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passado, talvez mesmo ‘exótico’, a partir do próprio contextoem que ele emerge”.Com o “senso histórico”, o pesquisador torna-se capaz deolhar outros tempos – e, inferimos, outras culturas – semprender-se aos preconceitos e limitações da sua origem culturale histórica. Essa não é uma postura inata ou uma respostapronta, é antes uma busca e preparação constantes.Alijada a essa preocupação com a constituição de umaracionalidade histórica que referencie a vida prática está,historiograficamente uma tentativa de encarar a sociedadecomo o domínio do mutável, e portanto cultural.É na preocupação com a cultura, independente dasdiversas nuances, de acordo com a perspectiva a ser tomadapelos pesquisadores, que acaba por se encarar a sociedadecomo um espaço de “liquidez de realidades”. Rusen,entretanto, embora não negue essa mutabilidade culturalentende que a racionalidade histórica, ainda que se alimentedesta percepção cultural, está alem dela, pois se configura deuma necessidade narrativa de diferentes povos.Daí vem a preocupação com a constituição de umentendimento do diferente e múltiplo como interpretaçõesdessa necessidade de racionalidade histórica.Em educação, um campo privilegiado para esteexercício talvez esteja justamente no que Peter Burke chamoude “a tríade sagrada: informação, educação e entretenimento”.A industrialização empreendida no último séculoocasiona uma mudança significativa no papel atribuído a estapretensa tríade, na medida que a difusão da informação apareceentão como uma espécie de necessidade social das diferentessociedades industrializadas, ao mesmo tempo em que aeducação é encarada como uma necessidade e também umdireito social das massas. A partir deste momento, informaçãoe entretenimento passam a ser vistos como uma indústria,700