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Plano de Acção para a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•tratamento da parasitémia quando esta tem lugar. A eficácia da política anterior de quimioprofilaxiasemanal com cloroquina (CQ) era limitada pela fraca aceitação fora do contexto clínico [5,8]. Aexpansão da resistência do P. falciparum à cloroquina e outros medicamentos ainda comprometeumais a eficácia de tal profilaxia [5,8,9].Na última década, foram elaboradas estratégias destinadas a controlar mais eficazmente os efeitosprejudiciais do paludismo durante a gravidez, as quais podem servir de base para programas maiseficazes na Região Africana. O desenvolvimento da abordagem de TPI constitui um progressoimportante para atingir grande cobertura e eficácia [10,11]. Da mesma maneira, o êxito demonstradopelo uso de MTI durante a gravidez na redução da morbilidadedevido a infecção palúdica em mãese lactentes, fornece uma importante abordagem de prevenção para África [12,13].2. Infecção palúdica durante a gravidez2.1 Descrição geralA infecção palúdica por P. falciparum durante a gravidez resulta numa vasta gama de consequênciasprejudiciais para a mulher grávida, o feto em desenvolvimento e o recém-nascido (Figura 1).Figura 1 : Consequências prejudiciais do paludismo na gravidezMulheres grávidasParasitemiaAumento do baçoMorbidadeAnemiaDoença febrilPaludismo cerebralHipoglicemiaSepsia puerperalMortalidadeDoença graveHemorragiaFetoAbortoNado-mortoInfecção congenitalRecém-nascidoBaixo peso à nascençaPrematuridadeAtrazo de desenvolvimentointra-uterinoPaludismoMortalidadeEfeitos sobre a saúde maternaO efeito da infecção sobre a mãe pode ir de insignificante a grave, dependendo do nível deimunidade adquirido pela mãe antes da gravidez e da eficácia de tais respostas imunes durante agravidez [5]. A imunidade adquirida contra o paludismo depende da intensidade da transmissão,número de gravidezes anteriores e presença de outras afecções tal como a infecção pelo vírusde imunodeficiência humana (VIH) que pode dificultar ainda mais a eficácia da resposta imunedurante a gravidez [14-17].2
Infecção Palúdica durante a Gravidez•Mesmo as infecçõesassintomáticas (as que não produzem febre nem doença clínica) agravammuitas vezes a anemia materna [18]. A anemia é mais frequente nas mulheres grávidas do queem não grávidas por várias razões, tais como os efeitos de diluição devido ao aumento do volumeintravascular durante o segundo trimestre, assim como o aumento crescente das exigências deferro e ácido fólico [11,19]. Embora a anemia durante a gravidez possa ter causas múltiplas(infecção por VIH, nutrição deficiente, hemoglobinopatias e ancilostomíase (ou uncinariose),a contribuição do paludismo é importante. A anemia materna grave aumenta o risco de mortematerna, e calcula-se que em África a anemia relacionada com paludismo chega a causar –cercade 10.000 mortes maternas por ano [20].A infecção por VIH diminui a capacidade da mulher grávida de lutar contra infecções porP. falciparum [14]. A prevalência e intensidade da infecção palúdica durante a gravidez é maiorem mulheres infectadas pelo VIH [14-17]. Tais mulheres têm mais probabilidades de ter infecçõessintomáticas e um risco maior de problemas de parto associados a paludismo [16,21]. Gestantesque já tenham estado grávidas duas ou mais vezes e que tenham infecção por VIH estão na mesmasituação que as grávidas pela primeira vez em termos de susceptibilidade e consequências negativasde infecção palúdica [16]. Assim, na presença de infecção por VIH, o risco associado a paludismoplacentário parece não depender do número de gestações [16].Efeitos sobre a saúde dos lactentesA infecção palúdica na mãe, especialmente em zonas de transmissão baixa ou instável, pode resultarem aborto, nado-morto ou infecção congenita [22-27]. Durante a segunda metade da gestação,quando associada a anemia materna, pode interferir no aumento de peso do feto e contribuir parao atraso no desenvolvimento intra-uterino ou prematuridade o que resulta em BPN [28-32] (verFigura 1).Efeitos de infecções com outras espécies de paludismoOs efeitos dos outros três parasitas que causam paludismo em seres humanos (P. vivax, P. malariaee P. ovale) são menos evidentes. Em Africa as mulheres grávidas com risco de infecção por P.vivax vivem essencialmente em zonas de transmissão baixa ou instável, e tais infecções resultamprovavelmente em doença febril. Um estudo realizado na Tailândia entre mulheres grávidas nãoimunes notificou que o paludismo por P. vivax durante a gravidez está associado a anemia maternae BPN mas, de maneira menos importante do que por P. falciparum [33]. Há necessidade de estudospara uma melhor definição dos efeitos da infecção por P. vivax sobre a saúde das mulheres grávidasafricanas e recém-nascidos.2.2 Efeitos da intensidade de transmissãoOs sintomas e complicações do paludismo durante a gravidez diferem segundo a intensidadeda transmissão num determinado contexto e segundo o nível de imunidade da mulher grávida.Enquanto se reconhecem dois contextos epidemiológicos distintos, na realidade, a intensidadeda transmissão e a imunidade em mulheres grávidas ocorrem continuamente em condiçõespotencialmente diversas dentro do mesmo país.3
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