Estudo sobre o Impacto das Linhas Eléctricas <strong>de</strong> Muito Alta Tensão na Avifauna em Portugal0,00003Frequência <strong>de</strong> Colisão0,0000250,000020,0000150,000010,0000050SWG 19/13 (11,7mm)Guinea (14,6mm)OPGW (15,5mm)Cabos <strong>de</strong> GuardaFigura 15 ‐ Médias da Frequência <strong>de</strong> Colisão registadas para os troços com três tipos <strong>de</strong>Cabo <strong>de</strong> Guarda, indicando‐se a magnitu<strong>de</strong> do Erro Padrão.6.3.2. ‐ Estudo <strong>de</strong> perigosida<strong>de</strong>Monitorizaram‐se 20km <strong>de</strong> Linhas <strong>de</strong> MAT no Parque Natural do DouroInternacional (PNDI), <strong>de</strong> forma mais intensiva (total <strong>de</strong> 12 visitas por troço), <strong>de</strong>modo a obter dados para o estudo <strong>de</strong> Perigosida<strong>de</strong>. Esta recolha <strong>de</strong> dadoscorrespon<strong>de</strong> apenas a um quarto do inicialmente planeado e não envolveu mais <strong>de</strong>uma área <strong>de</strong> amostragem. Esta amostra correspon<strong>de</strong> a linhas que foramseleccionadas na primeira época <strong>de</strong> campo do projecto (Inverno <strong>de</strong> 2003/2004).Foram realizados 3 troços na linha Bemposta‐Al<strong>de</strong>adávila L2080, 1 troço na linhaBemposta‐Pocinho L2030, 4 troços na linha Picote‐Pocinho L2026 e 2 troços nalinha Pocinho‐Al<strong>de</strong>adávila L2081.Estes 10 troços já foram prospectados em três visitas distintas na Época <strong>de</strong>Reprodução <strong>de</strong> 2004. Os outros 35 troços previstos para o Estudo <strong>de</strong> Perigosida<strong>de</strong>só começaram a ser prospectados com esforço máximo (3 visitas por época), naÉpoca <strong>de</strong> Dispersão <strong>de</strong> 2004 ou na Época <strong>de</strong> Migração <strong>de</strong> 2004. Esses troçosnecessitavam <strong>de</strong> uma última época <strong>de</strong> prospecção completa na Época Reprodutora<strong>de</strong> 2005 ou na Época <strong>de</strong> Dispersão <strong>de</strong> 2005. Nessa altura a estrutura logística <strong>de</strong>apoio às saídas <strong>de</strong> campo não teve capacida<strong>de</strong> para garantir mais <strong>de</strong> uma visita porépoca. Assim a informação <strong>de</strong>sses troços passou em parte para o Estudo <strong>de</strong> Impactoe em parte para registos pontuais.Os 10 troços completos (4 épocas com 3 visitas cada) foram amostrados emlinhas <strong>de</strong> Esteira horizontal, em que pelo menos um dos cabos <strong>de</strong> terra é do tipoOPGW. Estes troços atravessam 4 habitats diferentes, Mosaico Agro‐Florestal,Matos, Floresta e Estepe. Este último habitat possui características <strong>de</strong> aberturasemelhantes à Estepe Agrícola <strong>de</strong>scrita no capítulo 4.2, ainda que seja formadoRelatório técnico final SPEA / QUERCUS‐ ANCN 35
Estudo sobre o Impacto das Linhas Eléctricas <strong>de</strong> Muito Alta Tensão na Avifauna em Portugalsobretudo por Pastagens abandonadas. A composição específica e as <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>aves são inferiores à Estepe.As visitas realizadas em cada uma das 4 épocas do ano, seleccionadas paraeste estudo, tiveram uma diferença <strong>de</strong> 24 dias entre a primeira visita e a terceira. Onúmero <strong>de</strong> cadáveres consi<strong>de</strong>rado para a Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> Observadacorrespon<strong>de</strong> às recolhas realizadas entre a segunda e a terceira visita. Os resultadossão expressos em número <strong>de</strong> aves mortas por quilómetro e por dia, sendomultiplicados por 365 dias para comparar com os dados do Estudo <strong>de</strong> Impacte.Estimativa <strong>de</strong> Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> no Douro InternacionalA Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> Estimada do estudo <strong>de</strong> perigosida<strong>de</strong> foi estimadarecorrendo apenas aos factores <strong>de</strong> correcção “Percentagem que Morre na ÁreaProspectada” e “Percentagem do Troço Prospectada Eficazmente”. Decidiu‐se nãousar os factores <strong>de</strong> correcção cuja magnitu<strong>de</strong> é afectada pela duração do intervaloentre as visitas às linhas (factor “Aves Removidas Por Necrófagos”) e pelo número<strong>de</strong> visitas (factor “Percentagem <strong>de</strong> aves que Não é Encontrada pelosObservadores”). O intervalo entre as visitas <strong>de</strong> uma mesma época foi <strong>de</strong> 12 dias emmédia e se esse valor é compatível com a estimativa da taxa <strong>de</strong> remoção <strong>de</strong>cadáveres da classe “Aves pequenas” (remoção dura em média 8 ± 2,0 dias), nãoabarca o tempo <strong>de</strong> exposição médio sem remoção das aves da classe “Avesmédias/gran<strong>de</strong>s” (18 ± 2,7 dias). Ou seja, entre visitas consecutivas os predadoresnão têm tempo <strong>de</strong> remover o número convencionado para o território nacional <strong>de</strong>cadáveres da classe “Aves médias/gran<strong>de</strong>s”.A repetição <strong>de</strong> passagens para prospecção num curto intervalo <strong>de</strong> tempoaumenta a eficácia geral <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> cadáveres pelos observadores. Por essemotivo o factor <strong>de</strong> correcção “Percentagem <strong>de</strong> aves que Não é Encontrada pelosObservadores” <strong>de</strong>verá ser inferior ao valor <strong>de</strong>terminado a nível nacional (1,56).Deste modo a mortalida<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> aves nas linhas da área DouroInternacional é <strong>de</strong> 0,0485 ± 0,0101 aves mortas por quilómetro por dia. Amortalida<strong>de</strong> estimada por ano com este estudo correspon<strong>de</strong> a 17,70 ± 3,70 aves porquilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> MAT, o que é bastante superior à mortalida<strong>de</strong> estimadacalculada com o Estudo <strong>de</strong> Impacto nesta á rea do Norte (4,66 ± 1,28 aves/km.ano).Habitats do Douro InternacionalSegundo o Estudo da Perigosida<strong>de</strong>, o habitat do Douro Internacional on<strong>de</strong>ocorre maior mortalida<strong>de</strong> foi a “Floresta” (32,32 ± 11,6 aves/km.ano), seguido dohabitat “Matos” (15,74 ± 6,6 aves/km.ano) (Quadro 7). Estes valores contrariam aclassificação das áreas <strong>de</strong>terminada pelo Estudo <strong>de</strong> Impacte, que apontavam o“Mosaico Agro‐Florestal” (5,89 ± 1,7 aves/km.ano) e as “Pastagens” (4,20 ± 4,20aves/km.ano), como os habitats on<strong>de</strong> as linhas <strong>de</strong> MAT originam mais colisões.A distribuição da recolha <strong>de</strong> aves <strong>de</strong> tamanho médio/gran<strong>de</strong> entre oshabitats foi semelhante nos dois estudos, pelo que as diferenças na or<strong>de</strong>nação daimportância dos habitats se ficam a <strong>de</strong>ver a diferenças na recolha <strong>de</strong> aves pequenas.O efeito das aves pequenas nos dados do Estudo <strong>de</strong> Perigosida<strong>de</strong> é particularmenteRelatório técnico final SPEA / QUERCUS‐ ANCN 36