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Dialeto Caipira - Departamento de Letras

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Esta ave nunca sossega,He galante e muito oufana;Mas a hora que não enganaNão he pega.(Gil V.)Aquel dia que os romãos foram vençudos veerom a Rei Artur hu"as mui maas novas.("Demanda do Santo Graal").CIRCUNSTÂNCIA DE CAUSA27. Como o povo em Portugal (J. Mor., cap. XXVI, 1.º vol.) o nosso caipira usa a fórmula poramor <strong>de</strong> para exprimir circunstância <strong>de</strong> causa. "Hei <strong>de</strong> ir a Régoa no domingo pr amor <strong>de</strong> ver secompro os precisos" - é exemplo citado por Júlio Moreira. Em frase semelhante o caipira diriaquase i<strong>de</strong>nticamente: "Hei d'i na vila dumingo pramór <strong>de</strong> vê se compro os perciso". Po<strong>de</strong>ria,também, dizer simplesmente: mór <strong>de</strong> vê, ou ainda mó <strong>de</strong> vê.28. Outra fórmula caipira: por causo <strong>de</strong>, com o mesmo valor <strong>de</strong> por causa <strong>de</strong>. Essa alteração<strong>de</strong> causa em causo <strong>de</strong>ve-se, talvez, a confusão com caso (que o caipira mudou em causo).É <strong>de</strong> notar que em Gil V. se encontra por caso. O mesmo poeta escreveu freqüentemente"caiso" (subst.), o que mostra que talvez se dissesse também "por caiso", e quem sabe se até"por causo", como o nosso caipira.V. - VOCABULÁRIOO QUE CONTÉM ESTE VOCABULÁRIOEste glossário não se propõe reunir, como já dissemos em outro lugar, todos os brasileirismoscorrentes em S. Paulo. Apenas regista vocábulos em uso entre os roceiros, ou caipiras, cujalinguagem, a vários respeitos, difere bastante da da gente das cida<strong>de</strong>s, mesmo inculta.Quanto a esses próprios vocábulos, não houve aqui a preocupação <strong>de</strong> indicar todos quantosconstam das nossas notas. Deixamos <strong>de</strong> lado, em regra geral, aqueles que não temos vistousados senão em escritos literários, e por mais confiança que os autores <strong>de</strong>stes nosmerecessem.Iguais reservas tivemos com os nomes <strong>de</strong> vegetais e animais. Alguns <strong>de</strong>stes, dados pordiversos autores como pertencentes ao vocabulário roceiro, nunca foram por nós ouvidos, talvezpor mera casualida<strong>de</strong>. Não os indicamos aqui. Outros, e não poucos, estão sujeitos a taisflutuações <strong>de</strong> forma e a tais incertezas quanto à <strong>de</strong>finição (o que é muito comum nanomenclatura popular), que, impossibilitados, muitas vezes, <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a mais <strong>de</strong>tidasaveriguações, preferimos <strong>de</strong>ixá-los também <strong>de</strong> lado por enquanto.AS VÁRIAS FORMAS

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