<strong>Agenda</strong> Elétrica Sustentável <strong>2020</strong>Tabela 6: Estimativa da geração <strong>de</strong> empregos para os cenários Ten<strong>de</strong>ncial e Elétrico Sustentável porfonte <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>EnergiaHidráulicaGásNaturalCarvãoMineralBiomassaEólicaPCHSolarFotovoltaicoSolarTérmico (a)INDICADORESNÚMERO DEEMPREGOS GERADOSConstruçãoOperaçãoTen<strong>de</strong>ncial Elétrico Sustentáve l15 emp/MW1% da fase <strong>de</strong>construção800.58783.5831,5emp/MW0,1emp/MW32.210-8914,3emp/MW 1,25emp/MW25.6872.723178emp/GWh- 3.545.6164.627.85813emp/MW0,2emp/MW85.091107.43015 emp/MW1% da fase <strong>de</strong>construção64.11385.65082emp/MW 0,2emp/MW- 130.54058 emp/MWpico23.000.000Total4.553.3048.036.893Notas: 1 Total <strong>de</strong> postos criados nas fases <strong>de</strong> construção e operação. 2 MW retirados da ponta, calculados pelaequação: MW pico = n° domicílios com aquecimento solar (Elétrico Sustentável <strong>2020</strong>) x 2.5 kW x FCP (~0,6). FCP= Fator <strong>de</strong> coincidência na pontaFontes: A estimativa do número <strong>de</strong> empregos gerados partiu <strong>de</strong> diversos <strong>estudo</strong>s sobre impactos <strong>de</strong>empreendimentos energéticos e da literatura especializada (vi<strong>de</strong> referências relativas a diversos relatóriosda CELESC, CELG, CNEC, Consórcio Salto, Desenvix, Eletronorte e também Gil (2006), Guilhoto et al. (2001),Guilhoto et al. (2002), Ortiz & Happe (2005) nas referências bibliográficas). (a) PROSOLAR (MME-MMA).ência energética 29 . Existem poucos trabalhos na literatura que fazem avaliações sobre impactos<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> eficiência energética na geração <strong>de</strong> empregos. Dentre eles, estãoos citados a seguir.Geller et al. (1992) analisa, para os EUA, os impactos consi<strong>de</strong>rando maiores ativida<strong>de</strong>s naárea <strong>de</strong> eficiência energética em <strong>de</strong>trimento às ativida<strong>de</strong>s econômicas relacionadas como suprimento <strong>de</strong> energia nos EUA. É um <strong>estudo</strong> utilizando técnicas <strong>de</strong> insumo-produto,contabilizando todos os setores da economia e verifica que existe um saldo positivo nageração <strong>de</strong> empregos no cenário <strong>de</strong> alta eficiência energética quando comparado com ocenário <strong>de</strong> referência consi<strong>de</strong>rado.Outros trabalhos que <strong>de</strong>monstram aumento líquido na geração <strong>de</strong> empregos através <strong>de</strong> investimentosem eficiência energética para os EUA são Laitner S., S. Bernow, J. DeCicco. 1998.“Employment and other macroeconomic benefits from innovation-led climate strategy for theUnited States”. Energy Policy, vol. 26(5), pp. 425-432; “Mo<strong>de</strong>ling the Economic Impacts of Nationaland State Energy Policy Scenarios”, relatório do U.S. PIRG (Public Interest Research Group –www.uspirg.org).29 O relatório da União Européia, em seu Anexo 5, (European Union, 2005) estima que, se um aumento <strong>de</strong> eficiênciaem 20% fosse efetivado hoje, cerca <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> empregos por ano po<strong>de</strong>riam ser criados.Série Técnica <strong>WWF</strong>-<strong>Brasil</strong> Volume XII50
<strong>Agenda</strong> Elétrica Sustentável <strong>2020</strong>Uma adaptação do mo<strong>de</strong>lo insumo-produto <strong>de</strong>senvolvido para os EUA foi aplicada para a Áfricado Sul para verificar os impactos do aumento em 5% na eficiência energética (eletricida<strong>de</strong>)daquele país até 2010. Os resultados mostraram um aumento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 39 mil novos empregosem relação ao cenário Ten<strong>de</strong>ncial (Laitner, 2001).No campo da eficiência energética, novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> empregos po<strong>de</strong>macontecer, especialmente com a criação <strong>de</strong> empresas do tipo ESCOs (Energy SavingCompanies), como <strong>de</strong>monstrado em anos anteriores em conseqüência dos investimentoscompulsórios das concessionárias <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> em programas <strong>de</strong> eficiência.7.3 • BENEFÍCIOS AMBIENTAIS7.3.1 • REDUÇÃO DE ÁREAS ALAGADASOs esforços para aumentar a eficiência energética do cenário Elétrico Sustentável contribuempositivamente para limitar a expansão <strong>de</strong> hidrelétricas e conseqüentemente para a preservaçãoda biodiversida<strong>de</strong>, especialmente quando se tem em conta que a maior parte da expansãoplanejada <strong>de</strong>verá vir <strong>de</strong> PCHs. Tais unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> PCHs normalmente têm um impactoambiental absoluto menor em relação às gran<strong>de</strong>s hidrelétricas, e ten<strong>de</strong>m a ser localizadasgeograficamente nas regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste. Entretanto, em função da já crítica situação daMata Atlântica, quanto menor for a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> usinas hidrelétricas, incluindo-seaí as PCHs, menor serão os danos sobre a sua biodiversida<strong>de</strong>. Tal necessida<strong>de</strong> éclaramente menor no cenário Elétrico Sustentável em comparação ao cenário Ten<strong>de</strong>ncial.Já na região amazônica, apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>ter cerca <strong>de</strong> 40% (104 GW) do potencial hidrelétricobrasileiro, a relação entre a área <strong>de</strong> reservatório necessária por MW instalado nessa região ésignificativamente elevada em relação à média nacional 30 . Portanto, caso a geração hidrelétricaadicional requerida em <strong>2020</strong> pelo cenário Ten<strong>de</strong>ncial fosse gerada na região amazônica,seriam alagados 69.605 km 2 <strong>de</strong> floresta, uma área maior do que a dos estados brasileiros doRio <strong>de</strong> Janeiro (43.696 km 2 ), Espírito Santo (46.077 km 2 ), Alagoas (27.768 km 2 ), Sergipe (21.910km 2 ), Paraíba (56.440 km 2 ) e Rio Gran<strong>de</strong> do Norte (52.797 km 2 ).Já o cenário Elétrico Sustentável requer uma área alagada aproximadamente sete vezes menor doque a requerida pelo cenário Ten<strong>de</strong>ncial em <strong>2020</strong>. Na média, seriam inundados 142 km 2 até <strong>2020</strong>pelo cenário Elétrico Sustentável, enquanto para o cenário Ten<strong>de</strong>ncial essa área seria <strong>de</strong> 955 km 2 .7.3.2 • REDUÇÃO DE EMISSÕES DE POLUENTESA combinação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência energética, tanto do lado da oferta como da <strong>de</strong>manda,e maior utilização <strong>de</strong> fontes renováveis, que substituem a termeletricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> origem fóssil,possibilitou a formulação do cenário Elétrico Sustentável que reduz drasticamente as emissões,<strong>de</strong> CO 2e NO xem comparação ao Ten<strong>de</strong>ncial, praticamente oferecendo uma possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> estabilização <strong>de</strong> emissões ao nível do ano base 2004 (Figura 12).30 Esta relação potência/área é <strong>de</strong> 0,82 MW/Km 2 para a região amazônica, enquanto a relação média potência/área <strong>de</strong>ntre todas as usinas hidrelétricas em operação no país é <strong>de</strong> 59,79 MW/Km 2 . Dados obtidos a partir <strong>de</strong>informações retiradas no sítio da Eletrobrás.Série Técnica <strong>WWF</strong>-<strong>Brasil</strong> Volume XII51