Contratos Iniciais não foi acompanhada de compra de<br />

substituição <strong>no</strong> mesmo montante, pois a Bandeirante pôde ajustar melhor suas compras ao volume de energia<br />

fornecido a clientes finais (além do fato de ter diminuído a energia vendida com a saída de Consumidores<br />

Livres – ver Seção “Atividades da Emissora – Clientes”).<br />

Itaipu: As distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, incluindo a Companhia, são obrigadas a comprar<br />

energia de Itaipu a tarifas com base <strong>no</strong> Dólar, de forma a custear as despesas operacionais de Itaipu e os<br />

pagamentos de principal e juros sobre os empréstimos em Dólares tomados por Itaipu, bem como o custo de<br />

transmissão dessa energia ao SIN. Dessa forma, as flutuações da taxa de câmbio do Dólar para o real afetam o<br />

custo, em termos reais, da energia elétrica que as distribuidoras são obrigadas a comprar de Itaipu. Alterações


<strong>no</strong> preço da energia gerada por Itaipu estão, entretanto, sujeitas ao mecanismo de ressarcimento das variações<br />

dos custos da Parcela A, conforme discutido <strong>no</strong> item “Índice para Repasse de Energia Fornecida por Itaipu”<br />

da Seção "Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”. Em 2003, 2004 e 2005, a Bandeirante teve<br />

uma despesa com Itaipu de R$ 368 milhões, R$ 375 milhões e R$ 329 milhões, respectivamente.<br />

Contratos bilaterais: Em 2005, a Bandeirante contratou 1.309 GWh, por meio de contratos bilaterais.<br />

Leilão: A Bandeirante adquiriu 2.038 GWh da energia, em leilões de transição para o <strong>no</strong>vo modelo do setor<br />

elétrico destinados às distribuidoras de energia elétrica, até o final de 2005.<br />

Contratos Iniciais: A Bandeirante adquiriu, em 2005, 2.372 GWh para suprimento de energia por meio dos<br />

Contratos Iniciais que foram extintos ao final de 2005.<br />

Contratos de curto prazo: Contratos de compra de energia elétrica com prazo de até 6 meses. Tendo em vista<br />

a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, a utilização desses contratos tende a diminuir, uma vez que as<br />

distribuidoras deverão ter 100% de sua demanda contratada. Além disso, o Novo Modelo permite o repasse<br />

para a tarifa de até 3% de sobrecontratação do fornecimento da distribuidora para o a<strong>no</strong>.<br />

Os contratos relevantes referentes ao fornecimento de energia elétrica para a Bandeirante estão descritos<br />

abaixo <strong>no</strong> item “Contratos Relevantes – Contratos Operacionais – Contratos de Compra e Venda de Energia”.<br />

Em 2005, a Bandeirante comprou um total de 9.872 GWh para o atendimento do seu mercado e para as perdas<br />

<strong>no</strong> seu sistema, mediante a homologação dos contratos iniciais, bilaterais de longo prazo e energia oriunda de<br />

Itaipu. Em relação a 2004, verificou-se uma queda de 214 GWh, que se deveu aos requisitos do mercado<br />

cativo da Emissora. As reduções <strong>no</strong>s montantes de compra ocorridas <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2004 e de 2005 estão<br />

diretamente relacionadas às reduções <strong>no</strong> mercado de fornecimento, pois os clientes que migraram para o<br />

regime de contratação livre (os Consumidores Livres) compram energia diretamente dos supridores.<br />

A Bandeirante efetuou, em 2005, transações de compra de energia elétrica na Câmara de Comercialização de<br />

Energia Elétrica – CCEE, <strong>no</strong> montante de 17.487 MWh pelo valor de R$ 419 mil.<br />

Clientes<br />

Os consumidores da Bandeirante podem ser subdivididos em sete categorias distintas: (i) industriais; (ii)<br />

comerciais; (iii) residenciais; (iv) rurais; (v) poderes públicos; (vi) iluminação pública; e (vii) serviços<br />

públicos.<br />

124


A participação <strong>no</strong> mercado da Bandeirante, em dezembro de 2005 e dezembro de 2004, relativa a cada uma<br />

das categorias acima elencadas, está descrita na tabela abaixo:<br />

exercício findo em 31 de dezembro de 2005 e 2004<br />

Nº de Consumidores MWh<br />

Var.<br />

Var.<br />

Fornecimento de Energia Elétrica<br />

%<br />

% 05/04<br />

%<br />

% 05/04<br />

2004 Total 2005 Total (%) 2004 Total 2005 Total (%)<br />

Residencial 1.164.452 91,5 1.175.375 91,6 0,9 2.282.686 25,9 2.307.300 28,8 1,1<br />

Industrial 8.406 0,7 8.204 0,6 (2,4) 4.354.868 49,4 3.543.929 44,2 (18,6)<br />

Comércio,<br />

atividades<br />

serviços e outras<br />

83.365 6,6 83.473 6,5 0,1 1.235.234 14,0 1.318.081 16,5 6,7<br />

Rural 7.906 0,6 7.835 0,6 (0,9) 86.131 1,0 87.673 1,1 1,8<br />

Poder público 6.405 0,5 6.363 0,5 (0,7) 212.464 2,4 211.999 2,6 (0,2)<br />

Iluminação pública 1.100 0,1 1.127 0,1 2,5 305.593 3,5 305.802 3,8 0,1<br />

Serviço público 895 0,1 911 0,1 1,8 335.011 3,8 229.128 2,9 (31,6)<br />

Consumo próprio 105 0,0 99 0,0 (5,7) 2.246 0,0 5.803 0,1 158,4<br />

Total do fornecimento faturado 1.272.634 100,0 1.283.387 100,0 0,8 8.814.233 100,0 8.008.995 100,0 (9,1)<br />

Em 31 de dezembro de 2005, o número total de clientes da Bandeirante era de 1,3 milhão.<br />

A Companhia atende as regiões do Alto do Tietê e do Vale do Paraíba. Na região do Alto do Tietê, a<br />

Companhia atende a 9 municípios. Segundo o censo demográfico realizado em 2000 pelo IBGE, essa região<br />

tinha uma população de 2.203.682 habitantes. O consumo em 2005 foi de 4.240 GWh, que representa 52,98%<br />

da energia vendida pela Bandeirante. A participação <strong>no</strong> mercado na região do Alto Tietê, em dezembro de<br />

2005, relativa a cada uma das categorias de consumidores está descrita na tabela abaixo:<br />

Classe de Consumo Consumo (MWh) Clientes<br />

Residencial 1.124.875 588.662<br />

Industrial 2.028.702 3.974<br />

Comercial 706.759 37.777<br />

Rural 50.319 3.173<br />

Poderes Públicos 79.917 2.462<br />

Iluminação Pública 144.219 398<br />

Serviços Públicos 105.423 261<br />

Total 4.240.214 636.707<br />

A Companhia fornece energia a 19 municípios na região do Vale do Paraíba, região que, segundo o censo<br />

demográfico realizado <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2000, possuía uma população de 1.712.930 habitantes. O consumo em 2005<br />

foi de 3.764 GWh, correspondendo a 47,02% da energia vendida pela Bandeirante. A participação <strong>no</strong><br />

125


mercado na região do Vale do Paraíba, em dezembro de 2005, relativa a cada uma das categorias de<br />

consumidores está descrita na tabela abaixo:<br />

Classe de Consumo Consumo (MWh) Clientes<br />

Residencial 1.182.425 586.713<br />

Industrial 1.515.227 4.230<br />

Comercial 611.322 45.696<br />

Rural 37.354 4.662<br />

Poderes Públicos 132.082 3.901<br />

Iluminação Pública 161.583 729<br />

Serviços Públicos 123.705 650<br />

Total 3.763.698 646.581<br />

A Bandeirante faturou 8.008.995 MWh para os clientes cativos e consumo próprio <strong>no</strong> período findo em 31 de<br />

dezembro de 2005, representando uma redução de 9,1% em relação ao mesmo período do a<strong>no</strong> anterior. Essa<br />

redução é devida basicamente à migração de clientes cativos para a condição de livres. Ressalta-se que a saída<br />

de clientes cativos não afeta o resultado da Companhia, pois esses clientes continuam remunerando a<br />

prestação de serviço por meio da TUSD.<br />

A energia elétrica vendida <strong>no</strong> mercado cativo em 2005 apresentou variações conforme cada classe de<br />

consumo:<br />

• A classe residencial teve um volume de vendas de 2.307 GWh, representando um crescimento de<br />

1,1% em relação ao a<strong>no</strong> de 2004;<br />

• A classe industrial teve um total de energia vendida de 3.544 GWh, representando um decréscimo de<br />

18,6% em relação ao a<strong>no</strong> anterior, que está associado à migração de consumidores industriais para o<br />

mercado livre. Se não tivesse ocorrido esta migração, as vendas de energia na classe industrial teriam<br />

apresentando um crescimento de 2,7%;<br />

• A classe comercial teve um crescimento de 6,7% em relação ao a<strong>no</strong> anterior, com volume de vendas<br />

de 1.318 GWh <strong>no</strong> a<strong>no</strong>;<br />

• As demais classes totalizaram 835 GWh em energia vendida, o que corresponde a um decréscimo de<br />

11,1% em relação a 2004, devido, principalmente, à migração de consumidores da classe serviço<br />

público para o mercado livre.<br />

Durante o a<strong>no</strong> de 2005, a energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante para o mercado livre e para<br />

outras concessionárias totalizou o montante de 4.306 GWh, o que representa um crescimento de 27,6%, em<br />

relação ao a<strong>no</strong> anterior.<br />

126


Com relação ao número de clientes faturados, a Companhia encerrou o a<strong>no</strong> de 2005 com 1.283.288 clientes<br />

faturados, representando um crescimento de 0,8% sobre o a<strong>no</strong> anterior.<br />

A tabela abaixo apresenta o número de clientes, o volume de energia vendida e distribuída e a receita líquida<br />

por classe de consumo de clientes finais para o período de 2003, 2004 e 2005.<br />

Clientes<br />

Faturados<br />

2003 2004 2005<br />

Volume<br />

Receita<br />

Operacional<br />

Clientes<br />

Faturados<br />

127<br />

Volume<br />

Receita<br />

Operacional<br />

Clientes<br />

Faturados<br />

Volume<br />

Receita<br />

Operacional<br />

Unid. Unid. Unid. Unid. (GWh) (R$ mil) Unid. (GWh) (R$ mil)<br />

Residencial 1.133.687 2.132 583.466 1.164.452 2.283 697.817 1.175.375 2.307 722.724<br />

Industrial 8.625 5.227 682.035 8.406 4.355 675.058 8.204 3.544 638.106<br />

Comercial 81.250 1.180 262.670 83.365 1.235 307.632 83.473 1.318 337.673<br />

Rural 7.791 85 12.386 7.906 86 14.727 7.835 88 15.461<br />

Outros 7.753 916 141.948 8.400 853 154.583 8.401 747 150.665<br />

Total Forn.<br />

Fat. Clientes<br />

Finais<br />

Clientes de<br />

Uso da Rede<br />

Consumo<br />

próprio<br />

Total energia<br />

distribuída<br />

Concorrência<br />

1.239.106 9.540 1.682.504 1.272.529 8.812 1.849.817 8.004 1.864.629<br />

1.837 34.092 31 3.375 121.825 62 4.306 230.980<br />

118 4 105 2 99 5<br />

1.239.224 11.381 1.716.596 1.272.665 12.189 1.971.642 1.283.449 12.315 2.095.609<br />

Receita Operacional = Receita Bruta (-) (ICMS, ECE e EAEEE, ICMS sem ECE e EAEEE e RTE)<br />

Dentro de sua área de concessão, a Emissora não enfrenta concorrência na distribuição de energia elétrica a<br />

consumidores residenciais, comerciais e industriais supridos na baixa tensão.<br />

No entanto, outros fornecedores de energia elétrica podem competir com a Emissora na oferta de energia<br />

elétrica a certos consumidores qualificados como Consumidores Livres. Nos termos da Lei do Novo Modelo<br />

do Setor Elétrico, os consumidores potencialmente livres são aqueles cuja demanda seja igual ou superior a 3<br />

MW, atendido na tensão de 69 KV, ou <strong>no</strong>vos consumidores, com início de fornecimento a partir de 1998, com<br />

demanda igual ou superior a 3 MW, atendidos em qualquer tensão, ainda atendidos pela sua concessionária de<br />

distribuição, não tendo exercido a opção de se tornarem Consumidores Livres.<br />

Adicionalmente, consumidores com demanda contratada entre 500 kW e 3000 kW têm a faculdade de<br />

contratar energia gerada em empreendimentos de fontes alternativas ou fontes re<strong>no</strong>váveis, como PCHs ou<br />

biomassa.


É ainda permitida a atuação de cooperativas de eletrificação rural (sob regime de autorização), conforme<br />

legislação vigente, na área de concessão da Companhia.<br />

A operação da rede de distribuição dá-se em ambiente de mo<strong>no</strong>pólio legal, sendo os serviços de rede<br />

remunerados por meio da TUSD. A Lei de Concessões exige que as empresas de distribuição e transmissão de<br />

energia elétrica permitam que terceiros utilizem suas redes e instalações, mediante pagamento de TUSD e<br />

possibilita aos Consumidores Livres firmar contratos com outros fornecedores para suprimento de energia<br />

elétrica. Dessa maneira, grandes consumidores de eletricidade dispõem hoje de várias alternativas de<br />

suprimento de energia, tais como contratar diretamente com empresa de geração ou comercialização de<br />

energia elétrica, e pagar tarifa a uma empresa de distribuição e transmissão. Assim, os clientes localizados<br />

dentro das áreas de concessão da Companhia, tanto cativos como livres, utilizam a rede de distribuição para<br />

ter acesso à energia elétrica, remunerando a Emissora por meio da TUSD.<br />

A migração de consumidores para o mercado livre influenciou o perfil dos clientes <strong>no</strong> total de vendas de<br />

energia e participação na receita.<br />

Atendimento ao Cliente<br />

Além dos escritórios comerciais e centros de atendimento localizados de forma a evitar transtor<strong>no</strong>s e custos<br />

indevidos ao cliente, a Bandeirante complementou o atendimento implementando <strong>no</strong>vas modalidades em<br />

2003, como o atendimento via internet e a disponibilização de terminais em Postos de Atendimentos e em<br />

outros locais da sua área de concessão. Adicionalmente, a “Rede Fácil” – um meio alternativo de pagamento<br />

da conta de energia elétrica que funciona fora do horário bancário – esteve presente em 23 municípios da área<br />

de concessão, com aproximadamente 130 estabelecimentos comerciais credenciados.<br />

A utilização da via telefônica é, atualmente, a principal opção de acesso do cliente às concessionárias<br />

distribuidoras de energia elétrica. Considerando que o motivo que leva o solicitante a acessar esse tipo de<br />

central telefônica pode ser de caráter emergencial – situações de risco ou falta de energia –, o atendimento às<br />

ligações deve ser realizado com extrema agilidade. Com esse objetivo, e de acordo com sua visão de ser<br />

reconhecida como a empresa de referência do setor, buscando sempre a melhoria da qualidade dos serviços<br />

prestados e com foco na constante elevação da satisfação de seus clientes, a Bandeirante, em abril de 2004,<br />

colocou em operação seu <strong>no</strong>vo Call Center, em parceria com a Dedic, uma empresa do Grupo Portugal<br />

Telecom, certificada pela NBR ISO9001:2000.<br />

A <strong>no</strong>va central emprega tec<strong>no</strong>logia de última geração e tem capacidade de atender a – e gravar digitalmente –<br />

200 mil ligações/mês. Estima-se que 80% das ligações serão atendidas em até 20 segundos. Para a solicitação<br />

dos serviços de consulta de débitos, emissão de 2ª via de conta, informe de leitura e solicitação de religação, o<br />

teleatendimento pode ser feito de forma automatizada (URA), sem a interferência humana, proporcionando<br />

uma maior agilidade na prestação do serviço.<br />

128


Tarifas<br />

As tarifas são cobradas pela Bandeirante com base <strong>no</strong>s seguintes fatores: (i) classificação do consumidor em<br />

relação aos grupos de demanda (A e B); (ii) potência demandada e efetivamente consumida; (iii) energia<br />

efetivamente consumida; (iv) meses do a<strong>no</strong> em que é efetuado o fornecimento; e (v) o horário de fornecimento.<br />

Os critérios expostos acima são utilizados na definição de dois sistemas tarifários: o horo-sazonal e o<br />

convencional.<br />

O sistema horo-sazonal é aplicável somente aos consumidores do grupo A, ou seja, aqueles cuja tensão<br />

demandada seja igual ou superior a 13,8 KV, que optarem por este sistema. Os consumidores desse grupo<br />

pagam, de acordo com a potência contratada e efetivamente utilizada e pela quantidade de energia<br />

efetivamente consumida. O valor da tarifa é calculado com base <strong>no</strong> horário (de ponta ou fora de ponta) e <strong>no</strong>s<br />

períodos do a<strong>no</strong> (secos ou úmidos) de fornecimento.<br />

O sistema tarifário convencional é aplicável a todos os consumidores do grupo B e aos consumidores do<br />

grupo A que não optarem pelo sistema horo-sazonal, sendo calculado sobre a energia efetivamente<br />

consumida, sem considerar horário ou sazonalidade. Em relação a estes consumidores do grupo A, também é<br />

aplicada à tarifa em função do maior dos valores obtidos entre a demanda máxima registrada ou a contratada.<br />

As tarifas de fornecimento de energia elétrica estão sujeitas aos seguintes procedimentos de reajuste e revisão:<br />

• Reajuste Anual – <strong>no</strong> caso da Bandeirante, é realizado em 23 de outubro de cada a<strong>no</strong>, com base em<br />

uma fórmula que visa (a) compensar variações <strong>no</strong>s custos da Bandeirante representados pela cota da<br />

RGR, pela CCC e pela CDE, pelos encargos da compensação financeira pela utilização de recursos<br />

hídricos, pela TFSEE, pelos encargos de conexão e uso do sistema de transmissão e pela compra de<br />

energia elétrica para revenda (conhecidos como “Parcela A”), e (b) atualizar a parte das tarifas que<br />

não corresponda àqueles custos (excluído o ICMS) por índice de inflação (o IGPM ou índice que o<br />

substitua) (conhecida como “Parcela B”);<br />

• Revisão Extraordinária – pode ser solicitada pela concessionária a qualquer tempo, caso ocorram<br />

alterações significativas <strong>no</strong>s seus custos (principalmente <strong>no</strong> que se refere à criação, alteração ou<br />

extinção de tributos, exceto o imposto sobre a renda), de modo a restaurar o equilíbrio econômicofinanceiro<br />

do Contrato de Concessão;<br />

• Revisão Tarifária Periódica – <strong>no</strong> caso da Bandeirante, ocorre a cada 4 a<strong>no</strong>s, e visa o equilíbrio<br />

financeiro da concessão. Para definir as <strong>no</strong>vas tarifas, são consideradas as mudanças ocorridas na<br />

estrutura de custos e de mercado das concessionárias e a taxa adequada de retor<strong>no</strong> sobre os<br />

investimentos realizados. São ainda considerados os ganhos futuros de eficiência que serão obtidos<br />

pelas distribuidoras de energia elétrica, de<strong>no</strong>minado Fator X. O valor do Fator X é definido de acordo<br />

com metodologia estabelecida na Resolução ANEEL n.º 55, de 5 de abril de 2004, que considera os<br />

129


ganhos de produtividade da concessionária, previsto para o próximo período tarifário, decorrentes de<br />

crescimento de mercado, avaliação do grau e satisfação do consumidor e a manutenção do equilíbrio<br />

econômico-financeiro definido na revisão tarifária. Esse Fator X poderá ser acrescido ou diminuído da<br />

variação do IGPM, constante da fórmula de reajuste para definição do IRT, e objetiva compartilhar os<br />

ganhos de eficiência com os consumidores, podendo ser aplicado como possível redutor <strong>no</strong>s reajustes<br />

anuais das distribuidoras, até a próxima revisão tarifária periódica.<br />

Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição – TUSD<br />

Um consumidor que opte pelo mercado livre continua pagando a TUSD ao distribuidor local. Assim, a<br />

diminuição da arrecadação decorrente da saída do consumidor não impõe à distribuidora redução nas margens<br />

de lucro estabelecidas, uma vez que a remuneração dos investimentos está alocada na TUSD, parcela que<br />

permanece sendo auferida pela distribuidora, mesmo quando da opção do consumidor livre por outro supridor<br />

de energia. A tabela abaixo apresenta a receita bruta devida ao uso da rede da Bandeirante por Consumidores<br />

Livres e concessionárias (energia em trânsito pelo sistema de distribuição da Companhia). Para mais<br />

informações vide Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> – Tarifas pelo Uso dos Sistemas<br />

de Distribuição e Transmissão”.<br />

Receita bruta devida<br />

do uso da rede por<br />

Consumidores Livres e<br />

concessionárias<br />

130<br />

R$ milhões<br />

2004 2005<br />

144 276<br />

No acumulado de dezembro de 2005, a receita dos serviços de uso da rede da Bandeirante evoluiu em mais de 92,5%, em<br />

comparação com o mesmo período de 2004. Tal performance ocorreu em função (i) do aumento do volume de energia<br />

distribuído a clientes livres, (ii) do número de clientes livres, e (iii) da reestruturação e reajuste da tarifa (TUSD).<br />

Revisão Tarifária<br />

Após quatro a<strong>no</strong>s consecutivos de reajustes anuais, as tarifas da Bandeirante passaram pelo processo de<br />

revisão tarifária periódica em 2003, conforme estabelecem as regras do Contrato de Concessão. Ao mesmo<br />

tempo, o órgão regulador procedeu à abertura das tarifas de fornecimento <strong>no</strong>s componentes “fio” e “energia”<br />

e deu início à eliminação gradual dos subsídios implícitos na estrutura tarifária, mediante o processo de<br />

“realinhamento tarifário”, conforme determinação legal.<br />

A revisão tarifária periódica obedece a métodos e critérios do regulador e consiste <strong>no</strong> ajuste do nível da<br />

receita para adequar aos custos operacionais eficientes e contemplar a remuneração e depreciação dos<br />

investimentos prudentes. Sob a ótica dos custos operacionais, parte se refere aos componentes de custos não<br />

gerenciáveis, de<strong>no</strong>minados “Parcela A”, os quais são integralmente repassados à tarifa analogamente à forma<br />

utilizada <strong>no</strong> reajuste, os demais custos operacionais são aferidos pelo regulador de forma a reconhecer os


custos eficientes. A aferição da remuneração leva em conta uma taxa de remuneração de ativos e uma taxa de<br />

depreciação média aplicadas sobre os investimentos prudentes reconhecidos como Base de Remuneração<br />

Regulatória (BRR). Este valor decorre de uma análise do conjunto de ativos empregados na prestação do<br />

serviço público de energia elétrica e é constituída pelo (i) ativo imobilizado em serviço, avaliado e<br />

depreciado, (ii) almoxarifado de operação, (iii) ativo diferido, (iv) obrigações especiais e (v) capital de giro,<br />

conforme estabelecido pela Resolução nº 493, de 3 de setembro de 2002.<br />

Na revisão tarifária de 2003 da Bandeirante, o índice de reposicionamento homologado provisoriamente pela<br />

ANEEL por meio da Resolução nº 566, de 22 de outubro de 2003, foi de 18,08%, dos quais 14,68% foram<br />

imediatamente aplicados às tarifas e o restante diferido em três parcelas anuais. O parcelamento do<br />

reposicionamento tarifário consistiria na aplicação em etapas do índice de reposicionamento, de forma a<br />

atenuar eventuais impactos sobre os consumidores de energia elétrica.<br />

Em outubro de 2004, ainda provisoriamente, a ANEEL decidiu rever o valor da Base de Remuneração<br />

Regulatória (BRR) da Bandeirante. Em função dessa alteração, por meio da Resolução Homologatória nº 243,<br />

de 18 de outubro de 2004, o índice da revisão tarifária fixado em outubro de 2003 foi reduzido de 18,08%<br />

para 10,51% e o parcelamento do reposicionamento tarifário tor<strong>no</strong>u-se desnecessário.<br />

Na reunião extraordinária pública de diretoria da ANEEL, ocorrida em 18 de outubro de 2005, foi deliberada<br />

a definição do valor final da BRR líquida em R$998 milhões (base setembro de 2003), em substituição ao<br />

valor preliminar de R$1.092 milhões anteriormente estabelecido, bem como ajustes <strong>no</strong>s custos operacionais<br />

da empresa de referência, o que resultou na alteração do índice de reposicionamento tarifário de 2003 de<br />

10,51% para 9,67%, de forma definitiva.<br />

Em decorrência, há uma diferença entre as receitas recebidas baseadas <strong>no</strong>s reposicionamentos tarifários provisórios<br />

de 14,68% e 10,51%, aplicados <strong>no</strong>s períodos tarifários de 23 de outubro de 2003 a 22 de outubro de 2004 e de 23<br />

de outubro 2004 a 22 de outubro de 2005, respectivamente, e o reposicionamento tarifário final de 9,67%,<br />

correspondendo a um valor financeiro a devolver de R$ 102.292, que será contemplado <strong>no</strong> reajuste das tarifas de<br />

energia elétrica da Bandeirante que vigorarão <strong>no</strong> período entre 23 de outubro de 2005 e 22 de outubro de 2006.<br />

Embora a Companhia aguarde a divulgação de informações técnicas complementares, já deu entrada na<br />

ANEEL de recurso administrativo solicitando reconsideração da decisão. As informações técnicas,<br />

especialmente as <strong>no</strong>tas técnicas da ANEEL que fundamentam a homologação dos índices da revisão tarifária<br />

e do reajuste tarifário, deverão trazer as informações detalhadas que possibilitem completa análise e<br />

mensuração dos valores econômico-financeiros reconhecidos na revisão. Os efeitos econômico-financeiros e<br />

fiscais, decorrentes do reposicionamento tarifário mencionado <strong>no</strong> Comunicado ao Mercado divulgado pela<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> em 19 de outubro de 2005 tiveram seus efeitos contábeis registrados, líquidos das<br />

provisões já constituídas ao longo do 4º trimestre de 2005.<br />

131


Reajustes Tarifários<br />

No processo de reajuste tarifário, a ANEEL considera a variação de custos que a empresa incorre <strong>no</strong>s doze<br />

meses anteriores a outubro de 2005 – esta variação é o reajuste propriamente dito, sendo complementado por<br />

eventuais reconhecimentos de ajustes financeiros.<br />

A fórmula de cálculo do reajuste inclui custos gerenciáveis (que compõem a chamada Parcela B), sobre os<br />

quais incide o IGPM ajustado pelo Fator X, e custos não gerenciáveis (Parcela A) repassados integralmente às<br />

tarifas, tais como energia comprada de geradoras, encargos setoriais e de transmissão. Também são acrescidos<br />

ao percentual resultante desta fórmula ajustes financeiros reconhecidos pela ANEEL na Conta de Variação de<br />

Itens da Parcela A (CVA) e outras variações.<br />

A Resolução Homologatória nº 227, de 18 de outubro de 2005, determi<strong>no</strong>u um reajuste das tarifas da<br />

Bandeirante de, em média, 8,86% negativo, para o período de 23 de outubro de 2005 a 22 de outubro de 2006,<br />

a ser aplicado sobre uma “tarifa de referência” utilizada pela ANEEL, composto de:<br />

• 7,66% negativo, relativo ao reajuste tarifário anual propriamente dito, que contempla, principalmente, as<br />

reduções de 4,42% advinda de me<strong>no</strong>res custos na aquisição de energia para distribuição e de 3,63% para<br />

ajuste na parcela B <strong>no</strong> exercício de 2005; e<br />

• 1,20% negativo, relativo aos componentes financeiros exter<strong>no</strong>s ao reajuste tarifário anual e inclui,<br />

principalmente, a redução de 5,56% relativa aos efeitos da definição do índice de reposicionamento<br />

tarifário descrito acima, o qual será aplicado exclusivamente <strong>no</strong> período tarifário 2005/2006.<br />

Ressalta-se que, a partir do reajuste tarifário de 2005, está sendo aplicado <strong>no</strong>vo tratamento para o Programa de<br />

Integração Social – PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS,<br />

sendo a incidência destes tributos, com suas <strong>no</strong>vas alíquotas, excluída da composição das tarifas, passando a<br />

ser aplicada diretamente nas faturas de energia, a exemplo do que já se pratica com o ICMS. Assim, na<br />

prática, o ajuste da parcela B corresponde a 0,74%, pois a exclusão do PIS/PASEP e da COFINS das tarifas<br />

de fornecimento representa a -4,37 p.p. do ajuste de negativo de 3,63% da parcela B.<br />

Repasse PIS e COFINS<br />

O aumento do PIS (de 0,65% para 1,65%) como também da COFINS (de 3,00% para 7,60%) são repassados<br />

às tarifas, constituindo um ativo regulatório. Enquanto aguarda definição por parte da ANEEL, a Companhia<br />

não registrou até o momento qualquer atualização monetária sobre o saldo a receber, que em dezembro<br />

de2005 é de R$ 30.439 mil.<br />

Vendas<br />

A tabela abaixo demonstra a composição da receita de vendas, <strong>no</strong>s últimos 3 (três) a<strong>no</strong>s:<br />

Em 2004, a receita bruta de vendas da Companhia foi de R$ 2.509.001 mil, passando para R$ 2.667.924 mil,<br />

em 2005, equivalente a um incremento de 6,3 %, devido, principalmente, ao reajuste tarifário ocorrido em<br />

2005, apesar de uma diminuição de 9,2% <strong>no</strong> consumo de energia elétrica. A tabela abaixo apresenta os<br />

valores <strong>no</strong>s últimos 3 exercícios sociais:<br />

Descrição dezembro de 2003 dezembro de 2004 dezembro de 2005<br />

Receita Operacional Bruta (R$ mil) 2.265.930 2.509.001 2.667.924<br />

Receita Operacional Líquida (R$ mil) 1.695.526 1.822.806 1.976.388<br />

132


Faturamento e Arrecadação<br />

O procedimento utilizado para faturamento e cobrança da energia elétrica fornecida é determinado pela<br />

categoria do consumidor. As leituras de medidores e o faturamento ocorrem em intervalos de<br />

aproximadamente 30 dias, com exceção dos consumidores rurais, cuja leitura pode ser realizada em uma<br />

periodicidade de até 3 meses, observado que, caso o consumidor rural faça a autoleitura, a distribuidora<br />

deverá fazer leitura do medidor a cada 12 meses.<br />

As faturas de energia elétrica são preparadas com base na leitura de medidores ou <strong>no</strong> uso estimado e<br />

encaminhadas em aproximadamente 3 dias úteis após a leitura. O prazo de vencimento da fatura é de 5 dias<br />

úteis a contar da data da entrega da fatura, sendo esse prazo de 10 dias úteis para os consumidores<br />

classificados como Poder Público, Iluminação Pública, Serviço Público e Cooperativa de Eletrificação Rural.<br />

Na hipótese de inadimplência, uma <strong>no</strong>tificação é encaminhada ao consumidor inadimplente, concedendo prazo para<br />

que o saldo devedor seja quitado. Na Bandeirante o sistema de faturamento permite o envio da <strong>no</strong>tificação após 5<br />

dias do vencimento da fatura para todos os consumidores. Caso o pagamento não seja recebido em até 15 dias, o<br />

fornecimento de energia elétrica do consumidor inadimplente está sujeito à suspensão.<br />

Em 31 de dezembro de 2004, o índice de inadimplência em relação ao faturamento anual da Bandeirante foi<br />

de 1,37%, e em 31 de dezembro de 2005, de 1,10%.<br />

Débitos de Liquidação Duvidosa e Contas Pendentes<br />

As provisões para créditos de liquidação duvidosa são constituídas de acordo com a <strong>no</strong>rma do Manual de<br />

Contabilidade de Serviço Público de Energia Elétrica da ANEEL e após criteriosa análise das contas a receber<br />

vencidas, sendo considerada pela administração da Companhia suficiente para cobrir eventuais perdas na<br />

realização dos valores a receber, inclusive títulos a receber. Em 31 de dezembro de 2005, a provisão para<br />

créditos de liquidação duvidosa somava R$ 15.338 mil.<br />

A tabela abaixo ilustra o histórico da provisão <strong>no</strong>s últimos três exercícios sociais:<br />

Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa<br />

Discriminação 2003 2004 2005<br />

PDD 5.979 20.687 15.338<br />

O índice de inadimplência, assim como o saldo da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, apresentou uma<br />

redução <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005, causada pela regularização do faturamento da Companhia resultantes da implantação do<br />

<strong>no</strong>vo sistema comercial (CCS). A Companhia possui projetos direcionados à redução destes saldos e indicadores. O<br />

índice de inadimplência é calculado como a média de 12 meses de Provisão para Devedores<br />

133


Duvidosos somada às perdas líquidas do período sobre a média de 12 meses do total de receita de fornecimento<br />

faturado e receita de disponibilização da rede de distribuição. A evolução do índice encontra-se <strong>no</strong> quadro abaixo:<br />

Índice de<br />

Inadimplência<br />

2003 2004 2005<br />

0,82% 1,37% 1,10%<br />

Em 31 de dezembro de 2005, a Companhia tinha um total de contas vencidas <strong>no</strong> valor aproximado de R$ 107.863<br />

mil, sendo que a Companhia possuía o montante provisionado de R$ 15.338 mil. A tabela a seguir descreve o perfil<br />

dos saldos vincendos da Companhia:<br />

Consumidores<br />

Saldos<br />

Vincendos<br />

Vencidos<br />

até 90<br />

dias<br />

Vencidos<br />

há mais de<br />

Total Curto Prazo Total Longo Prazo<br />

90 dias 31/12/2004 31/12/2005 31/12/2004 31/12/2005<br />

Residencial 42.094 36.573 12.245 111.530 90.912<br />

Industrial<br />

Comércio, Serviços e Outras<br />

3.969 12.458 8.901 58.983 25.328 28.325<br />

Atividades 10.648 12.817 7.466 39.141 30.931 145<br />

Rural<br />

Poder Público<br />

557 342 144 1.376 1.043<br />

Federal 1.193 326 77 2.469 1.596<br />

Estadual 1.893 496 279 3.129 2.668<br />

Municipal 2.316 1.133 1.816 4.472 5.265 12<br />

Iluminação Pública 1.130 1.133 5.636 21.302 7.899<br />

Serviço Público 1.561 1.298 2.357 1.980 5.216<br />

Parcelamento de débitos<br />

(-) Arrecadação em processo<br />

10.591 560 45 6.063 11.196 10.857 29.858<br />

de classificação (2.537) (468) (2.537)<br />

Outros créditos 1.037 4.009 1.037<br />

Fornecimento não faturado<br />

Ativos regulatórios<br />

122.414 136.448 122.414<br />

Perdas de receita 71.181 76.789 71.181 110.805 14.747<br />

Energia livre 30.208 32.731 30.208 68.819 6.620<br />

PIS e COFINS das Geradoras<br />

Fornecimento não faturado -<br />

6.307 6.307<br />

diferimento tarifário<br />

(-) Provisão para diferimento<br />

52.691<br />

tarifário (52.691)<br />

Outros ativos regulatórios 4.339 4.049 4.339<br />

Concessionárias<br />

308.901 67.136 38.966 504.003 415.003 190.481 79.707<br />

Energia de curto prazo<br />

Encargos de uso da rede<br />

1.405 1.761 2.307 3.166 14.072 11.070<br />

elétrica 2.022 2.957 2.022<br />

Outros 1.063 42.281 1.063 18.330<br />

4.490 - 1.761 47.545 6.251 14.072 29.400<br />

(-) Provisão para créditos de<br />

liquidação duvidosa (15.338) -20.687 (15.338)<br />

Total 313.391 67.136 25.389 530.861 405.916 204.553 109.107<br />

134


Em razão do disposto na Lei n.º 10.848/04, a Companhia poderá melhorar a sua arrecadação, na medida em<br />

que tais <strong>no</strong>rmativos estabelecem mecanismos que possibilitam o combate à inadimplência, uma vez que<br />

estabelecem que as concessionárias e permissionárias de distribuição poderão condicionar a continuidade de<br />

fornecimento aos usuários inadimplentes, excetuados consumidores que prestem serviços públicos essenciais,<br />

de mais de uma fatura mensal em um período de 12 meses: (i) ao oferecimento de depósito-caução, limitado<br />

ao valor inadimplido, não aplicável aos consumidores integrantes da Classe Residencial; e (ii) à comprovação<br />

de vínculo entre o titular da unidade consumidora e o imóvel onde se encontra, não aplicável ao consumidor<br />

integrante da Subclasse Residencial Baixa Renda.<br />

Na hipótese de inadimplência de consumidor apto à livre aquisição de energia, a concessionária poderá exigir<br />

que o usuário inadimplente apresente contrato de compra de energia com outro agente, para utilizar-se do<br />

serviço de distribuição.<br />

Perdas de Energia<br />

Os resultados financeiros são afetados por perdas de energia elétrica, uma vez que essa energia poderia de<br />

outra forma ter sido distribuída a consumidores finais ou outras concessionárias, reduzindo as necessidades de<br />

compra de energia para revenda. As perdas de energia estão divididas em duas categorias básicas: perdas<br />

técnicas, que são inerentes ao fluxo de energia elétrica através do sistema de distribuição e, perdas comerciais,<br />

que são as que resultam de conexões ilegais e fraudes.<br />

Cabe salientar que as perdas técnicas são intrínsecas ao transporte de energia, podendo ocorrer tanto na<br />

transmissão quanto na distribuição de energia, na medida em que estão associadas à dissipação da energia<br />

ocorrida na rede elétrica. Portanto, trata-se de quantidade de energia não consumida pelos clientes.<br />

As perdas comerciais consistem na quantidade de energia efetivamente consumida pelos clientes, mas não<br />

convertida em receita de vendas de energia, em decorrência de ligações clandestinas, medidores fraudados ou<br />

medidores defeituosos, entre outros.<br />

Em 2005, o aumento das perdas decorreu da mudança do critério de medição das perdas técnicas adotado pela<br />

ANEEL, do aumento de furtos de energia elétrica, bem como do aperfeiçoamento do tratamento das<br />

informações proporcionado pelo sistema comercial. A tabela abaixo apresenta dados relacionados às perdas<br />

técnicas e comerciais:<br />

2003 2004 2005<br />

Técnica 6,8% 7,5% 8,1%<br />

Comercial 1,3% 1,7% 2,4%<br />

Total 8,1% 9,2% 10,5%<br />

135


Nota-se, assim, que os índices de perdas comerciais e técnicas vêm se deteriorando desde 2003.<br />

Combate às Perdas Comerciais<br />

A partir do racionamento de energia em 2001, o setor de energia elétrica brasileiro registrou um crescimento<br />

significativo <strong>no</strong>s percentuais de perdas comerciais. Considerando esse quadro, a Bandeirante intensificou as<br />

ações em 2005 e definiu um Pla<strong>no</strong> de Combate às Perdas Comerciais para o triênio 2006/08, com o objetivo<br />

de reduzir essas perdas, com metas e objetivos quantificados e critérios de retor<strong>no</strong> financeiro dos recursos<br />

aplicados.<br />

Na Bandeirante, com a intensificação das ações do Programa de Combate às Perdas Comerciais para o a<strong>no</strong> de<br />

2005, foram realizadas 61.603 inspeções de campo, substituídos 21.511 medidores entre obsoletos,<br />

danificados e eletromecânicos por eletrônicos e adquiridos 10 veículos com equipamentos e ferramentas<br />

específicas, utilizando um recurso da ordem de R$ 6,0 milhões com um retor<strong>no</strong> financeiro de R$ 8,6 milhões,<br />

correspondente à recuperação de 39,8 GWh.<br />

A Bandeirante vêm implementando investimentos em manutenção preventiva e melhoria de redes elétricas,<br />

envolvendo redes de distribuição, linhas de transmissão e subestações, permitindo, entre outros, manter as<br />

perdas técnicas dentro de limites adequados.<br />

Em 2005, a Bandeirante tomou uma série de medidas para minimizar suas perdas, as quais resumimos a<br />

seguir:<br />

(i) aumentou o número de equipes preparadas e dotadas de equipamentos especiais de detecção de fraude,<br />

tendo detectado 1.700 irregularidades <strong>no</strong> seu sistema;<br />

(ii) promoveu a regularização de áreas clandestinas, tendo regularizado 2.300 ligações; e<br />

(iii) substituiu 7.500 medidores defeituosos.<br />

136


Qualidade dos Serviços Prestados<br />

O nível de qualidade e eficiência do sistema de distribuição de uma concessionária de distribuição de energia<br />

elétrica é demonstrado pelos índices de DEC (duração média das interrupções, medido em horas por<br />

consumidor por a<strong>no</strong>) e FEC (freqüência das interrupções, medido em número de interrupções por consumidor<br />

por a<strong>no</strong>). As metas de DEC e FEC a serem observadas pelas concessionárias são definidas pela ANEEL e<br />

publicadas na conta do consumidor.<br />

No a<strong>no</strong> de 2004, em conseqüência de investimentos realizados nas redes, na modernização e na automação do<br />

sistema elétrico, além da criteriosa utilização de recursos na gestão e manutenção, os índices DEC e FEC<br />

apresentaram melhoras significativas em relação ao a<strong>no</strong> anterior, deixando a Bandeirante em situação<br />

confortável quanto ao cumprimento dos padrões estabelecidos para aquele período. Em 31 de dezembro de<br />

2005 o DEC foi de 9,17 horas, enquanto <strong>no</strong> mesmo período anterior tinha sido de 6,75, ambos abaixo da meta<br />

ANEEL de 12,58 horas. O gráfico abaixo mostra a DEC para os períodos indicados:<br />

Em 31 de dezembro de 2005 a FEC – Freqüência equivalente de Interrupção por Consumidor índice que mede<br />

o número médio por cliente, de interrupções <strong>no</strong> fornecimento de energia elétrica foi de 6.62, enquanto que <strong>no</strong><br />

mesmo período anterior tinha sido de 5,76, ambos abaixo da meta ANEEL de 9,74. O gráfico abaixo mostra a<br />

FEC para os períodos indicados:<br />

137


Estratégia da Companhia<br />

As principais diretrizes estratégicas da Bandeirante são:<br />

• a criação de valor para os acionistas através do aumento da produtividade e eficiência;<br />

• a modernização da Companhia como forma de sustentar os resultados e melhorar a qualidade do<br />

serviço prestado aos seus clientes;<br />

• e a implementação de políticas de desenvolvimento dos seus recursos huma<strong>no</strong>s.<br />

A Bandeirante vem implementando medidas que visam a melhoria de eficiência, com especial destaque para a<br />

redução das despesas operacionais e para o combate ao desperdício, e participou ativamente <strong>no</strong> Programa de<br />

Eficiência realizado <strong>no</strong> âmbito do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>, buscando sinergias com as outras empresas do<br />

Grupo, promovendo iniciativas de eficiência que permitam reduzir as despesas operacionais<br />

As <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias introduzidas na rede elétrica e as tec<strong>no</strong>logias de informação implementadas colocam a<br />

Bandeirante entre as mais modernas empresas de distribuição de eletricidade do mundo.<br />

As ações de valorização e desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores da Bandeirante têm<br />

vindo a merecer uma especial atenção por parte da gestão da Companhia, visando sustentar a criação de valor,<br />

suportar a modernização tec<strong>no</strong>lógica e proporcionar o desenvolvimento e a qualidade de vida dos que<br />

trabalham na Bandeirante.<br />

A concretização dos investimentos em modernização, a melhoria da eficiência e o desenvolvimento dos<br />

colaboradores da Companhia permitiram um aumento significativo da produtividade e da qualidade de<br />

serviço.<br />

Investimentos Realizados<br />

A Emissora detém toda a inteligência dos estudos, projetos e tec<strong>no</strong>logias necessários às suas atividades,<br />

terceirizando a execução dos serviços em que a terceirização apresente vantagens de custo sem o<br />

comprometimento dos padrões de qualidade requeridos.<br />

A Bandeirante utiliza recursos de empréstimos a longo prazo e custos reduzidos para financiamento de parte de<br />

seus investimentos, objetivando alavancar tanto a capacidade de investir quanto a rentabilidade de seus acionistas.<br />

Os investimentos em 2005 foram de R$ 117 milhões. A maior parcela do investimento foi destinada à<br />

expansão do Sistema Elétrico, ao atendimento da demanda do mercado em níveis exigidos pela legislação e<br />

na manutenção da rede de modo a melhorar a qualidade dos serviços prestados aos clientes. Em 2005, houve<br />

redução <strong>no</strong> volume de investimentos em modernização, dado que esses investimentos foram concentrados <strong>no</strong>s<br />

a<strong>no</strong>s de 2002 a 2004.<br />

138


A Bandeirante tem realizado investimentos que visam o desenvolvimento e a melhoria dos serviços por ela<br />

prestados. Em 2004, foram investidos um total de R$ 53 milhões. Para 2005, os investimentos foram de R$ 66<br />

milhões. A distribuição dos investimentos feitos <strong>no</strong>s últimos 3 a<strong>no</strong>s, segue abaixo:<br />

Investimento<br />

Investimentos (em R$ mil) 2003 2004 2005<br />

Expansão da Rede 31.938 41.808 52.927<br />

Melhoramento da Rede 11.901 10.777 12.588<br />

Telecomunicações e Informatica 1.390 844 3.912<br />

Modernização 71.272 42.540 13.895<br />

Pesquisa e Desenvolvimento 12.284 3.786<br />

Universalização e Luz Para Todos 6.936 2.249 8.452<br />

Outros 12.821 9.407 21.687<br />

Total 136.258 119.909 117.247<br />

Programa de Universalização e Luz para Todos<br />

O Programa de Universalização, <strong>no</strong> que diz respeito ao perímetro urba<strong>no</strong> dos municípios, foi integralmente<br />

concluído durante o a<strong>no</strong> de 2004, quando a Companhia efetuou a ligação de 42.976 unidades consumidoras,<br />

tendo suplantado a meta estabelecida. A Companhia estima que o valor a ser por ela despendido <strong>no</strong> programa<br />

de "universalização" será de R$ 7,4 milhões, não sendo um investimento relevante relativamente aos<br />

investimentos usuais previstos.<br />

No âmbito do Programa Luz para Todos, programa federal de eletrificação rural coordenado pelo Ministério<br />

de Minas e Energia, a Bandeirante deu forte impulso ao desenvolvimento econômico e social das áreas rurais<br />

onde atua. Com investimentos de R$ 8,5 milhões, levou energia elétrica a mais de 2.000 propriedades rurais<br />

<strong>no</strong> a<strong>no</strong>, totalizando 2.509 ligações <strong>no</strong> Programa. Para finalizar o programa está prevista a ligação de mais<br />

3.708 unidades em 2006.<br />

Programa Integrado de Modernização<br />

O Programa Integrado de Modernização – PIM, iniciado em 2002, consolidou-se <strong>no</strong> exercício de 2005 com<br />

um investimento total de R$ 13,9 milhões, contribuindo decisivamente para dotar a Companhia de maior<br />

eficiência, agilidade e flexibilidade operacionais, reduzir custos, melhorar a qualidade dos serviços prestados<br />

aos clientes e assegurar a sustentabilidade dos resultados.<br />

139


Incorporando as mais modernas tec<strong>no</strong>logias de supervisão e comando à distância, o Sistema de Controle e<br />

Comando – SCC permite, a partir do Centro de Operação do Sistema – COS, telecomandar equipamentos,<br />

monitorar e sinalizar, em tempo real, qualquer evento que ocorra na rede elétrica, reduzindo o tempo dos<br />

desligamentos e de atendimento aos clientes. Conforme previsto, o Programa Integrado de Modernização foi<br />

concluído em dezembro de 2005 e telecomanda as 57 subestações em operação na Companhia.<br />

No projeto de automação das redes de distribuição, que consiste <strong>no</strong> telecomando e telesupervisão, a partir do<br />

COS, de religadoras automáticas instaladas ao longo dos 12.000 km de rede de média tensão, via<br />

comunicação “wireless”, foram adquiridas <strong>no</strong>vas unidades de microrremotas, totalizando 275 equipamentos já<br />

telecomandados.<br />

Em maio de 2005, entrou em produção o “PowerOn”, completando a implantação do Sistema de Informações<br />

Técnicas – SIT. Esta <strong>no</strong>va ferramenta permite trabalhar com o cadastro de toda a rede de distribuição<br />

georeferenciada, facilitando e agilizando o despacho de turmas e a localização das possíveis falhas associadas<br />

a reclamações de clientes.<br />

Para suporte aos sistemas e soluções implantadas pelo Programa Integrado de Modernização e incorporando<br />

as mais modernas tec<strong>no</strong>logias de telecomunicações e de segurança da informação, foi ampliada a rede<br />

corporativa de telecomunicações de alta capacidade, convergente, para transmissão de voz, dados e imagem,<br />

com a integração das 13 <strong>no</strong>vas lojas de atendimento comercial e prestadores de serviço, destacando-se a<br />

integração com as demais empresas do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>.<br />

Expansão e melhoramento da rede<br />

Para atendimento da demanda do mercado, com níveis de qualidade exigidos pela legislação, em 2005, foram<br />

investidos R$ 66 milhões na expansão e adequação das redes elétricas, na ligação de <strong>no</strong>vos clientes e na<br />

instalação de sistemas de medição e iluminação pública.<br />

Destaca-se a construção da estação de transformação em Maresias, <strong>no</strong> município de São Sebastião, agregando<br />

uma potência de 15 MVA e beneficiando diretamente a população do litoral Norte, principalmente <strong>no</strong>s<br />

períodos de verão.<br />

Foi também iniciada a construção da linha de transmissão Norte-Nordeste, localizada <strong>no</strong> Parque Ecológico do<br />

Tietê, que permitirá interligar duas estações terminais que suprem a Bandeirante e viabilizar o<br />

remanejamento, através do sistema de subtransmissão, de cargas de até 300 MVA, bem como postergar, sem<br />

prejuízo da qualidade de serviço, investimentos significativos na ampliação destes terminais. Adicionalmente,<br />

esta obra aumentará a qualidade e confiabilidade do fornecimento de energia elétrica ao município de<br />

Guarulhos.<br />

Também foram ampliadas as estações de transformação Valter José dos Santos, José Centro, Barra do Una e<br />

Bonsucesso, disponibilizando potência adicional de 30 MVA.<br />

140


Tec<strong>no</strong>logia de Informação<br />

Pelo quarto a<strong>no</strong> consecutivo, a Bandeirante está entre as “100 Empresas Mais Ligadas do <strong>Brasil</strong>”, segundo a<br />

revista InfoExame, destacando-se como integrante da vanguarda de TI – Tec<strong>no</strong>logia de Informação <strong>no</strong> país.<br />

Entre as concessionárias distribuidoras de energia elétrica, a Bandeirante foi a única a figurar na relação em<br />

2004.<br />

Em 2005 foram disponibilizadas <strong>no</strong>vas infra-estruturas de TI para suporte aos projetos de modernização<br />

implementados pela Emissora, assim como a formação das equipes de manutenção e estabilização dos<br />

referidos projetos. A relação computadores pessoais por colaborador efetivo é de 0,8. Foram realizados<br />

projetos de consolidação dos servidores descentralizados e upgrade para o Windows2003 Server e de<br />

implementação de <strong>no</strong>vas soluções de Segurança da Informação.<br />

Para atendimento às necessidades adicionais de tráfego, foi implantada uma <strong>no</strong>va rede corporativa de<br />

telecomunicações de alta capacidade, convergente, com gerenciamento on line em regime ininterrupto, que<br />

integra todos os sistemas técnicos, comerciais, financeiros e de administração, bem como todas as centrais<br />

telefônicas, em tec<strong>no</strong>logia de voz sobre IP (Internet Protocol), permitindo o controle remoto de tarifação,<br />

programação, monitoramento e seleção automática de rotas inteligentes para minimizar os custos das ligações<br />

e comportando sistemas de videoconferência, televigilância e segurança operativa.<br />

Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética<br />

A estratégia adotada para o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento se baseia na seleção de projetos que<br />

possam melhorar o sistema elétrico da Bandeirante, permitindo um melhor atendimento aos clientes por meio<br />

do aumento da confiabilidade, redução de perdas do sistema, melhoria na gestão dos processos,<br />

desenvolvimento de ferramentas de auxílio ao planejamento e produtos voltados à melhoria da qualidade da<br />

energia elétrica.<br />

No Programa de Eficiência Energética, buscando assegurar a melhor utilização do produto distribuído aos<br />

seus clientes, a Bandeirante promoveu em 2005 diversas atividades e projetos de eficiência energética, que<br />

resultaram na eco<strong>no</strong>mia de 11,4 mil MWh/a<strong>no</strong> e redução da demanda <strong>no</strong> horário de ponta da ordem de 2,6<br />

MW, entre outros benefícios.<br />

Cumpre destacar o projeto desenvolvido pela Bandeirante, de utilização de dados de descargas atmosféricas<br />

para o desenvolvimento, otimização, operação e manutenção do seu sistema elétrico, gerando informações<br />

precisas sobre a incidência e características dos raios na sua área de concessão.<br />

Merecem destaque especial os projetos de “Capacitação em Eficiência Energética Industrial”, um amplo<br />

programa de treinamento orientado para a melhor gestão da demanda energética de 80 clientes, desenvolvido<br />

de forma personalizada à realidade de cada unidade consumidora e o projeto de “Controle da Demanda e<br />

141


Consumo <strong>no</strong> Horário de Ponta” <strong>no</strong> Sistema Autô<strong>no</strong>mo de Águas e Esgotos de Guaratinguetá/SP – SAAEG,<br />

que resulta, além da eco<strong>no</strong>mia de 1 GWh/a<strong>no</strong> e a redução da demanda <strong>no</strong> horário de ponta de 0,8 MW, em<br />

grande eco<strong>no</strong>mia e melhoria do sistema de distribuição de água à população daquele município.<br />

A Bandeirante também conquistou em 2005 o Prêmio FIESP de Conservação e Uso Racional de Energia,<br />

promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O projeto “Eficientização em Sistema de<br />

Saneamento”, realizado na Estação Elevatória de Água de Santana, da SABESP – Cia. de Saneamento Básico<br />

de São Paulo, destacou-se como o mais expressivo do Estado de São Paulo em ganho de produtividade e<br />

redução do desperdício de recursos naturais.<br />

A legislação específica determi<strong>no</strong>u que, após 31 de dezembro de 2005, as distribuidoras devem aplicar em<br />

pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico, anualmente, o montante mínimo de 0,75% da sua Receita<br />

Operacional Líquida (“ROL”) anual, e, <strong>no</strong> mínimo, 0,25% em programas de eficiência energética, voltados para<br />

o uso final da energia. Até 31 de dezembro de 2005, as distribuidoras aplicaram 1% da ROL anual, divididos em<br />

partes iguais de 0,5% para eficiência energética e 0,5% para pesquisa e desenvolvimento. No que tange a<br />

pesquisa e desenvolvimento fica distribuído 0,2% para projetos executados pelas distribuidoras, 0,2% destinados<br />

ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec<strong>no</strong>lógico – FNDCT e 0,1% destinados ao MME, a fim<br />

de custear os estudos e pesquisas de planejamento da expansão do sistema energético, bem como, os de<br />

inventário e de viabilidade necessários ao aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.<br />

Contratos Relevantes<br />

Contratos Operacionais<br />

Contrato de Concessão<br />

Os direitos à exploração de serviços relativos à distribuição de energia elétrica nas áreas de concessão dentro<br />

do Estado de São Paulo foram outorgados à Bandeirante por meio da Resolução da ANEEL n.º 72, de 25 de<br />

março de 1998, publicada <strong>no</strong> Diário Oficial da União de 27 de março de 1998.<br />

As condições para exploração dos serviços acima mencionados constam do Contrato de Concessão, firmado<br />

em 23 de outubro de 1998 entre a Bandeirante e a União, esta última na qualidade de Poder Concedente.<br />

O prazo do Contrato de Concessão é de 30 a<strong>no</strong>s, contado a partir da data de assinatura, podendo ser<br />

prorrogado, <strong>no</strong> máximo, por período igual, mediante requerimento da Bandeirante, apresentado até 36 meses<br />

antes do térmi<strong>no</strong> do prazo do contrato, o qual será analisado pelo Poder Concedente, que decidirá com base<br />

<strong>no</strong>s princípios de continuidade e qualidade do serviço público.<br />

A Bandeirante se compromete, <strong>no</strong>s termos do Contrato de Concessão, a manter e aperfeiçoar equipamentos e<br />

instalações em conformidade com a qualidade, continuidade, segurança e confiabilidade dos padrões de<br />

serviços estabelecidos, ou a serem estabelecidos, pela ANEEL.<br />

142


O Contrato de Concessão estabelece a inexistência de exclusividade para a Bandeirante com relação aos<br />

consumidores de energia elétrica qualificados como Consumidores Livres <strong>no</strong>s termos da Lei do Setor<br />

Elétrico, aos quais é assegurado livre acesso à energia elétrica de qualquer outro fornecedor. No que concerne<br />

ao relacionamento com os consumidores, cumpre ainda ser ressaltado que a Bandeirante se compromete a<br />

manter em permanente funcionamento o chamado “conselho de consumidores”, integrado por representantes<br />

das diversas classes de consumidores, de caráter consultivo e voltada para orientação, análise e avaliação dos<br />

serviços e da qualidade do atendimento prestado pela Bandeirante, bem como para a formulação de sugestões<br />

e propostas de melhoria dos serviços.<br />

Ainda <strong>no</strong>s termos do Contrato de Concessão, a Bandeirante deve ter por objeto social a exploração de<br />

serviços públicos de energia elétrica, comprometendo-se somente a exercer outra atividade empresarial<br />

mediante prévia autorização da ANEEL e desde que as receitas auferidas, que deverão ser contabilizadas em<br />

separado, sejam parcialmente destinadas a favorecer a modicidade das tarifas do serviço de energia elétrica.<br />

Observadas as regras da legislação econômica vigente, por iniciativa da ANEEL ou da Companhia, as tarifas<br />

poderão ser reajustadas mediante aplicação de fórmulas constantes <strong>no</strong> Contrato de Concessão, com periodicidade<br />

anual, podendo haver revisão de tarifas de acordo com as situações elencadas <strong>no</strong> Contrato de Concessão.<br />

Especificamente <strong>no</strong> caso da Companhia, a época prevista para o reajuste anual é outubro de cada a<strong>no</strong>.<br />

Além do reajuste anual, a Companhia está sujeita à revisão ordinária a cada 4 a<strong>no</strong>s, que pode aumentar ou<br />

diminuir as suas tarifas. A primeira revisão ordinária da Companhia ocorreu em 2003. Para mais informações,<br />

ver item “Tarifas” nesta mesma seção.<br />

O Contrato de Concessão sofreu três aditamentos, respectivamente em: 1º de julho de 2002, 25 de março de<br />

2003 e 29 de agosto de 2005.<br />

O primeiro termo aditivo ao Contrato de Concessão estabeleceu a transferência à Piratininga de parcela da<br />

área de concessão da Bandeirante e respectivos ativos, como conseqüência da cisão parcial da concessão<br />

outorgada à Companhia.<br />

O segundo termo aditivo ao Contrato de Concessão formalizou a transferência da participação acionária da<br />

Companhia, detida pela Enerpaulo, para a <strong>EDP</strong>, sendo que a parcela cindida, referente ao ágio da aquisição da<br />

Bandeirante e a provisão para preservação de dividendos, foi transferida para a Bandeirante e a parcela<br />

cindida, referente aos demais direitos e obrigações, foi transferida para a <strong>EDP</strong>.<br />

O terceiro termo aditivo foi firmado, refletindo alterações da legislação, para possibilitar o repasse dos custos<br />

de aquisição de energia elétrica previstos <strong>no</strong>s contratos (i) de energia elétrica proveniente de<br />

empreendimentos de geração distribuída; (ii) de Comercialização de Energia Elétrica <strong>no</strong> Ambiente Regulado<br />

– CCEAR e (iii) decorrentes de leilões de ajuste pelos agentes de distribuição, para as tarifas dos<br />

consumidores finais dos agentes de distribuição.<br />

143


Contrato de Uso ao Sistema de Transmissão (CUST) e Contrato de Conexão ao Sistema de Transmissão<br />

(CCT)<br />

Em 30 de dezembro de 2002, a Bandeirante, o ONS e as concessionárias de transmissão representadas pelo<br />

ONS, firmaram o contrato CUST n° 118/2002, com prazo de duração até a extinção da concessão, com o<br />

objetivo de estabelecer os termos e as condições que regularão (i) a prestação de serviços de transmissão pelas<br />

concessionárias, mediante controle e supervisão do ONS; (ii) a prestação pelo ONS dos serviços de<br />

coordenação e controle de operação dos sistemas eletroenergéticos interligados, das interligações<br />

internacionais e de administração dos serviços de transmissão prestados pelas concessionárias de transmissão;<br />

e (iii) a administração pelo ONS da cobrança e da liquidação dos encargos de uso da transmissão e a execução<br />

do sistema de garantias, atuando por conta e ordem das concessionárias de transmissão.<br />

A Bandeirante pagará mensalmente os encargos de uso da transmissão, bem como eventuais ultrapassagens<br />

do montante de uso e sobrecargas em instalações e equipamentos das concessionárias de transmissão,<br />

conforme regulamentação da ANEEL, sendo que os encargos serão compostos de 4 partes: (i) pagamento dos<br />

serviços de transmissão às concessionárias de transmissão; (ii) pagamento ao ONS pelos serviços prestados;<br />

(iii) pagamento às concessionárias de transmissão na hipótese de ultrapassagem do montante de uso; e (iv)<br />

pagamento às concessionárias de transmissão por eventuais sobrecargas em suas instalações e equipamentos.<br />

Em 10 de fevereiro de 2000, a Bandeirante e a CTEEP – Companhia de Transmissão de Energia Elétrica<br />

Paulista firmaram Contrato de Conexão ao Sistema de Transmissão, com prazo de duração até a extinção da<br />

concessão, cujo objeto é estabelecer as condições, procedimentos, responsabilidade técnico-operacionais e<br />

comerciais que regulam a conexão da Bandeirante com a rede básica, por meio das instalações e pontos de<br />

conexão de propriedade da CTEEP e da Companhia, cujos encargos são de acordo com os montantes e regras<br />

estabelecidos pela ANEEL.<br />

Contratos de Compra e Venda de Energia Elétrica<br />

Com exceção dos contratos celebrados com empresas do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> (descritos a seguir), os<br />

principais contratos de compra e venda de energia celebrados pela Companhia seguem indicados abaixo:<br />

Vendedora<br />

Período de Suprimento - Data<br />

Início Térmi<strong>no</strong><br />

A<strong>no</strong> GWh<br />

CESP 01-jan-05 31-dez-12<br />

2005<br />

2006<br />

180,036<br />

144,572<br />

CHESF 01-jan-05 31-dez-12<br />

2005<br />

2006<br />

562,613<br />

451,786<br />

COPEL 01-jan-05 31-dez-12<br />

2005<br />

2006<br />

220,544<br />

177,100<br />

FURNAS 01-jan-05 31-dez-12<br />

2005<br />

2006<br />

643,782<br />

516,967<br />

ITAIPU 10-jun-99 31-dez-13 4.025,550<br />

144


Contratos de Compra e Venda de Energia Elétrica celebrados com empresas do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong><br />

A Companhia celebrou diversos contratos de compra e venda de energia elétrica com partes relacionadas. As<br />

principais características desses contratos encontram-se descritas a seguir:<br />

Vendedora<br />

Data de<br />

Assinatura<br />

Prazo/Vencimento<br />

Montante <strong>no</strong> período<br />

total (MWh)<br />

Aprovação<br />

pela ANEEL<br />

<strong>EDP</strong> Lajeado 09.11.2001 12 a<strong>no</strong>s 1.341.590 sim<br />

Investco 01.08.2002 15.12.2032 379.257 sim<br />

Enerpeixe 23.12.2002 31.01.2016 9.428.258 sim<br />

Enertrade 23.10.2003 31.12.2005 570.120 sim<br />

* a tabela acima não inclui contratos referentes ao primeiro leilão de energia existente, que não necessitam de aprovação<br />

da ANEEL.<br />

<strong>EDP</strong> Lajeado – Em 09 de <strong>no</strong>vembro de 2001, a Bandeirante firmou contrato de compra e venda de energia<br />

elétrica com a <strong>EDP</strong> Lajeado, para início de suprimento em 01 de dezembro de 2001, e térmi<strong>no</strong> em 31 de<br />

dezembro de 2013. O montante anual contratado foi de 90.025,4 MWh para o a<strong>no</strong> de 2001 e 113.778,6 MWh<br />

<strong>no</strong>s demais a<strong>no</strong>s, ao preço de R$ 50,12/MWh, data-base de dezembro de 2000, reajustável anualmente. O<br />

contrato foi homologado pela ANEEL em 28 de agosto de 2002, por meio do Ofício n.º 827/2002-SFF/ANEEL.<br />

Em 18 de outubro de 2002, foi celebrado o Primeiro Termo de Aditamento ao Contrato de Compra e Venda de<br />

Energia Elétrica alterando a data para o reajuste do preço para o dia 23 de outubro de cada a<strong>no</strong>.<br />

Investco – Em 01 de agosto de 2002, a Bandeirante celebrou contrato de compra e venda de energia elétrica<br />

com a Investco, para início de suprimento em 1º de agosto de 2002 e térmi<strong>no</strong> em 15 de dezembro de 2032, <strong>no</strong><br />

montante de 1.029,67 MWh ao mês, ao preço de R$ 53,97/MWh, data-base de fevereiro de 2002. O contrato<br />

foi homologado pela ANEEL em 14 de abril de 2003, por meio do Ofício nº. 494/2003-SFF/ANEEL.<br />

Enerpeixe – Em 23 de dezembro de 2002, a Bandeirante celebrou contrato de compra e venda de energia<br />

elétrica com a Enerpeixe, para início de suprimento em 1º de fevereiro de 2006 e térmi<strong>no</strong> em 31 de janeiro de<br />

2016. O montante anual contratado foi de 93,4 MW-médios para o a<strong>no</strong> de 2006 e 109 MW-médios para os<br />

demais a<strong>no</strong>s, ao preço de 107,18/MWh, data-base de outubro de 2003, reajustável anualmente, conforme<br />

aditamento celebrado em 17 de outubro de 2003. O contrato e o aditamento foram homologados pela ANEEL<br />

em 06 de <strong>no</strong>vembro de 2003, por meio do Ofício nº 1850/2003-SFF/ANEEL.<br />

Enertrade – Em 23 de outubro de 2003, a Bandeirante celebrou contrato de compra e venda de energia<br />

elétrica com a Enertrade, com início de suprimento em 1º de janeiro de 2004 e térmi<strong>no</strong> em 31 de dezembro de<br />

2005. O montante contratado foi de 30 MW-médios em 2004 e 35-MW médios em 2005, ao preço de R$<br />

68,80/MWh, data-base de outubro de 2003. O contrato foi homologado pela ANEEL em 24 de dezembro de<br />

2003, por meio do Ofício nº 2195/2003-SFF/ANEEL. A última fatura, referente ao suprimento do mês de<br />

dezembro de 2005 será paga à Enertrade em janeiro de 2006.<br />

145


Leilão de Energia<br />

Em 7 de dezembro de 2004, foi realizado o primeiro leilão de energia <strong>no</strong>s termos da Lei do Novo Modelo do<br />

Setor Elétrico. Para maiores informações sobre a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico ver Seção “Visão<br />

Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>” deste <strong>Prospecto</strong>.<br />

Os contratos nesse leilão foram firmados com vigência até 31 de dezembro de 2012 para os contratos com<br />

início de suprimento em 1° de janeiro de 2005, até 31 de dezembro de 2013 para os contratos com início de<br />

suprimento em 1° de janeiro de 2006, e até 31 de dezembro de 2014 para os contratos com início de<br />

suprimento em 1° de janeiro de 2007.<br />

Os contratos prevêem que o suprimento de energia elétrica vigorará pelo prazo previsto, independentemente<br />

do prazo final da concessão, permissão ou autorização do comprador, assumindo o sucessor todas as<br />

obrigações e direitos previstos <strong>no</strong> CCEAR.<br />

Leilão 01/2005<br />

Em 2 de abril de 2005, foi realizado o segundo leilão de energia de empreendimentos existentes <strong>no</strong>s termos da<br />

Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico. Para maiores informações sobre a Lei do Novo Modelo do Setor<br />

Elétrico ver Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>” deste <strong>Prospecto</strong>.<br />

Os contratos foram firmados com vigência até 31 de dezembro de 2015 e início de suprimento em 1° de<br />

janeiro de 2008.<br />

Os contratos prevêem que o suprimento de energia elétrica vigorará pelo prazo previsto, independentemente<br />

do prazo final da concessão, permissão ou autorização do comprador, assumindo o sucessor todas as<br />

obrigações e direitos previstos <strong>no</strong> CCEAR.<br />

Contratos Financeiros<br />

Com exceção do contrato de empréstimo celebrado com a Energias do <strong>Brasil</strong> (descritos na Seção “Operações<br />

com Partes Relacionadas”), segue abaixo descrição dos contratos de financiamento relevantes da Companhia.<br />

Além dos contratos abaixo mencionados, a Companhia também é parte em outros contratos de financiamento<br />

celebrados <strong>no</strong> curso <strong>no</strong>rmal de seus negócios.<br />

Empréstimos em Moeda Nacional<br />

Contratos de Financiamento celebrados com o BNDES<br />

A Companhia celebrou Contratos de Financiamento envolvendo recursos do BNDES, cujo saldo devedor, em 31<br />

de dezembro de 2005, era de R$ 198,4 milhões. Esses contratos possuem termos e condições semelhantes, dentre<br />

os quais se destaca a restrição à alienação e oneração de ativos, amortização de ações, emissão de debêntures e<br />

concessão de preferência a outros créditos em detrimento daqueles concedidos pelo BNDES. Tais contratos<br />

apresentam ainda hipóteses usuais de inadimplemento e vencimento antecipado. Os contratos são:<br />

146


(a) Contrato celebrado <strong>no</strong> âmbito do Programa Emergencial e Excepcional de Apoio às Concessionárias<br />

de Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica, conforme Lei nº 10.762 de 11 de <strong>no</strong>vembro de 2003.<br />

Este contrato destina-se a suprir a insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação dos<br />

mecanismos de compensação das variações dos itens da Parcela A, para os reajustes e revisões tarifárias<br />

anuais, referente ao período compreendido entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004. Foi celebrado com a<br />

interveniência da ANEEL e do Bradesco, em 7 de abril de 2004, com vencimento em 15 de <strong>no</strong>vembro de<br />

2006, <strong>no</strong> montante de R$71,9 milhões, com juros incidentes à taxa de 1% ao a<strong>no</strong> acima da taxa média anual<br />

ajustada da Selic, cujo saldo devedor, em 31 de dezembro de 2005, era de R$ 43,8 milhões. A dívida é<br />

garantida por cessão e transferência do produto da cobrança da tarifa de fornecimento de serviços públicos de<br />

distribuição de energia elétrica <strong>no</strong> valor equivalente a 2,77% do faturamento mensal da Bandeirante.<br />

(b) Contrato celebrado <strong>no</strong> âmbito do Acordo Geral do Setor Elétrico e Lei nº 10.438 de 26 de abril de<br />

2002, conforme alterada. Este contrato destina-se a suprir parte das insuficiências de recursos decorrentes da<br />

redução de receita ocorrida durante a vigência do Programa Emergencial de Redução de Consumo de Energia<br />

Elétrica (vide a Seção “Visão Geral do Setor de Energia Elétrica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> – Histórico e Regulamentação”).<br />

Foi celebrado com a interveniência da ANEEL e do Bradesco, em 13 de fevereiro de 2002, aditado em 29 de<br />

agosto de 2002, 21 de outubro de 2002 e em 6 de maio de 2003, com vencimento em 15 de junho de 2007, <strong>no</strong><br />

montante de R$ 306,1 milhões, com juros incidentes à taxa de 1% ao a<strong>no</strong> acima da taxa média anual ajustada<br />

da Selic, cujo saldo devedor, em 31 de dezembro de 2005, era de R$ 154,6 milhões. A dívida é garantida por<br />

cessão e transferência do produto da cobrança da tarifa de fornecimento de serviços públicos de distribuição<br />

de energia elétrica <strong>no</strong> valor equivalente a 5,38% do faturamento mensal da Companhia, sendo este percentual<br />

reduzido para 3,77% até 31 de dezembro de 2006.<br />

Contas Garantidas<br />

Referem-se a empréstimos obtidos em diversas instituições financeiras nacionais, para cobertura do fluxo de caixa<br />

operacional, com taxa de juros média de 104,5% do CDI, garantidos por <strong>no</strong>tas promissórias de em média 120% do<br />

valor do principal. O saldo devedor desses contratos, em 31 de dezembro de 2005, era de R$ 151,0 milhões.<br />

Empréstimos em Moeda Estrangeira<br />

Contrato celebrado com o BID. A Bandeirante celebrou Contrato de Empréstimo com o BID, em 5 de março<br />

de 2004, <strong>no</strong> montante de até US$100,0 milhões, cujo saldo devedor, em 31 de dezembro de 2005, era de R$<br />

236,6 milhões. O principal foi disponibilizado em duas tranches com as seguintes condições: (i) Tranche “A” <strong>no</strong><br />

valor de US$38,9 milhões, com vencimento em 15 de fevereiro de 2012, remunerado por juros calculados pela<br />

taxa Libor (Taxa Interbancária do Mercado de Londres) acrescida de 4,375% ao a<strong>no</strong>; (ii) Tranche “B” <strong>no</strong> valor<br />

de US$61,1 milhões, com vencimento em 15 de fevereiro de 2009, remunerado por juros calculados pela taxa<br />

Libor (Taxa Interbancária do Mercado de Londres) acrescida de 4% ao a<strong>no</strong>. Este contrato contém hipóteses<br />

usuais de vencimento antecipado e inadimplemento. Por meio deste contrato a Bandeirante tem a obrigação de<br />

observar os seguintes índices financeiros: (1) de Coeficiente de Cobertura de Liquidez não inferior a 1:1 a partir<br />

de maio de 2006; (2) Coeficiente Dívida Total/EBITDA inferior a 3,5:1 durante o a<strong>no</strong> de 2005, e inferior a<br />

3,25:1 ao final de cada trimestre subseqüente; e (3) Coeficiente Dívida Total/Dívida Total e Patrimônio Líquido<br />

inferior a 0,6:1 ao final de cada trimestre anterior a 2007, e inferior a 0,55:1 ao final de cada trimestre<br />

subseqüente. A Bandeirante celebrou também Contratos de Swap com o Banco J.P. Morgan S.A., em 15 de<br />

março de 2004, e com o Banco Citibank, em 13 de <strong>no</strong>vembro de 2003, para trocar os encargos originais do<br />

financiamento por remunerações baseadas <strong>no</strong> intervalo de 95% a 118,64% do CDI para os quais valem os<br />

mesmos índices financeiros acima. No contrato celebrado com o Banco J.P. Morgan S.A., a Bandeirante<br />

compromete-se, tal como com o BID, a (a) não assumir <strong>no</strong>vas dívidas superiores a US$50 milhões, exceto se<br />

esta <strong>no</strong>va dívida seja resultado de renegociação ou substituição de dívida existente, desde que celebrada dentro<br />

dos padrões e taxas de mercado e seja observada a estipulação prevista <strong>no</strong> item “2” acima e (b) observar a<br />

estipulação prevista <strong>no</strong> item “1” acima até o térmi<strong>no</strong> do contrato ou dos acordos a ele relacionados. A dívida é<br />

garantida pela cessão e transferência ao BID de (i) todos os direitos e interesses da Bandeirante relativos ao<br />

produto da cobrança da tarifa de fornecimento de serviços públicos de distribuição de energia elétrica, e demais<br />

147


serviços prestados pela Bandeirante, aos seus clientes, incluindo sem limitação, todas as receitas, juros devidos à<br />

ou recebidos pela Bandeirante assim como todo direito em espécie, cheques, transferências eletrônicas e<br />

qualquer outra forma de pagamento devido à ou recebido pela Bandeirante àqueles títulos, limitado, em cada<br />

período de apuração, ao valor equivalente a 2 vezes o valor do próximo pagamento do serviço da dívida, e o<br />

direito de crédito da Bandeirante em face do Unibanco – União de Bancos <strong>Brasil</strong>eiros S.A. relacionado a<br />

determinadas contas ou em face de qualquer terceiro para quem o objeto desta cessão seja transferido; e (ii)<br />

todos os direitos decorrentes de qualquer direito a indenização ou direitos a quaisquer outros valores de qualquer<br />

natureza, pagos, devidos ou potencialmente devidos à Bandeirante pelo Poder Concedente ou, ainda, por<br />

qualquer outra autoridade, a título de indenização das parcelas dos investimentos vinculados aos bens reversíveis<br />

da concessão, ainda não amortizados ou depreciados, assim como qualquer indenização que venha a ser recebida<br />

pela Bandeirante em virtude do térmi<strong>no</strong> da concessão e/ou da decorrência de qualquer evento de desapropriação<br />

previsto <strong>no</strong> contrato.<br />

Contrato de repasse exter<strong>no</strong> lastreado com recursos captados <strong>no</strong> DEG – Deutsche Investitions und<br />

Entwicklungsgesellschaft MBH celebrado com o Banco Itaú BBA. A Companhia celebrou contrato de<br />

repasse exter<strong>no</strong> lastreado com recursos captados <strong>no</strong> DEG – Deutsche Investitions und<br />

Entwicklungsgesellschaft MBH, firmado em 5 de fevereiro de 2002, com vencimento final em 15 de março<br />

de 2006. O saldo devedor, em 31 de dezembro de 2005, era R$ 2,9 milhões, com juros de 9,5% ao a<strong>no</strong>, mais<br />

variação cambial e garantido com <strong>no</strong>ta promissória e que estabelece ainda covenants, integralmente atendidos<br />

até o momento, cujo descumprimento resultaria em aumento da taxa de juros e até a antecipação do<br />

vencimento do contrato. Para este empréstimo foi realizada operação de swap cambial <strong>no</strong> valor de R$ 1,8<br />

milhões, com característica de hedge.<br />

Contrato de Empréstimo celebrado com o Banco Santander <strong>Brasil</strong>. A Companhia firmou em 20 de<br />

dezembro de 2004 contrato de US$11 milhões com juros de 4,15% ao a<strong>no</strong>, mais variação cambial e garantido<br />

com <strong>no</strong>ta promissória, com vencimento de principal e encargos em uma única parcela em 11 de dezembro de<br />

2006, cujo saldo devedor, em 31 de dezembro de 2005, era de R$ 26,9 milhões. Para este empréstimo foi<br />

realizada operação de swap cambial <strong>no</strong> valor de R$ 9,6 milhões, com característica de hedge.<br />

Outros Contratos<br />

A Companhia celebrou diversos contratos de prestação de serviços com diversas partes, sendo que os<br />

contratos principais seguem discriminados na tabela abaixo:<br />

Objeto Contratado<br />

Área de<br />

Atuação<br />

Vigência<br />

Município<br />

São José dos<br />

Valor Total<br />

atual (R$) Início Fim<br />

Serviços de construção e CONSTRUTORA<br />

Campos 13.431.937,30 01/04/03 31/03/08<br />

manutenção em redes de<br />

distribuição de energia<br />

REMO LTDA.<br />

Litoral Norte 9.091.340,36 01/04/03 31/03/08<br />

elétrica, em áreas<br />

START ENGENH.E<br />

primárias ou secundárias, ELETRIC.LTDA. Guaratinguetá 9.284.172,71 01/04/03 31/03/08<br />

incluindo iluminação IELO INSTAL.ELETR.E Vale do<br />

pública, serviços de<br />

OBRAS LTDA Paraíba Taubaté 6.792.639,52 01/04/03 31/03/08<br />

ligação, modificação,<br />

KVA ENG. E<br />

aferição em campo, corte EQUIPAMENTOS<br />

e religação de clientes,<br />

LTDA Cumbica 5.200.000,00 01/07/05 31/03/07<br />

serviços de intervenção na<br />

vegetação, turmas<br />

complementares e turmas<br />

de emergência.<br />

START ENGENH.E<br />

ELETRIC.LTDA.<br />

FM RODRIGUES & Alto<br />

Mogi das<br />

Cruzes e<br />

Suza<strong>no</strong> 18.438.994,78 01/04/03 31/03/08<br />

CIA.LTDA. Tietê Guarulhos 5.200.000,00 01/07/05 31/03/07<br />

148


Serviços de leitura de<br />

medidores com repasse de<br />

irregularidades e pedidos<br />

de verificação de leituras<br />

para clientes atendidos em<br />

baixa tensão, em unidades<br />

consumidoras<br />

mo<strong>no</strong>fásicas, bifásicas e<br />

trifásicas, com medição<br />

direta ou indireta, e<br />

entrega de faturas de<br />

energia elétrica, reavisos<br />

de vencimentos, cartas<br />

comerciais e/ou<br />

comunicados, para<br />

clientes atendidos em<br />

baixa, média e alta tensão,<br />

situados em regiões<br />

urbanas e rurais.<br />

Serviços de atendimento<br />

comercial pessoal,<br />

exclusivo da bandeirante,<br />

através da instalação de<br />

lojas e quiosques, de<br />

titularidade da attendix<br />

serviços de atendimento<br />

ltda., aos clientes<br />

atendidos em baixa e<br />

média tensão, na área de<br />

concessão da bandeirante.<br />

Serviços de segurança e<br />

vigilância, em<br />

conformidade com as<br />

<strong>no</strong>rmas legais reguladoras<br />

da atividade para as<br />

dependências da<br />

bandeirante, situadas <strong>no</strong>s<br />

municípios pertencentes à<br />

área de concessão da<br />

bandeirante.<br />

Serviços de portaria,<br />

recepção, monitoramento<br />

e telefonista, em<br />

conformidade com as<br />

<strong>no</strong>rmas legais reguladoras<br />

das atividades para as<br />

dependências da<br />

bandeirante, situadas <strong>no</strong>s<br />

municípios pertencentes à<br />

área de concessão da<br />

bandeirante.<br />

ENGELÉTRICA-<br />

TECNOL.DE<br />

MONTAG.L<br />

ATTENDIX -<br />

SERVIÇOS DE<br />

ATENDIM<br />

VANGUARDA<br />

SEGUR.E<br />

VIGILÂNC.LT.<br />

INTERATIVA<br />

SERVICE LTDA<br />

Toda<br />

concessão 28 Municípios 3.807.135,87 01/06/05 30/06/06<br />

Toda<br />

concessão 28 Municípios 4.295.616,00 01/06/05 31/05/07<br />

Toda<br />

concessão 28 Municípios 2.490.762,39 01/05/05 30/04/07<br />

Toda<br />

concessão 28 Municípios 2.313.562,35 01/05/05 30/04/07<br />

149


Serviço de limpeza,<br />

conservação e jardinagem.<br />

Serviço de fornecimento<br />

de materiais de escritórios<br />

LIMITE<br />

SERV.ADM.CONS.E<br />

SERV.LT<br />

GIMBA SUPRIM<br />

ESCRIT E INFORM<br />

ENTEL<br />

CONSTR.ELÉTRICAS<br />

LTDA.<br />

Toda<br />

concessão<br />

Toda<br />

28 Municípios 1.905.600,00 01/11/04 31/12/06<br />

concessão 28 Municípios 1.468.000,00 14/011/05 30/06/07<br />

Serviços de recuperação<br />

Toda<br />

de transformadores de<br />

concessão 28 Municípios 1.069.127,90 30/05/03 31/05/06<br />

distribuição aérea TRANSFORMADORES Toda<br />

JUNDIAI LTDA concessão 28 Municípios 1.095.127,40 30/05/03 31/05/06<br />

Serviços de manutenção e<br />

recuperação de<br />

equipamentos de<br />

distribuição e de CMEL-SERV-CENTRO Toda<br />

instrumentos de medição<br />

Serviços de teleatendimento<br />

centralizado<br />

DE MANUTENÇÃO concessão 28 Municípios 3.768.000,00 15/06/02 15/09/06<br />

(comercial 120 e técnico<br />

Toda<br />

196) MOBITEL S/A concessão 28 Municípios 9.266.384,41 01/04/04 31/03/06<br />

Patentes, Marcas e Licenças<br />

O Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> tem por política proteger suas marcas e possui cerca de 30 marcas com registro<br />

pedido ou concedido <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> em diversas classes, sendo as principais marcas as que envolvem o <strong>no</strong>me do<br />

grupo, bem como as que tratam dos <strong>no</strong>mes das empresas do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>, como “<strong>EDP</strong>”,<br />

“Energias do <strong>Brasil</strong>”, “Bandeirante”, “Enersul”, “Escelsa”, “Enertrade”, entre outras.<br />

Marketing<br />

A Bandeirante está efetuando investimentos significativos na melhoria da qualidade de seus serviços, para<br />

então melhor divulgar sua marca, com vistas à competição ora em fase de implantação <strong>no</strong> setor elétrico, e à<br />

conquista de <strong>no</strong>vos negócios.<br />

Meio Ambiente<br />

A Emissora está sujeita a abrangente legislação ambiental brasileira nas esferas federal, estadual e municipal.<br />

O cumprimento desta legislação é fiscalizado por órgãos e agências governamentais, que podem impor<br />

sanções administrativas contra a Companhia por eventual i<strong>no</strong>bservância da legislação.<br />

A Bandeirante é uma distribuidora de energia elétrica, operando um sistema em tensão inferior a 138 kV, que<br />

por suas características, não gera impactos ambientais significativos.<br />

150


As questões ambientais são tratadas pelo Grupo de Atividade de Meio Ambiente, órgão ligado diretamente à<br />

Diretoria Técnica da empresa e constituído por profissionais qualificados, que além de gerenciar as atividades<br />

da empresa tendo em vista o cumprimento da legislação ambiental, participa da implementação do sistema de<br />

gestão integrada, que congrega atividades das áreas de meio ambiente, segurança do trabalho, saúde<br />

ocupacional e comunicação social.<br />

A Emissora não adere, por qualquer meio, a padrões internacionais relativos à proteção ambiental.<br />

Destacamos, a seguir, as principais ações ambientais desenvolvidas durante o a<strong>no</strong> de 2005:<br />

1) Desenvolvimento de Sistema Integrado de Gestão Ambiental, Saúde Ocupacional, Segurança do Trabalho<br />

e Comunicação Social – PROJETO SIGA.<br />

O PROJETO SIGA foi desenvolvido tendo como objetivos principais a redução, controle, eliminação ou<br />

mitigação de impactos e riscos relativos ao meio ambiente, saúde ocupacional, segurança do trabalho e<br />

comunicação social, observando rigorosamente todos os requisitos estabelecidos nas <strong>no</strong>rmas internacionais da<br />

série ISO 14.000 e OHSAS 18.000, bem como na legislação brasileira. Após auditoria realizada por empresa<br />

especializada e reconhecida internacionalmente, <strong>no</strong> âmbito do processo de financiamento com o BID, o SIGA<br />

foi aprovado como uma moderna e i<strong>no</strong>vadora solução integrada de gestão.<br />

2) Identificação e tratamento dos principais impactos ambientais e sociais.<br />

No âmbito do PROJETO SIGA, todos os processos que envolvem a expansão e operação do sistema elétrico<br />

foram detalhados e analisados com a finalidade de se identificar as atividades geradoras de riscos, bem como<br />

os respectivos aspectos e impactos potenciais ao meio ambiente. A partir dessa identificação foram<br />

estabelecidos objetivos, metas e indicadores de desempenho e desenvolvidos procedimentos que visam à<br />

prevenção, minimização, mitigação e controle de riscos e impactos ambientais e sociais.<br />

Foram detectados peque<strong>no</strong>s vazamentos de óleo mineral biodegradável (gotejamento) nas flanges de 8<br />

transformadores da Bandeirante. Esse tipo de ocorrência é comum em distribuidoras de energia elétrica, sendo<br />

inclusive tema de discussões entre equipes de manutenção na ABNT – Associação <strong>Brasil</strong>eira de Normas<br />

Técnicas. A situação já foi regularizada, porém, até o momento, nenhum estudo ou análise foi feito para<br />

averiguação de possíveis da<strong>no</strong>s ocasionados por esse tipo de vazamento.<br />

3) Diagnóstico Sócio-ambiental.<br />

A Bandeirante iniciou em 2004 um diagnóstico social e ambiental em todas as instalações em que há<br />

equipamentos instalados ou armazenados com grandes volumes de óleo, fontes de ruído permanente ou<br />

substâncias químicas perigosas que possam apresentar riscos ao meio ambiente, buscando certificar-se da<br />

inexistência de passivos ambientais.<br />

151


4) Coleta Seletiva de lixo.<br />

O programa de coleta seletiva de resíduos e destinação de materiais como papel, papelão, vidros e plásticos<br />

para a reciclagem foi implantado em setembro de 2001. Os recursos obtidos com a venda dos materiais<br />

recicláveis são destinados para o programa social “Bandeirante Comunidade”.<br />

5) Regularização de empreendimentos construídos a partir de 1981.<br />

Todos os empreendimentos construídos a partir de 1981 são objeto de processo de regularização conjunta<br />

perante a Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA, para a emissão da respectiva licença ambiental de<br />

operação. Com esta finalidade, a partir da análise dos diversos empreendimentos, ora em operação, a<br />

Bandeirante espera firmar um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta – TAC com a Secretaria<br />

de Estado do Meio Ambiente – SMA. Não há previsão para a assinatura do Termo de Compromisso de<br />

Ajustamento de Conduta, tendo em vista que depende do levantamento e análise de documentos solicitados<br />

pelo órgão fiscalizador.<br />

6) Educação e Conscientização Ambiental.<br />

A Bandeirante realizou em 2005 diversas ações e eventos, como palestras e treinamentos, voltados aos<br />

colaboradores, visando promover a educação e conscientização ambiental.<br />

Pla<strong>no</strong> Verão<br />

A Bandeirante possui um pla<strong>no</strong> de ação para enfrentar as situações de emergência ocorridas durante a estação<br />

das chuvas: o Pla<strong>no</strong> Verão.<br />

O Pla<strong>no</strong> Verão tem vigência de <strong>no</strong>vembro a março, período em que as chuvas são constantes e intensas, e seu<br />

objetivo é assegurar o pronto atendimento à demanda de fornecimento de energia elétrica para os municípios<br />

da sua área de concessão, especialmente para as localidades litorâneas, durante os períodos de alta temporada,<br />

dispondo recursos técnicos adicionais e desenvolvendo trabalhos de manutenção preventiva.<br />

Após o período das chuvas, a Bandeirante dá início ao programa de poda de árvores que causam interferência<br />

na rede elétrica, que é desenvolvido mediante a obtenção de autorizações junto aos órgãos ambientais<br />

estaduais e municipais.<br />

Óleo Ascarel<br />

A Bandeirante mantém em operação duas estações de bancos de capacitores que ainda utilizam o óleo ascarel<br />

como meio isolante. Os equipamentos em operação, quando da ocorrência de defeitos, são submetidos a<br />

procedimentos específicos de manuseio, acondicionamento, transporte e destinação final. Existe um pla<strong>no</strong> de<br />

152


desativação gradativa desses equipamentos até 2008, o que exigirá recursos da ordem de R$ 1,3 milhão. Em<br />

se tratando de investimento previsto para a recomposição do sistema elétrico, não houve necessidade de<br />

provisão contabilizada.<br />

Dentro do processo de regularização de instalações operacionais antigas da Bandeirante <strong>no</strong> que diz respeito ao<br />

seu licenciamento ambiental, a Bandeirante está realizando um estudo para detectar eventuais passivos<br />

ambientais envolvendo potencial contaminação local de solo e águas subterrâneas com óleo ascarel.<br />

Seguros<br />

A Companhia mantém contratos de seguros com coberturas determinadas por orientação de especialistas,<br />

levando em conta a natureza e o grau de risco, por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais<br />

perdas significativas sobre seus ativos e responsabilidades. Os principais valores em risco com coberturas de<br />

seguros, em 31 de dezembro de 2005, eram:<br />

Política de Hedge Cambial<br />

A Companhia mantém uma política conservadora em relação à exposição do seu passivo bancário frente às<br />

oscilações cambiais, mantendo hedge para 100% de sua dívida vinculada a moeda estrangeira. Atualmente, o<br />

hedge tem sido feito por meio de operações de swaps, nas quais a Bandeirante fica ativa em variação cambial<br />

e passiva em algum indexador.<br />

Prêmios<br />

Em 2004, a Bandeirante consolidou um programa de modernização iniciado em 2002, de<strong>no</strong>minado “Programa<br />

Integrado de Modernização”. O referido programa contribui <strong>no</strong> aumento de eficiência, agilidade e<br />

flexibilidade operacionais da Bandeirante, bem como na redução de custos, melhora na qualidade dos serviços<br />

prestados aos clientes e sustentabilidade dos resultados. O Programa Integrado de Modernização compreende<br />

a implantação do Sistema de Comando e Controle – SCC, do projeto de Automação das Redes de<br />

Distribuição, do Sistema de Informações Técnicas – SIT e do Sistema de Gestão Comercial – CCS. A<br />

Bandeirante investiu um total de R$ 144,2 milhões <strong>no</strong> Programa Integrado de Modernização, sendo R$ 30,5<br />

milhões em 2002, R$ 71,2 milhões em 2003, e R$ 42,5 milhões em 2004.<br />

153


O SCC, cuja conclusão está prevista para este a<strong>no</strong>, permite, a partir do Centro de Operação do Sistema –<br />

COS, telecomandar equipamentos, monitorar e sinalizar, em tempo real, qualquer evento que ocorra na rede<br />

elétrica, reduzindo o tempo dos desligamentos e de atendimento aos clientes. Com relação ao projeto de<br />

automação das redes de distribuição, que consiste <strong>no</strong> telecomando e telesupervisão de religadoras automáticas<br />

a partir do COS, através de comunicação celular, foram instaladas mais 100 unidades, totalizando 210<br />

equipamentos telecomandados.<br />

Por conta dos avanços proporcionados pelo Programa Integrado de Modernização, a Bandeirante recebeu o<br />

prêmio “As Empresas mais Ligadas do País” de 2000 a 2004, da Revista Info-Exame, que a considerou entre<br />

as cem empresas mais avançadas em tec<strong>no</strong>logia da informação <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e a terceira colocada <strong>no</strong> setor de<br />

serviços públicos. Entre as concessionárias distribuidoras de energia elétrica, a Bandeirante foi a única a<br />

figurar na relação de 2004 da referida revista.<br />

154


PROPRIEDADES, PLANTAS E EQUIPAMENTOS<br />

A Companhia possui diversos imóveis próprios, todos destinados à prestação dos serviços concedidos <strong>no</strong>s termos<br />

do Contrato de Concessão. Nenhum dos imóveis que a Companhia aluga é essencial às suas atividades.<br />

Em 31 de dezembro de 2005, do ativo imobilizado da Companhia, R$ 112.547 mil correspondiam a terre<strong>no</strong>s,<br />

edificações, obras civis e benfeitorias da Bandeirante, contabilizados <strong>no</strong> balanço (na rubrica de ativo<br />

imobilizado) com valores de referência histórico.<br />

A Companhia não onera imóveis operacionais, como subestações, cuja eventual perda ou restrição ao uso<br />

possa comprometer a realização das atividades da Companhia, uma vez que, segundo a legislação que rege o<br />

setor elétrico, a alienação, oneração ou cessão de bens necessários e vinculados à prestação do serviço<br />

concedido não podem ser feitas sem a prévia autorização da ANEEL.<br />

A tabela a seguir indica os imóveis mais relevantes da Emissora e seus respectivos valores em 31 de maio de<br />

2004 (data da última reavaliação destes imóveis):<br />

Local / Imóvel<br />

155<br />

Valor atualizado em<br />

maio de 2004<br />

VALE DO PARAÍBA<br />

Prédio - Instalação da Seção Guaratinguetá 889.460,00<br />

Prédio - PAC / Seção e ETD José Centro 1.217.330,00<br />

Prédio - Técnica Vale do Paraíba – SJC 1.316.920,00<br />

Prédio - Seção e ETD Taubaté 1.837.980,00<br />

ALTO DO TIETÊ<br />

Terre<strong>no</strong> ECH Norte – Guarulhos 1.923.830,00<br />

Terre<strong>no</strong> ETD Itaquaquecetuba 760.700,00<br />

Terre<strong>no</strong> ETD Bras Cubas 865.600,00<br />

Prédio Superintendência. Regional Leste -<br />

Mogi das Cruzes<br />

4.479.180,00


Empregados<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

Em 31 de dezembro de 2005, a Bandeirante possuía 1.198 empregados. No quadro abaixo, pode-se identificar<br />

a evolução do quadro de pessoal da Bandeirante <strong>no</strong>s últimos três a<strong>no</strong>s:<br />

ANO 2003 2004 2005 Var. 03/04 (%) Var. 04/05 (%)<br />

Nº de empregados em dezembro 1.257 1.202 1.198 (4,4) (0,3)<br />

A tabela a seguir apresenta o número de empregados, somado ao número de aprendizes e estagiários, por<br />

pla<strong>no</strong>, região e diretoria, referente aos a<strong>no</strong>s de 2003, 2004 e 2005:<br />

Em 31 de dezembro de 2005, o valor da folha de pagamento da Bandeirante, incluindo remuneração, encargos<br />

sociais e benefícios dos empregados, totalizava R$ 97.362 mil, sendo que esse valor foi de R$ 94.922 mil em<br />

dezembro de 2004 e R$ 92.319 mil em dezembro de 2003.<br />

Sindicatos<br />

Nº EMPREGADOS<br />

Nº CLIENTES<br />

ANO POR PLANO POR REGIÃO POR DIRETORIA POR EMPREGADO<br />

Operacionais 488 Sede 352 Presidência 71<br />

Admin / Téc 307 Alto Tietê 494 Administrativa 130<br />

2003 Téc. Profission 220 V.Paraíba 442 Comercial 265<br />

Universitários 273 Financeira 41<br />

Técnica 781<br />

Total 1.288 Total 1.288 Total 1.288 1050<br />

Operacionais 431 Sede 370 Presidência 121<br />

2004<br />

Admin / Téc<br />

Téc. Profission<br />

305 Alto Tietê<br />

207 V.Paraíba<br />

429 Administrativa<br />

434 Comercial<br />

119<br />

244<br />

Universitários 290 Financeira 43<br />

Técnica 706<br />

Total 1.233 Total 1.233 Total 1.233 1144<br />

Operacionais 405 Sede 371 Presidência 132<br />

Admin / Téc 322 Alto Tietê 400 Administrativa 120<br />

2005 Téc. Profission 205 V.Paraíba 455 Comercial 256<br />

Universitários 294 Financeira 42<br />

Técnica 676<br />

Total 1.226 Total 1.226 Total 1.226 1182<br />

Os empregados da Bandeirante são representados pelo Sindicato dos Eletricitários do Estado de São Paulo<br />

(“Sindicato”). A Bandeirante possui um bom relacionamento com esse sindicato e tem acordos coletivos de<br />

trabalho, que são renegociados anualmente.<br />

A renegociação salarial dos empregados da Bandeirante ocorre <strong>no</strong> mês de junho. O índice de reajuste salarial<br />

<strong>no</strong>s últimos três a<strong>no</strong>s foram os seguintes: (i) 14,74% em 2003, partir de junho de 2003; (ii) 4,00% em 2004, a<br />

partir de junho de 2004; e (iii) 8,00% em 2005, a partir de junho de 2005.<br />

Em razão da privatização, a Bandeirante e o Sindicato estabeleceram, <strong>no</strong>s acordos coletivos de trabalho<br />

firmados anualmente, cláusula que restringe a possibilidade de a Companhia rescindir os contrato de trabalho<br />

156


de seus empregados sem justa causa. Apesar de o Sindicato considerar tal cláusula como garantia de emprego,<br />

considerando o bom relacionamento, a abrangência das cláusulas e o número de empregados efetivamente<br />

dispensados <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s, a Bandeirante entende que se trata apenas de restrição e imposição de<br />

formalidade, já que a Companhia fica comprometida a justificar ao Sindicato, <strong>no</strong> momento de sua<br />

homologação, o motivo de toda e qualquer rescisão de contrato de trabalho.<br />

Pelo acordo coletivo de trabalho atual, com vigência até 31 de maio de 2006, a cláusula quinta estabelece que<br />

a Bandeirante fica comprometida a não efetuar dispensa de empregados que não as decorrentes de baixo<br />

desempenho, descumprimento de obrigações contratuais ou que não fundamentada em motivo disciplinar,<br />

administrativo, técnico ou econômico, exceto quando (i) os desligamentos forem decorrentes de pedidos de<br />

demissão, acordo mútuo, justa causa, térmi<strong>no</strong> de contrato de trabalho, falecimento e quando se tratar de<br />

ocupantes de cargos gerenciais, quais sejam: Gestor de Grupo de Atividade, Gerente de Divisão, Gerente<br />

Executivo, Assistente de Diretoria e Presidente, ou (ii) ocorrerem eventuais reduções do quadro de pessoal<br />

decorrentes de modernização dos processos de trabalho, de reestruturação organizacional, de implementação<br />

de <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias e/ou extinção de atividades.<br />

Além disso, esse mesmo acordo prevê que: (i) a Bandeirante realizará, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2006, uma rotatividade de<br />

até 2% <strong>no</strong> seu quadro de pessoal sendo que as reposições de pessoal deverão ocorrer em <strong>no</strong> máximo 60 dias;<br />

(ii) ao empregado demitido sem justa causa, durante a vigência do acordo, será mantido o fornecimento de<br />

auxílio-alimentação, <strong>no</strong> montante do valor participativo da Bandeirante por seis meses, desde que o mesmo<br />

esteja usufruindo desse benefício; (iii) a Bandeirante pagará também ao empregado demitido, sem justa causa,<br />

as mensalidades relativas ao pla<strong>no</strong> de saúde pelo período de seis meses; e (iv) a Bandeirante pagará, ainda, ao<br />

empregado demitido sem justa causa, uma indenização especial correspondente a 20% do seu último salário<br />

base mensal, para cada a<strong>no</strong> completo de efetivo serviço prestado, limitado a quatro salários.<br />

Durante os últimos três a<strong>no</strong>s, não ocorreu nenhuma paralisação na Bandeirante e não houve nenhum Pla<strong>no</strong> de<br />

Demissão Voluntária.<br />

A tabela a seguir apresenta o número de empregados dispensados <strong>no</strong>s 3 últimos a<strong>no</strong>s pela Bandeirante:<br />

ANO 2003 2004 2005<br />

nº de empregados<br />

dispensados<br />

173 132 109<br />

O quadro abaixo indica o montante de verbas rescisórias da Companhia <strong>no</strong>s 3 últimos a<strong>no</strong>s:<br />

2003 2004 2005<br />

Verbas rescisórias (em R$ mil) 3.476 4.177 215<br />

Pla<strong>no</strong> de Previdência Privada - Fundação CESP<br />

A Companhia é patrocinadora da Fundação CESP, entidade fechada de previdência privada, sem fins<br />

lucrativos, que tem por finalidade gerar e administrar um conjunto de pla<strong>no</strong>s de benefícios previdenciários em<br />

favor de empregados e ex-empregados, através do Pla<strong>no</strong> de Suplementação de Aposentadoria e Pensão -<br />

PSAP/Bandeirante.<br />

157


Esse pla<strong>no</strong> de benefícios têm suas reservas matemáticas calculadas atuarialmente, segundo o regime de<br />

capitalização sendo as mesmas reavaliadas anualmente.<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Curto Longo Curto Longo<br />

Prazo Prazo Prazo Prazo<br />

BSPS – Reservas a amortizar 13.148 88.157 12.451 92.569<br />

Programas assistenciais 4.436 3.460<br />

Total 17.584 88.157 15.911 92.569<br />

O valor de R$101.305 mil, apurado em 31 de dezembro de 2005, de acordo com a deliberação CVM nº 371,<br />

de 13 de dezembro de 2000, corresponde à parcela de benefícios excedente aos ativos do Pla<strong>no</strong> de Benefício<br />

Suplementar Proporcional Saldado – BSPS que corresponde aos benefícios proporcionais dos empregados,<br />

calculados com base <strong>no</strong> tempo de serviço até março de 1998. O déficit será liquidado em 240 meses, contados<br />

a partir de setembro de 1997, com base em percentual sobre a folha de salários, podendo ser revisado<br />

semestralmente para assegurar a liquidação do saldo <strong>no</strong> período acima. O percentual de contribuição atual é<br />

de 28,16% e para o primeiro semestre de 2006 é de 26,89%. Atualmente, o pla<strong>no</strong> PSAP/Bandeirante é<br />

formado pelos seguintes pla<strong>no</strong>s de benefício:<br />

Pla<strong>no</strong> BSPS<br />

Pla<strong>no</strong> BD - Vigente até 31 de março de 1998 - Pla<strong>no</strong> de Benefício Saldado, do tipo Benefício Definido, que<br />

concede Benefício Suplementar Proporcional Saldado (BSPS), na forma de renda vitalícia reversível em pensão,<br />

aos participantes inscritos até 31 de março de 1998, de valor definido em função da proporção do tempo de<br />

serviço passado acumulado até a referida data, a partir do cumprimento dos requisitos regulamentares de<br />

concessão. A responsabilidade total pela cobertura das insuficiências atuariais desse pla<strong>no</strong> é da Companhia.<br />

Pla<strong>no</strong> Misto (BD + CD)<br />

Pla<strong>no</strong> BD - Vigente após 31 de março de 1998 - Pla<strong>no</strong> do tipo Benefício Definido, que concede renda vitalícia<br />

reversível em pensão, relativamente ao tempo de serviço passado acumulado após 31 de março de 1998, na<br />

base de 70% da média salarial mensal real, referente aos últimos 36 meses de atividade. No caso de morte em<br />

atividade e de entrada em invalidez, os benefícios incorporam todo o tempo de serviço passado (inclusive o<br />

acumulado até 31 de março de 1998) e, portanto, não incluem apenas o tempo de serviço passado acumulado<br />

após 31 de março de 1998. A responsabilidade pela cobertura das insuficiências atuariais desse pla<strong>no</strong> é<br />

paritária entre a Companhia e os participantes.<br />

Pla<strong>no</strong> CD - Implantado junto com o Pla<strong>no</strong> BD vigente após 31 de março de 1998, é um pla<strong>no</strong> previdenciário<br />

que, até a concessão da renda vitalícia, reversível ou não em pensão, é do tipo Contribuição Definida, não<br />

158


gerando qualquer responsabilidade atuarial para a Companhia. Somente após a concessão da renda vitalícia,<br />

reversível ou não em pensão, é que o Pla<strong>no</strong> Previdenciário passa a ser do tipo Benefício Definido e, portanto,<br />

passa a poder gerar responsabilidade atuarial à Companhia.<br />

Apresenta-se, a seguir, a demonstração do número de participantes do pla<strong>no</strong> de previdência privada da Bandeirante:<br />

159<br />

PSAP / Bandeirante<br />

Participantes Ativos 1.222<br />

Participantes Assistidos:<br />

Com benefícios diferidos 179<br />

Aposentados e Pensionistas 292<br />

471<br />

Total 1.693<br />

Na qualidade de patrocinadora, a Bandeirante contribui com uma parcela mensal proporcional à contribuição<br />

realizada pelos participantes da Fundação CESP de acordo com o estabelecido <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> de benefícios. A<br />

Companhia realizou contribuições <strong>no</strong>s seguintes montantes (i) R$ 16.819, <strong>no</strong> exercício de 2005; e (ii) R$<br />

15.257, <strong>no</strong> exercício de 2004.<br />

A posição atuarial dos pla<strong>no</strong>s de benefício BSPS e Misto, em 31 de dezembro de 2005, fornecida pela<br />

Fundação CESP é a seguinte:<br />

BSPS (*) Pla<strong>no</strong> Misto (*)<br />

31/12/05 31/12/04 31/12/05 31/12/04<br />

Reservas Matemáticas<br />

Benefícios Concedidos 83.393 62.743 14.100 16.336<br />

Benefícios a Conceder 155.024 146.335 60.685 50.513<br />

Superávit Técnico 14.981 13.689<br />

Patrimônio<br />

(*) Não auditado.<br />

238.417 209.078 89.766 80.538<br />

Pla<strong>no</strong> de Participação <strong>no</strong>s Lucros e Resultados – PLR<br />

A Companhia possui um pla<strong>no</strong> de participação <strong>no</strong>s lucros. De acordo com este pla<strong>no</strong>, a participação<br />

condiciona-se a resultados financeiros, técnicos, empresariais, regionais e individuais, limitada a um<br />

dispêndio equivalente a 150% da folha <strong>no</strong>minal do mês anterior ao do seu pagamento. A recompensa do<br />

empregado é apurada em número de salários (representado pela soma do salário base e adicionais), podendo<br />

variar de zero ao máximo de dois salários do mês anterior ao do seu pagamento, assim distribuídos:<br />

• 50% da folha <strong>no</strong>minal, em função do Resultado do Serviço (Receita Operacional Líquida me<strong>no</strong>s<br />

Despesa Operacional) se esta for superior a R$ 150 milhões;


• Até 70% da folha <strong>no</strong>minal, em função de metas de qualidade que são apuradas até março do a<strong>no</strong><br />

subseqüente;<br />

• Até 5% da folha <strong>no</strong>minal, em função do Absenteísmo Coletivo;<br />

• Até 10% da folha <strong>no</strong>minal, em função do Absenteísmo Individual; e<br />

• Até 15% da folha <strong>no</strong>minal, em função do Lucro Líquido do exercício, se igual ou superior a R$ 100<br />

milhões.<br />

Também possui programa de remuneração variável que abrange apenas os cargos de Assistente da<br />

Presidência e Diretoria, Gerentes Executivos, Gerentes de Divisão e Gestores de Grupo de Atividades. De<br />

acordo com este programa, as metas e resultados individuais estão integrados aos objetivos e resultados da<br />

própria Bandeirante.<br />

Em abril de 2005, foi pago um total de R$ 4.640 mil a título de Participação <strong>no</strong>s Lucros e Resultados e o<br />

Programa de Remuneração Variável. Em abril de 2004, este total foi de R$ 3.774 mil.<br />

Pla<strong>no</strong>s de Opção de Compra de Ações destinados a empregados<br />

A Companhia não possui pla<strong>no</strong>s de opção de compra de ações destinados a empregados ou de outras formas<br />

de seu envolvimento <strong>no</strong> capital da Companhia.<br />

Terceirização de mão-de-obra<br />

Além das atividades exercidas por seus empregados, a Companhia terceiriza determinados serviços, tais como:<br />

• serviços de construção e manutenção em redes de distribuição de energia elétrica, em áreas primárias<br />

ou secundárias, incluindo iluminação pública, serviços de ligação, modificação, aferição em campo,<br />

corte e religação de clientes, serviços de intervenção na vegetação, turmas complementares e turmas<br />

de emergência;<br />

• serviços de leitura de medidores com repasse de irregularidades e pedidos de verificação de leituras<br />

para clientes atendidos em baixa tensão, em unidades consumidoras mo<strong>no</strong>fásicas, bifásicas e<br />

trifásicas, com medição direta ou indireta, e entrega de faturas de energia elétrica, reavisos de<br />

vencimentos, cartas comerciais e/ou comunicados, para clientes atendidos em baixa, média e alta<br />

tensão, situados em regiões urbanas e rurais;<br />

• serviços de atendimento comercial pessoal, exclusivo da Bandeirante, através da instalação de lojas e<br />

quiosques de titularidade da contratada, aos clientes atendidos em baixa e média tensão, na área de<br />

concessão da Bandeirante;<br />

160


• serviços de segurança e vigilância, em conformidade com as <strong>no</strong>rmas legais reguladoras da atividade<br />

para as dependências da Bandeirante;<br />

• serviços de portaria, recepção, monitoramento e telefonista, em conformidade com as <strong>no</strong>rmas legais<br />

reguladoras das atividades para as dependências da Bandeirante;<br />

• serviços de limpeza, conservação e jardinagem;<br />

• 'serviços de manutenção predial;<br />

• serviços de recuperação de transformadores de distribuição aérea;<br />

• serviços de recuperação e calibração de medidores de energia elétrica e verificações de erros em<br />

medidores de energia com emissão de laudos técnicos e triagem de medidores de energia;<br />

• serviços de manutenção e recuperação de equipamentos de distribuição e de instrumentos de<br />

medição;<br />

• serviços de ensaios, manutenção e recuperação de equipamentos de proteção individual e<br />

equipamentos de proteção coletiva;<br />

• serviços de pré-triagem, triagem e revisão de transformadores de distribuição aérea, em campo;<br />

• serviços de inspeção e o auxílio à administração da qualidade;<br />

• serviços de atendimento telefônico – ouvidoria; e<br />

• serviços de tele-atendimento centralizado (comercial 120 e técnico 196).<br />

Em 31 de dezembro de 2005, a Companhia possuía diversas empresas contratadas para prestação dos serviços<br />

indicados. A Bandeirante nunca foi questionada, seja na esfera judicial ou administrativa, acerca da<br />

regularidade da sua terceirização de atividades. Para maiores informações sobre a contratação desses serviços,<br />

vide Seção “Atividades da Emissora – Contratos Relevantes – Outros Contratos”.<br />

161


DESCRIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL E DIVIDENDOS<br />

Abaixo uma breve descrição da composição do capital social da Emissora, incluindo as disposições<br />

referentes ao seu Estatuto Social e à Lei das Sociedades por Ações. Para maiores detalhes, os potenciais<br />

investidores devem consultar o Estatuto Social da Emissora e/ou a Lei das Sociedades por Ações.<br />

Capital Social<br />

A Bandeirante é uma sociedade por ações de capital aberto, constituída <strong>no</strong>s termos das leis brasileiras como<br />

subsidiária integral da Energias do <strong>Brasil</strong>. Na data deste <strong>Prospecto</strong>, o capital social da Companhia era de R$<br />

254.628.684,49 representado por 39.091.735.037 ações ordinárias, todas <strong>no</strong>minativas, sem valor <strong>no</strong>minal.<br />

Cada ação ordinária confere ao seu titular o direito a um voto nas assembléias gerais dos acionistas.<br />

162<br />

AÇÕES ON<br />

Acionistas QTDE %<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> 39.091.735.037 100<br />

Alterações relevantes na participação dos membros do grupo de controle<br />

Não houve alterações relevantes na participação da Energias do <strong>Brasil</strong> na Companhia <strong>no</strong>s últimos 3 exercícios<br />

sociais, pois desde 2003, a Energias do <strong>Brasil</strong> detém o controle da Companhia. Em 2003 e 2004, detinha<br />

96,5% das ações da Companhia. Em abril de 2005, em decorrência da incorporação de ações da Companhia<br />

ao patrimônio da Energias do <strong>Brasil</strong>, a Bandeirante se tor<strong>no</strong>u subsidiária integral da Energias do <strong>Brasil</strong> (vide<br />

Seção "Estrutura Organizacional e Principais Acionistas - Reestruturações Societárias da Companhia e do<br />

Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>" deste <strong>Prospecto</strong>).<br />

Ações em tesouraria e política para negociação de valores mobiliários de emissão da Bandeirante<br />

A Companhia não detém, na presente data, ações em tesouraria.<br />

A Emissora não possui uma política para negociação de valores mobiliários de sua emissão, aplicando-se à<br />

mesma política adotada para a Energias do <strong>Brasil</strong>.<br />

Assim, considerando que a Energias do <strong>Brasil</strong> é companhia listada <strong>no</strong> Novo Mercado, seus acionistas<br />

controladores e administradores têm restrições quanto à negociação dos títulos e valores mobiliários da<br />

companhia de que são titulares. Nos 6 meses subseqüentes ao início da negociação dos valores mobiliários da<br />

companhia <strong>no</strong> Novo Mercado, acionistas controladores e administradores da companhia estão proibidos de<br />

vender e/ou ofertar à venda quaisquer ações e títulos e valores mobiliários negociados em mercados de<br />

liquidação futura ou outros ativos tendo como lastro ou objeto valores mobiliários de emissão da companhia


de que eram titulares quando do início de negociação dos valores mobiliários da companhia <strong>no</strong> Novo<br />

Mercado. Após esse período inicial, por um período adicional de 6 meses, acionistas controladores e<br />

administradores da companhia somente podem vender ou ofertar à venda até 40% das ações e títulos e valores<br />

mobiliários negociados em mercados de liquidação futura ou outros ativos tendo como lastro ou objeto<br />

valores mobiliários de emissão da companhia de que eram titulares quando do início da negociação dos<br />

valores mobiliários da companhia <strong>no</strong> Novo Mercado.<br />

Além disso, a regulamentação em vigor determina certas restrições temporárias à negociação dos títulos e<br />

valores mobiliários de emissão da Companhia, de titularidade dos acionistas controladores, administradores e<br />

membros do conselho fiscal em determinadas hipóteses, como por exemplo:<br />

• anteriormente à divulgação ao público de qualquer ato ou fato relevante que diga respeito aos<br />

negócios da Companhia;<br />

• se existir a intenção de promover incorporação, cisão total ou parcial, fusão, transformação ou<br />

reorganização societária da Companhia;<br />

• durante o período de 15 dias anteriores à divulgação de <strong>no</strong>ssas informações trimestrais (ITR) e<br />

anuais (IAN e DFP); ou<br />

• em relação aos acionistas controladores, diretos ou indiretos, diretores e membros do Conselho de<br />

Administração, sempre que estiver em curso a aquisição ou a alienação de ações de emissão da<br />

Companhia, de suas coligadas ou outra sociedade sob controle comum, ou se houver sido outorgada<br />

opção ou mandato para o mesmo fim.<br />

Ações detidas por empregados e membros da administração da Companhia<br />

Considerando que a Emissora é subsidiária integral da Energias do <strong>Brasil</strong> e conforme previsto em seu estatuto<br />

social, os membros do Conselho de Administração da Companhia não são acionistas da Companhia.<br />

163


Forma de Transferência das Ações<br />

A transferência de ações <strong>no</strong>minativas realizar-se-á mediante termo lavrado <strong>no</strong> livro societário “Trasferência<br />

de Ações Nominativas”.<br />

Restrições<br />

As ações que compõem o controle acionário da Bandeirante não poderão ser transferidas, cedidas ou sob<br />

qualquer forma alienadas, gratuita ou onerosamente, <strong>no</strong> todo ou em parte, sem a prévia concordância da<br />

ANEEL.<br />

Ações da Companhia direta ou indiretamente detidas pelos Administradores<br />

Em 31 de dezembro de 2005, não havia participação relevante direta ou indireta detida por quaisquer<br />

administradores da Companhia em seu capital social.<br />

Política de Distribuição de Dividendos<br />

Do lucro líquido do exercício, apurado <strong>no</strong>s termos da legislação aplicável, serão feitas as seguintes deduções e<br />

destinações:<br />

• 5% para constituição da reserva legal, até que seu montante atinja 20% do Capital Social, <strong>no</strong>s termos<br />

da Lei das Sociedades por Ações;<br />

• a importância necessária para assegurar a distribuição do dividendo mínimo obrigatório de 25% do<br />

lucro líquido do exercício, não cumulativo;<br />

O Estatuto Social da Bandeirante atribui ao Conselho de Administração da Companhia a faculdade de<br />

declarar dividendos intermediários, sob quaisquer das modalidades facultadas. Serão pagos <strong>no</strong> prazo de 60<br />

dias da data em que forem declarados, salvo disposição em contrário da Assembléia Geral, mas sempre dentro<br />

do exercício social.<br />

Os dividendos não reclamados <strong>no</strong> prazo de 3 a<strong>no</strong>s, reverterão em favor da Companhia.<br />

Os valores dos dividendos que forem devidos aos acionistas, não sofrerão incidência de encargos financeiros.<br />

O valor dos juros, pago ou creditado, a título de remuneração sobre o capital próprio, <strong>no</strong>s termos da legislação<br />

e regulamentação pertinentes, poderá ser imputado ao dividendo obrigatório, integrando tal valor o montante<br />

dos dividendos distribuídos pela sociedade para todos os efeitos legais. No entanto, tal dividendo não será<br />

obrigatório <strong>no</strong> exercício social em que a Diretoria, dando prévio conhecimento ao Conselho de<br />

Administração, informar à Assembléia Geral Ordinária, com parecer do Conselho Fiscal, ser o dividendo<br />

obrigatório incompatível com a situação financeira da Companhia.<br />

164


Histórico de Pagamento de Dividendos<br />

O quadro abaixo demonstra os valores dos dividendos e juros sobre capital próprio declarados e pagos <strong>no</strong>s<br />

a<strong>no</strong>s de 2001 a 2004 e declarados <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005 (a ser pago durante o exercício de 2006):<br />

Distribuição de Dividendos e Juros sobre capital próprio aos Acionistas<br />

Exercício Proventos R$ mil<br />

2001 Juros sobre capital próprio -<br />

2001 Dividendos 5.949<br />

2002 Juros sobre capital próprio -<br />

2002 Dividendos 1.965<br />

2003 Juros sobre capital próprio -<br />

2003 Dividendos 23.430<br />

2004 Juros sobre capital próprio 51.128<br />

2004 Dividendos 37.709<br />

2005 Juros sobre capital próprio 26.325<br />

2005 Dividendos 4.069<br />

165


PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA<br />

Política de Divulgação de Informações e Manutenção de Sigilo<br />

A Emissora e as demais companhias do Grupo <strong>EDP</strong> adotam uma política interna de divulgação de<br />

informações e manutenção de sigilo acerca de ato ou fato relevante ainda não divulgado ao mercado, em<br />

conformidade com a Instrução CVM n.° 358, de 03 de janeiro de 2002, conforme alterada.<br />

Essa política é destinada aos acionistas controladores, administradores e qualquer pessoa que tenha<br />

conhecimento de informação relativa a fato relevante. Essa política estabelece regras de sigilo e<br />

confidencialidade, procedimentos relativos à manutenção de sigilo, bem como atribui responsabilidade direta<br />

e subsidiária pela divulgação de fato relevante ao diretor de relações com investidores e aos destinatários que<br />

tenham conhecimento pessoal de fato relevante, respectivamente.<br />

Cumpre ao diretor de relações com investidores o dever de divulgar e comunicar à CVM e à BOVESPA,<br />

qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado aos negócios da Companhia, bem como zelar por sua<br />

ampla e imediata disseminação, simultaneamente em todos os mercados em que tais valores mobiliários sejam<br />

admitidos à negociação.<br />

De acordo com a política interna da Companhia, a divulgação de qualquer ato ou fato relevante, deverá ser feita<br />

através de publicação <strong>no</strong>s jornais de grande circulação utilizados habitualmente pela Emissora, podendo ser feita de<br />

forma resumida com indicação dos endereços na rede mundial de computadores, onde a informação completa<br />

deverá estar disponível a todos os investidores, em teor <strong>no</strong> mínimo idêntico àquele remetido à CVM.<br />

As divulgações a serem feitas pelo diretor de relações com investidores ocorrerão, sempre que possível, antes<br />

do início ou após o encerramento dos negócios nas bolsas de valores e entidades do mercado de balcão<br />

organizado em que os valores mobiliários de emissão da Energias do <strong>Brasil</strong> e/ou de suas controladas sejam<br />

admitidos à negociação.<br />

Regras do Novo Mercado<br />

A Energias do <strong>Brasil</strong>, de modo a manter um elevado padrão de governança corporativa, celebrou em 2005 um<br />

contrato com a BOVESPA visando cumprir com os requisitos de listagem do Novo Mercado. O Novo<br />

Mercado é destinado à negociação de ações emitidas por companhias que se comprometam voluntariamente a<br />

cumprir com práticas de boa governança corporativa e maiores exigências de divulgação de informações em<br />

relação àquelas já impostas pela legislação brasileira. Em geral, tais regras ampliam os direitos dos acionistas<br />

e melhoram a qualidade da informação fornecida aos acionistas.<br />

166


Na qualidade de companhia listada <strong>no</strong> Novo Mercado, adicionalmente às informações requeridas pela<br />

legislação aplicável, a Energias do <strong>Brasil</strong> deve:<br />

• realizar, pelo me<strong>no</strong>s uma vez por a<strong>no</strong>, uma reunião pública com analistas e quaisquer outros interessados,<br />

para divulgar informações quanto à sua situação econômico-financeira, projetos e perspectivas;<br />

• divulgar calendário anual até o final de janeiro de cada a<strong>no</strong>, informando sobre eventos corporativos<br />

programados;<br />

• divulgar informações sobre todo e qualquer contrato celebrado (i) entre a Energias do <strong>Brasil</strong> e suas<br />

controladas e coligadas, administradores e acionistas controladores; (ii) entre a Energias do <strong>Brasil</strong> e<br />

as sociedades controladas e coligadas de seus administradores e de seus acionistas controladores; ou<br />

(iii) entre a Energias do <strong>Brasil</strong> e outras sociedades que com qualquer dessas pessoas listadas em (i) e<br />

(ii) integre um mesmo grupo de fato ou de direito, sempre que for atingido, em um único contrato ou<br />

em contratos sucessivos, com ou sem o mesmo fim, em qualquer período de um a<strong>no</strong>, valor igual ou<br />

superior a R$200 mil, ou valor igual ou superior a 1% sobre o patrimônio líquido da Energias do<br />

<strong>Brasil</strong>, considerando-se aquele que for maior;<br />

• divulgar cópia de todos os acordos de acionistas, que se encontrem arquivados na sede da Energias<br />

do <strong>Brasil</strong> e dar <strong>no</strong>tícia das averbações de acordos existentes em seus livros, sendo que, quando da<br />

celebração de <strong>no</strong>vos acordos, o envio/<strong>no</strong>tícia deverá ocorrer <strong>no</strong>s 5 dias subseqüentes ao seu<br />

arquivamento e/ou averbação; e<br />

• divulgar cópia de todos os programas de opções de aquisição de ações ou de outros títulos e valores<br />

mobiliários de sua emissão, destinados aos seus empregados ou administradores.<br />

Outras Práticas de Governança Corporativa<br />

Destacam-se ainda outras práticas de governança corporativa adotadas pela Emissora, as quais são recomendadas<br />

<strong>no</strong> Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC – Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Governança<br />

Corporativa, tais como: (i) contratação de empresa de auditoria independente para análise de seus balanços e<br />

demonstrativos financeiros; (ii) escolha do local para a realização da Assembléia Geral de forma a facilitar a<br />

presença de todos os sócios ou seus representantes; (iii) clara definição <strong>no</strong> Estatuto Social (a) da forma de<br />

convocação da Assembléia Geral, (b) das competências do Conselho de Administração e da Diretoria, (c) da forma<br />

de deliberação das mesmas, (d) do sistema de votação e (e) da forma de eleição, destituição e tempo de mandato<br />

dos membros do Conselho de Administração e da Diretoria; (viii) transparência na divulgação pública do relatório<br />

anual da administração; (ix) livre acesso às informações e instalações da companhia pelos membros do Conselho de<br />

Administração; e (x) estabelecimento de atribuições e limites de poderes dos membros da Diretoria em vista a<br />

evitar o mau uso dos ativos da sociedade.<br />

167


POLÍTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, PATROCÍNIO E INCENTIVO CULTURAL<br />

No âmbito da responsabilidade social, patrocínio e incentivo cultural, vale destacar o Programa Bandeirante<br />

Comunidade Educação que apoiou, em 2005, mais de 20 mil crianças do ensi<strong>no</strong> fundamental, em 68 escolas<br />

públicas municipais localizadas na área de concessão da Bandeirante, contando com a participação de 112<br />

colaboradores em regime de voluntariado e outros parceiros.<br />

168


ADMINISTRAÇÃO<br />

A Emissora é administrada por um Conselho de Administração, formado por <strong>no</strong> mínimo 5 membros e <strong>no</strong> máximo 7<br />

membros (cada um, um “Conselheiro” e, em conjunto, os “Conselheiros”), e por uma Diretoria composta por, <strong>no</strong><br />

máximo, 5 membros (cada um, um “Diretor” e, em conjunto, os “Diretores”), sendo um deles Diretor-Presidente.<br />

Conselho de Administração<br />

O Conselho de Administração da Emissora composto, atualmente por 7 membros efetivos, é responsável,<br />

dentre outras atribuições, pelo estabelecimento das políticas e diretrizes gerais dos negócios da Companhia,<br />

incluindo a estratégia de longo prazo, pela eleição e destituição dos membros da Diretoria e pela fixação de<br />

suas atribuições, bem como por fiscalizar a gestão dos Diretores. Os membros do Conselho de Administração<br />

são eleitos pelos acionistas da Emissora em assembléia geral. O mandato dos Conselheiros é de 3 a<strong>no</strong>s, sendo<br />

permitida a reeleição, considerando-se o a<strong>no</strong> como o período compreendido entre 2 Assembléias Gerais<br />

Ordinárias. Os membros do Conselho de Administração permanecerão <strong>no</strong> exercício de seus cargos até a<br />

eleição e posse de seus sucessores.<br />

Conforme previsto <strong>no</strong> Estatuto Social, o Conselho de Administração se reúne, ordinariamente, uma vez por<br />

a<strong>no</strong> e extraordinariamente, sempre que necessário. As reuniões do Conselho de Administração devem ser<br />

realizadas com a presença da maioria de seus membros em exercício e as deliberações são tomadas mediante<br />

o voto favorável da maioria dos membros em exercício, sendo que, <strong>no</strong> caso de empate, caberá ao Presidente<br />

do Conselho de Administração o voto de qualidade.<br />

Endereço Comercial dos membros do Conselho de Administração da Companhia:<br />

Rua Bandeira Paulista, n.º 530, Itaim – São Paulo – SP<br />

Composição<br />

Na data deste <strong>Prospecto</strong> <strong>Definitivo</strong>, os membros do Conselho de Administração da Emissora eram:<br />

Nome Data da Eleição Térmi<strong>no</strong> Cargo<br />

António Fernando Melo Martins da Costa 29/04/2005 30/04/2008 Presidente<br />

João José Gomes de Aguiar 29/04/2005 30/04/2008 Vice-Presidente<br />

Antonio José Sellare 29/04/2005 30/04/2008 Membro Efetivo<br />

Custódio Alexandre Rouxi<strong>no</strong>l Miguens 29/04/2005 30/04/2008 Membro Efetivo<br />

Carlos Alberto Silva de Almeida Loureiro 29/04/2005 30/04/2008 Membro Efetivo<br />

António Eduardo da Silva Oliva 29/04/2005 30/04/2008 Membro Efetivo<br />

Severi<strong>no</strong> Justi<strong>no</strong> da Silva 29/04/2005 30/04/2008 Membro Efetivo<br />

169


Experiência Profissional<br />

ANTÓNIO FERNANDO MELO MARTINS DA COSTA. Nascido em 13 de dezembro de 1954. Licenciado em<br />

Engenharia Civil, com MBA, ambos pela Universidade do Porto e com formação executiva complementar <strong>no</strong><br />

INSEAD (Fontainebleau), AESE (Universidade Navarra) e Wharton School (Filadélfia, EUA). Iniciou sua<br />

carreira profissional em 1976, como docente universitário, tendo ingressado na <strong>EDP</strong> em 1981. Em 1989,<br />

mudou para o setor financeiro, onde foi Diretor Geral do Banco Comercial Português (Millenium BCP) e<br />

Administrador Executivo de empresas de Seguros, Pensões, Gestão de Fundos e Patrimônios do Grupo<br />

Millenium BCP. A partir de 1990 passou também a Diretor da Holding financeira Eureko BV (Holanda),<br />

detentora de participações de controle em diversas seguradoras e sociedades gestoras de ativos na Europa. Foi<br />

também Presidente Executivo da Eureko Polska e Vice-Presidente Executivo da PZU, Polônia (a maior<br />

seguradora e gestora de ativos e fundos de pensões da Europa Central). Em 2003, regressou à <strong>EDP</strong> para<br />

assumir a posição de CEO das operações <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. É Vice-Presidente do Conselho de Administração e<br />

Presidente da Diretoria da Companhia. Ocupa ainda o cargo de Presidente do Conselho de Administração da<br />

Bandeirante, Escelsa, Enersul, Ampla, Enerpeixe e Energest. É Diretor Presidente da Enertrade.<br />

JOÃO JOSÉ GOMES DE AGUIAR. Nascido em 23 de janeiro de 1950. Engenheiro eletrotécnico, licenciado<br />

em 1976 pelo Instituto Superior Técnico, mestrado em Política Econômica e Planejamento de Energia, pela<br />

Universidade Técnica de Lisboa em 1989. Entre 1988 e 1998 atuou como Professor Auxiliar convidado do<br />

Instituto Superior Técnico, lecionando Física de Energia e Tec<strong>no</strong>logia Energética <strong>no</strong> curso de Engenharia<br />

Física Tec<strong>no</strong>lógica. Admitido para a <strong>EDP</strong> em 1979, desenvolveu sucessivamente atividades como engenheiro<br />

<strong>no</strong> Laboratório Central e na Rede de Transporte da Energias do <strong>Brasil</strong>, ligado à realização de ensaios e a<br />

estudos de fiabilidade, e <strong>no</strong> departamento de Informação de Gestão e Planejamento da Direção de<br />

Equipamento Térmico, tendo nessa qualidade acompanhado os projetos das centrais térmicas a carvão de<br />

Sines e Pego (1983 a 1991). Em 1992 assumiu funções de Subdiretor da Direção de Produção Térmica da<br />

CPPE, responsável pelo departamento de Gestão da Produção, tendo participado <strong>no</strong> Grupo de Trabalho que<br />

desenhou os Contratos de Aquisição de Energia então instituídos (1992 a 1996). A partir de 1996 assume<br />

cargos de Direção e Direção Executiva em diversas empresas do Grupo <strong>EDP</strong> ou desta participadas,<br />

<strong>no</strong>meadamente: Diretor de Recursos Huma<strong>no</strong>s da CPPE (1996 a 1997); Diretor Executivo da CPPE –<br />

Empresa de Produção que opera o parque de centrais hídricas e térmicas do Grupo <strong>EDP</strong>, entre maio de1997 e<br />

maio de 1998; Diretor da EDA – Electricidade dos Açores, entre 4 de outubro de 2000 e junho de 2003; Vice-<br />

Presidente do Conselho de Administração da <strong>EDP</strong> Distribuição – Energia, S.A. (distribuidora de energia<br />

elétrica de Portugal) entre fevereiro de 2000 e junho de 2003, empresa que tem a responsabilidade de<br />

distribuição de energia elétrica em Portugal Continental, resultante da fusão das quatro distribuidoras<br />

regionais, de que era Administrador desde 11 de maio de 1998; Diretor Executivo da LBC – Tanquipor, empresa<br />

de movimentação portuária, combustíveis líquidos e produtos químicos, entre outubro de 1997 e fevereiro de<br />

2005; Diretor Executivo da Labelec – Estudos, Desenvolvimento e Actividades Laboratoriais, S.A., empresa de<br />

170


serviços energéticos do Grupo <strong>EDP</strong>, vocacionada para o desenvolvimento de projetos de i<strong>no</strong>vação tec<strong>no</strong>lógica<br />

<strong>no</strong> sector elétrico entre junho de 2003 e fevereiro de 2005. Assumiu também funções de representação do<br />

Grupo <strong>EDP</strong> em entidades ou instituições relevantes em Portugal e <strong>no</strong> estrangeiro, de que se destaca: Membro<br />

do Conselho Consultivo da Entidade Reguladora do Sector Eléctrico, entre 1999 e 2002; Representante<br />

português na EURELECTRIC – Union of Electricity Industry, para a Área de Negócios das redes de<br />

Transporte e Distribuição de energia eléctrica; Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Energia, entre<br />

maio de 1999 e fevereiro de 2005.<br />

ANTONIO JOSÉ SELLARE. Nascido em 19 de julho de 1953. Formado em Administração de Empresas pela<br />

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC em 1980. Anteriormente ao ingresso <strong>no</strong> Grupo <strong>EDP</strong>,<br />

acumulou experiência em instituições financeiras com responsabilidade durante a carreira pelas áreas<br />

administrativas e contábeis, administração de fundos de investimento, operações em bolsas de valores e com<br />

derivativos, gestão de risco, gestão de tesouraria e modelagem de produtos financeiros. É responsável <strong>no</strong><br />

Grupo <strong>EDP</strong> pela coordenação das gestões financeiras das unidades de negócios <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, pelas negociações<br />

para financiamento de projetos, pelo acompanhamento e avaliação dos resultados das empresas participadas,<br />

pela avaliação local de <strong>no</strong>vos projetos e oportunidades de negócios, pelas operações de reorganização<br />

societária e pela coordenação dos pla<strong>no</strong>s de negócio das empresas, nas quais o Grupo <strong>EDP</strong> detém participação<br />

<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. É Diretor Vice-Presidente e de Relações com <strong>Investidores</strong> da Energias do <strong>Brasil</strong>. É também<br />

membro efetivo do Conselho de Administração das empresas Bandeirante, Escelsa, Enersul, Enerpeixe e<br />

Energest; e membro suplente das empresas Ampla, Coelce e Investco; além de Diretor Financeiro da<br />

Enertrade.<br />

CUSTÓDIO ALEXANDRE ROUXINOL MIGUENS. Nascido em 04 de setembro de 1948. Licenciado em<br />

Engenharia Electrotécnica pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, Portugal. De maio de 1993 até outubro<br />

de 2000, foi Presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da CEM – Companhia de<br />

Electricidade de Macau, além de desempenhar os cargos de “Council Member” AESIEAP – The Association<br />

of The Electricity Supply Industry of East Asia and The Western Pacific (de <strong>no</strong>vembro de 1993 a outubro de<br />

2000), “Council Member” Macau Management Association (de maio de 1993 a maio de 1997) e Vice-<br />

Presidente (de maio de 1997 a outubro de 2000). De outubro de 2000 a junho de 2002, foi Presidente da<br />

Comissão Executiva da <strong>EDP</strong> Internacional, SGPS, SA, simultaneamente sendo Administrador Executivo da<br />

Edinfor, Presidente do Conselho de Administração da Internel – Serviços de Consultoria Internacional S.A,<br />

Presidente do Conselho de Administração da CEM – Companhia de Electricidade de Macau, S.A,<br />

Administrador da <strong>EDP</strong>, Administrador da EEGSA – Empresa Eléctrica de Guatemala, S.A., Administrador da<br />

DECA II – Distributión Eléctrica Centroamericana Dos, S.A., Administrador da Redal S.A. (Marrocos),<br />

membro da Direção da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa. No período de julho de 2002 a junho<br />

de 2003, foi Administrador Executivo da <strong>EDP</strong> - Gestão de Produção de Energia, S.A. e da CPPE –<br />

Companhia Portuguesa de Produção de Electricidade e Presidente do Conselho de Administração da <strong>EDP</strong> -<br />

Cogeração – Produção de Electricidade e Calor, S.A., sendo simultaneamente, Presidente do Conselho de<br />

171


Administração (não executivo) da CEM – Companhia de Electricidade de Macau, SA, Administrador da<br />

Ecogen e membro da Direção da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa. Até outubro de 2003,<br />

desempenhou o cargo de Administrador Executivo da Ener<strong>no</strong>va. Atualmente ocupa o cargo de Diretor Vice-<br />

Presidente de Geração e Meio-Ambiente da Energias do <strong>Brasil</strong>. É também membro do Conselho de<br />

Administração da Bandeirante, Escelsa, Enersul, Investco, Enerpeixe e Energest; além de Diretor-Presidente<br />

da Energest, Enerpeixe, <strong>EDP</strong> Lajeado e Enercouto.<br />

CARLOS ALBERTO SILVA DE ALMEIDA E LOUREIRO. Nascido em 10 de agosto de 1946. Formado em<br />

Engenharia Electrotécnica na Universidade do Porto. Cursou ainda Alta Direção de Empresas (PADE), na<br />

AESE – Escola de Direcção e Negócios, concluindo o curso em 2001. Desempenhou diversas funções na<br />

Ordem dos Engenheiros de Portugal, além de ter sido Delegado de Portugal na EUREL - Associação Européia<br />

das Associações de Engenheiros Electrotécnicos e posteriormente Presidente da EUREL. Exerceu os<br />

seguintes cargos públicos em Portugal: Vereador da Câmara Municipal de Coimbra; Deputado à Assembléia<br />

Municipal de Coimbra; Vice-Presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro; Governador Civil do<br />

Distrito de Coimbra; Secretário de Estado da Construção e Vias Terrestres (Ministério das Obras Públicas<br />

Transportes e Comunicações); Presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro; Secretário de<br />

Estado da Administração Interna; e Deputado à Assembléia Municipal do Cadaval. Dentre as atividades<br />

profissionais desenvolvidas <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s destacam-se Diretor da Direção de Gestão e Sistemas<br />

Comerciais da <strong>EDP</strong> Distribuição – Energia, S.A, Diretor Adjunto da Direção de Gestão e Sistemas<br />

Comerciais, Diretor Adjunto da Direção Central Comercial, Assessor do Conselho de Administração para as<br />

áreas da Qualidade, da Auditoria e da Comunicação da Electricidade de Lisboa e Vale do Tejo. Finalmente,<br />

foi Diretor Comercial da Bandeirante, ocupando o cargo de janeiro de 2002 a dezembro de 2003. Atualmente<br />

ocupa o cargo de Diretor Vice-Presidente de Comercialização da Energias do <strong>Brasil</strong>. É também membro<br />

suplente do Presidente do Conselho de Administração da Enerpeixe, membro do Conselho de Administração<br />

da Bandeirante, Escelsa, Enersul, Ampla e Coelce; além de Diretor Vice-Presidente da Enertrade.<br />

ANTÓNIO EDUARDO DA SILVA OLIVA. Nascido em 4 de fevereiro de 1946. Engenheiro Eletrotécnico,<br />

formado pela Universidade de Lourenço Marques em Moçambique. Foi professor na Escola Industrial<br />

Mouzinho de Albuquerque em Moçambique, sócio e engenheiro eletrotécnico na Urboprojecto Ltda –<br />

Gabinete de Estudos e Projetos de Engenharia, Chefe da Divisão de Centrais e Subestações e Chefe dos<br />

Serviços Elétricos e Direção de Exploração da respectiva Rede Elétrica na SHER-Sociedade Hidroelétrica do<br />

Revué, S.A. Em 1974, ingressou na <strong>EDP</strong> como engenheiro de Projetos, tendo sido <strong>no</strong>meado, em julho de<br />

1989, Chefe do Centro de Distribuição Coimbra, assegurando a gestão dos diversos serviços (Recursos<br />

Huma<strong>no</strong>s, Administrativo, Comercial e Técnico), a elaboração dos pla<strong>no</strong>s de atividades e orçamento, sua<br />

coordenação e responsabilidade pela sua execução. Foi <strong>no</strong>meado, em 1991, Diretor Executivo da Direção<br />

Operacional de Distribuição Centro de Portugal. Em 1994, passou a Vogal Executivo do Conselho de<br />

Administração da Cenel – Eletricidade do Centro S.A. (empresa de distribuição de energia elétrica do Grupo<br />

<strong>EDP</strong>). Em 1997, foi Vogal Executivo do Conselho de Administração da EN – Eletricidade do Norte S.A.<br />

172


(empresa de distribuição de energia elétrica – Grupo <strong>EDP</strong>). Foi Presidente Executivo do Conselho de<br />

Administração da HDN – Energia do Norte S.A. (empresa de produção hidroelétrica do Grupo <strong>EDP</strong>), de<br />

janeiro de 1997 a maio de 1998, e Presidente Executivo da Hidrocenel – Energia do Centro S.A. (empresa de<br />

produção hidroelétrica do Grupo <strong>EDP</strong>), de maio de 1998 a junho de 2001, após exercer a função de Vogal<br />

Executivo do Conselho de Administração da empresa. Em fevereiro de 2000, foi <strong>no</strong>meado Vogal Executivo<br />

do Conselho de Administração da <strong>EDP</strong> Distribuição – Energia, S.A, com atribuição da responsabilidade da<br />

Área de Negócio Serviços de Rede. Um a<strong>no</strong> antes, havia sido <strong>no</strong>meado Vogal Executivo dos Conselhos de<br />

Administração da LTE – Eletricidade de Lisboa e Vale do Tejo S.A. e da SLE – Eletricidade do Sul S.A.<br />

(empresas de distribuição de energia elétrica do Grupo <strong>EDP</strong>). Atualmente ocupa o cargo de Diretor Vice-<br />

Presidente de Distribuição e Serviços Técnicos da Energias do <strong>Brasil</strong>. É também membro do Conselho de<br />

Administração da Bandeirante, Escelsa e Enersul, sendo Diretor Presidente das duas últimas companhias.<br />

SEVERINO JUSTINO DA SILVA. Nascido em 08 de fevereiro de 1948. Técnico em Contabilidade pelo<br />

Colégio Riachuelo. Admitido na Light Serviços de Eletricidade S.A em 08 de janeiro de 1979, na Área de<br />

Suprimento. Na Eletropaulo – Eletricidade de São Paulo S.A desenvolveu atividades na área contábil, foi<br />

membro do Conselho de Representantes dos Empregados em 1987, Vice-Presidente da CIPA e Coordenador<br />

da Brigada de Incêndio. Atualmente na Bandeirante, desenvolve atividades na área de Custos e Patrimônio.<br />

Diretoria<br />

A Diretoria da Companhia é composta atualmente por 5 Diretores. Nos termos do Estatuto Social, o Conselho<br />

de Administração é responsável por eleger e destituir os Diretores, ocupando seus cargos por um mandato de<br />

3 a<strong>no</strong>s, considerando-se o a<strong>no</strong> como o período compreendido entre 2 Assembléias Gerais Ordinárias podendo<br />

ser reeleitos, devendo permanecer em seus cargos até a eleição e posse de seus sucessores. As reuniões de<br />

Diretoria são convocadas pelo Diretor-Presidente ou por quaisquer dois membros em conjunto, sempre que<br />

assim exigir os negócios sociais, sendo que somente serão instaladas com a presença da maioria de seus<br />

membros. As deliberações da Diretoria serão tomadas por maioria de votos dos presentes.<br />

Os Diretores são responsáveis, dentre outras atribuições, pela administração dos negócios em geral e a prática<br />

de todos os atos necessários ou convenientes, bem como pela execução das deliberações tomadas pelo<br />

Conselho de Administração. Os Diretores têm responsabilidades individuais estabelecidas pelo Conselho de<br />

Administração e Estatuto Social.<br />

Endereço Comercial dos Diretores da Companhia:<br />

Rua Bandeira Paulista, n.º 530, Itaim – São Paulo – SP<br />

173


Composição<br />

O mandato dos Diretores teve início <strong>no</strong> dia 10 de junho de 2005 e se encerrará <strong>no</strong> dia 30 de abril de 2008. Na<br />

data deste <strong>Prospecto</strong>, os membros da Diretoria da Emissora eram:<br />

Nome<br />

Data da<br />

Eleição Térmi<strong>no</strong> Cargo<br />

João José Gomes de Aguiar 10/06/2005 30/04/2008 Diretor Presidente<br />

Thomas Daniel Brull 10/06/2005 30/04/2008<br />

Diretor Administrativo-Financeiro e de<br />

Relações com <strong>Investidores</strong><br />

Welington Cezar Xavier 10/06/2005 30/04/2008 Diretor Comercial<br />

Agostinho Gonçalves Barreira 10/06/2005 30/04/2008 Diretor Executivo<br />

Manuel Fernando das Neves Bento 10/06/2005 30/04/2008 Diretor Técnico<br />

Experiência Profissional<br />

JOÃO JOSÉ GOMES DE AGUIAR. Biografia já apresentada na Seção “Administração – Conselho de<br />

Administração”, tendo em vista que o referido diretor também faz parte do Conselho de Administração da Companhia.<br />

THOMAS DANIEL BRULL. Nascido em 17 de maio de 1954. Administrador de Empresas, formado em 1976,<br />

pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, Mestrado pela USP - Universidade de<br />

São Paulo e MBA pela Indiana University Bloomington, EUA. Carreira desenvolvida nas áreas de Finanças,<br />

Controladoria, Planejamento e Administração, iniciou <strong>no</strong> Citibank em 1978 e foi Diretor do Grupo Sharp (1981 -<br />

1991), Diretor e Conselheiro da Tec Toy S.A. (1990 - 1998) e Vice Presidente da Rádio e Televisão<br />

Bandeirantes (1998 - 2001). Desde 01 de outubro de 2001 responde pelas Diretorias Financeira e de Relações<br />

com <strong>Investidores</strong> e Administrativa da Bandeirante. Recebeu em 2004, do IBEF - Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de<br />

Executivos de Finanças de São Paulo, o Troféu “O Equilibrista” que premia o Executivo de Finanças do A<strong>no</strong>.<br />

Foi Fulbright Scholar entre 1986 e 1988. É co-autor do livro Laboratório de Finanças (Editora Nobel) e<br />

Professor de Contabilidade e Finanças do MBA Executivo da Business School São Paulo. Atualmente é também<br />

Diretor Financeiro e de Relações com <strong>Investidores</strong> e Diretor de Administração nas empresas Escelsa e Enersul.<br />

WELINGTON CEZAR XAVIER. Nascido em 07 de julho de 1951. Eco<strong>no</strong>mista pela Faculdade Padre Anchieta,<br />

Estudos Sociais pela Faculdade Filosofia Ciências e Letras N.Sra. do Patrocínio. Fez MBA – Mestrado em<br />

Gestão de Empresas – Fundação Dom Cabral e Mestrado em Administração de Empresas pela PUC/ BH.<br />

Participou em diversos cursos e seminários: Curso Perfil Gerencial, Seminário Finanças <strong>no</strong> Setor Elétrico<br />

<strong>Brasil</strong>eiro-1992, Curso Qualidade de Vida na Organização-1993, Seminário sobre Licitações-1993, Seminário<br />

Internacional de Marketing do Setor Elétrico-CODI-1993, Encontro de Distribuição de Energia Elétrica <strong>no</strong><br />

174


Mercosul-1993, Seminário Oficina de Custeio-1994, Curso Qualidade é Preciso Gerenciar-1994, Curso<br />

Programa de Desenvolvimento de Executivos para Alta Administração do Setor Elétrico-USP-1994/1995,<br />

Seminário Introdução à Gestão pela Qualidade Total-1996, Curso O Ambiente da Qualidade-1996, Curso<br />

Transformando Organizações-1996. Atuou como Superintendente de Gestão da Distribuição, na Diretoria de<br />

Distribuição, em 1991 e Assistente Executivo da Diretoria de Distribuição em 1997 na Eletropaulo –<br />

Eletricidade de São Paulo S.A. Na Bandeirante desde 1998, atuou <strong>no</strong>s cargos de Superintendente de<br />

Desenvolvimento de Negócios, Gerente Executivo de Gestão de Grandes Clientes, Assistente Executivo da<br />

Diretoria Comercial e Assistente da Presidência e desde 01 de janeiro de 2004, como Diretor Comercial.<br />

Atualmente é também Diretor Comercial nas empresas Escelsa e Enersul.<br />

AGOSTINHO GONÇALVES BARREIRA. Nascido em 28 de setembro de 1955. Engenheiro Eletrotécnico pela<br />

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Fez estágio na empresa Lenforder Metallwaren<br />

(Alemanha), promovido pelo IAESTE. Participou em diversas Conferências e Seminários: XXIII Congresso<br />

Unipede (Birmingham), Redes Européias de Energia (Bruxelas), Conferência DA/DSM Europa 95 (Roma),<br />

Seminário Internacional Unipede – Strategy Management 96 (Suécia), Conferência DA/DSM Europa 96<br />

(Áustria), Conferência DA/DSM Europa 98 (Londres), Conferência CIRED 99 (França). Freqüentou Cursos<br />

Internacionais – Strategy Management, promovido pela Unipede 95 (Alemanha) e <strong>EDP</strong> Top Management<br />

Programme 2005 (INSEAD – França). Atuou na gestão de projetos e construção de redes elétricas e<br />

subestações na EDM – Eletricidade de Moçambique. Na <strong>EDP</strong>, desempenhou funções de projeto e construção<br />

<strong>no</strong> Centro de Distribuição de Guimarães (DODN), planejamento de redes <strong>no</strong> Porto (DODN), Chefe do Centro<br />

de Distribuição da Guarda (DODC), Chefe do Centro de Distribuição da Maia (DODN) membro da Comissão<br />

Diretiva da Direção Operacional de Distribuição Norte (DODN) e Diretor Técnico da EN – Eletricidade do<br />

Norte S.A. (Grupo <strong>EDP</strong>). Desde 05 de Outubro de 1999, assumiu como Diretor Técnico da Bandeirante.<br />

MANUEL FERNANDO DAS NEVES BENTO. Nascido em 23 de janeiro de 1951. Graduado em Engenharia<br />

Eletrotécnica pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. Foi membro do Conselho de Administração<br />

da Coelce, da Energias do <strong>Brasil</strong>, membro suplente do Conselho de Administração da CERJ, Diretor Vice-<br />

Presidente Técnico da CERJ e Diretor de Distribuição da CENEL, do Grupo <strong>EDP</strong>. Atualmente é Diretor<br />

Técnico da Escelsa e da Enersul.<br />

Conselho Fiscal<br />

O Conselho Fiscal da Companhia somente será instalado <strong>no</strong>s exercícios sociais em que for convocado<br />

mediante deliberação dos acionistas, conforme previsto em lei, sendo composto por 3 membros efetivos e<br />

igual número de suplentes eleitos pela Assembléia Geral que deliberar sua instalação e que lhes fixará os<br />

ho<strong>no</strong>rários, respeitados os limites legais. Quando de seu funcionamento, o Conselho Fiscal tem as atribuições<br />

e os poderes conferidos por lei. O período de funcionamento do Conselho Fiscal terminará na primeira<br />

Assembléia Geral Ordinária realizada após sua instalação, considerando-se o período compreendido entre 2<br />

Assembléias Gerais Ordinárias<br />

175


Quando instalado, a principal responsabilidade do Conselho Fiscal, que é independente da administração e<br />

dos auditores independentes <strong>no</strong>meados pelo Conselho de Administração, é analisar as demonstrações<br />

financeiras, reportando-as aos acionistas. O Conselho Fiscal da Companhia também é encarregado da<br />

elaboração de pareceres acerca de (i) propostas de alterações <strong>no</strong> capital social; (ii) emissão de debêntures ou<br />

bônus de subscrição; (iii) pla<strong>no</strong>s de investimentos ou orçamento de capital; (iv) distribuições de dividendos; e<br />

(v) reorganizações societárias apresentadas para análise. O Conselho Fiscal também fiscaliza, por quaisquer<br />

de seus membros e de forma colegiada, os atos dos Administradores, verificando o cumprimento dos seus<br />

deveres legais e estatutários.<br />

Na data do presente <strong>Prospecto</strong>, não havia Conselho Fiscal instalado.<br />

Remuneração dos Administradores<br />

A remuneração global da Administração é definida em Assembléia Geral Ordinária. No exercício encerrado<br />

em 31 de dezembro de 2005, o valor total da remuneração, inclusive benefícios, paga aos Administradores<br />

totalizou aproximadamente R$ 5.150 mil.<br />

Relação entre Administradores e a Companhia<br />

Nenhum dos Administradores da Companhia possui relação familiar com os demais ou com Administradores<br />

da Energias do <strong>Brasil</strong> e atualmente não há contratos ou outras obrigações relevantes existentes entre os<br />

Administradores e a Companhia.<br />

Pla<strong>no</strong>s de Opção de Compra de Ações<br />

A Companhia não possui pla<strong>no</strong>s de opção de compra de ações destinados a Administradores.<br />

176


INFORMAÇÕES SOBRE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS EMITIDOS PELA COMPANHIA<br />

Os valores mobiliários emitidos pela Bandeirante são (i) as ações que compõem o seu capital social, (ii) as<br />

debêntures da 1ª emissão de debêntures feita em 1999 e (iii) as debêntures da 2ª emissão de debêntures feita<br />

em 1999.<br />

1ª Emissão Pública de Debêntures em 1999<br />

Em 03 de agosto de 1999 a Companhia realizou sua 1ª emissão pública de debêntures, <strong>no</strong>minativas, não<br />

conversíveis em ações, com garantia real, <strong>no</strong> valor total de R$400 milhões. Os recursos captados foram<br />

utilizados como reforço de garantia ofertada à liminar concedida <strong>no</strong> Mandado de Segurança nº 92.0054247-6<br />

perante a Vara de Justiça Federal.<br />

As debêntures rendiam juros de 6% ao a<strong>no</strong>, acumulados exponencialmente “pro rata temporis” por dias<br />

corridos, base 360 dias e calculados sobre o valor <strong>no</strong>minal até a data do efetivo pagamento. Esta 1ª emissão<br />

foi integralmente cancelada pela Assembléia Geral Extraordinária da Companhia realizada em 17 de<br />

<strong>no</strong>vembro de 1999 não tendo sido efetivada.<br />

2ª Emissão Pública de Debêntures em 1999<br />

A Assembléia Geral Extraordinária da Bandeirante, realizada em 17 de <strong>no</strong>vembro de 1999, bem como a<br />

Reunião do Conselho de Administração da Companhia, realizada em 17 de dezembro de 1999, aprovaram a<br />

emissão, para distribuição pública, de 280.000 debêntures <strong>no</strong>minativas escriturais, conversíveis em ações,<br />

com garantia flutuante, em série única, <strong>no</strong> valor <strong>no</strong>minal unitário de R$ 1.000,00, com data de emissão em 1º<br />

de <strong>no</strong>vembro de 1999, perfazendo o valor total da emissão de R$280 milhões. Cada debênture era<br />

conversível, simultaneamente, em 40.407 (quarenta mil, quatrocentas e sete) ações ordinárias e em 61.115<br />

(sessenta e uma mil, cento e quinze) ações preferenciais de emissão da Bandeirante.<br />

As debêntures da 2ª emissão rendiam juros calculados à base de 8% (oito por cento) ao a<strong>no</strong> sobre o valor<br />

<strong>no</strong>minal das debêntures corrigido pela variação do IGPM, ambos calculados pro rata temporis desde a data de<br />

emissão, ou do último pagamento dos juros, o que ocorrer por último, até a data do efetivo pagamento.<br />

O vencimento das debêntures da 2ª emissão estava previsto para 1° de <strong>no</strong>vembro de 2002, porém a<br />

Companhia efetivou o resgate antecipado dessas debêntures em janeiro de 2001 antes da cisão da Companhia.<br />

177


Contingências Judiciais<br />

CONTINGÊNCIAS JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS<br />

A Bandeirante é parte em 3.525 ações judiciais e administrativas em andamento oriundas do curso <strong>no</strong>rmal de<br />

seus negócios. Em 31 de dezembro de 2005, o provisionamento total para contingências judiciais era de R$<br />

105.377 mil, sendo R$ 57.129 mil para ações fiscais, R$ 42.286 mil para ações cíveis e R$ 5.962 mil para<br />

ações trabalhistas, conforme tabela abaixo.<br />

O cálculo dos valores a serem provisionados é feito com base <strong>no</strong>s valores efetivamente envolvidos e <strong>no</strong><br />

parecer dos advogados exter<strong>no</strong>s e inter<strong>no</strong>s responsáveis pela condução dos processos, sendo que somente são<br />

provisionados os valores relativos aos processos que a Companhia entende ser de perda provável.<br />

Quando o risco de perda é provável é feito provisionamento de 100% do valor devido nessas ações, conforme<br />

avaliação da própria Emissora e de seus assessores legais, obedecidos os critérios estabelecidos <strong>no</strong> manual de<br />

contabilidade da ANEEL.<br />

A Companhia possui diversos processos de natureza cível e trabalhista os quais entende serem de expectativa de<br />

perda remota, cujo valor não se encontra contemplado <strong>no</strong> valor total das contingências demonstrado a seguir.<br />

Processos de Natureza Trabalhista<br />

A Bandeirante figura como parte em processos judiciais que versam sobre matéria trabalhista. Há vários<br />

processos que se iniciaram antes da cisão ocorrida em 2001, em que a Bandeirante figura <strong>no</strong> pólo passivo,<br />

porém que são de responsabilidade da Piratininga, conforme reconhecido <strong>no</strong> protocolo de cisão.<br />

Os principais pedidos dos processos de responsabilidade da Bandeirante, que totalizavam, em 31 de dezembro<br />

de 2005, 538 ações, estão relacionados a horas extras e equiparação salarial.<br />

Em 31 de dezembro de 2005, o valor total da contingência trabalhista da Companhia era de, aproximadamente, R$<br />

37.135 mil, dos quais R$ 5.962 mil correspondem ao valor de risco de perda provável, R$ 2.042 mil correspondem<br />

ao valor de risco de perda possível, resultando <strong>no</strong> valor de R$ 8.004 mil, e R$ 29.131 mil correspondem ao valor de<br />

risco de perda remoto. Não existem ações trabalhistas de grande relevância.<br />

178


Em 31 de dezembro de 2005, a Companhia registrou provisões de R$ 5.962 mil para fazer frente às perdas<br />

prováveis nas ações trabalhistas em que é parte, já incluídos os encargos previdenciários devidos pelo empregado e<br />

pela empresa. Na mesma data, o valor total depositado judicialmente, seja em razão de interposição de recurso e/ou<br />

garantia da execução, era de R$ 2.854 mil.<br />

Processos de Natureza Cível e Arbitral<br />

A Companhia figura como parte em diversos processos judiciais que versam sobre matéria cível, os quais, em<br />

31 de dezembro de 2005, representavam contingências totais com risco de perda provável e possível de R$<br />

59.271 mil, sendo que R$ 42.286 mil encontravam-se provisionados. Deste montante, R$ 37.250 mil referemse<br />

a ações propostas por consumidores industriais da Companhia, que pleiteiam a restituição de valores pagos<br />

a título de majoração tarifária durante o congelamento de preços determinado pelo Pla<strong>no</strong> Cruzado.<br />

A Companhia é parte em disputa com a CPFL referente a ajustes a serem realizados entre elas relativos ao<br />

processo de cisão da Bandeirante realizado em 2001. Tais valores referem-se essencialmente à divergência de<br />

entendimentos entre a Companhia e a CPFL acerca do critério de compartilhamento entre elas da<br />

compensação a ser paga a cada uma pelas perdas incorridas pela Bandeirante durante o período de<br />

racionamento de energia (período anterior à cisão). Tal compensação se dará por meio de Recomposição<br />

Tarifária Extraordinária (RTE) concedida à Companhia e à CPFL pela ANEEL por ocasião da celebração do<br />

Acordo Geral do Setor Elétrico. O direito à recomposição de perdas referente ao período de racionamento, na<br />

proporção estabelecida <strong>no</strong> protocolo de cisão, foi expressamente reconhecido em sentença arbitral que, <strong>no</strong><br />

entanto, deixou de condenar a Piratininga, <strong>no</strong> âmbito do objeto do processo arbitral em que ela foi proferida.<br />

Na evolução do procedimento de cobrança, em conjunto com consultores exter<strong>no</strong>s, foram identificadas ao<br />

final do 3º trimestre de 2005 questões que podem dificultar a realização do ativo. A reversão deste valor, <strong>no</strong><br />

terceiro trimestre de 2005, por conservadorismo contábil, não significa que a Companhia tenha desistido de<br />

seu recebimento. O valor em disputa, que em 31 de dezembro de 2005 era de R$ 25.923 mil, encontra-se<br />

contabilizado <strong>no</strong> balanço da Companhia conjuntamente com outros créditos por ela detidos contra a CPFL<br />

Piratininga de Força e Luz, sendo objeto de <strong>no</strong>ta explicativa de suas demonstrações financeiras.<br />

Processos de Natureza Fiscal<br />

A Companhia figura como parte em diversos processos judiciais e procedimentos administrativos que versam<br />

sobre matéria fiscal, os quais, em 31 de dezembro de 2005, representavam contingências totais com risco de<br />

perda provável e possível de R$ 71.263 mil, sendo que R$ 57.129 mil encontravam-se provisionados. As<br />

contingências fiscais consolidadas envolvem, basicamente, principalmente, os tributos PIS/PASEP/COFINS e<br />

Imposto de Renda Pessoa Jurídica (“IRPJ”), conforme descrito abaixo:<br />

• COFINS: a Companhia impetrou mandados de segurança, visando impugnar os efeitos da ampliação<br />

da base de cálculo da COFINS após a edição da Lei nº 9.718, de 27 de <strong>no</strong>vembro de 1998, sendo que<br />

em julho de 1999 obteve liminar que autorizou o recolhimento deste tributo até dezembro de 1999 na<br />

forma da legislação anterior. Contudo, em <strong>no</strong>vembro de 2003 a decisão foi reformada, sendo que<br />

179


atualmente aguarda-se o julgamento dos recursos interpostos pelos tribunais superiores. Com a<br />

revogação da sentença que lhe era parcialmente procedente, o crédito tributário, cuja exigibilidade<br />

estava suspensa, tor<strong>no</strong>u-se exigível, o que ensejou a autuação da Companhia pela Secretaria da<br />

Receita Federal, em R$37,5 milhões (abril de 2003), que foi objeto de impugnação e atualmente<br />

aguarda o julgamento do recurso administrativo. O valor envolvido nessa demanda em 31 de<br />

dezembro de 2005, que se encontra integralmente provisionado, era de R$ 50.025 mil, sendo que R$<br />

47.400 mil correspondem à alíquota e R$ 2.625 mil à base de cálculo.<br />

• IMPOSTO DE RENDA: a Companhia contesta a indedutilidade da Contribuição Social sobre o Lucro<br />

Líquido na apuração do imposto de renda dos exercícios de 2001 e 2002. O passivo total estimado para<br />

essa ação, em 31 de dezembro de 2005, era de R$ 7.104 mil, totalmente provisionados.<br />

• ICMS: diversos clientes da companhia estiveram sujeitos ao pagamento da demanda contratada de<br />

energia elétrica. Algumas dessas empresas ingressaram em juízo contra a Companhia buscando a<br />

devolução de parte dos valores de ICMS pagos sobre a demanda contratada de energia elétrica. Segundo<br />

essas empresas, <strong>no</strong>s meses em que o consumo de energia elétrica foi inferior ao valor da demanda, o<br />

ICMS deveria incidir sobre o consumo efetivo. Em 31 de dezembro de 2005, a contingência total desses<br />

processos era de R$ 365 mil, valor não considerado relevante para a Companhia.<br />

• TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE OCUPAÇÃO: a Companhia questiona a cobrança de Taxa de<br />

Fiscalização de Ocupação de Permanência em áreas, em vias e em logradouros públicos, tendo em<br />

vista o uso e a ocupação de postes pela Companhia nas vias públicas. Essa discussão vem sendo<br />

travada contra vários municípios e a contingência total é de R$ 26 milhões.<br />

Processos de Natureza Regulatória<br />

Em 28 de outubro de 2005, foi iniciado processo administrativo pela Emissora, com relação à revisão tarifária de 2003,<br />

concluída em 2005, <strong>no</strong> qual se discute a revisão inicialmente proposta pela Emissora, a qual, temporariamente<br />

homologada pela ANEEL em 18,08%, foi reduzida, em 2004, para 10,51% e, em 2005, para 9,67%.<br />

Abaixo, encontra-se uma descrição dos autos de infração lavrados pela ANEEL e CSPE contra a Companhia<br />

objeto dos principais autos de infração sobre matéria regulatória propostos contra a Companhia:<br />

• não conformidades apontadas por ocasião da implantação do sistema de gerenciamento (CCS) das<br />

áreas de Atendimento, Cadastramento e Faturamento, este lavrado pela CSPE, que em 31 de<br />

dezembro de 2005 representava um passivo estimado de R$ 245 mil, integralmente provisionado,<br />

cuja perspectiva de perda é provável; e<br />

• atraso na apresentação dos laudos de avaliação, exigidos pela Resolução ANEEL nº 493, que em 31<br />

de dezembro de 2005 representava um passivo estimado de R$ 4.055 milhões, integralmente<br />

provisionado, cuja perspectiva de perda é possível.<br />

180


OPERAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS<br />

A Bandeirante celebra, <strong>no</strong> curso <strong>no</strong>rmal de <strong>no</strong>ssos negócios, operações com partes relacionadas a preços,<br />

prazos, encargos financeiros e demais condições compatíveis com as de mercado.<br />

Em 31 de dezembro de 2005 e 2004, as transações com partes relacionadas estavam detalhadas da seguinte<br />

forma:<br />

Empréstimos<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> – Refere-se ao Contrato de Compra e Venda de Títulos celebrado com a Energias do<br />

<strong>Brasil</strong>, em 27 de dezembro de 2001, aditado em 30 de abril de 2002, 18 de dezembro de 2002 e 28 de julho de<br />

2003, <strong>no</strong> montante total de R$472,9 milhões, cujo saldo devedor, em 31 de dezembro de 2005, era de R$ 290<br />

mil. Por meio desse contrato, a Bandeirante comprou Brady Bonds que, por sua vez, os adquiriu com a<br />

finalidade de liquidar dívida que possuía com a União, <strong>no</strong>s termos de Contrato de Confissão e Consolidação<br />

de Dívida celebrado com a União e outros, em 29 de dezembro de 1997. Por meio do terceiro aditamento ao<br />

Contrato de Compra e Venda de Títulos, datado de 28 de julho de 2003, as partes acordaram que, em 31 de<br />

dezembro de 2003, o saldo total remanescente (principal + encargos) deveria ser liquidado em 24 parcelas<br />

mensais, de janeiro de 2004 a dezembro de 2005, e os juros incidentes sobre este <strong>no</strong>vo principal deverão ser<br />

liquidados em quatro parcelas semestrais a partir de julho de 2004.<br />

Contratos de Compra e Venda de Energia Elétrica<br />

Os saldos apontados com <strong>EDP</strong> Lajeado e com Enertrade <strong>no</strong> quadro acima se referem a contratos bilaterais de<br />

compra e venda de energia elétrica. Os saldos com Cesa e Energest se referem a contratos de compra e venda<br />

de energia elétrica resultantes de leilão (para maiores informações ver Seção “Atividades da Emissora –<br />

Contratos Relevantes – Contratos Operacionais – Contratos de Compra e Venda de Energia Elétrica”).<br />

181


Contratos de Prestação de Serviços<br />

Edinfor – A Bandeirante celebrou contratos de prestação de serviços de informática com a Edinfor, empresa<br />

relacionada à <strong>EDP</strong>, que englobam administração e manutenção do centro de processamento de dados<br />

outsourcing dos sistemas implantados (BW, CCs, R/3 e SIT), manutenção e suporte de licença desses<br />

sistemas e locação de imóveis. Os contratos foram celebrados ao longo dos últimos 3 a<strong>no</strong>s e têm prazo médio<br />

de 5 a<strong>no</strong>s. Segue abaixo a descrição das principais características desses contratos:<br />

Data Prazo/Vencimento Valor (Milhões)<br />

01.02.2004 31.01.2009 EU$12,8<br />

12.05.2004 11.05.2009 R$0,217<br />

01.11.2004 31.09.2009 R$9,9<br />

Ace – A Bandeirante celebrou contrato de prestação de serviços com a Ace Sistemas Comerciais, empresa<br />

relacionada à <strong>EDP</strong>, abrangendo atividades de gerenciamento e manutenção da Intranet e de aplicativos<br />

desenvolvidos por terceiros, além da avaliação e desenvolvimento de <strong>no</strong>vas soluções de sistemas, em 01 de<br />

maio de 2002, com vencimento em 30 de abril de 2007, <strong>no</strong> valor total de R$ 2,9 milhões.<br />

182


5. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS<br />

• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao<br />

Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de 2005, com respectivo<br />

Parecer dos Auditores Independentes e Relatório da Administração<br />

• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao<br />

Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de 2004, com respectivo<br />

Parecer dos Auditores Independentes e Relatório da Administração<br />

• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao<br />

Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de 2003, com respectivo<br />

Parecer dos Auditores Independentes e Relatório da Administração<br />

183


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

184


• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao<br />

Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de 2005, com respectivo<br />

Parecer dos Auditores Independentes e Relatório da Administração<br />

185


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

186


SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL<br />

CVM - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS<br />

DFP - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PADRONIZADAS<br />

Divulgação Externa<br />

EMPRESA COMERCIAL, INDUSTRIAL E OUTRAS Data-Base - 31/12/2005 Legislação Societária<br />

O REGISTRO NA CVM NÃO IMPLICA QUALQUER APRECIAÇÃO SOBRE A COMPANHIA, SENDO OS SEUS ADMINISTRADORES RESPONSÁVEIS PELA<br />

VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS.<br />

01.01 - IDENTIFICAÇÃO<br />

1 - Código CVM 2 - De<strong>no</strong>minação Social 3 - CNPJ 4 - NIRE<br />

01698-5 BANDEIRANTE ENERGIA S.A. 02.302.100-0001-06<br />

01.02 - SEDE<br />

1 - Endereço Completo 2 - Bairro ou Distrito 3 - CEP 4 - Município 5 - UF<br />

Rua Bandeira Paulista, 530 Chácara Itaim 04532-001 São Paulo SP<br />

6 - DDD 7 - Telefone 8 - Telefone 9 - Telefone 10 - Telex<br />

11 2185-5180 2185-5188 2185-5695 –<br />

11 - DDD 12 - Fax 13 - Fax 14 - Fax 15 - E-mail<br />

11 2185-5182 2185-5167 – www.bandeirante.com.br<br />

01.03 - DIRETOR DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (Endereço para Correspondência com a Companhia)<br />

1 - Nome 2 - Endereço Completo 3 - Bairro ou Distrito<br />

Thomas Daniel Brull Rua Bandeira Paulista, 530 Chácara Itaim<br />

4 - CEP 5 - Município 6 - UF 7 - DDD 8 - Telefone 9 - Telefone 10 - Telefone<br />

04532-001 São Paulo SP 11 2185-5040 2185-5041 –<br />

11 - Telex 12 - DDD 13 - Fax 14 - Fax 15 - Fax 16 - E-mail<br />

- 11 2185-5006 2185-5013 – tbrull@bandeirante.com.br<br />

01.04 - REFERÊNCIA/AUDITOR<br />

Exercício 1 - Data de Início do Exercício Social 2 - Data de Térmi<strong>no</strong> do Exercício Social<br />

1 - Último 01/01/2005 31/12/2005<br />

2 - Penúltimo 01/01/2004 31/12/2004<br />

3 - Antepenúltimo 01/01/2003 31/12/2003<br />

4 - Nome/Razão Social do Auditor 5 - Código CVM 6 - Nome do Responsável Técnico 7 - CPF do Resp. Técnico<br />

KPMG Auditores Independentes 00418-9 José Luiz Ribeiro de Carvalho 007.769.948-32<br />

01.05 - COMPOSIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL<br />

Número de Ações (Mil) 1 - 31/12/2005 2 - 31/12/2004 3 - 31/12/2003<br />

Do Capital Integralizado<br />

1 - Ordinárias 39.091.735 15.558.967 15.558.967<br />

2 - Preferenciais 0 23.532.768 23.532.768<br />

3 - Total 39.091.735 39.091.735 39.091.735<br />

Em Tesouraria<br />

4 - Ordinárias 0 0 0<br />

5 - Preferenciais 0 0 0<br />

6 - Total 0 0 0<br />

01.06 - CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA<br />

1 - Tipo de Empresa 2 - Tipo de Situação 3 - Natureza do Controle Acionário 4 - Código Atividade<br />

Empresa Comercial, Industrial e Outras Operacional Privada Nacional –<br />

5 - Atividade Principal 6 - Tipo de Consolidado<br />

Prestação de Serviço Público de Energia Elétrica Não Apresentado<br />

01.07 - SOCIEDADES NÃO INCLUÍDAS NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS<br />

1 - Item 2 - CNPJ 3 - De<strong>no</strong>minação Social<br />

01.08 - PROVENTOS EM DINHEIRO<br />

1 - Item 2 - Evento 3 - Aprovação 4 - Provento 5 - Início Pagto. 6 - Tipo Ação 7 - Valor do Provento p/Ação<br />

01 RCA 28/12/2005 Juros sobre Capital Próprio ON 0,0007780000<br />

01.09 - DIRETOR DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES<br />

1 - Data 2 - Assinatura<br />

22/02/2006<br />

187


02.01 - BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (Reais Mil)<br />

Código Descrição 31/12/2005 31/12/2004 31/12/2003<br />

1 Ativo Total 2.138.645 2.363.208 2.245.648<br />

1.01 Ativo Circulante 630.846 699.442 641.551<br />

1.01.01 Disponibilidades 20.281 12.652 48.517<br />

1.01.02 Créditos 573.464 670.109 572.798<br />

1.01.02.01 Consumidores e concessionárias 405.916 530.861 455.737<br />

1.01.02.02 Progr.emerg.red.consumo energ.elétrica 101 606 3.363<br />

1.01.02.03 Impostos e contrib. sociais compensáveis 61.317 28.303 65.218<br />

1.01.02.04 Impostos contribuições sociais diferidos 39.621 35.754 44.894<br />

1.01.02.05 Cauções depósitos vinculados a litígios 32 34 149<br />

1.01.02.06 Despesas pagas antecipadamente 66.477 74.551 3.437<br />

1.01.03 Estoques 7.537 5.734 7.158<br />

1.01.04 Outros 29.564 10.947 13.078<br />

1.02 Ativo Realizável a Longo Prazo 638.674 807.649 766.858<br />

1.02.01 Créditos Diversos 636.855 807.649 766.858<br />

1.02.01.01 Consumidores e concessionárias 109.107 204.553 253.752<br />

1.02.01.02 Progr.emerg.red.consumo energ.elétrica 0 9.451 9.451<br />

1.02.01.03 Impostos e contrib. sociais compensáveis 11.738 15.325 8.445<br />

1.02.01.04 Impostos contribuições sociais diferidos 322.592 350.254 331.200<br />

1.02.01.05 Cauções depósitos vinculados a litígios 23.881 17.105 17.329<br />

1.02.01.06 Despesas pagas antecipadamente 169.537 210.961 146.681<br />

1.02.02 Créditos com Pessoas Ligadas 0 0 0<br />

1.02.02.01 Com Coligadas 0 0 0<br />

1.02.02.02 Com Controladas 0 0 0<br />

1.02.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 0 0 0<br />

1.02.03 Outros 1.819 0 0<br />

1.03 Ativo Permanente 869.125 856.117 837.239<br />

1.03.01 Investimentos 681 673 673<br />

1.03.01.01 Participações em Coligadas 0 0 0<br />

1.03.01.02 Participações em Controladas 0 0 0<br />

1.03.01.03 Outros Investimentos 681 673 673<br />

1.03.02 Imobilizado 868.444 855.444 836.566<br />

1.03.02.01 Em Serviço 774.122 777.434 707.750<br />

1.03.02.02 Em Curso 94.322 78.010 128.816<br />

1.03.03 Diferido 0 0 0<br />

188


02.02 - BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO (Reais Mil)<br />

Código Descrição 31/12/2005 31/12/2004 31/12/2003<br />

2 Passivo Total 2.138.645 2.363.208 2.245.648<br />

2.01 Passivo Circulante 897.044 752.966 922.711<br />

2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 391.642 172.862 366.803<br />

2.01.02 Debêntures 0 0 0<br />

2.01.03 Fornecedores 207.022 211.734 216.063<br />

2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 74.608 112.521 109.500<br />

2.01.05 Dividendos a Pagar 26.612 19.498 23.588<br />

2.01.06 Provisões 1.499 531 424<br />

2.01.06.01 Provisões para Contingências 1.499 531 424<br />

2.01.07 Dívidas com Pessoas Ligadas 1.927 148.729 130.973<br />

2.01.08 Outros 193.734 87.091 75.360<br />

2.01.08.01 Folha de pagamento 110 283 523<br />

2.01.08.02 Encargos de dívidas 6.386 4.364 12.826<br />

2.01.08.03 Taxas regulamentares 9.155 18.160 7.879<br />

2.01.08.04 Obrigações estimadas 14.615 13.081 10.314<br />

2.01.08.05 Benefícios pós emprego 17.584 15.911 18.090<br />

2.01.08.06 Devolução tarifária 75.573 0 0<br />

2.01.08.07 Outras contas a pagar 70.311 35.292 25.728<br />

2.02 Passivo Exigível a Longo Prazo 555.532 910.910 664.586<br />

2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 330.052 530.741 213.392<br />

2.02.02 Debêntures 0 0 0<br />

2.02.03 Provisões 103.878 88.869 84.580<br />

2.02.03.01 Provisões para Contingências 103.878 88.869 84.580<br />

2.02.04 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 130.973<br />

2.02.05 Outros 121.602 291.300 235.641<br />

2.02.05.01 Fornecedores 1.656 65.569 71.563<br />

2.02.05.02 Encargos de dívidas 0 37 0<br />

2.02.05.03 Impostos e contrib sociais correntes 0 50.776 20.262<br />

2.02.05.04 Benefícios pós emprego 88.157 92.569 91.614<br />

2.02.05.05 Devolução tarifária 0 64.678 0<br />

2.02.05.06 Reserva para reversão e amortização 17.248 17.248 17.248<br />

2.02.05.07 Obrigações estimadas 0 0 34.301<br />

2.02.05.08 Outras contas a pagar 14.541 423 653<br />

2.03 Resultados de Exercícios Futuros 0 0 0<br />

2.05 Patrimônio Líquido 686.069 699.332 658.351<br />

2.05.01 Capital Social Realizado 254.628 254.628 254.628<br />

2.05.02 Reservas de Capital 334.728 334.728 334.728<br />

2.05.02.01 Doações e Subvenções para Investimento 177.342 177.342 177.342<br />

2.05.02.02 Incentivos Fiscais 787 787 787<br />

2.05.02.03 Ágio na incorporação de sociedade 156.599 156.599 156.599<br />

2.05.03 Reservas de Reavaliação 0 0 0<br />

2.05.03.01 Ativos Próprios 0 0 0<br />

2.05.03.02 Controladas/Coligadas 0 0 0<br />

2.05.04 Reservas de Lucro 96.713 109.976 68.995<br />

2.05.04.01 Legal 16.609 15.752 9.261<br />

2.05.04.02 Estatutária 0 0 0<br />

2.05.04.03 Para Contingências 0 0 0<br />

2.05.04.04 De Lucros a Realizar 0 0 0<br />

2.05.04.05 Retenção de Lucros 80.104 94.224 59.734<br />

2.05.04.06 Especial p/ Dividendos Não Distribuídos 0 0 0<br />

2.05.04.07 Outras Reservas de Lucro 0 0 0<br />

2.05.05 Lucros/Prejuízos Acumulados 0 0 0<br />

189


03.01 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (Reais Mil)<br />

01/01/2005 a 01/01/2004 a 01/01/2003 a<br />

Código Descrição 31/12/2005 31/12/2004 31/12/2003<br />

3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 2.667.924 2.509.001 2.265.930<br />

3.02 Deduções da Receita Bruta (691.536) (686.195) (570.404)<br />

3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 1.976.388 1.822.806 1.695.526<br />

3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (1.598.623) (1.410.891) (1.400.508)<br />

3.04.01 Custo com energia elétrica (1.156.948) (1.096.423) (1.145.446)<br />

3.04.07 Custos de operação (441.755) (314.236) (254.014)<br />

3.04.08 Custo do serviço prestado a terceiros 80 (232) (1.048)<br />

3.05 Resultado Bruto 377.765 411.915 295.018<br />

3.06 Despesas/Receitas Operacionais (368.935) (278.180) (193.813)<br />

3.06.01 Com Vendas (46.866) (50.600) (25.288)<br />

3.06.02 Gerais e Administrativas (133.932) (109.582) (99.277)<br />

3.06.03 Financeiras (175.316) (113.632) (67.524)<br />

3.06.03.01 Receitas Financeiras 116.845 156.466 170.634<br />

3.06.03.02 Despesas Financeiras (292.161) (270.098) (238.158)<br />

3.06.04 Outras Receitas Operacionais 0 0 0<br />

3.06.05 Outras Despesas Operacionais (12.821) (4.366) (1.724)<br />

3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 0 0 0<br />

3.07 Resultado Operacional 8.830 133.735 101.205<br />

3.08 Resultado Não Operacional 1.391 162 980<br />

3.08.01 Receitas 4.223 6.299 2.253<br />

3.08.02 Despesas (2.832) (6.137) (1.273)<br />

3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 10.221 133.897 102.185<br />

3.10 Provisão para IR e Contribuição Social (35.694) (65.831) (32.151)<br />

3.11 IR Diferido 36.499 10.624 (5.680)<br />

3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0<br />

3.12.01 Participações 0 0 0<br />

3.12.02 Contribuições 0 0 0<br />

3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 30.394 51.128 0<br />

3.15 Lucro/Prejuízo do Exercício 41.420 129.818 64.354<br />

NÚMERO AÇÕES, EX-TESOURARIA (Mil) 39.091.735 39.091.735 39.091.735<br />

LUCRO POR AÇÃO 0,00106 0,00332 0,00165<br />

PREJUÍZO POR AÇÃO – – –<br />

190


04.01 - DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (Reais Mil)<br />

01/01/2005 a 01/01/2004 a 01/01/2003 a<br />

Código Descrição 31/12/2005 31/12/200431/12/20034.01<br />

04.01 Origens 441.094 964.913 319.920<br />

4.01.01 Das Operações 200.218 267.579 146.918<br />

4.01.01.01 Lucro/Prejuízo do Exercício 41.420 129.818 64.354<br />

4.01.01.02 Vls. que não repr. mov. Cap. Circulante 158.798 137.761 82.564<br />

4.01.01.02.01 Ajuste de exercício anterior (24.289) 0 0<br />

4.01.01.02.02 Consumidores e concessionárias (35.507) (43.694) (54.225)<br />

4.01.01.02.03 Devolução tarifária - provisão 0 64.678 0<br />

4.01.01.02.04 Conta de compens.de var custos parcela A (21.492) (28.374) (26.475)<br />

4.01.01.02.05 Pis e Cofins - majoração de alíquota 0 (8.450) 0<br />

4.01.01.02.06 Fornecedores - energia livre 17.121 28.223 8.318<br />

4.01.01.02.07 Depreciações e amortizações 90.684 84.506 72.823<br />

4.01.01.02.08 Vr residual ativo permanente baixados 2.320 5.908 2.871<br />

4.01.01.02.09 Impostos e contrib.sociais compensáveis 0 (5.983) 0<br />

4.01.01.02.10 Impostos e contrib.sociais diferidos 15.691 (15.854) (28.621)<br />

4.01.01.02.11 Impostos e contrib.sociais correntes (3.498) 12.514 0<br />

4.01.01.02.12 Var. monet.e juros do exig.longo prazo 53.560 39.314 48.207<br />

4.01.01.02.13 Provisões para contingências 15.977 4.396 23.351<br />

4.01.01.02.14 Benefícios pós emprego - CVM nº 371 (3.715) (656) 211<br />

4.01.01.02.15 Provisão para perdas na realiz.de ativos 60.200 0 0<br />

4.01.01.02.16 Obrigações estimadas 0 0 34.301<br />

4.01.01.02.17 Outros (8.254) 1.233 1.803<br />

4.01.02 Dos Acionistas 0 0 0<br />

4.01.03 De Terceiros 240.876 697.334 173.002<br />

4.01.03.01 Empréstimos e financiamentos 5.394 508.418 1.465<br />

4.01.03.02 Obrigações vinculadas à concessão 11.235 10.617 7.913<br />

4.01.03.03 Conta de compens.var.custos parcela A 0 0 27.495<br />

4.01.03.04 Obrigações estimadas 0 0 20.262<br />

4.01.03.05 Receita diferida 0 0 1.038<br />

4.01.03.06 Transf.realiz. longo prazo p/circulante 209.080 176.688 113.716<br />

4.01.03.07 Transf.passivo circ.p/ exig.longo prazo 15.167 1.611 1.113<br />

4.02 Aplicações 653.768 737.277 523.795<br />

4.02.01 No realizável a longo prazo 0 0 0<br />

4.02.02 Cauções e depósitos vinculados litígios 696 1.009 6.811<br />

4.02.03 Despesas pagas antecipadamente 38.659 107.812 0<br />

4.02.04 Transf.ativo circ p/realiz longo prazo 67.632 6.639 81.639<br />

4.02.05 Outros créditos 2.396 897 2.758<br />

4.02.06 No permanente 0 0 0<br />

4.02.07 Imobilizado 117.247 119.909 136.258<br />

4.02.08 Exigíveis longo prazo transf.p/circulant 396.744 412.174 272.898<br />

4.02.09 Dividendos propostos 30.394 88.837 23.431<br />

4.03 Acréscimo/Decréscimo <strong>no</strong> Cap. Circulante (212.674) 227.636 (203.875)<br />

4.04 Variação do Ativo Circulante (68.596) 57.891 (54.486)<br />

4.04.01 Ativo Circulante <strong>no</strong> Início do Exercício 699.442 641.551 696.037<br />

4.04.02 Ativo Circulante <strong>no</strong> Final do Exercício 630.846 699.442 641.551<br />

4.05 Variação do Passivo Circulante (144.078) 169.745 (149.389)<br />

4.05.01 Passivo Circulante <strong>no</strong> Início Exercício (752.966) (922.711) (773.322)<br />

4.05.02 Passivo Circulante <strong>no</strong> Final do Exercício (897.044) (752.966) (922.711)<br />

191


05.01 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2005 A 31/12/2005 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 254.628 334.728 0 109.976 0 699.332<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 (24.289) (24.289)<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 41.420 41.420<br />

5.07 Destinações 0 0 0 (13.263) (17.131) (30.394)<br />

5.07.01 Reserva legal 0 0 0 857 (857) 0<br />

5.07.02 Dividendos 0 0 0 0 (30.394) (30.394)<br />

5.07.03 Constituição reserva retenção de lucros 0 0 0 12.205 (12.205) 0<br />

5.07.04 Reversão da reserva retenção de lucros 0 0 0 (26.325) 26.325 0<br />

5.08 Outros 0 0 0 0 0 0<br />

5.09 Saldo Final 254.628 334.728 0 96.713 0 686.069<br />

05.02 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2004 A 31/12/2004 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 254.628 334.728 0 68.995 0 658.351<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0 0<br />

5.02.01 Ajuste de Exercício Anterior 0 0 0 0 (34.301) (34.301)<br />

5.02.02 Ajuste Exerc.Anterior <strong>no</strong> Resultado 2003 0 0 0 0 34.301 34.301<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 129.818 129.818<br />

5.07 Destinações 0 0 0 40.981 (129.818) (88.837)<br />

5.07.01 Reserva Legal 0 0 0 6.491 (6.491) 0<br />

5.07.02 Dividendos 0 0 0 0 (88.837) (88.837)<br />

5.07.03 Constituição Reserva Retenção de Lucros 0 0 0 92.495 (92.495) 0<br />

5.07.04 Reversão da Reserva Retenção de Lucros 0 0 0 (58.005) 58.005 0<br />

5.08 Outros 0 0 0 0 0 0<br />

5.09 Saldo Final 254.628 334.728 0 109.976 0 699.332<br />

05.01 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2003 A 31/12/2003 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 254.628 334.728 0 28.072 0 617.428<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0 0<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 98.655 98.655<br />

5.07 Destinações 0 0 0 75.224 (98.655) (23.431)<br />

5.07.01 Reserva Legal 0 0 0 4.932 (4.932) 0<br />

5.07.02 Dividendos Propostos 0 0 0 0 (23.431) (23.431)<br />

5.07.03 Reserva de Retenção de Lucros 0 0 0 70.292 (70.292) 0<br />

5.08 Outros 0 0 0 (34.301) 0 (34.301)<br />

5.08.01 Ajuste Identificado em 2004 (Nota 13.2) 0 0 0 0 (34.301) (34.301)<br />

5.08.02 Reversão da Res.de Retenção “Pro Forma” 0 0 0 (34.301) 34.301 0<br />

5.09 Saldo Final 254.628 334.728 0 68.995 0 658.351<br />

192


09.01 - PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES - SEM RESSALVA<br />

Ao<br />

Conselho de Administração e aos Acionistas da<br />

Bandeirante Energia S.A.<br />

São Paulo - SP<br />

1. Examinamos o balanço patrimonial da Bandeirante Energia S.A. levantado em 31 de dezembro de 2005, e as<br />

respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos,<br />

correspondentes ao exercício findo naquela data, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa<br />

responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras.<br />

2. Nosso exame foi conduzido de acordo com as <strong>no</strong>rmas de auditoria aplicáveis <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e compreendeu: (a) o<br />

planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de<br />

controles inter<strong>no</strong>s da Companhia; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam<br />

os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais<br />

representativas adotadas pela Administração da Companhia, bem como da apresentação das demonstrações financeiras<br />

tomadas em conjunto.<br />

3. Em <strong>no</strong>ssa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas representam, adequadamente, em todos os aspectos<br />

relevantes, a posição patrimonial e financeira da Bandeirante Energia S.A. em 31 de dezembro de 2005, o resultado de<br />

suas operações, as mutações do seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos, correspondentes ao<br />

exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

4. Nosso exame foi efetuado com o objetivo de formarmos uma opinião sobre as demonstrações financeiras, tomadas em<br />

conjunto. As demonstrações do valor adicionado e dos fluxos de caixa relativas ao exercício findo em 31 de dezembro<br />

de 2005, representam informações complementares àquelas demonstrações e são apresentadas para possibilitar uma<br />

análise adicional. Essas informações complementares foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria<br />

aplicados às demonstrações financeiras acima referidas e, em <strong>no</strong>ssa opinião, estão apresentadas, em todos os aspectos<br />

relevantes, adequadamente em relação às demonstrações financeiras, tomadas em conjunto.<br />

5. As demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2004, apresentadas para fins<br />

comparativos, foram examinadas por outros auditores independentes que, sobre elas, emitiram um parecer sem<br />

ressalvas, datado de 4 de fevereiro de 2005.<br />

10 de fevereiro de 2006<br />

KPMG Auditores Independentes<br />

CRC 2SP014428/O-6<br />

José Luiz Ribeiro de Carvalho<br />

Contador CRC 1SP141128/O-2<br />

193


10.01 - RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO<br />

ÍNDICE<br />

MENSAGEM DO DIRETOR PRESIDENTE<br />

CENÁRIO MACROECONÔMICO<br />

A BANDEIRANTE E SUA ÁREA DE CONCESSÃO<br />

PRINCIPAIS INDICADORES<br />

PRINCIPAIS EVENTOS DE 2005<br />

Reorganização Societária<br />

Nova Marca e Novo Nome<br />

REDE ELÉTRICA<br />

Caracterização do Sistema Elétrico<br />

AMBIENTE REGULATÓRIO E TARIFÁRIO<br />

Reajuste e Revisão Tarifária<br />

Passivo Regulatório<br />

BALANÇO ENERGÉTICO<br />

Compra de Energia<br />

Transações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE<br />

Balanço Energético<br />

Energia Distribuída<br />

Perdas Técnicas e Comerciais<br />

ATIVIDADE COMERCIAL<br />

Relacionamento com Clientes<br />

Combate às Perdas Comerciais<br />

PROGRAMA LUZ PARA TODOS<br />

INVESTIMENTO<br />

Programa de Integrado de Modernização<br />

Expansão do Sistema Elétrico<br />

Tec<strong>no</strong>logia da Informação<br />

INDICADORES DE PERFORMANCE<br />

DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO<br />

Receita Operacional Líquida<br />

Gastos Operacionais<br />

Endividamento e Resultado Financeiro<br />

Resultado Líquido<br />

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E EFICI NCIA ENERGÉTICA<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

Quadro de colaboradores<br />

Capacitação e Desenvolvimento<br />

194


RESPONSABILIDADE SOCIAL, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE<br />

Responsabilidade Social<br />

Meio Ambiente e Sustentabilidade<br />

AUDITORIA EXTERNA<br />

AGRADECIMENTO<br />

BALANÇO SOCIAL<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS<br />

NOTAS EXPLICATIVAS<br />

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES<br />

MENSAGEM DO DIRETOR PRESIDENTE<br />

As principais diretrizes estratégicas definidas para o triênio 2005-2007 são: a criação de valor para os acionistas, através<br />

do aumento da receita, da melhoria da margem operacional e da otimização do uso dos ativos; a criação de uma empresa<br />

de excelência, focada <strong>no</strong> cliente e na qualidade de gestão; o desenvolvimento dos recursos huma<strong>no</strong>s, criando uma equipe<br />

de alta performance; e o desenvolvimento sustentável, através da responsabilidade social e ambiental.<br />

Seguindo esta orientação, a Bandeirante vem implementando medidas que visam a melhoria da eficiência, com especial<br />

destaque para a contenção das despesas operacionais e para o combate ao desperdício, participando ativamente do<br />

programa de eficiência realizado <strong>no</strong> âmbito da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. e buscando sinergias com as outras empresas<br />

do Grupo.<br />

Face ao crescimento das perdas comerciais, implantou um programa abrangente, que inclui, além da intensificação das<br />

inspeções de combate a fraudes e ligações clandestinas, a modernização do parque de medidores, com a conseqüente<br />

recuperação de receita para a Companhia.<br />

O Programa Integrado de Modernização, iniciado em 2002 e <strong>no</strong> qual já foram investidos mais de R$ 200 milhões, encontrase<br />

praticamente concluído, sendo que já são automatizadas e telecomandadas todas as subestações existentes, através do<br />

Centro de Operação do Sistema Bandeirante.<br />

É de realçar a conclusão do Sistema de Informações Técnicas - SIT, com a entrada em serviço, em maio de 2005, do<br />

módulo de gestão de ocorrências e turmas de prontidão, bem como a automação e o telecomando das redes de distribuição,<br />

com implantação definida para o período 2002-2007, que já atingiu 67% de realização.<br />

Visando melhorar o relacionamento com os <strong>no</strong>ssos clientes e superar as suas expectativas, foram implementados diversos<br />

projetos dentre os quais registramos a expansão e otimização dos canais de atendimento, totalizando 24 postos de<br />

atendimento, 17 dos quais terceirizados. Para diminuir o tempo de espera e suportar o aumento da demanda, aumentamos<br />

também a capacidade de atendimento do Call Center e modernizamos a página da Bandeirante na Internet, tornando o<br />

acesso à loja virtual mais ágil e dinâmico.<br />

As ações de valorização e desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores da Bandeirante continuam merecendo<br />

uma especial atenção por parte da gestão da Companhia, visando sustentar a criação de valor, suportar a modernização<br />

tec<strong>no</strong>lógica e proporcionar o desenvolvimento e a qualidade de vida dos que trabalham na Bandeirante. Nestas ações foram<br />

investidos, em 2005, mais de 2,9% dos gastos com pessoal.<br />

A concretização dos investimentos em modernização, a melhoria da eficiência e o desenvolvimento dos colaboradores da<br />

Companhia permitiram um aumento significativo da produtividade e da qualidade de serviço, apresentando valores ao<br />

nível dos melhores do País. Nos últimos quatro a<strong>no</strong>s, a produtividade medida pelo índice de clientes por colaborador<br />

aumentou 38%.<br />

195


Em outubro de 2005, como conseqüência da fixação definitiva do valor da Base de Remuneração Regulatória - BRR<br />

inferior aos valores provisórios fixados em 2003 e 2004, foram refletidos, <strong>no</strong>s respectivos reajustes anuais, significativos<br />

impactos financeiros negativos. Não concordando com o valor fixado, a Companhia apresentou de imediato o devido<br />

recurso à Aneel, pleiteando um valor de BRR de acordo com o laudo apresentado, para o qual aguarda resposta.<br />

Fundamentada <strong>no</strong>s princípios de desenvolvimento sustentável e com o firme propósito de compatibilizar o desenvolvimento<br />

de suas atividades com o meio ambiente e com as comunidades locais, a Bandeirante vem empreendendo esforços<br />

significativos para o uso racional de recursos e para a conscientização dos colaboradores, fornecedores e comunidades e em<br />

relação às questões ambientais, observando atentamente os preceitos estabelecidos na legislação ambiental.<br />

Também durante o a<strong>no</strong>, consolidou-se a implantação do Projeto SIGA, um sistema integrado de gestão ambiental, de saúde<br />

ocupacional, segurança do trabalho e de comunicação social, alicerçado nas <strong>no</strong>rmas internacionais aplicáveis.<br />

No âmbito da responsabilidade social, o Programa Bandeirante Comunidade Educação apoiou mais de 20 mil crianças do<br />

ensi<strong>no</strong> fundamental, em 68 escolas públicas municipais localizadas na área de concessão da Bandeirante, contando com a<br />

participação de 112 colaboradores em regime de voluntariado e outros parceiros.<br />

Como reconhecimento do trabalho realizado, a Bandeirante conquistou os prêmios “TOP Social” ADVB - Associação dos<br />

Dirigentes de Vendas de Marketing do <strong>Brasil</strong> e Responsabilidade Social Empresarial do Alto do Tietê, bem como o título<br />

de “Empresa Amiga da Criança”, atribuído pela Fundação ABRINQ.<br />

Apesar do impacto negativo da redução das tarifas determinada pelo Regulador, quando da revisão do valor da BRR, o<br />

crescimento da energia distribuída, a modernização da Companhia e o aumento da eficiência e da produtividade permitiram<br />

obter um resultado positivo de R$ 41,4 milhões.<br />

Integrada com as demais Companhias do Grupo e sob coordenação da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., a Bandeirante<br />

participou ativamente <strong>no</strong> desenvolvimento do <strong>no</strong>vo modelo de gestão, visando melhorar a eficiência da Companhia.<br />

Como conclusão, podemos afirmar que a modernização da Companhia e o aumento da eficiência e da produtividade já<br />

conseguidas permitem encarar o futuro da Bandeirante com confiança, garantindo a sustentabilidade dos seus resultados.<br />

CENÁRIO MACROECONÔMICO<br />

O a<strong>no</strong> de 2005 foi caracterizado pela estabilidade dos principais indicadores macroeconômicos brasileiros.<br />

Em relação às contas externas, o País continuou a apresentar um cenário positivo, com superávit comercial recorde de US$<br />

44,8 bilhões e saldo de transações correntes de US$ 14,2 bilhões. Além disso, a manutenção do quadro de alta liquidez <strong>no</strong><br />

mercado internacional e o aumento de confiança dos investidores <strong>no</strong> País, entre outros fatores, explicam a apreciação do<br />

real em relação ao dólar.<br />

A taxa de inflação, medida pelo IPCA, atingiu 5,7%, mantendo a trajetória de queda apresentada desde 2003. O Banco Central<br />

retomou a política de redução gradual da taxa de juros a partir de setembro, encerrando dezembro <strong>no</strong> nível de 18,0% ao a<strong>no</strong>.<br />

Estimativas preliminares indicam que o crescimento do Produto Inter<strong>no</strong> Bruto (PIB), em 2005, situe-se em tor<strong>no</strong> de 2,0% a 2,5%,<br />

ante 4,9% <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Esse arrefecimento na atividade econômica pode ser creditado ao aperto monetário aplicado durante<br />

o a<strong>no</strong> – com elevadas taxas de juros –, à deterioração da atividade do setor agrícola e a um crescimento líquido das exportações<br />

me<strong>no</strong>r do que em 2004. A taxa de desemprego reduziu-se de 9,6%, em dezembro de 2004, para 8,3% em dezembro de 2005. A<br />

atividade agrícola foi afetada pela queda de preços de alguns produtos, pela quebra de safra devido a fatores climáticos e pela<br />

redução da taxa de câmbio. Esses fatores explicam um crescimento estimado do PIB agropecuário inferior a 2,0%.<br />

A produção industrial geral cresceu 3,1% <strong>no</strong> acumulado do a<strong>no</strong>, até <strong>no</strong>vembro de 2005, concentrada <strong>no</strong> segmento de bens<br />

duráveis, beneficiada pelo aumento de crédito aos consumidores, especialmente na modalidade de crédito consignado.<br />

Além disso, o setor automobilístico produziu 10,7% mais que em 2004 e as exportações evoluíram 25,9%, graças<br />

principalmente aos mercados mexica<strong>no</strong> e argenti<strong>no</strong>.<br />

A BANDEIRANTE E SUA ÁREA DE CONCESSÃO<br />

A Bandeirante Energia S.A., Companhia de capital aberto, tem por objetivo a prestação de serviços públicos de energia<br />

elétrica, pelo prazo de 30 a<strong>no</strong>s, a partir de 23 de outubro de 1998, conforme contrato de concessão firmado naquela data.<br />

A Companhia atua em 28 municípios do Estado de São Paulo, especificamente nas regiões do Alto do Tietê e Vale do<br />

Paraíba, atendendo aproximadamente 1,3 milhões de clientes e distribuindo 12.315 GWh ao a<strong>no</strong>. A partir de abril de 2005,<br />

a Companhia passou a ser subsidiária integral da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.<br />

196


(1) EBITDA = Lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização<br />

(2) Dívida Líquida = Dívida bruta – caixa e valores mobiliários – saldo líquido de ativos regulatórios<br />

(3) Preço médio da energia vendida aos clientes finais = receita faturada dos clientes finais/ volume de energia vendida<br />

aos clientes finais.<br />

Observação: As informações contábeis apresentadas neste relatório são advindas das demonstrações financeiras<br />

auditadas.<br />

197


PRINCIPAIS EVENTOS DE 2005<br />

Um amplo processo de reestruturação marcou o a<strong>no</strong> de 2005 na <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.. Foram adotadas uma série<br />

de medidas coordenadas para consolidar as bases de uma empresa que tem o objetivo de ser uma referência <strong>no</strong> setor<br />

energético brasileiro: reorganização societária, com a migração de acionistas mi<strong>no</strong>ritários para a holding;<br />

desverticalização, com a separação dos ativos de geração e distribuição; <strong>no</strong>va identidade visual e de<strong>no</strong>minação, com a<br />

mudança do <strong>no</strong>me para <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.; e Oferta Pública de Ações, com ingresso <strong>no</strong> Novo Mercado da<br />

Bovespa, atraindo investidores nacionais e internacionais.<br />

Reorganização Societária<br />

Em 29 de abril de 2005, foi aprovada uma reorganização societária que teve como objetivos simplificar a estrutura dos<br />

negócios; ampliar a captura de sinergias existentes entre as atividades de distribuição, geração e comercialização,<br />

proporcionando um maior potencial de criação de valor; permitir o aproveitamento fiscal de ágio contabilizado <strong>no</strong><br />

momento da aquisição das controladas Enersul e Escelsa; facilitar o processo de desverticalização das atividades, conforme<br />

exigência da <strong>no</strong>va legislação do setor elétrico e promover a visibilidade, a concentração e o aumento da liquidez <strong>no</strong><br />

mercado de capitais. Iniciada <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior, a reorganização permitiu dar uma <strong>no</strong>va lógica empresarial ao conjunto das<br />

empresas do Grupo, além de incrementar a sua governança corporativa.<br />

Essa mudança foi executada após um amplo processo de esclarecimento aos acionistas mi<strong>no</strong>ritários das distribuidoras<br />

Bandeirante, Escelsa e Enersul, além das sociedades Iven e Magistra – duas empresas de participação criadas para a compra<br />

da Enersul e da Escelsa. A Iven detinha 52,27% da Escelsa, que era a única acionista da Magistra. Esta, por sua vez, possuía<br />

65,2% da Enersul. Foi apresentada proposta de migração das ações para a <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., com resultados<br />

significativos (adesão de 99,98%), sobretudo considerando-se o elevado número de acionistas envolvidos<br />

(aproximadamente 48 mil).<br />

Ao mesmo tempo, 67,5% do capital da <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. passou a ser detido pela <strong>EDP</strong> – Energias de Portugal,<br />

sendo os 32,5% restantes propriedade dos investidores das distribuidoras que concordaram com a troca de ações, com base<br />

em uma avaliação independente.<br />

A migração dos mi<strong>no</strong>ritários teve um duplo mérito: permitir a adoção do melhor modelo de desverticalização possível,<br />

evitando ineficiências fiscais e operacionais, e prover um maior grau de liberdade <strong>no</strong> processo de redesenho da estrutura<br />

organizacional do Grupo como um todo.<br />

A reorganização compreendeu as seguintes etapas: 1) incorporação da Iven pela <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.; 2) cisão<br />

parcial da <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. e incorporação dessa parcela cindida pela Escelsa; 3) transformação da Enersul<br />

em subsidiária integral da Escelsa, por meio da incorporação de ações de emissão da Enersul pela Escelsa, e 4)<br />

transformação da Escelsa e da Bandeirante em subsidiárias integrais da <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., por meio da<br />

incorporação de ações da Escelsa e da Bandeirante pela holding.<br />

Nova Marca e Novo Nome<br />

A mudança de identidade visual e de de<strong>no</strong>minação foi um precedente lógico de todo o processo de reorganização. Para a<br />

marca, foi adotada a mesma identidade visual que Grupo <strong>EDP</strong> assumira <strong>no</strong> final do a<strong>no</strong> anterior em Portugal: um sorriso<br />

sobre um fundo vermelho. O símbolo reflete os atributos que conduzem a gestão dos negócios: simplicidade, proximidade<br />

e conforto <strong>no</strong> atendimento aos clientes, e responsabilidade social. O <strong>no</strong>me Energias do <strong>Brasil</strong> reforça ainda o compromisso<br />

com o País e a ambição de ser uma referência do setor, além de manter um paralelo com o acionista controlador.<br />

REDE ELÉTRICA<br />

Caracterização do Sistema Elétrico<br />

O sistema elétrico da Bandeirante é composto por 57 estações com 3.000 MVA instalados, 866 km de rede de alta tensão,<br />

24.000 km de redes de distribuição em média e baixa tensão e cerca de 50.000 transformadores de distribuição com<br />

potência instalada de 2.500 MVA. O sistema elétrico atingiu a ponta de demanda de 2.085 MVA em agosto de 2005.<br />

198


Principais Dados das Instalações Elétricas<br />

AMBIENTE REGULATÓRIO E TARIFÁRIO<br />

Reajuste e Revisão Tarifária<br />

Na revisão tarifária de 2003 da Bandeirante, o índice de reposicionamento calculado provisoriamente pela Aneel, em<br />

outubro daquele a<strong>no</strong>, foi de 18,08%, dos quais 14,68% foram imediatamente aplicados às tarifas e o restante diferido em<br />

três parcelas anuais. O parcelamento do reposicionamento tarifário consistiria na aplicação em etapas do índice de<br />

reposicionamento, de forma a atenuar eventuais impactos sobre os consumidores de energia elétrica.<br />

Em 23 de outubro de 2004, ainda provisoriamente, a Aneel decidiu rever o valor da Base de Remuneração Regulatória -<br />

BRR da Bandeirante. Em função dessa alteração, o índice da revisão tarifária fixado em outubro de 2003 foi reduzido de<br />

18,08% para 10,51% e o parcelamento do reposicionamento tarifário tor<strong>no</strong>u-se desnecessário.<br />

Na reunião extraordinária pública de diretoria da Aneel ocorrida em 18/10/2005, foi deliberada a definição do valor final<br />

da BRR líquida em R$ 998,0 milhões (base setembro de 2003) que se compara ao valor preliminar de R$ 1.092,0 milhões<br />

anteriormente estabelecido, bem como ajustes <strong>no</strong>s custos operacionais da empresa de referência, o que resultou na<br />

alteração do índice de reposicionamento tarifário de 2003 de 10,51% para 9,67%, de forma definitiva.<br />

Em decorrência, há uma diferença entre as receitas recebidas baseadas <strong>no</strong>s reposicionamentos tarifários provisórios de<br />

14,68% e 10,51% e o reposicionamento tarifário final de 9,67%, correspondendo a um valor financeiro a devolver de R$<br />

102 milhões, que foi contemplado <strong>no</strong> reajuste das tarifas de energia elétrica da Bandeirante que vigorarão <strong>no</strong> período entre<br />

23 de outubro de 2005 e 22 de outubro de 2006.<br />

O efeito econômico registrado <strong>no</strong>s resultados da Bandeirante, em função do valor financeiro a ser compensado ao<br />

consumidor, totalizou R$ 38 milhões, uma vez que a Companhia já havia reconhecido <strong>no</strong> exercício de 2004 uma provisão<br />

<strong>no</strong> valor de R$ 64 milhões, em vista das alterações anteriormente descritas <strong>no</strong> processo de revisão tarifária.<br />

Esse valor a devolver contribuiu para que o reajuste médio da tabela de tarifa, em outubro de 2005, ficasse estabelecido<br />

em -8,86%, a ser aplicado sobre uma “tarifa de referência” utilizada pela Aneel. O reajuste tarifário foi composto de -7,66%<br />

relativos ao reajuste tarifário anual propriamente dito, que contempla principalmente a redução de -4,42% advinda de<br />

me<strong>no</strong>res custos na aquisição de energia para distribuição, e -3,63% de ajuste na Parcela B (que observa a evolução do<br />

IGPM, aplicação do Fator X e exclusão de PIS/Cofins anteriormente implícito na tarifa).<br />

A Bandeirante entrou com recurso junto à ANEEL por ocasião da divulgação final das <strong>no</strong>tas técnicas da referida revisão<br />

tarifária por essa agência reguladora, mas a análise ainda não foi concluída.<br />

199


Passivo Regulatório<br />

Durante o racionamento de 2001 / início de 2002, as empresas Distribuidoras deveriam conceder um bônus, na forma de<br />

desconto adicional na conta de luz, àqueles Clientes que ultrapassassem a meta do racionamento, isto é, eco<strong>no</strong>mizassem<br />

além do montante compatível com sua meta individual. Ficou estabelecido pela Câmara de Gestão de Crise - GCE que os<br />

referidos bônus deveriam ser contabilizados e as empresas teriam o direito a ressarcimento, com recursos provenientes do<br />

Tesouro. No último mês de dezembro, após insistentes pleitos das empresas para obter o ressarcimento a que tinham<br />

direito, o MME realizou a quitação dos valores contabilizados, tendo a Bandeirante recebido o montante de R$ 11 milhões.<br />

BALANÇO ENERGÉTICO<br />

Compra de Energia<br />

Em 2005 a Bandeirante comprou um total de 9.872 GWh para o atendimento do seu mercado, através dos Contratos<br />

Iniciais, Bilaterais, Leilão e energia oriunda de Itaipu. Em relação a 2004, isso significou um decréscimo de 214 GWh, que<br />

se deveu aos requisitos de mercado da área atendida pela Companhia.<br />

Em relação aos Contratos Iniciais, conforme previsto na Lei n o 9.648, de 27/05/1998, em 2005 foram totalizadas reduções<br />

de 75% dos montantes originais contratados em 2001.<br />

A Bandeirante comprou energia através dos leilões de empreendimentos existentes, participando do primeiro leilão de<br />

compra de energia elétrica realizado em dezembro de 2004 e, durante o a<strong>no</strong> de 2005, <strong>no</strong> leilão realizado <strong>no</strong> mês de abril.<br />

Houve também a participação <strong>no</strong> leilão para compra de energia elétrica proveniente de <strong>no</strong>vos empreendimentos que foi<br />

realizado em dezembro de 2005.<br />

No leilão de energia existente foram adquiridos lotes de energia elétrica para o período de suprimento de 2008 a 2015, <strong>no</strong><br />

montante de 2.912 GWh, com preço médio de R$ 83,13 / MWh (preço referentes a abril/2005).<br />

No leilão de energia <strong>no</strong>va foram adquiridos lotes de energia elétrica provenientes de usinas hidroelétricas com períodos contratuais<br />

de 30 a<strong>no</strong>s a partir de 2008, 2009 e 2010, <strong>no</strong>s montante de 114,5 GWh, 336,5 GWh e 9.533,2 GWh, a preços médios de 106,95<br />

R$/MWh, 113,89 R$/MWh e 114,83 R$/MWh respectivamente. Em relação aos lotes de energia elétrica provenientes de usinas<br />

termoelétricas com períodos contratuais de 15 a<strong>no</strong>s a partir de 2008, 2009 e 2010, foram adquiridos os montantes de 452,5 GWh,<br />

3.127,1 GWh e 4.611,9 GWh, a preços médios de 132,26 R$/MWh, 129,26 R$/MWh e 121,81 R$/MWh, respectivamente.<br />

Transações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE<br />

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE promoveu a aplicação do Mecanismo de Compensação de<br />

Sobras e Déficits - MCSD, previsto <strong>no</strong> artigo 29 do Decreto n o 5.163, de 30 de julho de 2004 que precede a redução da<br />

energia adquirida, por parte dos Compradores, conforme as condições previstas na referida legislação.<br />

Por esse mecanismo, em função do exercício pelos consumidores potencialmente livres da opção de compra de energia<br />

elétrica proveniente de outro fornecedor, a Bandeirante cedeu 268 GWh, a partir de abril de 2005, dos contratos de leilão<br />

referentes ao produto 2005-2012, o que representou uma redução de R$ 15,4 milhões/a<strong>no</strong>.<br />

Durante o a<strong>no</strong> de 2005, a Bandeirante efetuou transações de venda de energia elétrica na CCEE, <strong>no</strong> montante de 91.595<br />

MWh correspondente a R$ 2,7 milhões e transações de compra <strong>no</strong> montante de 17.487 MWh correspondente a R$ 419 mil.<br />

Balanço Energético (MWh)<br />

200


Energia Distribuída<br />

O total de energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante (energia vendida a clientes finais, consumo próprio, energia<br />

em trânsito), <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005, foi de 12.315 GWh, o que representa um crescimento 1,0% em relação ao a<strong>no</strong> anterior. Este<br />

percentual foi impactado negativamente pelo decréscimo de 19% na energia distribuída para as concessionárias.<br />

O total de energia elétrica vendida (sem consumo próprio) <strong>no</strong> mercado cativo, em 2005, atingiu o montante de 8.004 GWh,<br />

representando um decréscimo de 9,2% em relação ao a<strong>no</strong> anterior. Esta redução deve-se, principalmente, à migração de<br />

clientes cativos para o mercado livre.<br />

A energia elétrica vendida <strong>no</strong> mercado cativo em 2005 apresentou variações conforme cada classe de consumo:<br />

• A classe residencial teve um volume de vendas de 2.307 GWh, representando um crescimento de 1,1% em relação ao<br />

a<strong>no</strong> de 2004;<br />

• A classe industrial teve um total de energia vendida de 3.544 GWh, representando um decréscimo de 18,6% em relação<br />

ao a<strong>no</strong> anterior, que está associado à migração de consumidores industriais para o mercado livre. Se não tivesse ocorrido<br />

esta migração, as vendas de energia na classe industrial teriam apresentando um crescimento de 2,7%;<br />

• A classe comercial teve um crescimento de 6,7% em relação ao a<strong>no</strong> anterior, com volume de vendas de 1.318 GWh <strong>no</strong> a<strong>no</strong>;<br />

• As demais classes totalizaram 835 GWh em energia vendida, o que corresponde a um decréscimo de 11,1% em relação<br />

a 2004, devido, principalmente, à migração de consumidores da classe serviço público para o mercado livre.<br />

Durante o a<strong>no</strong> de 2005, a energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante para o mercado livre e para outras<br />

concessionárias totalizou o montante de 4.306 GWh, o que representa um crescimento de 27,6%, em relação ao a<strong>no</strong> anterior.<br />

Com relação ao número de clientes faturados, a Companhia encerrou o a<strong>no</strong> de 2005 com 1.283.288 clientes faturados,<br />

representando um crescimento de 0,8% sobre o a<strong>no</strong> anterior.<br />

Perdas Técnicas e Comerciais<br />

O índice anual de perdas totais (técnicas e comerciais) foi de 10,5 %, o que representa um acréscimo de 1,3 pontos<br />

percentuais em relação a 2004.<br />

Parte deste acréscimo é devido ao aumento das perdas comerciais, o que justificou a intensificação do Programa de Combate às<br />

Perdas Comerciais em 2005 com abrangência para o triênio 2006/2008, conforme abordado em item específico deste relatório.<br />

201


ATIVIDADE COMERCIAL<br />

Relacionamento com Clientes<br />

O a<strong>no</strong> de 2005 foi marcado pelo Projeto Excelência <strong>no</strong> Atendimento ao Cliente, que tem como objetivo ajustar e preparar<br />

todo o sistema comercial para atender as solicitações dos clientes, superar as suas expectativas disponibilizando as<br />

interações adequadas, e em alinhamento com os objetivos da Companhia.<br />

Com a finalidade de melhorar a rapidez e a qualidade do atendimento aos clientes, foram identificadas e implementadas<br />

ações de reformulação da conta de energia elétrica, pla<strong>no</strong> de comunicação aos clientes, modernização do site da<br />

Bandeirante e iniciada a digitalização de toda a base de informações de clientes de alta e média tensão.<br />

Iniciou-se também a reforma das Lojas de Atendimento a Clientes da Bandeirante, visando oferecer melhores condições<br />

de atendimento aos clientes e de trabalho aos colaboradores, fortalecendo a imagem da Companhia.<br />

Visando a expansão dos canais de atendimento, foi definido um <strong>no</strong>vo conceito alternativo, para suportar o aumento da<br />

demanda de clientes nas Lojas e diminuir o tempo de espera nas filas. Com isso ampliou-se de 13 para 24 pontos de<br />

atendimento, distribuídos em 19 lojas, 4 quiosques e 1 Poupatempo, beneficiando um número maior de municípios.<br />

Nesses pontos de atendimento são realizados todos os serviços comerciais e relacionamento com o cliente, além de<br />

possibilitar o pagamento das contas de energia elétrica, proporcionando mais comodidade para os habitantes da região.<br />

Dentro do escopo do Projeto Excelência do Atendimento ao Cliente, foi também identificada a necessidade de melhoria <strong>no</strong><br />

atendimento de clientes de Média e Alta Tensão e Poder Público. Diante disso, foi realizado um estudo específico das<br />

melhores práticas de mercado <strong>no</strong> setor de serviços, culminando na implantação de duas áreas, sendo uma de Clientes de<br />

Alta e Média Tensão e a outra de Poder Público para um atendimento diferenciado, mais efetivo e personalizado,<br />

fornecendo a esses clientes respostas mais rápidas, soluções mais eficazes e melhorando o seu nível de satisfação.<br />

Com relação à Central de Atendimento - Call Center, em continuidade ao cumprimento a Resolução 57, da Aneel, que<br />

estipula <strong>no</strong>vas regras e metas para a atividade de atendimento a cliente, a Bandeirante aumentou o número de posições de<br />

atendimento que operam com atendimento 24 horas.<br />

Com indicadores de qualidade cada vez mais exigentes, o Call Center da Bandeirante busca oferecer rapidez na solução<br />

dos problemas, empregando alta tec<strong>no</strong>logia e atendentes capacitados, cumprindo assim as exigências da Aneel e a<br />

expectativa de um adequado serviço aos clientes.<br />

A página da Bandeirante na Internet foi modernizada e o acesso à Agência de Atendimento Virtual tor<strong>no</strong>u-se mais ágil e<br />

dinâmico. Continuam sendo disponibilizados mais serviços “on line”, totalizando 20 serviços. Em 2005 houve um<br />

aumento em 51 % <strong>no</strong> número de acessos em relação a 2004, com a média mensal de 165 mil acessos.<br />

Para maior facilidade ao pagamento da conta de energia elétrica, a Bandeirante disponibilizou aos clientes 493 postos<br />

alternativos de recebimento de conta, distribuídos em estabelecimentos comerciais credenciados, correspondentes<br />

bancários e lojas de atendimento terceirizadas da Bandeirante. Através desta facilidade o cliente pode evitar as filas dos<br />

bancos e facilmente encontrar os pontos de recebimento de conta da Bandeirante.<br />

Combate às Perdas Comerciais<br />

A partir do racionamento de energia em 2001 o setor de energia elétrica brasileiro registrou um crescimento significativo<br />

<strong>no</strong>s percentuais de perdas comerciais. Considerando esse quadro, a Bandeirante intensificou as ações em 2005 e definiu<br />

um Pla<strong>no</strong> de Combate às Perdas Comerciais para o triênio 2006/08, com o objetivo de reduzir essas perdas, com metas e<br />

objetivos quantificados e critérios de retor<strong>no</strong> financeiro dos recursos aplicados.<br />

Na Bandeirante, com a intensificação das ações do Programa de Combate às Perdas Comerciais para o a<strong>no</strong> de 2005, foram<br />

realizadas 61.603 inspeções de campo, substituídos 21.511 medidores entre obsoletos, danificados e eletromecânicos por<br />

eletrônicos e adquiridos 10 veículos com equipamentos e ferramentas específicas, utilizando um recurso da ordem de R$<br />

6,0 milhões com um retor<strong>no</strong> financeiro de R$ 8,6 milhões, correspondente à recuperação de 39,8 GWh.<br />

PROGRAMA LUZ PARA TODOS<br />

O Programa de Universalização, <strong>no</strong> que diz respeito ao perímetro urba<strong>no</strong> dos municípios, foi integralmente concluído durante<br />

o a<strong>no</strong> de 2004, quando a Companhia efetuou a ligação de 42.976 unidades consumidoras, tendo suplantado a meta estabelecida.<br />

No âmbito do Programa Luz para Todos, programa federal de eletrificação rural coordenado pelo Ministério de Minas e<br />

Energia, a Bandeirante deu forte impulso ao desenvolvimento econômico e social das áreas rurais onde atua. Com<br />

investimentos de R$ 8,5 milhões, levou energia elétrica a mais de 2.000 propriedades rurais <strong>no</strong> a<strong>no</strong>, totalizando 2.509<br />

ligações <strong>no</strong> Programa. Para finalizar o programa está prevista a ligação de mais 3.708 unidades em 2006.<br />

202


INVESTIMENTO<br />

Programa Integrado de Modernização<br />

O Programa Integrado de Modernização – PIM, iniciado em 2002, consolidou-se neste exercício com um investimento total de<br />

R$ 13,9 milhões, contribuindo decisivamente para dotar a Companhia de maior eficiência, agilidade e flexibilidade operacionais,<br />

reduzir custos, melhorar a qualidade dos serviços prestados aos clientes e assegurar a sustentabilidade dos resultados.<br />

Incorporando as mais modernas tec<strong>no</strong>logias de supervisão e comando à distância, o Sistema de Controle e Comando - SCC<br />

permite, a partir do Centro de Operação do Sistema - COS, telecomandar equipamentos, monitorar e sinalizar, em tempo real,<br />

qualquer evento que ocorra na rede elétrica, reduzindo o tempo dos desligamentos e de atendimento aos clientes. Conforme<br />

previsto, o Projeto foi concluído em dezembro de 2005 e telecomanda as 57 subestações em operação na Companhia.<br />

No projeto de automação das redes de distribuição, que consiste <strong>no</strong> telecomando e telesupervisão, a partir do COS, de<br />

religadoras automáticas instaladas ao longo dos 12.000 km de rede de média tensão, via comunicação “wireless”, foram<br />

adquiridas <strong>no</strong>vas unidades de microrremotas, totalizando 275 equipamentos já telecomandados.<br />

Em maio de 2005, entrou em produção o “PowerOn”, completando a implantação do Sistema de Informações Técnicas -<br />

SIT. Esta <strong>no</strong>va ferramenta permite trabalhar com o cadastro de toda a rede de distribuição georeferenciada, facilitando e<br />

agilizando o despacho de turmas e a localização das possíveis falhas associadas a reclamações de clientes.<br />

Para suporte aos sistemas e soluções implantadas pelo Programa Integrado de Modernização e incorporando as mais modernas<br />

tec<strong>no</strong>logias de telecomunicações e de segurança da informação, foi ampliada a rede corporativa de telecomunicações de alta<br />

capacidade, convergente, para transmissão de voz, dados e imagem, com a integração das 13 <strong>no</strong>vas lojas de atendimento<br />

comercial e prestadores de serviço, destacando-se a integração com as demais empresas do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>.<br />

Expansão do Sistema Elétrico<br />

Para atendimento da demanda do mercado, com níveis de qualidade exigidos pela legislação, foram investidos R$ 65,5<br />

milhões na expansão e melhoramento das redes elétricas, na ligação de <strong>no</strong>vos clientes e na instalação de sistemas de<br />

medição e iluminação pública.<br />

Foi finalizada a montagem da linha de subtransmissão Norte-Nordeste de 88/138 kV, localizada <strong>no</strong> Parque Ecológico do Tietê,<br />

com 7,5 Km de extensão, <strong>no</strong> limite entre os municípios de Guarulhos e São Paulo. Tal trecho compõe o complexo de obras que<br />

irá permitir a interligação das duas subestações terminais da CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista,<br />

subestação Norte e subestação Nordeste, que suprem a Bandeirante, viabilizando o remanejamento de até 300 MVA entre essas<br />

subestações, além de postergar investimentos significativos da Bandeirante na ampliação dessas subestações terminais.<br />

Tec<strong>no</strong>logia da Informação<br />

O investimento em TI <strong>no</strong> Grupo Energias do <strong>Brasil</strong> foi majoritariamente realizado pela Escelsa e pela Enersul, destinado<br />

aos projetos de unificação dos sistemas corporativos, tendo sido tomadas as plataformas da Bandeirante como referência.<br />

Essa unificação permitirá maior flexibilidade e redução de custos, melhorando a qualidade dos serviços e garantindo a<br />

sustentabilidade dos negócios. Destacam-se os seguintes projetos:<br />

• Integração dos sistemas de back-office através da unificação da plataforma SAP R/3, na mesma plataforma em produção<br />

na Bandeirante, que já entrou em operação;<br />

• Integração dos sistemas de geoprocessamento que teve início em 2005, visando ter uma única solução para apoiar os<br />

processos da Área Técnica. Foram adotados os softwares “GE Smallworld” e “Power On”, já em operação na Bandeirante;<br />

203


• Integração do sistema que atende a área comercial da Bandeirante, o IS-U/CCS da SAP, iniciada em 2005 com a contratação<br />

das licenças do produto pela Escelsa e Enersul. O desenvolvimento desse projeto se dará ao longo de 2006 e 2007;<br />

• Extensão da rede de dados da Bandeirante à Holding, Escelsa e Enersul.<br />

INDICADORES DE PERFORMANCE<br />

Como conseqüência dos investimentos realizados nas redes, da implementação dos projetos de modernização e automação<br />

do sistema elétrico e da criteriosa utilização de recursos na sua gestão e manutenção, a Bandeirante vem apresentando<br />

padrões de qualidade melhores que os estabelecidos pelo Órgão Regulador. Os indicadores técnicos de qualidade do<br />

serviço, <strong>no</strong>tadamente, Duração Equivalente de Interrupção por Cliente – DEC e Freqüência Equivalente de Interrupção por<br />

Cliente – FEC foram, respectivamente, de 9,17 horas e 6,62 interrupções.<br />

204


O aumento verificado nesses indicadores foi ocasionado por eventos exter<strong>no</strong>s com origem <strong>no</strong> Sistema Interligado Nacional<br />

(SIN) e, portanto, fora do controle da Companhia. O TMA (Tempo Médio de Atendimento), que indica o intervalo de<br />

tempo médio, em minutos, entre uma reclamação de interrupção e seu restabelecimento apresentou um crescimento de 97,4<br />

minutos em 2004, para 160,2 em 2005, impactado por temporais ocorridos na região.<br />

O índice anual de perdas totais foi de 10,5 %, o que representa um acréscimo de 1,3 pontos percentuais em relação a 2004.<br />

Parte deste acréscimo é devido ao aumento das perdas comerciais, o que justificou a intensificação do Programa de<br />

Combate às Perdas Comerciais em 2005<br />

DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO<br />

O Resultado do Serviço de Energia Elétrica em 2005 totalizou R$ 184,1 milhões, inferior em 25,6% ao obtido <strong>no</strong> a<strong>no</strong><br />

anterior. Este desempenho resultou em uma redução da margem operacional de 13,57% em 2004 para 9,32% em 2005, O<br />

LAJIDA (EBITDA) de 2005, de R$ 274,8 milhões, foi inferior em 17,2% ao obtido em 2004, resultando na redução da<br />

margem do LAJIDA (EBITDA) de 18,21% em 2004 para 13,91% em 2005.<br />

A redução das margens operacionais foi causada principalmente i) reversão de ativos <strong>no</strong> montante de R$ 25,9 milhões,<br />

ocorrida <strong>no</strong> terceiro trimestre de 2005 (vide Nota Explicativa nº 5.2 às demonstrações financeiras), e ii) ajuste em 2005 do<br />

índice de reposicionamento da Revisão Tarifária de 2003 de 10,51% para 9,67%, com efeitos retroativos até outubro de<br />

2003, proporcionando um ajuste negativo na receita operacional de R$ 31,3 milhões, do total de provisão de R$ 37,6<br />

milhões (vide Nota Explicativa nº 5.3 às demonstrações financeiras). Excluídos estes itens, o LAJIDA (EBITDA) atingiria<br />

em 2005 o montante de R$ 332,0 milhões, mesmo patamar do a<strong>no</strong> de 2004.<br />

Receita Operacional Líquida<br />

A Receita Operacional Líquida atingiu o montante de R$ 1.976,4 milhões em 2005, resultado 8,4% superior à receita de<br />

R$ 1.822,8 milhões obtida em 2004. O aumento verificado de R$ 153,6 milhões é proveniente i) do incremento de R$14,8<br />

milhões do fornecimento de energia elétrica, ii) do aumento de R$109,2 milhões na receita de uso do sistema de<br />

distribuição, faturada aos clientes que se tornam livres, e iii) da redução nas outras receitas e deduções, de R$ 29,6 milhões.<br />

205


A receita líquida de fornecimento a consumidores finais apresentou um crescimento de 0,8% em 2005, atingindo R$1.864,6<br />

milhões. Esta variação é composta pelo efeito conjunto de uma redução <strong>no</strong> mercado de energia em 9,2% e um aumento na<br />

tarifa média da empresa de 11,0%. A redução do mercado verificou-se na classe industrial (me<strong>no</strong>s 18,6%) e na classe<br />

“outras” (me<strong>no</strong>s 12,4%), em razão da migração de clientes cativos para o regime de contratação livre. Já a variação na<br />

tarifa média de fornecimento deve-se ao impacto ple<strong>no</strong> do reajuste médio de 15,95% a partir de 23 de outubro de 2004,<br />

parcialmente compensado pelo reajuste médio negativo de 8,86% a partir de 23 de outubro de 2005.<br />

No a<strong>no</strong> de 2005, a receita de Uso do Sistema de Distribuição totalizou R$231,0 milhões contra R$121,8 milhões registrada<br />

<strong>no</strong> mesmo período do a<strong>no</strong> anterior, com um crescimento de 89,6%, refletindo a migração de clientes cativos para a<br />

condição de clientes livres.<br />

Gastos Operacionais<br />

Os Gastos Operacionais de 2005 foram de R$ 1.792,2 milhões, superiores em 13,8% aos R$ 1.575,4 milhões verificados<br />

<strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004.<br />

Os gastos operacionais gerenciáveis da Bandeirante, compreendendo os custos de pessoal, materiais, serviços de terceiros e<br />

outras despesas, cresceram R$ 49,9 milhões em 2005, correspondente a um incremento de 15,2% em relação ao a<strong>no</strong> anterior.<br />

O aumento verificado de 2,6% na rubrica de Pessoal deve-se ao efeito do reajuste salarial concedido aos trabalhadores da<br />

Bandeirante em julho de 2004 (4,0%) e em julho de 2005 (8,0%), parcialmente compensado pela revisão do montante da<br />

Reserva a amortizar da Fundação CESP <strong>no</strong> valor de R$ 3,7 milhões (vide Nota Explicativa nº 17.1 às demonstrações<br />

financeiras). O quadro de colaboradores da Bandeirante manteve-se estável, reduzindo-se de 1.202 colaboradores em<br />

dezembro de 2004 para 1.198 colaboradores em dezembro de 2005.<br />

A rubrica Serviços de Terceiros apresentou crescimento de 12,3% em relação ao a<strong>no</strong> anterior em decorrência i) do aumento<br />

dos gastos para a melhoria <strong>no</strong> atendimento aos clientes, relativos aos serviços de call center, maior número de postos de<br />

atendimento e da ampliação do horário para 24 horas/dia, ii) da entrada em operação de <strong>no</strong>vos sistemas técnicos,<br />

comerciais e de gestão da informação (IS-U/CCS, SIT, BW, dentre outros), aumentando os gastos com licenças de<br />

software, iii) dos custos relativos aos projetos de reorganização societária, de <strong>no</strong>vo modelo de gestão e de excelência <strong>no</strong><br />

atendimento aos clientes, e iv) de maiores desembolsos em relação à leitura, entrega e cobrança de contas, resultado dos<br />

esforços da Companhia em regularizar faturamentos atrasados, com contratação de empresa especializada em cobrança.<br />

As despesas com Depreciação e Amortização foram incrementadas em função da entrada em operação ao longo do a<strong>no</strong> de<br />

2004 e de 2005 dos <strong>no</strong>vos sistemas técnicos, comerciais e de gestão da informação (IS-U/CCS, SIT, BW, dentre outros),<br />

realizados <strong>no</strong> âmbito do Programa Integrado de Modernização (PIM).<br />

Já as Provisões para Devedores Duvidosos foram reduzidas em 2005 em R$ 5,0 milhões, demonstrando o resultado dos<br />

esforços da Companhia quanto à recuperação de créditos em atraso. O índice de inadimplência, medido através do saldo<br />

acumulado de doze meses de provisão com devedores duvidosos e perdas líquidas dividido pela receita de fornecimento<br />

faturada de energia mais receita de disponibilização da rede do período, diminuiu de 1,37% em 2004 para 1,11% em 2005.<br />

206


Outras Despesas Gerenciáveis apresentaram uma elevação de R$ 24,5 milhões em relação ao a<strong>no</strong> anterior. A principal causa<br />

desta variação foi a reversão de ativos <strong>no</strong> valor de R$ 25,9 milhões (vide Nota explicativa nº 5.2 às demonstrações financeiras).<br />

Os gastos operacionais não gerenciáveis correspondem aos custos com energia comprada, encargos setoriais e de<br />

transmissão, cuja cobertura tarifária é assegurada pelo Regulador através dos reajustes tarifários e mecanismo da Conta de<br />

Compensação de Variação de Custos da parcela “A” – CVA. Os custos não gerenciáveis totalizaram em 2005 o montante<br />

de R$ 1.414,5 milhões, superior em 13,4% ao verificado em 2004.<br />

Os custos com energia elétrica comprada para revenda apresentaram uma redução de 3,8% em 2005, atingindo o montante<br />

de R$ 805,6 milhões. A principal causa desta variação foi a redução <strong>no</strong> volume de energia comprada de 2,1% em relação<br />

a 2004, em razão da saída de clientes cativos para o regime de contração livre. Ocorreu, também, uma redução na tarifa<br />

média de compra de 1,9% em conseqüência da substituição dos contratos iniciais pela aquisição de energia <strong>no</strong>s leilões de<br />

dezembro de 2004, com preços inferiores.<br />

Os custos com encargos setoriais e de transmissão apresentaram um incremento de 51,3% em 2005, refletindo os <strong>no</strong>vos<br />

valores homologados pela ANEEL para a Bandeirante e os níveis de cobertura tarifária estabelecidos <strong>no</strong>s reajustes anuais.<br />

Endividamento e Resultado Financeiro<br />

Em dezembro de 2005, a Bandeirante apresentou uma dívida bancária de R$ 728,4 milhões, inferior em 14,3% ao saldo<br />

da dívida de dezembro do a<strong>no</strong> anterior. Do total da dívida existente em dezembro de 2005, 49,9% (R$ 363,5 milhões) foi<br />

contratada em moeda estrangeira, totalmente coberta por operações de swap com características de hedge, mitigando o<br />

risco cambial. Os 50,1% da dívida contratada em moeda nacional, R$ 364,8 milhões, estavam compostos de R$ 208,1<br />

milhões de financiamentos junto ao BNDES, R$ 151,0 milhões de contas garantidas tomadas e R$ 5,7 milhões de<br />

empréstimos junto a outras instituições.<br />

Em dezembro de 2005, a dívida líquida da Bandeirante, de R$ 502,3 milhões, foi superior em 15,8% à dívida existente em<br />

dezembro de 2004. Este crescimento deve-se principalmente a redução de R$ 197,6 milhões <strong>no</strong> Saldo de Ativos<br />

Regulatórios <strong>no</strong> período, ocasionado pela i) redução do saldo das Perdas com o Racionamento em decorrência de sua<br />

recuperação em curso e registro de provisão de R$ 60,2 milhões referente a expectativa de sua não recuperação plena <strong>no</strong><br />

prazo fixado pela ANEEL, março de 2007; e ii) redução do saldo de ativos da Conta de Compensação de Valores da Parcela<br />

A – CVA, em função da recuperação efetuada dos custos incorridos sem cobertura tarifária a partir do reajuste anual de<br />

outubro de 2004.<br />

O resultado financeiro em dezembro de 2005, negativo em R$ 175,3 milhões, foi superior em 54,3% ao praticado em 2004.<br />

A principal causa deste aumento foi o registro de provisão pela expectativa da não recuperação plena das Perdas com o<br />

Racionamento dentro do prazo limite fixado pela ANEEL.<br />

Resultado Líquido<br />

A Bandeirante apresentou um lucro líquido de R$ 41,4 milhões, inferior em 68,1% ao praticado <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior, de R$<br />

129,8 milhões, como conseqüência dos efeitos acima demonstrados.<br />

207


PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E EFICI NCIA ENERGÉTICA<br />

A estratégia adotada para o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento baseou-se na seleção de projetos que pudessem<br />

melhorar o sistema elétrico da Bandeirante, permitindo um melhor atendimento aos clientes através do aumento da<br />

confiabilidade, redução de perdas do sistema, melhoria na gestão dos processos, desenvolvimento de ferramentas de<br />

auxílio ao planejamento com produtos voltados à melhoria da qualidade da energia elétrica.<br />

No Programa de Eficiência Energética, com o objetivo de assegurar a melhor utilização do produto distribuído, a<br />

Bandeirante implementou <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005 diversos projetos, em sistemas de refrigeração industrial e comercial de grande<br />

porte, ar comprimido, iluminação e utilização de energia solar em ambientes industriais, que resultaram na eco<strong>no</strong>mia de<br />

11,4 GWh/a<strong>no</strong> e redução da demanda <strong>no</strong> horário de ponta da ordem de 2,6 MW, entre inúmeros outros benefícios aos seus<br />

clientes e ao sistema elétrico nacional.<br />

Merecem destaque especial os projetos de “Capacitação em Eficiência Energética Industrial”, um amplo programa de<br />

treinamento orientado para a melhor gestão da demanda energética de 80 clientes, desenvolvido de forma personalizada à<br />

realidade de cada unidade consumidora e o projeto de “Controle da Demanda e Consumo <strong>no</strong> Horário de Ponta” <strong>no</strong> Sistema<br />

Autô<strong>no</strong>mo de Águas e Esgotos de Guaratinguetá/SP – SAAEG, que resulta, além da eco<strong>no</strong>mia de 1 GWh/a<strong>no</strong> e a redução<br />

da demanda <strong>no</strong> horário de ponta de 0,8 MW, em grande eco<strong>no</strong>mia e melhoria do sistema de distribuição de água à<br />

população daquele município.<br />

A Bandeirante também conquistou em 2005 o Prêmio FIESP de Conservação e Uso Racional de Energia, promovido pela<br />

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O projeto “Eficientização em Sistema de Saneamento”, realizado na<br />

Estação Elevatória de Água de Santana, da SABESP – Cia. de Saneamento Básico de São Paulo, destacou-se como o mais<br />

expressivo do Estado de São Paulo em ganho de produtividade e redução do desperdício de recursos naturais.<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

Quadro de Colaboradores<br />

O quadro de colaboradores próprios da Bandeirante, <strong>no</strong> encerramento de 2005, foi de 1.198, sendo 0,3% inferior ao de<br />

2004. A relação clientes por colaborador evoluiu 1,1% em relação a 2004, conforme a seguir:<br />

Capacitação e Desenvolvimento<br />

2005 2004 Variação %<br />

Nº de colaboradores 1.198 1.202 - 0,3<br />

Relação clientes/colaboradores 1.071 1.059 1,1<br />

A Bandeirante vem atendendo prontamente os desafios relacionados com a aquisição de k<strong>no</strong>w-how, melhoria dos processos<br />

de trabalho, capacitação e formação de <strong>no</strong>vos colaboradores, mediante ações de treinamento inter<strong>no</strong> e exter<strong>no</strong>, participação<br />

em eventos técnicos e outras ações, em um total de 62.531 horas de treinamento, correspondente a 52 horas por<br />

colaborador, com um investimento de R$ 1,7 milhão.<br />

É de destacar a formação e capacitação dos Atendentes Comerciais de empresas parceiras, imprescindível para o sucesso<br />

do projeto de expansão das lojas de atendimento, em um total de 252 horas de treinamento por pessoa, perfazendo 21.924<br />

homens/hora/treinamento.<br />

Premiado com o TOP RH 2005, o projeto Pontos de Informação e Cidadania – PICs que tem como objetivo a promoção<br />

da inclusão digital dos colaboradores que não dispõem de microcomputador em seu trabalho, foi totalmente concluído,<br />

permitindo o acesso a todos os seus colaboradores.<br />

Com 13 unidades instaladas, os PICs possibilitam aos profissionais que trabalham em atividades externas o contato com a<br />

Internet da Companhia, disponibilizando assim informações de forma rápida e fácil.<br />

No cumprimento da Norma Regulamentadora NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, a Bandeirante<br />

implementou, de forma i<strong>no</strong>vadora e pioneira, o projeto Treinanet com o objetivo de certificar a Companhia e qualificar os<br />

seus colaboradores <strong>no</strong>s conhecimentos exigidos pela <strong>no</strong>va regulamentação.<br />

A estratégia utilizada foi o ensi<strong>no</strong> a distância, na qual cada usuário com acesso a salas virtuais, montadas especialmente<br />

para atender aos colaboradores de campo (particularmente aos Eletricistas) e em horários flexíveis pode participar do<br />

treinamento em duas etapas : eletricidade básica (15 horas) e segurança em instalações e serviços de eletricidade (40 horas).<br />

208


A turma piloto contou com 52 usuários, que envolveu Eletricistas, Técnicos e Engenheiros, sendo que o curso pretende<br />

envolver <strong>no</strong> total um público de 600 colaboradores durante o a<strong>no</strong> de 2006.<br />

Na seqüência da implantação da NR10, a Companhia desenvolveu <strong>no</strong>vas vestimentas com propriedades anti-chamas,<br />

transformando-as em Equipamento de Proteção Individual, que substituirão os atuais uniformes.<br />

Pelo segundo a<strong>no</strong> consecutivo, a Companhia recebeu em 2005 a Medalha Eloy Chaves, prêmio criado pela Associação<br />

<strong>Brasil</strong>eira de Concessionárias de Energia Elétrica - ABCE em parceria com a fundação COGE, pelos elevados índices de<br />

segurança e prevenção de acidentes apresentados.<br />

RESPONSABILIDADE SOCIAL, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE<br />

Responsabilidade Social<br />

A Bandeirante apresentou seu pla<strong>no</strong> sócio-cultural para 2005, com um slogan que traduz uma atitude ativa em termos de<br />

responsabilidade social: mais energia em todos os caminhos.<br />

O Programa Bandeirante Comunidade Educação, que desde 2002 contribui para a melhoria da qualidade do ensi<strong>no</strong> público<br />

municipal e do ambiente escolar, beneficiou mais de 20 mil alu<strong>no</strong>s de 68 escolas.<br />

A execução das ações do Programa contou com o empenho de mais de 100 colaboradores, que de forma voluntária,<br />

contribuíram para o processo de aprendizagem das crianças e para o fortalecimento da gestão escolar e do conceito da cidadania.<br />

Com esse programa social, a Bandeirante conquistou o Prêmio Responsabilidade Social Empresarial do Alto do Tietê e o<br />

“TOP Social ADVB”, além do reconhecimento de “Empresa Amiga da Criança” pela Fundação ABRINQ.<br />

No âmbito cultural, patroci<strong>no</strong>u projetos, via Lei Rouanet – lei de incentivo à cultura -, que proporcionaram a difusão das<br />

artes nas cidades de sua área de concessão.<br />

Com o Projeto Natal da Luz, iniciativa da Eletrobrás, a Bandeirante homenageou o Santuário Nossa Senhora Aparecida,<br />

<strong>no</strong> município de Aparecida, onde foram instaladas 100 mil micro-lâmpadas de cristal, formando imagens natalinas, nas<br />

quatro faces da torre da igreja.<br />

Meio Ambiente e Sustentabilidade<br />

Em 2005, a Bandeirante consolidou a implantação do Projeto SIGA, um sistema integrado de gestão ambiental, de saúde<br />

ocupacional, segurança do trabalho e de comunicação social, alicerçado nas <strong>no</strong>rmas internacionais ISO 14.000 e OHSAS 18.000.<br />

Neste âmbito deu início a um ambicioso Programa de Gestão de Resíduos, provendo soluções adequadas a todas as etapas que<br />

caracterizam o processo – geração, manuseio, transporte, armazenagem temporária e destinação final. Destaque para o convênio<br />

firmado com a Prefeitura Municipal de Guarulhos, que prevê atividades conjuntas para a destinação de resíduos sólidos, o que<br />

ilustra o compromisso da Companhia com o meio ambiente e a capacidade de articulação com o Poder Público.<br />

Durante a construção da Linha de Transmissão (LTA) Norte – Nordeste, na seqüência do processo de licenciamento<br />

ambiental, foram cumpridas todas as condicionantes ambientais estabelecidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente<br />

para a obtenção da Licença de Operação. Além da construção de infra-estrutura <strong>no</strong> Parque Ecológico do Tietê e<br />

fornecimento de equipamentos para o Centro de Recepção de Animais Silvestres - CRAS, a Bandeirante realizou o plantio<br />

de 25.000 mudas de árvores às margens da Rodovia Airton Senna, <strong>no</strong> município de Guarulhos.<br />

AUDITORIA EXTERNA<br />

Em atendimento à Instrução CVM nº 381,de 14 de janeiro de 2003, sobre a necessidade de divulgação pelas Entidades<br />

Auditadas, de informações sobre a prestação de outros serviços, pelo auditor independente, que não sejam auditoria<br />

externa, a Bandeirante informa que os únicos serviços prestados, <strong>no</strong> exercício de 2005, pelos auditores independentes,<br />

foram aqueles relacionados com os exames de auditoria independente das demonstrações financeiras.<br />

AGRADECIMENTO<br />

A Administração agradece a todos que trabalharam e contribuíram para que a Bandeirante alcançasse uma posição de<br />

destaque <strong>no</strong> cenário nacional, Em especial, <strong>no</strong>sso reconhecimento pelo empenho e competência dos empregados, pelo<br />

apoio e estimulo dos acionistas, clientes, fornecedores e parceiros.<br />

209


BALANÇO SOCIAL<br />

210


BANDEIRANTE ENERGIA S.A.<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

ANTÓNIO FERNANDO MELO MARTINS DA COSTA<br />

Presidente<br />

JOÃO JOSÉ GOMES DE AGUIAR<br />

Vice-Presidente<br />

ANTONIO JOSÉ SELLARE<br />

CUSTÓDIO ALEXANDRE ROUXINOL MIGUENS<br />

CARLOS ALBERTO SILVA DE ALMEIDA E LOUREIRO<br />

ANTÓNIO EDUARDO DA SILVA OLIVA<br />

SEVERINO JUSTINO DA SILVA<br />

DIRETORIA<br />

JOÃO JOSÉ GOMES DE AGUIAR<br />

Diretor Presidente<br />

AGOSTINHO GONÇALVES BARREIRA<br />

Diretor Executivo<br />

THOMAS DANIEL BRULL<br />

Diretor Administrativo-Financeiro e de Relações com <strong>Investidores</strong><br />

MANUEL FERNANDO DAS NEVES BENTO<br />

Diretor Técnico<br />

WELINGTON CEZAR XAVIER<br />

Diretor Comercial<br />

211


11.01 - NOTAS EXPLICATIVAS<br />

1 – Contexto operacional<br />

Bandeirante Energia S.A., Companhia de capital aberto, concessionária de serviço público de energia elétrica, controlada<br />

integral da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., detém a concessão de distribuição de energia elétrica pelo prazo de 30 a<strong>no</strong>s<br />

válidos até outubro de 2028 e atua em 28 municípios <strong>no</strong> Estado de São Paulo, tendo suas atividades regulamentadas pela<br />

Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, vinculada ao Ministério das Minas e Energia.<br />

2 – Apresentação das demonstrações financeiras<br />

As demonstrações financeiras estão sendo apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, com base<br />

nas disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações, legislação específica emanada pela Agência Nacional de<br />

Energia Elétrica - ANEEL, e nas <strong>no</strong>rmas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Essas práticas são<br />

consistentes com as adotadas nas informações trimestrais anteriores e nas demonstrações financeiras de 31 de dezembro<br />

de 2004, publicadas em 25 de fevereiro de 2005.<br />

Para a compatibilização aos critérios do grupo a qual pertence e à melhoria na comparabilidade das demonstrações<br />

financeiras da Companhia, as alterações a seguir foram implementadas <strong>no</strong> exercício de 2005, efetuando-se as<br />

correspondentes reclassificações para os valores apresentados <strong>no</strong> exercício de 2004:<br />

• PIS e COFINS incidentes sobre o Encargo de Capacidade Emergencial - ECE e Encargo de Aquisição de Energia<br />

Elétrica Emergencial - EAEEE estão classificados <strong>no</strong> grupo de Deduções da Receita Operacional e, a recuperação do<br />

PIS e COFINS, como tributos dedutíveis quando do repasse à CBEE, estão apresentados reduzindo o saldo da rubrica<br />

de Despesas gerais e administrativas.<br />

• CVA - Conta de compensação de variação de custos da parcela “A”, anteriormente classificada <strong>no</strong> balanço na rubrica<br />

Conta de compensação de variação de custos da parcela “A” <strong>no</strong> ativo e <strong>no</strong> passivo, passou a ser classificada líquida <strong>no</strong><br />

balanço na rubrica de Despesas pagas antecipadamente.<br />

3 – Principais práticas contábeis<br />

3.1 – Demonstrações financeiras<br />

a) Consumidores e concessionárias incluem:<br />

(i) Os valores faturados a consumidores finais e concessionárias revendedoras, bem como a receita referente à energia<br />

consumida e não faturada;<br />

(ii) Os valores a receber relativos à energia comercializada na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE<br />

(Nota 5.1);<br />

(iii) Os saldos a receber relativos à recomposição tarifária extraordinária - perda de receita e energia livre (Nota 6.1);<br />

(iv) O crédito decorrente do diferimento da revisão tarifária ordinária, de 23 de outubro de 2003 e respectiva provisão<br />

integral constituída em 2004 (Nota 5.3), ambos integralmente revertidos <strong>no</strong> 4º trimestre de 2005 em função da<br />

definição, em 18 de outubro de 2005, do índice de reposicionamento tarifário de 2003; e<br />

(v) Provisão para créditos de liquidação duvidosa - Os valores foram apropriados conforme Instrução Contábil 6.3.2,<br />

do Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica.<br />

212


) Programa emergencial de redução do consumo de energia elétrica<br />

Inclui o saldo remanescente dos Custos a Reembolsar e incluía os valores de Bônus, aprovados pelos Despachos ANEEL<br />

nº 600, de 27 de setembro de 2002 e nº 155 de 28 de março de 2003, recebido em dezembro de 2005, ambos decorrentes<br />

da implantação do Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica.<br />

c) Estoques<br />

Os materiais em estoque estão registrados ao custo médio de aquisição sendo que, os aplicáveis à operação e manutenção<br />

são classificados <strong>no</strong> ativo circulante e, aqueles destinados a projetos, são classificados <strong>no</strong> imobilizado.<br />

d) Imobilizado<br />

Registrado ao custo de aquisição ou construção, corrigido monetariamente até 31 de dezembro de 1995, deduzido da<br />

depreciação acumulada, calculada pelo método linear, tomando-se por base os saldos contábeis registrados nas respectivas<br />

Unidades de Cadastro - UC, conforme determina a Portaria DNAEE nº 815, de 30 de <strong>no</strong>vembro de 1994, às taxas anuais<br />

constantes da tabela anexa às Resoluções ANEEL nº 02, de 24 de dezembro de 1997 e nº 44, de 17 de março de 1999.<br />

Em função do disposto nas Instruções Contábeis do Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica e na<br />

Instrução CVM nº 193, de 11 de julho de 1996, os encargos financeiros relativos aos financiamentos obtidos de terceiros,<br />

efetivamente aplicados <strong>no</strong> imobilizado em curso, estão registrados neste subgrupo como custo das respectivas obras (Nota 22).<br />

O mesmo procedimento foi adotado para os juros sobre o capital próprio (quando aplicável) que financiou as obras em<br />

andamento conforme previsto na legislação específica do Serviço Público de Energia Elétrica.<br />

As Obrigações Vinculadas à Concessão, demonstradas como retificadoras do Imobilizado, referem-se, principalmente, a<br />

recursos recebidos dos consumidores destinados a execução de empreendimentos necessários ao atendimento de pedidos<br />

de fornecimento de energia elétrica. Estas obrigações estão diretamente vinculadas à Concessão do Serviço Público de<br />

Energia Elétrica, e sua eventual liquidação ocorrerá de acordo com determinações do Poder Concedente.<br />

e) Demais ativos circulante e realizável a longo prazo<br />

São demonstrados aos valores de custo ou realização, incluindo, quando aplicável, os rendimentos auferidos até a data do<br />

balanço.<br />

f) Fornecedores<br />

Inclui o saldo a pagar a fornecedores de energia elétrica e o saldo de Energia Livre a pagar a geradores de energia elétrica.<br />

g) Empréstimos, financiamentos e encargos de dívidas<br />

Atualizados com base nas variações monetárias e cambiais, acrescidas dos respectivos encargos e, quando aplicável,<br />

acrescidas e/ou reduzidas por ganhos e perdas das operações de swap, incorridos até a data do balanço.<br />

h) Demais passivos circulante e exigível a longo prazo<br />

São demonstrados pelos valores conhecidos ou exigíveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos,<br />

variações monetárias e cambiais.<br />

i) Imposto de renda e contribuição social<br />

O imposto de renda registrado <strong>no</strong> resultado é calculado com base <strong>no</strong>s resultados tributáveis (lucro ajustado), às alíquotas<br />

aplicáveis segundo a legislação vigente - 15%, acrescida de 10% sobre o resultado tributável que exceder R$ 240 anuais.<br />

213


A contribuição social registrada <strong>no</strong> resultado é calculada com base <strong>no</strong>s resultados tributáveis antes do imposto de renda,<br />

através da aplicação da alíquota de 9%.<br />

O imposto de renda e contribuição social diferidos ativos foram registrados na rubrica de Imposto de renda e contribuição<br />

social diferidos, a partir dos prejuízos fiscais, base negativa de contribuição social e diferenças temporárias, considerando<br />

as alíquotas vigentes dos citados tributos, de acordo com as disposições da Deliberação CVM nº 273, de 20 de agosto de<br />

1998 e Instrução CVM nº 371, de 27 de junho de 2002.<br />

j) Fundo de pensão<br />

A Companhia é patrocinadora da Fundação CESP, que administra o fundo de pensão para seus colaboradores.<br />

Os custos, as contribuições e o passivo atuarial são determinados anualmente, com base em avaliação realizada por atuários<br />

independentes, sendo a última efetuada para a data base 31 de dezembro de 2005.<br />

A partir de 31 de dezembro de 2001, esses valores vêm sendo apurados e registrados de acordo com os termos da<br />

Deliberação CVM n.º 371, de 13 de dezembro de 2000.<br />

k) Apuração do resultado<br />

As receitas e despesas são reconhecidas pelo regime contábil de competência. O faturamento de energia elétrica para todos<br />

os consumidores é efetuado mensalmente, de acordo com o calendário de leitura.<br />

A energia fornecida e não faturada, correspondente ao período decorrido entre a data da última leitura e o encerramento do<br />

balanço, é estimada e reconhecida como receita não faturada.<br />

l) Estimativas<br />

A preparação de demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, com base nas<br />

disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações, requer que a Administração da Companhia se baseie em estimativas<br />

para o registro de certas transações que afetam os ativos, passivos, receitas e despesas.<br />

Os resultados finais dessas transações e informações, quando de sua efetiva realização em períodos subseqüentes, podem<br />

diferir dessas estimativas.<br />

As principais estimativas relacionadas às demonstrações financeiras referem-se ao registro dos efeitos decorrentes de:<br />

• Provisão para créditos de liquidação duvidosa;<br />

• Transações realizadas <strong>no</strong> âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE;<br />

• Provisão para perdas – perda de receita e energia livre;<br />

• Crédito decorrente do diferimento da revisão tarifária e respectiva provisão para redução integral;<br />

• Recuperação do imposto de renda e contribuição social diferidos, sobre prejuízos fiscais, bases negativas e diferenças<br />

temporárias;<br />

• Provisão para contingências; e<br />

• Pla<strong>no</strong>s de aposentadoria e pensão.<br />

m) Tributação de operações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE<br />

Em decorrência dos termos do artigo 32 da Medida Provisória n.º 66, de 29 de agosto de 2002, convertida na Lei n.º 10.637,<br />

de 30 de dezembro de 2002 e da Instrução Normativa n.º 199, de 12 de setembro de 2002, a concessionária, como agente<br />

integrante da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, exerceu a opção pelo regime especial de tributação<br />

do PIS e da COFINS, sobre receitas auferidas em operações realizadas <strong>no</strong> âmbito daquela Instituição.<br />

Os principais efeitos referem-se à base de cálculo baseada <strong>no</strong>s resultados positivos líquidos e na continuidade da aplicação<br />

214


da alíquota de 0,65% e 3% para o PIS e COFINS, respectivamente.<br />

4 – Ativos e passivos regulatórios<br />

Apresenta-se abaixo quadro sintético com os ativos e passivos regulatórios contidos <strong>no</strong> Balanço Patrimonial:<br />

215


5 – Consumidores e concessionárias<br />

5.1 – Energia de curto prazo<br />

Refere-se, principalmente, às transações de venda, compra de energia e encargo de serviço de sistema, realizados <strong>no</strong> âmbito<br />

da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE.<br />

Parte dos valores do ativo está sujeita a modificação dependendo de decisão de processos judiciais em andamento, movidos<br />

por empresas do setor, relativos a interpretação de regras do mercado em vigor.<br />

216


5.2 – Concessionárias - outras<br />

O valor de R$18.330 <strong>no</strong> ativo realizável a longo prazo refere-se ao montante a receber da Companhia Piratininga de Força<br />

e Luz - Piratininga, em decorrência da cisão parcial da Bandeirante realizada em 1º de outubro de 2001, conforme os<br />

termos estabelecidos <strong>no</strong> protocolo de cisão.<br />

Esta rubrica incluía, em 31 de dezembro de 2004, o valor de R$25.923 referente ao pleito formulado pela Bandeirante junto<br />

à Piratininga, com base <strong>no</strong> protocolo de cisão da Bandeirante, com relação à recomposição das perdas experimentadas em<br />

razão do racionamento de energia elétrica. O direito à recomposição de perdas referente ao período de racionamento, na<br />

proporção estabelecida <strong>no</strong> protocolo de cisão, foi expressamente reconhecido em sentença arbitral que, <strong>no</strong> entanto, deixou<br />

de condenar a Piratininga, <strong>no</strong> âmbito do objeto do processo arbitral em que ela foi proferida. Na evolução do procedimento<br />

de cobrança, em conjunto com consultores exter<strong>no</strong>s, foram identificadas ao final do 3º trimestre de 2005 questões que<br />

podem dificultar a realização do ativo. A reversão deste valor, <strong>no</strong> terceiro trimestre de 2005, por conservadorismo contábil,<br />

não significa que a Companhia tenha desistido de seu recebimento.<br />

A Bandeirante tem também registrado um passivo com a Piratininga, <strong>no</strong> valor de R$14.349, <strong>no</strong> Exigível a Longo Prazo.<br />

Não há discordâncias entre as partes sobre os saldos atualmente registrados, a receber e a pagar, que deverão ser<br />

oportunamente liquidados.<br />

5.3 – Fornecimento não faturado - diferimento tarifário e devolução tarifária (reposicionamento tarifário periódico)<br />

O reposicionamento tarifário provisório da Companhia, homologado através da Resolução ANEEL nº 566, de 22 de<br />

outubro de 2003, foi de 18,08% sendo que, para atender ao princípio da modicidade tarifária e a condição do equilíbrio<br />

econômico-financeiro do contrato de concessão, as tarifas foram reposicionadas em 14,68% a partir de 23 de outubro de<br />

2003 e, para a diferença entre 18,08% e 14,68%, constituiu-se um ativo regulatório que seria compensado <strong>no</strong>s três reajustes<br />

tarifários subseqüentes, através de acréscimos à Parcela “B”. Em 31 de dezembro de 2004, este ativo regulatório atingiu<br />

o montante de R$52.691, demonstrado <strong>no</strong> quadro da <strong>no</strong>ta 5 na rubrica Fornecimento não faturado - Diferimento tarifário.<br />

A ANEEL, através da Resolução Homologatória nº 243, de 18 de outubro de 2004, decidiu rever o reposicionamento<br />

tarifário provisório, de 23 de outubro de 2003, de 18,08% para 10,51%, em função de revisão, pelo Órgão Regulador, da<br />

Base de Remuneração utilizada anteriormente.<br />

Conseqüentemente, a Companhia constituiu em 30 de setembro de 2004 provisão integral <strong>no</strong> montante de R$64.678,<br />

registrada na época <strong>no</strong> Passivo Exigível de Longo Prazo na rubrica Devolução tarifária, correspondente a diferença de<br />

receita auferida pelo reposicionamento tarifário provisório de 14,68%, aplicado entre 23 de outubro de 2003 e 22 de<br />

outubro de 2004, com a que seria auferida pelo <strong>no</strong>vo reposicionamento tarifário provisório de 10,51% e, para o ativo<br />

regulatório mencionado <strong>no</strong> primeiro parágrafo, constituiu uma provisão para redução integral deste ativo.<br />

Em 18 de outubro de 2005, através da Resolução Homologatória nº 226 a ANEEL fixou em 9,67%, em caráter definitivo,<br />

o índice de reposicionamento tarifário de 2003 e, conseqüentemente, a diferença de receita auferida pelo reposicionamento<br />

montou o valor de R$102.292, exigindo complemento da respectiva provisão em R$37.614 <strong>no</strong> 4º trimestre de 2005. No<br />

exercício de 2005 foi amortizado o valor de R$26.719.<br />

6 – Acordo geral do setor elétrico<br />

O Acordo Geral do Setor Elétrico, ao qual a Companhia aderiu em 20 de dezembro de 2001, estabeleceu condições para<br />

solução de controvérsias contratuais e administrativas, eliminando a possibilidade de ocorrência de litígios judiciais ou<br />

extrajudiciais sobre questões relativas ao período de racionamento. Os principais pontos do Acordo são listados a seguir:<br />

• Declaração de Desistência/Renúncia;<br />

• Acordo de Compra de Sobras Líquidas Contratuais;<br />

• Acordo de Reembolso de Energia Livre;<br />

• Termos Aditivos aos Contratos Iniciais; e<br />

• Conta de Desenvolvimento Energético - CDE.<br />

Com base na Medida Provisória n.º 14, de 21 de dezembro de 2001, convertida na Lei n.º 10.438, de 26 de abril de 2002<br />

e demais regras legais, foi apurado o montante de Recomposição Tarifária Extraordinária - RTE aplicável a cada<br />

concessionária de distribuição de energia elétrica, com o objetivo de neutralizar os efeitos de perda de receita decorrentes<br />

do Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica - PERCEE, que vigorou <strong>no</strong> período compreendido<br />

entre junho de 2001 e fevereiro de 2002.<br />

217


Paralelamente foram apuradas as variações mensais de custos não gerenciáveis (Parcela “A”), relacionando, ainda, as<br />

parcelas de custo adicional com a compra de energia <strong>no</strong> âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE<br />

(Energia livre) a serem repassados para as geradoras.<br />

Para o ressarcimento do montante da Perda de Receita, Energia Livre e Parcela “A”, em atendimento às disposições da<br />

Medida Provisória n.º 14 (convertida na Lei n.º 10.438/02), foi concedido a partir de janeiro de 2002 o reajuste tarifário<br />

extraordinário de 2,9% aplicável aos consumidores residenciais e rurais (exceto os de baixa renda) e de 7,9% para os<br />

demais consumidores.<br />

No exercício de 2002 foram liberados recursos equivalentes a 90% dos montantes homologados de Perda de Receita e de<br />

Parcela “A”, relativos a abertura de crédito <strong>no</strong> âmbito do Programa Emergencial e Excepcional de Apoio Financeiro às<br />

Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica, através de contratos de financiamento com o<br />

BNDES assinados em 13 de fevereiro de 2002 (Nota 13).<br />

A Resolução Normativa ANEEL n.º 1, de 12 de janeiro de 2004, republicada em 1º de junho de 2004, retificou para<br />

R$119.954 o montante de Energia Livre anteriormente homologado pela Resolução ANEEL n.º 483, de 29 de agosto de<br />

2002 (Nota 6.1), alterou para 63 meses o prazo máximo de permanência da Recomposição Tarifária Extraordinária - RTE<br />

nas tarifas de fornecimento de energia elétrica anteriormente estabelecido pela Resolução ANEEL n.º 484, de 29 de agosto<br />

de 2002, excluiu deste prazo o montante relativo às variações dos itens da Parcela “A” verificadas <strong>no</strong> exercício de 2001 e<br />

estabeleceu que a sua recuperação se dará por mecanismo equivalente ao previsto <strong>no</strong> art. 4º da Lei nº 10.438/02 e que, para<br />

a Companhia, como concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica localizada <strong>no</strong> Sistema Interligado<br />

Nacional sujeita ao Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica - PERCEE, essa recuperação se<br />

dará imediatamente após o final da Recomposição Tarifária Extraordinária prevista <strong>no</strong> art. 4º da Lei n.º 10.438/02, pelo<br />

prazo necessário para atingir o montante homologado pela Resolução ANEEL n.º 482, de 29 de agosto de 2002.<br />

6.1 – Composição da RTE homologada pela ANEEL, representativa da perda de receita e energia livre<br />

A composição da RTE <strong>no</strong> ativo é a seguinte:<br />

De acordo com estudos elaborados pela Administração, periodicamente revisados, a Companhia projeta que <strong>no</strong> prazo<br />

máximo estabelecido, haverá insuficiência de recuperação de parte desses ativos razão pela qual, por prudência, foram<br />

constituídas provisões para perdas em dezembro de 2005.<br />

A Administração, <strong>no</strong> entanto, baseada na própria legislação instituidora da RTE e, especialmente, <strong>no</strong>s termos do Acordo<br />

Geral do Setor Elétrico, estará envidando todas as gestões visando a plena recuperação dos referidos créditos.<br />

Os valores referentes à Energia Livre referem-se à energia elétrica gerada e não vinculada a contratos iniciais ou<br />

equivalentes.<br />

218


Atualização Monetária:<br />

A Resolução ANEEL n.º 31, de 24 de janeiro de 2002 e o Ofício Circular ANEEL nº 2.212, de 20 de dezembro de 2005,<br />

determinaram que o saldo remanescente da Recomposição Tarifária Extraordinária seja remunerado pela taxa de juros<br />

equivalente à cobrada, de cada concessionária, nas operações de financiamento de que trata o art. 5º da Medida Provisória<br />

n.º 14, de 21 de dezembro de 2001, decorrente do programa de financiamento subsidiado pelo Banco Nacional de<br />

Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e, na ausência dessa operação financeira, seja utilizada a taxa Selic. No<br />

exercício de 2005 foi contabilizado, para Perda de Receita o montante de R$34.309 (R$38.228 em 2004) e, para Energia<br />

Livre o montante de R$25.541 (R$19.161 em 2004), ambos registrados em contrapartida do resultado do exercício <strong>no</strong><br />

grupo de Receitas Financeiras. Para Energia Livre, ato contínuo foi registrado na rubrica de Fornecedores em contrapartida<br />

do resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Despesas Financeiras, em função do repasse às geradoras.<br />

Adicionalmente, a Companhia aguarda o recebimento de informações das Geradoras, relacionadas aos financiamentos por<br />

elas obtidos, para atendimento ao Ofício Circular ANEEL nº 74, de 23 de janeiro de 2006.<br />

A composição da RTE <strong>no</strong> passivo é a seguinte:<br />

Para o mesmo montante de Energia Livre, registrado <strong>no</strong> exercício de 2001, líquido dos tributos incidentes <strong>no</strong> referido exercício<br />

pelo registro da receita não faturada, foi registrada uma obrigação <strong>no</strong> passivo circulante e exigível a longo prazo na rubrica<br />

Fornecedores de energia elétrica, com o conseqüente débito <strong>no</strong> resultado na rubrica Energia elétrica comprada para revenda.<br />

6.2 – Variação dos itens da parcela “A”<br />

Os contratos de concessão de distribuição de energia elétrica estabelecem, na composição das tarifas praticadas pelas<br />

Concessionárias, valores para cada item de custos exóge<strong>no</strong>s, imputáveis à despesa operacional, integrantes da variável<br />

de<strong>no</strong>minada Parcela “A”, da fórmula do “Índice de Reajuste Tarifário - IRT”, demonstrados a seguir:<br />

• Tarifa de repasse de potência proveniente de Itaipu Binacional;<br />

• Tarifa de transporte de energia elétrica proveniente de Itaipu Binacional;<br />

• Quota de recolhimento à Conta de Consumo de Combustíveis - CCC;<br />

• Tarifa de uso das instalações de transmissão, integrantes da rede básica;<br />

• Compensação financeira pela utilização de recursos hídricos;<br />

• Encargos de Serviços de Sistema - ESS;<br />

• Energia comprada estabelecida <strong>no</strong>s contratos iniciais;<br />

• Quota de Reserva Global de Reversão - RGR;<br />

• Taxa de fiscalização de serviço de energia elétrica;<br />

• Encargos de conexão;<br />

• Conta de Desenvolvimento Energético - CDE;<br />

• Contrato de Compra de Energia em Ambiente Regulado - CCEAR; e<br />

• Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA.<br />

Com o advento das Medidas Provisórias n.ºs 2.227 e 14 (convertida na Lei n.º 10.438, de 26 de abril de 2002), de 04 de<br />

setembro de 2001 e 21 de dezembro de 2001, respectivamente, e da Resolução ANEEL n.º 90, de 18 de fevereiro de 2002,<br />

foi instituída uma conta gráfica, para registro da compensação de diferenças, positivas ou negativas, entre os valores pagos<br />

de cada item, de 1º de janeiro de 2001 a 25 de outubro de 2001.<br />

Os registros foram efetuados <strong>no</strong> ativo realizável a longo prazo na rubrica Despesas pagas antecipadamente, que tiveram<br />

contrapartidas <strong>no</strong> resultado na rubrica Gastos operacionais, pela respectiva natureza.<br />

219


6.2.1 – Composição da variação de itens da parcela “A” homologado pela ANEEL<br />

Valor<br />

Homologado 31/12/2005 31/12/2004<br />

Resoluções nºs Remuneração Total Saldo a Saldo a<br />

Item 482/02 e 001/04 Acumulada Acumulado Amortizar Amortizar<br />

Parcela “A” 61.521 67.418 128.939 128.939 114.225<br />

Atualização Monetária:<br />

O montante homologado está atualizado <strong>no</strong>s termos definidos <strong>no</strong> Ofício Circular ANEEL nº 2.212, de 20 de dezembro de<br />

2005 e, <strong>no</strong> exercício de 2005, foi contabilizado o montante de R$14.714 (R$17.714 em 2004), registrado em contrapartida<br />

do resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Receitas Financeiras.<br />

7 – Despesas pagas antecipadamente<br />

Curto Prazo Longo Prazo<br />

31/12/2005 31/12/2004 31/12/2005 31/12/2004<br />

Parcela “A” - de 01/01/01 a 25/10/01 (Nota 6.2.1) 128.939 114.225<br />

CVA - Conta de compensação de variação de<br />

custos da parcela “A”, líquida 35.277 61.005 (2.394) 64.519<br />

PIS e COFINS - Majoração de alíquota 19.515 11.403 10.924 23.349<br />

Antecipação de cobertura de operações de hedge 7.575 21.447<br />

Outros 4.110 2.143 10.621 8.868<br />

Total 66.477 74.551 169.537 210.961<br />

7.1 – CVA - conta de compensação de variação de custos da parcela “A”<br />

Refere-se a variações dos itens da Parcela “A”, apuradas <strong>no</strong>s termos da Nota 6.2, para os períodos a partir de 26 de outubro<br />

de 2001.<br />

Os valores estão atualizados pela variação da taxa SELIC, tendo sido registrado <strong>no</strong> exercício de 2005 o valor de R$13.095<br />

(R$13.378 em 2004) em contrapartida ao resultado financeiro. No exercício de 2005 foi amortizado o montante de<br />

R$68.125 (R$9.348 em 2004).<br />

A Medida Provisória n.º 127, de 4 de agosto de 2003, convertida na Lei n.º. 10.762/03, instituiu o Programa Emergencial e<br />

Excepcional de Apoio às Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica, destinado a suprir a<br />

insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação do mecanismo de compensação de que trata o artigo 1º da Medida<br />

Provisória n.º 2.227, de 4 de setembro de 2001, para os reajustes e revisões tarifárias realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril<br />

de 2004, através de empréstimo concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (Nota 13).<br />

7.2 – PIS e COFINS - majoração de alíquota<br />

Ativo Regulatório constituído em razão das alterações introduzidas pelas Leis nº 10.833/03 e 10.637/02, as quais<br />

majoraram a alíquota do PIS de 0,65% para 1,65% e da COFINS de 3% para 7,6%, cujos efeitos financeiros são repassados<br />

às tarifas. Enquanto aguarda definição por parte da ANEEL, a Companhia não registrou até o momento qualquer<br />

atualização monetária sobre o saldo a receber.<br />

220


7.3 – Antecipação de cobertura de operações de hedge<br />

Refere-se a pagamentos de ajustes <strong>no</strong>s fluxos financeiros futuros projetados, ajustados a valor presente, dos instrumentos<br />

de hedge para o valor total do financiamento obtido junto ao Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento - BID (Nota 13),<br />

previstos contratualmente para redução da exposição ao risco de crédito para ambas as partes. A amortização desses valores<br />

para resultado ocorrerá durante o período de liquidação do financiamento, até o a<strong>no</strong> de 2012.<br />

8 – Impostos e contribuições sociais<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo<br />

Compensáveis - Ativo<br />

Imposto de renda e contribuição social - correntes 24.883 802<br />

ICMS 15.813 11.738 13.377 9.342<br />

PIS e COFINS 15.258 12.110<br />

PIS e COFINS sobre devolução tarifária - provisória 5.983<br />

Outros 5.363 2.014<br />

Total 61.317 11.738 28.303 15.325<br />

A Recolher – Passivo<br />

ICMS 46.265 61.039<br />

Imposto de renda e contribuição social - correntes 671 21.071 42.878<br />

PIS e COFINS 20.577 27.230 7.898<br />

Outros 7.095 3.181<br />

Total 74.608 112.521 50.776<br />

O Imposto de Renda, Contribuição Social, PIS e COFINS de curto prazo, incluem o montante de R$854 (R$69.933 em<br />

2004), referente a tributação da Recomposição Tarifária Extraordinária – RTE que, de acordo com o Parecer COSIT nº<br />

26/2002, estabeleceu a exigibilidade de tributação quando do efetivo ressarcimento dessas receitas.<br />

9 – Impostos e contribuições sociais diferidos<br />

9.1 – Ativo<br />

Os créditos fiscais a seguir detalhados, incidentes sobre o prejuízo fiscal, base negativa de contribuição social e outros<br />

valores que constituem diferenças temporárias, que serão utilizados para redução de carga tributária futura, foram<br />

reconhecidos tomando por base o histórico de rentabilidade da companhia e as expectativas de geração de lucros tributáveis<br />

<strong>no</strong>s próximos exercícios, <strong>no</strong> prazo máximo de 10 a<strong>no</strong>s.<br />

Curto Prazo Longo Prazo<br />

31/12/2005 31/12/2004 31/12/2005 31/12/2004<br />

IR sobre prejuízos fiscais 9.129 14.641 71.441 83.814<br />

CSLL sobre base negativa 3.301 5.292 31.183 35.445<br />

IR e CSLL sobre demais adições temporárias 19.389 7.919 73.239 73.845<br />

IR e CSLL sobre provisão para<br />

déficit previdenciário - PSAP 1.721 1.939 18.928 23.269<br />

IR e CSLL sobre crédito fiscal incorporado – Ágio 6.081 5.963 127.801 133.881<br />

Total 39.621 35.754 322.592 350.254<br />

A expectativa de realização dos créditos fiscais diferidos está demonstrada a seguir:<br />

Realizável a<br />

Circulante 2007 2008 2009 2010 2011 2012 longo prazo<br />

39.621 96.334 61.910 76.874 53.484 0.591 3.399 322.592<br />

221


Para atendimento à Instrução CVM n.º 371/02, a Administração elaborou, em 31 de dezembro de 2005, projeção de<br />

resultados tributáveis futuros, inclusive considerando seus descontos a valor presente, demonstrando a capacidade de<br />

realização desses créditos tributários <strong>no</strong>s períodos indicados, a qual foi aprovada pelo Conselho de Administração. Essas<br />

estimativas são periodicamente revisadas, de modo que eventuais alterações na perspectiva de recuperação desses créditos<br />

possam ser tempestivamente consideradas nas demonstrações financeiras.<br />

9.1.1 – O crédito fiscal advindo da Provisão para Déficit Previdenciário - PSAP, refere-se à parcela de benefícios<br />

excedente aos ativos relativos aos pla<strong>no</strong>s previdenciários do tipo benefício definido, cuja provisão em 31 de<br />

dezembro de 2001 foi efetuada em contrapartida ao Patrimônio Líquido, dedutível por ocasião dos pagamentos<br />

mensais, com expectativa de finalização <strong>no</strong> exercício de 2017.<br />

9.1.2 – O crédito fiscal do ágio é proveniente da incorporação, ocorrida <strong>no</strong> exercício de 2002, da parcela cindida da<br />

anterior controladora Enerpaulo - Energia Paulista Ltda., representada pelo ágio pago pela Enerpaulo na<br />

aquisição de ações da Bandeirante, o qual foi contabilizado de acordo com as Instruções CVM nº 319/99 e 349/99<br />

e que, conforme determinação da ANEEL, será amortizado pela curva entre a expectativa de resultados futuros<br />

e o prazo de concessão da Companhia, o que resulta em realização anual média do crédito fiscal de R$6.085 até<br />

o a<strong>no</strong> de 2027.<br />

9.1.3 – A projeção de resultados tributáveis futuros indica que a Companhia apresenta base de cálculo suficiente para<br />

recuperação do saldo integral dos créditos tributários <strong>no</strong> período como demonstrado. No entanto, quanto aos<br />

créditos relacionados ao PSAP e Ágio, mencionados nas Notas 9.1.1 e 9.1.2, os mesmos serão realizados<br />

financeiramente até 2017 e 2027, respectivamente, em consonância com as <strong>no</strong>rmas de amortização dos valores a<br />

eles vinculados.<br />

10 – Transações com partes relacionadas<br />

Passivo Receitas (despesas) <strong>no</strong> exercício<br />

Parte relacionada 31/12/2005 31/12/2004 2005 2004<br />

<strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. 290 141.611 (4.110) (27.247)<br />

<strong>EDP</strong> Lajeado 908 781 (9.258) (8.677)<br />

Enertrade 616 1.818 (23.701) (18.595)<br />

Escelsa (260)<br />

Cesa 5 (20)<br />

Energest 108 (444)<br />

Enersul 415<br />

Outras 4.519 (33.696)<br />

Total 1.927 148.729 (37.378) (88.215)<br />

<strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. - Refere-se em 2005, ao saldo de encargos do contrato firmado em 27 de dezembro 2001,<br />

sem apresentação de garantias, <strong>no</strong> valor original de R$472.879. As parcelas foram reajustadas nas datas dos efetivos<br />

pagamentos, adotando-se como teto para os encargos do contrato o me<strong>no</strong>r valor entre a taxa de CDI e o custo equivalente<br />

a Libor + 0,875% ao a<strong>no</strong>, acrescido da variação do IGP-M, conforme determinação da ANEEL, através do Ofício n.º 106<br />

- SFF/ANEEL, de 20 de dezembro de 2001. Em 28 de julho de 2003, foi celebrado o 3º Termo de Aditamento ao Contrato<br />

de Compra e Venda de Títulos estabelecendo que, em 31 de dezembro de 2003, o saldo total remanescente (principal e<br />

encargos) tor<strong>no</strong>u-se “<strong>no</strong>vo principal”, para liquidação em 24 parcelas, mensais e sucessivas, de janeiro de 2004 a dezembro<br />

de 2005 e os juros incidentes sobre o “<strong>no</strong>vo principal” vencíveis em quatro parcelas semestrais a partir de julho de 2004.<br />

<strong>EDP</strong> Lajeado - Em 09 de <strong>no</strong>vembro de 2001, a Bandeirante firmou contrato de compra e venda de energia elétrica com a<br />

<strong>EDP</strong> Lajeado Energia S/A, para início de suprimento em 01 de dezembro de 2001 e térmi<strong>no</strong> em 31 de dezembro de 2013,<br />

<strong>no</strong> montante anual de 90.025,4 MWh em 2001 e 113.778,6 MWh <strong>no</strong>s demais a<strong>no</strong>s, ao preço de R$ 50,12 / MWh, com<br />

data-base de reajuste em dezembro de 2000. O contrato foi homologado pela ANEEL em 28 de agosto de 2002, através<br />

do Ofício n o 827/2002-SFF/ANEEL. Em 18 de outubro de 2002 foi firmado o Primeiro Termo de Aditamento ao Contrato<br />

de Compra e Venda de Energia Elétrica alterando a data base de reajuste para o dia 23 de outubro de cada a<strong>no</strong>.<br />

Enertrade - Em 23 de outubro de 2003, a Bandeirante firmou contrato de compra e venda de energia elétrica com a<br />

Enertrade - Comercializadora de Energia S/A, para início de suprimento em 01 de janeiro de 2004 e térmi<strong>no</strong> em 31 de<br />

dezembro de 2005, <strong>no</strong> montante de 30 MW médios em 2004 e 35 MW médios em 2005, ao preço de R$ 68,80/ MWh, database<br />

de reajuste em outubro de 2003. O contrato foi homologado pela ANEEL em 24 de dezembro de 2003, através do<br />

Ofício n o 2195/2003-SFF/ANEEL.<br />

222


11 - Imobilizado<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Taxas anuais<br />

médias de<br />

depreciação (%)<br />

Em serviço<br />

Distribuição 1.731.661 1.648.689 4,48%<br />

Comercialização 59.976 61.016 9,45%<br />

Administração 48.089 40.541 18,15%<br />

(-) Depreciação<br />

1.839.726 1.750.246 5,06%<br />

Distribuição (864.416) (796.535)<br />

Comercialização (21.781) (10.931)<br />

Administração (31.364) (27.481)<br />

(917.561) (834.947)<br />

Em curso<br />

922.165 915.299<br />

Distribuição 90.070 74.895<br />

Comercialização 1.302 (605)<br />

Administração 6.568 6.281<br />

Atividades não vinculadas (<strong>no</strong>ta 9.1.2)<br />

97.940 80.571<br />

Ágio na incorporação de sociedade controladora 460.584 460.584<br />

(-) Provisão para manutenção de dividendos (460.584) (460.584)<br />

Amortização da provisão para manutenção de dividendos 66.812 47.855<br />

(-) Amortização acumulada do ágio (66.812) (47.855)<br />

- -<br />

Obrigações vinculadas à concessão (Nota 3.1.d) (151.661) (140.426)<br />

Total 868.444 855.444<br />

A composição das obrigações vinculadas à concessão é como segue:<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Contribuição de consumidores 116.945 108.485<br />

Doações e subvenções 34.716 31.941<br />

151.661 140.426<br />

11.1 – Dos bens vinculados à concessão<br />

De acordo com os artigos 63 e 64 do Decreto nº. 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, os bens e instalações utilizados na<br />

geração, transmissão, distribuição, inclusive comercialização, são vinculados a esses serviços, não podendo ser retirados,<br />

alienados, cedidos ou dados em garantia hipotecária sem a prévia e expressa autorização do Órgão Regulador.<br />

A Resolução ANEEL n.º 20, de 3 de fevereiro de 1999, regulamenta a desvinculação de bens das concessões do Serviço Público<br />

de Energia Elétrica, concedendo autorização prévia para desvinculação de bens inservíveis à concessão, quando destinados à<br />

alienação, determinando que o produto da alienação seja depositado em conta bancária vinculada, para aplicação na concessão.<br />

12 – Fornecedores<br />

Curto Prazo Longo Prazo<br />

31/12/2005 31/12/2004 31/12/2005 31/12/2004<br />

Suprimento de Energia Elétrica:<br />

Itaipu (Eletrobrás) 70.204 64.871<br />

Furnas 14.464 16.617<br />

Energia Livre 34.809 44.139 942 65.569<br />

Leilão de energia 7.165<br />

Outros supridores<br />

CCEE (compra de energia de curto prazo<br />

26.666 33.660<br />

e exposição financeira) 592 1.015<br />

PIS e COFINS das Geradoras 7.077<br />

Subtotal 160.977 160.302 942 65.569<br />

Encargos de Uso da Rede Elétrica 26.643 30.101<br />

Encargos de Serviços de Sistema 1.452 460<br />

Materiais e Serviços 17.950 20.871 714<br />

Total 207.022 211.734 1.656 65.569<br />

223


13 – Empréstimos, financiamentos e encargos de dívidas<br />

Banco Itaú BBA S.A. - Contrato de repasse exter<strong>no</strong> lastreado com recursos captados junto ao DEG - Deutsche<br />

Investitions und Entiwicklungsgesellschaft MBH, firmado em 5 de fevereiro de 2002. O saldo remanescente equivale a<br />

US$1,2 milhões, com juros de 9,5% ao a<strong>no</strong>, a vencer semestralmente <strong>no</strong>s meses de março e setembro, com vencimento<br />

final em 15 de março de 2006, garantido por <strong>no</strong>ta promissória e que estabelece ainda “covenants”, integralmente atendidos<br />

até o momento, cujo descumprimento resultaria em aumento da taxa de juros e até a antecipação do vencimento do<br />

contrato. Para este empréstimo foi realizada operação de swap cambial, com característica de hedge.<br />

Banco Santander <strong>Brasil</strong> S.A. - Resolução 2770/00 - contrato de US$11 milhões, firmado em 20 de dezembro de 2004, com<br />

juros de 4,15% ao a<strong>no</strong> e garantido com <strong>no</strong>ta promissória, com vencimento de principal e encargos em uma única parcela em<br />

11 de dezembro de 2006. Para este empréstimo foi realizada operação de swap cambial, com característica de hedge.<br />

BID - Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento - Contrato de financiamento exter<strong>no</strong> com participação de consórcio de<br />

bancos brasileiros, portugueses e espanhóis, firmado em 5 de março de 2004, <strong>no</strong> montante de US$100 milhões, liberado durante<br />

o exercício de 2004, com carência de 2 a<strong>no</strong>s para início de pagamento do principal e com vencimento final em até 8 a<strong>no</strong>s, sendo:<br />

• Tranche “A” - US$38,9 milhões, com principal vencível trimestralmente <strong>no</strong> período de 15 de maio de 2006 a 15 de<br />

fevereiro de 2012, remunerado por juros calculados pela taxa Libor acrescida de 4,375% ao a<strong>no</strong>, vencíveis<br />

trimestralmente a partir de 15 de maio de 2004.<br />

• Tranche “B” - US$61,1 milhões, com principal vencível trimestralmente <strong>no</strong> período de 15 de maio de 2006 a 15 de<br />

fevereiro de 2009, remunerado por juros calculados pela taxa Libor acrescida de 4% ao a<strong>no</strong>, vencíveis trimestralmente<br />

a partir de 15 de maio de 2004.<br />

Este financiamento é destinado a projetos de investimento, com garantia <strong>no</strong>s recebíveis da Companhia pelo fornecimento<br />

de energia elétrica, com estabelecimento de “covenants” (dívida total em relação à dívida total mais patrimônio líquido,<br />

dívida total em relação ao EBITDA e índice de cobertura do serviço da dívida, entre outros não financeiros), integralmente<br />

atendidos até o momento, cujo descumprimento poderia resultar, parcial ou integralmente, em até a antecipação do<br />

vencimento do contrato. Para este empréstimo foram realizadas operações de swap cambial, com característica de hedge.<br />

Credit Suisse First Boston S.A. - Resolução 2770/00 - Contrato firmado em 9 de março de 2004, <strong>no</strong> valor de US$20<br />

milhões, com principal e juros liquidados em 28 de dezembro de 2005, remunerado com juros de 2,5% ao a<strong>no</strong>, garantido<br />

por <strong>no</strong>tas promissórias. Para este empréstimo foi realizada operação de swap cambial, com característica de hedge.<br />

BNDES - CVA - Contrato firmado em 7 de abril de 2004, em consonância com o Programa Emergencial e Excepcional de<br />

Apoio às Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica conforme Lei n.º 10.762/03. Destina-se a<br />

suprir a insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação dos mecanismos de compensação das variações dos<br />

itens da Parcela “A”, para os reajustes e revisões tarifárias anuais referentes ao período compreendido entre 8 de abril de 2003<br />

e 7 de abril de 2004. No exercício de 2004 foram liberados recursos <strong>no</strong> montante de R$78.134. Sobre o valor do principal<br />

224


incide juros à taxa de 1% ao a<strong>no</strong>, acima da taxa média anual ajustada da Selic, capitalizados <strong>no</strong> dia 15 de cada mês desde a<br />

data da liberação dos recursos até o dia 14 de dezembro de 2004 e exigíveis mensalmente a partir do dia 15 de dezembro de<br />

2004, juntamente com as prestações do principal e com vencimento final em 15 de <strong>no</strong>vembro de 2006, com garantia em conta<br />

bancária através de vinculação do valor equivalente a 2,77% do faturamento mensal da Companhia.<br />

BNDES - Recomposição Tarifária Extraordinária - Contrato firmado em 13 de fevereiro de 2002, em consonância com<br />

o Acordo Geral do Setor Elétrico e Lei n.º 10.438/02. No exercício de 2002 foram liberados recursos <strong>no</strong> montante de<br />

R$306.105, equivalentes a 90% do valor da Perda de Receita e Conta de Compensação de Variação de Itens da Parcela “A”<br />

de 1º de janeiro de 2001 a 25 de outubro de 2001. Sobre o valor do principal incide juros à taxa de 1% ao a<strong>no</strong>, acima da<br />

taxa média anual ajustada da Selic. A parcela de crédito <strong>no</strong> valor original de R$250.736 e respectivos juros está sendo<br />

amortizada mensalmente desde março de 2002, em 55 prestações mensais e sucessivas com vencimento final em 15 de<br />

setembro de 2006 e a parcela de crédito <strong>no</strong> valor original de R$55.369 deverá ser amortizada em 9 prestações mensais e<br />

sucessivas, vencendo-se a primeira em 15 de outubro de 2006 e a última em 15 de junho de 2007 e, durante a carência, os<br />

juros estão sendo integralizados ao principal do empréstimo. Ambos com garantia em conta bancária através de vinculação<br />

do valor equivalente a 3,77%, do faturamento mensal da Companhia.<br />

Contas Garantidas - Referem-se a empréstimos obtidos junto a diversas instituições financeiras nacionais, para cobertura<br />

do fluxo de caixa operacional, com taxa de juros média de 104,5% do CDI, garantidas por <strong>no</strong>tas promissórias.<br />

Eletrobrás:<br />

Programa Luz <strong>no</strong> Campo - Contrato firmado em 1º de junho de 2000. Recursos liberados <strong>no</strong> montante de R$2.986<br />

(R$1.635 em 10/08/2000 e R$1.351 em 06/12/2004). Sobre o saldo devedor corrigido incide juros de 5% ao a<strong>no</strong> e taxa de<br />

administração de 1% ao a<strong>no</strong>, ambos vencíveis mensalmente, a partir de 30 de setembro de 2002. O saldo devedor será pago<br />

em 60 parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendo-se a primeira em 30/09/2002 e a última em 30/08/2007. Garantia<br />

em <strong>no</strong>tas promissórias e vinculação de receita própria.<br />

Programa Reluz - Contrato firmado em 19 de dezembro de 2002. Recurso liberado <strong>no</strong> valor de R$511 em 05 de dezembro de<br />

2003. Sobre o saldo devedor corrigido incide juros de 5% ao a<strong>no</strong> e taxa de administração de 1,5% ao a<strong>no</strong>, ambos vencíveis<br />

mensalmente, a partir de 30 de julho de 2005. O saldo devedor será pago em 36 parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendose<br />

a primeira em 30/07/2005 e a última em 30/06/2008. Garantia em <strong>no</strong>tas promissórias e vinculação de receita própria.<br />

Programa Luz para Todos - Contrato firmado em 28 de maio de 2004. Linha de crédito <strong>no</strong> valor de R$11.523, a título de<br />

financiamento e R$1.773,a título de subvenção econômica. Recursos liberados <strong>no</strong> montante de R$3.457 (R$1.152 em 22/07/2004<br />

e R$2.305 em 05/08/2005), a título de financiamento e R$532, a título de subvenção econômica. Sobre o saldo devedor corrigido<br />

incide juros de 5% ao a<strong>no</strong> e taxa de administração de 1% ao a<strong>no</strong>, ambos vencíveis mensalmente, a partir de 30 de julho de 2004.<br />

O saldo devedor será pago em 120 parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendo-se a primeira em 30/08/2006 e a última em<br />

30/07/2016. Sobre o saldo não desembolsado incide uma comissão de reserva de crédito de 1% ao a<strong>no</strong>, vencível <strong>no</strong> dia 30 de<br />

cada mês, até o encerramento do crédito. Garantia em <strong>no</strong>tas promissórias e vinculação de receita própria.<br />

Os vencimentos das parcelas de principal e encargos estão descritos a seguir:<br />

Tipo de moeda<br />

Vencimento Nacional Estrangeira Total<br />

Circulante<br />

2006 281.415 116.613 398.028<br />

Subtotal 281.415 116.613 398.028<br />

Longo prazo<br />

2007 77.236 87.809 165.045<br />

2008 1.841 82.875 84.716<br />

2009 1.250 34.925 36.175<br />

2010 869 18.992 19.861<br />

2011 346 17.968 18.314<br />

2012 346 4.356 4.702<br />

2013 346 346<br />

2014 346 346<br />

Após 2014 547 547<br />

Subtotal 83.127 246.925 330.052<br />

Total 364.542 363.538 728.080<br />

225


14 – Obrigações estimadas<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Folha de pagamento 12.018 10.855<br />

INSS e FGTS 2.597 2.226<br />

Total 14.615 13.081<br />

Refere-se a provisão de férias e respectivas gratificações e encargos sociais, além da provisão para Participação <strong>no</strong>s Lucros<br />

e Resultados do exercício de 2005.<br />

15 – Taxas regulamentares<br />

As obrigações a recolher, derivadas de encargos estabelecidos pela legislação do setor elétrico, são as seguintes:<br />

Encargo 31/12/2005 31/12/2004<br />

Quota de Reserva Global de Reversão – RGR 1.254 2.509<br />

Quota da Conta de Consumo de Combustível - CCC 620 10.377<br />

Conta de Desenvolvimento Energético – CDE 6.871 4.931<br />

Taxa de fiscalização – ANEEL 410 343<br />

Total 9.155 18.160<br />

16 – Depósitos vinculados a litígios e provisão para contingências – curto e longo prazo<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Valor da Provisão Depósito Valor da Provisão Depósito<br />

No exercício Acumulada Judicial No exercício Acumulada Judicial<br />

Trabalhistas 3.514 5.962 2.854 (3.184) 2.448 2.632<br />

Cíveis 6.748 42.286 617 3.961 35.538 830<br />

Fiscais 5.715 57.129 20.410 3.619 51.414 13.643<br />

15.977 105.377 23.881 4.396 89.400 17.105<br />

16.1 – Trabalhistas<br />

Ações ajuizadas correspondentes aos períodos posteriores a 1º de janeiro de 1998, conforme protocolo de cisão parcial da<br />

Eletropaulo - Eletricidade de São Paulo S.A. Subseqüentemente, <strong>no</strong>s termos do Protocolo de Cisão Parcial da Bandeirante,<br />

ocorrida em 1º de outubro de 2001, cada concessionária (Bandeirante e Piratininga) é responsável pelas obrigações<br />

correspondentes aos empregados alocados nas respectivas regiões assumidas por cada Companhia, enquanto que as ações<br />

corporativas serão assumidas na proporção percentual dos controladores (Bandeirante e Piratininga) determinada <strong>no</strong><br />

respectivo protocolo de cisão.<br />

16.2 – Cíveis<br />

Refere-se principalmente a pedidos de restituição dos valores pagos a título de majoração tarifária, efetuados pelos<br />

consumidores industriais em decorrência da aplicação das Portarias DNAEE n.º 38, de 27 de fevereiro de 1986 e n.º 45,<br />

de 4 de março de 1986 - Pla<strong>no</strong> Cruzado, que vigoraram de março a <strong>no</strong>vembro daquele a<strong>no</strong>. Os valores originais estão<br />

atualizados de acordo com a sistemática praticada <strong>no</strong> âmbito do Poder Judiciário.<br />

16.3 – Fiscais<br />

16.3.1 – COFINS<br />

Majoração de Alíquota - A Companhia está questionando judicialmente as alterações na COFINS advindas da Lei n.º 9718, de<br />

27 de <strong>no</strong>vembro de 1998. Em 1º de julho de 1999, obteve liminar possibilitando o recolhimento desse tributo, até o mês de<br />

dezembro de 1999, na forma da legislação anterior, ou seja, 2% sobre o faturamento, com efeitos retroativos a 1º de fevereiro<br />

de 1999. O saldo provisionado referente o diferencial de base e adicional de 1%, em 31 de dezembro de 2005, é de R$50.025.<br />

16.3.2 – Imposto de renda<br />

Contestação da indedutibilidade da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na apuração do Imposto de Renda dos<br />

exercícios de 2001 e 2002. A provisão em 31 de dezembro de 2005 é de R$7.104.<br />

226


16.4 – A administração entende que todas as provisões constituídas são suficientes para cobrir eventuais perdas com os<br />

processos em andamento. Com base na opinião de <strong>no</strong>ssos consultores jurídicos foram provisionados todos os processos<br />

judiciais, cuja probabilidade de perda foi estimada como provável para a Companhia.<br />

Adicionalmente, existem processos de naturezas trabalhistas, cíveis e fiscais em andamento em um montante total de<br />

R$33.161 (R$7.784 em 2004), cuja perda foi estimada como possível, com base na opinião dos consultores jurídicos, não<br />

requerendo a constituição de provisão nas demonstrações financeiras.<br />

17 – Benefícios pós-emprego<br />

17.1 – Composição do saldo<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo<br />

BSPS - Reservas a amortizar 13.148 88.157 12.451 92.569<br />

Programas assistenciais 4.436 3.460<br />

Total 17.584 88.157 15.911 92.569<br />

A Companhia é patrocinadora da FUNDAÇÃO CESP, entidade fechada de previdência privada, sem fins lucrativos, que<br />

tem por finalidade gerar e administrar um conjunto de pla<strong>no</strong>s de benefícios previdenciários em favor de empregados e exempregados,<br />

através do Pla<strong>no</strong> de Suplementação de Aposentadoria e Pensão - PSAP/Bandeirante<br />

Esse pla<strong>no</strong> de benefícios têm suas reservas matemáticas calculadas atuarialmente, segundo o regime de capitalização sendo<br />

as mesmas reavaliadas anualmente.<br />

Pla<strong>no</strong> de Benefício Suplementar Proporcional Saldado - BSPS - Corresponde aos benefícios proporcionais dos<br />

empregados, calculados com base <strong>no</strong> tempo de serviço até março de 1998. O valor de R$101.305, apurado em 31 de<br />

dezembro de 2005, de acordo com a deliberação CVM nº 371, de 13 de dezembro de 2000, corresponde à parcela de<br />

benefícios excedente aos ativos do pla<strong>no</strong>. O déficit será liquidado em 240 meses, contados a partir de setembro de 1997,<br />

com base em percentual sobre a folha de salários, podendo ser revisado semestralmente para assegurar a liquidação do<br />

saldo <strong>no</strong> período acima. O percentual de contribuição atual é de 28,16% e para o primeiro semestre de 2006 é de 26,89%.<br />

Pla<strong>no</strong> BD - Vigente até 31 de março de 1998 - Pla<strong>no</strong> de Benefício Saldado, do tipo Benefício Definido, que concede<br />

Benefício Suplementar Proporcional Saldado (BSPS), na forma de renda vitalícia reversível em pensão, aos participantes<br />

inscritos até 31 de março de 1998, de valor definido em função da proporção do tempo de serviço passado acumulado até<br />

a referida data, a partir do cumprimento dos requisitos regulamentares de concessão. A responsabilidade total pela<br />

cobertura das insuficiências atuariais desse pla<strong>no</strong> é da Companhia.<br />

Pla<strong>no</strong> BD - Vigente após 31 de março de 1998 - Pla<strong>no</strong> do tipo Benefício Definido, que concede renda vitalícia reversível<br />

em pensão, relativamente ao tempo de serviço passado acumulado após 31 de março de 1998, na base de 70% da média<br />

salarial mensal real, referente aos últimos 36 meses de atividade. No caso de morte em atividade e de entrada em invalidez,<br />

os benefícios incorporam todo o tempo de serviço passado (inclusive o acumulado até 31 de março de 1998) e, portanto,<br />

não incluem apenas o tempo de serviço passado acumulado após 31 de março de 1998. A responsabilidade pela cobertura<br />

das insuficiências atuariais desse pla<strong>no</strong> é paritária entre a Companhia e os participantes.<br />

Pla<strong>no</strong> CD - Implantado junto com o Pla<strong>no</strong> BD vigente após 31 de março de 1998, é um pla<strong>no</strong> previdenciário que, até a concessão<br />

da renda vitalícia, reversível (ou não) em pensão, é do tipo Contribuição Definida, não gerando qualquer responsabilidade atuarial<br />

para a Companhia. Somente após a concessão da renda vitalícia, reversível (ou não) em pensão, é que o Pla<strong>no</strong> Previdenciário<br />

passa a ser do tipo Benefício Definido e, portanto, passa a poder gerar responsabilidade atuarial à Companhia.<br />

Apresenta-se, a seguir, a demonstração do número de participantes do Pla<strong>no</strong>.<br />

227<br />

PSAP<br />

Participantes Ativos 1.222<br />

Participantes Assistidos:<br />

Com benefícios diferidos 179<br />

Aposentados e Pensionistas 292<br />

471<br />

Total 1.693


Na qualidade de patrocinadora, a Bandeirante contribui com uma parcela mensal proporcional à contribuição realizada<br />

pelos participantes da Fundação CESP de acordo com o estabelecido <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> de benefícios. No exercício de 2005 foram<br />

realizadas contribuições <strong>no</strong> montante de R$ 16.819 (R$ 15.257 em 2004).<br />

A posição atuarial dos pla<strong>no</strong>s BSPS e Misto, em 31 de dezembro de 2005, fornecida pela Fundação CESP é a seguinte:<br />

BSPS (*) Pla<strong>no</strong> Misto (*)<br />

31/12/05 31/12/04 31/12/05 31/12/04<br />

Reservas Matemáticas<br />

Benefícios Concedidos 83.393 62.743 14.100 16.336<br />

Benefícios a Conceder 155.024 146.335 60.685 50.513<br />

Superávit Técnico 14.981 13.689<br />

Patrimônio<br />

(*) Não auditado.<br />

238.417 209.078 89.766 80.538<br />

Conforme estabelecido pela Deliberação CVM n.º 371, de 13 de dezembro de 2000, a partir de 1.º de janeiro de 2002 as<br />

companhias abertas estão obrigadas a contabilizar passivos oriundos de benefícios pós-emprego, com base nas regras<br />

estabelecidas <strong>no</strong> Pronunciamento NPC n.º 26, do IBRACON.<br />

Para atendimento à essa exigência a Bandeirante contratou atuários independentes, para realização de avaliação atuarial<br />

desses benefícios, segundo o Método da Unidade de Crédito Projetado. As principais premissas utilizadas na avaliação<br />

atuarial dos benefícios foram as seguintes:<br />

Taxas Nominais Taxas Nominais<br />

Econômicas 2005 2004<br />

Taxa de desconto 10,75% a.a. 10.76% a.a.<br />

Taxa de retor<strong>no</strong> esperado dos ativos 12,20% a.a. 10,76%a.a.<br />

Crescimento dos benefícios da previdência<br />

Social e do pla<strong>no</strong> de benefícios 4,50% a.a. 4,00% a.a.<br />

Inflação 4,50% a.a. 4,00% a.a.<br />

Fator de capacidade – Salários e Benefícios 100,00% 98,00%<br />

Demográficas<br />

Tábua de mortalidade GAM - 83 GAM – 83<br />

Tábua de mortalidade de inválidos RP 2000 Disability IAPB – 55<br />

Tábua de entrada em invalidez TASA 27 Light média<br />

Tábua de rotatividade Nula a partir de 3 a<strong>no</strong>s de filiação Nula a partir de 3 a<strong>no</strong>s de filiação<br />

ao Pla<strong>no</strong> de Benefícios ao Pla<strong>no</strong> de Benefícios<br />

A avaliação atuarial de 31 de dezembro de 2005 mostrou que o PSAP/Bandeirante, o valor presente das obrigações<br />

atuariais líquido do valor justo dos ativos, ajustado pelo diferimento de perdas atuariais, apresenta-se deficitário,<br />

conforme demonstrado a seguir:<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Valor presente das obrigações atuariais total ou parcialmente cobertas (348.630) (257.173)<br />

Valor justo dos ativos 184.479 152.259<br />

(164.151) (104.914)<br />

Valor das perdas atuariais não reconhecidas 62.846 (106)<br />

Total (101.305) (105.020)<br />

No exercício de 2005, foi registrado o valor de R$3.715 a crédito do resultado (R$656 em 31/12/2004), em contrapartida<br />

ao passivo exigível a longo prazo, face a indicação de redução do passivo atuarial pelo laudo.<br />

A despesa líquida com o PSAP/Bandeirante, a ser reconhecida <strong>no</strong> resultado de 2006, terá a seguinte composição:<br />

Custo do serviço corrente 1.350<br />

Custos dos juros 37.008<br />

Rendimentos esperados dos ativos (23.215)<br />

Amortização de perdas atuariais não reconhecidas 1.430<br />

Contribuições esperadas dos empregados (3.425)<br />

Total 13.148<br />

228


18 – Patrimônio Líquido<br />

18.1 – Capital Social<br />

Quantidade de Ações<br />

Acionistas Ordinárias % Preferenciais % Total %<br />

Em 31 de dezembro de 2004<br />

<strong>EDP</strong> – Energias do<br />

<strong>Brasil</strong> S.A. 15.208.129.233 97,75 22.517.337.283 95,69 37.725.466.516 96,50<br />

Cia. Metropolita<strong>no</strong><br />

de São Paulo – METRÔ 350.832.212 2,25 350.832.212 0,90<br />

Universidade de São Paulo 80.303.382 0,34 80.303.382 0,21<br />

Outros 6.021 935.126.906 3,97 935.132.927 2,39<br />

15.558.967.466 100,00 23.532.767.571 100,00 39.091.735.037 100,00<br />

Em 31 de dezembro de 2005<br />

<strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. 39.091.735.037 100,00 39.091.735.037 100,00<br />

No âmbito da reorganização societária descrita na Nota 28, os acionistas não controladores da Bandeirante, detentores de<br />

ações ordinárias e preferenciais, garantido o direito de retirada dos dissidentes, passaram a ser detentores de ações<br />

ordinárias <strong>no</strong>minativas, sem valor <strong>no</strong>minal, da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. e esta, por sua vez, passou a ser detentora da<br />

totalidade das ações da Bandeirante, realizando-se as necessárias alterações em seu Estatuto Social afim de adequá-lo à<br />

condição de empresa subsidiária integral da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A..<br />

18.2 – Dividendos<br />

As ações têm direito a dividendos mínimos de 25% do lucro líquido ajustado, na forma da Lei, podendo a ele ser imputado,<br />

integrando o montante dos dividendos distribuídos pela Companhia, para todos os efeitos legais e <strong>no</strong>s termos da Lei n°<br />

9.249, de 26 de dezembro de 1995, e regulamentação posterior, o valor dos juros sobre capital próprio (JSCP) pagos ou<br />

creditados, individualmente aos acionistas, a título de remuneração do capital próprio.<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Lucro Líquido Apurado <strong>no</strong> Exercício 41.420 129.818<br />

Ajuste de Exercícios Anteriores (24.289)<br />

Lucro Líquido Ajustado 17.131 129.818<br />

Constituição da Reserva Legal - 5% (857) (6.491)<br />

Lucro Líquido Ajustado 16.274 123.327<br />

Dividendos 30.394 88.837<br />

Dividendos oriundos do Lucro Líquido Ajustado - 25% (25% em 2004)<br />

Dividendos Intermediários 4.069 11.995<br />

Dividendos a Pagar 18.837<br />

4.069 30.832<br />

Dividendos oriundos da reversão parcial da Reserva de Retenção de Lucros:<br />

Dividendos Intermediários 26.325 58.005<br />

26.325 58.005<br />

Constituição da Reserva de Retenção de Lucros 12.205 92.495<br />

Dividendos por ação:<br />

Ordinárias 0,000778 0,002143<br />

Preferenciais 0,002358<br />

229


Em 28 de dezembro de 2005, o Conselho de Administração da Companhia aprovou o crédito de juros sobre capital próprio,<br />

<strong>no</strong> montante bruto de R$30.394, imputáveis aos dividendos a serem distribuídos pela Companhia em data a ser deliberada<br />

para pagamento dos dividendos, os quais foram contabilizados em despesas financeiras, conforme requerido pela<br />

legislação fiscal. Para efeito destas demonstrações financeiras, esses juros foram reclassificados para o patrimônio líquido<br />

conforme Deliberação CVM nº 207/96.<br />

18.3 – Reservas<br />

31/12/2005 31/12/2004<br />

Reservas de Capital:<br />

Doações e subvenções para investimento 177.342 177.342<br />

Incentivos fiscais 787 787<br />

Ágio na incorporação de sociedade (Nota 9.1.2) 156.599 156.599<br />

Reservas de Lucros:<br />

334.728 334.728<br />

Legal 16.609 15.752<br />

Retenção de lucros 80.104 94.224<br />

18.3.1 – Reserva de Retenção de Lucros<br />

96.713 109.976<br />

A Reserva de Retenção de Lucros tem sido constituída em conformidade com o art. 196 da Lei 6.404/76, para viabilizar o<br />

Programa de Investimentos da Companhia, que se encontra previsto <strong>no</strong> orçamento de capital, a ser submetido à Assembléia<br />

Geral Ordinária.<br />

A Administração da Companhia, em função das adequações efetuadas na sua estrutura de capital e do custo médio de<br />

capital compatível com o seu negócio, reverteu o montante de R$ 26.325 (R$ 58.005 em 2004) para distribuição de<br />

dividendos.<br />

18.4 – Ajustes de exercícios anteriores<br />

Em cumprimento ao Ofício ANEEL nº 176, de 28 de <strong>no</strong>vembro de 2005 e <strong>no</strong> Comunicado Técnico IBRACON nº 3, de 23<br />

de janeiro de 2006, a Companhia reconheceu o valor total do passivo referente aos valores devidos e ainda não aplicados<br />

<strong>no</strong> Programa de Eficientização Energética -PEE, <strong>no</strong> montante de R$28.401 sendo o saldo acumulado até 31 de dezembro<br />

de 2004, <strong>no</strong> montante de R$24.289, reconhecido diretamente <strong>no</strong> Patrimônio líquido e o saldo restante, <strong>no</strong> montante de<br />

R$4.112, incluindo a atualização com base na Selic, <strong>no</strong> resultado de 2005, nas rubricas “Despesas operacionais e Despesas<br />

financeiras”. Adicionalmente, a Companhia possui em 31 de dezembro de 2005 saldo a aplicar decorrente dos recursos<br />

recebidos por conta do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), <strong>no</strong> montante de R$10.803, não registrado em<br />

função de não possuir elementos suficientes para essa decisão.<br />

230


19 – Receita operacional líquida<br />

231


19.1 – Encargo de capacidade emergencial<br />

Instituído pela Medida Provisória n.º 14, de 21 de dezembro de 2001, convertida na Lei n.º 10.438 de 26 de abril de 2002,<br />

tem por objetivo a cobertura dos custos necessários à contratação de capacidade de geração ou potencia de energia elétrica,<br />

pela Comercializadora <strong>Brasil</strong>eira de Energia Emergencial - CBEE. As concessionárias distribuidoras de energia elétrica são<br />

responsáveis pelo faturamento desse encargo tarifário que atinge a todas as classes consumidoras, exceto residencial<br />

classificada como baixa renda, tomando por base o consumo individual verificado.<br />

O encargo cobrado é integralmente repassado a CBEE, de acordo com o valor arrecadado, líquido dos tributos gerados.<br />

19.2 – Consumidores de baixa renda<br />

A Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, estabeleceu as diretrizes para enquadramento na subclasse residencial baixa renda,<br />

da unidade consumidora com consumo mensal inferior a 80 kWh, tendo o Decreto nº 4.336, de 15 de agosto de 2002,<br />

ampliado a regulamentação de enquadramento, para unidades consumidoras com consumo mensal entre 80 e 220 kWh.<br />

Em decorrência da <strong>no</strong>va classificação, a Companhia procedeu ao levantamento mensal dos ganhos e perdas de receitas,<br />

sendo que os montantes homologados até o momento estão apresentados na Nota 4.<br />

20 – Gastos operacionais<br />

2005 2004<br />

Não gerenciáveis<br />

Energia elétrica comprada para revenda<br />

Contratos iniciais 215.507 454.802<br />

Itaipu 341.982 365.530<br />

Leilão 120.303<br />

Outros supridores 140.870 35.713<br />

Apropriação da CVA 45.335 (12.407)<br />

Amortização da CVA (58.429) (5.834)<br />

Energia livre<br />

Encargo de uso do sistema de transmissão e distribuição<br />

15.187<br />

Encargo de uso e conexão 273.193 250.349<br />

Apropriação da CVA 15.201 (15.182)<br />

Amortização da CVA 17.305 2.827<br />

Encargo de serviços do sistema 45.681 5.438<br />

Conta de Desenvolvimento Energético - CDE 102.428 55.924<br />

Conta de Consumo de Combustível - CCC 145.129 85.295<br />

Programa de racionamento de energia 505 2.757<br />

Taxa de fiscalização 4.315 3.202<br />

FNDCT e eficiência energética 5.125 3.916<br />

1.414.450 1.247.517<br />

Gerenciáveis<br />

Pessoal, administradores e entidade de previdência privada 97.362 94.922<br />

Material 7.997 6.564<br />

Serviços de terceiros 98.691 87.884<br />

Depreciação e amortização 90.684 84.506<br />

Provisão para crédito de liquidação duvidosa/perdas líquidas 29.682 34.682<br />

Provisões para contingências 7.191 (2.307)<br />

Arrendamentos e aluguéis 4.707 3.256<br />

Outras 41.478 18.415<br />

377.792 327.922<br />

Total 1.792.242 1.575.439<br />

232


21 – Resultado financeiro<br />

2005 2004<br />

Receitas financeiras<br />

Renda de aplicações financeiras 425 830<br />

Variação monetária e acréscimo moratório da energia vendida 36.166 30.676<br />

Operações de swap e hedge<br />

Selic sobre parcela “A”, perda de receita, energia livre e deferimento<br />

13.833 7.087<br />

da revisão tarifária ordinária (25.415) 88.419<br />

PIS e COFINS sobre receitas financeiras (1) (8.456)<br />

Variações monetárias moeda nacional 6.787 1.041<br />

Selic sobre tributos e contribuições sociais compensáveis 1.112 5.943<br />

Descontos obtidos 3.141 1.167<br />

Outras receitas financeiras 1.121 1.827<br />

37.169 128.534<br />

Despesas financeiras<br />

Variação monetária e acréscimo moratório da energia comprada (199) (509)<br />

Encargos de dívidas (96.262) (105.263)<br />

Variações monetárias moeda nacional (1.467) (1.489)<br />

Juros e multa - COFINS - Provisão (4.229) (3.619)<br />

Operações de swap e hedge (117.968) (79.674)<br />

Selic sobre Energia Livre, CVA ENERG 24.992 (18.663)<br />

CPMF (11.651) (12.554)<br />

Créditos de PIS e COFINS sobre despesas financeiras 7.177<br />

Juros sobre Capital Próprio (30.394) (51.128)<br />

Outras despesas financeiras (17.418) (3.811)<br />

(254.596) (269.533)<br />

Variações cambiais dos empréstimos - líquidas 42.000 27.367<br />

Outras variações cambiais - líquidas 111<br />

Total (175.316) (113.632)<br />

22 – ENCARGOS FINANCEIROS E VARIAÇÕES MONETÁRIAS CAPITALIZADAS<br />

De acordo com a Instrução Contábil n.º 10 item 4, do Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica e<br />

a Instrução CVM n.º 193, de 11 de julho de 1996, foram transferidos para o Ativo Imobilizado em Curso os seguintes<br />

valores:<br />

2005 2004<br />

Encargos de dívidas contabilizados <strong>no</strong> resultado 96.376 106.011<br />

Transferência para o imobilizado em curso (114) (748)<br />

Efeito líquido <strong>no</strong> resultado 96.262 105.263<br />

Variações monetárias e cambiais contabilizadas <strong>no</strong> resultado (41.830) (27.017)<br />

Transferência para o imobilizado em curso 148 17<br />

Efeito líquido <strong>no</strong> resultado (41.682) (27.000)<br />

Operações de swap contabilizadas <strong>no</strong> resultado 100.944 70.128<br />

Transferência para o imobilizado em curso (392) (812)<br />

Efeito líquido <strong>no</strong> resultado 100.552 69.316<br />

Total capitalizado (358) (1.543)<br />

233


23 – Imposto de Renda e Contribuição Social<br />

Imposto de Renda Contribuição Social<br />

2005 2004 2005 2004<br />

Lucro antes do IR e CSLL 10.221 133.897 10.221 133.897<br />

Adições 348.060 309.745 341.938 306.127<br />

Exclusões (200.713) (120.505) (200.713) (120.505)<br />

157.568 323.137 151.446 319.519<br />

Compensação 30% (até limite do prejuízo) (47.270) (96.941) (45.434) (95.856)<br />

110.298 226.196 106.012 223.663<br />

Alíquotas Nominais de IR e CSLL 25% 25% 9% 9%<br />

Provisão de IR e CSLL (27.575) (56.549) (9.541) (20.130)<br />

Incentivos Fiscais 1.027 1.712<br />

Outros 291 6.855 104 2.281<br />

IR e CSLL - Diferidos 27.143 7.454 9.356 3.170<br />

Total 886 (40.528) (81) (14.679)<br />

24 – Remuneração dos administradores<br />

Foi aprovada em Assembléia Geral Ordinária realizada em 28 de março de 2005, remuneração anual e global dos membros<br />

do Conselho de Administração e da Diretoria de até R$5.150.<br />

25 – Seguros<br />

A Companhia mantém contratos de seguros com coberturas determinadas por orientação de especialistas, levando em conta<br />

a natureza e o grau de risco, por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais perdas significativas sobre seus<br />

ativos e responsabilidades. As premissas de riscos adotadas, dada a sua natureza, não fazem parte do escopo de uma<br />

auditoria de demonstrações financeiras, conseqüentemente não foram examinadas pelos <strong>no</strong>ssos auditores independentes.<br />

Os principais valores em risco com coberturas de seguros são:<br />

Descrição 31/12/2005<br />

Subestações 307.777<br />

Almoxarifados 5.366<br />

Prédios e Conteúdos (próprios) 18.956<br />

Prédios e Conteúdos (terceiros) 24.160<br />

Transportes (materiais) 12.000<br />

Responsabilidade Civil 5.724<br />

Transportes (Veículos) 1.300<br />

Acidentes Pessoais 5.040<br />

26 – Instrumentos financeiros<br />

26.1 – Considerações gerais<br />

A utilização de instrumentos e operações envolvendo taxas de juros, como diretriz da Administração, tem por objetivo<br />

proteger a Companhia das variações <strong>no</strong> câmbio de moedas estrangeiras em relação ao Real, nas suas operações ativas e<br />

passivas.<br />

A Administração avalia que, nas aplicações financeiras de suas disponibilidades, os riscos são mínimos, pois não existe<br />

concentração e as operações são realizadas com bancos de reconhecida solidez.<br />

26.2 – Valor de mercado dos instrumentos financeiros<br />

Os valores de mercado dos principais instrumentos financeiros da Companhia aproximam-se dos valores contábeis,<br />

destacando-se os Empréstimos e Financiamentos e Operações de Hedge (Nota 13). Os valores de mercado, quando<br />

aplicável, foram calculados conforme o valor presente desses instrumentos financeiros, considerando taxas de juros<br />

praticadas pelo mercado para operações de riscos e operações similares.<br />

234


26.3 – Risco de crédito<br />

Outro instrumento financeiro capaz de expor a Companhia ao risco de crédito é representado por contas a receber que, <strong>no</strong><br />

entanto, é atenuado pela venda a uma base de clientes pulverizada e pela possibilidade de corte <strong>no</strong> fornecimento de energia<br />

elétrica dos consumidores inadimplentes. Adicionalmente, os valores da CCEE também representam risco, <strong>no</strong> contexto<br />

descrito na <strong>no</strong>ta 5.1.<br />

26.4 – Operações de hedge<br />

A Companhia, com o intuito de eliminar a exposição de todas as suas dívidas em dólar às oscilações da taxa de câmbio,<br />

possui em 31 de dezembro de 2005 operações de Hedge, apresentadas na <strong>no</strong>ta 13.<br />

27 – Novo modelo do setor elétrico<br />

Em 15 de março de 2004, o gover<strong>no</strong> federal promulgou a Lei nº 10.848 em um esforço para reestruturar o setor elétrico a<br />

fim de fornecer incentivos aos agentes privados e públicos para construir e manter a capacidade de geração e garantir o<br />

fornecimento de energia a tarifas moderadas, por meio de processos competitivos de leilões públicos de energia.<br />

Essa lei, chamada de Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, foi regulamentada por decretos emitidos a partir de maio de<br />

2004, estando sujeita ainda à regulamentação a ser emitida pela ANEEL e pelo MME. As principais características da Lei<br />

do Novo Modelo do Setor Elétrico incluem:<br />

• criação de dois ambientes distintos para comercialização de energia, com (1) um para contratação da energia<br />

destinada às empresas de distribuição, chamado Ambiente de Contratação Regulada, operado a partir de leilões de<br />

compra de energia; e (2) um outro mercado com regras de comercialização mais flexíveis, para geradores,<br />

consumidores livres e empresas de comercialização de energia, chamado Ambiente de Contratação Livre;<br />

• a obrigatoriedade, por parte das empresas de distribuição, de adquirir energia suficiente para satisfazer 100% de<br />

seu mercado;<br />

• existência de lastro físico de geração para toda a energia comercializada em contratos;<br />

• estabelecida a necessidade de desverticalização das empresas, separando, as atividades de distribuição daquelas de<br />

geração e transmissão, <strong>no</strong> prazo de 18 meses a contar da data de vigência da Lei nº 10.848, podendo esse prazo ser<br />

prorrogado, uma única vez, por igual período, condicionado à aprovação da ANEEL;<br />

• restrição ao auto-suprimento (self-dealing), ou seja, à compra pelas distribuidoras de energia elétrica de partes<br />

relacionadas;<br />

• cumprimento dos contratos assinados antes da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, a fim de proporcionar<br />

estabilidade às transações realizadas antes de sua promulgação; e<br />

• proibição de distribuidoras venderem energia elétrica aos consumidores livres a preços não regulamentados.<br />

Nesta fase de transição, em 07 de dezembro de 2004, segundo as regras do Novo Modelo do Setor Elétrico, foi realizado<br />

o Leilão de Energia Elétrica de Empreendimentos Existentes, tendo por objetivo a compra de energia elétrica proveniente<br />

de empreendimentos em operação, para atendimento às necessidades de mercado das distribuidoras a partir de janeiro de<br />

2005, janeiro de 2006 e janeiro de 2007, sendo todos os contratos com duração de 8 a<strong>no</strong>s.<br />

Ainda, em 2 de abril de 2005, ocorreu o segundo Leilão de Energia Elétrica de Empreendimentos Existentes, para entrega<br />

a partir do a<strong>no</strong> de 2008, também com contratos com duração de 8 a<strong>no</strong>s. Nesse leilão,o volume financeiro negociado foi da<br />

ordem de R$7,7 bilhões, a preços de abril de 2005. As geradoras venderam cerca de 93 milhões de MWh para as<br />

distribuidoras, a um preço médio R$83,13 o MWh, com suprimento entre 2008 e 2015.<br />

235


28 – Reorganização societária, desverticalização e oferta pública de ações<br />

Em 29 de abril de 2005, as Assembléias Gerais Extraordinárias das Companhias integrantes do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>,<br />

aprovaram a reorganização societária, que tem por objetivos:<br />

• simplificar a estrutura societária do Grupo Energias do <strong>Brasil</strong>, consolidando exclusivamente na <strong>EDP</strong> - Energias do<br />

<strong>Brasil</strong> S.A. a liquidez e a dispersão das ações de emissão das controladas de distribuição de energia elétrica,<br />

tornando-a responsável pela consolidação financeira e planejamento estratégico das empresas do Grupo;<br />

• otimizar a alocação dos recursos próprios ou obtidos de terceiros, com a finalidade de garantir o melhor retor<strong>no</strong><br />

possível aos acionistas;<br />

• implementar uma política de governança corporativa para melhorar a eficiência e transparência <strong>no</strong> processo<br />

decisório da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., tais como a ampliação dos direitos dos acionistas mi<strong>no</strong>ritários e<br />

melhoria na qualidade de informações prestadas;<br />

• realizar a adequação e os ajustes necessários para que seja implementada a política estratégica do Grupo, visando<br />

ao desenvolvimento dos negócios de distribuição, geração e comercialização de energia elétrica, levando-se em<br />

consideração o ambiente econômico e competitivo do País e as <strong>no</strong>vas regras do Setor Elétrico;<br />

• aproveitar a sinergia existente entre as atividades das controladas de distribuição, geração e comercialização,<br />

proporcionando um maior retor<strong>no</strong> do capital investido; e<br />

• facilitar o processo de desverticalização das atividades, exigido pela <strong>no</strong>va legislação do Setor Elétrico.<br />

A referida reorganização societária compreendeu os seguintes eventos, entre outros:<br />

(i) incorporação da Iven pela <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.;<br />

(ii) transformação da Enersul em subsidiária integral da Escelsa, por meio da incorporação de ações de emissão da<br />

Enersul pela Escelsa; e<br />

(iii) transformação da Escelsa e da Bandeirante em subsidiárias integrais da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., por meio<br />

da incorporação de ações da Escelsa e da Bandeirante pela <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A..<br />

Por meio da implementação da reorganização societária acima referida, os acionistas mi<strong>no</strong>ritários da Bandeirante, Escelsa,<br />

Enersul e Iven receberam ações da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. em troca da participação que detinham <strong>no</strong> capital das<br />

referidas sociedades.<br />

A implementação da reorganização societária constituiu ato preparatório para a desverticalização das atividades, conforme<br />

a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, permitindo a implementação da desverticalização <strong>no</strong> prazo legal, sem perdas para<br />

as estruturas de capital e societária das distribuidoras.<br />

A <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., a Escelsa e a <strong>EDP</strong> Investments & Services Limited, esta última uma controlada da <strong>EDP</strong><br />

– Energias de Portugal S.A., celebraram em 13 de junho de 2005 um Compromisso de Assunção de Dívida, o qual se tor<strong>no</strong>u<br />

eficaz em 07 de julho de 2005, por meio do qual a <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. assumiu a obrigação de pagar R$794.126<br />

da dívida da Escelsa para com a <strong>EDP</strong> Investments & Services Limited, representada por 10% Senior Notes com vencimento<br />

<strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2007. Em contrapartida, a Escelsa passou a ser devedora da <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. <strong>no</strong> montante de<br />

R$794.126. A assunção de parcela da dívida representada pelas 10% Senior Notes, conforme aqui descrito, foi aprovada<br />

pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.<br />

Em 31 de julho de 2005, foi implementada a segunda etapa do processo de reorganização societária, que teve por objetivo<br />

segregar as atividades de distribuição, transmissão e geração das controladas Escelsa e Enersul, em atendimento às regras<br />

de desverticalização estabelecidas pela Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico.<br />

A desverticalização das atividades deverá resultar em maior transparência na divulgação e apuração do resultado das<br />

operações da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., facilitando o acompanhamento das atividades pelos órgãos reguladores.<br />

236


A desverticalização compreendeu: (a) a cisão da Escelsa, com versão dos acervos cindidos para a <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong><br />

S.A., para a Energest e para a CESA; (b) a incorporação da Magistra pela <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.; (c) a cisão da<br />

Enersul com versão dos acervos cindidos para a Energest e para a Pantanal Energética Ltda.; e (d) a incorporação da<br />

Enercorp pela Energest. Após a implementação da segunda etapa da reorganização societária:<br />

(i) a Enersul, cujo capital era detido integralmente pela Escelsa, passou a ser uma controlada integral da <strong>EDP</strong> -<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.;<br />

(ii) a dívida da Escelsa com a <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., decorrente da assunção de dívida acima descrita, foi parte<br />

da parcela do acervo cindido da Escelsa incorporada pela <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., o que acarretou, mediante<br />

confusão entre credor e devedor da referida obrigação, a conseqüente extinção da dívida em questão;<br />

(iii) as geradoras CESA e Costa Rica, antes detidas direta e indiretamente pela Escelsa, respectivamente, passaram a<br />

ser controladas diretamente pela Energest, que por sua vez é diretamente controlada pela <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong><br />

S.A.; e<br />

(iv) outros ativos de geração antes detidos pela Escelsa e pela Enersul foram transferidos para a Energest, para a CESA<br />

e para a Pantanal Energética Ltda, todas direta ou indiretamente controladas pela <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A..<br />

A segunda etapa do processo de reorganização societária foi aprovada em Assembléias Gerais Extraordinárias da <strong>EDP</strong> -<br />

Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. e das demais sociedades envolvidas, realizadas em 30 de junho de 2005. Os eventos societários<br />

aprovados nas referidas assembléias tornaram-se eficazes e produziram efeitos a partir de 31 de julho de 2005. As<br />

aprovações do BNDES, bem como de outros credores, foram obtidas, sendo que algumas delas estabeleceram certos<br />

requisitos como divisão e aditamento de contratos, substituição de garantias e observância de certos índices financeiros.<br />

Ademais, a reorganização societária foi previamente aprovada pela ANEEL, conforme Resolução Autorizativa nº 164 de<br />

25 de abril de 2005, e Despacho nº 781, de 29 de junho de 2005.<br />

Subseqüentemente aos eventos acima, em 02 de setembro de 2005, houve um aumento de capital na Energest,<br />

integralmente subscrito pela <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. e integralizado mediante conferência das participações por ela<br />

detidas na CESA e na Pantanal Energética, com base <strong>no</strong>s respectivos valores contábeis.<br />

Em 13 de julho de 2005, foi publicado anúncio de início de distribuição pública primária e secundária de 62.192.668<br />

(sessenta e dois milhões, cento e <strong>no</strong>venta e dois mil, seiscentas e sessenta e oito) ações ordinárias, <strong>no</strong>minativas e escriturais,<br />

sem valor <strong>no</strong>minal, de emissão da <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. (a “Oferta”), sendo (i) 61.383.222 (sessenta e um milhões,<br />

trezentos e oitenta e três mil, duzentas e vinte e duas) ações ordinárias emitidas pela <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. com<br />

a exclusão do direito de preferência dos seus atuais acionistas e dentro do limite de capital autorizado previsto em seu<br />

Estatuto Social (a “Oferta Primária” e as “Ações Objeto da Oferta Primária”), e (ii) 809.446 (oitocentos e <strong>no</strong>ve mil,<br />

quatrocentos e quarenta e seis) ações ordinárias de titularidade do Clube de Investimento dos Empregados da Escelsa –<br />

CINVES e de outros Acionistas Vendedores que se qualificam como investidores não institucionais e quando em conjunto<br />

com as Ações Objeto da Oferta Primária, as “Ações”, ao preço de R$ 18,00 (dezoito reais) por Ação, perfazendo o<br />

montante total de R$ 1.119.468.<br />

O aumento de capital e a distribuição pública de Ações Objeto da Oferta Primária foram aprovados pela Reunião do<br />

Conselho de Administração da Companhia realizada em 13 de junho de 2005, e a fixação do preço de emissão das ações<br />

foi aprovada pela Reunião do Conselho de Administração da Companhia realizada em 12 de julho de 2005.<br />

De modo a subscrever seus Limites Máximos de Subscrição de Ações, a <strong>EDP</strong> - Energias de Portugal S.A. e suas<br />

controladas acionistas da <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. efetivaram pedidos de Reserva <strong>no</strong> valor total de R$ 670.000 ao<br />

Preço por Ação, resultando na subscrição de 37.222.222 ações ordinárias. Referidas ações foram integralizadas pela <strong>EDP</strong><br />

Investments & Services Limited, por conta e ordem da <strong>EDP</strong> - Energias de Portugal S.A. e suas controladas acionistas da<br />

<strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A., mediante capitalização de parcela do crédito detido pela <strong>EDP</strong> Investments & Services<br />

Limited contra a <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. em razão da assunção de dívida acima descrita.<br />

237


As Ações existentes e emitidas garantem a seus titulares os seguintes direitos:<br />

(a) Direito de voto nas deliberações das assembléias gerais da Companhia, sendo que cada Ação corresponderá a um voto;<br />

(b) Direito ao recebimento de dividendo anual de, <strong>no</strong> mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado<br />

na forma do artigo 202 da Lei das Sociedades por Ações; e<br />

(c) Direito a serem incluídas em oferta pública de aquisição de ações (tag-along) em decorrência da alienação de<br />

controle da Companhia, a 100% (cem por cento) do preço pago por ação ordinária integrante do bloco de controle.<br />

As Ações farão jus a todos os demais benefícios a elas assegurados, inclusive ao recebimento integral de dividendos e<br />

demais proventos de qualquer natureza que vierem a ser declarados pela <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. a partir da data de<br />

sua subscrição ou aquisição, referentes ao período iniciado em 1º de janeiro de 2005, <strong>no</strong>s termos da Lei das Sociedades por<br />

Ações, do Regulamento de Listagem do Novo Mercado e do Estatuto Social da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A..<br />

Em 08 de agosto de 2005 a quantidade total de Ações objeto da Oferta foi acrescida de um lote suplementar de 3.624.150<br />

ações ordinárias de emissão da <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A, conforme opção para aquisição de ações adicionais outorgada<br />

pela <strong>EDP</strong> – Energias do <strong>Brasil</strong> S.A. aos bancos coordenadores da Oferta, nas mesmas condições e preço das Ações<br />

inicialmente ofertadas, que teve a finalidade de atender a um excesso de demanda <strong>no</strong> decorrer da Oferta.<br />

29 - Participação recíproca<br />

Por ocasião da reestruturação societária ocorrida em 29 de abril de 2005, conforme descrito na <strong>no</strong>ta 28, os acionistas da<br />

Bandeirante que exerceram seu direito de recesso tiveram suas ações adquiridas pela Companhia, na forma da Lei<br />

6.404/76. As referidas ações foram, <strong>no</strong> âmbito da mesma reorganização, incorporadas pela <strong>EDP</strong> - Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.<br />

e, em decorrência dessa incorporação, a Bandeirante passou a deter, a partir de 15 de julho de 2005, 15.601 ações da <strong>EDP</strong><br />

- Energias do <strong>Brasil</strong> S.A.<br />

Nos termos do art. 244, §5º da Lei 6.404/76, a participação recíproca decorrente de incorporação, fusão, cisão ou aquisição,<br />

pela Companhia, do controle de sociedade, deve ser eliminada <strong>no</strong> prazo máximo de 1 (um) a<strong>no</strong>.<br />

Nesse sentido, observada as <strong>no</strong>rmas aplicáveis, incluindo as regras de lock-up previstas <strong>no</strong> Regulamento de Listagem do<br />

Novo Mercado de Ações da BOVESPA, referida participação recíproca será oportunamente eliminada.<br />

30 – Evento subseqüente<br />

Em 31 de janeiro de 2006 através de Comunicado ao Mercado, a Companhia divulgou que, em reunião do dia 30 de janeiro<br />

de 2006, o seu Conselho de Administração aprovou a contratação de linha de financiamento de longo prazo, com o objetivo<br />

de alongar o perfil de seu endividamento, redução dos custos financeiros e diversificação das fontes de financiamento. A<br />

operação se dará <strong>no</strong>s seguintes termos:<br />

Valor: R$ 250.000;<br />

Remuneração: 106,3% do CDI; e<br />

Prazo: 5 a<strong>no</strong>s<br />

A referida linha, se desembolsada, contará com o pagamento de juros semestrais, prazo de carência de 3 (três) a<strong>no</strong>s para a<br />

amortização do principal e poderá ser substituída por emissões de debêntures da Companhia, hipótese em que as<br />

características e custos de tais emissões serão objeto de deliberações societárias da Companhia.<br />

238


Informações complementares<br />

239


240


• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao<br />

Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de 2004, com respectivo<br />

Parecer dos Auditores Independentes e Relatório da Administração<br />

241


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

242


SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL<br />

CVM - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS<br />

DFP - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PADRONIZADAS<br />

Divulgação Externa<br />

EMPRESA COMERCIAL, INDUSTRIAL E OUTRAS Data-Base - 31/12/2004 Legislação Societária<br />

O REGISTRO NA CVM NÃO IMPLICA QUALQUER APRECIAÇÃO SOBRE A COMPANHIA, SENDO OS SEUS ADMINISTRADORES RESPONSÁVEIS PELA<br />

VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS.<br />

01.01 - IDENTIFICAÇÃO<br />

1 - Código CVM 2 - De<strong>no</strong>minação Social 3 - CNPJ 4 - NIRE<br />

01698-5 BANDEIRANTE ENERGIA S.A. 02.302.100-0001-06<br />

01.02 - SEDE<br />

1 - Endereço Completo 2 - Bairro ou Distrito 3 - CEP 4 - Município 5 - UF<br />

Rua Bandeira Paulista, 530 Chácara Itaim 04532-001 São Paulo SP<br />

6 - DDD 7 - Telefone 8 - Telefone 9 - Telefone 10 - Telex<br />

11 2185-5180 2185-5188 2185-5695<br />

11 - DDD 12 - Fax 13 - Fax 14 - Fax 15 - E-mail<br />

11 2185-5182 2185-5167 - sergio.ribeiro@bandeirante.com.br<br />

01.03 - DIRETOR DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (Endereço para Correspondência com a Companhia)<br />

1 - Nome 2 - Endereço Completo 3 - Bairro ou Distrito<br />

Thomas Daniel Brull Rua Bandeira Paulista, 530 Chácara Itaim<br />

4 - CEP 5 - Município 6 - UF 7 - DDD 8 - Telefone 9 - Telefone 10 - Telefone<br />

04532-001 São Paulo SP 11 2185-5040 2185-5041 2185-5042<br />

11 - Telex<br />

-<br />

12 - DDD<br />

11<br />

13 - Fax<br />

2185-5006<br />

14 - Fax<br />

2185-5013<br />

15 - Fax<br />

-<br />

16 - E-mail<br />

tbrull@bandeirante.com.br<br />

01.04 - REFERÊNCIA/AUDITOR<br />

Exercício 1 - Data de Início do Exercício Social 2 - Data de Térmi<strong>no</strong> do Exercício Social<br />

1 - Último 01/01/2004 31/12/2004<br />

2 - Penúltimo 01/01/2003 31/12/2003<br />

3 - Antepenúltimo 01/01/2002 31/12/2002<br />

4 - Nome/Razão Social do Auditor 5 - Código CVM 6 - Nome do Responsável Técnico 7 - CPF do Resp. Técnico<br />

PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes 00287-9 Wander Rodrigues Teles 153.211.501-68<br />

01.05 - COMPOSIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL<br />

Número de Ações (Mil)<br />

Do Capital Integralizado<br />

1 - 31/12/2004 2 - 31/12/2003 3 - 31/12/2002<br />

1 - Ordinárias 15.558.967 15.558.967 15.558.967<br />

2 - Preferenciais 23.532.768 23.532.768 23.532.768<br />

3 - Total<br />

Em Tesouraria<br />

39.091.735 39.091.735 39.091.735<br />

4 - Ordinárias 0 0 0<br />

5 - Preferenciais 0 0 0<br />

6 - Total 0 0 0<br />

01.06 - CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA<br />

1 - Tipo de Empresa 2 - Tipo de Situação 3 - Natureza do Controle Acionário 4 - Código Atividade<br />

Empresa Comercial, Industrial e Outras Operacional Privada Nacional 112 - Energia Elétrica<br />

5 - Atividade Principal 6 - Tipo de Consolidado<br />

Prestação de Serviço Público de Energia Elétrica Não Apresentado<br />

01.07 - SOCIEDADES NÃO INCLUÍDAS NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS<br />

1 - Item 2 - CNPJ 3 - De<strong>no</strong>minação Social<br />

01.08 - PROVENTOS EM DINHEIRO<br />

1 - Item 2 - Evento 3 - Aprovação 4 - Provento 5 - Início Pagto. 6 - Tipo Ação 7 - Valor do Provento p/Ação<br />

01 RCA 30/11/2004 Juros sobre Capital Próprio 15/12/2004 ON 0,0012336387<br />

02 RCA 30/11/2004 Juros sobre Capital Próprio 15/12/2004 PN 0,0013570025<br />

03 RCA 30/11/2004 Dividendo 15/12/2004 ON 0,0004553463<br />

04 RCA 30/11/2004 Dividendo 15/12/2004 PN 0,0005008809<br />

05 Proposta Dividendo ON 0,0004544978<br />

06 Proposta Dividendo PN 0,0004999476<br />

01.09 - DIRETOR DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES<br />

1 - Data 2 - Assinatura<br />

24/02/2005<br />

243


02.01 - BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (Reais Mil)<br />

Código Descrição 31/12/2004 31/12/2003 31/12/2002<br />

1 Ativo Total 2.432.826 2.326.579 2.194.068<br />

1.01 Ativo Circulante 740.599 641.551 696.037<br />

1.01.01 Disponibilidades 12.652 48.517 34.059<br />

1.01.02 Créditos 711.232 572.649 645.248<br />

1.01.02.01 Consumidores e Concessionários 551.548 461.716 499.359<br />

1.01.02.02 Provisão p/ Créd. de Liquidação Duvidosa (20.687) (5.979) (2.287)<br />

1.01.02.03 Tributos e Contrib. Sociais Compensáveis 28.303 65.218 20.964<br />

1.01.02.04 Imp. de Renda e Contrib.Social Diferidos 35.754 44.894 17.420<br />

1.01.02.05 Progr.Emerg. Red. Consumo Energ. Elétr. 606 3.363 9.430<br />

1.01.02.06 Despesas Pagas Antecipadamente 2.143 3.437 5.330<br />

1.01.02.07 Conta de Compens.Var.de Custos Parcela A 102.162 0 95.032<br />

1.01.02.08 Ativo Regulatório Contrib. Pis e Cofins 11.403 0 0<br />

1.01.03 Estoques 5.734 7.158 6.271<br />

1.01.04 Outros 10.981 13.227 10.459<br />

1.02 Ativo Realizável a Longo Prazo 836.110 847.789 713.442<br />

1.02.01 Créditos Diversos 826.768 839.344 700.485<br />

1.02.01.01 Consumidores e Concessionários 204.553 253.752 278.751<br />

1.02.01.02 Progr. Emerg. Red. Consumo Ener. Elétr. 9.451 9.451 4.997<br />

1.02.01.03 Tributos e Contrib.Sociais Compensáveis 5.983 0 0<br />

1.02.01.04 Imp. de Renda e Contrib.Social Diferidos 350.254 331.200 330.053<br />

1.02.01.05 Depósitos Vinculados a Litígios 17.105 17.329 10.518<br />

1.02.01.06 Conta de Compens.Var.de Custos Parcela A 207.205 227.612 76.166<br />

1.02.01.07 Ativo Regulatório Contrib. Pis e Cofins 23.349 0 0<br />

1.02.01.08 Despesas Pagas Antecipadamente 8.868 0 0<br />

1.02.02 Créditos com Pessoas Ligadas 0 0 0<br />

1.02.02.01 Com Coligadas 0 0 0<br />

1.02.02.02 Com Controladas 0 0 0<br />

1.02.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 0 0 0<br />

1.02.03 Outros 9.342 8.445 12.957<br />

1.03 Ativo Permanente 856.117 837.239 784.589<br />

1.03.01 Investimentos 673 673 673<br />

1.03.01.01 Participações em Coligadas 0 0 0<br />

1.03.01.02 Participações em Controladas 0 0 0<br />

1.03.01.03 Outros Investimentos 673 673 673<br />

1.03.02 Imobilizado 855.444 836.566 783.916<br />

1.03.02.01 Em Serviço 777.434 707.750 718.372<br />

1.03.02.02 Em Curso 78.010 128.816 65.544<br />

1.03.03 Diferido 0 0 0<br />

244


02.02 - BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO (Reais Mil)<br />

Código Descrição 31/12/2004 31/12/2003 31/12/2002<br />

2 Passivo Total 2.432.826 2.326.579 2.194.068<br />

2.01 Passivo Circulante 794.123 922.711 773.322<br />

2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 166.715 315.946 220.329<br />

2.01.02 Debêntures 0 0 0<br />

2.01.03 Fornecedores 218.852 216.063 207.348<br />

2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 93.364 80.810 69.128<br />

2.01.05 Dividendos a Pagar 19.498 23.588 2.113<br />

2.01.06 Provisões 531 424 203<br />

2.01.06.01 Provisões para Contingências 531 424 203<br />

2.01.07 Dívidas com Pessoas Ligadas 141.611 130.973 150.000<br />

2.01.08 Outros 153.552 154.907 124.201<br />

2.01.08.01 Encargos de Dívidas 4.364 12.826 5.398<br />

2.01.08.02 Obrigações Estimadas 32.238 39.004 10.052<br />

2.01.08.03 Fundação Cesp 15.911 18.090 10.673<br />

2.01.08.04 Conta de Compens.Var.de Custos Parcela A 41.157 0 1.984<br />

2.01.08.05 Outros 59.882 84.987 96.094<br />

2.02 Passivo Exigível a Longo Prazo 939.371 745.517 803.318<br />

2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 485.886 212.705 257.520<br />

2.02.02 Debêntures 0 0 0<br />

2.02.03 Provisões 88.869 84.580 60.789<br />

2.02.03.01 Provisões para Contingências 88.869 84.580 60.789<br />

2.02.04 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 130.973 232.191<br />

2.02.05 Outros 364.616 317.259 252.818<br />

2.02.05.01 Fornecedores 65.569 71.563 104.191<br />

2.02.05.02 Diferença Reposicionam.Tarif. Provisório 64.678 0 0<br />

2.02.05.03 Obrigações Estimadas 50.776 54.563 0<br />

2.02.05.04 Fundação Cesp 92.569 91.614 98.315<br />

2.02.05.05 Conta de Compens.Var.de Custos Parcela A 28.461 80.931 0<br />

2.02.05.06 Reserva para Reversão e Amortização 17.248 17.248 17.248<br />

2.02.05.07 Encargos de Dívidas 37 0 0<br />

2.02.05.08 Outros 45.278 1.340 33.064<br />

2.03 Resultados de Exercícios Futuros 0 0 0<br />

2.05 Patrimônio Líquido 699.332 658.351 617.428<br />

2.05.01 Capital Social Realizado 254.628 254.628 254.628<br />

2.05.02 Reservas de Capital 334.728 334.728 334.728<br />

2.05.02.01 Doações e Subvenções para Investimento 177.342 177.342 177.342<br />

2.05.02.02 Incentivos Fiscais 787 787 787<br />

2.05.02.03 Remunerações sobre o Capital Próprio 0 0 0<br />

2.05.02.04 Ágio na Incorpor. Socied. Controladora 156.599 156.599 156.599<br />

2.05.03 Reservas de Reavaliação 0 0 0<br />

2.05.03.01 Ativos Próprios 0 0 0<br />

2.05.03.02 Controladas/Coligadas 0 0 0<br />

2.05.04 Reservas de Lucro 109.976 68.995 28.072<br />

2.05.04.01 Legal 15.752 9.261 4.329<br />

2.05.04.02 Estatutária 0 0 0<br />

2.05.04.03 Para Contingências 0 0 0<br />

2.05.04.04 De Lucros a Realizar 0 0 0<br />

2.05.04.05 Retenção de Lucros 94.224 59.734 23.743<br />

2.05.04.06 Especial p/ Dividendos Não Distribuídos 0 0 0<br />

2.05.04.07 Outras Reservas de Lucro 0 0 0<br />

2.05.05 Lucros/Prejuízos Acumulados 0 0 0<br />

245


03.01 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (Reais Mil)<br />

01/01/2004 01/01/2003 01/01/2002<br />

Código Descrição a 31/12/2004 a 31/12/2003 a 31/12/2002<br />

3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 2.509.001 2.265.930 1.978.619<br />

3.02 Deduções da Receita Bruta (675.575) (570.404) (421.664)<br />

3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 1.833.426 1.695.526 1.556.955<br />

3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (1.420.526) (1.400.508) (1.303.332)<br />

3.04.01 Custo com Energia Elétrica (1.096.423) (1.145.446) (1.033.075)<br />

3.04.07 Custos de Operação (323.871) (254.014) (269.172)<br />

3.04.08 Custo do Serviço Prestado a Terceiros (232) (1.048) (1.085)<br />

3.05 Resultado Bruto 412.900 295.018 253.623<br />

3.06 Despesas/Receitas Operacionais (279.165) (193.813) (245.300)<br />

3.06.01 Com Vendas (48.559) (25.288) (18.303)<br />

3.06.02 Gerais e Administrativas (112.608) (99.277) (90.053)<br />

3.06.03 Financeiras (113.632) (67.524) (96.961)<br />

3.06.03.01 Receitas Financeiras 156.466 170.634 97.536<br />

3.06.03.02 Despesas Financeiras (270.098) (238.158) (194.497)<br />

3.06.04 Outras Receitas Operacionais 0 0 0<br />

3.06.05 Outras Despesas Operacionais (4.366) (1.724) (39.983)<br />

3.06.05.01 Ajustes Acordo Setor e MAE de 2001 0 0 (41.912)<br />

3.06.05.02 Outras (4.366) (1.724) 1.929<br />

3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 0 0 0<br />

3.07 Resultado Operacional 133.735 101.205 8.323<br />

3.08 Resultado Não Operacional 162 980 (98)<br />

3.08.01 Receitas 6.299 2.253 3.693<br />

3.08.02 Despesas (6.137) (1.273) (3.791)<br />

3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 133.897 102.185 8.225<br />

3.10 Provisão para IR e Contribuição Social (65.831) (32.151) (2.285)<br />

3.11 IR Diferido 10.624 (5.680) 2.334<br />

3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0<br />

3.12.01 Participações 0 0 0<br />

3.12.02 Contribuições 0 0 0<br />

3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 51.128 0 0<br />

3.15 Lucro/Prejuízo do Exercício 129.818 64.354 8.274<br />

NÚMERO AÇÕES, EX-TESOURARIA (Mil) 39.091.735 39.091.735 39.091.735<br />

LUCRO POR AÇÃO 0,00332 0,00165 0,00021<br />

PREJUÍZO POR AÇÃO<br />

246


04.01 - DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (Reais Mil)<br />

01/01/2004 01/01/2003 01/01/2002<br />

Código Descrição a 31/12/2004 a 31/12/2003 a 31/12/2002<br />

4.01 Origens 974.419 319.920 748.638<br />

4.01.01 Das Operações 271.447 146.918 138.153<br />

4.01.01.01 Lucro/Prejuízo do Exercício 129.818 64.354 8.274<br />

4.01.01.02 Vls. que não repr. mov. Cap. Circulante 141.629 82.564 129.879<br />

4.01.01.02.01 Consumidores e Concessionários (43.694) (54.225) (60.171)<br />

4.01.01.02.02 Conta de Compens.Var.Custos Parcela A (24.506) (26.475) 11.719<br />

4.01.01.02.03 Depreciações e Amortizações 84.506 72.823 71.288<br />

4.01.01.02.04 Exigível Longo Prazo Atual.Monet.e Juros 39.314 48.207 93.569<br />

4.01.01.02.05 Valor Residual Ativo Permanente Baixados 5.908 2.871 2.700<br />

4.01.01.02.06 Imp.de Renda e Contrib.Social Diferidos (15.854) (28.621) (2.291)<br />

4.01.01.02.07 Provisões para Contingências 4.396 23.351 4.785<br />

4.01.01.02.08 Provisão - Fundação Cesp (656) 211 8.280<br />

4.01.01.02.09 Energia Livre a Repassar às Geradoras 28.223 8.318 0<br />

4.01.01.02.10 Diferença Reposicionam.Tarif.Provisório 64.678 0 0<br />

4.01.01.02.11 Ativo Regulatório Contrib. Pis e Cofins (8.450) 0 0<br />

4.01.01.02.12 Tributos e Contrib.Sociais Compensáveis (5.983) 0 0<br />

4.01.01.02.13 Obrigações Estimadas 12.514 34.301 0<br />

4.01.01.02.14 Outros 1.233 1.803 0<br />

4.01.02 Dos Acionistas 0 0 156.599<br />

4.01.02.01 Ágio Incorporação Sociedade Controladora 0 0 156.599<br />

4.01.03 De Terceiros 702.972 173.002 453.886<br />

4.01.03.01 Empréstimos e Financiamentos 508.418 1.465 367.373<br />

4.01.03.02 Obrig.Especiais Partic Financ Consumidor 10.617 7.913 6.839<br />

4.01.03.03 Conta de Compens.Var.Custos Parcela A 0 27.495 0<br />

4.01.03.04 Obrigações Estimadas 0 20.262 0<br />

4.01.03.05 Receita Diferida 0 1.038 0<br />

4.01.03.06 Transf.Realizável L.Prazo p/ Circulante 182.326 113.716 76.255<br />

4.01.03.07 Transf.Passivo Circ.p/ Exig.Longo Prazo 1.611 1.113 3.419<br />

4.02 Aplicações 746.783 523.795 566.109<br />

4.02.02 Aumento <strong>no</strong> Realizável Longo Prazo 65.217 91.208 186.354<br />

4.02.04 No Imobilizado 119.909 136.258 94.332<br />

4.02.05 No Diferido 0 0 0<br />

4.02.06 Transf.Exigível Longo Prazo p/Circulante 472.820 272.898 283.458<br />

4.02.07 Baixas 0 0 0<br />

4.02.08 Dividendos Propostos 88.837 23.431 1.965<br />

4.02.09 Parcela do Patrim. Vertido à Piratininga 0 0 0<br />

4.03 Acréscimo/Decréscimo <strong>no</strong> Cap. Circulante 227.636 (203.875) 182.529<br />

4.04 Variação do Ativo Circulante 99.048 (54.486) 240.529<br />

4.04.01 Ativo Circulante <strong>no</strong> Início do Exercício 641.551 696.037 455.508<br />

4.04.02 Ativo Circulante <strong>no</strong> Final do Exercício 740.599 641.551 696.037<br />

4.05 Variação do Passivo Circulante 128.588 (149.389) (58.000)<br />

4.05.01 Passivo Circulante <strong>no</strong> Início Exercício (922.711) (773.322) (715.322)<br />

4.05.02 Passivo Circulante <strong>no</strong> Final do Exercício (794.123) (922.711) (773.322)<br />

247


05.01 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2004 A 31/12/2004 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 254.628 334.728 0 68.995 0 658.351<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0 0<br />

5.02.01 Ajuste de Exercício Anterior 0 0 0 0 (34.301) (34.301)<br />

5.02.02 Ajuste Exerc.Anterior <strong>no</strong> Resultado 2003 0 0 0 0 34.301 34.301<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 129.818 129.818<br />

5.07 Destinações 0 0 0 40.981 (129.818) (88.837)<br />

5.07.01 Reserva Legal 0 0 0 6.491 (6.491) 0<br />

5.07.02 Dividendos 0 0 0 0 (88.837) (88.837)<br />

5.07.03 Constituição Reserva Retenção de Lucros 0 0 0 92.495 (92.495) 0<br />

5.07.04 Reversão da Reserva Retenção de Lucros 0 0 0 (58.005) 58.005 0<br />

5.08 Outros 0 0 0 0 0 0<br />

5.09 Saldo Final 254.628 334.728 0 109.976 0 699.332<br />

05.02 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2003 A 31/12/2003 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 254.628 334.728 0 28.072 0 617.428<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0 0<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 98.655 98.655<br />

5.07 Destinações 0 0 0 75.224 (98.655) (23.431)<br />

5.07.01 Reserva Legal 0 0 0 4.932 (4.932) 0<br />

5.07.02 Dividendos Propostos 0 0 0 0 (23.431) (23.431)<br />

5.07.03 Reserva de Retenção de Lucros 0 0 0 70.292 (70.292) 0<br />

5.08 Outros 0 0 0 (34.301) 0 (34.301)<br />

5.08.01 Ajuste Identificado em 2004 (Nota 13.2) 0 0 0 0 (34.301) (34.301)<br />

5.08.02 Reversão da Res.de Retenção “Pro Forma” 0 0 0 (34.301) 34.301 0<br />

5.09 Saldo Final 254.628 334.728 0 68.995 0 658.351<br />

05.03 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2002 A 31/12/2002 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 254.628 178.129 0 21.763 0 454.520<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0 0<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 8.274 8.274<br />

5.07 Destinações 0 0 0 6.309 (8.274) (1.965)<br />

5.07.01 Reserva Legal 0 0 0 414 (414) 0<br />

5.07.02 Dividendos Propostos 0 0 0 0 (1.965) (1.965)<br />

5.07.03 Reserva de Retenção de Lucros 0 0 0 5.895 (5.895) 0<br />

5.08 Outros 0 156.599 0 0 0 156.599<br />

5.08.01 Ágio na Incorpor. Socied. Controladora 0 156.599 0 0 0 156.599<br />

5.09 Saldo Final 254.628 334.728 0 28.072 0 617.428<br />

248


09.01 - PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES - SEM RESSALVA<br />

Parecer dos auditores independentes<br />

Aos Administradores e Acionistas<br />

Bandeirante Energia S.A.<br />

1. Examinamos os balanços patrimoniais da Bandeirante Energia S.A. em 31 de dezembro de 2004 e de 2003 e as<br />

correspondentes demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de<br />

recursos dos exercícios findos nessas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa<br />

responsabilidade é a de emitir parecer sobre essas demonstrações financeiras.<br />

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as <strong>no</strong>rmas de auditoria aplicáveis <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, as quais requerem que<br />

os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras<br />

em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, <strong>no</strong>ssos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o<br />

planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e<br />

de controles inter<strong>no</strong>s da companhia, (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que<br />

suportam os valores e as informações contábeis divulgados e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis<br />

mais representativas adotadas pela administração da companhia, bem como da apresentação das demonstrações<br />

financeiras tomadas em conjunto.<br />

3. Somos de parecer que as referidas demonstrações financeiras apresentam adequadamente, em todos os aspectos<br />

relevantes, a posição patrimonial e financeira da Bandeirante Energia S.A. em 31 de dezembro de 2004 e de 2003<br />

e o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos dos exercícios<br />

findos nessas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

4. Como descrito na Nota 2, apenas para fins de comparação, as demonstrações financeiras do exercício de 2003 estão<br />

apresentadas “pro forma” de modo a incorporarem reclassificações e ajustes daquele exercício.<br />

5. Conforme mencionado nas Notas 4.1 e 14, em decorrência da revisão tarifária periódica prevista <strong>no</strong> contrato de<br />

concessão, a ANEEL fixou, em caráter provisório, o reposicionamento tarifário da companhia. Em 23 de outubro<br />

de 2004, a ANEEL alterou esse percentual, ainda em caráter provisório, e essa alteração resultou na redução do<br />

resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2004 <strong>no</strong> montante de R$ 70.298 mil. As demonstrações<br />

financeiras de 31 de dezembro de 2004 não contemplam outros ajustes que poderão resultar do reposicionamento<br />

tarifário definitivo.<br />

São Paulo, 4 de fevereiro de 2005<br />

PricewaterhouseCoopers<br />

Auditores Independentes<br />

CRC 2SP000160/O-5<br />

Wander Rodrigues Teles<br />

Contador CRC 1DF005919/O-3 “S” SP<br />

249


10.01 - RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO<br />

RELATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO 2004<br />

ÍNDICE<br />

MENSAGEM DO DIRETOR PRESIDENTE<br />

ENQUADRAMENTO MACROECONÔMICO<br />

Ambiente Macroeconômico<br />

Novo Modelo do Setor Elétrico<br />

BALANÇO ENERGÉTICO<br />

Mercado Cativo<br />

Mercado Livre e Outras Concessionárias<br />

Compra de Energia<br />

Transações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE<br />

Leilões de Energia<br />

Perdas Técnicas e Comerciais na Distribuição<br />

TARIFAS<br />

Revisão Tarifária 2003<br />

Reajuste Tarifário 2004<br />

ATIVIDADE COMERCIAL<br />

Atendimento Comercial<br />

Combate às Perdas Comerciais<br />

REDE ELÉTRICA<br />

Caracterização do Sistema Elétrico<br />

Expansão do Sistema Elétrico<br />

Eletrificação Rural<br />

Manutenção<br />

Qualidade de Serviço<br />

PROGRAMA INTEGRADO DE MODERNIZAÇÃO<br />

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO<br />

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E EFICI NCIA ENERGÉTICA<br />

GESTÃO ADMINISTRATIVA<br />

Estoques e Compras<br />

Programa Eficiência<br />

Outras Medidas de Eficiência<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

MEIO AMBIENTE<br />

BALANÇO SOCIAL<br />

DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO<br />

Investimento<br />

Endividamento<br />

Geração de Caixa<br />

AUDITORIA EXTERNA<br />

PERPECTIVAS E NOTA FINAL<br />

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS<br />

NOTAS EXPLICATIVAS<br />

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES<br />

MENSAGEM DO DIRETOR PRESIDENTE<br />

O <strong>no</strong>vo Modelo Institucional do Setor Elétrico <strong>Brasil</strong>eiro e o crescimento do consumo de eletricidade, resultante do forte<br />

desempenho da atividade econômica nacional, foram eventos importantes <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004. O <strong>no</strong>vo Modelo foi concebido<br />

para garantir a oferta de eletricidade, atraindo os investimentos necessários para o setor com vista à expansão do sistema,<br />

e proporcionar a modicidade tarifária. O crescimento da eco<strong>no</strong>mia brasileira possibilitou o aumento em 7,2% da energia<br />

distribuída pela Bandeirante relativamente a 2003, ultrapassando a energia distribuída <strong>no</strong> período anterior ao racionamento.<br />

Devido à migração de clientes para o ambiente de contratação livre, a venda de energia elétrica ao mercado cativo<br />

apresentou uma redução de 7,6% em relação ao a<strong>no</strong> anterior, com conseqüente impacto na receita da Empresa. Contudo,<br />

atendendo que a margem da empresa distribuidora está associada à energia distribuída na sua área de concessão,<br />

esta redução não afeta os resultados da Empresa.<br />

250


As principais diretrizes estratégicas definidas para o triênio 2002-2004 foram: - a criação de valor para os acionistas através<br />

do aumento da produtividade e eficiência; - a modernização da Empresa como forma de sustentar os resultados e melhorar<br />

a qualidade do serviço prestado aos seus clientes; - e a implementação de políticas de desenvolvimento dos seus recursos<br />

huma<strong>no</strong>s.<br />

A Bandeirante vem implementando medidas que visam a melhoria de eficiência, com especial destaque para a redução das<br />

despesas operacionais e para o combate ao desperdício, e participou ativamente <strong>no</strong> Programa de Eficiência realizado <strong>no</strong><br />

âmbito do Grupo <strong>EDP</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, buscando sinergias com as outras empresas do Grupo. No período de 2002 a 2004, as<br />

iniciativas de eficiência permitiram reduzir, em termos reais, em cerca de 18% as despesas por cliente com pessoal,<br />

materiais, serviços de terceiros e outros.<br />

Relativamente ao Programa Integrado de Modernização, iniciado em 2002 e <strong>no</strong> qual foram já investidos R$ 144 milhões,<br />

os principais projetos encontram-se praticamente terminados.<br />

A automação e o telecomando das redes elétricas estão em grande parte concluídos, com cerca de 80% das subestações<br />

existentes adequadas ao Sistema de Comando e Controle e já supervisionadas e comandadas pelo Centro de Operação do<br />

Sistema da Bandeirante, em serviço desde 2003.<br />

Após a implementação do Sistema Integrado de Gestão e Informações Empresariais em 2000, ao nível das tec<strong>no</strong>logias de<br />

informação destaca-se a recente implementação do Sistema de Informações Técnicas para gerenciamento das redes<br />

elétricas e do Sistema de Gestão Comercial para suporte às atividades de atendimento, contratação, leitura, faturamento e<br />

arrecadação.<br />

As <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias introduzidas na rede elétrica e as tec<strong>no</strong>logias de informação implementadas colocam a Bandeirante<br />

entre as mais modernas empresas de distribuição de eletricidade do mundo.<br />

As ações de valorização e desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores da Bandeirante têm vindo a merecer<br />

uma especial atenção por parte da gestão da Empresa, visando sustentar a criação de valor, suportar a modernização<br />

tec<strong>no</strong>lógica e proporcionar o desenvolvimento e a qualidade de vida dos que trabalham na Bandeirante. Nestas ações foram<br />

investidos mais de 2,4% dos gastos com pessoal <strong>no</strong> triênio 2002-2004.<br />

A concretização dos investimentos em modernização, a melhoria da eficiência e o desenvolvimento dos colaboradores da<br />

Empresa permitiram um aumento significativo da produtividade e da qualidade de serviço. Nos últimos três a<strong>no</strong>s, a<br />

produtividade, medida pelo índice de clientes por colaborador, aumentou 34%. A qualidade de serviço, medida pela<br />

duração e freqüência das interrupções de energia elétrica, melhorou em mais de 35% <strong>no</strong> mesmo período.<br />

A entidade reguladora Aneel decidiu reduzir a Base de Remuneração Regulatória (BRR) provisória considerada na Revisão<br />

Tarifária Ordinária de outubro de 2003, originando uma redução significativa da tarifa. Embora a <strong>no</strong>va BRR continue sendo<br />

provisória, a Administração da Bandeirante resolveu, por razões de prudência, fazer refletir a <strong>no</strong>va tarifa nas contas da<br />

Empresa, do que resultou, <strong>no</strong> 3º trimestre deste exercício, um impacto negativo de R$ 70 milhões <strong>no</strong> Resultado Líquido,<br />

dos quais R$ 14 milhões referentes ao exercício anterior. Entretanto, a Empresa vem defendendo junto da Aneel o<br />

reposicionamento definitivo das tarifas de acordo com a BRR constante de laudo elaborado por avaliador independente<br />

credenciado pelo Regulador.<br />

Após o sucesso das duas emissões de Notas Promissórias realizadas <strong>no</strong> mercado local em 2003, durante o exercício de 2004<br />

foi concretizado um financiamento de longo prazo de US$100 milhões com o Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento e<br />

com um consórcio de bancos brasileiros, portugueses e espanhóis, com garantia de recebíveis da Empresa e destinado a<br />

projetos de investimento realizados <strong>no</strong> triênio 2002-2004. Esta operação de financiamento <strong>no</strong> mercado exter<strong>no</strong> - pioneiro <strong>no</strong><br />

setor elétrico brasileiro – visou adequar o perfil da dívida contraída ao prazo de maturação dos investimentos realizados na<br />

remodelação e expansão da rede elétrica e <strong>no</strong>s projetos de modernização. Salienta-se a expressiva melhoria da capacidade<br />

de repagamento da dívida, medida pela relação Dívida/EBTIDA, que evoluiu de 3,61 em 2002 para 1,68 em 2004.<br />

Ciente da sua responsabilidade na preservação ambiental e na qualidade de vida dos seus colaboradores e da sociedade em<br />

geral, a Bandeirante desenvolveu e vem implementando com sucesso um Sistema Integrado de Gestão Ambiental, Saúde<br />

Ocupacional, Segurança <strong>no</strong> Trabalho e Comunicação Social.<br />

Ainda <strong>no</strong> âmbito da responsabilidade social, o Programa Bandeirante Comunidade Educação, iniciado em 2002, apoiou<br />

em 2004 mais de 20 mil crianças do ensi<strong>no</strong> básico em 59 escolas, contando com a participação de 160 colaboradores em<br />

regime de voluntariado. Como reconhecimento do trabalho realizado destacam-se o prêmio ”Top Social” da ADVB<br />

(Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do <strong>Brasil</strong>) e o troféu de “Empresa Cidadã” do Fórum Social de<br />

Cidadania Empresarial com que a Bandeirante foi homenageada.<br />

Apesar do impacto negativo da redução das tarifas determinada pelo Regulador, o crescimento da energia distribuída, a<br />

modernização da Empresa e o aumento da eficiência e da produtividade permitiram obter o melhor Lucro Líquido de<br />

sempre da Bandeirante, <strong>no</strong> valor de R$ 130 milhões.<br />

251


Considerando o desempenho econômico e financeiro da Empresa e a necessidade de otimizar a sua estrutura de capital, em<br />

dezembro de 2004 foram distribuídos aos acionistas dividendos intermediários <strong>no</strong> valor de R$ 70 milhões, com base <strong>no</strong>s<br />

lucros retidos em a<strong>no</strong>s anteriores e <strong>no</strong> lucro acumulado até o 3º trimestre de 2004.<br />

A modernização da Empresa e o aumento da eficiência e produtividade já conseguidos permitem encarar o futuro da<br />

Bandeirante com confiança, garantindo a sustentabilidade dos seus resultados, dentro de um quadro regulatório estável e<br />

adequado.<br />

Joaquim Silva Filipe<br />

Diretor Presidente<br />

ENQUADRAMENTO MACROECONÔMICO<br />

Ambiente Macroeconômico<br />

O a<strong>no</strong> de 2004 foi favorável para a eco<strong>no</strong>mia brasileira, pois foi marcado pelo crescimento do PIB da ordem de 5% em<br />

comparação com 2003. A recuperação econômica iniciada a partir do segundo trimestre de 2004 intensificou a demanda<br />

interna e, junto com o aumento <strong>no</strong> preço dos combustíveis, pressio<strong>no</strong>u as taxas de inflação, o que levou o Banco Central<br />

do <strong>Brasil</strong> a interromper a tendência de queda na taxa básica de juros, elevando-a com o objetivo de manter a inflação dentro<br />

da meta para os próximos doze meses.<br />

Como conseqüência de um ambiente macroeconômico favorável, o nível de distribuição de energia elétrica na área de<br />

concessão da Bandeirante cresceu 7,2% em relação a 2003.<br />

Novo Modelo do Setor Elétrico<br />

As regras gerais de comercialização de energia elétrica e de outorga de concessões e autorizações <strong>no</strong> Novo Modelo do<br />

Setor Elétrico <strong>Brasil</strong>eiro foram definidas, basicamente, pela Lei 10.848 de 15 de março de 2004 e pelo Decreto 5.163 de<br />

30 de julho de 2004.<br />

O arcabouço regulatório do Novo Modelo do Setor Elétrico instituiu um Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e um<br />

Ambiente de Contratação Livre (ACL) e regulamentou a participação dos agentes que intervêm nesses ambientes e suas<br />

relações. O ACR é voltado para o suprimento de energia às distribuidoras, <strong>no</strong> atendimento aos seus mercados cativos, por<br />

meio de leilões pela me<strong>no</strong>r tarifa, dos quais participam quaisquer agentes vendedores. O ACL é voltado para operações de<br />

compra e venda de energia entre agentes vendedores e compradores (exceto distribuidores) através de contratos bilaterais<br />

livremente negociados entre as partes (preço, volume, etc).<br />

De maneira geral, o Novo Modelo do Setor Elétrico foi concebido para atender a preocupação de estabelecer um marco<br />

regulatório estável, de forma a atrair investimentos na expansão do sistema de geração, garantir níveis confiáveis de<br />

suprimento e proporcionar modicidade tarifária.<br />

A expansão do sistema de geração e a garantia do suprimento são suportadas pelo binômio planejamento/contratação. No<br />

que se refere ao planejamento, o Novo Modelo obriga os agentes de consumo (distribuidores, vendedores, auto-produtores<br />

e consumidores livres) a preverem suas necessidades para um horizonte relativamente longo, de cinco a<strong>no</strong>s. Estas previsões<br />

servem para sinalizar a necessidade de construção de usinas, em tempo hábil, para que estes empreendimentos possam ser<br />

licitados e construídos. Os agentes de geração vencedores destes processos de licitação ganham, além do direito de explorar<br />

comercialmente o empreendimento que irão construir, contratos de longo prazo (mínimo de quinze a<strong>no</strong>s) de venda de<br />

energia celebrados com os agentes de distribuição.<br />

252


BALANÇO ENERGÉTICO<br />

Balanço Energético da Bandeirante em GWh 2004 2003<br />

Total de energia elétrica que entrou na rede 13.443 12.390<br />

Comprada mediante contratos de suprimento, Itaipú e bilaterais de longo prazo 10.086 11.107<br />

Montante líquido das transações de curto prazo 357 (152)<br />

Perdas de transmissão e acertos contratuais (375) (402)<br />

Para clientes livres e outras concessionárias 3.375 1.837<br />

Total de energia elétrica que saiu da rede (12.209) (11.387)<br />

Energia faturada a clientes cativos (8.812) (9.540)<br />

Consumo próprio (2) (4)<br />

Energia não faturada (20) (6)<br />

Para clientes livres e outras concessionárias (3.375) (1.837)<br />

Perdas totais (1.234) (1.003)<br />

Perdas totais em % sobre o total que entrou na rede 9,2% 8,1%<br />

O total de energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004, foi de 12.209 GWh, o que representa<br />

um acréscimo de 7,2 % sobre o a<strong>no</strong> anterior. Tomando-se como base de comparação o a<strong>no</strong> 2000, a<strong>no</strong> imediatamente<br />

anterior ao Programa Emergencial de Racionamento de Energia Elétrica, observa-se um crescimento de 1,9% <strong>no</strong> total da<br />

energia distribuída em 2004.<br />

Mercado Cativo<br />

A energia elétrica faturada ao mercado cativo totalizou o montante de 8.812 GWh, o que representou uma redução de 7,6<br />

% sobre o a<strong>no</strong> de 2003. Esta redução deve-se à migração de clientes cativos para a categoria de clientes livres, fato este<br />

que pode ser observado principalmente <strong>no</strong> consumo da classe industrial (49% do mercado cativo) que diminuiu 16,7% em<br />

relação ao verificado <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior.<br />

Como reflexo do crescimento do país, associada à queda do índice de desemprego e ao crescimento vegetativo do número<br />

de clientes verificado em 2004, a classe residencial (26% do mercado cativo) apresentou evolução positiva de 7,1% em<br />

relação a 2003.<br />

A classe comercial (14% do mercado cativo) também registrou um acréscimo de 4,7% <strong>no</strong> mesmo período, resultado que<br />

se deve principalmente a investimentos efetuados em ampliação e modernização de instalações.<br />

As demais classes (11% do mercado cativo) acumularam uma redução de 6,1%, devida principalmente à saída de clientes<br />

livres durante o período.<br />

Com relação ao número total de clientes, a Empresa encerrou o a<strong>no</strong> de 2004 com 1,4 milhões, representando um<br />

crescimento de 4,2 % sobre o a<strong>no</strong> anterior.<br />

Mercado Livre e outras Concessionárias<br />

Durante o a<strong>no</strong> de 2004, a energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante ao mercado livre e outras concessionárias,<br />

totalizou o montante de 3.375 GWh, o que representou um acréscimo de 83,7% sobre o a<strong>no</strong> anterior.<br />

Compra de energia<br />

Em 2004 a Bandeirante comprou um total de 10.086 GWh para o atendimento do seu mercado e para as perdas <strong>no</strong> seu<br />

sistema, mediante a homologação dos contratos iniciais, bilaterais de longo prazo e energia oriunda de Itaipu. Em relação<br />

a 2003, verificou-se uma queda de 1.021 GWh , que se deveu aos requisitos do mercado cativo da Empresa.<br />

Houve redução dos Contratos Iniciais <strong>no</strong> período de abril a dezembro de 2004, em função de alguns clientes cativos terem<br />

exercido a opção de se tornarem livres. A redução foi de 683 GWh/a<strong>no</strong> e representou uma redução de R$ 54,4 milhões/a<strong>no</strong><br />

na compra de energia.<br />

253


Transações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE<br />

A Bandeirante efetuou, em 2004, transações de compra de energia elétrica na Câmara de Comercialização de Energia<br />

Elétrica – CCEE, <strong>no</strong> montante de 357 GWh pelo valor de R$ 6,4 milhões.<br />

Coube ainda à Bandeirante o pagamento de R$ 4,9 milhões a título de Encargos de Serviço do Sistema.<br />

Leilões de Energia<br />

A Bandeirante participou em dezembro de 2004 do Leilão de Energia proveniente de empreendimentos existentes para<br />

atendimento às necessidades de seu mercado.<br />

Os preços finais do leilão foram inferiores aos preços dos contratos vigentes, sendo que a diferença resultará em benefício<br />

a ser repassado para o consumidor.<br />

Perdas Técnicas e Comerciais na Distribuição<br />

Considerando-se o total de energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante, o índice anual de perdas totais (técnicas<br />

e comerciais) foi de 9,2%, o que representa um acréscimo de 1,1 ponto percentual em relação a 2003.<br />

Dada a relação entre as perdas técnicas e o consumo, cerca de metade do acréscimo das perdas decorre do aumento da<br />

energia distribuída. O restante, é relativo às perdas comerciais, parcialmente explicado pelo <strong>no</strong>vo critério de tratamento de<br />

a<strong>no</strong>malias, divergências de cálculos e de faturamento adotado pelo <strong>no</strong>vo sistema comercial – CCS.<br />

TARIFAS<br />

Revisão Tarifária 2003<br />

Uma das etapas previstas <strong>no</strong> processo de Revisão Tarifária se caracteriza por uma Reavaliação de Ativos – instruída pela<br />

Resolução Aneel 493/2002 e pela Nota Técnica 178/2003 – etapa na qual se define a Base de Remuneração Regulatória,<br />

vinculada ao valor dos ativos reavaliados, que passa a ser um dos principais componentes na definição do Índice de<br />

Reposicionamento Tarifário.<br />

Em outubro de 2003, o Agente Regulador reconheceu provisoriamente (por não estar concluído o processo de reavaliação<br />

de ativos) um reposicionamento de 18,08% nas tarifas de fornecimento de energia elétrica da Bandeirante e definiu um<br />

parcelamento na aplicação do índice homologado, sendo aplicado um percentual médio de 14,68% <strong>no</strong> próprio a<strong>no</strong>, com a<br />

diferença dividida em parcelas e a ser recuperada por repasse às tarifas <strong>no</strong>s próximos três reajustes anuais.<br />

A Bandeirante, <strong>no</strong> curso do a<strong>no</strong> de 2004, concluiu a avaliação de ativos e submeteu o Laudo de Avaliação ao Órgão<br />

Regulador. Não sendo possível auditar o Laudo em outubro de 2004, o Regulador decidiu manter um valor provisório para<br />

a Base de Remuneração Regulatória da Bandeirante, arbitrando porém um <strong>no</strong>vo valor, inferior ao reconhecido na revisão<br />

tarifária de outubro de 2003, o que implicou na redefinição do índice de reposicionamento publicado naquela data.<br />

Por decisão do Órgão Regulador, foi arbitrado um <strong>no</strong>vo índice provisório para a Revisão Tarifária de 2003, um a<strong>no</strong> depois,<br />

que passou de 18,08% para 10,51%.<br />

Reajuste Tarifário 2004<br />

A decisão do Regulador, arbitrando um <strong>no</strong>vo valor provisório para a Base de Remuneração da Bandeirante, implicou em<br />

uma redução na base tarifária que serviu de referência para o reajuste do a<strong>no</strong> de 2004. Na seqüência, passou a vigorar um<br />

aumento médio de 15,95%, sendo 11,40% relativo ao reajuste contratual e 4,55% relativo aos componentes tarifários<br />

financeiros, exter<strong>no</strong>s ao reajuste anual (CVA, Percee, etc).<br />

Em 2004, o encargo CDE – Conta de Desenvolvimento Energético - deixou de ser recolhido apenas pelos clientes cativos,<br />

passando a incidir também nas tarifas dos clientes livres. A recuperação do encargo não recolhido por esses clientes <strong>no</strong> a<strong>no</strong><br />

anterior, adicionado ao encargo do próprio a<strong>no</strong>, refletiu num aumento extraordinário para essa categoria.<br />

O Fator “X”, que configura um redutor da inflação a ser refletida <strong>no</strong> índice de reajuste, foi publicado provisoriamente em<br />

outubro de 2003. No reajuste tarifário de 2004, balizado por uma <strong>no</strong>va metodologia de cálculo implementada pela Aneel<br />

e considerando o <strong>no</strong>vo valor provisório da base de remuneração, o Fator “X” foi recalculado em -2,89%, índice que ainda<br />

permanece provisório.<br />

254


ATIVIDADE COMERCIAL<br />

Atendimento Comercial<br />

Em continuidade ao pla<strong>no</strong> de implementação de meios alternativos de recebimento de conta de energia elétrica, que<br />

objetiva dar maior facilidade ao <strong>no</strong>sso cliente, foi ampliada a “Rede Fácil”, que permite pagar as contas de energia elétrica<br />

em farmácias e pontos especiais de arrecadação, inclusive fora do horário de atendimento dos bancos.Também foram<br />

incluídos <strong>no</strong>vos correspondentes bancários. Devido a divergências de preço, a Empresa foi obrigada a encerrar o convênio<br />

para recebimento através das casas lotéricas. Estas decisões conduziram a um aumento dos locais de recebimento<br />

disponibilizados aos clientes.<br />

A Bandeirante passou a contar com um <strong>no</strong>vo Call Center prestando serviço de atendimento comercial e técnico aos seus<br />

Clientes, durante 24 horas por dia. A performance apresentada é uma das melhores do Setor neste tipo de atividade, visto<br />

que 84% das ligações recebidas foram atendidas em até 20 segundos.<br />

Com o objetivo de efetuar um diagnóstico para maximização dos benefícios do Sistema de Gestão de Clientes – CCS, a<br />

Bandeirante iniciou o projeto Excelência <strong>no</strong> Atendimento ao Cliente, cuja primeira fase teve como escopo identificar e<br />

avaliar os cenários sob as óticas de processos, organização (pessoas e cultura), regulamentação e infra-estrutura<br />

tec<strong>no</strong>lógica de que resultou um conjunto de projetos que estão em fase de implementação.<br />

Combate às Perdas Comerciais<br />

O combate às fraudes e furto de energia foi intensificado com o aumento do número de equipes, devidamente preparadas<br />

e dotadas de equipamentos especiais de detecção. Como resultado, realizaram-se mais de 9 mil inspeções, onde se<br />

detectaram 1,7 mil irregularidades, que resultaram numa apuração de receita de R$ 15 milhões, dos quais R$ 3,1 milhões<br />

já foram recebidos e o restante está em negociação ou tem acordo de pagamento.<br />

Atuando na regularização de áreas clandestinas e contribuindo para redução da exclusão social, foram regularizadas mais<br />

de 2.300 ligações.<br />

No combate às perdas, destaca-se também o programa de substituição de medidores defeituosos, tendo sido substituídos<br />

cerca de 7,5 mil medidores.<br />

Não obstante o índice global de perdas ser aceitável para uma distribuidora, face ao aumento verificado, as ações antes<br />

referidas estão a ser intensificadas.<br />

REDE ELÉTRICA<br />

Caracterização do sistema elétrico<br />

O sistema elétrico da Bandeirante é composto por 57 estações com 3 mil MVA instalados, 866 km de rede de alta tensão,<br />

24 mil km de redes de distribuição em média e baixa tensão e cerca de 49 mil transformadores de distribuição com 2,5<br />

mil MVA. O sistema elétrico atingiu a ponta de demanda de 2.035 MVA <strong>no</strong> mês de outubro de 2004.<br />

Expansão do sistema elétrico<br />

Para atendimento da demanda do mercado, com níveis de qualidade exigidos pela legislação, foram investidos R$ 56<br />

milhões na expansão e adequação das redes elétricas, na ligação de <strong>no</strong>vos clientes e na instalação de sistemas de medição<br />

e iluminação pública.<br />

Destaca-se a construção da estação de transformação em Maresias, <strong>no</strong> município de São Sebastião, agregando uma<br />

potência de 15 MVA e beneficiando diretamente a população do litoral Norte, principalmente <strong>no</strong>s períodos de verão.<br />

Foi também iniciada a construção da linha de transmissão Norte-Nordeste, localizada <strong>no</strong> Parque Ecológico do Tietê, que<br />

permitirá interligar duas estações terminais que suprem a Bandeirante e viabilizar o remanejamento, através do sistema de<br />

subtransmissão, de cargas de até 300 MVA, bem como postergar, sem prejuízo da qualidade de serviço, investimentos<br />

significativos na ampliação destes terminais. Adicionalmente, esta obra aumentará a qualidade e confiabilidade do<br />

fornecimento de energia elétrica ao município de Guarulhos.<br />

Também foram ampliadas as estações de transformação Valter José dos Santos, José Centro, Barra do Una e Bonsucesso,<br />

disponibilizando uma potência adicional de 30 MVA.<br />

255


Eletrificação rural<br />

Na sequência da implementação dos programas de eletrificação rural, que beneficiaram mais de 4 mil famílias ao longo<br />

dos últimos quatro a<strong>no</strong>s, a Bandeirante firmou em maio de 2004 um convênio com a Eletrobrás, aderindo ao Programa<br />

Luz para Todos, programa do Gover<strong>no</strong> Federal que tem como objetivo universalizar o acesso à energia elétrica nas áreas<br />

rurais e fomentar o desenvolvimento econômico e social das comunidades mais carentes.<br />

Manutenção<br />

Na manutenção de redes elétricas foram gastos cerca de R$ 13 milhões, envolvendo, entre outros, os serviços de<br />

manutenção preventiva das redes de distribuição, das linhas de transmissão e das subestações.<br />

Qualidade de serviço<br />

Como conseqüência dos investimentos realizados nas redes, da implementação dos projetos de modernização e automação<br />

do sistema elétrico e da criteriosa utilização de recursos na sua gestão e manutenção, a Bandeirante vem apresentando<br />

constante melhoria do desempenho de seu sistema elétrico. Os indicadores técnicos de qualidade do serviço, <strong>no</strong>tadamente,<br />

Duração Equivalente de Interrupção por Cliente - DEC e Freqüência Equivalente de Interrupção por Cliente - FEC foram,<br />

respectivamente, de 6,75 horas e 5,76 interrupções, melhores que os padrões de qualidade estabelecidos pelo órgão<br />

regulador.<br />

PROGRAMA INTEGRADO DE MODERNIZAÇÃO<br />

O Programa Integrado de Modernização – PIM, iniciado em 2002, consolidou-se neste exercício, contribuindo<br />

decisivamente para dotar a Empresa de maior eficiência, agilidade e flexibilidade operacionais, reduzir custos, melhorar a<br />

qualidade dos serviços prestados aos clientes e assegurar a sustentabilidade dos resultados.<br />

Com investimento total de R$ 43 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong>, o PIM compreende a implantação do Sistema de Comando e Controle<br />

- SCC, do projeto de Automação das Redes de Distribuição, do Sistema de Informações Técnicas - SIT e do Sistema de<br />

Gestão Comercial – CCS.<br />

Incorporando as mais modernas tec<strong>no</strong>logias de supervisão e comando à distância, o SCC permite, a partir do Centro de<br />

Operação do Sistema - COS, telecomandar equipamentos, monitorar e sinalizar, em tempo real, qualquer evento que ocorra<br />

na rede elétrica, reduzindo o tempo dos desligamentos e de atendimento aos clientes. Tendo sua conclusão prevista em<br />

2005, o SCC já telecomanda 44 das 57 estações em operação na Empresa.<br />

No projeto de automação das redes de distribuição, que consiste <strong>no</strong> telecomando e telesupervisão de religadoras<br />

automáticas a partir do COS, através de comunicação celular, foram instaladas mais 100 unidades, totalizando 210<br />

equipamentos telecomandados.<br />

No âmbito do Sistema de Informações Técnicas - SIT, após a implementação do módulo de gerenciamento de redes<br />

elétricas, integrando uma base de cartografia digital, fez-se a complementação do módulo de Cálculos Elétricos e o<br />

desenvolvimento do aplicativo de Gestão Espacial e das interfaces com os demais sistemas corporativos, proporcionando<br />

maior eficiência e confiabilidade às atividades de engenharia e de gerenciamento de ativos.<br />

O Sistema de Gestão Comercial implementado na Bandeirante foi o IS-U/CCS (Industry Solution for Utilities / Customer<br />

Care & Service) da SAP. Este sistema constitui uma referência internacional <strong>no</strong> mercado de software para “utilities” e tem<br />

sido usado com sucesso na Europa e na América do Norte. Na América do Sul e entre as empresas do setor de energia<br />

elétrica, a Bandeirante decidiu pela implementação pioneira desse sistema, que foi desenvolvido em cinco módulos que<br />

possibilitam o controle das tarefas de todo o ciclo comercial da Empresa, constituído pelos serviços de atendimento,<br />

ligação, leitura, faturamento e recebimento.<br />

Também foi implementado em 2004 o Sistema de Folha de Pagamentos e Gestão de Tempos, integrado ao módulo de<br />

Recursos Huma<strong>no</strong>s do Sistema Integrado de Gestão Empresarial da SAP, bem como o módulo Real State, para a realização<br />

do controle patrimonial de forma integrada com os outros módulos já em uso.<br />

Para suporte aos sistemas e soluções implantadas a partir do Programa Integrado de Modernização e incorporando as mais<br />

modernas tec<strong>no</strong>logias de telecomunicações e de segurança da informação, a Bandeirante implantou uma rede corporativa<br />

de telecomunicações de alta capacidade, convergente, para transmissão de voz, dados e imagem.<br />

256


TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO<br />

Pelo quarto a<strong>no</strong> consecutivo, a Bandeirante está entre as “100 Empresas Mais Ligadas do <strong>Brasil</strong>”, segundo a revista<br />

InfoExame, destacando-se como integrante da vanguarda de TI - Tec<strong>no</strong>logia de Informação <strong>no</strong> país. Entre as<br />

concessionárias distribuidoras de energia elétrica, a Bandeirante foi a única a figurar na relação em 2004.<br />

Em 2004 foram disponibilizadas <strong>no</strong>vas infra-estruturas de TI para suporte aos projetos de modernização implementados<br />

pela Empresa, assim como a formação das equipes de manutenção e estabilização dos referidos projetos. A relação<br />

computadores pessoais por colaborador efetivo é de 0,8. Foram realizados projetos de consolidação dos servidores<br />

descentralizados e upgrade para o Windows2003 Server e de implementação de <strong>no</strong>vas soluções de Segurança da<br />

Informação.<br />

Para atendimento às necessidades adicionais de tráfego, foi implantada uma <strong>no</strong>va rede corporativa de telecomunicações<br />

de alta capacidade, convergente, com gerenciamento “on line” em regime ininterrupto, que integra todos os sistemas<br />

técnicos, comerciais, financeiros e de administração, bem como todas as centrais telefônicas, em tec<strong>no</strong>logia de voz sobre<br />

IP ( Internet Protocol ), permitindo o controle remoto de tarifação, programação, monitoramento e seleção automática de<br />

rotas inteligentes para minimizar os custos das ligações, comportando sistemas de videoconferência, televigilância e<br />

segurança operativa.<br />

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E EFICI NCIA ENERGÉTICA<br />

A estratégia adotada para o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa se baseou na seleção de projetos que<br />

pudessem melhorar o sistema elétrico da Bandeirante, permitindo um melhor atendimento aos clientes através do aumento<br />

da confiabilidade, redução de perdas do sistema, melhoria na gestão dos processos, desenvolvimento de ferramentas de<br />

auxílio ao planejamento e produtos voltados à melhoria da qualidade da energia elétrica.<br />

No Programa de Eficiência Energética, buscando assegurar a melhor utilização do produto distribuído aos seus Clientes,<br />

a Bandeirante promoveu diversas atividades e projetos de eficiência energética, que resultaram na eco<strong>no</strong>mia de 9,3 mil<br />

MWh/a<strong>no</strong> e redução da demanda <strong>no</strong> horário de ponta da ordem de 8,7 MW, entre outros benefícios.<br />

Merecem também destaque os projetos desenvolvidos em parceria com as Prefeituras Municipais de São José dos Campos<br />

e Jacareí. Tais parcerias permitiram a modernização de todo o parque de iluminação pública daquelas cidades, mediante a<br />

substituição de aproximadamente 47,5 mil pontos de iluminação por outros mais econômicos e eficientes, que resultaram<br />

na eco<strong>no</strong>mia de 15 mil MWh/a<strong>no</strong> e redução da demanda <strong>no</strong> horário de ponta da ordem de 1,5 MW.<br />

GESTÃO ADMINISTRATIVA<br />

Estoques e Compras<br />

O valor médio dos estoques de 2004 aumentou 3,2% a preços <strong>no</strong>minais em relação a 2003, influenciado pela variação dos<br />

preços de “commodities” (alumínio, cobre e aço). Atualizando estes valores com base <strong>no</strong> IGP-M, o valor médio dos<br />

estoques da Empresa foi reduzido em 6,9% o que significou uma eco<strong>no</strong>mia de R$ 569 mil.<br />

Concomitantemente, a cobertura dos estoques dos produtos que representam 80% do consumo foi reduzida de 53 para 48<br />

dias. O Índice de Rotatividade associado evoluiu de 6,79 para 7,50.<br />

No sistema de “e-procurement”, implantado pioneiramente <strong>no</strong> setor de “utilities” pela Bandeirante desde 2001, foram<br />

realizadas mais de 2 mil operações <strong>no</strong> exercício de 2004 - crescimento de 75% em relação ao a<strong>no</strong> de 2003 - num montante<br />

de R$ 52 milhões.<br />

Programa Eficiência<br />

O Programa Eficiência do grupo <strong>EDP</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> visa partilhar experiências e “k<strong>no</strong>w-how” entre as empresas do grupo,<br />

padronizar procedimentos e tec<strong>no</strong>logias, potencializar uma cultura já existente de gestão eficiente de custos e reforçar o<br />

espírito de grupo.<br />

Deste programa resultaram eco<strong>no</strong>mias de R$ 4,5 milhões para a Bandeirante.<br />

257


Outras Medidas de Eficiência<br />

Foram desenvolvidas e implementadas outras medidas visando o aumento da eficiência, para além das já antes referidas,<br />

essencialmente orientadas para a redução das despesas.<br />

A renegociação dos contratos e o compartilhamento de edifícios permitiram diminuir os custos com aluguéis, condomínio<br />

e vigilância.<br />

A implementação de meios alternativos de recebimento de conta de energia elétrica proporcio<strong>no</strong>u maior facilidade ao<br />

cliente e em conjunto com a renegociação dos contratos com os agentes arrecadadores, possibilitou a redução do seu custo<br />

em 14% relativamente ao a<strong>no</strong> anterior.<br />

Além da implementação da rede de telecomunicações corporativa de alta capacidade, que se traduziu numa redução na<br />

tarifa de 57% do Mbps transmitido, fez-se, <strong>no</strong> âmbito da telefonia fixa, a interligação das centrais telefônicas, através de<br />

sistema inteligente de voz sobre IP, resultando numa redução de 19% <strong>no</strong>s custos.<br />

A instalação de celulares nas centrais telefônicas permitiu a redução de 50% <strong>no</strong> custo das ligações da rede fixa para a rede<br />

móvel.<br />

Adicionalmente, as negociações dos contratos com as operadoras de telecomunicações conduziram à redução de 38% na<br />

tarifa de telefonia fixa, 48% nas tarifas do Call Center e 28% nas tarifas de telefonia móvel.<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

A Bandeirante efetuou em 2004 a revisão do seu Pla<strong>no</strong> de Cargos e Salários.<br />

A Empresa manteve a sua política de valorização dos seus colaboradores, estimulando o desenvolvimento profissional e<br />

pessoal do seu quadro, mediante ações de treinamento inter<strong>no</strong> e exter<strong>no</strong>, participação em eventos técnicos e outras ações,<br />

num total de 63 mil horas de treinamento, correspondente a 50 horas por colaborador e a um gasto de R$ 1,6 milhões.<br />

Para incentivar os seus colaboradores a melhorar a sua formação acadêmica, aumentou o numero de bolsa de estudos de<br />

graduação universitária e técnica de nível médio, especialização e pós-graduação.<br />

É de destacar o treinamento <strong>no</strong> conhecimento da Empresa, do produto e da sua ferramenta de trabalho dado a todo o grupo<br />

de atendimento telefônico do Call Center.<br />

No desenvolvimento de pessoas, destaca-se o programa Jeito de Ser Bandeirante, que tem como objetivo propiciar a todos<br />

os colaboradores uma identidade organizacional comum, alicerçada por valores corporativos sólidos, levando-os a uma<br />

atuação mais consciente e responsável <strong>no</strong> dia-a-dia.<br />

Para promover a inclusão digital dos seus colaboradores que não dispõem de microcomputadores <strong>no</strong> seu trabalho, a<br />

Empresa criou Pontos de Informação e Cidadania - PICs que são salas informatizadas com acesso à Internet, Intranet e à<br />

rede de informações digitais da Empresa.<br />

O esforço na atualização e aprimoramento do seu corpo profissional também se deu com a re<strong>no</strong>vação de seus quadros,<br />

incorporando <strong>no</strong>vos colaboradores com perfil, formação e competências coerentes com os desafios futuros.<br />

Devido a várias ações e em especial aos projetos de modernização, foi possível aumentar em 2004 a eficiência da Empresa<br />

e a redução do seu quadro de pessoal efetivo para 1.202 o que permitiu atingir uma produtividade de 1.144 clientes por<br />

trabalhador.<br />

MEIO AMBIENTE<br />

Fundamentada <strong>no</strong>s princípios de desenvolvimento sustentável e com o firme propósito de compatibilizar o<br />

desenvolvimento de suas atividades com o meio ambiente e as comunidades locais, a Bandeirante vem empreendendo<br />

esforços significativos para o uso racional de recursos e para a conscientização dos colaboradores, fornecedores e<br />

comunidades, em relação às questões ambientais, observando atentamente os preceitos estabelecidos na legislação<br />

ambiental.<br />

A Bandeirante desenvolveu e está implantando o Projeto SIGA - Sistema Integrado de Gestão Ambiental, Saúde<br />

Ocupacional, Segurança do Trabalho e Comunicação Social, fundamentado nas <strong>no</strong>rmas internacionais ISO 14.000 e<br />

OHSAS 18.000. Após auditoria realizada por empresa especializada e reconhecida internacionalmente, <strong>no</strong> âmbito do<br />

processo de financiamento junto ao Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento – BID, o SIGA foi aprovado como uma<br />

moderna e i<strong>no</strong>vadora solução integrada de gestão.<br />

Esta <strong>no</strong>va metodologia foi aplicada com sucesso durante a construção da ETD Maresias, localizada <strong>no</strong> município de São Sebastião.<br />

Também foi obtida a licença ambiental de instalação para a construção da linha de transmissão Norte-Nordeste, localizada<br />

<strong>no</strong> Parque Ecológico do Tietê, ensejando o início do processo de compensação ambiental.<br />

258


Além da compensação ambiental, a Bandeirante tem adotado todas as providências para minimizar os impactos às<br />

comunidades locais durante a construção de seus empreendimentos e incorporado aos projetos adequadas soluções de<br />

proteção ambiental.<br />

Ciente de sua responsabilidade na preservação do meio ambiente, a Bandeirante também participa de diversas iniciativas<br />

junto ao Poder Público Municipal, para a adequação da arborização urbana, visando um equilíbrio entre os sistemas<br />

elétricos e a vegetação local.<br />

BALANÇO SOCIAL<br />

O Projeto Bandeirante Comunidade Educação, envolvendo a participação de 59 escolas de ensi<strong>no</strong> básico público na área<br />

de concessão da Bandeirante, beneficiou mais de 20 mil alu<strong>no</strong>s com a distribuição de kits escolares e de higiene bucal e<br />

campanhas de arrecadação de agasalhos, brinquedos e livros, que contribuíram para processo de aprendizagem, reforçando<br />

o conceito da cidadania. Diversas atividades, desde projetos de reformas e melhorias <strong>no</strong> ambiente de estudo, passando pelo<br />

desenvolvimento de hortas escolares, apresentações teatrais e também a elaboração de mais de 8 mil trabalhos sobre o tema<br />

da energia, foram apoiadas por 160 colaboradores voluntários.<br />

A Bandeirante patroci<strong>no</strong>u diversas manifestações culturais e promoveu projetos de orientação para o uso racional e seguro<br />

da energia.<br />

Esta atuação alcançou reconhecimento em diversas esferas, tendo a Bandeirante conquistado os prêmios “Top Social”<br />

ADVB e o troféu da “Empresa Cidadã” <strong>no</strong> Fórum Social de Cidadania Empresarial.<br />

Balanço Social Anual/2004<br />

2004 Valor (Mil reais)<br />

259


DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO<br />

O EBITDA (resultado do serviço acrescido de depreciações e amortizações) atingido foi de R$ 332 milhões, significando<br />

melhora de 37% sobre o resultado contabilizado em 2003. Essa melhor performance operacional também pode ser<br />

verificada pela evolução da margem do EBITDA sobre a Receita Operacional Líquida, a qual cresceu de 14% em 2003<br />

para 18% em 2004, principalmente pelo aumento de 8% na Receita Operacional Líquida.<br />

O crescimento da Receita Operacional Líquida foi motivado por: - Aumento médio, a partir de outubro de 2003, de 10,51%<br />

sobre as tarifas de fornecimento de energia e de 123,6% na TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) paga pelos<br />

clientes livres; - Crescimento de 7,2% <strong>no</strong> volume físico de energia distribuída.<br />

Os custos e despesas operacionais aumentaram 4%, abaixo do Índice Geral de Preços a Mercado (IGP-M), medido pela<br />

FGV, que atingiu 12,41% <strong>no</strong> a<strong>no</strong>.<br />

O aumento médio da tarifa de compra de energia e o aumento das subvenções setoriais (CCC e CDE) e encargos do uso<br />

da rede foram compensados, parcialmente, pela devolução de 9% <strong>no</strong> volume total de energia comprada, advinda da<br />

migração de clientes para o mercado livre e pela redução da taxa do dólar praticada na aquisição de energia elétrica de<br />

Itaipu.<br />

Ressalta-se ainda, o incremento <strong>no</strong>s gastos com licenças de software, serviços de terceiros e amortização, decorrente da<br />

entrada em operação dos <strong>no</strong>vos sistemas de informática associados ao Programa Integrado de Modernização, cujo retor<strong>no</strong><br />

se dará <strong>no</strong>s próximos a<strong>no</strong>s. As despesas operacionais foram ainda impactadas pelo crescimento da inadimplência, fruto de<br />

alterações temporárias nas políticas comerciais na fase inicial de implementação do CCS. Deve-se destacar, <strong>no</strong> entanto,<br />

que o índice de inadimplência da Empresa – 1,45% da receita de fornecimento – está abaixo da média do setor e que já foi<br />

iniciado intenso programa de sua recuperação.<br />

O resultado financeiro líquido em 2004 foi negativo em R$ 114 milhões e, excluindo o efeito do pagamento de juros sobre<br />

capital próprio, a análise demonstra que houve uma sensível melhora em relação a 2003, principalmente, pela redução do<br />

custo financeiro na captação de recursos e, também, pela redução em 5% do endividamento bancário médio. O<br />

endividamento da Empresa encontra-se substancialmente atrelado a Selic, cuja taxa média <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004 (16,3%),<br />

manteve-se em níveis muito inferiores aos verificados em 2003 (22,8%). A política financeira adotada pela Empresa<br />

contempla a eliminação do risco de flutuação cambial do dólar <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong> através de instrumentos de “hedge” para<br />

todas as dívidas contraídas em moeda estrangeira.<br />

O Lucro Líquido de 2004, por prudência da Administração da Empresa, já reflete integralmente uma redução de R$70<br />

milhões (sendo R$14 milhões referentes ao a<strong>no</strong> de 2003), correspondente aos efeitos econômicos da alteração do<br />

reposicionamento tarifário retroativo a outubro de 2003, definido pela Aneel, que reduziu o aumento de 18,08%<br />

anteriormente concedido para 10,51%. A medida tem caráter provisório até que o Órgão Regulador valide o laudo de<br />

avaliação da base de remuneração realizado por avaliador independente, devidamente credenciado, e já entregue pela<br />

Empresa. As eventuais diferenças a serem devolvidas ao consumidor, dependem desta avaliação definitiva da Aneel que<br />

ocorrerá em outubro de 2005.<br />

Ainda em relação ao Lucro Líquido de R$ 130 milhões em 2004, destaque-se que, considerando efeito líquido negativo <strong>no</strong><br />

resultado de 2004 pela revisão do reposicionamento tarifário de 2003 <strong>no</strong> valor de R$ 14 milhões, este resultado representa<br />

um crescimento de 184% em relação ao a<strong>no</strong> anterior.<br />

Em decorrência do melhor desempenho econômico-financeiro em 2004 e das adequações na estrutura de capital da<br />

empresa, a Bandeirante decidiu distribuir R$ 70 milhões em dividendos intermediários em 2004.<br />

Investimento<br />

Em 2004 o investimento totalizou R$ 120 milhões, incluindo encargos, destinados ao Programa Integrado de<br />

Modernização (PIM), à expansão e adequação da sua rede elétrica para atendimento do mercado, à instalação de sistemas<br />

de medição, à melhoria da qualidade de serviço, à eficiência energética, ao aumento da flexibilidade operativa do sistema<br />

elétrico, à melhoria da iluminação pública e à melhoria das áreas de suporte.<br />

260


Endividamento<br />

Um dos fatores mais importantes a serem destacados na condução da política financeira da Bandeirante <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004 é<br />

o alongamento do perfil da dívida e, conseqüentemente, na redução <strong>no</strong> risco de refinanciamento, possibilitando uma maior<br />

eficiência na gestão do caixa da Empresa.<br />

Em março de 2004, a Bandeirante assi<strong>no</strong>u um programa de financiamento de US$ 100 milhões com o Banco<br />

Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento, programa este pioneiro <strong>no</strong> setor elétrico nacional. O financiamento, já inteiramente<br />

recebido pela Bandeirante, é destinado a projetos de investimento, com garantia <strong>no</strong>s recebíveis da Empresa pelo<br />

fornecimento de energia elétrica, com estabelecimento de “covenants”. O financiamento é composto de duas tranches,<br />

sendo a Tranche A de US$ 38,9 milhões, com recursos do BID, juros com vencimento trimestral e principal amortizado<br />

trimestralmente entre maio de 2006 e fevereiro de 2012; a Tranche B de US$ 61,1 milhões, com a participação de<br />

consórcio de bancos brasileiros, portugueses e espanhóis, juros com vencimento trimestral e o principal amortizado<br />

trimestralmente entre maio de 2006 e fevereiro de 2009.<br />

Em Abril de 2004, o BNDES liberou recursos <strong>no</strong> total de R$ 78 milhões para suprir a insuficiência de recursos decorrente<br />

do adiamento da aplicação na tarifa dos mecanismos de Compensação das Variações dos itens da Parcela A - CVA. O<br />

vencimento desse empréstimo ocorrerá em <strong>no</strong>vembro de 2006, com amortizações mensais a partir de dezembro de 2004,<br />

com garantia em conta bancária através de vinculação de um percentual do faturamento mensal da Empresa.<br />

Através dessas operações e pela gestão eficiente de caixa, a Empresa conseguiu melhorar o perfil da dívida bancária total,<br />

reduzindo o endividamento de curto prazo para R$ 319 milhões ante R$ 507 milhões em dezembro de 2003.<br />

Além da melhoria <strong>no</strong> perfil da dívida bancária, o quadro a seguir demonstra a melhoria da capacidade de repagamento da<br />

Bandeirante, medida pela relação da dívida líquida e EBITDA:<br />

2004 2003<br />

Curto Prazo 319 507<br />

Longo Prazo 531 344<br />

Divida Bancária (*) 850 851<br />

(-) Disponibilidades (13) (49)<br />

(=) Dívida Bancária Líquida 837 802<br />

(-) BNDES (Recomp.Tarif.Extraord., CVA) (280) (231)<br />

(=) Dívida Líquida 557 571<br />

EBITDA 332 231<br />

Dívida Líquida/EBITDA 1,68 2,48<br />

(*) Empréstimos e Financiamentos + Encargos + Operações de “Swap”<br />

Geração de Caixa<br />

A geração operacional de caixa atingiu R$ 312 milhões, especialmente pelo crescimento de 37% <strong>no</strong> EBITDA. Além disso,<br />

o caixa foi positivamente impactado pelo ingresso de R$76 milhões referentes à Recomposição Tarifária Extraordinária<br />

(RTE), sem efeito contábil <strong>no</strong> resultado operacional. Em contrapartida, os gastos com as subvenções setoriais (CCC e<br />

CDE), a aquisição de energia elétrica de Itaipu e o aumento da alíquota da Cofins, representaram uma saída de caixa não<br />

refletida <strong>no</strong> resultado contábil de R$ 98 milhões, constituindo montante a ser compensado por futuros reajustes tarifários.<br />

Os efeitos redutores, acima mencionados - subvenções setoriais, energia elétrica de Itaipu e Cofins – fizeram com que a<br />

geração operacional de caixa ficasse abaixo do realizado em 2003, o que já está sendo compensado pela revisão tarifária<br />

de outubro de 2004.<br />

261


DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO<br />

DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO<br />

Em Milhares de Reais<br />

262


DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA CONTÁBIL<br />

DO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO<br />

Em Milhares de Reais<br />

263


AUDITORIA EXTERNA<br />

Na contratação de serviços não relacionados com a auditoria externa junto aos seus auditores independentes, a Empresa<br />

fundamenta-se <strong>no</strong>s princípios que preservam a independência do auditor independente, que consistem, de acordo com os<br />

princípios internacionalmente aceitos, em:<br />

- o auditor não deve auditar o seu próprio trabalho;<br />

- a auditor não deve exercer funções gerenciais do cliente;<br />

- e o auditor não deve promover os interesses do seu cliente.<br />

No exercício de 2004, os únicos serviços prestados à Empresa pelos seus auditores independentes foram os relacionados<br />

com os exames da auditoria independente das demonstrações contábeis.<br />

PERSPECTIVAS E NOTA FINAL<br />

A sustentabilidade do crescimento da eco<strong>no</strong>mia brasileira e, portanto, do consumo de eletricidade dependerá<br />

principalmente do aumento do nível de investimentos <strong>no</strong> país, em especial em infra-estruturas.<br />

Entretanto, as perspectivas para 2005 continuam sendo positivas, com bom desempenho na balança comercial, controle das<br />

contas públicas e ambiente exter<strong>no</strong> favorável.<br />

Pelo acompanhamento e apoio recebido do acionista controlador, a Administração da Bandeirante manifesta o seu<br />

agradecimento. É também devido um agradecimento aos fornecedores, consultores, instituições financeiras e a todas as<br />

entidades que colaboram com a Empresa.<br />

Pela contribuição para os resultados da Empresa, um agradecimento especial aos colaboradores da Bandeirante que<br />

trabalharam com competência e dedicação.<br />

Finalmente, um agradecimento especial aos clientes da Empresa, a quem se procurou oferecer os melhores níveis de<br />

qualidade do produto e do serviço prestado.<br />

11.01 - NOTAS EXPLICATIVAS<br />

NOTAS EXPLICATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS<br />

EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 E 2003<br />

Em Milhares de Reais (exceto quando indicado)<br />

1. CONTEXTO OPERACIONAL<br />

BANDEIRANTE ENERGIA S.A., Companhia de capital aberto, tem por objetivo a prestação de serviços públicos<br />

de energia elétrica, pelo prazo de 30 a<strong>no</strong>s, a partir de 23 de outubro de 1998, conforme contrato de concessão firmado<br />

naquela data. A Companhia atua em 28 municípios do Estado de São Paulo, especificamente nas regiões do Alto do<br />

Tietê e Vale do Paraíba, atendendo a aproximadamente 1,4 milhões de clientes e distribuindo aproximadamente<br />

12.209 GWh ao a<strong>no</strong> (quantidades não auditadas).<br />

2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS<br />

As Demonstrações Financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, que<br />

incluem as disposições da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e <strong>no</strong>rmas aplicáveis às concessionárias de<br />

serviços públicos de energia elétrica, estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel.<br />

Adicionalmente, objetivando a compatibilização aos critérios do grupo a qual pertence e a melhoria na<br />

comparabilidade das demonstrações financeiras da Companhia, foram efetuadas as seguintes alterações na<br />

apresentação dessas demonstrações, bem como a correspondente reclassificação e ajuste dos valores anteriormente<br />

apresentados em 2003, cujas demonstrações financeiras foram publicadas <strong>no</strong> jornal Valor Econômico em 19 de<br />

março de 2004:<br />

• Com o advento das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, que alteraram a sistemática de apuração do PIS e COFINS,<br />

respectivamente, para a sistemática de apuração não-cumulativa, o crédito de PIS e COFINS está classificado<br />

como redutor da rubrica de Impostos e Contribuições sobre a Receita;<br />

• A despesa com CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras está apresentada na rubrica<br />

de Resultado Financeiro Líquido;<br />

264


• Os Encargos de Capacidade Emergencial - ECE e Encargos de Aquisição de Energia Elétrica Emergencial -<br />

EAEEE estão classificados, pelo seu valor bruto, <strong>no</strong> grupo de Receita Operacional e os respectivos ICMS e valor<br />

líquido para repasse à CBEE - Comercializadora <strong>Brasil</strong>eira de Energia Emergencial <strong>no</strong> grupo de Deduções da<br />

Receita Operacional; e<br />

• O ajuste de exercícios anteriores descrito na Nota 13.2 foi ajustado nas demonstrações financeiras de 2003.<br />

Em função dos ajustes e das reclassificações acima descritos, e adicionalmente ao exigido pelo Artigo 186 da Lei das<br />

Sociedades por Ações, as demonstrações financeiras do exercício de 2003 estão sendo apresentadas “pro forma” com a<br />

finalidade de permitir melhor comparabilidade entre aquele exercício social e o encerrado em 31 de dezembro de 2004.<br />

2.1. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS<br />

a) Consumidores e Concessionários - incluem:<br />

(i) Os valores faturados a consumidores finais e concessionários revendedores, bem como a receita<br />

referente à energia consumida e não faturada;<br />

(ii) Os valores a receber relativos à energia comercializada na Câmara de Comercialização de Energia<br />

Elétrica - CCEE, anteriormente de<strong>no</strong>minada Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE (Nota 4.2);<br />

(iii) Os saldos a receber relativos à Recomposição de Receita e à Energia Livre (Notas 3.1 e 3.2); e<br />

(iv) O crédito decorrente do Parcelamento da Revisão Tarifária Ordinária de 23 de outubro de 2003 e<br />

respectiva provisão integral constituída em 2004 (Nota 4.1).<br />

b) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa - Calculada em montante considerado suficiente para<br />

cobrir eventuais perdas na realização de contas a receber de Consumidores e Concessionários.<br />

c) Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica - Inclui o saldo remanescente dos<br />

valores a receber de bônus, aprovados pelo Despacho Aneel nº 600, de 27 de setembro de 2002, e os Custos<br />

a Reembolsar, ambos decorrentes da implantação do Programa Emergencial de Redução do Consumo de<br />

Energia Elétrica.<br />

d) Estoques - Avaliados e registrados ao custo médio de aquisição, inferiores aos valores de realização.<br />

Os materiais destinados ao consumo e manutenção são classificados <strong>no</strong> Ativo Circulante. Os materiais<br />

destinados às obras são classificados em Imobilizado em Curso.<br />

e) Conta de Compensação de Variação de Custos da Parcela “A” - Inclui as variações positivas e negativas<br />

dos itens da Parcela “A” (gastos não gerenciáveis), previstos <strong>no</strong> Contrato de Concessão de Distribuição de<br />

Energia Elétrica (Notas 3.3 e 6).<br />

f) Imobilizado - Registrado ao custo de aquisição ou custo de construção, corrigidos monetariamente até 31 de<br />

dezembro de 1995. A depreciação é calculada pelo método linear, de acordo com taxas anuais fixadas pelo<br />

Poder Concedente, determinada pela Resolução Aneel nº 002, de 24 de dezembro de 1997, atualizada pela<br />

Resolução Aneel nº 044, de 17 de março de 1999, como descrito na Nota 9.<br />

Em função do disposto <strong>no</strong> item 4 da Instrução Contábil n.º 10, do Manual de Contabilidade do Serviço Público<br />

de Energia Elétrica e na Instrução CVM n.º 193, de 11 de julho de 1996, os encargos financeiros, relativos aos<br />

financiamentos obtidos de terceiros, efetivamente aplicados <strong>no</strong> Imobilizado em Curso, são registrados neste<br />

subgrupo <strong>no</strong> custo das respectivas obras (Nota 21).<br />

As Obrigações Vinculadas à Concessão, demonstradas como retificadoras do Imobilizado, referem-se,<br />

principalmente, a recursos recebidos dos consumidores destinados a execução de empreendimentos<br />

necessários ao atendimento de pedidos de fornecimento de energia elétrica. Estas obrigações estão<br />

diretamente vinculadas à Concessão do Serviço Público de Energia Elétrica, e sua eventual liquidação ocorrerá<br />

de acordo com determinações do Poder Concedente.<br />

g) Demais Ativos Circulante e Realizável a Longo Prazo - São demonstrados aos valores de custo ou<br />

realização, incluindo, quando aplicável, os rendimentos auferidos.<br />

h) Fornecedores - Inclui o saldo a pagar a fornecedores de energia elétrica e o saldo de Energia Livre a pagar a<br />

geradores de energia elétrica.<br />

i) Empréstimos e Financiamentos - Atualizados com base nas variações monetárias e cambiais, acrescidas dos<br />

respectivos encargos incorridos até a data do encerramento do exercício.<br />

265


j) Demais Passivos Circulantes e Exigível a Longo Prazo - São demonstrados pelos valores conhecidos ou<br />

exigíveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos, variações monetárias e cambiais.<br />

k) Resultado - Apurado pelo regime de competência, incluindo:<br />

(i) Receita com Fornecimento de Energia Elétrica - O fornecimento de energia elétrica aos consumidores<br />

finais e concessionários revendedores, não faturados até a data do encerramento do exercício, são<br />

mensurados e registrados contabilmente, de forma que possibilite a contraposição dos custos e das<br />

receitas <strong>no</strong> respectivo exercício;<br />

(ii) Conta Consumo de Combustíveis - CCC - Encargo setorial assumido pelas distribuidoras de energia<br />

elétrica, cujos recursos são destinados a fundo específico, administrado pela Eletrobrás - Centrais<br />

Elétricas <strong>Brasil</strong>eiras S.A., com o objetivo de subsidiar os gastos com o consumo de combustíveis fósseis<br />

das geradoras termelétricas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>;<br />

(iii) Conta de Desenvolvimento Energético - CDE - Encargo setorial assumido pelas distribuidoras de<br />

energia elétrica, cujos recursos são destinados a fundo específico, administrado pela Eletrobrás - Centrais<br />

Elétricas <strong>Brasil</strong>eiras S.A., para promover a competitividade da energia produzida a partir de fontes<br />

eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, gás natural e carvão mineral nacional, nas áreas<br />

atendidas pelos Sistemas Elétricos Interligados e promover a universalização do serviço de energia<br />

elétrica em todo o território nacional; e<br />

(iv) Imposto de Renda e Contribuição Social - Calculados conforme legislação e alíquotas vigentes à data<br />

do balanço (25% para o Imposto de Renda e 9% para Contribuição Social sobre o Lucro). De acordo com<br />

as disposições da Deliberação CVM n.º 273, de 20 de agosto de 1998 e Instrução CVM n.º 371, de 27 de<br />

junho de 2002, a Companhia registra em suas demonstrações contábeis os créditos tributários diferidos<br />

sobre prejuízos fiscais, base negativa da Contribuição Social e adições temporárias.<br />

3. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA<br />

Para o ressarcimento do montante da Recomposição de Receita, Energia Livre e Parcela “A”, em atendimento às<br />

disposições da Medida Provisória n.º 14 (convertida na Lei n.º 10.438/02), foi concedido a partir de janeiro de 2002<br />

o reajuste tarifário extraordinário de 2,9% aplicável aos consumidores residenciais e rurais (exceto os de baixa<br />

renda) e de 7,9% para os demais consumidores.<br />

No exercício de 2002 foram liberados recursos equivalentes a 90% dos montantes homologados de Recomposição<br />

de Receita e de Parcela “A”, relativos a abertura de crédito <strong>no</strong> âmbito do Programa Emergencial e Excepcional de<br />

Apoio Financeiro às Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica, através de contratos<br />

de financiamento com o BNDES assinados em 13 de fevereiro de 2002.<br />

A Resolução Normativa Aneel n.º 1, de 12 de janeiro de 2004, republicada em 1º de junho de 2004, retificou para<br />

R$119.954 o montante de Energia Livre anteriormente homologado pela Resolução Aneel n.º 483, de 29 de agosto<br />

de 2002 (Nota 3.2), alterou para 63 meses o prazo máximo de permanência da Recomposição Tarifária<br />

Extraordinária - RTE nas tarifas de fornecimento de energia elétrica anteriormente estabelecido pela Resolução<br />

Aneel n.º 484, de 29 de agosto de 2002, excluiu deste prazo o montante relativo às variações dos itens da Parcela<br />

“A” verificadas <strong>no</strong> exercício de 2001 e estabeleceu que a sua recuperação se dará por mecanismo equivalente ao<br />

previsto <strong>no</strong> art. 4º da Lei nº 10.438/02 e que, para a Companhia, como concessionária de serviço público de<br />

distribuição de energia elétrica localizada <strong>no</strong> Sistema Interligado Nacional sujeita ao Programa Emergencial de<br />

Redução do Consumo de Energia Elétrica - PERCEE, essa recuperação se dará imediatamente após o final da<br />

Recomposição Tarifária Extraordinária prevista <strong>no</strong> art. 4º da Lei n.º 10.438/02, pelo prazo necessário para atingir o<br />

montante homologado pela Resolução Aneel n.º 482, de 29 de agosto de 2002.<br />

No exercício de 2004 foi faturado o montante de R$107.633 (R$99.123 em 2003) e, com base em estimativas,<br />

considerando o prazo máximo de permanência da RTE estipulado através da Resolução Normativa Aneel n.º 1 de<br />

2004, a Companhia não espera futuras perdas patrimoniais.<br />

3.1. RECOMPOSIÇÃO DE RECEITA<br />

Período de 1º de junho de 2001 a 28 de fevereiro de 2002:<br />

Do montante de R$278.595 homologados através das Resoluções Aneel n.º 480 e 481, ambas de 29 de agosto de 2002,<br />

foi amortizado <strong>no</strong> exercício de 2004 o montante de R$75.525 (R$77.953 em 2003), decorrente da aplicação de parte<br />

do Reajuste Tarifário Extraordinário. A partir de fevereiro de 2003, parte do valor faturado decorrente da aplicação do<br />

Reajuste Tarifário Extraordinário está sendo destinado para amortização da Recomposição Tarifária Extraordinária<br />

relativa à Energia Livre, repassada às geradoras, estabelecida pela Resolução Aneel n.º 36, de 29 de janeiro de 2003,<br />

alterada subseqüentemente pelas Resoluções Aneel n.º 89, de 25 de fevereiro de 2003 e nº 45, de 3 de março de 2004.<br />

266


Atualização Monetária:<br />

A Resolução Aneel n.º 31, de 24 de janeiro de 2002, determi<strong>no</strong>u que o saldo remanescente da Recomposição de<br />

Receita fosse remunerado pela taxa de juros equivalente à cobrada, de cada concessionária, nas operações de<br />

financiamento de que trata o art. 5º da Medida Provisória n.º 14, de 21 de dezembro de 2001, decorrente do programa<br />

de financiamento subsidiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e, na ausência<br />

dessa operação financeira, deveria ser utilizada a taxa Selic. No exercício de 2004 foi contabilizado o montante de<br />

R$38.228 (R$56.648 em 2003) registrado em contrapartida do resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Receitas<br />

Financeiras.<br />

Remuneração Valor Saldo a<br />

Instrumentos de Valor Acumulada até Amortizado até Amortizar em<br />

Perda de Receita Homologação Homologado 31/12/04 31/12/04 31/12/04<br />

Resoluções nº<br />

480/02, 481/02<br />

e 01/04 278.595 144.230 235.232 187.593<br />

3.2. ENERGIA LIVRE<br />

Período de 1º de junho de 2001 a 28 de fevereiro de 2002:<br />

Durante o Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica ocorreu a comercialização de energia<br />

elétrica que não estava contratada, de<strong>no</strong>minada “Energia Livre”. A Resolução Normativa Aneel n.º 1, de 12 de<br />

janeiro de 2004, republicada em 1º de junho de 2004, retificou de R$104.192 para R$119.954 o montante de Energia<br />

Livre. A Companhia procedeu os ajustes em seus registros contábeis em março de 2004, de forma a refletir os efeitos<br />

do <strong>no</strong>vo montante homologado. No exercício de 2004 foi amortizado o montante de R$32.108 (R$21.170 em 2003),<br />

decorrente da aplicação de parte do reajuste tarifário extraordinário mencionado na Nota 3.1.<br />

Atualização Monetária:<br />

O montante homologado está sendo atualizado pela taxa Selic, sendo 50% atualizados a partir de 30 de dezembro de<br />

2002 e os 50% restantes a partir de 4 de julho de 2003, <strong>no</strong>s termos da Resolução Aneel n.º 36, de 29 de janeiro de<br />

2003, alterada pelas Resoluções Aneel n.º 89, de 25 de fevereiro de 2003 e nº 45, de 3 de março de 2004. No exercício<br />

de 2004 foi contabilizado o montante de R$19.161 (R$15.713 em 2003), registrado em contrapartida do resultado<br />

do exercício <strong>no</strong> grupo de Receitas Financeiras. Ato contínuo, foi registrado contabilmente na rubrica de<br />

Fornecedores, <strong>no</strong> exigível a longo prazo, também em contrapartida do resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Despesas<br />

Financeiras, em função do repasse às geradoras.<br />

Remuneração Valor Saldo a<br />

Instrumentos de Valor Acumulada até Amortizado até Amortizar em<br />

Energia Livre Homologação Homologado 31/12/04 31/12/04 31/12/04<br />

Resoluções nº<br />

01/04 e 45/04 119.954 34.874 53.278 101.550<br />

3.3. VARIAÇÃO DE CUSTOS DA PARCELA “A”<br />

Período de 1º de janeiro a 25 de outubro de 2001:<br />

No exercício de 2002 foi homologado o montante de R$61.521 através da Resolução Aneel n.º 482, de 29 de agosto<br />

de 2002.<br />

Atualização Monetária:<br />

O montante homologado está sendo atualizado <strong>no</strong>s mesmos termos da atualização monetária da Recomposição de<br />

Receita (Nota 3.1) e, <strong>no</strong> exercício de 2004, foi contabilizado o montante de R$17.714 (R$20.345 em 2003) em<br />

contrapartida do resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Receitas Financeiras.<br />

Remuneração Valor Saldo a<br />

“Parcela A” Instrumentos de Valor Acumulada Amortizado até Amortizar em<br />

período de 01/01/2001 Homologação Homologado até 31/12/04 31/12/04 31/12/04<br />

a 25/10/2001 Resoluções nº<br />

482/02 e 01/04 61.521 52.704 114.225<br />

267


4. CONSUMIDORES E CONCESSIONÁRIOS<br />

4.1. PARCELAMENTO DA REVISÃO TARIFÁRIA ORDINÁRIA<br />

O reposicionamento tarifário provisório da Companhia, homologado através da Resolução Aneel nº 566, de 22 de<br />

outubro de 2003, foi de 18,08%, sendo que, para atender ao princípio da modicidade tarifária e a condição do<br />

equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão, definida na revisão tarifária periódica de 23 de outubro<br />

de 2003, as tarifas foram reposicionadas em 14,68% a partir de 23 de outubro de 2003 e, para a diferença entre<br />

18,08% e 14,68%, constituiu-se um Ativo Regulatório que seria compensado <strong>no</strong>s três reajustes tarifários<br />

subseqüentes, através de acréscimos à Parcela “B” e que, até 30 de setembro de 2004, atingiu o montante de<br />

R$52.691. Em função do fato relatado na Nota 14, a Companhia constituiu nesta data uma provisão para redução<br />

integral deste ativo.<br />

4.2. CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CCEE<br />

A Companhia tem registrado <strong>no</strong> ativo o montante de R$16.379 e, <strong>no</strong> passivo circulante, o montante de R$1.475,<br />

relativos às transações de venda, compra de energia e encargos de serviços do sistema, realizados <strong>no</strong> âmbito da<br />

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, com base em cálculos elaborados e divulgados pela CCEE.<br />

Parte desses valores está sujeita a modificação dependendo de decisão de processos judiciais em andamento movidos<br />

por empresas do setor, relativos a interpretação das regras do mercado em vigor.<br />

4.3. CONCESSIONÁRIOS – OUTROS<br />

Refere-se, basicamente, a montante a receber da Companhia Piratininga de Força e Luz, em decorrência da cisão<br />

parcial da Bandeirante realizada em 1º de outubro de 2001. Com a transferência parcial da concessão à Companhia<br />

Piratininga de Força e Luz, a Bandeirante tem créditos registrados decorrentes da aplicação da proporcionalidade<br />

estabelecida <strong>no</strong> protocolo de cisão, <strong>no</strong> montante de R$41.738 (R$40.517 em 2003).<br />

268


5. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DIFERIDOS<br />

5.1. Os créditos fiscais diferidos de longo prazo poderão ser realizados até o exercício de 2011, como abaixo<br />

demonstrado:<br />

2006 2007 2008 2009 2010 2011<br />

60.082 63.450 63.178 94.189 57.906 11.449<br />

Para atendimento à Instrução CVM n.º 371/02, a Administração elaborou projeção de resultados tributáveis futuros,<br />

inclusive considerando seus descontos a valor presente, demonstrando a capacidade de realização desses créditos<br />

tributários <strong>no</strong>s períodos indicados, a qual foi aprovada pelo Conselho de Administração. Essas estimativas são<br />

periodicamente revisadas, de modo que eventuais alterações na perspectiva de recuperação desses créditos possam<br />

ser tempestivamente consideradas nas demonstrações contábeis.<br />

5.2. O crédito fiscal advindo da Provisão para Déficit Previdenciário - PSAP, refere-se à parcela de benefícios excedente<br />

aos ativos relativos aos pla<strong>no</strong>s previdenciários do tipo benefício definido, cuja provisão em 31 de dezembro de 2001<br />

foi efetuada em contrapartida ao Patrimônio Líquido, dedutível por ocasião dos pagamentos mensais, com<br />

expectativa de finalização <strong>no</strong> exercício de 2017.<br />

5.3. O crédito fiscal do ágio é proveniente da incorporação, ocorrida <strong>no</strong> exercício de 2002, da parcela cindida da anterior<br />

controladora Enerpaulo - Energia Paulista Ltda., representada pelo ágio pago pela Enerpaulo quando da aquisição<br />

de ações de emissão da Bandeirante, a qual foi contabilizada de acordo com as Instruções CVM nº 319/99 e 349/99<br />

e que, conforme determinação da Aneel, será amortizado pela curva entre a expectativa de resultados futuros e o<br />

prazo de concessão da Companhia, o que resulta em amortização anual média de R$6.080 até o a<strong>no</strong> de 2027.<br />

5.4. A projeção mencionada na Nota 5.1 indica que a Companhia apresenta base de cálculo suficiente para recuperação<br />

do saldo integral dos créditos tributários <strong>no</strong> período como demonstrado. No entanto, quanto aos créditos<br />

relacionados ao PSAP e Ágio, mencionados nas Notas 5.2 e 5.3, os mesmos serão realizados financeiramente até<br />

2017 e 2027, respectivamente, em consonância com as <strong>no</strong>rmas de amortização dos valores a eles vinculados.<br />

6. CONTA DE COMPENSAÇÃO DE VARIAÇÃO DE CUSTOS DA PARCELA “A”<br />

6.1. De 01/01/2001 a 25/10/2001 - valores correspondentes aos itens da Parcela “A” inseridas <strong>no</strong> contexto do Acordo do<br />

Setor Elétrico, como mencionado na Nota 3.<br />

6.2. De 26/10/2001 a 23/09/2004 - No reajuste tarifário ocorrido em 23 de outubro de 2004 foram incluídos, na sua<br />

formação: 50% do saldo remanescente da CVA apurada <strong>no</strong> período de 26/10/2001 a 23/09/2002; 50% da CVA<br />

apurada <strong>no</strong> período de 24/09/02 a 23/09/03, a qual não havia sido considerada <strong>no</strong> reposicionamento tarifário de<br />

outubro de 2003, tendo em vista o disposto na Portaria Interministerial nº 116, de 4 de abril de 2003 e; 100% da CVA<br />

apurada <strong>no</strong> período de 24/09/03 a 23/09/04.<br />

269


Os valores estão sendo atualizados pela variação da taxa Selic, tendo sido registrado <strong>no</strong> exercício o valor de<br />

R$12.696 (R$9.265 em 2003) em contrapartida à receita financeira. No exercício foi amortizado o montante de<br />

R$9.348 (R$23.117 em 2003).<br />

A Medida Provisória n.º 127, de 4 de agosto de 2003, convertida na Lei n.º. 10.762/03, instituiu o Programa<br />

Emergencial e Excepcional de Apoio às Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica,<br />

destinado a suprir a insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação do mecanismo de compensação<br />

de que trata o artigo 1º da Medida Provisória n.º 2.227, de 4 de setembro de 2001, para os reajustes e revisões<br />

tarifárias realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004, através de empréstimo concedido pelo Banco<br />

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (Nota 11.8).<br />

6.3. De 24/09/2004 a 31/12/2004 - Valores correspondentes aos itens da Parcela “A” que integrarão a base de cálculo de<br />

futuros reajustes tarifários.<br />

7. ATIVO REGULATÓRIO DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS E COFINS<br />

Curto Prazo Longo Prazo<br />

31/12/04 31/12/04<br />

Ativo Regulatório de PIS 3.107 6.384<br />

Ativo Regulatório de COFINS 8.296 16.965<br />

Total 11.403 23.349<br />

Em razão das alterações introduzidas pelas Leis nº 10.833/03 e 10.637/02, as quais majoraram a alíquota da COFINS<br />

de 3% para 7,6% e do PIS de 0,65% para 1,65%, respectivamente, foi reconhecido <strong>no</strong> exercício de 2004 um Ativo<br />

Regulatório de PIS e COFINS <strong>no</strong> montante de R$36.070, correspondente à diferença dessas tarifas não repassada para<br />

a tarifa. Desse montante, o valor de R$10.925 foi incluído na formação do reajuste tarifário ocorrido em 23 de outubro<br />

de 2004, representando 0,53% do total do reajuste homologado. No exercício foi amortizado o valor de R$1.318.<br />

8. DESPESAS PAGAS ANTECIPADAMENTE<br />

Curto Prazo Longo Prazo<br />

31/12/04 31/12/03 31/12/04<br />

Despesas - Captação de Financiamento 1.438 2.178 8.868<br />

Outros 705 1.259<br />

Total 2.143 3.437 8.868<br />

9. IMOBILIZADO<br />

270


A taxa de depreciação média anual para o exercício de 2004 foi de aproximadamente 5,03% (4,6% em 2003).<br />

De acordo com os artigos 63 e 64 do Decreto n.º 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, os bens e instalações utilizados<br />

na distribuição e comercialização de energia elétrica são vinculados a esses serviços, não podendo ser retirados,<br />

alienados, cedidos ou dados em garantia hipotecária sem a prévia e expressa autorização do Órgão Regulador. A<br />

Resolução Aneel n.º 20, de 3 de fevereiro de 1999, regulamenta a desvinculação de bens das concessões do Serviço<br />

Público de Energia Elétrica, concedendo autorização prévia para desvinculação de bens inservíveis à concessão,<br />

quando destinados à alienação, determinando ainda que o produto da alienação seja depositado em conta bancária<br />

vinculada para aplicação na concessão.<br />

10. FORNECEDORES<br />

11. EMPRÉSTIMOS, FINANCIAMENTOS E ENCARGOS DE DÍVIDAS<br />

271


11.1. BANCO ITAÚ BBA S.A. - Contrato de repasse exter<strong>no</strong> lastreado com recursos captados junto ao DEG -<br />

Deutsche Investitions und Entiwicklungsgesellschaft MBH, firmado em 5 de fevereiro de 2002. O saldo<br />

remanescente equivale a US$4,1 milhões, com juros de 9,5% ao a<strong>no</strong>, a vencer semestralmente <strong>no</strong>s meses de março<br />

e setembro, com vencimento final em 15 de março de 2006, garantido por <strong>no</strong>ta promissória e que estabelece ainda<br />

“covenants”, integralmente atendidos até o momento, cujo descumprimento resultaria em aumento da taxa de juros<br />

e até a antecipação do vencimento do contrato. Para este empréstimo foi realizada operação de swap cambial, com<br />

característica de hedge (Nota 25.5).<br />

11.2. CREDIT SUISSE FIRST BOSTON S.A. - Resolução 2770/00 - composto por dois contratos, ambos firmados em<br />

9 de março de 2004, <strong>no</strong> valor total de US$36 milhões, sendo: a) contrato de US$20 milhões, com principal e juros<br />

a vencer em 28 de dezembro de 2005, remunerado com juros de 2,5% ao a<strong>no</strong>; e b) contrato de US$16 milhões,<br />

remunerado com juros de 2,5% ao a<strong>no</strong>, liquidado em 9 de junho de 2004. Os contratos são garantidos por <strong>no</strong>tas<br />

promissórias. Para o contrato em vigor, foi realizada operação de swap cambial, com característica de hedge (Nota<br />

25.5).<br />

11.3. BID - BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - Contrato de financiamento exter<strong>no</strong> com<br />

participação de consórcio de bancos brasileiros, portugueses e espanhóis, firmado em 5 de março de 2004, <strong>no</strong><br />

montante de US$100 milhões, integralmente liberado durante o exercício de 2004, com carência de 2 a<strong>no</strong>s para<br />

início de pagamento do principal e com vencimento final em até 8 a<strong>no</strong>s, sendo:<br />

• Tranche “A” - US$38,9 milhões, com principal vencível trimestralmente <strong>no</strong> período de 15 de maio de 2006 a 15<br />

de fevereiro de 2012, remunerado por juros calculados pela taxa Libor acrescida de 4,375% ao a<strong>no</strong>, vencíveis<br />

trimestralmente a partir de 15 de maio de 2004.<br />

• Tranche “B” - US$61,1 milhões, com principal vencível trimestralmente <strong>no</strong> período de 15 de maio de 2006 a 15<br />

de fevereiro de 2009, remunerado por juros calculados pela taxa Libor acrescida de 4% ao a<strong>no</strong>, vencíveis<br />

trimestralmente a partir de 15 de maio de 2004.<br />

Este financiamento é destinado a projetos de investimento, com garantia <strong>no</strong>s recebíveis da Companhia pelo<br />

fornecimento de energia elétrica, com estabelecimento de “covenants” (dívida total em relação à dívida total mais<br />

patrimônio líquido, dívida total em relação ao EBITDA e índice de cobertura do serviço da dívida, entre outros não<br />

financeiros), integralmente atendidos até o momento, cujo descumprimento poderia resultar, parcial ou<br />

integralmente, em até a antecipação do vencimento do contrato. Para este empréstimo foram realizadas operações<br />

de swap cambial, com característica de hedge (Nota 25.5).<br />

11.4. BANCO SANTANDER BRASIL S.A. - Resolução 2770/00 - contrato de US$11 milhões, firmado em 20 de<br />

dezembro de 2004, com juros de 4,15% ao a<strong>no</strong> e garantido com <strong>no</strong>ta promissória, com vencimento de principal e<br />

encargos em uma única parcela em 11 de dezembro de 2006. Para este empréstimo foi realizada operação de swap<br />

cambial, com característica de hedge (Nota 25.5).<br />

11.5 BANCO SAFRA S.A. - Resolução 2770/00 - Contrato firmado em 5 de janeiro de 2001, com juros de 5% ao a<strong>no</strong> e<br />

garantido com <strong>no</strong>ta promissória, liquidado em 17 de maio de 2004. Para este empréstimo foi realizada operação de<br />

swap cambial, com característica de hedge.<br />

11.6. <strong>EDP</strong> BRASIL S.A. - Refere-se a contrato firmado em 27 de dezembro 2001, sem apresentação de garantias, <strong>no</strong> valor<br />

original de R$472.879. As parcelas são reajustadas nas datas dos efetivos pagamentos, adotando-se como teto para<br />

os encargos do contrato o me<strong>no</strong>r valor entre a taxa de CDI e o custo equivalente a Libor + 0,875% ao a<strong>no</strong>, acrescido<br />

da variação do IGP-M, conforme determinação da Aneel, através do Ofício n.º 106 - SFF/Aneel, de 20 de dezembro<br />

de 2001. Em 28 de julho de 2003, foi celebrado o 3º Termo de Aditamento ao Contrato de Compra e Venda de Títulos<br />

estabelecendo que, em 31 de dezembro de 2003, o saldo total remanescente (principal e encargos) tor<strong>no</strong>u-se “<strong>no</strong>vo<br />

principal”, a liquidar em 24 parcelas, mensais e sucessivas, de janeiro de 2004 a dezembro de 2005 e os juros<br />

incidentes sobre o “<strong>no</strong>vo principal” vencíveis em quatro parcelas semestrais a partir de julho de 2004.<br />

11.7. BNDES - Recomposição Tarifária Extraordinária - Contrato firmado em 13 de fevereiro de 2002, em consonância<br />

com o Acordo Geral do Setor Elétrico e Lei n.º 10.438/02. No exercício de 2002 foram liberados recursos <strong>no</strong><br />

montante de R$306.105, equivalentes a 90% do valor da Recomposição de Receita e Conta de Compensação de<br />

Variação de Itens da Parcela “A” de 1º de janeiro a 25 de outubro de 2001 (Notas 3.1 e 3.3). Sobre o valor do<br />

principal incide juros à taxa de 1% ao a<strong>no</strong>, acima da taxa média anual ajustada da Selic. A parcela de crédito <strong>no</strong> valor<br />

original de R$250.736 e respectivos juros está sendo amortizada mensalmente desde março de 2002, em 55<br />

prestações mensais e sucessivas com vencimento final em 15 de setembro de 2006 e a parcela de crédito <strong>no</strong> valor<br />

original de R$55.369 deverá ser amortizada em 9 prestações mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira em 15 de<br />

outubro de 2006 e a última em 15 de junho de 2007 e, durante a carência, os juros estão sendo integralizados ao<br />

principal do empréstimo. Ambos com garantia em conta bancária através de vinculação do valor equivalente a 5,95%<br />

até abril de 2003 e 3,77% a partir de maio de 2003, do faturamento mensal da Companhia.<br />

272


11.8. BNDES - CVA - Contrato firmado em 7 de abril de 2004, em consonância com o Programa Emergencial e<br />

Excepcional de Apoio às Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica conforme Lei<br />

n.º 10.762/03. Destina-se a suprir a insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação dos mecanismos<br />

de compensação das variações dos itens da Parcela “A”, para os reajustes e revisões tarifárias anuais referentes ao<br />

período compreendido entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004. No exercício de 2004 foram liberados recursos<br />

<strong>no</strong> montante de R$78.134. Sobre o valor do principal incide juros à taxa de 1% ao a<strong>no</strong>, acima da taxa média anual<br />

ajustada da Selic, capitalizados <strong>no</strong> dia 15 de cada mês desde a data da liberação dos recursos até o dia 14 de<br />

dezembro de 2004 e exigíveis mensalmente a partir do dia 15 de dezembro de 2004, juntamente com as prestações<br />

do principal e com vencimento final em 15 de <strong>no</strong>vembro de 2006, com garantia em conta bancária através de<br />

vinculação do valor equivalente a 2,77% do faturamento mensal da Companhia.<br />

11.9. CONTAS GARANTIDAS - Referem-se a empréstimos obtidos junto a diversas instituições financeiras nacionais,<br />

para cobertura do fluxo de caixa operacional, com taxa de juros média de 106% do CDI, garantidos por <strong>no</strong>tas<br />

promissórias de em média 120% do valor do principal.<br />

11.10. NOTAS PROMISSÓRIAS - Em 24 de setembro de 2003 foi efetivada pela Companhia a emissão de trezentas e<br />

sessenta <strong>no</strong>tas promissórias, com valor unitário de R$500, em subscrição pública e resgatadas integralmente <strong>no</strong> seu<br />

vencimento em março de 2004.<br />

11.11. PROGRAMA DE AMORTIZAÇÃO - PRINCIPAL E ENCARGOS DE LONGO PRAZO<br />

Moeda Moeda<br />

Vencimento Estrangeira Nacional Total<br />

2006 85.898 123.240 209.138<br />

2007 71.267 62.641 133.908<br />

2008 71.266 854 72.120<br />

2009 30.727 541 31.268<br />

2010 17.207 115 17.322<br />

2011 17.207 115 17.322<br />

2012 4.316 115 4.431<br />

2013 a 2016 414 414<br />

Total 297.888 188.035 485.923<br />

12. TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS<br />

273


13. OBRIGAÇÕES ESTIMADAS<br />

31/12/04 31/12/03<br />

Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo<br />

INSS e FGTS 2.226 1.995<br />

Folha de Pagamento 10.855 8.319<br />

Imposto de Renda, Contribuição Social,<br />

PIS e COFINS 19.157 50.776 28.690 54.563<br />

Total 32.238 50.776 39.004 54.563<br />

13.1. FOLHA DE PAGAMENTO - Refere-se a provisão de férias e respectivas gratificações e encargos sociais, além<br />

da provisão para Participação <strong>no</strong>s Lucros e Resultados do exercício de 2004.<br />

13.2. IMPOSTO DE RENDA, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, PIS E COFINS - em outubro de 2003, a Companhia<br />

reavaliou os aspectos relacionados ao momento de incidência tributária sobre as receitas registradas <strong>no</strong>s exercícios<br />

de 2001 e 2002 <strong>no</strong> âmbito da Recomposição Tarifária Extraordinária mencionada na Nota 3, passando a reconhecer<br />

a exigibilidade da tributação quando do efetivo ressarcimento desses valores, suportada pelo Parecer COSIT<br />

26/2002.<br />

Nesse contexto, a correspondente exigibilidade futura foi registrada <strong>no</strong> passivo circulante e <strong>no</strong> exigível a longo<br />

prazo, de acordo com a expectativa de ressarcimento desses valores, iniciada em janeiro de 2002, sendo que os<br />

tributos anteriormente recolhidos foram transformados em créditos fiscais, com atualização pela taxa Selic<br />

(R$25.702 <strong>no</strong> exercício de 2003 - Nota 20), cuja compensação ocorreu entre outubro de 2003 e março de 2004,<br />

com saldo remanescente de R$52.513 ao final do exercício de 2003, incluído <strong>no</strong> ativo circulante na rubrica<br />

Tributos e Contribuições Sociais Compensáveis. Na ocasião, também foram reconhecidos os créditos fiscais<br />

diferidos sobre a recomposição de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, <strong>no</strong> montante de<br />

R$32.042.<br />

Em dezembro de 2004, contudo, verificou-se que a contabilização da provisão para o imposto de renda e da<br />

contribuição social do exercício de 2003 foi involuntariamente efetuada por valor diverso do adequado, tendo em<br />

vista os cálculos e dados básicos à época, sendo necessária sua complementação pelo montante de R$34.301. Por<br />

não se referir a ajustes de provisões ou avaliação de riscos estimados ou, ainda, insuficiência de informações<br />

existentes à época de sua constituição, essa complementação foi registrada em 2004 a débito da conta de lucros<br />

acumulados, diretamente <strong>no</strong> patrimônio líquido. No contexto descrito <strong>no</strong> último parágrafo da Nota 2, tal ajuste está<br />

apresentado “pro forma” nas demonstrações financeiras do exercício de 2003.<br />

14. DIFERENÇA DE REPOSICIONAMENTO TARIFÁRIO PROVISÓRIO - COMPENSAÇÃO FINANCEIRA.<br />

A Aneel, através da Resolução Homologatória nº 243, de 18 de outubro de 2004, decidiu rever o reposicionamento<br />

tarifário provisório, de 23 de outubro de 2003, de 18,08% (Nota 4.1) para 10,51%, em função de revisão, pelo Órgão<br />

Regulador, da Base de Remuneração utilizada anteriormente.<br />

Este valor de reposicionamento é provisório, até que a Aneel valide o “Laudo de Avaliação da Base de<br />

Remuneração”, entregue pela Companhia e realizado por avaliador independente credenciado pelo Órgão Regulador.<br />

Não obstante o caráter provisório do reposicionamento tarifário, a administração da Companhia decidiu, por<br />

prudência, registrar em setembro de 2004 provisão <strong>no</strong> valor de R$64.678, correspondente à diferença integral de<br />

receita entre o reposicionamento tarifário provisório de 14,68% aplicado, a partir de 23 de outubro de 2003, sobre<br />

as tarifas de fornecimento e o <strong>no</strong>vo reposicionamento tarifário provisório de 10,51%.<br />

O efeito total daquela Resolução incluindo a provisão integral do Ativo Regulatório mencionada na Nota 4.1, reduziu<br />

o resultado líquido do exercício de 2004 em R$70.298 (sendo R$13.748 de competência de 2003).<br />

O reposicionamento tarifário definitivo deverá acontecer até 23 de outubro de 2005.<br />

274


15. PROVISÕES PARA CONTINGÊNCIAS (CURTO E LONGO PRAZOS)<br />

15.1. TRABALHISTAS - Ações ajuizadas correspondentes aos períodos posteriores a 1º de janeiro de 1998, conforme<br />

o Protocolo de Cisão Parcial da Eletropaulo - Eletricidade de São Paulo S.A. Subseqüentemente, <strong>no</strong>s termos do<br />

Protocolo de Cisão Parcial da Bandeirante, ocorrida em 1º de outubro de 2001, cada concessionária (Bandeirante e<br />

Piratininga) é responsável pelas obrigações correspondentes aos empregados alocados nas respectivas regiões<br />

assumidas por cada Companhia, enquanto que as ações corporativas serão assumidas na proporção percentual dos<br />

controladores (Bandeirante e Piratininga) determinada <strong>no</strong> respectivo protocolo de cisão.<br />

15.2. CONSUMIDORES INDUSTRIAIS - Pedidos de restituição dos valores pagos a título de majoração tarifária em<br />

decorrência da aplicação das Portarias DNAEE n.º 38, de 27 de fevereiro de 1986 e n.º 45, de 4 de março de 1986<br />

- Pla<strong>no</strong> Cruzado, que vigoraram de março a <strong>no</strong>vembro daquele a<strong>no</strong>. Os valores originais estão atualizados de acordo<br />

com a sistemática praticada <strong>no</strong> âmbito do Poder Judiciário.<br />

15.3. COFINS - MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA - A Companhia está questionando judicialmente as alterações na<br />

COFINS advindas da Lei n.º 9718, de 27 de <strong>no</strong>vembro de 1998. Em 1º de julho de 1999, obteve liminar<br />

possibilitando o recolhimento desse tributo, até o mês de dezembro de 1999, na forma da legislação anterior, ou<br />

seja, 2% sobre o faturamento, com efeitos retroativos a 1º de fevereiro de 1999. Porém, conservadoramente,<br />

provisio<strong>no</strong>u o diferencial de base e adicional de 1% nas demonstrações contábeis. O saldo provisionado em 31 de<br />

dezembro de 2004 é composto por R$24.077 de principal e R$21.719 de encargos.<br />

15.4. IMPOSTO DE RENDA - Contestação da indedutibilidade da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na<br />

apuração do Imposto de Renda dos exercícios de 2001 e 2002.<br />

15.5. A Companhia é parte em outros processos judiciais ainda em andamento, de naturezas administrativa, fiscal,<br />

trabalhista e cível, advindos do transcurso <strong>no</strong>rmal de suas operações, cujas materializações, na avaliação dos<br />

consultores jurídicos, são possíveis ou remotas, não requerendo o seu provisionamento.<br />

16. FUNDAÇÃO CESP<br />

16.1. COMPOSIÇÃO DO SALDO<br />

31/12/04 31/12/03<br />

Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo<br />

BSPS - Reservas a Amortizar 12.451 92.569 14.062 91.614<br />

Programas Assistenciais 3.460 4.028<br />

Total 15.911 92.569 18.090 91.614<br />

Pla<strong>no</strong> de Benefício Suplementar Proporcional Saldado - BSPS - Corresponde aos benefícios proporcionais dos<br />

empregados, calculados com base <strong>no</strong> tempo de serviço até março de 1998. O valor de R$105.020, apurado em 31 de<br />

dezembro de 2004, de acordo com a deliberação CVM nº 371, de 13 de dezembro de 2000, corresponde à parcela de<br />

benefícios excedente aos ativos do pla<strong>no</strong>. O déficit será liquidado em 240 meses, contados a partir de setembro de<br />

1997, com base em percentual sobre a folha de salários, podendo ser revisado semestralmente para assegurar a<br />

liquidação do saldo <strong>no</strong> período acima. O percentual de contribuição atual é de 25,61% e o para o primeiro semestre<br />

de 2005 é de 26,53%.<br />

275


16.2. PLANOS DE SUPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA E PENSÃO<br />

Os pla<strong>no</strong>s de benefícios previdenciários em favor de empregados e ex-empregados da Companhia são<br />

administrados e geridos pela Fundação Cesp, entidade fechada de previdência complementar, com patrimônio<br />

próprio, segregado dos patrimônios das Patrocinadoras sem solidariedade contributiva. Para os empregados e exempregados<br />

da Companhia, a Fundação Cesp gere os seguintes Pla<strong>no</strong>s Previdenciários:<br />

16.2.1. Pla<strong>no</strong> BD - Vigente até 31 de março de 1998: Pla<strong>no</strong> de Benefício Saldado, do tipo Benefício Definido, que<br />

concede Benefício Suplementar Proporcional Saldado (BSPS), na forma de renda vitalícia reversível em pensão,<br />

aos participantes inscritos até 31 de março de 1998, de valor definido em função da proporção do tempo de serviço<br />

passado acumulado até a referida data, a partir do cumprimento dos requisitos regulamentares de concessão. A<br />

responsabilidade total pela cobertura das insuficiências atuariais desse pla<strong>no</strong> é da Companhia.<br />

16.2.2. Pla<strong>no</strong> BD - Vigente após 31 de março de 1998: Pla<strong>no</strong> do tipo Benefício Definido, que concede renda vitalícia<br />

reversível em pensão, relativamente ao tempo de serviço passado acumulado após 31 de março de 1998, na base<br />

de 70% da média salarial mensal real, referente aos últimos 36 meses de atividade. No caso de morte em atividade<br />

e de entrada em invalidez, os benefícios incorporam todo o tempo de serviço passado (inclusive o acumulado até<br />

31 de março de 1998) e, portanto, não incluem apenas o tempo de serviço passado acumulado após 31 de março de<br />

1998. A responsabilidade pela cobertura das insuficiências atuariais desse pla<strong>no</strong> é paritária entre a Companhia e os<br />

participantes.<br />

16.2.3. Pla<strong>no</strong> CD: Implantado junto com o Pla<strong>no</strong> BD vigente após 31 de março de 1998, é um pla<strong>no</strong> previdenciário que,<br />

até a concessão da renda vitalícia, reversível (ou não) em pensão, é do tipo Contribuição Definida, não gerando<br />

qualquer responsabilidade atuarial para a Companhia. Somente após a concessão da renda vitalícia, reversível (ou<br />

não) em pensão, é que o Pla<strong>no</strong> Previdenciário passa a ser do tipo Benefício Definido e, portanto, passa a poder gerar<br />

responsabilidade atuarial à Companhia.<br />

16.3. CÁLCULO DO ATIVO LÍQUIDO RELATIVO AOS PLANOS PREVIDENCIÁRIOS DO TIPO<br />

BENEFÍCIO DEFINIDO DA FUNDAÇÃO CESP (PSAP/BANDEIRANTE) PATROCINADO PELA<br />

COMPANHIA - POSIÇÃO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004<br />

Valor presente da obrigação atuarial R$257.279<br />

Valor justo dos ativos do pla<strong>no</strong> R$152.259<br />

Valor da obrigação atuarial líquida dos ativos R$105.020<br />

A Companhia optou em 2001 pela alternativa prevista <strong>no</strong> parágrafo 84 do pronunciamento do IBRACON - Instituto<br />

dos Auditores Independentes do <strong>Brasil</strong>, aprovado pela Deliberação CVM n.º 371, de 13 de dezembro de 2000,<br />

registrando o valor de R$104.892 a débito do Patrimônio Líquido. Nesse montante, foi destacada a parcela de<br />

redução tributária decorrente das despesas, a qual está apropriada <strong>no</strong> Ativo como Créditos Tributários (Nota 5.2). No<br />

exercício de 2004 foi registrado o valor de R$656 a crédito <strong>no</strong> resultado (R$211 a débito em 2003), em contrapartida<br />

ao passivo exigível a longo prazo em função do laudo atuarial de 31 de dezembro de 2004 ter indicado a necessidade<br />

dessa redução à referida provisão.<br />

16.3.1. Premissas Atuariais Utilizadas:<br />

• Taxa de juros (desconto) para avaliação do custo do serviço corrente e da obrigação atuarial total: 10,76% ao<br />

a<strong>no</strong>.<br />

• Taxa de rendimento esperada sobre os ativos do pla<strong>no</strong>: 10,76% ao a<strong>no</strong> (essa taxa foi identificada com base em<br />

estudos específicos, que consideram a perspectiva de rendimento esperado, suportada por projeções).<br />

• Taxa de crescimento salarial: 7,12% ao a<strong>no</strong>.<br />

• Índice de reajuste de benefícios concedidos de prestação continuada: 4% ao a<strong>no</strong>.<br />

• Fator de capacidade do benefício/salário preservar seu poder aquisitivo ao longo de cada a<strong>no</strong>: 0,98 (ou 98%).<br />

• Taxa de rotatividade: Considerada nula a partir do momento em que o participante completa 3 a<strong>no</strong>s de filiação<br />

ao Pla<strong>no</strong> de Benefícios Definidos e passa a ter direito, em caso de perda do vínculo empregatício, ao Benefício<br />

Proporcional Diferido (BPD) de valor equivalente ao seu direito acumulado <strong>no</strong> Pla<strong>no</strong>.<br />

• Tábua Geral de Mortalidade: GAM-83 (q x ).<br />

276


• Tábua de Entrada em Invalidez: LIGHT-MÉDIA (i x ).<br />

• Tábua de Mortalidade de Inválidos: Igual a 1/3 de<br />

• Tábua de Mortalidade de Ativos: obtida pelo método de Hamza a partir dos valores adotados para qx / ix / qi x.<br />

• Composição de Família: experiência observada <strong>no</strong> âmbito das patrocinadoras da Fundação Cesp.<br />

16.3.2. Dados Cadastrais Utilizados (Em 31 de outubro de 2004):<br />

ATIVOS<br />

• Participantes ativos: 1.218.<br />

• Tempo médio de serviço na Companhia: 13 a<strong>no</strong>s.<br />

• Idade média: 35 a<strong>no</strong>s.<br />

• Salário médio mensal: R$3.351,54.<br />

• Tempo remanescente de atividade: 18 a<strong>no</strong>s.<br />

Foram avaliados também 202 participantes ativos “coligados”, que têm direito ao Benefício Diferido por<br />

desligamento, <strong>no</strong> valor médio mensal de R$173,24.<br />

INATIVOS<br />

• Participantes aposentados e pensionistas: 300.<br />

• Idade média: 49 a<strong>no</strong>s.<br />

• Benefício médio mensal: de R$1.530,35 a R$1.904,90 para os originados dos Pla<strong>no</strong>s de Benefício Definido, e<br />

de R$29,07 a R$59,78 para os originados do Pla<strong>no</strong> de Contribuição Definida convertidos em Benefício Definido<br />

após a concessão dos benefícios.<br />

16.4. O total de contribuições feitas pela Companhia, consignado na demonstração de resultado na rubrica Despesas<br />

Gerais e Administrativas, foi:<br />

31/12/04 31/12/03<br />

Contribuição<br />

BSPS - Reservas a Amortizar 12.090 11.093<br />

Pla<strong>no</strong> Misto - Contribuições Mensais 3.167 3.083<br />

Total 15.257 14.176<br />

17. CAPITAL SOCIAL<br />

17.1. COMPOSIÇÃO ACIONÁRIA<br />

Posição em 31 de dezembro de 2004 e 2003<br />

QUANTIDADE DE AÇÕES<br />

Acionistas Ordinárias % Preferenciais % TOTAL %<br />

<strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A. 15.208.129.233 97,75 22.517.337.283 95,69 37.725.466.516 96,50<br />

Cia. Metropolita<strong>no</strong> de S.Paulo - METRÔ 350.832.212 2,25 350.832.212 0,90<br />

Universidade de São Paulo 80.303.382 0,34 80.303.382 0,21<br />

Outros 6.021 935.126.906 3,97 935.132.927 2,39<br />

Total 15.558.967.466 100,00 23.532.767.571 100,00 39.091.735.037 100,00<br />

277


17.2. DIVIDENDOS<br />

As ações têm direito a dividendos mínimos de 25% do Lucro Líquido Ajustado, na forma da Lei. As ações<br />

preferenciais têm direito a dividendos 10% maiores do que os atribuídos às ações ordinárias, na forma do Estatuto e<br />

da Lei. No exercício de 2004, os dividendos incluem Juros Sobre Capitais Próprios - JSCP e dividendos<br />

intermediários, sendo o valor de R$58.005 pagos com base <strong>no</strong> valor revertido da Reserva de Retenção de Lucros, e<br />

foram calculados como segue:<br />

Os Juros Sobre Capital Próprio foram calculados em conformidade com o artigo 9 da Lei nº 9.249/95, observandose<br />

a Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP. Para fins de dedutibilidade na apuração do Imposto de Renda e da<br />

Contribuição Social, foram registrados <strong>no</strong> grupo de Despesas Financeiras (Nota 20) e, em seguida, para<br />

atendimento à deliberação CVM nº 207/96, foram reclassificados para o Patrimônio Líquido.<br />

17.3. RESERVA DE RETENÇÃO DE LUCROS<br />

Constituída a partir do exercício de 2001 e complementada <strong>no</strong>s exercícios de 2002, 2003 e 2004 para viabilizar o<br />

Programa de Investimentos da Companhia, que se encontra previsto <strong>no</strong> orçamento de capital, a ser submetido à<br />

Assembléia, o qual é necessário para que esteja em condições não só de atender à demanda dos seus consumidores<br />

como, também, para a melhoria constante da qualidade dos serviços oferecidos aos mesmos.<br />

No exercício de 2003, <strong>no</strong> contexto descrito <strong>no</strong> último parágrafo da Nota 2, foi efetuada a reversão do montante de<br />

R$34.301 para lucros acumulados.<br />

No exercício de 2004, a Administração da Companhia, em função das adequações efetuadas na sua estrutura de<br />

capital e do custo médio de capital compatível com o seu negócio, reverteu o montante de R$58.005 para<br />

distribuição de dividendos aos acionistas.<br />

17.4. RESERVAS DE CAPITAL<br />

31/12/04 31/12/03<br />

Doações e Subvenções para Investimento 177.342 177.342<br />

Incentivos Fiscais 787 787<br />

Ágio na Incorporação de Sociedade (Nota 5.3) 156.599 156.599<br />

Total 334.728 334.728<br />

278


18. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA<br />

19. DESPESAS OPERACIONAIS<br />

279


20. RESULTADO FINANCEIRO<br />

21. ENCARGOS FINANCEIROS E VARIAÇÕES MONETÁRIAS CAPITALIZADAS<br />

De acordo com a Instrução Contábil n.º 10 item 4, do Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia<br />

Elétrica e a Instrução CVM n.º 193, de 11 de julho de 1996, foram transferidos para o Ativo Imobilizado em Curso<br />

os seguintes valores:<br />

2004 2003<br />

Encargos de Dívidas Contabilizados <strong>no</strong> Resultado 106.011 153.223<br />

Transferência para o Imobilizado em Curso (748) (2.356)<br />

Líquido 105.263 150.867<br />

Variações Monetárias e Cambiais Contabilizadas <strong>no</strong> Resultado 2.037 (3.713)<br />

Transferência para o Imobilizado em Curso 17 5.609<br />

Líquido 2.054 1.896<br />

Despesas Financeiras Associadas - Operações de<br />

Swap, transferidas para o Imobilizado em Curso (812) (8.765)<br />

Total Capitalizado (1.543) (5.512)<br />

280


22. RESULTADO - IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL<br />

Imposto de Renda Contribuição Social<br />

2004 2003 2004 2003<br />

Lucro antes do IR e CSLL 133.897 102.185 133.897 102.185<br />

Adições 309.745 104.072 306.127 99.117<br />

Exclusões (120.505) (98.814) (120.505) (98.815)<br />

Exigibilidade Suspensa (Nota 15.4) (6.457)<br />

323.137 100.986 319.519 102.487<br />

Compensação 30% (96.941) (30.296) (95.856) (30.746)<br />

226.196 70.690 223.663 71.741<br />

Alíquotas Nominais de IR e CSLL 25% 25% 9% 9%<br />

Provisão de IR e CSLL (56.549) (17.673) (20.130) (6.457)<br />

Incentivos Fiscais 1.712 424<br />

Outros 6.855 (6.632) 2.281 (1.813)<br />

IR e CSLL - Diferidos 7.454 (3.770) 3.170 (1.910)<br />

Total (40.528) (27.651) (14.679) (10.180)<br />

No exercício de 2004 destacam-se as adições temporárias, nas apurações de IR e CSLL, referentes às provisões<br />

mencionadas nas <strong>no</strong>tas 4.1 e 14.<br />

23. SEGUROS<br />

A Companhia mantém contratos de seguros com coberturas determinadas por orientação de especialistas, levando<br />

em conta a natureza e o grau de risco, por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais perdas<br />

significativas sobre seus ativos e responsabilidades. As principais coberturas de seguros são:<br />

Descrição 31/12/04 31/12/03<br />

Subestações 302.800 300.050<br />

Almoxarifados 9.467 10.381<br />

Prédios e Conteúdos (Próprios) 24.164 31.399<br />

Prédios e Conteúdos (Terceiros) 8.872 5.041<br />

Transportes (Materiais) 12.000 12.000<br />

Responsabilidade Civil 23.049 21.168<br />

Subtotal 380.352 380.039<br />

Transportes (Veículos) 1.800 1.800<br />

Acidentes Pessoais/Viagens 10.000 10.000<br />

Subtotal 11.800 11.800<br />

Total 392.152 391.839<br />

24. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS<br />

281


Os saldos em aberto com Partes Relacionadas na data do balanço, exceto de empréstimos e financiamentos, estão<br />

demonstrados <strong>no</strong> Passivo Circulante, na rubrica Fornecedores.<br />

Todas as transações foram efetuadas a valores de mercado e estão suportadas por contratos que foram submetidos à<br />

autorização da Aneel.<br />

25. INSTRUMENTOS FINANCEIROS<br />

25.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS<br />

A utilização de instrumentos e operações envolvendo taxas de juros, como diretriz da Administração, tem por<br />

objetivo proteger a Companhia das variações <strong>no</strong> câmbio de moedas estrangeiras em relação ao Real, nas suas<br />

operações ativas e passivas.<br />

A Administração avalia que, nas aplicações financeiras de suas disponibilidades, os riscos são mínimos, pois não<br />

existe concentração e as operações são realizadas com bancos de reconhecida solidez.<br />

25.2. VALOR DE MERCADO DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS<br />

Os valores de mercado dos principais instrumentos financeiros da Companhia aproximam-se dos valores contábeis,<br />

destacando-se os Empréstimos e Financiamentos (Nota 11) e Operações de Hedge (Nota 25.5). Os valores de<br />

mercado, quando aplicável, foram calculados conforme o valor presente desses instrumentos financeiros,<br />

considerando a taxa de juros praticada pelo mercado para operações de riscos e operações similares.<br />

25.3. RISCO DE CRÉDITO<br />

Outro instrumento financeiro capaz de expor a Companhia ao risco de crédito é representado por contas a receber<br />

que, <strong>no</strong> entanto, é atenuado pela venda a uma base de clientes pulverizada e pela possibilidade de corte <strong>no</strong><br />

fornecimento de energia elétrica dos consumidores inadimplentes. Adicionalmente, os valores da CCEE também<br />

representam risco, <strong>no</strong> contexto descrito na Nota 4.2.<br />

25.4. OPERAÇÕES DE SWAP<br />

• Operação de Swap com o Banco Votorantim realizada em 21 de junho de 2002, <strong>no</strong> valor base - “<strong>no</strong>tional” - de<br />

R$160.000, sendo o valor garantido pelo Banco remunerado à taxa de 17% ao a<strong>no</strong> em contrapartida à variação<br />

do IGP-M acrescido de 11,5% ao a<strong>no</strong> garantido pela Companhia, incidentes sobre o valor presente da operação,<br />

sendo o resultado sobre o “<strong>no</strong>tional” de R$75.000, liquidado em 02 de maio de 2003, e sobre o “<strong>no</strong>tional” de<br />

R$85.000 liquidado em 3 de maio de 2004. A operação gerou um prêmio de R$16.801, registrado <strong>no</strong>s Passivo<br />

Circulante e Exigível a Longo Prazo, que foi reconhecido <strong>no</strong> resultado durante o período de vigência do contrato.<br />

• Operação de Swap com o Banco Votorantim realizada em 1º de agosto de 2002, <strong>no</strong> valor base - “<strong>no</strong>tional” - de<br />

R$160.000, sendo o valor garantido pelo Banco remunerado à taxa de 18% ao a<strong>no</strong> em contrapartida à variação<br />

do IGP-M acrescido de 11,5% ao a<strong>no</strong> garantido pela Companhia, incidentes sobre o valor presente da operação,<br />

sendo o resultado sobre o “<strong>no</strong>tional” de R$75.000, liquidado em 30 de abril de 2003, e sobre o “<strong>no</strong>tional” de<br />

R$85.000 liquidado em 30 de abril de 2004. A operação gerou um prêmio de R$13.900, registrado <strong>no</strong>s Passivo<br />

Circulante e Exigível a Longo Prazo, que foi reconhecido <strong>no</strong> resultado durante o período de vigência do contrato.<br />

25.5. OPERAÇÕES DE HEDGE<br />

A Companhia, com o intuito de eliminar a exposição de todas as suas dívidas em dólar às oscilações da taxa de<br />

câmbio, possui em 31 de dezembro de 2004 as seguintes operações de Hedge:<br />

• BANCO ITAÚ BBA S.A. - Troca de variação cambial mais juros de 9,5% ao a<strong>no</strong>, da dívida junto à mesma<br />

instituição (Nota 11.1), por variação do CDI mais 1,75% ao a<strong>no</strong>. A diferença entre os índices encontra-se<br />

registrada <strong>no</strong> Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo <strong>no</strong> valor de R$2.091 e R$822,<br />

respectivamente;<br />

• BANCO SANTANDER BRASIL S.A. - Troca de variação cambial mais juros de 4,15% ao a<strong>no</strong>, da dívida junto<br />

à mesma instituição (Nota 11.4), por variação de 108% do CDI, com vencimento para 11 de dezembro de 2006.<br />

A diferença entre os índices encontra-se registrada <strong>no</strong> Passivo Exigível a Longo Prazo <strong>no</strong> valor de R$926;<br />

282


• CREDIT SUISSE FIRST BOSTON S.A. - Troca de variação cambial mais juros de 2,5% ao a<strong>no</strong>, da dívida<br />

junto á mesma instituição (Nota 11.2), por variação de 103,5% do CDI, com vencimento em 28 de dezembro de<br />

2005. A diferença entre os índices encontra-se registrada <strong>no</strong> Passivo Circulante <strong>no</strong> valor de R$976;<br />

• BID - BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - Para cada parcela liberada do<br />

financiamento junto ao BID - tranche “A” e Consórcio de Bancos - tranche “B” (Nota 11.3), <strong>no</strong> montante de<br />

US$100 milhões, foram contratadas junto ao Banco Citibank S.A. e Banco J.P. Morgan S.A. operações para<br />

troca dos encargos originais do financiamento, por remunerações baseadas <strong>no</strong> intervalo de 114,95% a 123,29%<br />

do CDI. O montante correspondente a diferença entre os índices encontra-se registrado <strong>no</strong> Passivo Circulante e<br />

Passivo Exigível a Longo Prazo, <strong>no</strong>s valores de R$3.080 e R$43.107, respectivamente.<br />

26. NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO<br />

O Gover<strong>no</strong> Federal, através do Ministério das Minas e Energia - MME, apresentou à sociedade a sua proposta para<br />

a reforma do setor elétrico nacional, especialmente <strong>no</strong> que concerne ao modelo institucional e respectivo arcabouço<br />

regulatório, culminando com a edição das Medidas Provisórias nº 144 e 145, ambas de 10 de dezembro de 2003,<br />

posteriormente convertidas nas Leis nº 10.848 e 10.847, ambas de 15 de março de 2004 e do Decreto nº 5163, de 30<br />

de julho de 2004.<br />

No âmbito das Distribuidoras, destaca-se a necessidade de apresentarem cobertura contratual para 100% de seus<br />

requisitos de mercado de longo prazo, obrigatoriamente contratada através de leilões públicos operacionalizados pela<br />

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE.<br />

A Companhia não espera efeitos econômico-financeiros relevantes decorrentes da <strong>no</strong>va regulamentação.<br />

27. REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA<br />

A <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A. e certas controladas, entre elas a Bandeirante, protocolaram na Aneel, em 19 de abril de 2004,<br />

pedido de autorização prévia para realização de reorganização societária, que se espera concluir <strong>no</strong> exercício de 2005.<br />

O objetivo é simplificar a estrutura societária dessas empresas, capturar sinergias e consolidar exclusivamente na<br />

<strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> a liquidez e a dispersão dos valores mobiliários de emissão das companhias, com vistas a uma futura<br />

adesão ao segmento do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa.<br />

283


DIRETORIA<br />

JOAQUIM ARMANDO FERREIRA DA SILVA FILIPE<br />

Diretor – Presidente<br />

THOMAS DANIEL BRULL<br />

Diretor Financeiro e de Relações com <strong>Investidores</strong> e Diretor de Administração<br />

WELINGTON CEZAR XAVIER<br />

Diretor Comercial<br />

AGOSTINHO GONÇALVES BARREIRA<br />

Diretor Técnico<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

ANTÓNIO FERNANDO MELO MARTINS DA COSTA<br />

Presidente<br />

JOAQUIM ARMANDO FERREIRA DA SILVA FILIPE<br />

Vice- Presidente<br />

CONSELHEIROS<br />

ANTONIO JOSÉ SELLARE<br />

ANTONIO EDUARDO DA SILVA OLIVA<br />

SEVERINO JUSTINO DA SILVA<br />

GERÊNCIA DA ÁREA CONTÁBIL<br />

SÉRGIO LUIZ DA SILVA RIBEIRO<br />

Gerente Executivo de Contabilidade<br />

CRC 1RJ078679/O-7 “S” SP<br />

284


• DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas da Emissora relativas ao<br />

Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de 2003, com respectivo<br />

Parecer dos Auditores Independentes e Relatório da Administração<br />

285


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

286


SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL<br />

CVM - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS<br />

DFP - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PADRONIZADAS<br />

Divulgação Externa<br />

EMPRESA COMERCIAL, INDUSTRIAL E OUTRAS Data-Base - 31/12/2003 Legislação Societária<br />

O REGISTRO NA CVM NÃO IMPLICA QUALQUER APRECIAÇÃO SOBRE A COMPANHIA, SENDO OS SEUS ADMINISTRADORES RESPONSÁVEIS PELA<br />

VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS.<br />

01.01 - IDENTIFICAÇÃO<br />

1 - Código CVM 2 - De<strong>no</strong>minação Social 3 - CNPJ 4 - NIRE<br />

01698-5 BANDEIRANTE ENERGIA S.A. 02.302.100-0001-06<br />

01.02 - SEDE<br />

1 - Endereço Completo 2 - Bairro ou Distrito 3 - CEP 4 - Município 5 - UF<br />

Rua Bandeira Paulista, 530 Chácara Itaim 04532-001 São Paulo SP<br />

6 - DDD 7 - Telefone 8 - Telefone 9 - Telefone 10 - Telex<br />

11 3049-5180 3049-5185 3049-5695<br />

11 - DDD 12 - Fax 13 - Fax 14 - Fax 15 - E-mail<br />

11 3049-5182 3049-5167 sergio.ribeiro@bandeirante.com.br<br />

01.03 - DIRETOR DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (Endereço para Correspondência com a Companhia)<br />

1 - Nome 2 - Endereço Completo 3 - Bairro ou Distrito<br />

Thomas Daniel Brull Rua Bandeira Paulista, 530 Chácara Itaim<br />

4 - CEP 5 - Município 6 - UF 7 - DDD 8 - Telefone 9 - Telefone 10 - Telefone<br />

04532-001 São Paulo SP 11 3049-5040 3049-5041 3049-5042<br />

11 - Telex 12 - DDD 13 - Fax 14 - Fax 15 - Fax 16 - E-mail<br />

- 11 3049-5006 3049-5013 tbrull@bandeirante.com.br<br />

01.04 - REFERÊNCIA/AUDITOR<br />

Exercício 1 - Data de Início do Exercício Social 2 - Data de Térmi<strong>no</strong> do Exercício Social<br />

1 - Último 01/01/2003 31/12/2003<br />

2 - Penúltimo 01/01/2002 31/12/2002<br />

3 - Antepenúltimo 01/01/2001 31/12/2001<br />

4 - Nome/Razão Social do Auditor 5 - Código CVM 6 - Nome do Responsável Técnico 7 - CPF do Resp. Técnico<br />

PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes 00287-9 Wander Rodrigues Teles 153.211.501-68<br />

01.05 - COMPOSIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL<br />

Número de Ações (Mil) 1 - 31/12/2003 2 - 31/12/2002 3 - 31/12/2001<br />

Do Capital Integralizado<br />

1 - Ordinárias 15.558.967 15.558.967 15.558.967<br />

2 - Preferenciais 23.532.768 23.532.768 23.532.768<br />

3 - Total 39.091.735 39.091.735 39.091.735<br />

Em Tesouraria<br />

4 - Ordinárias 0 0 0<br />

5 - Preferenciais 0 0 0<br />

6 - Total 0 0 0<br />

01.06 - CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA<br />

1 - Tipo de Empresa 2 - Tipo de Situação 3 - Natureza do Controle Acionário 4 - Código Atividade<br />

Empresa Comercial, Industrial e Outras Operacional Privada Nacional 1990200 - Serviços de Eletricidade<br />

5 - Atividade Principal 6 - Tipo de Consolidado<br />

Prestação de Serviço Público de Energia Elétrica Não Apresentado<br />

01.07 - SOCIEDADES NÃO INCLUÍDAS NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS<br />

1 - Item 2 - CNPJ 3 - De<strong>no</strong>minação Social<br />

01.08 - PROVENTOS EM DINHEIRO<br />

1 - Item 2 - Evento 3 - Aprovação 4 - Provento 5 - Início Pagto. 6 - Tipo Ação 7 - Valor do Provento p/Ação<br />

01.09 - DIRETOR DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES<br />

1 - Data 2 - Assinatura<br />

17/02/2004<br />

287


02.01 - BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (Reais Mil)<br />

Código Descrição 31/12/2003 31/12/2002 31/12/2001<br />

1 Ativo Total 2.326.579 2.194.068 1.783.443<br />

1.01 Ativo Circulante 641.551 696.037 455.508<br />

1.01.01 Disponibilidades 48.517 34.059 1.764<br />

1.01.02 Créditos 569.212 544.886 406.985<br />

1.01.02.01 Consumidores e Concessionários 461.716 499.359 384.353<br />

1.01.02.02 Provisão p/ Créd. de Liquidação Duvidosa (5.979) (2.287) (5.137)<br />

1.01.02.03 Tributos e Contrib. Sociais Compensáveis 65.218 20.964 3.817<br />

1.01.02.04 Imp. de Renda Contrib. Social Diferidos 44.894 17.420 2.209<br />

1.01.02.05 Progr.Emerg. Red. Consumo Energ. Elétr. 3.363 9.430 21.743<br />

1.01.03 Estoques 7.158 6.271 7.737<br />

1.01.04 Outros 16.664 110.821 39.022<br />

1.01.04.01 Despesas Pagas Antecipadamente 3.437 5.330 139<br />

1.01.04.02 Conta de Compens. Var. Custos Parcela A 0 95.032 35.144<br />

1.01.04.03 Outros 13.227 10.459 3.739<br />

1.02 Ativo Realizável a Longo Prazo 847.789 713.442 556.851<br />

1.02.01 Créditos Diversos 847.789 713.442 556.851<br />

1.02.01.01 Consumidores e Concessionários 253.752 278.751 265.199<br />

1.02.01.02 Progr. Emerg. Red. Consumo Ener. Elétr. 9.451 4.997 4.437<br />

1.02.01.03 Imp. de Renda Contrib. Soc. Diferidos 331.200 330.053 186.330<br />

1.02.01.04 Depósitos Vinculados a Litígios 17.329 10.518 7.853<br />

1.02.01.05 Conta de Compens. Var. Custos Parcela A 227.612 76.166 87.885<br />

1.02.01.06 Outros Créditos 8.445 12.957 5.147<br />

1.02.02 Créditos com Pessoas Ligadas 0 0 0<br />

1.02.02.01 Com Coligadas 0 0 0<br />

1.02.02.02 Com Controladas 0 0 0<br />

1.02.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 0 0 0<br />

1.02.03 Outros 0 0 0<br />

1.03 Ativo Permanente 837.239 784.589 771.084<br />

1.03.01 Investimentos 673 673 673<br />

1.03.01.01 Participações em Coligadas 0 0 0<br />

1.03.01.02 Participações em Controladas 0 0 0<br />

1.03.01.03 Outros Investimentos 673 673 673<br />

1.03.02 Imobilizado 836.566 783.916 770.411<br />

1.03.02.01 Em Serviço 707.750 718.372 709.622<br />

1.03.02.02 Em Curso 128.816 65.544 60.789<br />

1.03.03 Diferido 0 0 0<br />

288


02.02 - BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO (Reais Mil)<br />

Código Descrição 31/12/2003 31/12/2002 31/12/2001<br />

2 Passivo Total 2.326.579 2.194.068 1.783.443<br />

2.01 Passivo Circulante 922.711 773.322 715.322<br />

2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 315.946 220.329 76.630<br />

2.01.02 Debêntures 0 0 0<br />

2.01.03 Fornecedores 216.063 207.348 253.483<br />

2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 80.810 69.128 123.132<br />

2.01.05 Dividendos a Pagar 23.588 2.113 6.056<br />

2.01.06 Provisões 424 203 124<br />

2.01.06.01 Provisões para Contingências 424 203 124<br />

2.01.07 Dívidas com Pessoas Ligadas 130.973 150.000 150.000<br />

2.01.08 Outros 154.907 124.201 105.897<br />

2.01.08.01 Encargos de Dívidas 12.826 5.398 1.150<br />

2.01.08.02 Obrigações Estimadas 39.004 10.052 10.443<br />

2.01.08.03 Fundação Cesp 18.090 10.673 11.372<br />

2.01.08.04 Concessionários 9.959 29.387 15.597<br />

2.01.08.05 Outras 75.028 66.707 55.478<br />

2.01.08.06 Conta de Compens.Var.Custos Parcela A 0 1.984 11.857<br />

2.02 Passivo Exigível a Longo Prazo 711.216 803.318 613.601<br />

2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 212.705 257.520 7.423<br />

2.02.02 Debêntures 0 0 0<br />

2.02.03 Provisões 84.580 60.789 52.664<br />

2.02.03.01 Provisões para Contingências 84.580 60.789 52.664<br />

2.02.04 Dívidas com Pessoas Ligadas 130.973 232.191 323.165<br />

2.02.05 Outros 282.958 252.818 230.349<br />

2.02.05.01 Fornecedores 71.563 104.191 114.678<br />

2.02.05.02 Fundação Cesp 91.614 98.315 98.423<br />

2.02.05.03 Obrigações Estimadas 20.262 0 0<br />

2.02.05.04 Conta de Compens.de Var.Custos Parcela A 80.931 0 0<br />

2.02.05.05 Reserva para Reversão e Amortização 17.248 17.248 17.248<br />

2.02.05.06 Outros 1.340 33.064 0<br />

2.03 Resultados de Exercícios Futuros 0 0 0<br />

2.05 Patrimônio Líquido 692.652 617.428 454.520<br />

2.05.01 Capital Social Realizado 254.628 254.628 254.628<br />

2.05.02 Reservas de Capital 334.728 334.728 178.129<br />

2.05.02.01 Doações e Subvenções para Investimento 177.342 177.342 177.342<br />

2.05.02.02 Incentivos Fiscais 787 787 787<br />

2.05.02.03 Remunerações sobre o Capital Próprio 0 0 0<br />

2.05.02.04 Ágio na Incorpor. Socied. Controladora 156.599 156.599 0<br />

2.05.03 Reservas de Reavaliação 0 0 0<br />

2.05.03.01 Ativos Próprios 0 0 0<br />

2.05.03.02 Controladas/Coligadas 0 0 0<br />

2.05.04 Reservas de Lucro 103.296 28.072 21.763<br />

2.05.04.01 Legal 9.261 4.329 3.915<br />

2.05.04.02 Estatutária 0 0 0<br />

2.05.04.03 Para Contingências 0 0 0<br />

2.05.04.04 De Lucros a Realizar 0 0 0<br />

2.05.04.05 Retenção de Lucros 94.035 23.743 17.848<br />

2.05.04.06 Especial p/ Dividendos Não Distribuídos 0 0 0<br />

2.05.04.07 Outras Reservas de Lucro 0 0 0<br />

2.05.05 Lucros/Prejuízos Acumulados 0 0 0<br />

289


03.01 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (Reais Mil)<br />

01/01/2003 a 01/01/2002 a 01/01/2001 a<br />

Código Descrição 31/12/2003 31/12/2002 31/12/2001<br />

3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 2.183.415 1.978.619 3.115.295<br />

3.02 Deduções da Receita Bruta (509.020) (421.664) (593.574)<br />

3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 1.674.395 1.556.955 2.521.721<br />

3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (1.411.408) (1.303.332) (2.161.321)<br />

3.04.01 Custo com Energia Elétrica (1.145.446) (1.033.075) (1.654.576)<br />

3.04.07 Custos de Operação (264.914) (269.172) (505.483)<br />

3.04.08 Custo do Serviço Prestado a Terceiros (1.048) (1.085) (1.262)<br />

3.05 Resultado Bruto 262.987 253.623 360.400<br />

3.06 Despesas/Receitas Operacionais (161.782) (245.300) (264.655)<br />

3.06.01 Com Vendas (25.288) (18.303) (32.522)<br />

3.06.02 Gerais e Administrativas (78.145) (90.053) (121.742)<br />

3.06.03 Financeiras (56.625) (96.961) (121.345)<br />

3.06.03.01 Receitas Financeiras 170.634 97.536 208.400<br />

3.06.03.02 Despesas Financeiras (227.259) (194.497) (329.745)<br />

3.06.04 Outras Receitas Operacionais 0 0 0<br />

3.06.05 Outras Despesas Operacionais (1.724) (39.983) 10.954<br />

3.06.05.01 Ajustes Acordo Setor e MAE de 2001 0 (41.912) 0<br />

3.06.05.02 Outras (1.724) 1.929 10.954<br />

3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 0 0 0<br />

3.07 Resultado Operacional 101.205 8.323 95.745<br />

3.08 Resultado Não Operacional 980 (98) (2.237)<br />

3.08.01 Receitas 2.253 3.693 3.924<br />

3.08.02 Despesas (1.273) (3.791) (6.161)<br />

3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 102.185 8.225 93.508<br />

3.10 Provisão para IR e Contribuição Social (32.151) (2.285) (67.287)<br />

3.11 IR Diferido 28.621 2.334 19.100<br />

3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0<br />

3.12.01 Participações 0 0 0<br />

3.12.02 Contribuições 0 0 0<br />

3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 0<br />

3.15 Lucro/Prejuízo do Exercício 98.655 8.274 45.321<br />

NÚMERO AÇÕES, EX-TESOURARIA (MIL) 39.091.735 39.091.735 39.091.735<br />

LUCRO POR AÇÃO<br />

PREJUÍZO POR AÇÃO<br />

0,00252 0,00021 0,00116<br />

290


04.01 - DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (Reais Mil)<br />

01/01/2003 a 01/01/2002 a 01/01/2001 a<br />

Código Descrição 31/12/2003 31/12/2002 31/12/2001<br />

4.01 Origens 319.920 748.638 536.064<br />

4.01.01 Das Operações 174.413 138.153 34.691<br />

4.01.01.01 Lucro/Prejuízo do Exercício 98.655 8.274 45.321<br />

4.01.01.02 Vls. que não repr. mov. Cap. Circulante 75.758 129.879 (10.630)<br />

4.01.01.02.01 Consumidores e Concessionários (45.907) (60.171) (150.521)<br />

4.01.01.02.02 Conta de Compens.Var.Custos Parcela A 1.020 11.719 (87.885)<br />

4.01.01.02.03 Depreciações e Amortizações 72.823 71.288 124.545<br />

4.01.01.02.04 Var.Mon.e Juros do Exigível Longo Prazo 48.207 93.569 98.066<br />

4.01.01.02.05 Valor Residual Ativo Permanente Baixados 2.871 2.700 13.207<br />

4.01.01.02.06 Imp.de Renda e Contrib.Social Diferidos (28.621) (2.291) (16.890)<br />

4.01.01.02.07 Provisões para Contingências 23.351 4.785 8.848<br />

4.01.01.02.08 Provisão - Fundação Cesp 211 8.280 0<br />

4.01.01.02.09 Programa Emerg.Red.Cons.Energia Elétrica 1.803 0 0<br />

4.01.02 Dos Acionistas 0 156.599 0<br />

4.01.02.01 Ágio Incorporação Sociedade Controladora 0 156.599 0<br />

4.01.03 De Terceiros 145.507 453.886 501.373<br />

4.01.03.01 Empréstimos e Financiamentos 1.465 367.373 475.745<br />

4.01.03.02 Obrigações Vinculadas à Concessão 7.913 6.839 25.628<br />

4.01.03.03 Obrigações Estimadas 20.262 0 0<br />

4.01.03.04 Receita Diferida 1.038 0 0<br />

4.01.03.05 Transf.Realizável L.Prazo para Circulant 113.716 76.255 0<br />

4.01.03.06 Transf.Passivo Circ.para Exig. L.Prazo 1.113 3.419 0<br />

4.02 Aplicações 523.795 566.109 526.840<br />

4.02.02 Aumento <strong>no</strong> Realiz. L. Prazo 91.208 186.354 17.905<br />

4.02.04 No Imobilizado 136.258 94.332 157.265<br />

4.02.05 No Diferido 0 0 0<br />

4.02.06 Transf. do Exigível p/Circulante 272.898 283.458 164.234<br />

4.02.07 Baixas 0 0 644.376<br />

4.02.08 Dividendos Propostos 23.431 1.965 5.949<br />

4.02.09 Parcela do Patrim. Vertido à Piratininga 0 0 (462.889)<br />

4.03 Acréscimo/Decréscimo <strong>no</strong> Cap. Circulante (203.875) 182.529 9.224<br />

4.04 Variação do Ativo Circulante (54.486) 240.529 (179.840)<br />

4.04.01 Ativo Circulante <strong>no</strong> Início do Exercício 696.037 455.508 635.348<br />

4.04.02 Ativo Circulante <strong>no</strong> Final do Exercício 641.551 696.037 455.508<br />

4.05 Variação do Passivo Circulante (149.389) (58.000) 189.064<br />

4.05.01 Passivo Circulante <strong>no</strong> Início Exercício (773.322) (715.322) (904.386)<br />

4.05.02 Passivo Circulante <strong>no</strong> Final do Exercício (922.711) (773.322) (715.322)<br />

291


05.01 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2003 A 31/12/2003 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 254.628 334.728 0 28.072 0 617.428<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0 0<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 98.655 98.655<br />

5.07 Destinações 0 0 0 75.224 (98.655) (23.431)<br />

5.07.01 Reserva Legal 0 0 0 4.932 (4.932) 0<br />

5.07.02 Dividendos Propostos 0 0 0 0 (23.431) (23.431)<br />

5.07.03 Reserva de Retenção de Lucros 0 0 0 70.292 (70.292) 0<br />

5.08 Outros 0 0 0 0 0 0<br />

5.09 Saldo Final 254.628 334.728 0 103.296 0 692.652<br />

05.02 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2002 A 31/12/2002 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 254.628 178.129 0 21.763 0 454.520<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0 0<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 8.274 8.274<br />

5.07 Destinações 0 0 0 6.309 (8.274) (1.965)<br />

5.07.01 Reserva Legal 0 0 0 414 (414) 0<br />

5.07.02 Dividendos Propostos 0 0 0 0 (1.965) (1.965)<br />

5.07.03 Reserva de Retenção de Lucros 0 0 0 5.895 (5.895) 0<br />

5.08 Outros 0 156.599 0 0 0 156.599<br />

5.08.01 Ágio na Incorpor. Socied. Controladora 0 156.599 0 0 0 156.599<br />

5.09 Saldo Final 254.628 334.728 0 28.072 0 617.428<br />

05.03 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 01/01/2001 A 31/12/2001 (Reais Mil)<br />

Lucros/ Total<br />

Capital Reservas Reservas de Reservas Prejuízos Patrimônio<br />

Código Descrição Social de Capital Reavaliação de Lucro Acumulados Líquido<br />

5.01 Saldo Inicial 363.703 239.675 0 2.514 51.020 656.912<br />

5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 (70.278) (70.278)<br />

5.02.02 Benef. Empreg. Deliberação CVM 371/2000 0 0 0 0 (104.892) (104.892)<br />

5.02.03 I.R. e C.S. Difer. Deliber. CVM 371/2000 0 0 0 0 34.614 34.614<br />

5.03 Aumento/Redução do Capital Social 0 0 0 0 0 0<br />

5.04 Realização de Reservas 0 0 0 0 0 0<br />

5.05 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0 0<br />

5.06 Lucro/Prejuízo do Exercício 0 0 0 0 45.321 45.321<br />

5.07 Destinações 0 0 0 20.114 (26.063) (5.949)<br />

5.07.01 Reserva Legal 0 0 0 2.266 (2.266) 0<br />

5.07.02 Dividendos Propostos 0 0 0 0 (5.949) (5.949)<br />

5.07.03 Reserva de Retenção de Lucros 0 0 0 17.848 (17.848) 0<br />

5.08 Outros (109.075) (61.546) 0 (865) 0 (171.486)<br />

5.08.01 Cisão Parcial em 01/10/2001 (109.075) (61.546) 0 (865) 0 (171.486)<br />

5.09 Saldo Final 254.628 178.129 0 21.763 0 454.520<br />

292


09.01 - PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES - SEM RESSALVA<br />

Parecer dos auditores independentes<br />

Aos Administradores e Acionistas<br />

Bandeirante Energia S.A.<br />

1 Examinamos os balanços patrimoniais da Bandeirante Energia S.A. em 31 de dezembro de 2003 e de 2002 e as<br />

correspondentes demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de<br />

recursos dos exercícios findos nessas datas, elaborados sob a responsabilidade da administração da companhia. Nossa<br />

responsabilidade é a de emitir parecer sobre essas demonstrações financeiras.<br />

2 Nossos exames foram conduzidos de acordo com as <strong>no</strong>rmas de auditoria aplicáveis <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, as quais requerem que<br />

os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras em<br />

todos os seus aspectos relevantes. Portanto, <strong>no</strong>ssos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o<br />

planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume das transações e os sistemas contábil e de<br />

controles inter<strong>no</strong>s da companhia, (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam<br />

os valores e as informações contábeis divulgados e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais<br />

representativas adotadas pela administração da companhia, bem como da apresentação das demonstrações financeiras<br />

tomadas em conjunto.<br />

3 Somos de parecer que as referidas demonstrações financeiras apresentam adequadamente, em todos os aspectos<br />

relevantes, a posição patrimonial e financeira da Bandeirante Energia S.A. em 31 de dezembro de 2003 e de 2002, e o<br />

resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos dos exercícios findos<br />

nessas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

4. Conforme mencionado na Nota 3.2, as demonstrações financeiras da Bandeirante Energia S.A. incluem os valores de<br />

energia elétrica comercializada <strong>no</strong> âmbito do Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE, com saldo de contas a<br />

receber de R$ 21.427 mil em 31 de dezembro de 2003 (2002, R$ 106.287 mil) – valores líquidos de respectivas contas<br />

a pagar, registrados contabilmente com base em valores fornecidos pelo próprio MAE. A realização deste montante<br />

aguarda recebimento de empresas que não efetuaram a liquidação financeira determinada pela ANEEL e conclusão de<br />

discussão judicial acerca de interpretações das regras de mercado, as quais definiram os valores envolvidos.<br />

Adicionalmente, como mencionado na Nota 3.1.2 a companhia aguarda revisão dos valores de Energia Livre pela<br />

ANEEL.<br />

São Paulo, 30 de janeiro de 2004, exceto quanto à Nota 3,<br />

cuja data é de 13 de fevereiro de 2004<br />

PricewaterhouseCoopers<br />

Auditores Independentes<br />

CRC 2SP000160/O-5<br />

Wander Rodrigues Teles<br />

Contador CRC 1DF005919/S-0 “S” SP 002511<br />

293


10.01 - RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO<br />

MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Durante de 2003 pudemos assistir a grandes mudanças <strong>no</strong> ambiente que enquadra a atividade da Bandeirante Energia, quer<br />

de natureza macroeconômica e regulatória, quer de origem interna.<br />

Se na vertente macroeconômica se aguarda para 2004 a tão desejada retoma do crescimento, já <strong>no</strong> que se refere ao <strong>no</strong>vo<br />

modelo regulatório, em 2003 a Bandeirante acompanhou e preparou-se adequadamente para o cenário que daí decorrerá.<br />

No domínio inter<strong>no</strong>, a Bandeirante pôde assistir e participar ativamente <strong>no</strong> processo de consolidação da <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong>, sua<br />

controladora, cuja reestruturação se iniciou <strong>no</strong> segundo semestre de 2003.<br />

Vale a pena referir que este processo de reestruturação tem como objetivo clarificar e racionalizar a estrutura empresarial<br />

do Grupo <strong>EDP</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, assente <strong>no</strong>s princípios de acrescentar valor aos acionistas, de servir com qualidade os seus clientes<br />

e de permitir o desenvolvimento profissional e pessoal dos seus colaboradores.<br />

Nesta óptica, a Bandeirante encontra-se numa posição privilegiada, sendo mesma a empresa distribuidora de energia que<br />

apresenta os benchmarks mais significativos, seja dentro do grupo <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong>, seja quando comparada com a sua<br />

concorrência, o que permitiu, sem dúvida, alcançar os bons resultados operacionais que agora são apresentados.<br />

Uma palavra também sobre a saúde financeira da empresa, onde, num ambiente de ainda alguma instabilidade de taxas de<br />

juros, inflação e taxas de câmbio, a Bandeirante soube procurar as soluções mais adequadas ao seu financiamento e a<br />

cobertura dos riscos a ele associados.<br />

Não pode ainda deixar de ser feita uma referência à estabilidade acionista da Bandeirante, com o respaldo da <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong>,<br />

e por conseqüência da <strong>EDP</strong> S.A., sem dúvida também uma das bases do sucesso alcançado.<br />

Por último um destaque para a qualidade da gestão <strong>no</strong>s diversos níveis da empresa e o empenhamento de todos os<br />

colaboradores em geral, sem os quais estes resultados não teriam sido possíveis.<br />

MENSAGEM DO DIRETOR PRESIDENTE<br />

Em setembro de 2003 completaram-se 5 a<strong>no</strong>s desde que a Bandeirante Energia passou a ser controlada pelo Grupo <strong>EDP</strong> –<br />

Electricidade de Portugal, um dos maiores operadores europeus do setor elétrico. A gestão da Bandeirante tem sido<br />

orientada para o aumento de produtividade e de eficiência, através da melhoria dos processos e da modernização da<br />

empresa, como forma de obter resultados sustentados para os seus acionistas, proporcionar uma maior qualidade de serviço<br />

prestado aos seus clientes e contribuir para desenvolvimento e bem-estar dos seus colaboradores.<br />

Como reflexo dessa política, o desempenho da Bandeirante melhorou significativamente <strong>no</strong> passar desses cinco a<strong>no</strong>s. A<br />

produtividade duplicou, atingindo um indicador superior a mil clientes por trabalhador. O número de interrupções <strong>no</strong><br />

fornecimento de eletricidade e sua duração foram reduzidos para metade, a eficácia de arrecadação das contas dos seus<br />

clientes é hoje de cerca de 99% e as perdas comerciais não ultrapassam os 2%. Com um constante controle de gastos e<br />

combate ao desperdício, as despesas operacionais gerenciadas pela Empresa foram reduzidas para metade.<br />

Durante estes 5 a<strong>no</strong>s foram efetuados investimentos na Empresa de cerca de R$ 1 bilhão (corrigidos pelo IGP-M). Para além<br />

dos investimentos dirigidos ao atendimento do mercado e à expansão e remodelação das redes elétricas, foram realizados<br />

investimentos na modernização da Empresa, como a automatização e o telecomando do sistema elétrico e a implementação<br />

dos mais moder<strong>no</strong>s sistemas de tec<strong>no</strong>logia de informação nas áreas administrativa, financeira, comercial e técnica.<br />

Uma gestão rigorosa da Empresa e o apoio do acionista controlador permitiu obter um dos melhores “rating” das empresas<br />

do setor elétrico brasileiro – A3.br, atribuído pela Moody’s, agência internacional de classificação de risco. Esta situação<br />

possibilitou à Empresa, em março e setembro de 2003, recorrer com sucesso ao mercado de capitais para financiar as suas<br />

operações. Para obtenção de recursos necessários para o seu programa de investimentos e modernização, <strong>no</strong> final de 2003<br />

foi aprovado, pelo Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento e pelo Conselho de Administração da Bandeirante, um<br />

financiamento de US$ 100 milhões.<br />

Um dos principais desafios em 2003 foi a Revisão Tarifária Ordinária, que tem por objetivo repor o equilíbrio econômico<br />

e financeiro do contrato de concessão, visando remunerar adequadamente os capitais investidos na Empresa, possibilitar a<br />

continuação de investimentos na melhoria da qualidade de serviço e na modernização da empresa e repassar para as tarifas<br />

ganhos de produtividade. Este processo envolveu todas as áreas da Empresa e motivou um estreito e produtivo<br />

relacionamento com a entidade reguladora – Aneel. Como resultado desta revisão as tarifas de fornecimento de energia<br />

foram reposicionadas em níveis diferentes por classes de clientes, através de um processo de realinhamento tarifário,<br />

eliminando gradualmente os subsídios implícitos nas tarifas.<br />

294


O Programa Integrado de Modernização, iniciado em 2002, apresentou uma grande evolução em 2003, permitindo já a<br />

conclusão de alguns projetos, o que contribuiu para a redução dos gastos e a melhoria da eficiência e qualidade do serviço.<br />

No âmbito da qualidade de serviço salienta-se o alargamento dos meios de atendimento e pagamento postos à disposição<br />

dos clientes e a redução verificada <strong>no</strong>s indicadores técnicos de qualidade, superando os padrões estabelecidos pela ANEEL,<br />

graças aos investimentos realizados e à eficiente operação e manutenção das redes elétricas.<br />

Para sustentabilidade dos resultados é fundamental o desenvolvimento dos recursos huma<strong>no</strong>s, que continuou a integrar<br />

uma das principais diretrizes estratégicas da Empresa, concretizada na realização de diversas ações, <strong>no</strong>tadamente de<br />

treinamento e de pesquisa de clima organizacional.<br />

Ciente das suas responsabilidades sociais na preservação do meio ambiente, a Bandeirante continuou a desenvolver<br />

atividades voltadas ao uso racional dos recursos naturais e à conscientização dos seus colaboradores e dos seus<br />

fornecedores para as questões ambientais. A Bandeirante dedicou também especial atenção ao seu programa social<br />

“Comunidade / Educação” que tem por objetivo proporcionar melhores condições e meios para o sucesso escolar das<br />

crianças e a sua integração na sociedade. Através deste programa, iniciado em 2002 e em que participaram mais de 11%<br />

dos seus colaboradores em regime de voluntariado, foram beneficiados cerca de 22 mil alu<strong>no</strong>s do ensi<strong>no</strong> básico.<br />

Os consumos de eletricidade mantiveram-se em níveis baixos durante o a<strong>no</strong> de 2003, refletindo a situação econômica do<br />

país que afetou a atividade econômica, o emprego e a renda. Apesar desta situação e graças à rigorosa gestão da Empresa,<br />

aos benefícios introduzidos por investimentos em modernização e ao empenho e competência dos seus colaboradores, a<br />

Bandeirante apresentou em 2003 uma importante evolução do seu desempenho econômico-financeiro, com um lucro<br />

líquido do exercício de R$ 98,7 milhões e uma melhoria significativa de geração operacional de caixa.<br />

O efeito da Revisão Tarifária ocorrida do final de 2003, o crescimento dos consumos em 2004 resultante da evolução<br />

esperada da eco<strong>no</strong>mia brasileira, a consolidação dos investimentos em modernização em curso na Empresa e a clarificação<br />

do modelo brasileiro para o setor elétrico permitem ter boas perspectivas para o futuro da Bandeirante Energia <strong>no</strong>s<br />

próximos a<strong>no</strong>s, que deverão proporcionar a adequada remuneração dos capitais investidos na empresa.<br />

ENQUADRAMENTO MACROECONÔMICO<br />

O a<strong>no</strong> de 2003 começou sob forte pressão inflacionária, fruto dos desequilíbrios inter<strong>no</strong>s e exter<strong>no</strong>s da eco<strong>no</strong>mia brasileira e<br />

da incerteza associada à mudança do Poder Executivo. As diretrizes implementadas para combater a crise levaram à forte subida<br />

dos juros e grande contração dos gastos públicos, com impacto significativo sobre a atividade econômica, o emprego e a renda.<br />

Este cenário fez com que o consumo de energia elétrica <strong>no</strong> País, que ainda não havia recuperado os níveis anteriores ao<br />

racionamento, se mantivesse em baixos patamares. Os investimentos <strong>no</strong> setor elétrico, em especial em geração, também<br />

continuaram aguardando o <strong>no</strong>vo marco regulatório.<br />

A reversão ao final do a<strong>no</strong> dos índices de inflação para patamares controlados, associada à perspectiva de equilíbrio nas<br />

contas públicas e à obtenção de superávits expressivos na balança comercial, ajudou a criar um clima de otimismo quanto<br />

ao desempenho da eco<strong>no</strong>mia para 2004.<br />

BALANÇO ENERGÉTICO<br />

Distribuição de energia<br />

O total de energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2003, foi de 11.377 GWh, o que representou<br />

um acréscimo de 4,24% sobre o a<strong>no</strong> anterior. Desse total, 9.540 GWh (ou 84%) referem-se ao mercado de clientes cativos<br />

e 1.837 GWh (ou 16%) ao mercado de clientes livres e outras concessionárias. Apesar desse crescimento, o mercado total<br />

foi 4,7% inferior ao verificado <strong>no</strong> período anterior ao racionamento, quando se considera o a<strong>no</strong> 2000 como referência.<br />

O movimento de migração de clientes cativos para a categoria de clientes livres pode ser observado na redução de 12,8%<br />

verificada <strong>no</strong> consumo da classe industrial, que em 2003 representou 54,8% do mercado da Bandeirante. Considerando que<br />

a função principal da Bandeirante é o serviço de distribuição de energia elétrica e que as tarifas de uso do sistema de<br />

distribuição foram ajustadas na revisão tarifária de outubro/2003, esse movimento não implica em perda de mercado ou de<br />

receita para a Empresa.<br />

Como reflexo da incorporação de <strong>no</strong>vos hábitos adquiridos à época do racionamento e do baixo nível de renda verificado<br />

em 2003, a classe residencial, responsável por 22,3% do mercado, apresentou evolução de apenas 0,8% em relação a 2002.<br />

A classe comercial, com participação de 12,4% <strong>no</strong> mercado, registrou um acréscimo de 4,4% <strong>no</strong> mesmo período, resultado<br />

que se deve principalmente a investimentos efetuados em ampliação e modernização de instalações.<br />

As demais classes, que em 2003 representaram 10,5% do mercado total, acumularam um crescimento de 8,2%, resultado<br />

obtido principalmente pelo desempenho dos segmentos de poder público, iluminação pública, água e esgoto.<br />

A Empresa encerrou o a<strong>no</strong> de 2003 com um acréscimo de 22.820 clientes, totalizando 1.320.105 clientes, representando<br />

um crescimento de 1,8% sobre o a<strong>no</strong> anterior.<br />

295


Compra de energia<br />

Em 2003 a Bandeirante comprou um total de 11.107 GWh para o atendimento de seu mercado mediante contratos de<br />

suprimento e energia oriunda de Itaipu. Com relação a 2002, isso significou uma queda de 2.765 GWh , que se deveu aos<br />

requisitos de mercado da área atendida pela Empresa.<br />

Considerando-se o total de energia elétrica distribuída pelo sistema da Bandeirante, o índice anual de perdas totais (técnicas<br />

e comerciais) foi de 8,1%, corrigindo-se a energia faturada para 365 dias.<br />

Transações <strong>no</strong> Mercado Atacadista de Energia (MAE)<br />

Em 2003, a Bandeirante efetuou transações de compra e venda de energia elétrica <strong>no</strong> Mercado Atacadista de Energia<br />

Elétrica - MAE, cujo resultado, em valores líquidos, representou uma sobra de 152 GWh e uma receita de R$ 6,4 milhões,<br />

valores que já contemplam os ajustes a serem contabilizados pelo MAE. Coube à Bandeirante o pagamento de R$ 7,0<br />

milhões a título de Encargos de Serviço do Sistema.<br />

Balanço Energético da Bandeirante em 2003 GWh<br />

Total de energia elétrica que entrou na rede 12.390<br />

Comprada mediante contratos de suprimento e Itaipu 11.107<br />

Montante líquido das transações de curto prazo (152)<br />

Perdas de transmissão e acertos contratuais (402)<br />

Para clientes livres e outras concessionárias 1.837<br />

Total de energia elétrica que saiu da rede (11.387)<br />

Energia faturada a clientes cativos (9.540)<br />

Consumo próprio (4)<br />

Energia não faturada (6)<br />

Para clientes livres e outras concessionárias (1.837)<br />

Perdas totais (1.003)<br />

Perdas totais em % sobre o total que entrou na rede 8,1%<br />

TARIFAS<br />

Tarifas médias<br />

A receita total (sem ICMS) obtida com o serviço de distribuição de energia elétrica alcançou R$ 1.815,7 milhões, sendo<br />

R$ 1.781,6 milhões provenientes do mercado de clientes cativos e R$ R$ 34,1 milhões relativos ao uso das redes pelo<br />

mercado de clientes livres e outras concessionárias. Para os clientes cativos a tarifa média anual de venda foi de<br />

R$ 186,80/MWh. O preço médio de compra da energia foi de R$ 78,52/MWh, ou de R$ 95,60/ MWh quando se<br />

consideram as despesas com Rede Básica e Conexão.<br />

Revisão Tarifária<br />

Após quatro a<strong>no</strong>s consecutivos de reajustes anuais, as tarifas da Bandeirante passaram pelo processo de revisão tarifária<br />

periódica em 2003, conforme estabelecem as regras do contrato de concessão. Ao mesmo tempo, o órgão regulador<br />

procedeu à abertura das tarifas de fornecimento <strong>no</strong>s componentes “fio” e “energia” e deu início à eliminação gradual dos<br />

subsídios implícitos na estrutura tarifária, mediante o processo de “realinhamento tarifário”, conforme determinação legal.<br />

Como resultado desse processo, em outubro de 2003, as tarifas de fornecimento de energia elétrica da Bandeirante foram<br />

reposicionadas em níveis diferenciados para cada classe de clientes, resultando em um aumento médio de 14,68% na<br />

receita de fornecimento, considerando-se o a<strong>no</strong> tarifário (outubro/03 a setembro/04). Os reajustes autorizados foram de<br />

18,92% para os clientes de alta tensão classificados <strong>no</strong> grupo A1, de 16,68% para o grupo A2 e de 13,80% para o grupo<br />

A4. Para os clientes classificados em baixa tensão o reajuste autorizado foi de 13,89%.<br />

Ainda <strong>no</strong> contexto da revisão tarifária, as tarifas de uso do sistema de distribuição (TUSD) da Bandeirante, cobradas dos<br />

clientes livres conectados à sua rede de distribuição, foram redefinidas de forma a refletir os <strong>no</strong>vos custos e encargos<br />

reconhecidos pelo órgão regulador. Isso resultou em um aumento previsto de 123,6% na receita de TUSD para o a<strong>no</strong><br />

tarifário (outubro/03 a setembro/04).<br />

É importante observar que o reposicionamento tarifário efetivamente reconhecido pelo órgão regulador para a Bandeirante,<br />

em outubro/03, foi de 18,08%, superando em 3,4 pontos percentuais o índice de 14,68% aplicado às tarifas de<br />

fornecimento. A diferença de receita decorrente dessa medida configura um “ativo regulatório” que será acrescido às tarifas<br />

da Bandeirante, segundo determinação da Aneel, em cada um dos reajustes tarifários anuais de 2004 a 2006, em três<br />

parcelas respectivas de R$ 71,0 milhões (valores de outubro/03).<br />

296


ATENDIMENTO COMERCIAL<br />

As ações da Bandeirante são regidas pelo princípio fundamental de satisfação do cliente, pois esta é a própria razão da<br />

existência da Empresa. Isso tem se refletido em todos os processos e atividades que impliquem uma relação com o cliente,<br />

mediante a implementação de diversos produtos e serviços apoiados na premissa de maximizar a comodidade do cliente<br />

nas suas ações de pagamento de faturas, trâmites comerciais e reclamações. Assim, além dos escritórios comerciais e<br />

centros de atendimento localizados de forma a evitar transtor<strong>no</strong>s e custos indevidos ao cliente, a Bandeirante<br />

complementou o atendimento implementando <strong>no</strong>vas modalidades em 2003, como o atendimento via internet e a<br />

disponibilização de terminais em Postos de Atendimento e em outros locais da área de concessão da Bandeirante.<br />

Além do atendimento via internet e da disponibilização de terminais de autoatendimento, a “Rede Fácil” – um meio<br />

alternativo de pagamento da conta de energia elétrica que funciona fora do horário bancário – esteve presente em 23<br />

municípios da área de concessão, com aproximadamente 130 estabelecimentos comerciais credenciados.<br />

Assim, as ações implementadas pela Bandeirante configuram modalidades de pagamento das contas de energia elétrica<br />

complementares ao atendimento pessoal e surgem como uma resposta da Empresa às demandas dos próprios clientes, que<br />

buscam modalidades que lhes maximize a comodidade.<br />

Para os clientes do Grupo A, atendidos em Tarifação Horosazonal, foi intensificada, em 2003, a <strong>no</strong>va modalidade de<br />

energia de<strong>no</strong>minada “Energia Extra”. A iniciativa visou estimular a substituição de geradores próprios, usados pelos<br />

clientes <strong>no</strong> horário de ponta, por energia elétrica disponibilizada pela Bandeirante a custos me<strong>no</strong>res.<br />

REDE ELÉTRICA<br />

Expansão do sistema elétrico<br />

Para atendimento da demanda do mercado, com níveis de qualidade exigidos pela legislação, foram investidos R$ 44,0<br />

milhões na expansão e adequação de redes elétricas, na ligação de <strong>no</strong>vos clientes e na instalação de sistemas de medição.<br />

Destaca-se a construção da estação de transformação Vale do Sol, em São José dos Campos, agregando uma potência<br />

adicionalde 40 MVA e cinco <strong>no</strong>vos circuitos de distribuição, beneficiando diretamente uma população de 150 mil pessoas.<br />

Foi também adquirido um transformador móvel de 17 MVA que, juntamente com as unidades modulares de alta e média<br />

tensão existentes, poderão compor uma planta móvel, assegurando maior flexibilidade operacional e rapidez <strong>no</strong><br />

atendimento em situações de emergência.<br />

Eletrificação rural<br />

Através do Programa Luz do Campo, foram ligados mais 550 clientes rurais na área de concessão da Bandeirante,<br />

beneficiando 4 mil famílias ao longo dos últimos três a<strong>no</strong>s.<br />

Manutenção<br />

Na manutenção de redes elétricas foram gastos mais de R$ 14,0 milhões, envolvendo, entre outros, a manutenção<br />

preventiva das redes de distribuição, de linhas de transmissão e de subestações.<br />

Qualidade de serviço<br />

Como conseqüência dos investimentos realizados nas redes elétricas e da criteriosa utilização de recursos na sua gestão e<br />

manutenção, a Bandeirante vem apresentando constante evolução de desempenho de seu sistema elétrico. Os indicadores<br />

técnicos de qualidade do serviço, <strong>no</strong>tadamente, duração equivalente de interrupção por cliente (DEC) e freqüência<br />

equivalente de interrupção por cliente (FEC) foram, respectivamente, de 8,24 horas e 6,54 interrupções, superando os<br />

padrões de qualidade estabelecidos pelo órgão regulador.<br />

297


PROGRAMA INTEGRADO DE MODERNIZAÇÃO<br />

O Programa Integrado de Modernização (PIM), iniciado em 2002, apresentou forte desenvolvimento em 2003,<br />

contribuindo significativamente para dotar a Empresa de maior eficiência, agilidade e flexibilidade operacionais, reduzir<br />

custos e melhorar a qualidade dos serviços prestados aos seus clientes.<br />

Com investimento total de R$ 71 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong>, o PIM compreende os projetos de Sistema de Comando e Controle (SCC),<br />

Automação das Redes de Distribuição, Sistema de Informações Técnicas (SIT), Sistema de Gestão Comercial e outros.<br />

O SCC permite telecomandar equipamentos, monitorar e sinalizar, em tempo real, qualquer evento ocorrido nas estações<br />

da rede elétrica, reduzindo o tempo dos desligamentos e de atendimento ao cliente. Incorporando as mais modernas<br />

tec<strong>no</strong>logias de supervisão e comando à distância, foi inaugurado o Centro de Operação do Sistema (COS) em Mogi das<br />

Cruzes, telecomandando já mais de metade das 56 estações em operação na Empresa.<br />

Nas redes de distribuição foi implantado o Sistema de Telecomando e Monitoramento de Religadores Automáticos<br />

(STMRA) de média tensão, via comunicação celular, um sistema de automação que consiste na instalação de religadores<br />

e chaves telecomandadas a partir do COS.<br />

No âmbito do SIT foi implantado um sistema de planejamento e gerenciamento do sistema elétrico, integrando uma base<br />

de cartografia digital.<br />

O <strong>no</strong>vo Sistema de Gestão Comercial (Projeto.FÁCIL) foi implementado para dar suporte às atividades de atendimento,<br />

leitura, faturamento e arrecadação. A primeira etapa do programa foi implementada a partir de 15/10/2003 para os clientes<br />

atendidos em alta e média tensão. A segunda etapa foi implementada a partir de 05/01/2004 para os demais clientes (mais<br />

de 1,3 milhões). Para tanto, foram treinados cerca de 500 colaboradores e prestadores de serviço.<br />

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO<br />

Pelo terceiro a<strong>no</strong> consecutivo, a Bandeirante está entre as “100 Empresas Mais Ligadas do <strong>Brasil</strong>”, segundo a revista<br />

InfoExame da Editora Abril, destacando-se como integrante da vanguarda de TI (Tec<strong>no</strong>logia de Informação) <strong>no</strong> país. Entre<br />

as concessionárias distribuidoras de energia elétrica, a Bandeirante foi a única a figurar na relação em 2003.<br />

Em 2003, foram disponibilizadas <strong>no</strong>vas infra-estruturas de TI para suporte aos projetos de modernização implementados<br />

pela Empresa. A relação computadores pessoais por colaborador aumentou para 0,8. Também foi dado prosseguimento à<br />

reestruturação da rede WAN - Wide Area Network, resultando na implementação da <strong>no</strong>va rede de telecomunicações, o que<br />

aumentou a disponibilidade e reduziu os tempos de resposta dos sistemas de informação corporativos da Empresa.<br />

Do ponto de vista de sistemas de informação, foram implementados os <strong>no</strong>vos sistemas de Atendimento Emergencial, de<br />

Controle de Almoxarifados e de Solução Fiscal. Além destes, também foi implementada a primeira solução de Gestão<br />

Eletrônica de Documentos (GED) para atendimento das necessidades do projeto de Sistema de Comando e Controle.<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E P&D<br />

Entre os programas de eficiência energética implementados pela Bandeirante em 2003, destacaram-se as parcerias<br />

realizadas com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp, para desenvolvimento de projetos<br />

de eficiência energética nas Estações Elevatórias de Água, e com a Prefeitura Municipal de São José dos Campos para a<br />

modernização do sistema de Iluminação Pública, com vistas à substituição de aproximadamente 35 mil luminárias <strong>no</strong><br />

município, utilizando lâmpadas mais eficientes, com investimento de R$ 8,0 milhões.<br />

No campo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), a Bandeirante deu início a um programa de pesquisa contendo 11<br />

projetos, que totalizam recursos da ordem de R$ 4,5 milhões. Destaca-se o projeto desenvolvido em parceria com o<br />

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, que visa o monitoramento de descargas atmosféricas em tempo real na<br />

área de concessão da Empresa, para conferir maior agilidade à gestão operacional da rede elétrica na ocorrência de<br />

tempestades e, dessa forma, melhorar os indicadores de qualidade do serviço prestado. Destaca-se também o projeto<br />

“Mitigação Técnica das Perdas <strong>no</strong>s Circuitos Secundários de Distribuição e <strong>no</strong>s Sistemas de Medição”, que permitirá<br />

avanços significativos na redução de perdas técnicas e comerciais.<br />

298


Com recursos de P&D, a Empresa tor<strong>no</strong>u-se a primeira distribuidora de energia elétrica brasileira a se filiar ao Electrical<br />

Power Research Institute – EPRI, em quatro módulos de pesquisa voltados para o desenvolvimento de <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias<br />

e prospecção tec<strong>no</strong>lógica.<br />

GESTÃO ADMINISTRATIVA<br />

Estoques e compras<br />

O valor médio dos estoques mensais da Bandeirante caiu 15% em relação ao a<strong>no</strong> de 2002, o que significou uma eco<strong>no</strong>mia<br />

de R$ 1,5 milhões. Concomitantemente, a cobertura dos estoques, dos produtos que representam 80% do consumo, baixou<br />

17% relativamente ao a<strong>no</strong> anterior.<br />

No sistema de “e-procurement” foram realizadas movimentações de R$ 45,0 milhões, incluindo materiais estocáveis e<br />

parte dos materiais específicos, o que permitiu uma administração das compras com qualidade e produtividade. Esse tipo<br />

de ação é de fundamental importância para uma Empresa cujas compras anuais superaram R$ 173,0 milhões em 2003.<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

Sempre com foco em seus colaboradores, a Empresa proporcio<strong>no</strong>u a criação de um ambiente para estimular e apoiar a<br />

iniciativa individual e do grupo gestor na busca de metas organizacionais claras.<br />

Durante o a<strong>no</strong>, realizou-se a segunda aplicação da Pesquisa de Clima Organizacional, com vistas a subsidiar o processo<br />

de gestão utilizado para desenvolver e manter o ambiente adequado à realização da missão, visão e estratégias da Empresa.<br />

O estímulo ao desenvolvimento profissional e pessoal, mediante ações de treinamento inter<strong>no</strong> e exter<strong>no</strong>, participações em<br />

eventos técnicos e outras ações, significou um total de 95 mil horas de treinamento. Isso correspondeu a 72 horas por<br />

colaborador e a um gasto total de R$ 3,5 milhões.<br />

A Bandeirante encerrou o a<strong>no</strong> de 2003 com um quadro de 1.257 colaboradores efetivos, a que corresponde um índice de<br />

produtividade de 1.050, medido pelo número de clientes por colaborador. O aumento de 9% na produtividade deveu-se ao<br />

investimento da Empresa em seus colaboradores e à implantação dos projetos de modernização.<br />

MEIO AMBIENTE<br />

No âmbito do processo de financiamento junto ao Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento (BID), a Bandeirante foi, em<br />

2003, avaliada sob o ponto de vista ambiental por consultores especializados, onde se verificou o baixo risco de impactos<br />

ambientais na condução de suas atividades.<br />

Consciente dos princípios de desenvolvimento sustentável e com o firme propósito de compatibilizar o desenvolvimento<br />

de suas atividades com o meio ambiente e as comunidades locais, a Bandeirante vem empreendendo esforços significativos<br />

para o uso racional de recursos e para a conscientização dos colaboradores, fornecedores e comunidades, em relação às<br />

questões ambientais, observando atentamente os preceitos estabelecidos na legislação ambiental.<br />

Ciente de sua responsabilidade na preservação do meio ambiente, a Bandeirante vem participando de diversas iniciativas<br />

junto aos Poderes Públicos Municipais para a adequação da arborização urbana, visando um equilíbrio entre os sistemas<br />

elétricos e a vegetação local.<br />

Atualmente, a Bandeirante desenvolve um Sistema de Gestão Ambiental que, entre outros benefícios, garantirá um<br />

aprimoramento contínuo de suas atividades relacionadas com o Meio Ambiente.<br />

BALANÇO SOCIAL<br />

No âmbito do projeto da Bandeirante “Comunidade/Educação”, iniciado em 2002, foram contempladas 51 escolas do ensi<strong>no</strong><br />

básico, beneficiando cerca de 22 mil crianças. Com o apoio de 28 empresas parceiras <strong>no</strong> projeto e de 142 colaboradores em<br />

regime de voluntariado, foram efetuadas variadas ações visando à melhoria das condições das escolas, a distribuição de<br />

“kits” escolares e de higiene bucal a todas as crianças e o lançamento da campanha do livro, do agasalho e outras.<br />

Na esfera sócio-cultural, a Bandeirante patroci<strong>no</strong>u espetáculos, investiu em ações de conscientização do uso racional e<br />

seguro da eletricidade e atuou em sintonia com o Programa Fome Zero, do Gover<strong>no</strong> Federal.<br />

299


300


DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO<br />

Apesar das dificuldades que marcaram a eco<strong>no</strong>mia brasileira em 2003 – e o setor elétrico em particular – a Bandeirante<br />

apresentou <strong>no</strong>tável melhora em seus resultados e na geração de caixa. O resultado do serviço foi de R$ 157,8 milhões em<br />

2003, contra R$ 105,3 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Em termos de EBITDA (resultado de serviço + depreciação/amortização),<br />

a Empresa atingiu R$ 230,7 milhões, elevando a margem em relação à receita líquida para 13,8%, contra 11,3% em 2002.<br />

O lucro líquido alcançou R$ 98,7 milhões contra R$ 8,3 milhões <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior.<br />

Como resultado da combinação do reajuste tarifário de 19,09%, em outubro de 2002, e da queda do consumo físico de<br />

6,1%, a receita de fornecimento de energia aumentou em 14,8% . As receitas oriundas de vendas <strong>no</strong> MAE, por sua vez,<br />

sofreram queda na comparação com 2002, já que, em razão dos baixos preços <strong>no</strong> mercado de curto prazo, tor<strong>no</strong>u-se mais<br />

interessante devolver as sobras dos contratos iniciais, resultantes da migração de clientes para o mercado livre.<br />

Destaque-se que o crescimento de 7,6% dos gastos operacionais foi significativamente inferior aos principais indicadores<br />

de inflação (IPCA 9,3% e IGPM 8,7%), graças ao ativo gerenciamento de gastos exercido pela Empresa e aos efeitos dos<br />

investimentos em modernização. Na compra de energia, responsável por 75,5% dos gastos operacionais, a Bandeirante<br />

acompanhou atentamente a evolução do consumo, devolvendo prontamente os excessos e renegociando os contratos com<br />

geradores, conforme permitem as regras do setor. Quanto aos gastos com pessoal, que somaram R$ 92,3 milhões em 2003,<br />

os dissídios de pessoal, fortemente pressionados pelo crescimento da inflação em 2002, foram negociados de forma a<br />

atenuar seus efeitos ao longo do tempo. Os gastos com serviços de terceiros, responsáveis por 4,5% do total, aumentaram<br />

15,9%, devido aos reajustes dos contratos que refletiram parte do IGP-M de 2002 (25,3%) e, em me<strong>no</strong>r proporção, ao<br />

incremento na manutenção preventiva da rede de distribuição. Ressalte-se também o rigoroso acompanhamento da<br />

cobrança implementado pela Bandeirante, que permitiu a obtenção de um dos me<strong>no</strong>res índices de provisão com devedores<br />

duvidosos para empresas desse porte: apenas 1,19% da receita com fornecimento de energia.<br />

O resultado financeiro líquido apresentou sensível melhora, saindo de R$ - 97,0 milhões em 2002 para R$ - 56,6 milhões<br />

em 2003, como reflexo da queda do IGPM e dos juros ocorrida em 2003 e também do efeito da receita financeira<br />

extraordinária de R$ 25,7 milhões.<br />

Em 2003 a Bandeirante fez uma reanálise do impacto fiscal da recomposição tarifária extraordinária (RTE), ocorrida em<br />

2001/2002. A partir de outubro de 2003, a Empresa passou a reconhecer a exigibilidade da tributação quando do efetivo<br />

ressarcimento desses valores, alterando procedimento anterior que reconheceu tal exigibilidade <strong>no</strong> momento da<br />

constituição da RTE. Esta reavaliação, baseada em pareceres técnicos, inclusive da própria Secretaria Receita Federal,<br />

gerou a receita financeira extraordinária acima referida e o incremento <strong>no</strong> crédito tributário diferido, em total equivalente<br />

a cerca de metade do lucro líquido do a<strong>no</strong>.<br />

Evolução do endividamento<br />

O endividamento líquido total da Bandeirante, em 2003, foi de R$ 802,0 milhões, reduzindo-se em 8,5%. A estratégia<br />

financeira da companhia centrou-se <strong>no</strong> alongamento do perfil da dívida através do mercado de capitais e <strong>no</strong> financiamento<br />

junto a bancos de fomento. As principais metas foram a obtenção dos recursos necessários para os programas de<br />

investimentos e modernização a custos e prazos compatíveis, sem recorrer à Controladora.<br />

Em 2003 a Bandeirante realizou duas emissões de Notas Promissórias (R$ 200,0 milhões em março e R$ 180,0 milhões<br />

em setembro) <strong>no</strong> mercado local, apesar da forte restrição de crédito para o setor e da concorrência dos títulos públicos, o<br />

que atesta o avanço da estratégia adotada pela Empresa. As emissões, que foram totalmente colocadas <strong>no</strong> mercado,<br />

obtiveram o “rating” A3.br para a emissora e BR-2 para as emissões, na avaliação da agência internacional de classificação<br />

de risco Moodys, e permitiram à Bandeirante, cindida em 2001, divulgar números e pla<strong>no</strong>s, tornando-se conhecida dos<br />

investidores e demais agentes do mercado de capitais.<br />

A Controladora, demonstrando mais uma vez seu compromisso com a Bandeirante e com o <strong>Brasil</strong>, optou por alongar o<br />

mútuo existente de R$ 262 milhões, com vencimento para maio de 2004, que passará a ser amortizado em 24 prestações<br />

mensais com vencimento final em dezembro de 2005.<br />

Em 2003 também foi autorizado o financiamento pelo BNDES para os valores diferidos dos créditos da CVA, que<br />

representam em tor<strong>no</strong> de R$ 70 milhões a serem recebidos em 2004.<br />

301


O quadro a seguir demonstra a evolução da dívida, com destaque para a melhoria da capacidade de repagamento, medida<br />

pela relação da dívida líquida (sem BNDES, cuja amortização já vem deduzida <strong>no</strong> EBITDA) / EBTIDA: em dezembro de<br />

2003, para cada Real de EBITDA, a companhia tinha R$ 2,48 de dívida contra R$ 3,50 em dezembro de 2002.<br />

2003 2002<br />

Dívida Total (*) 851 910<br />

(-) Disponibilidade (49) (34)<br />

(=) Dívida Total Líquida 802 876<br />

(-) BNDES(Acordo do Setor) (231) (260)<br />

(=) Dívida líquida 571 616<br />

EBITDA 231 177<br />

Dívida Líquida/EBITDA 2,48 3,50<br />

(*) Empréstimos e Financiamentos + Encargos dos Empréstimos e Financiamentos + Operações de “Swap”<br />

Está sendo finalizado um financiamento de US$ 100 milhões com o Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento - BID,<br />

com prazo de 8 a<strong>no</strong>s, com consórcio já fechado de bancos brasileiros, portugueses e espanhóis. Esta operação já foi<br />

aprovada pelos Boards da Bandeirante e do BID e será concretizada em 2004.<br />

302


Geração de Caixa<br />

A geração operacional de caixa apresentou melhoria substancial, pelo incremento de 31% <strong>no</strong> EBITDA e pelo encaixe<br />

líquido de R$ 78,2 milhões decorrentes dos acertos do MAE. Registre-se também que a aquisição de energia de Itaipu<br />

representou um adicional de caixa de R$ 91 milhões, não medido pelo EBITDA, uma vez que seu custo de aquisição é<br />

registrado contabilmente pelo dólar da data do reajuste tarifário (R$3,8759/US$ para jan/set 2003), enquanto que o<br />

desembolso se dá pela taxa cambial do dia anterior ao efetivo pagamento (média de R$ 3,06 <strong>no</strong> mesmo período). Como<br />

despesa diferida (CVA) significativa registre-se o desembolso de R$ 40,4 milhões relativos à Conta de Desenvolvimento<br />

Energético (CDE), encargo setorial criado em 2003.<br />

303


AUDITORIA EXTERNA<br />

Na contratação de serviços não relacionados com a auditoria externa junto aos seus auditores independentes, a Empresa<br />

fundamenta-se <strong>no</strong>s princípios que preservam a independência do auditor independente, que consistem, de acordo com<br />

princípios internacionalmente aceitos, em:<br />

• o auditor não deve auditar o seu próprio trabalho;<br />

• o auditor não deve exercer funções gerenciais <strong>no</strong> seu cliente; e<br />

• o auditor não deve promover os interesses do seu cliente.<br />

No exercício de 2003, os únicos serviços prestados à Empresa pelos seus auditores independentes foram os relacionados<br />

com os exames de auditoria independente das demonstrações contábeis.<br />

PERSPECTIVAS E NOTA FINAL<br />

A aprovação de um <strong>no</strong>vo modelo para o setor elétrico brasileiro, o efeito da revisão tarifária ocorrida <strong>no</strong> final de 2003 para<br />

os próximos 4 a<strong>no</strong>s e o crescimento esperado da eco<strong>no</strong>mia brasileira geram excelentes perspectivas para a Bandeirante em<br />

2004 e a<strong>no</strong>s seguintes, colocando as suas margens em patamares mais adequados à realidade do negócio de distribuição de<br />

energia elétrica.<br />

A concretização do financiamento do BID de US$ 100 milhões, destinados aos investimentos e a conclusão dos projetos<br />

de modernização proporcionarão uma situação econômica e financeira estável, uma redução dos custos operacionais, um<br />

aumento da qualidade do serviço prestado aos clientes e uma adequada remuneração dos capitais investidos na Empresa.<br />

A Administração da Bandeirante manifesta o seu agradecimento ao seu acionista controlador, pelo acompanhamento e<br />

apoio dados. É também devido um agradecimento aos fornecedores, consultores, instituições financeiras e a todas as<br />

entidades que colaboraram com a Empresa.<br />

Um agradecimento especial aos colaboradores da Bandeirante que, trabalhando com competência e dedicação,<br />

contribuíram para os seus resultados.<br />

Finalmente, um agradecimento especial para os clientes da Bandeirante, a quem se procura oferecer os melhores níveis de<br />

qualidade do serviço.<br />

304


11.01 - NOTAS EXPLICATIVAS<br />

NOTAS EXPLICATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS<br />

EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 E 2002<br />

Em Milhares de Reais<br />

1. CONTEXTO OPERACIONAL<br />

BANDEIRANTE ENERGIA S.A., Companhia de capital aberto, tem por objetivo a prestação de serviços públicos<br />

de energia elétrica, pelo prazo de 30 a<strong>no</strong>s, a partir de 23 de outubro de 1998, conforme contrato de concessão firmado<br />

naquela data. A Companhia atua em 28 municípios do Estado de São Paulo, especificamente nas regiões do Alto do<br />

Tietê e Vale do Paraíba, atendendo a aproximadamente 1,3 milhões de clientes e fornecendo aproximadamente 9.539<br />

GWh ao a<strong>no</strong> (quantidades não auditadas).<br />

Além da distribuição de energia elétrica, a Companhia poderá participar individual ou consorciadamente de<br />

empreendimentos relacionados a outras formas de energia, tec<strong>no</strong>logia e de serviços, inclusive de atividades derivadas<br />

direta ou indiretamente da utilização dos bens, direitos e tec<strong>no</strong>logia própria, bem como participar do capital de outras<br />

sociedades.<br />

2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS<br />

As Demonstrações Contábeis foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, que incluem<br />

as disposições da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e <strong>no</strong>rmas aplicáveis às concessionárias de serviços<br />

públicos de energia elétrica, estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel.<br />

2.1. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS<br />

a) Consumidores e Concessionários - incluem:<br />

(i) Os valores faturados a consumidores finais e concessionários revendedores, bem como a receita referente<br />

à energia consumida e não faturada;<br />

(ii) Os valores a receber relativos à energia comercializada <strong>no</strong> Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE<br />

(Nota 3.2);<br />

(iii) Os saldos a receber relativos à Recomposição de Receita e à Energia Livre (Notas 3.1.1 e 3.1.2); e<br />

(iv) O crédito decorrente do parcelamento da Revisão Tarifária Ordinária de 23 de outubro de 2003 (Nota 4).<br />

b) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa - calculada em montante considerado suficiente para cobrir<br />

eventuais perdas na realização de contas a receber de Consumidores e Concessionários.<br />

c) Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica - inclui o saldo remanescente dos valores a<br />

receber de bônus, aprovados pelo Despacho Aneel n.º 600, de 27 de setembro de 2002, e os Custos a Reembolsar<br />

decorrentes da implantação do Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica.<br />

d) Estoques - avaliados e registrados ao custo médio de aquisição, inferiores aos valores de realização. Os materiais<br />

destinados ao consumo e manutenção são classificados <strong>no</strong> Ativo Circulante. Os materiais destinados à obras são<br />

classificados em Imobilizado em Curso.<br />

e) Conta de Compensação de Variação de Custos da Parcela “A” - inclui as variações positivas e negativas dos itens<br />

da Parcela “A” (gastos não gerenciáveis), previstos <strong>no</strong> Contrato de Concessão de Distribuição de Energia Elétrica<br />

(Notas 3.1.3 e 6).<br />

f) Imobilizado - registrado ao custo de aquisição ou custo de construção, corrigidos monetariamente até 31 de<br />

dezembro de 1995. A depreciação é calculada pelo método linear, de acordo com taxas anuais fixadas pelo Poder<br />

Concedente, determinadas pela Resolução Aneel n.º 002, de 24 de dezembro de 1997, atualizada pela Resolução<br />

Aneel n.º 044, de 17 de março de 1999, como descrito na Nota 7.<br />

Em função do disposto <strong>no</strong> item 4 da Instrução Contábil n.º 10, do Manual de Contabilidade do Serviço Público de<br />

305


Energia Elétrica e na Instrução CVM n.º 193, de 11 de julho de 1996, os encargos financeiros, relativos aos<br />

financiamentos obtidos de terceiros, efetivamente aplicados <strong>no</strong> Imobilizado em Curso, são registrados neste<br />

subgrupo <strong>no</strong> custo das respectivas obras (Nota 17).<br />

As Obrigações Vinculadas à Concessão, demonstradas como retificadoras do Imobilizado, referem-se,<br />

principalmente, a recursos recebidos de Consumidores, destinados à execução de empreendimentos relacionados<br />

ao fornecimento de energia elétrica, cuja utilização e desti<strong>no</strong> se subordinam a determinações da Aneel.<br />

g) Demais Ativos Circulante e Realizável a Longo Prazo - são demonstrados aos valores de custo ou realização,<br />

incluindo, quando aplicável, os rendimentos auferidos.<br />

h) Fornecedores - inclui o saldo a pagar a fornecedores de energia elétrica e o saldo de Energia Livre a pagar aos<br />

respectivos fornecedores.<br />

i) Empréstimos e Financiamentos - atualizados com base nas variações monetárias e cambiais, acrescidas dos<br />

respectivos encargos incorridos até a data do encerramento do exercício.<br />

j) Demais Passivos Circulante e Exigível a Longo Prazo - são demonstrados pelos valores conhecidos ou exigíveis,<br />

acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos, variações monetárias e cambiais.<br />

k) Resultado - apurado pelo regime de competência, incluindo:<br />

(i) Receita com Fornecimento de Energia Elétrica - o fornecimento de energia elétrica aos consumidores finais<br />

e concessionários revendedores, não faturados até a data do encerramento do exercício, são mensurados e<br />

registrados contabilmente, de forma que possibilite a contraposição dos custos e das receitas <strong>no</strong> respectivo<br />

exercício;<br />

(ii) Conta Consumo de Combustíveis - CCC - encargo setorial assumido pelas distribuidoras de energia elétrica,<br />

cujos recursos são destinados a fundo específico, administrado pela Eletrobrás - Centrais Elétricas<br />

<strong>Brasil</strong>eiras S.A., com o objetivo de subsidiar os gastos com o consumo de combustíveis fósseis das<br />

geradoras termelétricas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>;<br />

(iii) Conta de Desenvolvimento Energético - CDE - encargo setorial assumido pelas distribuidoras de energia<br />

elétrica, cujos recursos são destinados a fundo específico, administrado pela Eletrobrás - Centrais Elétricas<br />

<strong>Brasil</strong>eiras S.A., para promover a competitividade da energia produzida a partir de fontes eólicas, pequenas<br />

centrais hidrelétricas, biomassa, gás natural e carvão mineral nacional, nas áreas atendidas pelos Sistemas<br />

Elétricos Interligados e promover a universalização do serviço de energia elétrica em todo o território<br />

nacional; e<br />

(iv) Imposto de Renda e Contribuição Social - calculados conforme legislação e alíquotas vigentes à data do<br />

balanço (25% para o Imposto de Renda e 9% para Contribuição Social sobre o Lucro). De acordo com as<br />

disposições da Deliberação CVM n.º 273, de 20 de agosto de 1998 e Instrução CVM n.º 371, de 27 de junho<br />

de 2002, a Companhia registra em suas demonstrações contábeis os créditos tributários diferidos sobre<br />

prejuízos fiscais, base negativa da Contribuição Social e adições temporárias.<br />

3. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA E CONTABILIZAÇÃO DO MAE<br />

3.1. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA<br />

Para o ressarcimento do montante da Recomposição de Receita, Energia Livre e Parcela “A”, em atendimento às<br />

disposições da Medida Provisória n.º 14 (convertida na Lei n.º 10.438/02), foi concedido a partir de janeiro de 2002<br />

o reajuste tarifário extraordinário de 2,9% aplicável aos consumidores residenciais e rurais (exceto os de baixa renda)<br />

e de 7,9% para os demais consumidores.<br />

A Resolução Normativa Aneel n.º 1, de 12 de janeiro de 2004, retificou o montante de Energia Livre anteriormente<br />

homologado pela Resolução Aneel n.º 483, de 29 de agosto de 2002 (Nota 3.1.2), alterou o prazo máximo de<br />

permanência da Recomposição Tarifária Extraordinária – RTE nas tarifas de fornecimento de energia elétrica<br />

anteriormente estabelecido pela Resolução Aneel n.º 484, de 29 de agosto de 2002, excluiu deste prazo o montante<br />

relativo às variações dos itens da Parcela “A” verificadas <strong>no</strong> exercício de 2001 e estabeleceu que a sua recuperação<br />

306


se dará por mecanismo equivalente ao previsto <strong>no</strong> art. 4º da Lei 10.438/02 e que para a Companhia, como<br />

concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica localizada <strong>no</strong> Sistema Interligado Nacional<br />

sujeita ao Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica – PERCEE, essa recuperação se dará<br />

imediatamente após o final da Recomposição Tarifária Extraordinária prevista <strong>no</strong> art. 4º da Lei n.º 10.438/2002, pelo<br />

prazo necessário para atingir o montante homologado pela Resolução Aneel n.º 482, de 29 de agosto de 2002.<br />

No exercício de 2003 foi faturado o montante de R$99.123 (R$81.754 em 2002) e, na avaliação da administração,<br />

com base em projeções orçamentárias, o saldo remanescente de Recomposição de Receita e de Energia Livre em 31<br />

de dezembro de 2003, <strong>no</strong> montante de R$323.624, será realizado dentro do prazo estipulado de 64 meses.<br />

3.1.1. RECOMPOSIÇÃO DE RECEITA<br />

Período de 1º de junho de 2001 a 28 de fevereiro de 2002:<br />

Do montante de R$278.595 homologado através das Resoluções Aneel n.º 480 e 481, ambas de 29 de agosto de 2002,<br />

foi amortizado <strong>no</strong> exercício de 2003 o montante de R$77.953 (R$81.754 em 2002), decorrente da aplicação de parte<br />

do reajuste tarifário extraordinário mencionado na Nota 3.1. A partir de fevereiro de 2003, parte do valor faturado<br />

decorrente da aplicação do Reajuste Tarifário Extraordinário está sendo destinado para amortização da<br />

Recomposição Tarifária Extraordinária relativa à Energia Livre, repassada às geradoras, estabelecida pela Resolução<br />

Aneel n.º 36, de 29 de janeiro de 2003, e alterada pela Resolução Aneel n.º 89, de 25 de fevereiro de 2003.<br />

Atualização Monetária:<br />

A Resolução Aneel n.º 31, de 24 de janeiro de 2002, determi<strong>no</strong>u que o saldo remanescente da Recomposição de<br />

Receita fosse remunerado pela taxa de juros equivalente à cobrada, de cada concessionária, nas operações de<br />

financiamento de que trata o art. 5º da Medida Provisória n.º 14, de 21 de dezembro de 2001, que em suma referese<br />

ao programa de financiamento subsidiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -<br />

BNDES, como abaixo descrito, e na ausência dessa operação financeira, deveria ser utilizada a taxa Selic. No<br />

exercício de 2003 foi contabilizado o montante de R$56.648 (R$49.354 em 2002) registrado em contrapartida do<br />

resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Receitas Financeiras.<br />

Concessão de Linha Especial de Crédito para Recomposição Financeira de Perdas:<br />

No exercício de 2002 foram liberados recursos <strong>no</strong> montante de R$250.736, equivalente a 90% do montante<br />

homologado, relativo a abertura de crédito <strong>no</strong> âmbito do Programa Emergencial e Excepcional de Apoio Financeiro<br />

às Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica, através de contrato de financiamento<br />

com o BNDES assinado em 3 de fevereiro de 2002.<br />

3.1.2. ENERGIA LIVRE<br />

Período de 1º de junho de 2001 a 28 de fevereiro de 2002:<br />

Através da Resolução Aneel n.º 483, de 29 de agosto de 2002, foi homologado o valor de R$104.191 e, como<br />

mencionado na <strong>no</strong>ta 3.1, o valor foi retificado por meio da Resolução Normativa Aneel n.º 1, de 12 de janeiro de<br />

2004, para R$187.490 o que culminaria, na data de 31 de dezembro de 2003, em aumento do ativo realizável a longo<br />

prazo <strong>no</strong> montante de R$97.283, em aumento do passivo exigível a longo prazo <strong>no</strong> montante de R$97.422, e<br />

diminuição do resultado do exercício de 2003 <strong>no</strong> montante de R$139. Contudo, <strong>no</strong> entendimento da Companhia este<br />

<strong>no</strong>vo valor não é adequado e, assim, não foi efetuado o respectivo registro contábil até que a Aneel conclua a revisão<br />

do valor solicitada pela Bandeirante. No exercício de 2003 foi amortizado o montante de R$21.170, decorrente da<br />

aplicação de parte do reajuste tarifário extraordinário mencionado na Nota 3.1.<br />

Atualização Monetária:<br />

O montante homologado está sendo atualizado pela taxa Selic, sendo 50% atualizados a partir de 30 de dezembro de<br />

2002 e os 50% restantes a partir de 4 de julho de 2003, <strong>no</strong>s termos da Resolução Aneel n.º 36, de 29 de janeiro de<br />

2003 alterada pela Resolução Aneel n.º 89, de 25 de fevereiro de 2003. No exercício de 2003 foi contabilizado o<br />

montante de R$15.713, registrado em contrapartida do resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Receitas Financeiras. Ato<br />

contínuo, foi registrado contabilmente na rubrica de Fornecedores, <strong>no</strong> exigível a longo prazo, também em<br />

contrapartida do resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Despesas Financeiras.<br />

307


3.1.3. VARIAÇÃO DE CUSTOS DA PARCELA “A”<br />

Período de 1º de janeiro a 25 de outubro de 2001:<br />

No exercício de 2002 foi homologado o montante de R$61.521 através da Resolução Aneel n.º 482, de 29 de agosto<br />

de 2002.<br />

Atualização Monetária:<br />

O montante homologado está sendo atualizado <strong>no</strong>s mesmos termos da atualização monetária da Recomposição de<br />

Receita (Nota 3.1.1) e, <strong>no</strong> exercício de 2003, foi contabilizado o montante de R$20.345 (R$14.645 em 2002) em<br />

contrapartida do resultado do exercício <strong>no</strong> grupo de Receitas Financeiras.<br />

Concessão de Linha Especial de Crédito para Recomposição Financeira de Perdas:<br />

Como descrito na Nota 3.1.1, o BNDES liberou <strong>no</strong> exercício de 2002 o valor de R$55.369, equivalente a 90% do<br />

montante homologado.<br />

3.2. MERCADO ATACADISTA DE ENERGIA ELÉTRICA - MAE<br />

A Companhia tem registrado <strong>no</strong> ativo o montante de R$23.896 e, <strong>no</strong> passivo circulante, o montante de R$2.469,<br />

relativos às transações de venda, compra de energia e encargo de serviço do sistema, realizados <strong>no</strong> âmbito do<br />

Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE, com base em cálculos elaborados e divulgados pelo MAE. Parte<br />

desses valores estão sujeitos a modificação dependendo de decisão de processos judiciais em andamento movidos<br />

por empresas do setor, relativos a interpretação das regras do mercado em vigor.<br />

Ativo Passivo<br />

Encargo de Serviço<br />

Venda Compra do Sistema<br />

Saldo em 31/12/2002 128.385 3.021 19.077<br />

Acréscimos 13.992 2.324 18.289<br />

Liquidações (118.481) (3.873) (36.369)<br />

Saldo em 31/12/2003 23.896 1.472 997<br />

3.3. AJUSTES DECORRENTES DA APURAÇÃO FINAL DOS VALORES RELATIVOS AO ACORDO GERAL DO<br />

SETOR ELÉTRICO E DO MAE, REFERENTES AO EXERCÍCIO DE 2001<br />

Os ajustes contabilizados <strong>no</strong> exercício de 2002, decorrentes das Resoluções Aneel n.º 480 e 482, ambas de 29 de<br />

agosto de 2002, e da divulgação dos valores finais do MAE, todos com transações de competência do exercício de<br />

2001, estão divulgados em rubrica específica na demonstração do resultado, composta basicamente por R$16.061 de<br />

Recomposição de Receita, R$22.253 de Parcela “A” e R$4.153 de valores do MAE.<br />

4. CONSUMIDORES E CONCESSIONÁRIOS<br />

308


Parcelamento da Revisão Tarifária Ordinária – refere-se ao valor da receita de fornecimento de energia elétrica, de<br />

competência do exercício de 2003, decorrente da postergação de aplicação de parte do índice médio de reposição<br />

tarifária ordinária fixado para a Companhia, homologado pela Resolução Aneel n.º 566, de 22 de outubro de 2003 -<br />

18,08%, a ser aplicado sobre as tarifas de fornecimento de energia elétrica da seguinte forma:<br />

• em 23 de outubro de 2003 as tarifas de fornecimento foram reposicionadas em 14,68%;<br />

• a diferença (18,08% - 14,68%) será acrescida à Parcela “B” dos próximos três reajustes tarifários anuais (2004,<br />

2005 e 2006).<br />

Concessionários - Outros - refere-se, basicamente, a montante a receber da Companhia Piratininga de Força e Luz,<br />

em decorrência da cisão parcial da Bandeirante realizada em 1º de outubro de 2001, com transferência parcial da<br />

concessão à Companhia Piratininga de Força e Luz, a Bandeirante tem créditos registrados decorrentes da aplicação<br />

da proporcionalidade estabelecida <strong>no</strong> protocolo de cisão, <strong>no</strong> montante de R$40.517 (R$35.843 em 2002).<br />

5. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DIFERIDOS<br />

5.1. Os créditos fiscais poderão ser realizados até o exercício de 2009, como abaixo demonstrado:<br />

Para atendimento à Instrução CVM n.º 371/02, a Administração elaborou projeção de resultados tributáveis<br />

futuros, inclusive considerando seus descontos a valor presente, demonstrando a capacidade de realização desses<br />

créditos tributários <strong>no</strong>s períodos indicados, a qual foi aprovada pelo Conselho de Administração. Essas estimativas<br />

são periodicamente revisadas, de modo que eventuais alterações na perspectiva de recuperação desses créditos<br />

possam ser tempestivamente consideradas nas demonstrações contábeis.<br />

5.2. Crédito fiscal advindo da Provisão para Déficit Previdenciário - PSAP, refere-se à parcela de benefícios excedente<br />

aos ativos relativos aos pla<strong>no</strong>s previdenciários do tipo benefício definido, cuja provisão em 31 de dezembro de<br />

2001 foi efetuada em contrapartida ao Patrimônio Líquido, dedutível por ocasião dos pagamentos mensais, com<br />

expectativa de finalização <strong>no</strong> exercício de 2014.<br />

309


5.3. Crédito Fiscal Incorporado derivado do ágio proveniente da incorporação mencionada na Nota 14.4.1, que será<br />

amortizado pela curva determinada pela Aneel entre a expectativa de resultados futuros e o prazo de concessão da<br />

Companhia, o que resulta em amortização anual média de R$6.068 até o a<strong>no</strong> de 2027 (R$5.361 em 2002).<br />

5.4. As projeções orçamentárias mencionadas na Nota 5.1 indicam que a Companhia apresenta base de cálculo<br />

suficiente para recuperação do saldo integral dos créditos tributários <strong>no</strong> período como demonstrado. No entanto,<br />

quanto aos créditos relacionados ao PSAP e Ágio, mencionados nas Notas 5.2 e 5.3, os mesmos serão realizados<br />

financeiramente até 2014 e 2027, respectivamente, em consonância com as <strong>no</strong>rmas de amortização dos valores a<br />

eles vinculados.<br />

6. CONTA DE COMPENSAÇÃO DE VARIAÇÃO DE CUSTOS DA PARCELA “A”<br />

6.1. De 1º/01/2001 a 25/10/2001 - valores correspondentes aos itens da Parcela “A” inseridas <strong>no</strong> contexto do Acordo<br />

do Setor Elétrico, como mencionado na Nota 3.1.3.<br />

6.2. De 26/10/2001 a 23/09/2002 - valores correspondentes aos itens da Parcela “A”, contemplados <strong>no</strong> reajuste<br />

tarifário ocorrido em 23 de outubro de 2002. No exercício de 2003 foi amortizado o montante de R$23.117<br />

(R$5.572 em 2002) em contrapartida à respectiva conta de resultado. O valor correspondente à atualização<br />

monetária pela variação da taxa Selic registrado <strong>no</strong> exercício de 2003 é de R$2.787 (R$1.257 em 2002) em<br />

contrapartida à receita financeira e R$1.184 foi contabilizado em conta gráfica a receber da Piratininga (Nota 4).<br />

O saldo líquido em 31 de dezembro de 2003 é positivo <strong>no</strong> montante de R$4.861 (R$26.375 positivo em 2002).<br />

6.3. De 24/09/2002 a 23/09/2003 - valores correspondentes aos itens da Parcela “A” que anteriormente, pelo disposto<br />

<strong>no</strong> artigo 3º da Portaria Interministerial n.º 25 do Ministério de Minas e Energia, de 24 de janeiro de 2002,<br />

integrariam a base da revisão tarifária ordinária prevista para outubro de 2003 e que, pela edição da Portaria<br />

Interministerial n.º 116 do Ministério de Minas e Energia, de 4 de abril de 2003, foram adiados para integrarem a<br />

base do reajuste tarifário previsto para outubro de 2004. O montante de R$67.255 em 16 de outubro de 2003,<br />

aprovado pela Aneel, está sendo atualizado pela variação da taxa Selic e, <strong>no</strong> exercício de 2003 foi registrado o valor<br />

de R$2.974 em contrapartida à receita financeira. O saldo em 31 de dezembro de 2003 é positivo em R$70.229<br />

(R$66.673 positivo em 2002).<br />

A Medida Provisória n.º 127, de 4 de agosto de 2003 (convertida na Lei n.º 10.762/03), instituiu o Programa<br />

Emergencial e Excepcional de Apoio às Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica,<br />

destinado a suprir a insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação do mecanismo de<br />

compensação de que trata o art. 1º da Medida Provisória n.º 2.227, de 4 de setembro de 2001, para os reajustes e<br />

revisões tarifárias realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004, por meio de financiamento a ser<br />

concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. A Companhia enviou ao<br />

BNDES os documentos necessários para a habilitação dos respectivos recursos, inclusive do saldo líquido<br />

remanescente mencionado na Nota 6.2, e aguarda a conclusão dos mesmos para sua liberação.<br />

310


6.4. De 24/09/2003 a 31/12/2003 - valores correspondentes aos itens da Parcela “A” que integrarão a base de cálculo<br />

do futuro reajuste tarifário, previsto para outubro de 2004, destacando-se a energia comprada de Itaipu e CCC, <strong>no</strong><br />

valor de R$31.131 e R$9.230, respectivamente, registrados <strong>no</strong> Exigível a Longo Prazo. O saldo em 31 de<br />

dezembro de 2003 é negativo em R$24.920.<br />

7. IMOBILIZADO<br />

A taxa de depreciação média anual para o exercício de 2003 foi de aproximadamente 4,6%.<br />

De acordo com os artigos 63 e 64 do Decreto n.º 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, os bens e instalações utilizados<br />

na distribuição e comercialização de energia elétrica são vinculados a esses serviços, não podendo ser retirados,<br />

alienados, cedidos ou dados em garantia hipotecária sem a prévia e expressa autorização do Órgão Regulador. A<br />

Resolução Aneel n.º 20, de 3 de fevereiro de 1999 regulamenta a desvinculação de bens das concessões do Serviço<br />

Público de Energia Elétrica, concedendo autorização prévia para desvinculação de bens inservíveis à concessão,<br />

quando destinados à alienação, determinando ainda que o produto da alienação seja depositado em conta bancária<br />

vinculada para aplicação na concessão.<br />

311


8. FORNECEDORES<br />

9. ENCARGOS DE DÍVIDAS E EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS<br />

312


9.1. BANCO SAFRA - Resolução 2770/00 - contrato firmado em 5 de janeiro de 2001. Saldo remanescente equivalente<br />

a US$7,000 mil, a vencer em 17 de maio de 2004, com juros de 5% ao a<strong>no</strong> e garantido com <strong>no</strong>ta promissória. Para<br />

este empréstimo foi realizada operação de swap cambial, com característica de hedge (Nota 21.4).<br />

9.2. BBA CREDITANSTALT S.A. -contrato de repasse exter<strong>no</strong> lastreado com recursos captados junto ao DEG -<br />

Deutsche Investitions und Entiwicklungsgesellschaft MBH, firmado em 5 de fevereiro de 2002 <strong>no</strong> montante de<br />

US$10,000 mil, com juros de 9,5% ao a<strong>no</strong>, amortizado semestralmente a partir de 15 de março de 2002, com<br />

vencimento final em 15 de março de 2006, garantido com <strong>no</strong>ta promissória e que estabelece ainda “covenants”,<br />

integralmente atendidos, cujo descumprimento resultaria em aumento da taxa de juros e até a antecipação do vencimento<br />

do contrato. Para este empréstimo foi realizada operação de swap cambial, com característica de hedge (Nota 21.4).<br />

9.3. <strong>EDP</strong> BRASIL S.A. - contrato firmado em 27 de dezembro 2001, com a controladora <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A., sem<br />

apresentação de garantias, <strong>no</strong> valor original de R$472.879. As parcelas são reajustadas nas datas dos pagamentos,<br />

adotando-se como teto para os encargos do contrato, o me<strong>no</strong>r valor entre a taxa de CDI e o custo equivalente a<br />

Libor + 0,875% ao a<strong>no</strong> acrescido da variação do IGP-M, conforme determinação da Aneel, através do Ofício n.º<br />

106 - SFF/Aneel, de 20 de dezembro de 2001. Em 28 de julho de 2003, foi celebrado o 3º Termo de Aditamento<br />

ao Contrato de Compra e Venda de Títulos estabelecendo que, em 31 de dezembro de 2003, o saldo total<br />

remanescente (principal + encargos) tornar-se-á “<strong>no</strong>vo principal”, o qual será pago em 24 parcelas mensais iguais<br />

e sucessivas de janeiro de 2004 a dezembro de 2005 e os juros incidentes sobre o “<strong>no</strong>vo principal” serão pagos em<br />

quatro parcelas semestrais a partir de julho de 2004. No exercício foi amortizado o montante de R$150.000<br />

(R$150.000 em 2002) e provisionados encargos financeiros de R$29.754 (R$59.026 em 2002).<br />

9.4. BNDES - Recomposição Tarifária Extraordinária - contrato firmado em 3 de fevereiro de 2002, em consonância<br />

com o Acordo Geral do Setor Elétrico e Lei n.º 10.438/02. No exercício de 2002 foram liberados recursos <strong>no</strong><br />

montante de R$306.105, equivalentes a 90% do valor da Recomposição de Receita e Conta de Compensação de<br />

Variação de Itens da Parcela “A” de 1º de janeiro a 25 de outubro de 2001 (Notas 3.1.1 e 3.1.3). Sobre o valor do<br />

principal incide juros à taxa de 1% ao a<strong>no</strong>, acima da taxa média ajustada da Selic, ambos pagos mensalmente a<br />

partir de 15 de março de 2002 e com vencimento final em 15 de junho de 2007, com garantia em conta bancária<br />

através de vinculação do valor equivalente a 5,95% até abril de 2003 e 3,77% a partir de maio de 2003, do<br />

faturamento mensal da Companhia.<br />

9.5. CONTAS GARANTIDAS - referem-se a empréstimos obtidos junto a diversas instituições financeiras nacionais,<br />

para cobertura do fluxo de caixa operacional, com taxa de juros média de 109% do CDI, garantidos por <strong>no</strong>tas<br />

promissórias de em média 130% do valor do principal.<br />

9.6. NOTAS PROMISSÓRIAS - em 24 de setembro de 2003 foi efetivada pela Companhia a emissão de trezentas e<br />

sessenta <strong>no</strong>tas promissórias, em subscrição pública, com as seguintes características:<br />

• Série: única;<br />

• Valor <strong>no</strong>minal unitário: R$500.000;<br />

• Prazo: 180 dias a contar da data de emissão (a data de sua efetiva subscrição e integralização);<br />

• Forma: <strong>no</strong>minativa;<br />

• Registro na CVM: CVM/SRE/RNP/2003/008 em 18 de setembro de 2003;<br />

• Juros: a partir da data de emissão, calculados sobre o valor <strong>no</strong>minal unitário, equivalente a 113% da taxa média<br />

diária “Taxa DI over extra grupo”;<br />

• Finalidade: recursos destinados ao incremento das disponibilidades de caixa da Companhia;<br />

• Interveniente: <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> S.A.;<br />

• Antecipação do vencimento: o vencimento das <strong>no</strong>tas promissórias poderá ser antecipado na ocorrência de diversos<br />

eventos, nenhum deles verificado até o momento, entre os quais se destacam: a) inadimplemento ou vencimento<br />

antecipado de qualquer obrigação da emissora ou da Interveniente, com valor superior a R$10.000; b) na falta de<br />

pagamento de qualquer valor devido em relação às <strong>no</strong>tas promissórias; c) caso a Emissora efetue qualquer pagamento<br />

à Interveniente, relacionado ou não com sua dívida perante a controladora ou quaisquer outras sociedades com as<br />

quais a Emissora mantenha vínculos societários, exceção feita à distribuição dos dividendos mínimos obrigatórios da<br />

Emissora para a Interveniente; d) transferência de controle da emissora pela Interveniente sem prévia e expressa<br />

concordância dos titulares das <strong>no</strong>tas promissórias; e) não sejam respeitados três “covenants” financeiros.<br />

9.7. A Companhia vem atuando na busca de alternativas para alongamento do perfil de sua dívida, já estando em<br />

estágio avançado <strong>no</strong> processo de negociação do financiamento de seu Programa de Investimentos de 2002 a 2004,<br />

<strong>no</strong> valor de US$100 milhões, junto ao Banco Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento - BID.<br />

313


9.8. PROGRAMA DE AMORTIZAÇÃO - PRINCIPAL DE LONGO PRAZO<br />

10. IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS<br />

11. OBRIGAÇÕES ESTIMADAS<br />

11.1. FOLHA DE PAGAMENTO - refere-se a provisão de saldo de férias e respectivas gratificações e encargos sociais,<br />

e Participação <strong>no</strong>s Lucros e Resultados do exercício de 2003.<br />

11.2. IMPOSTO DE RENDA, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, PIS E COFINS – em outubro de 2003, a Companhia<br />

reavaliou os aspectos relacionados ao momento da incidência tributária sobre as receitas registradas <strong>no</strong>s exercícios<br />

de 2001 e 2002 <strong>no</strong> âmbito da Recomposição Tarifária Extraordinária mencionada na Nota 3.1, passando a<br />

reconhecer a exigibilidade da tributação quando do efetivo ressarcimento desses valores, suportada pelo Parecer<br />

COSIT nº 26/2002. Nesse contexto, a correspondente exigibilidade futura foi registrada <strong>no</strong> passivo circulante e<br />

exigível a longo prazo, de acordo com a expectativa de ressarcimento desses valores e, os tributos anteriormente<br />

recolhidos, foram transformados em créditos fiscais, atualizados pela taxa Selic (R$25.702 <strong>no</strong> exercício de 2003<br />

- Nota 16), cuja compensação foi iniciada em outubro de 2003, com saldo remanescente ao final do exercício <strong>no</strong><br />

montante de R$52.513, incluído <strong>no</strong> ativo circulante na rubrica Tributos e Contribuições Sociais Compensáveis, e<br />

reconhecidos os créditos fiscais diferidos sobre a recomposição de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição<br />

social, <strong>no</strong> montante de R$37.662.<br />

314


12. PROVISÕES PARA CONTINGÊNCIAS (CURTO E LONGO PRAZOS)<br />

12.1. TRABALHISTAS - ações ajuizadas correspondentes aos períodos posteriores a 1º de janeiro de 1998, conforme<br />

protocolo de cisão parcial da Eletropaulo - Eletricidade de São Paulo S.A.. Subseqüentemente, <strong>no</strong>s termos do<br />

Protocolo de Cisão Parcial da Bandeirante ocorrida em 1º de outubro de 2001, cada concessionária (Bandeirante<br />

e Piratininga) é responsável pelas obrigações correspondentes aos empregados alocados nas respectivas regiões<br />

assumidas por cada Companhia, enquanto que para as ações corporativas, estas serão assumidas na proporção<br />

percentual dos controladores (Bandeirante e Piratininga) determinada <strong>no</strong> respectivo protocolo de cisão.<br />

12.2. CONSUMIDORES INDUSTRIAIS - pedidos de restituição dos valores pagos a título de majoração tarifária em<br />

decorrência da aplicação das Portarias DNAEE n.º 38, de 27 de fevereiro de 1986 e n.º 45, de 4 de março de 1986<br />

- Pla<strong>no</strong> Cruzado, que vigoraram de março a <strong>no</strong>vembro daquele a<strong>no</strong>. Os valores originais estão atualizados de<br />

acordo com a sistemática praticada <strong>no</strong> âmbito do Poder Judiciário.<br />

12.3. COFINS - MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA - a Companhia está questionando judicialmente as alterações na<br />

COFINS advindas da Lei n.º 9718, de 27 de <strong>no</strong>vembro de 1998. Em 1º de julho de 1999, obteve liminar<br />

possibilitando o recolhimento desse tributo, até o mês de dezembro de 1999, na forma da legislação anterior, ou<br />

seja, 2% sobre o faturamento, com efeitos retroativos a 1º de fevereiro de 1999. Porém, conservadoramente,<br />

provisio<strong>no</strong>u o diferencial de base e adicional de 1% nas demonstrações contábeis. O saldo provisionado em 31 de<br />

dezembro de 2003 é composto por R$24.077 de principal e R$18.100 de encargos.<br />

12.4. IMPOSTO DE RENDA - contestação da indedutibilidade da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na apuração<br />

do Imposto de Renda dos exercícios de 2001 e 2002, para a qual a Companhia mantém depósito judicial em garantia.<br />

A Companhia é parte em outros processos judiciais ainda em andamento, de naturezas administrativa, fiscal,<br />

trabalhista e cível, advindos <strong>no</strong> transcurso <strong>no</strong>rmal de suas operações, cujas materializações, na avaliação dos<br />

consultores jurídicos, são possíveis ou remotas, não requerendo provisionamento, visto que são provisionados<br />

apenas as causas com chances de perdas consideradas prováveis.<br />

13. FUNDAÇÃO CESP<br />

13.1. COMPOSIÇÃO DO SALDO<br />

Pla<strong>no</strong> de Benefício Suplementar Proporcional Saldado - BSPS - corresponde aos benefícios proporcionais dos<br />

funcionários, calculados com base <strong>no</strong> tempo de serviço até março de 1998. O valor de R$105.676, apurado em 31 de<br />

dezembro de 2003, corresponde à parcela de benefícios excedente aos ativos do pla<strong>no</strong>. Este valor vem sendo pago<br />

em 240 meses contados desde setembro de 1997, com base em percentual sobre a folha de salários, podendo ser<br />

revisado semestralmente para assegurar a liquidação do saldo <strong>no</strong> período acima. O percentual de contribuição atual<br />

é de 24,42% e o para o primeiro semestre de 2004 é de 24,65%.<br />

315


13.2. PLANOS DE SUPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA E PENSÃO<br />

Os pla<strong>no</strong>s de benefícios previdenciários em favor de funcionários e ex-funcionários da Companhia são<br />

administrados e geridos pela Fundação Cesp, entidade fechada de previdência complementar, com patrimônio<br />

próprio, segregado dos patrimônios das Patrocinadoras sem solidariedade contributiva. Para os funcionários e exfuncionários<br />

da Companhia, a Fundação Cesp gere os seguintes Pla<strong>no</strong>s Previdenciários:<br />

13.2.1. Pla<strong>no</strong> BD - Vigente até 31 de março de 1998:<br />

Pla<strong>no</strong> de Benefício Saldado, do tipo Benefício Definido, que concede Benefício Suplementar Proporcional<br />

Saldado (BSPS), na forma de renda vitalícia reversível em pensão, aos participantes inscritos até 31 de março de<br />

1998, de valor definido em função da proporção do tempo de serviço passado acumulado até a referida data, a<br />

partir do cumprimento dos requisitos regulamentares de concessão. A responsabilidade total pela cobertura das<br />

insuficiências atuariais desse Pla<strong>no</strong> é da Companhia.<br />

13.2.2. Pla<strong>no</strong> BD - Vigente após 31 de março de 1998:<br />

Pla<strong>no</strong> do Tipo Benefício Definido, que concede renda vitalícia reversível em pensão, relativamente ao tempo de<br />

serviço passado acumulado após 31 de março de 1998, na base de 70% da média salarial mensal real, referente<br />

aos últimos 36 meses de atividade. No caso de morte em atividade e de entrada em invalidez, os benefícios<br />

incorporam todo o tempo de serviço passado (inclusive o acumulado até 31 de março de 1998) e, portanto, não<br />

incluem apenas o tempo de serviço passado acumulado após 31 de março de 1998. A responsabilidade pela<br />

cobertura das insuficiências atuariais desse Pla<strong>no</strong> é paritária entre a Companhia e os participantes.<br />

13.2.3. Pla<strong>no</strong> CD:<br />

Implantado junto com o Pla<strong>no</strong> BD vigente após 31 de março de 1998, é um pla<strong>no</strong> Previdenciário, que até a<br />

concessão da renda vitalícia, reversível (ou não) em pensão, é do tipo contribuição definida, não gerando qualquer<br />

responsabilidade atuarial para a Companhia. Somente após a concessão da renda vitalícia, reversível (ou não) em<br />

pensão, é que o Pla<strong>no</strong> Previdenciário passa a ser do tipo Benefício Definido e, portanto, passa a poder gerar<br />

responsabilidade atuarial à Companhia.<br />

13.3. CÁLCULO DO ATIVO LÍQUIDO RELATIVO AOS PLANOS PREVIDENCIÁRIOS DO TIPO BENEFÍCIO<br />

DEFINIDO DA FUNDAÇÃO CESP (PSAP/BANDEIRANTE) PATROCINADO PELA COMPANHIA -<br />

POSIÇÃO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003<br />

Valor presente da obrigação atuarial R$220.560<br />

Valor justo dos ativos do Pla<strong>no</strong> R$114.884<br />

Valor da obrigação atuarial líquida dos ativos R$105.676<br />

A Companhia optou em 2001 pela alternativa prevista <strong>no</strong> parágrafo 84 do pronunciamento do IBRACON - Instituto<br />

dos Auditores Independentes do <strong>Brasil</strong>, aprovado pela Deliberação CVM n.º 371, de 13 de dezembro de 2000,<br />

registrando o valor de R$104.892 a débito do Patrimônio Líquido. Nesse montante, foi destacada a parcela de redução<br />

tributária decorrente das despesas, a qual está apropriada <strong>no</strong> Ativo como Créditos Tributários (Nota 5.2). No exercício<br />

de 2003 foi registrado o valor de R$211 a débito <strong>no</strong> resultado em contrapartida ao passivo exigível a longo prazo, em<br />

função do laudo atuarial de 31 de dezembro de 2003 ter indicado a necessidade desse complemento à referida provisão.<br />

13.3.1. Premissas Atuariais Utilizadas:<br />

• Taxa de juros (desconto) para avaliação do custo do serviço corrente e da obrigação atuarial total: 10,24% ao a<strong>no</strong>.<br />

• Taxa de rendimento esperada sobre os ativos do Pla<strong>no</strong>: 10,24% ao a<strong>no</strong> (essa taxa foi identificada com base em<br />

estudos específicos, que consideram a perspectiva de rendimento esperado, suportada por projeções).<br />

• Taxa de crescimento salarial: 7,12% ao a<strong>no</strong>.<br />

• Índice de reajuste de benefícios concedidos de prestação continuada: 4% ao a<strong>no</strong>.<br />

• Fator de capacidade do benefício/salário preservar seu poder aquisitivo ao longo de cada a<strong>no</strong>: 0,98 (ou 98%).<br />

• Taxa de rotatividade: Tábua decrescente em função da idade, representando uma rotatividade média de 2% ao<br />

a<strong>no</strong> na projeção para os próximos 12 meses.<br />

• Tábua Geral de Mortalidade: AT-49 (qx ).<br />

• Tábua de Entrada em Invalidez: LIGHT-MÉDIA (ix ).<br />

• Tábua de Mortalidade de Inválidos: IAPB-55 (qi x ).<br />

• Tábua de Mortalidade de Ativos: obtida pelo método de Hamza a partir dos valores adotados para qx / ix / qi x.<br />

• Composição de Família: experiência observada <strong>no</strong> âmbito das patrocinadoras da Fundação Cesp.<br />

13.3.2. Dados Cadastrais Utilizados (Em 30 de outubro de 2003):<br />

ATIVOS<br />

• Participantes ativos: 1.350.<br />

• Tempo médio de serviço na Companhia: 13 a<strong>no</strong>s.<br />

• Idade média: 37 a<strong>no</strong>s.<br />

• Salário médio mensal: R$3.319,96.<br />

• Tempo remanescente de atividade: 20 a<strong>no</strong>s.<br />

• Foram avaliados também 165 participantes ativos “coligados”, que têm direito ao Benefício Diferido por<br />

desligamento, <strong>no</strong> valor médio mensal de R$135,25.<br />

316


INATIVOS<br />

• Participantes aposentados e pensionistas: 150.<br />

• Idade média: de 48 a<strong>no</strong>s.<br />

• Benefício médio mensal: de R$1.601,58 a R$1.706,22.<br />

13.4. O total de contribuições feitas pela Companhia, consignado na demonstração de resultado na rubrica Despesas<br />

Gerais e Administrativas, foi:<br />

14. CAPITAL SOCIAL<br />

14.1. COMPOSIÇÃO ACIONÁRIA<br />

14.2. DIVIDENDOS<br />

As ações têm direito a dividendos mínimos de 25% do lucro líquido ajustado na forma da Lei. As ações preferenciais<br />

têm direito a dividendos 10% maiores do que os atribuídos às ações ordinárias, na forma do Estatuto e da Lei. No<br />

presente exercício, foram apurados dividendos a distribuir, conforme demonstrado a seguir:<br />

14.3. RESERVA DE RETENÇÃO DE LUCROS<br />

Tal reserva foi constituída a partir do exercício de 2001, complementada <strong>no</strong>s montantes de R$5.895 e R$70.292 <strong>no</strong>s<br />

exercícios de 2002 e 2003, respectivamente, para viabilizar o Programa de Investimentos da Companhia, que se<br />

encontra previsto <strong>no</strong> orçamento de capital, a ser submetido à Assembléia, o qual é necessário para que esteja em<br />

condições não só de atender à demanda dos seus consumidores como, também, para a melhoria constante da<br />

qualidade dos serviços oferecidos aos mesmos.<br />

14.4. RESERVAS DE CAPITAL<br />

317


14.4.1. INCORPORAÇÃO DO ÁGIO, PELA BANDEIRANTE, DA PARCELA CINDIDA DA ANTERIOR<br />

CONTROLADORA ENERPAULO<br />

Como parte da reestruturação societária do Grupo <strong>EDP</strong>, em Assembléia realizada em 31 de outubro de 2002, a Bandeirante<br />

Energia S.A. incorporou a parcela cindida da anterior controladora Enerpaulo - Energia Paulista Ltda., representada pelo<br />

ágio pago pela Enerpaulo quando da aquisição de ações de emissão da Bandeirante e respectiva provisão para manutenção<br />

da integridade do patrimônio líquido constituída pela Enerpaulo <strong>no</strong>s termos das Instruções CVM n.º 319/99 e n.º 349/99.<br />

A anuência da Aneel para incorporação parcial da Enerpaulo ocorreu por meio da Resolução n.º 543, de 7 de outubro<br />

de 2002, que estabeleceu, também, a amortização do referido ágio pela curva determinada entre a expectativa de<br />

resultados futuros e o prazo de concessão da Companhia.<br />

O valor do acervo líquido incorporado pela Bandeirante foi integralmente destinado à Reserva Especial de Ágio na<br />

Incorporação, registrado <strong>no</strong> Patrimônio Líquido da Companhia, na forma do disposto <strong>no</strong> art. 6.º da Instrução CVM<br />

319/99, sem alteração, portanto, do montante do capital subscrito e integralizado da Bandeirante.<br />

14.4.2. ACERVO INCORPORADO PELA BANDEIRANTE ENERGIA S.A.<br />

Ágio na aquisição de ações de emissão da Bandeirante: R$460.584.<br />

Provisão para manutenção da integridade do Patrimônio Líquido (Instrução CVM n.º 349/01): R$460.584.<br />

Crédito Fiscal Diferido: R$156.599 (Nota 5.2).<br />

15. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA<br />

16. RESULTADO FINANCEIRO<br />

318


17. ENCARGOS FINANCEIROS E VARIAÇÕES MONETÁRIAS CAPITALIZADAS<br />

De acordo com a Instrução Contábil n.º 10 item 4, do Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica e a<br />

Instrução CVM n.º 193, de 11 de julho de 1996, foram transferidos para o Ativo Imobilizado em Curso os seguintes valores:<br />

18. RESULTADO - IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL<br />

Os montantes de R$21.780 e R$6.841 consideram a apropriação do crédito fiscal, <strong>no</strong> valor de R$37.662, descrito na Nota 11.2.<br />

(a) Os montantes de R$ 21.780 e R$ 6.841 consideram a apropriação do crédito fiscaln <strong>no</strong> valor de R$ 37.662,<br />

descrito na Nota 11.2.<br />

19. SEGUROS<br />

A Companhia mantém contratos de seguros com cobertura determinada por orientação de especialistas, levando em<br />

conta a natureza e o grau de risco, por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais perdas significativas<br />

sobre seus ativos e/ou responsabilidades. As principais coberturas de seguros são:<br />

319


20. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS<br />

Todas as transações foram efetuadas a valores de mercado e estão suportadas por contratos que foram submetidos à<br />

autorização da Aneel.<br />

Todos os saldos em aberto na data do balanço estão demonstrados <strong>no</strong> passivo circulante na rubrica Fornecedores,<br />

exceção feita a <strong>EDP</strong> <strong>Brasil</strong> conforme demonstrado na Nota 9.<br />

21. INSTRUMENTOS FINANCEIROS<br />

21.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS<br />

A utilização de instrumentos e operações envolvendo taxas de juros tem por objetivo a proteção do resultado das<br />

operações ativas e passivas da Companhia.<br />

As operações são realizadas por intermédio da área financeira de acordo com a estratégia aprovada pela Diretoria.<br />

A administração avalia que os riscos são mínimos, pois não existe concentração e as operações são realizadas com<br />

bancos de reconhecida solidez dentro de limites aprovados.<br />

320


21.2. VALOR DE MERCADO DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS<br />

Os valores de mercado dos principais instrumentos financeiros da Companhia aproximam-se dos valores contábeis,<br />

destacando-se os Empréstimos e Financiamentos (Nota 9) e Operações de Swap (Nota 21.4).<br />

Os valores de mercado, quando aplicável, foram calculados conforme o valor presente desses instrumentos<br />

financeiros, considerando a taxa de juros praticada pelo mercado para operações de riscos e operações similares e<br />

não apresentam diferenças relevantes em relação aos valores contábeis.<br />

21.3. RISCO DE CRÉDITO<br />

Outro instrumento financeiro capaz de expor a Companhia ao risco de crédito é representado por contas a receber que,<br />

<strong>no</strong> entanto, é atenuado pela venda a uma base de clientes pulverizada, bem como, pela realização periódica de análises<br />

de créditos. Adicionalmente, os valores do MAE também representam risco, <strong>no</strong> contexto descrito na Nota 3.2 .<br />

21.4. OPERAÇÕES DE SWAP<br />

• Operação de Swap com o Banco Votorantim realizada em 21 de junho de 2002, <strong>no</strong> valor base - “<strong>no</strong>tional” - de<br />

R$160.000, sendo o valor garantido pelo Banco remunerado à taxa de 17% ao a<strong>no</strong> em contrapartida à variação do<br />

IGP-M acrescido de 11,5% ao a<strong>no</strong> garantido pela Companhia, incidentes sobre o valor presente da operação, sendo<br />

o resultado sobre o “<strong>no</strong>tional” de R$75.000, liquidado em 02 de maio de 2003, e sobre o “<strong>no</strong>tional” de R$85.000<br />

a vencer em 03 de maio de 2004. A operação gerou um prêmio de R$16.801, registrado <strong>no</strong>s Passivo Circulante e<br />

Exigível a Longo Prazo, que está sendo reconhecido em resultado pelo período de vigência do contrato. O valor<br />

presente estimado em 31 de dezembro de 2003, <strong>no</strong> caso de liquidação antecipada, é de R$25.927.<br />

• Operação de Swap com o Banco Votorantim realizada em 1º de agosto de 2002, <strong>no</strong> valor base - “<strong>no</strong>tional” - de<br />

R$160.000, sendo o valor garantido pelo Banco remunerado à taxa de 18% ao a<strong>no</strong> em contrapartida à variação do<br />

IGP-M acrescido de 11,5% ao a<strong>no</strong> garantido pela Companhia, incidentes sobre o valor presente da operação,<br />

sendo o resultado sobre o “<strong>no</strong>tional” de R$75.000, liquidado em 30 de abril de 2003, e sobre o “<strong>no</strong>tional” de<br />

R$85.000 a vencer em 30 de abril de 2004. A operação gerou um prêmio de<br />

• R$13.900, registrado <strong>no</strong>s Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo, que está sendo reconhecido em resultado<br />

pelo período de vigência do contrato. O valor presente estimado em 31 de dezembro de 2003, <strong>no</strong> caso de<br />

liquidação antecipada, é de R$18.757.<br />

• Os ganhos e/ou perdas relativas as operações de Swap encontram-se registrados nas respectivas contas de receitas<br />

financeiras e/ou despesas financeiras.<br />

• Operações de Hedge - a Companhia, com o intuito de eliminar a exposição de todas suas dívidas em dólar às<br />

oscilações da taxa de câmbio, realizou <strong>no</strong> exercício as seguintes operações de Hedge:<br />

(i) Banco Pactual S.A. - troca de variação cambial mais juros de 5% ao a<strong>no</strong>, da dívida junto ao Banco Safra -<br />

Resolução 2770/00 (Nota 9.1), por 112% do CDI extra grupo. A diferença entre os índices encontra-se<br />

registrada <strong>no</strong> Passivo Circulante <strong>no</strong> valor de R$771;<br />

(ii) BBA CREDITANSTALT S.A. - troca de variação cambial mais juros de 9,5% ao a<strong>no</strong>, da dívida junto à própria<br />

instituição financeira (Nota 9.2), por variação do CDI mais 1,75% ao a<strong>no</strong>. A diferença entre os índices<br />

encontra-se registrada <strong>no</strong> Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo <strong>no</strong> valor de R$520 e R$687,<br />

respectivamente.<br />

22. NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO<br />

Em 11 de dezembro de 2003, foram editadas as Medidas Provisórias n.º 144 e n.º 145, dispondo sobre a<br />

comercialização de energia elétrica e assuntos correlatos, que se encontram em tramitação na Câmara e <strong>no</strong> Senado<br />

para respectivas aprovações e, <strong>no</strong> estágio atual desse processo, os efeitos nas operações da Companhia ainda não<br />

podem ser avaliados.<br />

321


DIRETORIA<br />

JOAQUIM ARMANDO FERREIRA DA SILVA FILIPE<br />

Diretor – Presidente<br />

THOMAS DANIEL BRULL<br />

Diretor Financeiro e de Relações com <strong>Investidores</strong> e Diretor de Administração<br />

WELINGTON CEZAR XAVIER<br />

Diretor Comercial<br />

AGOSTINHO GONÇALVES BARREIRA<br />

Diretor Técnico<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

ANTÓNIO FERNANDO MELO MARTINS DA COSTA<br />

Presidente<br />

JOAQUIM ARMANDO FERREIRA DA SILVA FILIPE<br />

Vice-Presidente<br />

CONSELHEIROS<br />

ANTONIO JOSÉ SELLARE<br />

ANTONIO EDUARDO DA SILVA OLIVA<br />

SEVERINO JUSTINO DA SILVA<br />

GERÊNCIA DA ÁREA CONTÁBIL<br />

SÉRGIO LUIZ DA SILVA RIBEIRO<br />

Gerente Executivo de Contabilidade<br />

CRC RJ078679/0-7 “S” SP<br />

322


6. ANEXOS<br />

• Autorização da ANEEL<br />

• Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 08 de março de 2006<br />

• Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 28 de março de 2006<br />

• Estatuto Social da Emissora<br />

• Escritura Particular da 3ª Emissão de Debêntures Simples, Quirografárias,<br />

em Série Única, da Bandeirante Energia S.A.<br />

• Instrumento Particular de Primeiro Aditamento à Escritura Particular da 3ª Emissão<br />

de Debêntures Simples, não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária,<br />

em Série Única, da Bandeirante Energia S.A.<br />

• Súmula da Classificação de Risco<br />

• Declaração da Emissora <strong>no</strong>s termos do artigo 56 da Instrução CVM nº 400/03<br />

• Declaração da Instituição Líder <strong>no</strong>s termos do artigo 56 da Instrução CVM nº 400/03<br />

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(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

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325<br />

• Autorização da ANEEL


(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

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(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

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• Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 08 de março de 2006<br />

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• Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 28 de março de 2006<br />

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(Esta página foi intencionalmente deixada em branco)<br />

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• Estatuto Social da Emissora


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• Escritura Particular da 3ª Emissão de Debêntures Simples,<br />

Quirografárias, em Série Única, da Bandeirante Energia S.A.<br />

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380


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382


383


384


• Instrumento Particular de Primeiro Aditamento à Escritura Particular da 3ª Emissão de<br />

Debêntures Simples, não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária,<br />

em Série Única, da Bandeirante Energia S.A.<br />

385


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386


387


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388


389


390


391


392


393<br />

• Súmula da Classificação de Risco


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394


395


396


397


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398


• Declaração da Emissora <strong>no</strong>s termos do artigo 56 da Instrução CVM nº 400/03<br />

399


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400


401


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402


• Declaração da Instituição Líder <strong>no</strong>s termos do artigo 56 da Instrução CVM nº 400/03<br />

403


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404


405


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406


Companhia<br />

BANDEIRANTE ENERGIA S.A.<br />

Rua Bandeira Paulista, nº 530<br />

São Paulo - SP<br />

Instituição Líder<br />

BANCO BRADESCO S.A.<br />

Avenida Paulista, nº 1.450, 3º andar<br />

São Paulo - SP<br />

Instituições Intermediárias<br />

BANCO CITIBANK S.A.<br />

Avenida Paulista, nº 1.111, 10º andar<br />

São Paulo - SP<br />

BANCO ITAÚ BBA S.A.<br />

Avenida Brigadeiro Faria Lima, nº 3.400, 3º a 8º andares<br />

São Paulo - SP<br />

BANCO SANTANDER BRASIL S.A.<br />

Rua Amador Bue<strong>no</strong>, nº 474, bloco C<br />

São Paulo - SP<br />

Consultores Legais da Companhia<br />

MATTOS FILHO, VEIGA FILHO, MARREY JR. E QUIROGA - ADVOGADOS<br />

Alameda Joaquim Eugênio de Lima, nº 447<br />

São Paulo - SP<br />

Consultores Legais das Instituições Intermediárias<br />

PINHEIRO NETO ADVOGADOS<br />

Rua Boa Vista, nº 254, 9º andar<br />

São Paulo - SP<br />

Este <strong>Prospecto</strong> está disponível <strong>no</strong> Website:<br />

www.mercadosdecapitais.com.br<br />

(11) 3121-5555

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