anais_40_semana_historia

universal: representada por Tamas (inércia e obscuridade),Raja (movimento, instabilidade e incerteza) e Satwa(virtuosidade, clareza). Neste sentido, toda a experiênciapsíquica tem um substrato material, formada por Prakriti.Conclui-se, então, que a pureza e a bondade não seriamexpressões do espírito (Purusha), mas a representação de umamatéria sutil purificada (Satwa) representada pela consciência(ZIMMER: 1996: 235, ELIADE: 1996: 35).Ao se discutir a metafísica da alma, a filosofia indianafaz uma clara distinção entre consciência (cit), conhecimento(vydia) e sabedoria (budhi).Para o Samkhya, o self é pura consciência, não sendonem ilusório ou abstrato como sugere o Vedanta. Ele éconcreto, porém, de caráter transcendental. A conexão com ainteligência e a iluminação do self, é objetivo do Samkhya.Entrar em contato com a sabedoria é compreendida com umasistemática e coerente experiência da pessoa, que permiteadentrar no universo do conhecimento de todo o material sutil,que sem esta experiência de aproximação, permaneceria semadjetivos ou inteligência. É por meio do desenvolvimento daerudição que o sujeito torna-se apto a interpretar eventos ouconhecimentos, constituindo-o como um sistema que orientasentidos ao mundo da experiência (DASGUPTA: 1922: 240).Esta mesma base conceitual do Samkhya transparece recorrenteno Yoga de Patanjali, apresentando grande homogeneidade emsuas bases conceituais.A alma para o Samkhya (Purusha) é consideradadesprovida de qualquer característica, ainda que sua naturezaabsoluta seja pura consciência. Diferentemente do Vedanta,que sustenta que a alma é constituída de pura inteligência ebem-aventurança, o Samkhya identifica no conceito de bemaventurança(ananda) outra expressão para designar prazer.Este seria, então, uma manifestação de Prakriti, não1559