anais_40_semana_historia

possuir terras, trabalhar na agricultura e vivenciar livremente areligião católica foram fortes motivações para deixarem aPolônia, dominada por três nações imperialistas – Prússia,Rússia e Áustria, desde 1772. A imigração para o Paranárelacionou-se a situação de opressão e miséria em seu país deorigem, comuns à maior parte dos contingentes imigratórios,experiência social rodeada por um horizonte de expectativas ede recusas, de temores e de esperanças;Os imigrantes poloneses, pelo imaginárioassim construído, pela sua tradicionalvivência religiosa e, possivelmente, porsuas peculiaridades, foram envolvidos emconfrontos, circunstâncias que seencarregaram de reforçar ou alterar oconceito da população local sobre eles.Desse processo não escaparam ossacerdotes verbitaspoloneses, quetransitavam e oscilavam entre mundos porvezes contraditórios e em disputa: acongregação de origem alemã, osconterrâneos e a comunidade local,espiritualmente sob sua responsabilidade.(ZULIAN: 2010:306)Se por um lado percebemos a construção derepresentações negativizadas sobre determinados grupos deimigrantes, por conta dos conflitos e tensõesinterétnicasnasquais se envolveram, por outro, percebemos que algunsimigrantes, já traziam em suas bagagens signos de tais imagensque seriam reafirmadas ao processo de imigração, como fora ocaso dos poloneses. Neste sentido, as tensões geradas em tornodo caso do Padre Paulo, ou melhor, as repercussões sobre estepersonagem, são fruto do desdobramento histórico atrelado atais processos sociais,ou seja, o estigma em relação a268