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projeto pibid: um relato de experiência no instituto de educação do ...

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PROJETO PIBID: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO INSTITUTODE EDUCAÇÃO DO PARANÁRes<strong>um</strong>oQUIRINO, Vanessa Ferreira <strong>do</strong>s Santos – PUCPRvanessaquiri<strong>no</strong>@uol.com.brFURTADO e SILVA, Júlia – PUCPR 1julia.furta<strong>do</strong>@live.comHAMESTER, Menezes Myucha – PUCPRmyuchamh@hotmail.comMENA, Viviana Mabel – PUCPRvivimena@uol.com.brSILVA, Felipe Palha<strong>no</strong> – PUCPRsilva_felipepalha<strong>no</strong>@hotmail.comXAVIER, Andreza Bressan – PUCPRbressanandreza@yahoo.com.brEixo Temático: Práticas e Estágios nas Licenciaturas.Agência Financia<strong>do</strong>ra: CAPESO presente trabalho visa a relatar a <strong>experiência</strong> <strong>do</strong>s bolsistas PIBID, Sub<strong>projeto</strong> LínguaPortuguesa-Leitura, <strong>no</strong> Instituto <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Paraná Professor Erasmo Pillotto. Este<strong>projeto</strong> revela-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a formação <strong>do</strong>s acadêmicos <strong>de</strong> licenciaturas, poisa prática da <strong>do</strong>cência é imprescindível para a qualificação profissional <strong>do</strong> futuro professor. Oestudante <strong>de</strong> graduação em Letras tem como <strong>de</strong>safio aplicar as teorias <strong>de</strong> concepção <strong>de</strong>linguagem, sen<strong>do</strong> capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver estratégias eficazes para o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> língua materna e/ou estrangeira. Ler é <strong>um</strong>a das competências linguísticas almejadas <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> línguaportuguesa. Assim, <strong>no</strong>sso sub<strong>projeto</strong> tem como objetivo, além <strong>do</strong> inventivo à leitura, o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa habilida<strong>de</strong> <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> <strong>do</strong> Ensi<strong>no</strong> Médio da escola pública, capacitan<strong>do</strong>-oa ler diferentes gêneros textuais, pois leitura não é mera <strong>de</strong>codificação, é <strong>um</strong>a prática social,<strong>um</strong>a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação texto-leitor-autor. A formação <strong>de</strong> <strong>um</strong> leitor competente permite aconstrução <strong>do</strong> sujeito crítico, possibilitan<strong>do</strong>-lhe o exercício da cidadania e a integração àsocieda<strong>de</strong>. O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> na escola priorizou a leitura <strong>de</strong> textos literários.Preten<strong>de</strong>mos apresentar a Literatura como objeto <strong>de</strong> apreciação estética, em que a linguagem1 Acadêmicos da Graduação em Letras PUCPR


13758é utilizada para criar obras artísticas. A leitura <strong>de</strong> textos literários proporciona <strong>um</strong>a reflexãosobre a cultura, a socieda<strong>de</strong>, <strong>um</strong>a vez que a arte é <strong>um</strong>a prática <strong>de</strong> social, na qual o contextosocio-histórico não po<strong>de</strong> ser ig<strong>no</strong>ra<strong>do</strong>. Além <strong>de</strong> relatar <strong>no</strong>ssa trajetória na sala <strong>de</strong> aula,propomos a discussão acerca <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s para traçar <strong>no</strong>vos objetivos a serem alcança<strong>do</strong>s.Palavras-chave: Projeto PIBID. Leitura. Iniciação à <strong>do</strong>cência.IntroduçãoO <strong>projeto</strong> PIBID CAPES- PUCPR propõe aprimorar a formação <strong>do</strong>s estudantes <strong>do</strong>scursos <strong>de</strong> licenciatura, promoven<strong>do</strong> o contato <strong>do</strong> acadêmico com realida<strong>de</strong> escolar. Umaequipe <strong>de</strong> vinte bolsistas <strong>de</strong>senvolveu <strong>um</strong> <strong>projeto</strong> com alu<strong>no</strong>s <strong>do</strong> Ensi<strong>no</strong> Médio <strong>de</strong> escolasestaduais, com a coor<strong>de</strong>nação Profª. Dra. Cristina Miyaki e supervisão <strong>do</strong>s professores Klabyr<strong>de</strong> Jesus (Instituto <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Paraná Professor Erasmo Pillotto), Lucélia Lopes Garbo(Euri<strong>de</strong>s Brandão) e Vivian Mace<strong>do</strong> (Alfre<strong>do</strong> Parodi).No Instituto <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Paraná, os bolsistas Andreza Bressan Xavier, FelipePalha<strong>no</strong> Silva, Júlia Furta<strong>do</strong> e Silva, Myucha Menezes Hamester, Vanessa Ferreira <strong>do</strong>s SantosQuiri<strong>no</strong> e Viviana Mabel Mena realizaram o sub<strong>projeto</strong> intitula<strong>do</strong> “Leitura com o enfoque <strong>no</strong>texto literário”, volta<strong>do</strong> para o incentivo da leitura, apresentan<strong>do</strong> o texto literário, muito além<strong>do</strong> utilitarismo da mera <strong>de</strong>codificação <strong>do</strong>s sig<strong>no</strong>s linguísticos, mas como objeto <strong>de</strong> apreciaçãoestética e fonte <strong>de</strong> reflexão sobre cultura e socieda<strong>de</strong>.Promoven<strong>do</strong> a interação <strong>do</strong>s professores <strong>de</strong> amanhã com as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s<strong>de</strong> hoje, o <strong>projeto</strong> objetiva não apenas a capacitação <strong>do</strong> licencian<strong>do</strong> frente a <strong>um</strong> estágio emsala <strong>de</strong> aula, mas a discussão acerca da possibilida<strong>de</strong> da oferta <strong>de</strong> <strong>um</strong> ensi<strong>no</strong> qualifica<strong>do</strong>. Talinteração faz-se necessária pelo fato <strong>de</strong> contribuir <strong>de</strong> maneira significativa para a formação <strong>do</strong>futuro <strong>do</strong>cente, pois torna possível pôr em prática a teoria <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> nas intervenções em sala<strong>de</strong> aula. Além disso, oportuniza a observação <strong>do</strong> contexto escolar para assim <strong>de</strong>senvolver<strong>projeto</strong>s que visem à melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>. A formação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente não se fazapenas com as teorias estudadas na universida<strong>de</strong>, é essencial vivenciar situações concretas,reais e cotidianas para que, por meio da dialética entre teoria e prática, ocorra <strong>um</strong>a efetivaintegração <strong>de</strong> conhecimentos.


13759LeituraLeitura e Ensi<strong>no</strong>Os Parâmetros Curriculares Nacionais <strong>do</strong> Ensi<strong>no</strong> Fundamental têm entre seusobjetivos: que o alu<strong>no</strong> compreenda a cidadania como participação na socieda<strong>de</strong>, atuan<strong>do</strong> <strong>de</strong>forma crítica e efetiva; saiba utilizar as diferentes linguagens “como meio para produzirexpressar e comunicar suas i<strong>de</strong>ias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextospúblicos e priva<strong>do</strong>s, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a diferentes intenções e situações <strong>de</strong> comunicação”. Alémdisso, o estudante “<strong>de</strong>ve saber utilizar diferentes fontes <strong>de</strong> informação e recursos tec<strong>no</strong>lógicospara adquirir e construir conhecimentos.”O ensi<strong>no</strong> da língua materna <strong>de</strong>ve c<strong>um</strong>prir parte <strong>de</strong>ssa função, pois é pela linguagemque os sujeitos se constroem. A disciplina <strong>de</strong> língua portuguesa precisa capacitar o alu<strong>no</strong> a lere interpretar diferentes gêneros textuais e construir o próprio discurso por meio <strong>de</strong> produção<strong>de</strong> textos orais e escritos. Para atingir tal objetivo, não se po<strong>de</strong> mais conceber a língua comocódigo, pois os textos ultrapassam a dimensão da materialida<strong>de</strong> linguística.Ler é muito mais que <strong>de</strong>codificar, pressupõe interação e intenção. Essa prática é parteda interação verbal escrita, exigin<strong>do</strong> <strong>um</strong>a participação <strong>do</strong> leitor na interpretação e, também, nareconstrução <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> e das intenções <strong>do</strong> autor. Seria possível afirmar que “ler é outromo<strong>do</strong> <strong>de</strong> ouvir.” (BAGNO apud ANTUNES, 2003, p.66)Pelo fato <strong>de</strong> que a linguagem não existe sem sujeitos que interagem entre si, por meio<strong>do</strong> discurso, para atingir <strong>um</strong> propósito (convencer, intimidar, emocionar, ven<strong>de</strong>r etc), leitor,texto e autor dialogam o tempo to<strong>do</strong> <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>. O leitor exercepapel ativo na produção <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> para a leitura, atentan<strong>do</strong> não só para o que está explícito<strong>no</strong> texto ou para as intenções nele sugeridas ao longo pelo autor, mas acrescentan<strong>do</strong> ao textosua bagagem sócio-cognitiva.A partir da proposta socio-interacionaista <strong>de</strong>fendida por Koch e Elias (2007), po<strong>de</strong>mosafirmar que a leitura é <strong>um</strong> processo interativo. Para essas autoras, ler é construir senti<strong>do</strong> e issosó é possível na interação autor-texto-leitor. Muito mais que <strong>de</strong>codificar a estrutura linguísticapresente <strong>no</strong> texto, a leitura exige estratégias que o leitor utilizará nesse processo: seleção,antecipação, inferência e verificação.Diante <strong>de</strong> cada gênero textual, o leitor criará <strong>um</strong>a disposição diferente que o conduziráa <strong>um</strong>a melhor compreensão. Fará <strong>um</strong>a seleção das competências exigidas para produção <strong>de</strong>senti<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> estar relacionadas com seus aspectos sintático-semânticos, lexicais, sua


13761atribuin<strong>do</strong>-lhe senti<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, as <strong>experiência</strong>s <strong>do</strong> leitor são levadas em consi<strong>de</strong>raçãopelo autor, <strong>um</strong>a vez que ele espera que, ao reconstruir o senti<strong>do</strong>, o interlocutor ative osconhecimentos pertinentes ao assunto para estabelecer relações com o texto escrito. Assim, oautor po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar informações implícitas a serem completadas, sinalizan<strong>do</strong>, por meio <strong>de</strong>marcas formais, <strong>de</strong> forma que o parceiro da interação sócio-comunicativa reconstrua opropósito pretendi<strong>do</strong> <strong>no</strong> momento da produção <strong>do</strong> discurso.Nesse senti<strong>do</strong>, Kleima (2005) discorre a respeito <strong>do</strong> pacto feito entre o produtor <strong>do</strong>texto e o leitor, pois sen<strong>do</strong> a leitura <strong>um</strong>a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação, o autor, quan<strong>do</strong> se propõe adizer algo, transparece intenções <strong>no</strong> texto por meio <strong>de</strong> marcas formais e, com isso, julga ointerlocutor capaz <strong>de</strong> aceitar ou rejeitar as proposições feitas, bem como tecer hipóteses arespeito <strong>de</strong>las, verifican<strong>do</strong>-as ao longo da leitura. A autora afirma, ainda, que o processo <strong>de</strong>produção <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> para <strong>um</strong> texto <strong>de</strong>manda três níveis <strong>de</strong> conhecimento, a saber:conhecimento linguístico, conhecimento textual e conhecimento <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>. Conforme, aautora esses três níveis <strong>de</strong> conhecimento interagem constantemente <strong>no</strong> ato da leitura.O conhecimento linguístico é implícito, não verbaliza<strong>do</strong> e não verbalizável. Abrangeos saberes sobre pronúncia, vocabulário, regras da língua e uso. Por sua vez, o conhecimentotextual diz respeito à estruturação <strong>de</strong> <strong>um</strong> texto, os tipos textuais que o integram, bem como amaneira com que estes tipos se organizam, as particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> por meio daobservação das marcas temporais, uso <strong>de</strong> conectores, adjetivação, etc. Com isso, torna-sepossível <strong>um</strong>a compreensão mais abrangente <strong>de</strong> <strong>um</strong> texto. O <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong>sse saber leva o leitora ter expectativas diante <strong>de</strong> <strong>um</strong> tipo textual, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apreen<strong>de</strong>r a intenção <strong>do</strong> autor, pois aoanalisar as marcas formais presentes, tem-se <strong>um</strong> forte indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> objetivo pretendi<strong>do</strong> e daposição ass<strong>um</strong>ida pelo autor. Por fim, o conhecimento <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> ou conhecimentoenciclopédico po<strong>de</strong> ser adquiri<strong>do</strong> formalmente (escola) ou informalmente (fruto das<strong>experiência</strong>s <strong>do</strong> indivíduo, e tem caráter social, por ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> por valores e i<strong>de</strong>ologiascompartilhadas por membros <strong>de</strong> <strong>um</strong>a socieda<strong>de</strong>). Trata-se <strong>de</strong> <strong>um</strong> saber extralinguístico, masque interfere, sobremaneira, na interpretação <strong>de</strong> <strong>um</strong> texto, pois a familiarida<strong>de</strong> com<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> assunto contribui para melhor assimilação <strong>de</strong> <strong>um</strong> discurso, <strong>um</strong>a vez que o leitorfará as inferências necessárias à produção <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>. Portanto, não se po<strong>de</strong> falar em textosdifíceis, e sim em conhecimentos exigi<strong>do</strong>s a cada produção escrita.


13763<strong>de</strong> selecionar poesias, letras <strong>de</strong> músicas e outros textos que pu<strong>de</strong>ssem se relacionar com oconto escolhi<strong>do</strong>.Visitamos a biblioteca da escola para investigar quais obras estão disponíveis aosalu<strong>no</strong>s. Selecionamos alg<strong>um</strong>as poesias que traziam como tema morte (<strong>um</strong>a das possíveisinterpretações para o conto seleciona<strong>do</strong>). Lemos o material e discutimos como po<strong>de</strong>ríamosrelacionar esses poemas com o texto principal e quais estratégias seriam utilizadas em sala <strong>de</strong>aula. Chegamos ao consenso <strong>de</strong> que usaríamos o poema “O horário <strong>do</strong> fim”, <strong>de</strong> Mia Couto, aletra da música “ A terceira margem <strong>do</strong> rio”, <strong>de</strong> Caeta<strong>no</strong> Veloso/Milton Nascimento .Elaboramos os quatro passos que <strong>no</strong>rteariam o trabalho com o conto em sala <strong>de</strong> aula.O primeiro passo: reservar <strong>um</strong> tempo para que os estudantes lessem o conto silenciosamente,em seguida escrever <strong>no</strong> quadro as seguintes perguntas: o que você enten<strong>de</strong>u <strong>do</strong> conto? O querepresenta a imagem <strong>do</strong> homem <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> rio? Você gostou <strong>do</strong> conto? O segun<strong>do</strong> passo: falarbrevemente sobre a biografia <strong>de</strong> Guimarães Rosa, a seguir ler o poema <strong>de</strong> Mia Couto eexplicar o que é <strong>um</strong>a metáfora. O terceiro passo: tocar a música <strong>de</strong> Caeta<strong>no</strong> Veloso e MiltonNascimento, em seguida analisar verso a verso, levan<strong>do</strong> os alu<strong>no</strong>s a estabelecer relações como conto. O quarto passo: ler o conto <strong>no</strong>vamente, retornar às perguntas feitas <strong>no</strong> primeiro passoe observar se a resposta <strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s foi alterada após a segunda leitura. Por fim, explorar juntoaos alu<strong>no</strong>s outras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> para o conto.Pusemos em prática o planejamento e obtivemos excelente resulta<strong>do</strong>, com gran<strong>de</strong>participação e interesse por parte <strong>do</strong>s alu<strong>no</strong>s. Apesar da complexida<strong>de</strong> da linguagemempregada por Guimarães Rosa, o conto suscitou reflexões importantes e os estudantesperceberam que a leitura <strong>do</strong> texto literário exige habilida<strong>de</strong>s diferentes <strong>de</strong> outros gênerostextuais.Em <strong>no</strong>vembro, para dar continuida<strong>de</strong> ao <strong>projeto</strong>, selecionamos alguns textos <strong>de</strong> CarlosDr<strong>um</strong>mond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> a serem trabalha<strong>do</strong>s: Nu<strong>de</strong>z, O enterra<strong>do</strong> vivo, Dentaduras Duplas, Amão suja, Carta, Infância, Verbo ser. Além da abordagem <strong>do</strong>s poemas <strong>de</strong> Dr<strong>um</strong>mond,orientamos os alu<strong>no</strong>s para a produção <strong>do</strong>s gêneros textuais que seriam cobra<strong>do</strong>s na segundafase <strong>do</strong> vestibular da UFPR.Primeiro semestre <strong>de</strong> 2011No 1º semestre <strong>de</strong> 2011 <strong>de</strong>cidimos trabalhar com <strong>no</strong>vas mídias com intuito<strong>de</strong>senvolver estratégias auxiliares <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> língua portuguesa. Para tanto, empenhamo-


13764<strong>no</strong>s em apren<strong>de</strong>r a manusear O Jclic e disponibilizar as ativida<strong>de</strong>s criadas <strong>no</strong> site Wikispaces.Cabe aqui explicitar o que é o JClic e a Wikispaces.O Jclic é <strong>um</strong> software <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> uso livre, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a criar recursos <strong>de</strong> aplicaçõesdidáticas e interativas, cria<strong>do</strong> por Francesc Busquest, originalmente em espanhol e catalão,mas conta também com <strong>um</strong>a versão traduzida para o português. Esse software po<strong>de</strong> serutiliza<strong>do</strong> em diversas disciplinas <strong>do</strong> currículo escolar. Trata-se <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ferramenta<strong>de</strong>senvolvida na plataforma Java para criação, realização e avaliação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s educativas.Essas ativida<strong>de</strong>s geralmente não estão sozinhas, sen<strong>do</strong> “empacotadas” em <strong>projeto</strong>s específicospara cada conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, com <strong>um</strong>a ou mais sequências, que indicam a or<strong>de</strong>m em queserão apresentadas. Sua ambientação po<strong>de</strong> ser aplicada em diversos softwares como, porexemplo, Linux, Mac OS-X, Win<strong>do</strong>ws e Solaris.Para usar o Jclick é preciso baixar os aplicativos: JClic player, JClic author e JClicreports. O primeiro é o programa principal e serve para vizualizar e executar as ativida<strong>de</strong>s,permitin<strong>do</strong> criar e organizar as bibliotecas <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s, sen<strong>do</strong> possível escolher entre osdiversos contor<strong>no</strong>s gráficos e opções <strong>de</strong> funcionamento. O segun<strong>do</strong> é a ferramenta quepermite criar, modificar e experimentar os <strong>projeto</strong>s JClic em <strong>um</strong> contor<strong>no</strong> visual intuitivo eimediato. Também oferece a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> converter em <strong>um</strong> <strong>no</strong>vo formato os pacotes feitoscom Clic 3.0 (versão anterior <strong>do</strong> programa), além <strong>de</strong> permitir a publicação das ativida<strong>de</strong>s paraserem inseridas n<strong>um</strong>a página web ou ainda a criação automática <strong>de</strong> arquivos <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong><strong>projeto</strong>s JClic. Por fim, o Jclic Reports é o módulo que permite gerenciar <strong>um</strong>a base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<strong>de</strong> on<strong>de</strong> se recolhem os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelos alu<strong>no</strong>s ao realizar as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s <strong>projeto</strong>sJClic. O programa trabalha em re<strong>de</strong> e oferece também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar informaçõesestatísticas <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.O software permite a realização <strong>de</strong> sete tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s básicas: a) associações:preten<strong>de</strong>m que o usuário <strong>de</strong>scubra as relações existentes entre <strong>do</strong>is conjuntos <strong>de</strong> informação;b) jogos <strong>de</strong> Memória: on<strong>de</strong> temos que <strong>de</strong>scobrir pares <strong>de</strong> elementos iguais ou relaciona<strong>do</strong>sentre si que estão escondi<strong>do</strong>s; explora<strong>do</strong>r, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> células e tela <strong>de</strong> informação, quepartem <strong>de</strong> <strong>um</strong> único conjunto <strong>de</strong> informação; d) quebra-cabeças (puzzle): planeja areconstrução <strong>de</strong> <strong>um</strong>a informação que está inicialmente <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada, essa informação po<strong>de</strong> sergráfica, textual, so<strong>no</strong>ra ou combinar aspectos gráficos e auditivos ao mesmo tempo; e)ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resposta escrita: são resolvidas escreven<strong>do</strong>-se <strong>um</strong> texto (<strong>um</strong>a só palavra oufrases relativamente complexas); f) texto: Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> texto: são planeja<strong>do</strong>s exercícios


13765basea<strong>do</strong>s sempre nas palavras, frases, letras e parágrafos <strong>de</strong> <strong>um</strong> texto, on<strong>de</strong> será necessáriocompletar, enten<strong>de</strong>r, corrigir ou or<strong>de</strong>nar. Os textos po<strong>de</strong>m conter também janela <strong>de</strong> imagemcom conteú<strong>do</strong> ativo; g) Cata-palavras e Palavras cruzadas: são variantes interativas <strong>do</strong>sconheci<strong>do</strong>s passatempos com palavras escondidas.O Jclic permite que seu usuário poste as ativida<strong>de</strong>s em <strong>um</strong> site da web. Em <strong>no</strong>sso<strong>projeto</strong>, utilizamos o wikispace, <strong>um</strong> espaço on<strong>de</strong> é possível criar páginas sobre <strong>um</strong> tema emparticular; cada espaço po<strong>de</strong> contem vários arquivos, páginas, imagens. Para ter acesso aowikispace, criamos <strong>um</strong>a conta <strong>no</strong> site http://www.wikispaces.com. To<strong>do</strong>s os integrantes <strong>de</strong><strong>no</strong>sso grupo conseguem elaborar, modificar ativida<strong>de</strong>s e disponibilizá-las aos alu<strong>no</strong>s.Apren<strong>de</strong>r a manusear o software e elaborar ativida<strong>de</strong>s que estimulassem <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>sa entrar em contato com a Literatura foi <strong>no</strong>sso <strong>de</strong>safio durante esse semestre. Nossos esforçosestiveram volta<strong>do</strong>s para a construção da página http://<strong>pibid</strong>pucpr.wikispaces.com. Esse<strong>projeto</strong> será expandi<strong>do</strong> neste próximo semestre.Paralelamente à construção da página <strong>do</strong> Projeto PIBID, orientamos os alu<strong>no</strong>s em sala<strong>de</strong> aula. O planejamento semestral feito pelo professor Klabyr estabelecia que os estudantesformassem grupos para fazer <strong>um</strong>a exposição oral, na qual apresentariam os gêneros literáriosconto, crônica, teatro e poesia. Para tanto, <strong>no</strong>ssa equipe selecio<strong>no</strong>u e disponibilizou omaterial teórico para os alu<strong>no</strong>s pesquisarem; trabalhamos junto às turmas na organização dasapresentações; selecionamos os critérios <strong>de</strong> avaliação, a saber, a<strong>de</strong>quação ao tema, clareza,objetivida<strong>de</strong>, a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> linguagem, material <strong>de</strong> apresentação e <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>.Após essa etapa, observamos as apresentações orais <strong>de</strong> todas as turmas, aplican<strong>do</strong> oscritérios <strong>de</strong> avaliação preestabeleci<strong>do</strong>s. Dessa maneira, a <strong>experiência</strong> <strong>de</strong> iniciação à <strong>do</strong>cênciaabrangeu diferentes níveis da preparação <strong>do</strong>s acadêmicos para seu melhor <strong>de</strong>sempenho emsala <strong>de</strong> aula, incluin<strong>do</strong> a difícil tarefa <strong>de</strong> estabelecer critérios para avaliar o trabalho <strong>do</strong>salu<strong>no</strong>s.Após pesquisarem e conhecerem os gêneros literários, <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s mostraram-semotiva<strong>do</strong>s e fizeram <strong>um</strong>a exposição <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e com <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>. Ao fim <strong>de</strong> cadaapresentação, <strong>no</strong>sso professor supervisor fez intervenções pertinentes ao conteú<strong>do</strong>,acrescentan<strong>do</strong> informações, também <strong>de</strong>stacou alguns aspectos a serem aprimora<strong>do</strong>s pelosalu<strong>no</strong>s. Consi<strong>de</strong>ramos essa ação dialógica essencial <strong>no</strong> processo ensi<strong>no</strong>-aprendizagem. Ainteração com os alu<strong>no</strong>s foi altamente positiva e relevante para <strong>no</strong>ssa formação.


13766Finalizamos <strong>no</strong>sso trabalho com a introdução da análise sobre as obras literárias queserão cobradas <strong>no</strong> vestibular da UFPR (“Anjo Negro”, <strong>de</strong> Nelson Rodrigues; “Felicida<strong>de</strong>Clan<strong>de</strong>stina”, <strong>de</strong> Clarice Lispector; “I<strong>no</strong>cência”, <strong>do</strong> Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taunay; “Lucíola”, <strong>de</strong> José<strong>de</strong> Alencar; “Novas diretrizes em tempos <strong>de</strong> paz”, <strong>de</strong> Bosco Brasil; “O Bom Crioulo”, <strong>de</strong>A<strong>do</strong>lfo Caminha; “Poemas Escolhi<strong>do</strong>s”, <strong>de</strong> Gregório <strong>de</strong> Matos; “Romanceiro daInconfidência”, <strong>de</strong> Cecília Meireles; “São Bernar<strong>do</strong>”, Gracilia<strong>no</strong> Ramos e “Urupês”, MonteiroLobato). Apresentamos aspectos gerais das obras literárias: gênero, estrutura, linguagem,contexto histórico, biografia <strong>de</strong> cada autor. Tivemos também a preocupação <strong>de</strong> mostrar aimportância <strong>de</strong> cada obra para literatura nacional.Consi<strong>de</strong>rações finaisAo longo <strong>de</strong> <strong>no</strong>sso <strong>projeto</strong> procuramos fornecer aos alu<strong>no</strong>s subsídios para que<strong>de</strong>senvolvessem suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reflexão sobre a linguagem e seu uso. Apresentamos aeles diversos gêneros textuais com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionar a ampliação <strong>de</strong> repertório <strong>de</strong>leitura. Assim, eles se tornaram capazes <strong>de</strong> construir senti<strong>do</strong> para textos mais complexos.Com o avanço da tec<strong>no</strong>logia e a <strong>de</strong>manda pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas habilida<strong>de</strong>s,faz-se necessário pensar na construção <strong>do</strong> conhecimento diante da mudança <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong>salu<strong>no</strong>s. Por isso, o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> língua portuguesa precisa ser significativo e re<strong>no</strong>var-seconstantemente. Pensan<strong>do</strong> nessa realida<strong>de</strong>, buscamos <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s que estimulem ointeresse pelos textos literários para que a leitura não se restrinja ao contexto escolar.Com este trabalho percebemos que os alu<strong>no</strong>s pu<strong>de</strong>ram ampliar seus conhecimentos.Este <strong>projeto</strong> não está termina<strong>do</strong>, <strong>um</strong>a vez que outros acadêmicos darão continuida<strong>de</strong> nestepróximo semestre.Para <strong>no</strong>ssa formação profissional, o <strong>projeto</strong> contribuiu muito, pois a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>entrar em contato com o ambiente escolar e po<strong>de</strong>r refletir sobre a busca <strong>de</strong> melhorias <strong>no</strong>processo <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-aprendizagem foi <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. A prática <strong>do</strong>cente exigeconstante atualização Portanto, o conhecimento <strong>de</strong>ve ser sempre o objetivo maior <strong>do</strong>professor, é preciso apren<strong>de</strong>r como compartilhá-lo, <strong>um</strong>a vez que não po<strong>de</strong> ser transmiti<strong>do</strong>,porque implica diálogo e interação.REFERÊNCIAS


13767ANTUNES. Irandé. Aula <strong>de</strong> Português: encontro e interação. São Paulo: ParábolaEditorial, 2003.BRASIL. Secretaria <strong>de</strong> Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiroe quarto ciclos <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> fundamental: língua portuguesa/Secretaria <strong>de</strong> EducaçãoFundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.ELIAS, Vanda Maria. (2007) KOCH, Inge<strong>do</strong>re Villaça. Ler e compreen<strong>de</strong>r: os senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>texto. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2007.KLEIMA, Ângela. (2004) Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 9ed. Campinas, SP:Pontes.PERINI, Mario A. (2005) Sofren<strong>do</strong> a gramática: ensaios sobre a linguagem. 3 ed. SãoPaulo, SP: Ática.PROENÇA FILHO, Domício. A linguagem literária. São Paulo: Ática, 2005.SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Portal dia a dia Educação.2011. Manual Jclic. Disponível em: Acesso em 20 ago. 2011.SOARES, Angélica. Gêneros Literários. São Paulo: Ática, 2007

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