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Dialeto Caipira - Departamento de Letras

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invariabilida<strong>de</strong> numeral. Quando se trata <strong>de</strong> indicar pluralida<strong>de</strong>, o pronome ele se pospõe aoartigo <strong>de</strong>f. os, e tanto po<strong>de</strong> referir-se ao gênero masculino, como ao feminino: osêle, zêle fórozimbora - eles (ou elas) foram-se embora.IV. - SINTAXE1. A complexida<strong>de</strong> dos fenômenos sintáticos, ainda pouco estudados no dialeto, - apenasenumerados às vezes, - não permite por ora sequer tentativas <strong>de</strong> sistematização. Só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>acumulado muito material e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> este bem verificado e bem apurado é que se po<strong>de</strong>rão irprocurando as linhas gerais da evolução realizada, e tentando dividi-lo em classes.O material que conseguimos reunir é pouco, e ainda não estará livre <strong>de</strong> incertezas e dúvidas;mas foi colhido da própria realida<strong>de</strong> viva do dialeto, e tão conscienciosamente como o mais quevai exposto nas outras partes <strong>de</strong>ste trabalho.FATOS RELATIVOS AO SUJEITO2. Há no dialeto urna maneira <strong>de</strong> indicar o sujeito vagamente <strong>de</strong>terminado, isto é, um indivíduoqualquer <strong>de</strong> uma classe ou indivíduos quaisquer <strong>de</strong> uma classe. Exprime-se por um substantivono singular sem artigo: Cavalo tava rinchando - Macaco assubiô no pau - Mamono tá rebentano(Um cavalo estava a rinchar, rinchava - Um macaco assoviou, macacos assoviaram no pau - Omamono está, os mamonos estão rebentando).3. Convém acrescentar, porém, que a supressão. do art. <strong>de</strong>f. antes do sujeito, mesmo<strong>de</strong>terminado, não é rara: Patrão não trabaia hoje -Pai qué que eu vá - Chuva tá caíno.4. Quando o sujeito é algum dos coletivos gente, família, etc., o verbo aparece freqüentementeno plural: Aquela gente são muito bão(s) - A tar famía são levado da breca - A cabocrada tãofazeno festa.Encontra-se esta particularida<strong>de</strong>, igualmente, no falar do povo português, e vem <strong>de</strong> longe, comoprovam numerosos exemplos literários. Um <strong>de</strong> Camões (Lus., I, 38):Se esta gente que busca outro hemisfério,Cuja valia e obras tanto amaste,Não queres que pa<strong>de</strong>çam vitupério.Outro, <strong>de</strong> Duarte N. ("Orig.", cap. 2.º):...com hu"a gente <strong>de</strong> Hespanha chamados indigetes...5. As cláusulas infinitivas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> para têm por sujeito o pronome oblíquo mim, noscasos em que o sujeito <strong>de</strong>veria ser eu: Êle trôxe u"as fruita pra mim cumê(r).

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