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Agenda elétrica sustentável 2020: estudo de cenários ... - WWF Brasil

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<strong>Agenda</strong> Elétrica Sustentável <strong>2020</strong>PREFÁCIOCom os preços do petróleo e do gás natural atingindo recor<strong>de</strong>s e com preocupações crescentesa respeito do futuro da oferta <strong>de</strong> energia, a segurança energética ganhou posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staqueno <strong>de</strong>bate político ao redor do planeta, inclusive no <strong>Brasil</strong>. Entretanto, não haverá nenhumasegurança energética real, caso não exista um meio ambiente estável e seguro, e tal ponto éparticularmente verda<strong>de</strong>iro quando consi<strong>de</strong>rado os efeitos nefastos das mudanças climáticas.Novos e mais robustos consensos científicos mostram que estaremos diante <strong>de</strong> sérios riscos,se as temperaturas globais ultrapassarem o patamar <strong>de</strong> 2ºC acima dos níveis pré-industriais.Vários povos ao redor do globo já sentiram os efeitos, mesmo com um aumento <strong>de</strong>temperaturas acima <strong>de</strong> somente 0,7ºC – tempesta<strong>de</strong>s mais fortes e freqüentes, <strong>de</strong>rretimento<strong>de</strong> geleiras, ondas <strong>de</strong> calor e secas.Tais eventos po<strong>de</strong>m ter enormes implicações para a economia e a segurança, incluindo quebras<strong>de</strong> safra em áreas chaves da produção <strong>de</strong> alimentos, tensões interfronteiriças por causa <strong>de</strong> recursos,movimentos em massa <strong>de</strong> refugiados “ambientais”, gasto <strong>de</strong> bilhões <strong>de</strong> dólares necessáriospara enfrentar os <strong>de</strong>sastres naturais e a redução da energia ofertada pelas hidrelétricas. Paramitigar tais riscos, serão necessárias políticas efetivas que reduzam as mudanças climáticasantes das emissões <strong>de</strong> carbono aumentarem a tal ponto <strong>de</strong> tornar muito difícil sua reversão.Ultrapassar o patamar <strong>de</strong> 2ºC é perigoso. Todos os países precisam agir para prevenir o problema,<strong>de</strong> acordo com o princípio encontrado no Protocolo <strong>de</strong> Quioto <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s comuns, porémdiferenciadas. Todos sabemos que para os países industrializados, responsáveis pela maioriadas emissões históricas <strong>de</strong> carbono, a responsabilida<strong>de</strong> – e em última instância, a obrigação –está clara. Para países em rápido <strong>de</strong>senvolvimento, como o <strong>Brasil</strong>, é imperativo que ações focadasna redução das emissões <strong>de</strong> carbono – ou <strong>de</strong>scarbonização – não comprometam a redução dapobreza e do <strong>de</strong>senvolvimento.Como mostramos, no estado <strong>de</strong> São Paulo, uma região do tamanho da França, altamenteurbanizada e com 40 milhões <strong>de</strong> habitantes, separar <strong>de</strong>senvolvimento econômico, que atingeem média 5% <strong>de</strong> crescimento do PIB ao ano, do aumento das emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeitoestufa, não só foi possível, como também benéfico. Isso foi resultado <strong>de</strong> um número variado <strong>de</strong>iniciativas, como o uso <strong>de</strong> etanol e incentivos ao uso <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> transporte público, <strong>de</strong>senvolvidascom objetivos outros que as mudanças climáticas.Esta publicação – produto do compromisso e esforço <strong>de</strong> uma coalizão inovadora <strong>de</strong> gruposambientalistas, <strong>de</strong> consumidores e da indústria, li<strong>de</strong>rada pelo <strong>WWF</strong>-<strong>Brasil</strong> – é uma importantecontribuição para o <strong>de</strong>bate brasileiro sobre segurança energética e climática. O <strong>estudo</strong> <strong>de</strong>monstraque, com uma política mais agressiva em eficiência e implementação <strong>de</strong> mais fontes<strong>de</strong> energia renovável, como biomassa e eólica, o <strong>Brasil</strong> po<strong>de</strong> incrementar sua segurançaenergética, gerar milhões <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho, enquanto contribui com os esforços globaiscontra as mudanças climáticas.Este trabalho também apresenta uma proposta concreta para futuras reduções <strong>de</strong> emissõessetoriais, as quais o <strong>Brasil</strong> po<strong>de</strong>ria consi<strong>de</strong>rar em um contexto <strong>de</strong> negociações <strong>de</strong> futurasações sobre o clima. É o tipo <strong>de</strong> proposta que o <strong>Brasil</strong> precisa para continuar e reafirmar suali<strong>de</strong>rança no combate às mudanças do clima.Prof. Dr. José Gol<strong>de</strong>mbergDoutor em Física, Professor da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São PauloSecretário <strong>de</strong> Meio Ambiente do Estado <strong>de</strong> São PauloSérie Técnica <strong>WWF</strong>-<strong>Brasil</strong> Volume XII11

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