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MUSEU OSCAR NIEMEYER (MON) E SEU PÚBLICO: PERFIL ...

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1786No que diz respeito ao público, dentre os vários questionamentos que surgem nessanova prática entre agentes que atuam no campo museológico, a exposição ainda é o eixo decomunicação entre o museu e o público como afirma Marília Xavier Cury, para quem aexposição não tem sentido por si mesma e sim, na relação com o outro: o público. Para autora,não existe um público ideal, logo a exposição não representa um discurso fechado, seuprocesso comunicacional visa à interação com o público, partindo das suas expectativas erealidade social, e os museus precisam se adequar a este modelo, postura que incide sobre aconcepção e montagem das exposições.A exposição, como espaço de recepção e, portanto de interação é o espaço deencontro de horizontes da instituição e do visitante [...] E certamente, a partir dessaconcepção, o público será visto como ator, como ativo, e não como consumidorpassivo, o cliente (CURY, 2005a, p.41-42)Na hipótese de que o público seja substituído pela sociedade, Cristina Bruno indagaquais seriam os meios de avaliar suas expectativas. Tal problemática rebate naprofissionalização do museólogo, pois, apesar dos avanços percebidos nos cursos degraduação, ainda existe muito a ser realizado para que se efetive não apenas na teoria ao quese propõe a museologia na atualidade, principalmente para os que pretendem abordar o"patrimônio universal".Tanto nos museus tradicionais quanto nos novos modelos museológicos, apreservação aparece como função básica para ambos, em paralelo às outras decorrentes desta,como a coleta e os estudos dos objetos, a salvaguarda das coleções e referências patrimoniais,e, por fim, a comunicação que envolve a exposição, educação e ação sociocultural. Os museusbrasileiros vivem as controvérsias e os impasses que marcam os museus em outras regiões domundo, ou seja, encontrar o equilíbrio entre a preservação e o desenvolvimento, posse eexclusão, expert e sociedade de consumo, objeto descartável e colecionismo, como apontaCristina Bruno, ao se referir ao papel dos museus futuramente, considerando o contexto latinoamericano.O público, no plural, a sociedade, como afirma Cristina Bruno, coloca o museu comoespaço educacional e social, este, por sua vez, amplia suas ações pautadas na diversidadedesses públicos como pressupõe a nova museologia, cujo objeto exposto é visto como


1787patrimônio universal e não como uma coleção particular a uma cultura ou representante deuma elite.Teixeira Coelho, ao conceituar o público de museu, menciona que tipos de museusgeram tipos de públicos diferentes e que os estudos sobre público recebem classificaçõesdistintas ao longo da própria história e trajetória dos museus. No caso dos museus de arte,Aurora Leon 1 adota uma divisão triádica: especializado, culto e grande público. Outra maneirade classificar o público distingue entre público organizado e o público livre e espontâneo. Oprimeiro abrange escolares, turistas, terceira idade etc., ou seja, grupos que visitam o museucom horários predefinidos e um roteiro já estabelecido, seja pelos guias, seja pelos monitoresdo museu. O público livre ou espontâneo segue seu próprio percurso, sem horários e decide oque quer visitar.A estrutura do museu incide sobre a postura do público, de um lado, o museu comoespaço sacralizado que normaliza sua ação controlando a atitude corporal de como secomportar nesse espaço, de modo "educado" e condinzente ao tipo de objetos expostos; e, deoutro, o museu participativo, considerando a interação entre exposição e público, porexemplo, percebido por uma visitação em massa que consequentemente faz com que o museuaprimore sua relação com o público, embora, para Teixeira Coelho, este novo modelo nãodessacralize o museu.Na atualidade, o volume de visitantes motivado pelo turismo e pelos meios decomunicação que transformam as exposições em espetáculos de visitação obrigatória emassiva faz com que as classificações e tipologias de público ultrapassem os modelos pautadospor motivos educacionais ou científicos, ampliando assim as razões para visitação,nesses casos, a função educativa dos museus passa para um segundo lugar (ou seconfina aos museus de ciência e aos museus de arte sem muita expressão),transformando o museu numa grande praça pública na qual as razões para avisitação e os modos de recepção se entrelaçam de modo às vezes inextricáveis(COELHO, 2004, p.327)Considerando que não existe um público-padrão que visita o <strong>MON</strong> e que nem mesmoo público escolar pode ser considerado como tal, identifica-se o público que frequenta o museu1Citado por COELHO, T. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São Paulo:Iluminuras, 2004. p.326.


1788tendo como mediador as ações educativas, com o intuito de mapear quais os segmentos depúblico que o caracterizam como um espaço democrático. As parcerias entre museu e opúblico ocorrem por meio de ações comunicacionais, tanto pelas exposições ofertadas, quantopelos cursos, palestras e materiais didáticos produzidos pela ação educativa. O público atuacomo sujeito e não mais como indivíduo atomizado e passivo; logo, o termo públicoespontâneo não pode ser aplicado de modo generalizado, pois na atualidade a diversidade queo conjunto de visitantes representa faz com que o público inclua diversos segmentos, podendoabranger o público com deficiências, o público socialmente marginalizado, o público formadopor famílias, como menciona Magaly Cabral, ao problematizar as parcerias entre educação emuseu – além do público escolar.A classificação proposta por Cabral, que inclui no primeiro grupo o público comdeficiências físicas, mentais e sensoriais; o museu, ao estabelecer parcerias com instituiçõesespecializadas em atender pessoas com deficiência, participa como colaborador na inclusãosocial desse grupo contribuindo para melhoria da qualidade de vida. Parte-se do pressupostoque esse perfil de visitante a posteriori passa a compor o público espontâneo e familiar, poisao ser bem recebido pelo museu, via parcerias institucionais, regressa ao local em situaçõesdiferentes.Sobre o público socialmente marginalizado, indaga-se, o <strong>MON</strong> se preocupa com estetipo de público? Ou melhor, o museu na atualidade consegue romper com a representaçãonegativa vivenciada por este segmento ao se referir ao museu como "o espaço do outro"? Ashipóteses articuladas por Cabral consideram dois fatores como resultantes da falta de interessedesse segmento em relação ao museu, o desconhecimento a respeito dos museus e a percepçãode que não é um lugar do seu interesse. A falta de interesse ocorre pela percepção de que omuseu é o espaço das elites culturais, consequentemente como esse visitante não se senterepresentado, o museu não acrescenta nada em seu cotidiano, nas palavras da autora: "paragrande parte da população brasileira, os museus são espaços culturalmente distantes, quepouco ou nada têm a acrescentar a suas vidas da forma como vêm se apresentando" 2 .Quanto ao terceiro grupo que abrange os grupos familiares, tem-se que as iniciativaspromovidas pelos setores educativos em atender grupos de famílias dentro das suas atividades2CABRAL, M. Parcerias em Educação e Museus. Disponível em:. Acessoem: 30/10/2007.


1789ainda são incipientes, como afirma Cabral. Então, questiona-se quais os programasdesenvolvidos pelo <strong>MON</strong> nesse sentido? São produzidos materiais impressos para uma visitaauto-orientada, eles são preparados para diferentes faixas etárias, pensando nos gruposfamiliares?As parcerias estabelecidas via setor educativo fazem do museu um espaçointerdisciplinar, seja na atuação intermuseus, seja na produção de saberes, já que os objetosexpostos incidem sobre diferentes áreas de conhecimento, seja na relação museu-escola. Dastrês possibilidades de articulação, a escola é priorizada pelos museus brasileiros em percentualde visitantes, constata Magaly Cabral.Perfil do público agenciado pelo Setor EducativoO <strong>MON</strong> atende ao perfil mencionado por Cabral e isso é confirmado pelos dadosanalisados por Cintia Veloso da Silva (2008, p. 127), em 2007, que em sua pesquisa priorizao público escolar da Educação Básica, o qual totalizou um atendimento a 33.792 visitantes,entre professores e alunos. Em 2010, a sistematização dos dados gerenciados pelo setoreducativo ainda apresentava os mesmos problemas mencionados por Silva no decorrer de2007.(...) Entretanto, nesses relatórios não havia nenhuma estatística referente aos gruposde escolas da Educação Básica, de forma específica, pois o setor contabiliza osgrupos que participaram da mediação de uma forma geral, ou seja, de turistas, decursos de graduação, de empresas, de instituições sociais, de escolas, entre outros(SILVA, 2008, p.127).Toma-se como hipótese que, ao classificar o seu público de modo generalizado, aspráticas de mediação do educativo também são padronizadas para um modelo "ideal" depúblico. As parcerias estabelecidas entre sociedade e museus com fins educacionais devemconsiderar três pontos básicos: conhecimento, avaliação e comunicação. Para Cury (2005b, p.372),avaliar é desvelar a realidade, aprimorar ações, promover atitudes e posturas,atribuir valores. E por promover a transformação que se processa a partir davontade institucional é entendida como a 'cultura da avaliação', que permeia atomada de decisões em todos os níveis do trabalho em museu.


1790A avaliação de exposições inside sobre as ações do setor educativo, contudo, comodesenvolver um trabalho educativo de modo eficaz sem conhecer seu próprio público? Assim,definir quem é o público do <strong>MON</strong> permitirá que futuramente o próprio museu reconheça suadiversidade e evolua em suas gestões, fazendo desse espaço um local de sociabilidade ondecada grupo se identifique como participante desse espaço museal. Logo, o acesso a bensculturais é um das primeiras etapas para democratização, tendo como instrumental acomunicação.O Museu Oscar Niemeyer, em 2009, atendeu a 37.604 visitantes por meio do setoreducativo referente a 798 visitas realizadas. Primeiramente, qual o perfil desse público?Segundo, como o <strong>MON</strong> classifica e avalia seu público? Desse montante, 34.667 foramclassificados em função do tipo de instituição, ou seja, a soma em aberto representa 2.937visitantes que não foram codificados pelo museu. Estabelecendo o mesmo comparativo entreas instituições parceiras pelo número de visitas, 721 delas foram classificadas, permanecendosem os dados outras 77. As instituições se dividem em escolas municipais, estaduais,particulares, universidades e outros grupos, que incluem: instituições filantrópicas, grupos de3. a idade, grupos de inclusão, grupos de agências de turismo e ONGs. Os grupos podem agendara visita monitorada em suas diversas salas expositivas e (ou) participar das oficinas de arteeducação.Comparando com a quantidade de público monitorado, é pequeno o número devisitantes que participam das oficinas, apenas 13,8% do total, nas quais foram classificadospelo museu 4.576 alunos de 104 visitas (conforme Quadro 1).Quadro 1 – Levantamento geral - público por tipo de instituições - 2009INSTITUIÇÕES DE<strong>MON</strong>ITORIAOFICINAENSINOPúblico Visita Público VisitaMunicipal 15.186 266 1.796 35Estadual 10.663 218 1.633 30Particular 4.496 105 410 14Superior 1.160 35 158 5Parcial 31.505 624 3.997 84Outros 3.162 97 579 20Parcial 34.667 721 4.576 104Em aberto 2.937 77 619 14TOTAL 37.604 798 5.195 118FONTE: Setor Educativo <strong>MON</strong> (abr. 2010)Identificar a quantidade e o perfil das instituições que frequentaram o <strong>MON</strong> no ano letivode 2009 e ordená-las por número de visitas e visitantes, bem como a localização geográfica decada um delas, constitui procedimento relevante para contextualizar este público, que foi


1791subdividimos em cinco segmentos: o público escolar, o público da 3. a idade, o público doturismo, o público de inclusão no sentido socioeconômico e o público com deficiênciamotora. Dentre esses, a prioridade do <strong>MON</strong> recai sobre o público escolar, dados já apontadosquantitativamente, que se subdivide em ensino municipal, estadual, particular e superior – quesomados representam 83,8% do montante total. Os dois de maior incidência são as escolasmunicipais que representam um público de 15.186 alunos e a escolas estaduais com 10.663alunos. O excedente aparece na categoria Outros (8,4%) ou Em Aberto (7,8%) – tipos depúblico a serem identificados no decorrer deste artigo (Quadro 1).Metodologicamente, foi realizado um levantamento geral com base nos dadossistematizados pelo próprio museu e posteriormente foi feita a análise classificando o públicode Curitiba e outros municípios da Região Metropolitana de Curitiba, bem como o públicodas Regionais de Cultura do Paraná e outros Estados Brasileiros, com o intuito de identificar omontante total do público divididos em escolar e não escolar.O público de Curitiba totaliza 29.630 visitantes – 26.805 escolar e 2.825 não escolar –no qual contata-se que a abrangência da ação educativa nas regiões metropolitanas é menor secomparada a Curitiba, com a participação de 89 instituições num total de 17 municípios, dasquais foram efetivadas 152 visitas, entre monitoria ou participação nas oficinas totalizando6.636 visitantes (Quadro 2).Quadro 2 - Resumo do público de Curitiba e RMC - ação educativa - 2009RESUMO DO <strong>PÚBLICO</strong>ASSOMEC - RC 01Instituição Visita Monitoria Oficina Total Escolar OutroCuritibaEnsino Superior 9 19 508 251 542 542 -Ensino Particular 46 127 4.954 1.689 5.265 5.265 -Ensino Municipal 138 237 11.923 5.374 14.512 14.512 -Ensino Estadual e50 121 5.270 3.256 6.486 6.486 -FederalNão escolar 45 88 2.679 915 2.825 - 2.825Parcial 288 592 25.334 11.485 29.630 26.805 2.825RMCAlmiranteTamandaré7 11 424 276 424 303 121Araucária 6 7 342 39 342 293 49Bocaiúva do Sul 1 1 99 - 99 99 -Campina Grande do3 4 95 - 95 65 30SulCampo Magro 3 4 83 - 83 67 16Campo Largo 6 7 228 141 228 208 20Colombo 20 36 1.323 1.229 2.019 2.019 -Contenda 1 1 31 - 31 31 -Fazenda Rio Grande 7 9 275 247 404 364 40


1792Itaperuçu 2 2 30 11 30 19 11Lapa 2 2 67 60 127 127 -Mandirituba 2 2 79 - 79 79 -Pinhais 2 2 141 - 141 141 -Piraquara 5 13 385 69 418 325 93Quatro Barras 1 4 111 84 111 111 -Rio Branco do Sul 1 1 62 62 62 62 -São José dos20 46 1.587 776 1.943 1.269 674PinhaisParcial 89 152 5.362 3.004 6.636 5.582 1.054TOTAL 377 744 30.696 14.489 36.266 32.387 3.879FONTE: Setor Educativo <strong>MON</strong> (abr. 2010)Desse total identificado, o público não escolar representa 1.054 visitantes, que fazemparte dos programas de inclusão social e de saúde mental vinculados às prefeituras de cadamunicípio, como a Fundação de Ação Social (FAS), os Centros de Referência da AssistênciaSocial (CRAS) e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – houve parcerias comprefeituras, secretarias, empresas privadas e espaços culturais.Esses programas estão pautados numa política municipal e nacional de gestão àassistência social e atendimento a saúde mental, embora em número reduzido de público faz domuseu um espaço de representação positiva pelo perfil da exposição apresentada. Visitaram aexposição Nise da Silveira e realizaram a oficina, os CAPS dos municípios de AlmiranteTamandaré, Itaperuçu e Curitiba, que abrangem a categoria CAPS I e CAPS II. Atendidos tantopela FAS quanto pelos CRAS são provenientes dos municípios de Fazenda Rio Grande, SãoJosé dos Pinhais e Curitiba. Os CRAS de São José dos Pinhais, por exemplo, atenderam a doisgrupos da 3. a idade e adolescentes entre 14 a 18 anos, perfazendo um público de 364visitantes.Em Curitiba, o total de público não escolar é de 2.825 visitantes, vinculados a 45instituições, dos quais 915 visitantes realizaram as oficinas de diferentes exposições. Além dosCAPS e do FAS, outras entidades sociais visitaram o museu, como é o caso dos grupos quetratam pessoas com deficiência físico-motora ou sensorial como a Associação Paranaense deReabilitação (APR) e a Associação de Pais e Amigos de Surdos (APAS). Também compõemesse universo instituições que acolhem o público infantil e adolescente, a exemplo da Centralde Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência (CIRANDA), do Instituto de Defesa dosDireitos Humanos (IDDEHA); e da Semiliberdade Masculina/Centro de Socioeducação(CENSE). As três instituições participaram das oficinas sobre Osgemeos (Quadro 3).


1793Quadro 3 - Resumo do público não escolar de Curitiba - ação educativa - 2009RESUMO DO <strong>PÚBLICO</strong>OUTRAS INSTITUIÇÕESInstituição Visita Monitoria Oficina GeralOutras entidades sociais 20 24 818 172 885Programas Sociais e de Saúde4 26 636 385 715(FAS/CRAS/CAPS/US)Espaços culturais 6 18 483 63 483Empresas privadas e turismo 7 8 200 92 200Prefeituras e secretarias 2 2 64 5 64SESC/SESI 2 5 324 94 324Hospitais 4 5 154 104 154TOTAL 45 88 2.679 915 2.825FONTE: Setor Educativo <strong>MON</strong> (abr. 2010)Comparando os municípios do Paraná com os outros Estados brasileiros (Quadro 4),o primeiro grupo, mapeado segundo as regionais de cultura, totaliza 2.568 visitantesrepresentando 33 municípios; o segundo grupo, tendo maior representatividade o estado deSanta Catarina, perfaz 3.143 visitantes e 29 municípios. O público não escolar é de 405visitantes, e sua composição é primordialmente de grupos de turismo e espaços culturais,apenas duas instituições estão relacionadas a programas de inclusão social, o CAPS Casa Azulde Santa Catarina e o Centro Socioeducação (CENSE) de Ponta Grossa – já mencionados.Quadro 4-Resumo do público das regionais de cultura do Paraná e outros estados brasileiros-ação educativa 2009REGIONAIS DECULTURARESUMO DO <strong>PÚBLICO</strong>Município Instituição Visita Monitoria Oficina Total Escolar OutroAMCG - RC 02 6 17 27 857 160 961 883 78AMCESPAR - RC 03 2 2 2 77 - 77 77 -AMUVI - RC 05 1 1 1 - 41 41 41 -CANTUQUIRIGUAÇU - 1 1 1 - 40 40 40 -RC 07AMLIPA - RC 09 4 13 17 671 201 711 711 -AMOP - RC 10 2 2 2 59 - 59 59 -COMCAM - RC 11 1 1 1 - 18 18 - 18AMOCENTRO - RC12 2 3 3 130 - 130 130 -AMSOP - RC 14 7 8 8 295 - 295 279 16AMUNORPI - RC 15 1 1 1 40 40 40 40 -AMUSEP - RC 16 1 1 1 33 33 33 33 -AMSULEP - RC 17 1 2 2 89 - 89 89 -AMSULPAR - RC 18 4 6 6 218 - 218 178 40Parcial 33 58 72 2.469 533 2.568 2.416 152BRASILMG 2 2 2 93 - 93 65 28RJ 2 2 2 132 132 132 132 -RS 2 3 3 103 - 103 103 -SC 18 49 50 2.113 693 2.365 2.140 225SP 5 7 7 450 111 450 450 -Parcial 29 63 64 2.891 936 3.143 2.890 253TOTAL 62 121 136 5.360 1.469 5.711 5.306 405FONTE: Setor Educativo <strong>MON</strong> (abr. 2010)


1794Considerações FinaisPrimeiramente foram apontados os dados fornecidos pelo museu sem reorganizar asfontes, as quais apresentaram pontos frágeis no sistema de gestão informacional do setoreducativo. O museu indica o número de visitantes e de visitas sem operacionalizar todos osdados disponíveis, no sentido de gerenciar a frequência com que cada instituição participa doespaço educacional proposto pelo museu, na constatação de que a comunicação não ocorre demodo bilateral, ou seja, escola ou instituições parceiras versus museu. Esse fato é averiguadopela ausência de um cadastro único de instituições que, caso houvesse, poderia facilitar omapeamento nesses cinco anos de atuação do setor educativo, trazendo um histórico dopúblico entre 2005 e 2009, em função do perfil de cada instituição. Outro dado sistematizadopelo museu refere-se à localização geográfica de cada instituição, incluindo Curitiba, Paraná eoutras cidades brasileiras; porém, nem todas as instituições contavam com esta informação e nãoexistia nenhuma catalogação adotada pelo <strong>MON</strong> no sentido de avaliar a demanda do públiconão só pelo perfil das escolas, mas também pela localização por municípios. Como a rendaper capita não é a mesma de município para município, tendo como referência Curitiba e osoutros municípios da Região Metropolitana, um mesmo grupo pode representar realidade social ecultural diversa, o que pode gerar expectativas diferentes dada a heterogeneidade do público.Num segundo momento, de acordo com dados sistematizados para a pesquisa dodoutorado em Sociologia da UFPR e que compõem parte desse artigo, o público do setoreducativo totaliza 41.977 visitantes que inclui participação nas monitorias e (ou) oficinas,destes 37.693 são escolares e 4.284 não escolares – representando 880 visitas, dessas 592 deCuritiba. Em relação ao número de instituições parceiras o total é de 498, das quais 288 sãode Curitiba. Dividindo em função do tipo de atividade proposta pela ação educativa, 36.056participaram das visitas monitoradas e 15.958 das oficinas. Portanto, o Museu OscarNiemeyer se enquadra no perfil de visitante apresentado por Magaly Cabral pois do totalagendado pelo setor educativo em 2009 prevalece o público escolar, ou seja, apenas 10,2 %remete ao público não escolar.Comparando o levantamento geral (quadro1) com a análise detalhada porprocedência (quadro 2 e 4) conclui-se que a quantidade de monitorias indicadas pelo museuapresentou pouca diferença em relação a pesquisa, 37.604 para 36.056, respectivamente;entretanto o total de público que realizou as oficinas de acordo com os dados do museu era de5.195 participantes e a pesquisa mostrou o total de 15.958 participantes. E ainda, os dados


1795“em aberto” ou a categoria “outros” indicada pelo museu – que juntas representam 6.099visitantes – desses, 4.284 se enquadram na categoria não escolar e os demais na categoriaescolar. Por fim, constata-se que 70,5% do público é de Curitiba e que desses a maioria éescolar: 34,5% são escolas municipais, 15,4 % escolas estaduais e 12,5 % escolas particulares.Sobre o público não escolar os maiores grupos são de Curitiba e Região Metropolitana deCuritiba e não existe diferenciação por parte do museu.Deste modo, ao considerar que a forma de classificação adotada pelo museu se refereà quantidade de instituições agendadas e efetivadas por visita, com base na data e no horáriopredeterminados e não por tipo de instituição ou por tipo de público – podendo uma mesmainstituição realizar mais de uma visita em período distinto. E que a ênfase recai sobre opúblico escolar. Esse artigocontribui com as políticas avaliativas do museu, para se ter claro,por exemplo, quem são as instituições parceiras 3 e se os visitantes mediados pelas instituiçõesse efetivam como público e retornam ao museu em outras situações diferentes ou a parceriaestabelecida com o museu é eventual.Mesmo com o alto índice de visitação que corrobora com a popularidade do <strong>MON</strong>,dentre outros fatores de destaque proporcionados pelo museu durante a gestão de MaristelaRequião (2003-2010) como as exposições internacionais, o plano editorial e acomercialização a baixo custo de catálogos. No que diz respeito ao público o museu precisareconhecer essa diversidade e estabelecer uma comunicação que não esteja pautada nas obrasde arte e sim nas expectativas e vivências do visitante, sendo assim, foi o público quem elegeuo <strong>MON</strong> como um local democrático em que a visitação é motivada não apenas por questõeseducacionais e culturais, e sim, por turismo e lazer. Contudo, concordando com TeixeiraCoelho, o <strong>MON</strong> ainda mantém uma postura autoritária e atende ao um segmento de elite, sejasocial ou artística.REFERÊNCIASBRUNO, C. Museologia e museus: princípios, problemas e métodos. Universidade Lusófonade Humanidades e Tecnologias (ULHT), 1997. (Cadernos de Sociomuseologia)._____. Museus e patrimônio universal. In: V Encontro do ICOM Brasil. Fórum dos Museusde Pernambuco. Recife, maio 2007. Disponível em:. Acesso em: 30 out. 2007.3Consultar a tese de doutorado, em fase de conclusão, que traz a listagem das instituições que visitaram o<strong>MON</strong> em 2009.


1796CABRAL, M. Parcerias em Educação e Museus. Disponível em:. Acesso em: 30/10/2007.COELHO, T. Moderno pós moderno: modos & versões. São Paulo: Iluminuras, 2001._____. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São Paulo: Iluminuras,2004.CURY, M. X. Exposição: concepção, montagem e avaliação. São Paulo: Annablume, 2005a._____. Comunicação e pesquisa de recepção: uma perspectiva teórico-metodológica para osmuseus. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.12 (suplemento), p.365-80, 2005b.Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2008.SANTOS, M. C. T. M. Reflexões sobre a nova museologia. In: SANTOS, M. C. T. M.Encontros museológicos: reflexões sobre museologia, a educação e o museu. Rio de Janeiro:Sindicato Nacional dos Editores de Livros, 2008. p.69-98.SANTOS, M. S. Museus brasileiros e política cultural. Revista Brasileira de Ciências Sociais,v.19, n.55, p.53-73, jun. 2004. Disponível em:. Acesso em: 20 ago. 2008.SILVA, C. R. V. Políticas públicas de acesso as artes visuais em Curitiba: açõeseducativas do Museu Oscar Niemeyer para escolas da educação básica. 196f. Dissertação(Mestrado em Educação) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.

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