Estudo sobre o Impacto das Linhas Eléctricas <strong>de</strong> Muito Alta Tensão na Avifauna em Portugalnível <strong>de</strong> significância para todos os testes foi <strong>de</strong> 0,05. As comparações múltiplasusadas são análogas não paramétricas ao Teste <strong>de</strong> Tukey, <strong>de</strong> acordo comNemenyi e com correcções <strong>de</strong> Dunn (valor critico é Q).O teste usado para a variável Época teve em conta a presença <strong>de</strong>amostras emparelhadas (os mesmos troços foram visitados 4 vezes), optando‐sepelo Teste <strong>de</strong> Friedman. As comparações múltiplas usadas para esta análise <strong>de</strong>variância <strong>de</strong> amostras emparelhadas também seguem a lógica dos testes do tipoTukey (valor critico é q).Foram ainda avaliadas correlações entre a mortalida<strong>de</strong> e variáveis comoa altura dos apoios. O significado estatístico da correlação foi testado com ocoeficiente <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> Spearman, com correcções para osempates (valor crítico é rsc).Avaliação Post mortem da electrocussão e colisãoA distinção clara entre casos <strong>de</strong> colisão e outras causas foi efectuada comespecial atenção. Embora durante a recolha dos cadáveres e das aves feridas, jáfosse possível i<strong>de</strong>ntificar as causas <strong>de</strong> morte ou lesão, em várias ocasiões apenas anecrópsia e avaliação post mortem pu<strong>de</strong>ram dar respostas <strong>de</strong>finitivas. Estes examesforam efectuados em Castelo Branco, para avaliar sistematicamente todas as lesõesdos animais recolhidos e estabelecer os necessários diagnósticos diferenciais comoutras causas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>.6 ‐ RESULTADOS______________________________________________________________________A média nacional da Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> Estimada foi <strong>de</strong> 13,92 aves porquilómetro por ano. Se tivermos em conta as estimativas do número <strong>de</strong> avesque atravessam as linhas estudadas num ano, po<strong>de</strong>mos afirmar que a média daFrequência <strong>de</strong> Colisão rondará o valor <strong>de</strong> 0,000017. Este valor significa que0,0017% <strong>de</strong> todas as aves que cruzam as linhas estudadas, a uma altura próximados cabos, sofrem aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> colisão.6.1 – Áreas <strong>de</strong> amostragemA área <strong>de</strong> amostragem com maior Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> Estimada foiFerreira do Alentejo (Quadro 3 e Figura 2), com 29,78 ± 5,02 aves por quilómetropor ano, o que é mais do dobro da média nacional. A Frequência <strong>de</strong> aves que alimorre por colisão correspon<strong>de</strong> a um valor <strong>de</strong> 0,0026% <strong>de</strong> todas as aves quecruzam a linha.As linhas amostradas junto <strong>de</strong> Castro Ver<strong>de</strong> também tiveram umamortalida<strong>de</strong> superior à média nacional, com 16,31 ± 1,97 aves mortas porquilómetro <strong>de</strong> linha MAT, por ano. A Frequência <strong>de</strong> Colisão média <strong>de</strong>staslinhas é <strong>de</strong> 0,000018 ± 0,000004, o que aponta para a morte <strong>de</strong> 0,0018% das avesRelatório técnico final SPEA / QUERCUS‐ ANCN 19
Estudo sobre o Impacto das Linhas Eléctricas <strong>de</strong> Muito Alta Tensão na Avifauna em Portugalque se estima atravessarem a linha num ano. Uma das linhas incluídas nestaárea foi monitorizada paralelamente por uma equipa do <strong>ICN</strong>, nomeadamentenos troços situados <strong>de</strong>ntro dos limites da ZPE <strong>de</strong> Castro Ver<strong>de</strong>. Os cadáveresconsi<strong>de</strong>rados para os dois estudos são assinalados no Quadro Anexo 1.Outras áreas com valores <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> estimada importantes foram oEstuário do Tejo (11,22 ± 6,73 aves/km.ano), Évora (10,81 ± 2,08 aves/km.ano) e oVale do Mon<strong>de</strong>go junto a Coimbra (10,51 ± 0,00 aves/km.ano). Nos três troçosprospectados junto a Anadia não se registou a presença <strong>de</strong> qualquer cadáver.Quadro 3 – Médias da Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> Estimada e Frequência <strong>de</strong> Colisãoregistadas para as 9 áreas estudadas. Para todas as áreas indica‐se o número total <strong>de</strong>troços prospectados 4 vezes por ano.Área TroçosTaxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong>EstimadaFrequência <strong>de</strong> ColisãoCastro Ver<strong>de</strong> 20 16,31 ± 1,97 0,000018 ± 0,000003Coimbra 1 10,51 ± 0,00 0,000006 ± 0Douro 20 4,66 ± 1,29 0,000015 ± 0,000004Estuário Mon<strong>de</strong>go 1 6,35 ± 0,00 0,000010 ± 0Estuário do Tejo 2 11,22 ± 6,73 0,000019 ± 0,000010Évora 31 10,81 ± 2,08 0,000013 ± 0,000003Ferreira do Alentejo 21 29,78 ± 5,02 0,000026 ± 0,000004Anadia 3 0,00 0,000000V.V. Rodão 4 3,75 ± 2,19 0,000004 ± 0,000002Total Nacional 103 13,92 0,000017As diferenças das médias da Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> entre as áreasestudadas têm significado estatístico (Kruskal Wallis: χ 2 = 37,7; df = 8; P