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Edição 34: Julho/Agosto - 2010
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¿QuÉ Pasa?<br />
O que só se<br />
vê no escuro<br />
As ruas europeias já eram iluminadas a gás no início do século 19,<br />
mas só no final de 1880 – quase seis décadas depois da invenção da<br />
fotografia –, um inglês chamado Paul Martin conseguiu reduzir o tempo<br />
de exposição da imagem para 10 minutos, o suficiente para dar início ao<br />
que é hoje um campo da fotografia: registros noturnos da cidade, uma<br />
linguagem que explora texturas, reflexos e contrastes que só existem<br />
longe da luz do Sol. Um conjunto de imagens dessa família compõe a<br />
exposição “Night Vision: Fotografia After Dark”, em cartaz até setembro<br />
no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. A reunião de 40 imagens<br />
selecionadas do acervo permanente da instituição percorre da origem<br />
e desenvolvimento dessa técnica específica, que evoluiu junto com a<br />
fotografia, até os dias de hoje. As imagens de Alfred Stieglitz, autor<br />
das primeiras fotos noturnas de Nova York, são algumas das raridades.<br />
Conta-se que o fotógrafo americano, impressionado com o trabalho de<br />
Paul Martin, diminuiu o tempo de exposição para 58 segundos, o que<br />
permitiu a realização de imagens como a vista do Hotel Savoy (esquina<br />
da 5ª Avenida com a Rua 59), imagem de 1897 que acabou se tornando<br />
símbolo do nascimento da noite nova-iorquina do século 20. As imagens<br />
trazem cenas que exploram contrastes no negativo, como grandes vistas<br />
panorâmicas a registrar o crescimento da interferência da iluminação<br />
artificial na paisagem – mas que também trazem flagrantes humanos,<br />
pequenas histórias de uma vida urbana que só poderiam ter acontecido<br />
depois do pôr-do-sol – quando ninguém se imaginava ser fotografado.<br />
Nesta página, imagens de Alvin Langdon Coburn (Nova York, em 1910),<br />
ao lado, e de Robert Frank (Londres, 1952), abaixo.<br />
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