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Ilha de excelência Ilha de excelência - Fenacon

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Bola murchaComo numa partida <strong>de</strong> futebol, Governotrata a reforma tributária como um jogo <strong>de</strong>exibição, cria uma falsa euforia no públicoe <strong>de</strong>ixa as <strong>de</strong>finições mais importantes parao segundo temporeforma tributáriaPor Márcio Sampaio <strong>de</strong> CastroQuando o presi<strong>de</strong>nte Lula se reuniucom os 27 governadores para <strong>de</strong>poisentregar ao Congresso as propostas <strong>de</strong>reforma da previdência e tributária, nomês <strong>de</strong> abril, <strong>de</strong>u a impressão ao País <strong>de</strong>estar pagando uma promessa <strong>de</strong>campanha e, ao mesmo tempo, <strong>de</strong> estardando um recado ao seu antecessor: o quenão fora feito em oito anos ele faria emmenos <strong>de</strong> um. Passados quase seis meses,a sensação <strong>de</strong> leve euforia que tomouconta <strong>de</strong> alguns setores vai se esvanecendoe dando lugar à crescente convicção<strong>de</strong> que as chamadas reformas nãopassam <strong>de</strong> jatos <strong>de</strong> água aspergidos sobrea imensa fogueira do aperto financeiro etributário que atinge as contas públicase uma série <strong>de</strong> contas privadas.No que se refere a estas últimas, oaperto se <strong>de</strong>ve ao <strong>de</strong>scomunal número <strong>de</strong>tributos e encargos que boa parte dasFoto: DivulgaçãoMarcel Solimeo: “Po<strong>de</strong>mos suportar essa situação pormuito tempo, sem uma reforma tributária efetiva.Agora, o resultado é esse: um país medíocre, que nãocresce, não se mo<strong>de</strong>rniza”.empresas éobrigada aadministrar.Já as contaspúblicasvêm sendoo eixo dasreformas,pelas crescentesnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caixas superavitáriosdos governos municipais,estaduais e fe<strong>de</strong>ral. Para que se tenha umaidéia, em 2002, os juros das dívidasinterna e externa <strong>de</strong>sses governosconsumiram, somados, 114 bilhões <strong>de</strong>reais. Algo em torno <strong>de</strong> 9% do PIBbrasileiro. Contas que têm sido pagas emdia e que por isso motivaram elogios doFMI, o que é bom para os mercadosfinanceiros, mas significa sérias dificulda<strong>de</strong>spara o setor produtivo.No caso das promessas<strong>de</strong> campanha,a reforma daPrevidência, ao quetudo indica, estámais do que encaminhadano Congresso.Afinal, mexecom um setorproporcionalmentemenor da socieda<strong>de</strong>(o funcionalismopúblico) eaten<strong>de</strong> direta e consensualmenteaosinteresses <strong>de</strong> prefeitos,governadorese do Executivofe<strong>de</strong>ral, ao gerarum corte <strong>de</strong> 2 bilhões<strong>de</strong> reais nosgastos da União, e que po<strong>de</strong>rão serestendidos nas outras duas esferas <strong>de</strong>governo. Já a reforma tributária é umaoutra história.Reforma natimortaMarcelo Ventura“O Virgílio Guimarães (relator doprojeto <strong>de</strong> reforma tributária na Câmara)é um homem sério, mas cometeu umaproeza ao redigir um projeto muito ruim”,afirma o ex-ministro da Fazenda, Mailsonda Nóbrega, criticando a estrutura doprojeto apresentado pelo governo aoCongresso. Para Mailson, além <strong>de</strong>apresentar uma proposta ruim, o Planaltocometeu um erro <strong>de</strong> estratégia ao proporreformas em seu primeiro ano <strong>de</strong> mandatoe também no início do mandato dosgovernadores, quando estes estão aindamuito fortes junto a suas bases econseqüentemente têm um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>negociação muito maior. O resultado<strong>de</strong>sse erro estratégico é exatamente o viés<strong>de</strong> barganha que o tema ganhou entre ospo<strong>de</strong>res executivos fe<strong>de</strong>ral e estaduais eque acabou gerando aquela que já vemsendo chamada por alguns <strong>de</strong> natimortareforma tributária.Críticos como Mailson da Nóbrega eo tributarista Ives Gandra da Silva Martinssão unânimes ao pontuar os vícios<strong>de</strong> origem que o projeto apresenta. Todas6 - Revista <strong>Fenacon</strong> em Serviços - Edição 94

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