anais_40_semana_historia

importantes no sentido de ajudar a Igreja a encontrarjustificativa para as novas práticas, mas havia divergênciasentre essas duas bases teológicas.A Igreja passou a se envolver mais significativamenteem torno da reformaagrária a partir do fim da década de 1950,entre 1961 e 1964. Se nos anos 1950 a Igreja apoiava odesenvolvimento, no início dos anos 1960 passa a cobrar aefetivação de uma reforma agrária.Nos anos 1960 amplia-se um pouco o número debispos, padres e religiosos que passam a se envolver com asquestões sociais, mas ainda é um grupo marginal na estruturageral da Igreja. Alguns leigos passaram a se identificar com aesquerda, mas como havia um processo de dependência emrelação a hierarquia, não havia como atuar nos movimentospopulares que tinham ligação com o Partido Comunista.Como afirma Iokoi: “O setor mais progressistaprocurava firmar uma posição diferente (...) concordava com apostura anticomunista, criticava os defensores da revoluçãoproletária” (IOKOI:1996:29). Mesmo os setores progressistasda CNBB tinham resistência a idéia de revolução comunista ousocialista. O grupo que simpatizava com a esquerda marxistaera um pequeno número de bispos.Somente após o AI-5, em 1968, é que a Igreja começoua estruturar um rompimento com o Estado. Isso se concretizoua partir do momento que membros da Igreja: padres, bispos,religiosos e leigos passam a ser presos e torturados pelosmilitares. As “tomadas de posição não foram fruto de análisestécnicas, mas resultado do contato imediato com a crueza deuma realidade social e política” (PALACIO:1983:13).Segundo MAINWARING (2004:106) a Igreja doAmazonas e do Nordeste foram as mais progressistas no inícioda década de 1970. Sendo que o que motivou essas duasregiões a se opor ao Regime Militar, foi o rápido avanço do779