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L+D83-bx

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R$25,00<br />

SOCIEDADE HARMONIA DE TÊNIS (SÃO PAULO)<br />

ZEE.DOG TEMPLE (SÃO PAULO) | SEDE ROBBYSON (BELO HORIZONTE) | RESTAURANTE DASIAN (SÃO PAULO)<br />

MUSEU JUDAICO (SÃO PAULO) | ANTEL ARENA (MONTEVIDÉU) | FOTO LUZ FOTO: EVERTON BALLARDIN


LED Lighting Solutions


SUMÁRIO<br />

2º semestre 2022<br />

edição 83<br />

48 54<br />

68 72<br />

78 82<br />

60<br />

10<br />

¿QUÉ PASA?<br />

48<br />

54<br />

60<br />

68<br />

72<br />

78<br />

82<br />

SEDE SOCIAL DA SOCIEDADE HARMONIA DE TÊNIS<br />

Concreto e Luz<br />

ZEE.DOG TEMPLE<br />

Luz pra cachorro<br />

ANTEL ARENA<br />

Ventos trazem mudanças<br />

SEDE ROBBYSON<br />

Grande nuvem acesa<br />

MUSEU JUDAICO DE SÃO PAULO<br />

The circle is not round<br />

RESTAURANTE DASIAN<br />

A dança do dragão<br />

FOTO LUZ FOTO<br />

Everton Ballardin<br />

4


Estudiobola - São Paulo<br />

Lighting Design: LIT Arquitetura de Iluminação<br />

Arquitetura: Interni Arquitetura<br />

Fotografia: Marcelo Kahn<br />

#ProdutosOmegaLight<br />

Cuidamos dos mínimos detalhes


EDITORIAL<br />

Thiago Gaya<br />

RECONECTANDO<br />

Gilberto Franco<br />

Paula Carnelós<br />

CAPA<br />

Sociedade Harmonia de Tênis, São Paulo<br />

Iluminação: Franco Berriel Lighting Design<br />

Foto: Maíra Acayaba<br />

PUBLISHER<br />

Thiago Gaya<br />

EDITOR CONVIDADO<br />

Gilberto Franco<br />

A 83ª edição de L+D se inicia com a exposição Amazônia, de Sebastião<br />

Salgado, no Sesc Pompeia, edifício de arquitetura brutalista de Lina Bo Bardi.<br />

O fotógrafo Everton Ballardin documentou a exposição de forma inusitada,<br />

mostrando a floresta, já encaixotada em imagens, refletida nos igarapés<br />

artificiais inventados por Lina que serpenteiam o edifício. Como pôde a<br />

arquiteta antever esse uso tão inusitado? O fato é que o visitante, inundado<br />

de tanta beleza, sai ciente da fragilidade dos ecossistemas e dos povos que ali<br />

vivem e da necessidade de resistência – deles e nossa.<br />

Coincidência ou não, os temas apresentados nesse breve início ecoam aqui<br />

e ali nas matérias seguintes. Temas como natureza, arquitetura, trajetórias<br />

e resistências permeiam a variedade de notas e matérias. Por exemplo, a da<br />

premiação Women in Lighting – dada às mulheres que conseguiram impor<br />

de forma indubitável a qualidade dos seus trabalhos no âmbito do Lighting<br />

Design. Ou a da afirmação do design de produto brasileiro no exterior. Ou,<br />

ainda, a da exposição no Museu Judaico de São Paulo, que narra a resistência<br />

de um povo expulso de seu lar que encontrou abrigo no Brasil, dispersão<br />

essa que reaparece narrada por um desenho de luz simples e poderoso. Nas<br />

demais matérias, continuam presentes a natureza e o ambiente construído:<br />

cubos de gelo, dragões, nuvens, concreto aparente – sem falar na imersão, um<br />

formato que vem ganhando destaque no universo da luz e do audiovisual, por<br />

seu poder expressivo.<br />

Os mesmos temas estarão vivos no LEDforum.22, unidos por uma palavra:<br />

RECONEXÃO. A linha editorial do evento abordará os conceitos de patrimônio<br />

coletivo e conhecimento compartilhado, convocando-nos a um olhar para o<br />

passado, com a intenção de recuperar e restabelecer relações perdidas.<br />

O conjunto de atividades que compõem a grade do evento busca sensibilizar<br />

o público para a importância de abraçarmos as preexistências, enquanto<br />

aprendemos novas formas de nos relacionar com a luz. Ainda que num círculo<br />

imperfeito, religamo-nos a nosso início, nossos povos originários, nossa<br />

identidade. De um modo ou de outro, tudo se (re)conecta.<br />

DIAGRAMAÇÃO<br />

Maria Fraga<br />

PROJETO GRÁFICO<br />

Thais Moro<br />

COLABORARAM NESTA EDIÇÃO<br />

Diana Joels, Emília Ramos, Everton Ballardin,<br />

Fernanda Carvalho, Letícia Mariotto, Mariana Novaes,<br />

Paula Carnelós, Rafael Leão, Winnie Bastian<br />

REVISÃO<br />

Débora Tamayose<br />

ASSINATURAS E OPERAÇÕES<br />

Márcio Silva<br />

PUBLICADA POR<br />

Lumière Mídia<br />

Rua Catalunha, 350, 05329-030<br />

São Paulo SP, T 11 3062.2622<br />

ld@editoralumiere.com.br<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

Boa leitura!<br />

6


experience room: avenida dos tajurás, 152 cidade jardim são paulo | 11.3062 7525 | goelight.com.br


Foto: Leonardo Finotti<br />

NOS MELHORES PROJETOS,<br />

COM OS MELHORES PROFISSIONAIS.<br />

ADRIANA DEGREAS<br />

Local: São Paulo<br />

Projeto de arquitetura: Estudio Tupi<br />

Projeto de iluminação: Estudio Carlos Fortes


Portfólio | Pontualidade | Suporte


©Everton Ballardin<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LUZ NA FLORESTA<br />

A luz na floresta retratada numa série de imagens em<br />

preto e branco que rompe com os limites mais comuns do<br />

repertório do lighting designer nos coloca numa escala ínfima<br />

diante do poder e da amplitude da luz natural na criação de<br />

efeitos distintos.<br />

Acredito que cada um de nós tem ao menos uma história<br />

de amor com a luz natural nos limites do dia, seja um pôr<br />

do sol, um nascer da lua cheia ou uma alvorada, quando as<br />

cores são mais impactantes. É comum ao universo de lighting<br />

designers contemplar a poética da luz atrelada à arquitetura,<br />

e, muitas vezes, quando usamos referências da luz natural,<br />

ainda conservamos o universo arquitetônico como elemento<br />

modificador: suas sombras, suas texturas, suas cores... Nada vai<br />

muito além da evidente e incontestável beleza do impacto do<br />

pôr do sol nas edificações que conhecemos.<br />

Mas não é tão comum nos emocionarmos com a iluminação<br />

filtrada e difusa das nuvens, a tridimensionalidade das sombras<br />

de árvores ou o gradiente criado pelas tempestades. A exposição<br />

Amazônia expõe esses momentos de incrível beleza e profunda<br />

introspecção, retirando a cor e deixando apenas aquilo que mais<br />

importa: a luz. Na luz, identificam-se a profundidade, a escala,<br />

a forma e as texturas.<br />

As imagens captadas por Sebastião Salgado e iluminadas<br />

com grande capacidade técnica por Fernanda Carvalho nos<br />

colocam em outro universo, muitíssimo mais amplo e desafiador.<br />

Mostram-nos quão inexpressivos somos diante da mãe<br />

natureza e quão bela e modificadora ela consegue ser a cada<br />

minuto em que é retratada. Nessa história, há a perseverança<br />

dos povos originários em lutar por sua preservação. Esse ideal<br />

eu compartilho, e você? (Rafael Leão)<br />

10


¿QUÉ PASA?<br />

MULHERES INSPIRADORAS<br />

Aconteceu em junho a segunda edição do WIL Awards 2022,<br />

uma iniciativa do movimento Women in Lighting, com o objetivo<br />

de destacar as conquistas da comunidade e de seus apoiadores.<br />

O processo é simples: todos podem indicar mulheres que<br />

tenham feito algo especial nas três categorias de cada edição. Se<br />

em 2021 tivemos Realizações, Iniciativas e Apoiadores; em 2022,<br />

a busca e a celebração foi focada em mulheres que se destacaram<br />

nas áreas de Light Art, Educação/Pesquisa e Engenharia.<br />

Este ano o prêmio recebeu 131 indicações, para mulheres<br />

de 28 países, que foram analisadas por um grupo de jurados<br />

composto de editores de mídias internacionais de lighting<br />

design, dentre eles, Thiago Gaya, publisher da L+D.<br />

Na categoria Arte, as homenageadas foram Jen Lewin ,<br />

artista e engenheira norte-americana especializada em instalações<br />

de grande escala em espaços públicos, e a britânica<br />

Liz West , artista visual cujas obras que unem cor e luz com<br />

o objetivo de aumentar a consciência sensorial e a experiência<br />

do espectador.<br />

Em Educação e Pesquisa, as homenagens foram para<br />

Banu Manav , da Turquia, reitora da Universidade Kadir Has<br />

na Faculdade de Arte e Design; e para Mariana Figueiró , brasileira<br />

radicada nos Estados Unidos, reconhecida na área de<br />

Pesquisa e Educação, principalmente por sua contribuição no<br />

campo da luz e da saúde humana.<br />

A homenagem na categoria Engenharia foi para a britânica<br />

dra. Ruth Kelly Waskett , especialista em luz do dia e integrante<br />

da equipe de iluminação da Hoare Lea; e para a ucraniana<br />

Liudmyla Pavlenko , engenheira de design de iluminação com<br />

mestrado duplo em Iluminação pela Universidade Nacional de<br />

Aviação da Ucrânia e pela Universidade de Wismar, na Alemanha.<br />

Todas as indicadas são vencedoras. Por isso, faço aqui uma<br />

menção pessoal a duas mulheres brasileiras e ativistas que me<br />

inspiram: Monica Lobo e Diana Joels, indicada com precisão<br />

por Monica na categoria Educação e Pesquisa, “por sua maneira<br />

generosa, perspicaz, inclusiva e poderosa de educar,<br />

alcançar e abordar diferentes camadas de nossa comunidade de<br />

iluminação”.<br />

Em nome do movimento Women in Lighting Brasil, parabenizamos<br />

todas as homenageadas e indicadas, além do time WIL,<br />

que faz um trabalho brilhante para a comunidade de iluminação.<br />

Vale a pena estar atento e participar das edições futuras.<br />

Afinal, esse prêmio é construído pela e para a comunidade!<br />

(Paula Carnelós, embaixadora do movimento Women in Lighting<br />

no Brasil)<br />

12


14<br />

SPACE ORBITAL


SPOT ZOOM<br />

O Spot Zoom permite regulagem do facho de luz. Ao girar a lente, o<br />

ângulo inicial de 15º pode chegar até 55º.<br />

Do decor ao técnico.<br />

Do clássico ao moderno.<br />

LLUMM, há 60 anos<br />

iluminando vidas.<br />

Acesse nosso Instagram<br />

e fique por dentro de todas as novidades.<br />

15


¿QUÉ PASA?<br />

IMERSÃO<br />

Divulgação Curta!<br />

Um espetáculo sem palco e sem poltronas, em que a<br />

plateia se mistura com os atores em cena. Essa modalidade de<br />

entretenimento imersivo vem ganhando atenção no mercado<br />

internacional, sobretudo após o enorme sucesso de peças como<br />

Sleep No More e The Great Comet, ambas encenadas em Nova<br />

York, Estados Unidos. Para explorar essa possibilidade artística,<br />

a série Immersive.World chega ao canal Curta!.<br />

Dirigida por Guto Barra, a produção mostra um panorama<br />

completo dessas novas possibilidades de arte e entretenimento,<br />

analisando seus atuais desdobramentos nos Estados Unidos.<br />

Cada episódio aborda um caminho diferente, mostrando o<br />

impacto causado pela imersão do espectador quer numa história,<br />

quer numa obra de arte, o que pode acontecer em galpões,<br />

museus, casas ou ao ar livre. Além do rompimento da “quarta<br />

parede”, por vezes são rompidas as barreiras entre ficção e<br />

realidade.<br />

São dez episódios: “Teatro imersivo/Performers”; “Arte<br />

imersiva/Galerias digitais; “Teatro imersivo/Música”; “Imersão/<br />

Não ficção”; “Teatro imersivo/Intimidade”; “Imersão, fantasia<br />

e storytelling”; “Arte fora da caixa/Imersão e museus”; “Arte<br />

imersiva/Entrando na luz”; “Teatro imersivo/Novos caminhos”<br />

e “Experimentação & arte”. Podem ser encontrados no canal<br />

Curta!, na TV por assinatura ou on demand.<br />

A luz, naturalmente, é componente obrigatório nesse tipo<br />

de instalação, abrindo infinitas possibilidades. (Gilberto Franco)<br />

16


@luxion_<br />

www.luxion.com.br<br />

contato@luxion.com.br<br />

Obra: Escritórios Richemont<br />

Projeto: Gingaa Estudio + Estudio Carlos Fortes<br />

Fotgrafia: Maíra Acayaba


Divulgação Apex<br />

¿QUÉ PASA?<br />

O BRASIL QUE NOS<br />

REPRESENTA<br />

Mostrar a qualidade do design brasileiro para o público<br />

norte-americano e incentivar a exportação de produtos com<br />

design autoral: eis o mote da Casa Brasil NY, que aconteceu de<br />

11 a 25 de maio num casarão de 1.800 m 2 no bairro do Soho,<br />

durante a semana de design nova-iorquina.<br />

Organizada pela Apex Brasil, em parceria com Abimóvel,<br />

Abilux, Anfacer e Centro Rochas, a mostra reuniu móveis,<br />

luminárias, revestimentos e têxteis de 69 empresas e mais de<br />

100 designers.<br />

A curadoria afinada ficou a cargo de um grupo de designers<br />

da Associação Nacional dos Designers de Produto (ADP) –<br />

Natasha Schlobach, Nina Coimbra, Simone Turíbio, Dimitri Lociks,<br />

Victor Leite, Rodrigo Erthal e Estevão Toledo –, e a indústria de<br />

iluminação brasileira foi representada por oito empresas.<br />

Destaque para as luminárias Fissura , design de Jacqueline<br />

Terpins para Luxion; Espectrum e Orbis , design de Bia<br />

Rezende para Lightsource; e Ubá , design de Ricardo Fahl para<br />

Omega Light.<br />

Que nosso design autoral tenha cada vez mais apoio para<br />

conquistar todo o espaço que merece! (Winnie Bastian)<br />

18


Lutron traz uma experiência de design<br />

imersiva para o LEDforum 2022<br />

Quando as comunidades de design de iluminação brasileira<br />

e internacional se reunirem em São Paulo em agosto para o<br />

LEDforum 2022, a Lutron Electronics estará lá, com uma<br />

experiência extraordinária com todo o dinamismo dos tons<br />

de branco.<br />

Este é um momento tão emocionante para estar na iluminação<br />

e a Lutron está entusiasmada em participar do LEDforum e se<br />

conectar com os incríveis talentos de design de iluminação no<br />

Brasil. “É ouvindo os desejos e frustrações da comunidade de<br />

design que identificamos o próximo problema que precisamos<br />

resolver e nossa solução mais recente para controle total dos<br />

tons de branco é um exemplo perfeito disso.”<br />

Como líder mundial em controle de iluminação, as inovações da<br />

Lutron em controle da luz com dimerização e também cortinas e<br />

persianas forneceram as ferramentas para lidar com restrições de<br />

projeto e ajudar os especificadores a alcançar visões de projeto cada<br />

vez mais criativas nos últimos 60 anos. Agora, eles desbloquearam<br />

um novo nível de controle de iluminação com ajuste de branco versátil<br />

e de alta qualidade, que permite que os designers de iluminação<br />

combinem perfeitamente a cor da luz do dia em ambientes internos,<br />

mesmo quando ela muda de um brilho dourado da manhã para um sol<br />

nítido do meio-dia e de volta ao crepúsculo âmbar.<br />

Descubra o que a Lutron preparou para o LEDForum, experimente<br />

nossa premiada solução de controle de iluminação que foi selecionada<br />

pela PITA Arquitetura para o prestigiado projeto do Complexo<br />

Educacional Inteli em São Paulo - uma instalação de ponta projetada<br />

para oferecer o ambiente certo para preparar uma geração de líderes<br />

com sede de conhecimento.<br />

Em 2022, os participantes do LEDforum têm a chance de explorar<br />

essa inovação em iluminação em primeira mão.<br />

Visite a Lutron no estande #21 e descubra o futuro da iluminação.


¿QUÉ PASA?<br />

LICHT KUNST<br />

LICHT 5<br />

O multipremiado escritório alemão Licht Kunst Licht,<br />

fundado em 1991 por Andreas Schulz, publica desde 2005 seus<br />

projetos concluídos na forma de livro.<br />

Lançado em junho, o quinto volume Licht Kunst Licht 5 –<br />

Lighting Design for Architecture é uma publicação abrangente,<br />

com 18 projetos apresentados em 340 páginas, que documenta<br />

a alta qualidade e a experiência técnica e, ao mesmo tempo,<br />

destaca a consistência com que a Licht Kunst Licht segue sua<br />

abordagem de design. “Entendemos a luz como parte integrante<br />

da arquitetura e sempre tentamos realizar nossos projetos com<br />

o mínimo de elementos possível para focar na atmosfera geral”,<br />

diz Andreas.<br />

De fato, a visão respeitosa e analítica do projeto arquitetônico<br />

ou do espaço construído existente forma uma base sólida para<br />

os conceitos estéticos, funcionais e tecnicamente sofisticados<br />

de lighting design do escritório. Projetos como a Esfera Oscar<br />

Niemeyer, em Leipzig; o Museu Nacional do Qatar, em Doha; e<br />

o Parlamento do Estado de Baden-Württemberg, em Stuttgart;<br />

podem ser conferidos em texto e imagens, com ilustrações de<br />

grande formato e comparações de vistas diurnas e noturnas.<br />

O departamento de desenvolvimento de luminárias também<br />

é destaque no novo volume e apresenta não apenas a<br />

competência em projetos de iluminação da Licht Kunst Licht,<br />

mas também sua especialização em design de produto.<br />

O livro foi desenvolvido em parceria com o estúdio polylog, de<br />

Colônia, e publicado pela av edition, de Stuttgart. (Thiago Gaya)<br />

Divulgação<br />

20


Divulgação<br />

¿QUÉ PASA?<br />

EM DOSE DUPLA<br />

Conceituada pelo designer Ricardo Fahl, head de produtos da<br />

Omega Light, a luminária pendente atmo conquistou o iF Design<br />

Award 2022 na disciplina Produto e na categoria Lighting.<br />

Desde 1954, a organização de design independente mais antiga<br />

do mundo, o iF – International Forum Design GmbH –, com<br />

sede em Hannover, Alemanha, organiza o iF Design Award.<br />

O júri, composto de 132 especialistas independentes do<br />

mundo todo, selecionou, dentre os 11 mil projetos inscritos de<br />

57 diferentes países, aqueles que mereciam o selo máximo do<br />

design mundial.<br />

Outra importante condecoração veio logo em seguida:<br />

o Design Plus, competição promovida pela Light + Building<br />

que destaca produtos por seu design inovador, tecnologia<br />

energeticamente eficiente e adequação ao futuro. Os 33 produtos<br />

vencedores, dentre 112 inscritos, serão apresentados em<br />

uma exposição especial durante a Light + Building, de 2 a 6 de<br />

outubro de 2022.<br />

O pendente atmo faz parte de uma linha de luminárias com<br />

design contemporâneo e consumo consciente. Com personalidade<br />

orgânica e arrojada, essa linha é estruturalmente<br />

desenvolvida com menos matéria-prima e recursos naturais.<br />

A peça concilia delicadeza e robustez e possibilita a escolha<br />

de distribuição luminosa direta ou indireta, de acordo com o<br />

resultado desejado.<br />

A conquista de dois dos mais importantes prêmios do<br />

design mundial são um reconhecimento ao caminho trilhado<br />

pela Omega Light, prestigiando o design autoral e a preocupação<br />

com a sustentabilidade. (Thiago Gaya)<br />

22


23


¿QUÉ PASA?<br />

CAMADAS DO PORTAL<br />

Este ano teve Euroluce presencial em Milão!<br />

Teve Salone del Mobile! E, claro, teve Fuorisalone…<br />

Dos registros e imagens de instalações, intervenções e<br />

eventos off-feira, um dos que mais chamaram a atenção foi<br />

Divided Layers, instalação criada pelo artista norte-americano<br />

Daniel Arsham para a marca Kohler.<br />

Desenvolvida para o pátio do Palazzo del Senato, a obra<br />

permite que os visitantes caminhem por uma passarela sobre um<br />

espelho-d’água, penetrando e atravessando as diversas camadas<br />

que compõem o portal, inspirado numa parceria anterior<br />

entre o artista e a marca para a criação de uma pia impressa<br />

em 3D.<br />

A partir do agigantamento de painéis e de sua disposição<br />

em proporção ao pátio e ao palácio, propicia-se uma experiência<br />

imersiva, em que se destacam as variações produzidas pela<br />

luz natural ao longo do dia, criando gradientes de branco e<br />

reflexos da água, além do efeito de espelhamento, impactante<br />

tanto de dia quanto à noite, com a luz artificial difusa da obra.<br />

Em sua divulgação pessoal, o artista dedicou a obra à cidade<br />

de Milão, dizendo que o portal leva “aonde quer que se deseje”.<br />

(Diana Joels)<br />

Jeff Stasney<br />

24


A TECNOLOGIA MUDOU, O MUNDO MUDOU E NÓS MUDAMOS<br />

Após um período de tantas transformações, apresentamos a nossa nova<br />

logomarca, que acompanhará nossa trajetória a partir de agora.<br />

O novo logo reflete essa mudança, marcada por grandes investimentos em produtos<br />

e processos, respeitando a essência que nos trouxe até aqui: atendimento aos<br />

clientes, o cuidado em cada projeto e a aptidão para desenvolvimento de<br />

soluções personalizadas.<br />

Nós, da CIA, oferecemos respostas simples para os mais complexos desafios.<br />

www.ciadeiluminacao.com.br<br />

/ciadeiluminacao<br />

/ciadeiluminacao_<br />

(11)3371-2333<br />

Associada


Divulgação<br />

26


¿QUÉ PASA?<br />

FAGULHAS ORGÂNICAS<br />

Como podemos comemorar de forma sustentável? O<br />

artista Daan Roosegaarde se inspirou na luz mágica dos vagalumes<br />

e no desejo de renovar o ritual culturalmente arraigado<br />

dos fogos de artifício. O resultado é SPARK, uma performance<br />

poética de milhares de fagulhas que flutuam organicamente no<br />

ar, apresentada em junho na primeira edição da conferência The<br />

Wellbeing Summit for Social Change, em Bilbao, Espanha.<br />

SPARK substitui métodos tradicionais e poluentes de celebração,<br />

tais como fogos de artifício, balões, drones ou confetes,<br />

por uma forma de celebração sustentável. Por meio da combinação<br />

de design e tecnologia, fagulhas feitas de materiais<br />

biodegradáveis ​são movidas silenciosamente pelo vento em<br />

constante mudança. No parque central da cidade espanhola, essa<br />

nuvem dinâmica de 50 metros evoca uma magia infantil para<br />

reconectar a comunidade. Com essa obra de arte de paisagem<br />

inovadora, Daan transforma nosso medo do futuro em encanto<br />

e curiosidade.<br />

“Para muitas pessoas, a situação atual parece restritiva,<br />

e os fogos de artifício tradicionais estão sendo proibidos em<br />

todos os lugares. SPARK Bilbao é um lugar de maravilhas que<br />

provoca reflexão e mostra uma nova alternativa sustentável de<br />

celebrarmos juntos”, afirma o artista. (Thiago Gaya)<br />

27


Dustin Yellin Studio and John Frattasi<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CAMADAS DE COMPLEXIDADE<br />

O artista nova-iorquino Dustin Yellin é conhecido por suas<br />

“Psicogeografias”, instalações tridimensionais compostas de<br />

uma sequência de vidros temperados planos, intercalados por<br />

recortes de papel em diferentes camadas. Vistas em conjunto,<br />

resultam em figuras tridimensionais, como que aprisionadas<br />

no vidro. Recortados sempre à mão, os conteúdos se originam<br />

de toda sorte de mídia impressa: revistas, enciclopédias etc.<br />

O resultado, além de muito poderoso visualmente, permite<br />

diversas leituras. Como a da passagem do tempo, já que a<br />

justaposição pressupõe camadas mais “recentes”, sobrepostas<br />

a outras. Ou à nossa memória, na qual lembranças recentes<br />

eclipsam outras mais antigas. Tempo, memória, esquecimento...<br />

conceitos que entram de supetão em nossa mente<br />

numa única visada. O que somos, senão um acumulado de<br />

memórias caóticas?<br />

Paradoxalmente, a característica que faz esse trabalho<br />

atraente é a mesma que dificulta sua iluminação. O vidro,<br />

transparente, em placas finas, torna-se um denso oceano à<br />

medida que elas se sobrepõem. Além disso, cada intervalo<br />

entre um vidro e outro tem potencial para gerar novos reflexos,<br />

dificultando a visão das camadas mais profundas.<br />

Assim, para exposição das obras de Yellin em seu próprio<br />

ateliê no Brooklyn, o artista e físico Matt Emmi, do escritório<br />

OneButton, propôs um sistema de iluminação, desenvolvido<br />

pela Ketra, subsidiária da Lutron, com possibilidade de ajuste<br />

de intensidade, temperatura de cor e matiz, dando ao autor<br />

a oportunidade de, por exemplo, reduzir a emissão de verde<br />

para deixar suas obras com um aspecto mais “natural”. Ou de<br />

distorcer radicalmente suas obras, ressignificando-as.<br />

“A luz é tão importante, sou realmente um louco por luz. Se<br />

não tiver luz sob essas obras, não se pode nem as ver. Sem a luz,<br />

estariam arruinadas”, definiu Yellin. (Gilberto Franco)<br />

28


29


©FrancescoCaredda<br />

©Tommaso Sartori<br />

©Mattia Balsamini<br />

¿QUÉ PASA?<br />

TRAJETÓRIA INOVADORA<br />

Uma escolha ousada: na última Milan Design Week, a<br />

Flos optou por celebrar seus 60 anos com uma instalação na<br />

Fabbrica Orobia, um espaço industrial de 6 mil m 2 fora do circuito<br />

principal do Fuorisalone. A mostra See The Stars Again foi uma<br />

verdadeira imersão no universo da marca, que deixou claro por<br />

que é tão icônica: investe forte não apenas em tecnologia, mas<br />

também no design – e nas histórias que ele é capaz de contar.<br />

E tem se dedicado a encontrar soluções cada vez mais ecologicamente<br />

amigáveis para seus produtos, assinados por nomes do<br />

quilate de Michael Anastassiades, Ronan & Erwan Bouroullec,<br />

Konstantin Grcic e Piero Lissoni, entre outros.<br />

Dentre os lançamentos, chama a atenção o pendente<br />

modular Almendra , de Patricia Urquiola: em cada elemento,<br />

um pino central (contendo a fonte luminosa LED) se<br />

conecta a duas aletas difusoras que distribuem a luz de<br />

maneira uniforme. O módulo pode ser montado de forma<br />

linear ou curva, numa estrutura que se assemelha a um galho<br />

combinando 3, 4 ou 6 luzes, voltadas para cima ou para baixo.<br />

O material também é digno de menção: as aletas são feitas<br />

de uma resina natural vinda do processo produtivo do papel<br />

– duplamente ecofriendly: não apenas é um biomaterial, mas<br />

também obtido de resíduo.<br />

O circuito se encerrava com a descoberta de um clássico<br />

revisitado: criada há 60 anos por Achille e Pier Giacomo<br />

Castiglioni, a Arco ganhou uma versão limitada, com base<br />

em cristal transparente no lugar do habitual mármore. A ideia<br />

era celebrar a essência desse projeto tão genial quanto revolucionário:<br />

o próprio arco. Além disso, originalmente o mármore<br />

havia sido escolhido para a base por ser pesado e resistente,<br />

mas com o passar dos anos ganhou uma conotação luxuosa<br />

que os designers não tinham em mente quando criaram a peça.<br />

Para melhorar, a transparência do cristal ainda revela a mecânica<br />

do produto e explica como ele funciona. Uma versão que os<br />

Castiglioni certamente aprovariam! (Winnie Bastian)<br />

30


31


¿QUÉ PASA?<br />

POESIA DA LEVEZA<br />

Winnie Bastian<br />

©Maxime Verret<br />

É tradição: todos os anos, durante a Milan Design Week,<br />

a Hermès ocupa o espaço de eventos La Pelota, no bairro de<br />

Brera, com suas instalações sempre instigantes, e que muitas<br />

vezes figuram entre os melhores eventos da semana de design.<br />

Dessa vez não foi diferente: para falar sobre leveza (tema<br />

explorado pela marca ao longo de 2022), os diretores artísticos<br />

Charlotte Macaux Perelman e Alexis Fabry idealizaram quatro<br />

construções que “brilhavam” em meio à penumbra proposital<br />

do espaço.<br />

Utilizando uma estrutura de madeira treliçada revestida com<br />

papel colorido translúcido, as torres eram iluminadas por dentro,<br />

e a luz, filtrada através da fina “casca” de papel, como nas<br />

lanternas japonesas. No interior de cada construção, o conceito<br />

de leveza se fazia presente nos displays de papel reciclado com<br />

pintura degradê e nos produtos expostos, como a luminária de<br />

mesa Coulisse, design de Tomás Alonso, formada por uma fina<br />

armação de bambu e tecido de paraquedas, tudo “abraçado” por<br />

um círculo de aço do qual emana uma luz suave.<br />

Leveza e beleza, em rima perfeita. (Winnie Bastian)<br />

©Hugo Mapelli<br />

32


A linha Conecta oferece grande<br />

liberdade de criação, com módulos<br />

retos ou curvos e perfeita distinção<br />

entre luz e sombra.<br />

Sociedade Harmonia de Tênis, São Paulo<br />

Iluminação: Franco Berriel Lighting Design<br />

www.lightdesign.com.br<br />

Design, inovação e tecnologia em iluminação desde 1974<br />

33


¿QUÉ PASA?<br />

PUREZA<br />

E TRANQUILIDADE<br />

© Shengliang Su<br />

O vencedor do Prêmio Radiance da 39ª Premiação da IALD,<br />

um dos mais prestigiados programas de premiação de Lighting<br />

Design do mundo, foi o escritório Beijing Puri Lighting Design<br />

Co., LTD., com o projeto de iluminação da Chamber Chapel, em<br />

Qingdao, Shandong, China.<br />

Repousando tranquilamente na pequena cidade de Qingdao<br />

Zangma, a capela complementa as colinas verdes e os ciprestes<br />

ao redor. À noite, uma luz branca e delicada emana de seu<br />

interior, expressando o caráter religioso do edifício. Um espelho-<br />

-d’água reflete a edificação iluminada e a movimentação de<br />

pessoas a seu redor.<br />

Três camadas de iluminação, com diferentes intensidades<br />

e cores, definem a volumetria da fachada frontal. Mais intensa<br />

no pináculo da torre, a luz vai se esmaecendo para baixo, até<br />

contrastar com as paredes laterais, bem mais claras. A entrada<br />

e o óculo elíptico da torre receberam iluminação em tonalidade<br />

quente, por meio de fontes lineares ocultas, o que proporciona<br />

sensação de acolhimento aos visitantes.<br />

As frestas das fachadas laterais, que diurnamente permitem<br />

a entrada de luz natural, receberam uma iluminação de<br />

tonalidade neutra, por meio de fontes lineares entre elas, que<br />

acompanham sua curvatura, criando um efeito etéreo de pureza<br />

e tranquilidade.<br />

Projetores de alta potência e facho concentrado, situados<br />

de ambos os lados do edifício, garantem iluminação uniforme<br />

às superfícies da fachada frontal uniforme que banha toda a<br />

superfície. Grelhas honeycomb foram colocadas, visando reduzir<br />

o ofuscamento aos pedestres.<br />

Vinte e dois projetos, em diferentes segmentos da arquitetura<br />

e provenientes de 11 países (com grande predominância de<br />

países orientais), foram premiados nesta edição nas categorias<br />

Excelência, Mérito ou Menções Especiais. (Gilberto Franco)<br />

34


35


ArchExist<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CUBOS DE GELO<br />

O Centro de Turismo Cultural da cidade de Xinxiang, na<br />

China, foi projetado para ser o ícone que representa o novo<br />

distrito turístico da cidade, dedicado aos esportes de inverno.<br />

Estima-se que todo o bairro, com suas instalações e suas lojas<br />

excepcionais, atraia muitos visitantes da cidade e das regiões<br />

vizinhas, e a ambição do projeto é criar um marco urbano forte o<br />

suficiente para unir todo o distrito.<br />

De autoria dos escritórios Zone of Utopia e Mathieu Forest<br />

Architecte, o conjunto em nada lembra um edifício clássico –<br />

sequer é possível calcular, visualmente, o número de andares. É<br />

uma escultura fora de escala, com cubos de gelo sobrepostos e<br />

deslocados entre si, em alegoria ao tema geral do bairro de lazer.<br />

Essa aparência simples torna-se sutil e complexa à medida<br />

que nos aproximamos dela: as fachadas de vidro têm uma textura<br />

que lembra uma infinidade de cristais de gelo translúcidos<br />

emaranhados, filtrando a luz e borrando parcialmente a visão do<br />

interior. Esses cristais capturam a luz e a devolvem, como que<br />

reproduzindo a luminosidade das diferentes horas do dia.<br />

Para conseguir esse efeito, os arquitetos não deixaram<br />

nenhuma estrutura de suporte visível. Os painéis de vidro das<br />

fachadas são suspensos por cabos de aço inoxidável e conexões<br />

mínimas. O cubo superior, mais transparente, abriga um local de<br />

contemplação e relaxamento, suspenso no céu.<br />

À noite, a iluminação aninhada nas próprias fachadas se<br />

funde com a que emana do interior, fazendo o edifício irradiar seu<br />

próprio brilho. Ao refletir nos espelhos-d’água, as imagens dos<br />

cubos atraem o olhar e iluminam a área em torno suavemente e<br />

com imensa poesia. (Gilberto Franco)<br />

36


37


Luke Hayes<br />

¿QUÉ PASA?<br />

DIVINA INSPIRAÇÃO<br />

BRUTALISTA<br />

Drama, muito drama. E encantamento também. Visitar a instalação<br />

criada por Lee Broom para a última semana de design<br />

de Milão e não sair impressionada era praticamente impossível.<br />

Comemorando 15 anos de sua marca, o designer inglês ocupou<br />

uma galeria no coração do bairro de Brera para apresentar seis<br />

novas linhas de luminárias – uma tipologia de produto que não<br />

lançava há quatro anos. E, a contar pelo resultado, a pausa foi<br />

bem-vinda.<br />

A mostra Divine Inspiration era composta de uma sequência<br />

de salas dramáticas – cada uma dedicada a uma coleção específica<br />

–, uma verdadeira experiência, inspirada em locais de culto.<br />

Nesse percurso, Broom explorava a ligação entre a luz e os lugares<br />

sagrados, evocando uma sensação de quietude, reverência e<br />

contemplação. “Comecei olhando para a arquitetura brutalista<br />

que me cercava quando criança; uma escola da arquitetura que<br />

amo. Aprofundando [a pesquisa], minha atenção se envolveu<br />

com locais de culto brutalistas, o que me levou a uma jornada<br />

fascinante de pesquisas de catedrais, templos e igrejas desde a<br />

Antiguidade até os dias atuais”, conta o designer.<br />

Ao todo, foram expostos 30 novos produtos em múltiplas<br />

configurações, acabamentos e materiais – desde carvalho entalhado<br />

e alumínio extrudado até gesso e Jesmonite (uma<br />

espécie de resina). “Eu queria criar uma coleção de iluminação<br />

que invocasse o mesmo sentimento de admiração e misticismo<br />

daqueles edifícios e seus interiores.” Dá para dizer que o objetivo<br />

foi alcançado com sucesso, não? (Winnie Bastian)<br />

38


desde 2015<br />

(11) 3213-1025 (11) 95880.1611 delisbr.com<br />

39


LIT DESIGN AWARDS 2022<br />

o lit design Awards nasceu para reconhecer e promover<br />

os mais expressivos trabalhos de designers internacionais<br />

de produto e iluminação.<br />

Nós acreditamos que iluminação é arte e ciência, assim<br />

como um dos elementos mais importantes do design.<br />

O LIT foi idealizado para celebrar a criatividade e a<br />

inovação no campo do lighting design e suas práticas.<br />

cAnAlejAs center MAdrid<br />

By Anoche Iluminación Arquitectónica<br />

Acropolis of Athens<br />

And MonuMents<br />

By Eleftheria Deko & Associates<br />

finAnciAl<br />

institution<br />

By Mingrone Iluminacao<br />

opteris chAndelier<br />

By Opteris Studio<br />

nAntong grAnd theAter<br />

By Tungsten Studio<br />

disolVer<br />

By EO project / Jésica Elizondo<br />

lisbon light<br />

By Miguel Arruda<br />

Arquitectos Associados lda<br />

O LIT Design Awards é hoje a comunidade de Lighting Design que mais cresce.<br />

www.litawards.com<br />

hAMMAM<br />

By Antonia Peón-Veiga<br />

Iluminación Arquitectónica


Case<br />

opcional


MILDRED<br />

PENINA<br />

NIMAI<br />

BRIGITE<br />

ANDRA<br />

LAVI<br />

NIKITA<br />

HIGH QUALITY<br />

*PMMA ALEMÃO<br />

**PC JAPONÊS<br />

NEVER GET YELLOW<br />

SILICON<br />

VALUE<br />

PCBA<br />

Desenvolvido<br />

Fabricado<br />

no Brasil<br />

*<br />

Solicite certificado<br />

30 ANOS<br />

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10 Anos construindo<br />

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UV. AMARELAMENTO<br />

ESTOQUE NO BRASIL


¿QUÉ PASA?<br />

UNDERWORLD<br />

A instalação Underworld, uma colaboração entre a light<br />

artist Aleksandra Stratimirovic e o trompetista Leonel Kaplan,<br />

alçou seu mais longo voo e passou por Cingapura, no festival<br />

i Light, após ser exibida na Suécia, na Finlândia, na Eslovênia, na<br />

Macedônia e na Áustria.<br />

Underworld é composta de formas luminosas dinâmicas que<br />

retratam um pequeno assentamento submarino imaginário. Feita<br />

de redes de pesca descartadas, recolhidas do fundo do mar pelo<br />

Sotenäs Marine Recycling Centre, a instalação visa aumentar a<br />

conscientização sobre a fragilidade do nosso ecossistema marinho<br />

e foi inspirada nos esforços de conservação marinha da<br />

comunidade local em Smögen, uma pequena vila de pescadores<br />

sueca à beira do mar Skagerak, onde foi exibida pela primeira<br />

vez em 2019.<br />

A experiência de Underworld é ampliada por uma trilha<br />

sonora composta de ecos da vida marinha e do coro da vida urbana,<br />

convidando quem interage com a obra a um exercício de<br />

“escuta submersa e ativa”, de acordo com Kaplan.<br />

O i Light Singapore é o principal festival internacional de<br />

luz realizado na Ásia. Nele são selecionadas instalações que<br />

prezam pelo uso de recursos com baixo consumo de energia e<br />

de materiais reciclados ou ecológicos, além de promover a conscientização<br />

sobre a sustentabilidade e incentivar a comunidade<br />

a adotar um estilo de vida ecologicamente consciente por meio<br />

de várias iniciativas. (Mariana Novaes)<br />

i Light Singapore presented by DBS<br />

44


LINHA<br />

LANÇAMENTO DA NOVA LINHA EVERGLOW NO LEDFORUM 2022<br />

embutir sobrepor spot<br />

www.everlight.com.br


46<br />

Marcelo Kahn


¿QUÉ PASA?<br />

“POR FIM, TUDO SE CONECTA”<br />

A FAU Mackenzie foi um presente desde a formação, passando<br />

pela construção de amizades que se tornaram referências<br />

ou que agregaram às relações de amizade, até as parcerias<br />

profissionais, os chefes ou os clientes.<br />

Na faculdade, Flavio Borsato e Mauricio Lamosa (o Bo e o La<br />

do estudiobola) compartilharam conosco algumas matérias, e<br />

nossas turmas se amalgamaram. Flavio cresceu na fábrica de<br />

móveis do pai e, em 2000, fundou a loja Adresse, convidando<br />

Mauricio a participar. A primeira loja, no Shopping D&D, foi<br />

iluminada pela Franco + Fortes quando Claudia (amiga de infância)<br />

e eu compúnhamos a equipe.<br />

A identidade da Adresse ficou tão associada ao desenho<br />

autoral dos dois que mais tarde decidiram fundar o estudiobola.<br />

E, nesse meio tempo, Claudia e eu fundamos a Lit.<br />

Como Lit, fizemos a primeira remodelação do charmoso<br />

galpão na Lapa, que até hoje abriga o showroom do estudiobola.<br />

Mais de uma década depois, temos orgulho em participar dessa<br />

reforma, numa etapa muito madura do estúdio, agora conhecido<br />

em todo o país e com peças produzidas e lançadas na Itália.<br />

O projeto de Gabriela Terni e Carolina Kfouri (Interni Arquitetura)<br />

foi muito cuidadoso em entender os anseios dos sócios:<br />

transformar o galpão num espaço sofisticado sem destruir sua<br />

identidade industrial.<br />

Longilíneo, ele possui só uma fachada envidraçada, fazendo<br />

a luz natural resultar unilateral e contrastante. No térreo, um ritmo<br />

intercalado de vigas verdadeiras e falsas funciona como um<br />

baffle, desenhado para ocultar os elementos de teto. Rasgos de<br />

luz difusa junto às vigas, combinados com a luz de uma lona tensionada<br />

ao fundo, anulam totalmente essa unilateralidade de luz.<br />

Entre vigas, projetores iluminam mobiliário e destaques.<br />

A mesma lógica foi utilizada no superior: luz indireta na<br />

cobertura branca, projetores sob as tesouras. As paredes laterais,<br />

de textura ou tijolos, foram delicadamente iluminadas desde<br />

rodapés técnicos.<br />

E todo o espaço funciona como uma tela branca, perfeita<br />

para receber a coleção do estudiobola. (Letícia Mariotto)<br />

47


CONCRETO<br />

E LUZ<br />

Texto: Emilia Ramos e Fernanda Carvalho<br />

Fotos: Maíra Acayaba<br />

Gilberto Franco é apaixonado por arquitetura. A maneira que<br />

o espaço se constrói por meio dos materiais, das geometrias e dos<br />

volumes, assim como as formas resultantes das combinações<br />

dos elementos construtivos despertam sua inventividade.<br />

A sede social da Sociedade Harmonia de Tênis, projetada<br />

pelo arquiteto Fábio Penteado em São Paulo, é um caso em que a<br />

forma arquitetônica virou tela para Gil pintar as suas soluções de<br />

iluminação. O ponto de partida para seu projeto foi a luz natural<br />

que penetra no espaço, assim como a clareza com que Fábio<br />

resolveu o programa por meio de uma única solução estrutural.<br />

O volume retangular da sede tem uma cobertura marcante<br />

de grelha estrutural de concreto aparente, sustentada por apenas<br />

12 pilares. A retícula modular estrutural gera vãos com pequenos<br />

domos zenitais, por onde, durante o dia, entra uma luz suave.<br />

Ao lado, os domos vistos por baixo mostram a solução criada<br />

para acrescentar luz artificial ao elemento de iluminação zenital.<br />

Gil propôs um sistema composto de um módulo quadrado<br />

alimentado por um único ponto de elétrica. Desse módulo se<br />

acendem duas “quinas” do quadrado, porporcionando uma luz<br />

difusa complementar à natural. Sistema modular ; 3.000 K;<br />

CRI > 90; DALI.<br />

48


49


O que encantou Gil foi a dosagem perfeita da luz natural<br />

que vem desses pequenos domos. A solução para a luz artificial<br />

do espaço veio do desejo de reproduzir à noite esse mesmo<br />

efeito. Assim como a modulação dos domos que se repetem,<br />

ele desenhou uma estrutura quadrada composta de duas<br />

quinas com luz direta difusa, somadas a eventuais efeitos de<br />

luz pontual, emitida por pequenos projetores que fazem brilhos<br />

complementares no centro das mesas do restaurante e nos<br />

ambientes de estar. O resultado é que o teto está totalmente<br />

iluminado, mas sem chamar a atenção, participando, portanto,<br />

do espaço.<br />

Uma grande preocupação do projeto foi encontrar a luz mais<br />

adequada ao tingimento do concreto. Assim, foram realizados<br />

testes com diversas soluções e vários equipamentos, bem como<br />

ajustes no desenho, para escolher o melhor resultado, que levou<br />

em consideração a justa distribuição da luz, a reprodução de cor<br />

e o desenho. Então, o casamento entre luz e concreto aconteceu.<br />

Os espaços sob a cobertura são configurados por patamares<br />

cujos desníveis são vencidos por pequenos lances de escadas.<br />

A solução de luz é a mesma para todos os ambientes de<br />

convivência, e cada configuração e uso pode ser particularizado<br />

pela dimerização da luz difusa e pela adição de luz pontual.<br />

Justo equilíbrio entre a iluminação do ambiente e o brilho<br />

discreto no centro das mesas do restaurante.<br />

Sistema modular ; 3.000 K; CRI > 90; DALI.<br />

50


A dimerização, minuciosamente controlada, foi ajustada<br />

para atender aos diversos ambientes: passagem, estar,<br />

comer, jogar. O controle da iluminação é em protocolo DALI,<br />

escolha tecnicamente viável para aproveitar os caminhos da<br />

infraestrutura seca existente. O dimensionamento enxuto dos<br />

cabos de elétrica foi uma das premissas limitantes do projeto<br />

de iluminação.<br />

Na recepção, situada no patamar mais baixo do volume<br />

e abaixo do mezanino, onde existe uma laje plana, foram<br />

mantidas as simpáticas luminárias originais do projeto. As<br />

obras de arte receberam destaque com uma iluminação técnica<br />

e muito precisa. Novamente, o uso de um sistema modular<br />

permitiu organizar a solução em uma estrutura racionalizada e<br />

visualmente muito limpa.<br />

Acima, à esquerda, o ambiente de estar, com a iluminação<br />

escondida nos nichos da cobertura. Na foto superior, à direita,<br />

podemos ver como a solução linear ficou discreta na laje plana,<br />

deixando em evidencia as luminárias existentes.<br />

Na imagem inferior à esquerda, o detalhe da solução.<br />

Sistema modular ; 3.000 K; CRI > 90; DALI.<br />

51


Conversando sobre o processo de projeto, uma fala do<br />

lighting designer nos chamou a atenção: “Um clube se compõe<br />

de muitos clientes…”. É possível imaginar que aqui tudo foi<br />

bastante negociado, dosado, dialogado e testado. Ele nos relata<br />

que fez incontáveis visitas ao local durante todo o processo de<br />

projeto, que incluiu reuniões com representantes variados e<br />

a equipe técnica do clube, além de muitos testes de luz com<br />

diversos fornecedores.<br />

Seguimos o passeio com Gil, passamos pela quadra, pela<br />

varanda e pelo jardim. A voz mansa dele vai nos narrando as<br />

soluções do projeto de forma delicada, demonstrando um<br />

certeiro equilíbrio entre algumas soluções mais simples, de<br />

baixo orçamento, e outras mais técnicas e precisas, que exigiam<br />

equipamentos mais sofisticados, todas cumprindo muito bem<br />

sua função.<br />

O efeito do conjunto é bastante agradável. A estrela do<br />

lugar é, sem dúvida, a sede, rodeada por espaços adjacentes,<br />

circundados por um jardim iluminado com precisão. Gil nos<br />

conta que gosta mesmo é de estar nesse papel de recriar<br />

o espaço da arquitetura por meio da luz que participa da vida<br />

do lugar.<br />

Acima, transição dos ambientes externos e internos da sede<br />

principal. Destaque para a iluminação da escada e do piso<br />

da piscina, resolvida no interior da última fileira de nichos<br />

da cobertura.<br />

Na página ao lado, acima, o piso da piscina foi iluminado<br />

de modo a deixar a empena de concreto livre de luminárias.<br />

Abaixo, vista geral da sede principal e de seus desníveis.<br />

52


SEDE SOCIAL DA SOCIEDADE<br />

HARMONIA DE TÊNIS<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Franco Berriel Lighting Design<br />

Gilberto Franco (arquiteto titular)<br />

Patricia Cavalcanti (arquiteta colaboradora)<br />

Projeto de arquitetura original:<br />

Fábio Penteado<br />

Projeto de revitalização e<br />

acompanhamento de complementares:<br />

Tito Livio Frascino<br />

Cliente:<br />

Sociedade Harmonia de Tênis<br />

Fornecedores:<br />

Light Design+Exporlux, Lumini,<br />

Steluti (Lutron)<br />

53


54


LUZ<br />

PRA CACHORRO<br />

Texto: Gilberto Franco<br />

Fotos: Pedro Mascaro<br />

“Conectar sem causar estranheza” – assim a arquiteta e<br />

lighting designer Junia Azenha definiu o projeto da Foco Luz e<br />

Desenho para a Zee.Dog Temple, um caixote translúcido com<br />

três pavimentos e uma cobertura. Inaugurado no final de 2021,<br />

destina-se a oferecer “experiências inusitadas à comunidade da<br />

marca” – nas palavras de seus fundadores. O edifício funciona<br />

também como gigantesca vitrine para os produtos que a marca<br />

comercializa online, basicamente voltados ao mundo canino.<br />

Se causou estranheza ao leitor essa conexão de ideias aparentemente<br />

tão distantes, estamos no caminho certo: a nada<br />

modesta abordagem dos criadores da marca preconiza um lugar<br />

que tenha o aspecto de um museu e seja um ponto de conexão<br />

entre cachorros e humanos, a casa da comunidade de pessoas<br />

que se identificam com o lifestyle da marca.<br />

”Um espaço que se assemelhasse a um museu”, esse era o<br />

briefing do cliente para o arquiteto. Uma empena cega de<br />

concreto, solta do chão por um nicho luminoso, guia humanos<br />

e cachorros para o fundo, onde, numa parede de policarbonato<br />

translúcido retroiluminados, situa-se a entrada.<br />

Vários testes em mockups foram necessários até que se<br />

conseguisse a perfeita difusão de luz nessa parede.<br />

Outro acesso conduz ao subsolo, onde uma espécie de “praça<br />

de esportes” oferece atividades lúdicas a cães e donos.<br />

55


Com layout em “O” em torno de uma mesa central e mercadorias na parede, a proposta<br />

dos arquitetos para a área do térreo era de um ambiente absolutamente cenográfico,<br />

onde nenhuma luz escapasse, o que exigiu controle absoluto de fachos e do ofuscamento.<br />

As mercadorias recebem iluminação direta de projetores orientáveis no teto. Todos os<br />

contornos são demarcados por nichos suavemente iluminados.<br />

A resposta do projeto de iluminação a essa proposição<br />

veio bem à altura. Não se tratava apenas de corresponder<br />

funcionalmente aos desafios que lhes foram apresentados, mas<br />

também de levar ao limite os recursos da linguagem da luz para<br />

que esta realmente expressasse os conteúdos subjacentes à<br />

marca, além de se amalgamar totalmente à arquitetura.<br />

Visto da rua, o edifício com aspecto de museu logo chama<br />

a atenção por sua fachada translúcida recuada e pelo duplo<br />

acesso: um mais largo e convidativo, acompanhando o terreno<br />

para o subsolo, onde funciona uma espécie de parque para<br />

atividades de cães e donos; e outro mais estreito, na forma<br />

de uma passarela que leva ao nível térreo, onde começará a<br />

inusitada “experiência”.<br />

Iluminadas, as paredes de fundo (4.000 K) amenizam um<br />

pouco o caráter dramático deste ambiente. A escolha dessa<br />

temperatura de cor está relacionada à integração entre diferentes<br />

ambientes do edifício, como se verá nas próximas imagens.<br />

56


De fato, o ambiente que encontramos é todo de acabamentos<br />

escuros, aprisionando toda a luz e fazendo ressaltar apenas<br />

os objetos e os produtos da marca. A luz nesse local é toda<br />

contida, embutida nos elementos arquitetônicos, desenhando<br />

apenas o que é para ser visto.<br />

À esquerda, sempre dentro da proposta de “conectar cachorros<br />

e pessoas”, a marca aposta na criação de um ambiente<br />

inusitado e totalmente diferente do que se encontraria em pet<br />

shops tradicionais. A iluminação é parte dessa experiência de<br />

transposição para bem longe do óbvio.<br />

Abaixo, para garantir boa iluminação difusa na mesa central<br />

e ainda preservar o caráter dramático da área em torno dela,<br />

as arquitetas aplicaram lona tensionada translúcida, bastante<br />

recuada no elemento de teto, evitando que a luz vazasse.<br />

Microprojetores garantem dramaticidade às peças iluminadas.<br />

57


Se o pavimento térreo é o “canino”, acima deste está o<br />

pavimento “humano”: numa parceria com importantes marcas,<br />

a loja apresenta e comercializa roupas e acessórios esportivos<br />

para seres da nossa espécie. Só que aqui os acabamentos são<br />

todos brancos, o oposto do que se tinha embaixo; e justamente<br />

nessa transição é que reside a sabedoria do projeto de<br />

iluminação. Para contrabalançar a “estranheza” de se sair de um<br />

ambiente de superfícies totalmente absorventes para outro de<br />

superfícies claríssimas, foi proposta uma variação drástica de<br />

temperatura de cor entre um e outro: enquanto o andar “canino”<br />

está com 4.000 K, o “humano” está com 2.500 K. Ao deixar<br />

a tonalidade mais vívida no ambiente contrastado, e a mais<br />

rebaixada no ambiente branco, a transição entre um e outro<br />

resulta bem mais branda.<br />

O pavimento da cobertura – literalmente o “roof” top –,<br />

que funciona como espaço de eventos e celebrações, é<br />

sempre iluminado por barras de LED ocultas sob os bancos. É<br />

relevante dizer também que, em certo momento, as designers<br />

se preocuparam em criar efeitos de luz localizados em alturas<br />

medianas, adequados à escala dos... cachorros, ora!<br />

As imagens desta página e as da seguinte são todas do primeiro<br />

pavimento – o que vende produtos para “humanos” (em<br />

parceria com marcas esportivas). Para amenizar o impacto<br />

decorrente da radical mudança de acabamentos, as designers<br />

adotaram a igualmente radical mudança de temperatura de cor,<br />

que passa a ser de 2.500 K neste piso. Vale a pena comparar<br />

estas imagens com as das páginas anteriores.<br />

Abaixo, à esquerda, um domo de iluminação artificial difusa<br />

banha um jardim seco e complementa a iluminação das<br />

araras ao fundo. À direita e na página ao lado, fitas flexíveis<br />

acompanham a sinuosidade das curvas e emprestam luz geral ao<br />

ambiente. Pontos “invisíveis” de luz acentuam locais de interesse.<br />

Acima, na página ao lado, imagens do subsolo e do “roof” top,<br />

ambientes em que se conectam cachorros e humanos.<br />

58


ZEE.DOG TEMPLE<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação:<br />

Foco Luz e Desenho<br />

Ana Karina Camasmie e Junia Azenha<br />

(arquitetas titulares)<br />

Adriana Leite, Camila Concer, Henrique<br />

Bregantin, Laura Assef e Ivone Szabó<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

B.co arquitetura<br />

Patricia Batista (arquiteta titular)<br />

Fernanda Vasconcellos (colaboradora)<br />

Cliente:<br />

Zee.dog<br />

Fornecedores:<br />

Lightsource, Luxion, Tensoflex<br />

59


VENTOS TRAZEM MUDANÇAS<br />

Texto: Diana Joels | Fotos: Federico Cairoli<br />

60


Fachada da Antel Arena em Montevidéu, Uruguai, toda dividida<br />

em painéis de 60cm de largura por 4 m de altura (ou 6 m,<br />

conforme o setor).<br />

Agrupando-se cinco luminárias por canal DMX, geram-se pixels<br />

de 3 m de largura por 4 m (ou 6 m) de altura.<br />

61


No entorno da Arena há um grande parque, com quadras,<br />

áreas recreativas, verdes e esportivas. O projeto se desenvolveu<br />

para cada área específica, com tipologias próprias. Para os<br />

espaços contemplativos, uma iluminação mais suave por meio<br />

de balizadores; para as áreas infantis, postes com projetores de<br />

facho médio para gerar efeitos de sombra nos pisos coloridos.<br />

O edifício da Antel Arena que vemos nas imagens desta<br />

matéria apresenta diferenças cruciais em relação à proposta<br />

vencedora do concurso realizado para seleção do projeto de<br />

arquitetura para equipamento esportivo e cultural a ocupar nove<br />

quarteirões de uma área periférica de Montevidéu.<br />

A arena em si, patrocinada pela empresa nacional de<br />

telecomunicações do Uruguai, corresponde a dois desses quarteirões<br />

e foi concebida com um estádio multifuncional altamente<br />

versátil, onde hoje ocorrem os principais shows na cidade, além<br />

de eventos esportivos.<br />

Ricardo Hofstadter, Joel Fregosi e a equipe do Estudio<br />

Hofstadter colaboraram com o escritório Bacchetta Flores<br />

Carámbola Arquitectos desde o desenvolvimento do projeto<br />

apresentado para o concurso até a entrega final.<br />

Durante a fase de concurso, quando os arquitetos<br />

propuseram uma fachada translúcida para o imponente projeto<br />

de volumetria única, Ricardo desenvolveu um conceito de “caixa<br />

mágica de luz”, a partir de uma solução de fachada luminosa.<br />

No projeto apresentado, esta solução consistia em uma<br />

camada única de policarbonato, especificamente painéis<br />

Danpalon, a serem iluminados por trás, com luz branca e<br />

variações de temperatura de cor.<br />

62


Zona de acesso iluminada por elementos sobrepostos aos planos<br />

verticais laterais, com projetores de facho fechado equipados<br />

com LEDs de alta potência de dois tipos: 14 o , 115 W, 3.000 K,<br />

9.500 lm mínimo, IRC > 80; e 18 o , 86 W, RGB, 3.600 lm<br />

(em 100%).<br />

Durante a etapa executiva, já iniciado o processo construtivo,<br />

cálculos de resistência aos ventos concluíram que uma fachada<br />

baseada em uma única camada dos painéis não funcionaria.<br />

Desenvolveu-se então uma nova solução, que consiste em<br />

um sanduíche com duas camadas de painéis e uma estrutura<br />

de alumínio.<br />

Os testes para verificação do efeito de luz nessa nova<br />

configuração construtiva conduziram a uma nova solução de<br />

iluminação: com luminárias integradas ao sanduíche, lineares,<br />

nas duas extremidades para garantir a uniformidade necessária<br />

para o efeito “caixa mágica”.<br />

Uma vez aprovada essa solução, com base nos testes,<br />

representantes da Antel levantaram a pergunta: “Por que<br />

não cores?”, dentro da uma perspectiva que muitos de<br />

nós conhecemos: já que estamos fazendo um investimento<br />

alto na iluminação da fachada, por que não ampliar<br />

suas possibilidades?<br />

Foi diante dessa demanda, argumentando que se tratava<br />

de uma ampliação de escopo com características criativas e<br />

artísticas que fogem às suas áreas de atuação, que o Estudio<br />

Hofstadter propôs a contratação complementar de uma<br />

lighting designer com expertise em composição dinâmica e<br />

programação de iluminação efêmera. Assim, entrou em cena a<br />

iluminadora argentina Eli Sirlin.<br />

Durante uma semana no local, Eli e uma equipe<br />

especializada programaram as cenas que se veem na fachada,<br />

bem como uma sequência específica para o espetáculo de luz<br />

e música que ocorreu na inauguração. Cada canal DMX dessa<br />

programação abarca cinco luminárias, gerando pixels de até<br />

3 m × 6 m. No dia a dia da arena, além de cenas de cor fixa,<br />

há composições de cores.Inspiradas nas bandeiras dos times<br />

que ocupam o estádio, nas celebrações de feriados e nas<br />

atrações dos muitos eventos que acontecem, as cores acabam<br />

por expressar as atividades e estabelecer uma comunicação<br />

contínua com o entorno.<br />

63


64<br />

Circulação interna: downlight profundo de sobrepor, tipo<br />

darklight, com facho medio 40 o , equipado com LED de alta<br />

potência 36 W e 3.300 lm mínimo, 3.000 K e IRC > 80.


Analogamente ao efeito de grande luminária que acontece<br />

na paisagem externa, a iluminação da fachada produz um efeito<br />

muito presente nas circulações internas. A área da quadra em<br />

si é totalmente isolada, e sua solução de iluminação segue<br />

critérios técnicos. É relevante mencionar que os equipamentos<br />

da solução executada foram definidos por uma concorrência<br />

de preços muito eficiente e transparente. A primeira etapa,<br />

eliminatória, consistiu na apresentação de ofertas técnicas pelos<br />

fabricantes, para nivelação e equiparação da fase seguinte, que<br />

aconteceu ao vivo, com os concorrentes em diferentes salas,<br />

simultaneamente apresentando e revisando suas ofertas de<br />

preço. Analogamente a um leilão, porém sem contato entre os<br />

concorrentes, esse processo garantiu valores de compra muito<br />

competitivos, respeitando-se os critérios definidos em projeto<br />

salvaguardados na primeira etapa.<br />

A qualidade de execução das soluções de iluminação<br />

também tem equivalente na acústica. Trata-se de um<br />

equipamento excelente para shows e sem vazamento para o<br />

exterior, a partir de um projeto acústico muito bem resolvido<br />

e executado, fazendo da Arena o principal local para grandes<br />

shows em Montevidéu.<br />

O impacto de seu intenso uso – tanto para eventos culturais<br />

com público de toda a cidade quanto do parque cotidianamente<br />

pela população local – produziu uma modificação no bairro em si,<br />

onde anteriormente não havia nenhum polo cultural e recreativo.<br />

No interior do estádio, são 76 luminárias de 1.160 W<br />

com múltiplas ópticas para a quadra e 24 luminárias de<br />

250 W para a arquibancada, com sistema de controle DMX e<br />

programação de cenas para os múltiplos usos previstos: shows,<br />

futebol de salão, limpeza, entretenimento durante eventos<br />

esportivos e basquete com níveis de iluminância de acordo com<br />

os padrões definidos pela NBA.<br />

65


66


Entorno iluminado com balizadores de 1 m de altura com<br />

emissão 360 o equipados com LED de alta potência, 15 W,<br />

700 lm, 3.000 K, IRC > 80, IP 65, IK 10.<br />

Fachada com luminárias lineares integradas, equipadas<br />

com LEDs RGBW (4.000 K), 20 W, 6 o .<br />

Nas áreas externas, luminárias integradas a postes, equipadas<br />

com LED de alta potência, 46 W, 3.580 lm mínimo, 3. 000 K,<br />

IRC > 75.<br />

Que os ventos soprem favoráveis do sul, a ponto de trazer<br />

para nossa terra as inspirações dos elementos que se<br />

destacaram no processo desse projeto: concurso de prestígio;<br />

desenvolvimento de projeto por restrições técnicas que não<br />

comprometem a conceituação; concorrência para aquisição<br />

de equipamentos limpa, transparente e eficaz; execução com<br />

elevado padrão técnico, garantindo qualidade do espaço e das<br />

soluções desenvolvidas.<br />

Tudo isso de modo a que o resultado seja compatível com<br />

o conceito e a qualidade do projeto original, ainda que tão<br />

diferente. Consequentemente, garantindo inequívoco impacto<br />

social local.<br />

ANTEL ARENA<br />

Montevidéu, Uruguai<br />

Projeto de iluminação:<br />

Estudio Hofstadter<br />

Ricardo Hofstadter, Joel Fregosi,<br />

Florencia Revello<br />

Programação – Fachada:<br />

Eli Sirlin<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Bacchetta Flores Carámbola Arquitectos<br />

Pablo Bacchetta, José Flores,<br />

Rodrigo Carámbola<br />

Cliente:<br />

Antel – Administração Nacional<br />

de Telecomunicações – Uruguai<br />

Fornecedores:<br />

Ares, Castaldi, Disano, Dled (fachada),<br />

Lumenpulse, Philips (quadra e esplanada<br />

de acesso), Simes, Zumtobel<br />

67


GRANDE NUVEM ACESA<br />

Texto: Gilberto Franco | Fotos: Henrique Queiroga<br />

A sede da recém-criada plataforma Robbyson foi implantada<br />

numa laje retangular de 1.100 m² com uma extensa abertura para o<br />

Parque Municipal Américo Renné Giannetti – uma das principais<br />

áreas verdes de Belo Horizonte. A Robbyson é uma plataforma digital<br />

de gestão de pessoas em empresas que se vale de uma<br />

diversidade de recursos, tais como inteligência artificial e gamificação<br />

para promover a integração de pessoas (jovens, em sua<br />

maioria) em ambientes corporativos.<br />

O projeto de interiores do escritório Óbvio Arquitetura<br />

buscou refletir, em seu desenho, os conteúdos propostos<br />

pela empresa a seus clientes. Foram adotadas premissas que<br />

estimulassem intensa colaboração entre pessoas, imersão<br />

numa atmosfera de contemporaneidade e tecnologia, poucas<br />

barreiras e uma profusão de estímulos visuais que remetessem<br />

à marca e ao DNA da empresa.<br />

68


Coube ao projeto de iluminação processar essas informações,<br />

traduzindo-as em sua linguagem, e um dos aspectos logo<br />

percebidos por Mariana Novaes, da Atiaîa Design, refere-se à<br />

própria arquitetura do edifício, cuja extensa face envidraçada<br />

voltada a nordeste (e ao parque) provoca, sobretudo durante a<br />

manhã, uma inundação de luz natural, por vezes até duplicada<br />

por elementos de teto espelhado, que reflete o parque, ou pelos<br />

acabamentos claros da paleta de interiores.<br />

Na página ao lado, prateleiras de apoio abaixo das vigas<br />

escondem fitas de LED de 9,6 W/m, 4.000 K que “acendem”<br />

o teto, contrabalançando a luminosidade vinda da janela.<br />

Um espelho no teto reflete a imagem do parque.<br />

Acima, fitas de LED 9,6 W / 4.000 K com difusor de tampa alta,<br />

integram-se ao desenho de interiores. Dominado pela abundância<br />

de luz natural, o teto é recheado de elementos pendentes e soltos;<br />

acima deles, a “nuvem acesa”, como definido pela arquiteta.<br />

69


Se, por um lado, a vista do parque e a luz natural são<br />

importantes elementos energizadores do trabalho colaborativo,<br />

a abundância de luz vinda de uma única direção pode até<br />

incomodar, mesmo quando filtrada por persianas, cortinas etc.<br />

Mariana valeu-se então de diferentes recursos de iluminação<br />

indireta, ora em prateleiras de apoio coladas às vigas aparentes,<br />

ora criando saídas de luz acima de luminárias pendentes,<br />

equilibrando, com a luz artificial, a unilateralidade da luz natural.<br />

Assim, o ambiente luminoso resulta neutro, o que contribui para<br />

o conforto visual, no que chamou de “grande nuvem acesa”.<br />

Iluminação integrada ao mobiliário e à arquitetura, somada a alguns<br />

elementos de expressão própria, como pendentes luminosos<br />

esféricos e luminárias de sobrepor circulares em paginações aleatórias,<br />

provém o chamado “play of brilliance” desejado.<br />

Na imagem acima, área onde a luz natural não predomina<br />

tanto, percebemos a luz difusa que emana do teto, criando<br />

contiguidade luminosa. Fitas de LED flexíveis (2.700 K) soltam<br />

entre si os planos sinuosos, dando ênfase a seus desenhos.<br />

Luminárias esféricas (acima, na página ao lado), lineares e<br />

circulares (ao lado, à esquerda), em desenhos randômicos,<br />

dão movimento e vivacidade ao ambiente. Ao fundo da<br />

imagem acima, na página ao lado, fitas flexíveis de LED<br />

(4.000 K) soltam as paredes das saletas de reunião,<br />

gerando tridimensionalidade.<br />

A mudança de cores no piso sinaliza a mudança de uso desse<br />

ambiente, o que é acompanhado pela iluminação: na área de<br />

trabalho, pendentes e luz direta e indireta; na área do balcão,<br />

detalhes de iluminação contornam as superfícies sinuosas.<br />

70


SEDE ROBBYSON<br />

Belo Horizonte, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Atiaîa Lighting Design<br />

Mariana Novaes (arquiteta titular)<br />

Camila Rocha e Pedro Ferreira<br />

(colaboradores)<br />

Bárbara Oliveira, Elisa Campos e<br />

Pedro Leão (estagiários)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Óbvio Arquitetura<br />

Anala Domingues e Luciana Araújo<br />

(arquitetas titulares)<br />

Cliente:<br />

Robbyson<br />

Fornecedores:<br />

Interpam, Lemca, Lumicenter,<br />

Luxion, Tensoflex<br />

71


THE CIRCLE IS NOT ROUND<br />

Texto: Gilberto Franco | Fotos: Andrés Otero<br />

72


Primeira visão do visitante à exposição Judeus no Brasil: histórias<br />

trançadas, esta imagem é um espetacular resumo do que a<br />

iluminação nos “diz”. O arranjo orgânico de luminárias retilíneas –<br />

concêntricas, mas não tanto – traz com força uma única palavra:<br />

DIÁSPORA. Mas logo o perfeito equilíbrio de todas as luminâncias<br />

do ambiente nos dá acolhimento. Eis narrado, apenas com a luz,<br />

todo o conteúdo que leremos e veremos.<br />

73


Inaugurado em 2021, o Museu Judaico de São Paulo foi<br />

implantado no edifício onde outrora funcionara a tradicional<br />

Sinagoga Beth-El, acrescida de um anexo envidraçado que<br />

se debruça espetacularmente sobre o vale do Saracura, onde<br />

passa, imponente, a Avenida Nove de Julho.<br />

Destinado a transmitir e perpetuar aspectos da cultura<br />

judaica, o museu possui duas salas de exposições permanentes,<br />

uma na nave da sinagoga propriamente dita, outra no subsolo<br />

desta, apoiada sobre um piso novo e esgueirada por entre os<br />

arcos estruturais que sustentam aquela.<br />

Toda a mostra é dimerizável e fixada em 3.000 K, exceto as<br />

linhas da “diáspora”, que têm uma ruptura inesperada, estando<br />

em tênues e surpreendentes 2.000 K, o que acaba reforçando<br />

seu caráter pictórico na composição visual.<br />

74


Abaixo desse piso, tem-se ainda mais um subsolo, destinado a<br />

exposições temporárias. É sobre a sala do meio, onde acontece<br />

a exposição permanente intitulada Judeus no Brasil: histórias<br />

trançadas, que vamos falar, mas antes vale esclarecer que<br />

o projeto de iluminação das áreas comuns do museu (café,<br />

circulações, vazios etc.) esteve a cargo do Estúdio IX, cabendo ao<br />

escritório Fernanda Carvalho a iluminação das salas expositivas.<br />

O projeto expositivo de Felipe Tassara para essa sala valeu-<br />

-se da interferência causada pelos grandes arcos, num espaço<br />

de pé-direito bastante comedido, criando um grande e sinuoso<br />

painel expositivo que vai se esgueirando, como pétalas de uma<br />

grande flor, ao redor deles. Isso, além de multiplicar a área de<br />

exposição, desconstruiu a eloquente presença da estrutura<br />

existente, reorganizando o espaço numa forma convidativa para<br />

receber exposições. Ao centro dessa “flor”, um móvel-vitrine<br />

circular completa a conotação simbólica, representando uma<br />

origem, a partir da qual ocorreria a diáspora do povo judeu para<br />

os diferentes recônditos do espaço sinuoso.<br />

Aqui começa o primeiro gesto corajoso de Fernanda, que<br />

logo entendeu que a geometria de desenho para a iluminação<br />

geral deveria levar em conta essa simbologia subjacente. Mas<br />

não literalmente. Assim, as luminárias foram dispostas num<br />

desenho centrífugo inexato, causando a primeira surpresa<br />

visual ao visitante. Mas logo seus olhos deparam com uma<br />

sutil fresta luminosa, que acompanha a sinuosidade do painel,<br />

separando o plano vertical do horizontal. Proposta pelo projeto<br />

de iluminação, essa fresta foi cuidadosamente dimerizada, de<br />

modo a se equilibrar com a luminância dos painéis expositivos,<br />

estes com uma iluminação perfeitamente homogênea.<br />

Muitas foram as associações surgidas com a experiência<br />

desse projeto de luz, por exemplo, a frase do título, tirada da<br />

abertura do filme Antes da chuva, e que não consigo explicar<br />

nesse espaço. Ou os “bichos” de Lygia Clark, pela poesia<br />

emanante do binômio organicidade/rigidez.<br />

Acima, à esquerda, primeiro croqui da exposição indicando os<br />

pendentes luminosos. Posteriormente, num apuro de desenho,<br />

foram mantidos apenas aqueles que compunham o desenho<br />

concêntrico. Os que apontavam em direções alheias ao desenho<br />

existem apenas com suporte de projetores, sem emanar luz alguma.<br />

Acima, para destacar o plano horizontal do vertical, originalmente<br />

solidarizados, a lighting designer propôs que se soltassem<br />

fisicamente um do outro, para que pudessem receber iluminação<br />

entre eles, por meio de fita de LED flexível e dimerizável.<br />

75


76<br />

Acima, e na página ao lado, sobre os pendentes da “diáspora”,<br />

aninham-se projetores para iluminar as superfícies horizontais<br />

e verticais expostas. Em vez de banhar tudo com um único<br />

sistema, foram utilizados projetores “especializados”: facho<br />

elíptico para os planos horizontais e wallwashers para os<br />

verticais, tudo dimerizado independentemente.<br />

As áreas de circulação receberam iluminação por trilhos que se<br />

esgueiram entre vigas.


MUSEU JUDAICO DE SÃO PAULO<br />

Exposição Judeus no Brasil:<br />

histórias trançadas<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Fernanda Carvalho (arquiteta titular)<br />

Charly Ho e Luana Alves (colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Botti Rubin<br />

Projeto de Museografia:<br />

T+T Projetos<br />

Felipe Tassara, Iara Ito e<br />

Tania Mara Menecucci<br />

Fornecedores:<br />

Lemca, Lucchi, Lumicenter, O/M,<br />

Omega Light<br />

77


78<br />

O dragão recebe iluminação residual dos embutidos no forro,<br />

equipados com módulo LED 40°, 28 W, 2.552 lm, 3.000 K e dos<br />

projetores integrados ao paisagismo, LED, 30°, 6 W, 340 lm,<br />

2.700 K, além da luz resultante da estante.


A DANÇA<br />

DO DRAGÃO<br />

Texto: Mariana Novaes<br />

Fotos: Marcelo Kahn<br />

O restaurante Dasian oferece um menu asiático contemporâneo,<br />

assinado por Flavio Miyamura, que promete entregar<br />

uma experiência sensorial de cores, aromas e sabores nunca<br />

sentidos ou vistos. Ocupa o pavimento térreo do edifício B32,<br />

localizado no Itaim Bibi, em São Paulo.<br />

O projeto de interiores do Studio Zeh buscou desenvolver um<br />

ambiente meditativo e sofisticado que englobasse referências<br />

e tradições da cultura asiática, excluindo o que fosse clichê e<br />

comumente presente em restaurantes do segmento. Alguns<br />

conceitos foram explorados nos elementos que compõem o<br />

restaurante, como a divindade, representada nas pedras que<br />

remetem às montanhas da região; a prosperidade, por meio<br />

da imagem do dragão; e a sabedoria, refletida e interpretada<br />

nos elementos da natureza – água (luz), ar (paisagismo), fogo<br />

(dragão) e terra (pedra) – presentes nos ambientes, além do uso<br />

da escrita em logograma, método tradicionalmente utilizado<br />

como sistema de escrita asiática.<br />

Acima, à esquerda, os nichos da estante são iluminados por fitas<br />

LED em perfis de alumínio com difusor translúcido, 12 W/m,<br />

890 lm/m, 2.700 K. À direita, o volume central é destacado por<br />

luminárias lineares com corpo de alumínio, lente colimadora de<br />

acrílico com abertura de facho de 30° para iluminação rasante,<br />

LEDs 16 W/m, 1.135 lm/m , 2.700 K e drivers dimerizáveis DALI.<br />

79


80<br />

Acima: à esquerda, na circulação para os banheiros, pendente<br />

linear para iluminação indireta difusa e nichos com perfis,<br />

ambos com barras LED, 4,8 W/m, 360 lm/m, 2.700 K.<br />

Ao centro, no espaço multiúso e nas salas VIP, luminárias de<br />

embutir de chapa de aço calandrada com difusor de acrílico<br />

e fita LED 9,6 W/m, 890 lm/m, 2.700 K; para destaque das<br />

mesas, embutidos com recuo antiofuscamento e módulo LED<br />

34°, 4 W, 290 lm, 2.700 K. À direita, alguns nichos possuem<br />

miniprojetores complementares, sobrepostos e orientáveis,<br />

com LED 30°, 1,3 W, 122 lm, 3.000 K.<br />

Abaixo, uma montagem especial embutida no piso ilumina os<br />

pilares com 12 módulos LED 54°, 89 lm, 3.000 K. Projetores<br />

foram sobrepostos à estrutura da janela e complementam a<br />

iluminação do salão. Na foto acima, sob o balcão do bar foram<br />

instalados perfis com fitas LED 9,6 W/m, 890 lm/m, 2.700 K.<br />

Nas prateleiras de fundo, foram integrados perfis com fitas LED,<br />

4,8 W/m, 360 lm/m, 2.700 K. Os porta-garrafas sobre o balcão<br />

possuem solução customizada com módulo LED downlight 30°,<br />

2 W, 150 lm, 2.700 K e uplight com difusor e fita LED 12 W/m,<br />

890 lm/m, 2.700 K.


RESTAURANTE DASIAN<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Rafael Leão Lighting Design<br />

Rafael Leão (arquiteto titular)<br />

Henrique Corrêa (arquiteto coordenador)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Studio Zeh Arquitetura<br />

José A. Henrique (arquiteto titular)<br />

Leandra Sena (arquiteta coordenadora)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

João Jadão Paisagismo<br />

Esculturas:<br />

Marcelo Pasqua<br />

Fornecedores:<br />

Cativa Iluminação, Interlight,<br />

MisterLED, O/M, Omega Light<br />

A cargo do elemento água, o arquiteto e lighting designer<br />

Rafael Leão trabalhou o espaço de geometria irregular de<br />

maneira criteriosa, para que os elementos luminosos não<br />

criassem muita informação no campo visual, comprometendo<br />

a experiência do restaurante. Ele explica que estabeleceu três<br />

estratégias de iluminação principais: o acendimento da envoltória<br />

e de elementos arquitetônicos importantes do restaurante,<br />

como os pilares inclinados e as superfícies verticais de pedra<br />

e madeira do volume central, essenciais para a legibilidade espacial;<br />

o destaque da identidade do restaurante presente<br />

nas esculturas e em outros elementos do design de interiores,<br />

quando desenvolveu soluções especiais integradas ao<br />

mobiliário e às esculturas; e, por fim, os complementos necessários<br />

às necessidades visuais, caraterizado pela iluminação<br />

geral vinda de luminárias instaladas no forro e nas vigas da<br />

fachada envidraçada.<br />

O compromisso com a sensorialidade é percebido logo na<br />

entrada, onde se localizam o bar e a recepção. Planos verticais<br />

e a textura das grades de metal são iluminados, e os porta-<br />

-garrafas suspensos funcionam como luminárias especiais para<br />

o balcão, criando uma identidade para o bar. Rafael também<br />

desenvolveu uma solução customizada uplight circular para a<br />

base das colunas inclinadas, promovendo um suave gradiente de<br />

luz e permitindo seu destaque de forma controlada e compatível<br />

com a hierarquia visual desejada. A estante metálica ao longo<br />

da escada de acesso ao mezanino é vazada e integrada ao salão,<br />

onde nichos da marcenaria apresentam vários elementos do<br />

conceito arquitetônico, como logogramas, pedras e símbolos<br />

asiáticos, que foram pontuados pela iluminação e completam a<br />

luz difusa do restaurante.<br />

A escultura do dragão dança ao longo do salão de pé-<br />

-direito duplo. Composta de centenas de chapas metálicas<br />

suspensas pintadas em seu interior com uma cor terrosa e<br />

mais clara que o forro, recebe destaques pontuais de alguns<br />

projetores estrategicamente localizados no espaço, bem<br />

como do spill light proveniente dos downlights instalados<br />

no forro, uma vez que a equipe de interiores não desejava<br />

que a escultura se transformasse em uma luminária. O<br />

movimento circular do dragão, assim como os pilares redondos,<br />

inspiraram Rafael a propor a solução do mezanino,<br />

onde ficam as salas VIP e o espaço multiúso para eventos.<br />

A composição de elipses e círculos difusores visou fornecer<br />

conforto visual no salão de pé-direito baixo e flexibilidade<br />

para o rearranjo das mesas.<br />

A automação do conjunto permite a criação de diferentes<br />

cenas e intensidades de luz durante o horário de funcionamento,<br />

maximizando o uso da iluminação natural e contribuindo para o<br />

equilíbrio necessário desse espaço meditativo.<br />

81


FOTO LUZ FOTO<br />

EVERTON BALLARDIN<br />

Documentar uma exposição, em um ambiente tão amplo e<br />

com tantos elementos presentes sempre é um desafio. Nesta<br />

imagem, isso fica bastante claro.<br />

Em situações assim, sempre procuro primeiro observar as<br />

condições de luz para depois decidir o melhor momento de fazer<br />

a captação das imagens.<br />

Na exposição Amazônia, escolhi fotografar durante a noite<br />

para evitar interferências externas de luz e preservar o desenho<br />

da cenografia e do espaço expositivo.<br />

Foram longas horas percorrendo a área de convivência do<br />

Sesc Pompeia, usufruindo das “paisagens arquitetônicas” criadas<br />

pela Lina Bo Bardi. Para mim, um espaço totalmente meditativo.<br />

Pensei nisso para a escolha da imagem selecionada. Nessa foto<br />

fiz um enquadramento com uma pequena inclinação, em plongée<br />

(mergulho), para aproveitar melhor o reflexo da imagem na água,<br />

o que cria uma dupla perspectiva: para dentro e para baixo. E,<br />

com isso, por alguns segundos, nosso olhar fica... meditando.<br />

Gosto da pós-produção pois é quando ajusto e equalizo a<br />

imagem. É ali que “tempero” meu trabalho, mas sempre com<br />

bastante parcimônia para não falsear.<br />

Uso equipamento Canon, geralmente em exposições longas,<br />

câmera no tripé e com o diafragma fechado para garantir o foco<br />

em toda a extensão da imagem.<br />

Everton Ballardin (São Marcos/RS, 1965) é fotógrafo e<br />

jornalista. Dedica-se a documentar obras e exposições de arte<br />

para museus, galerias e publicações no Brasil e no exterior. Foi<br />

editor de imagem do jornal Notícias Populares e cocurador<br />

do Novíssimos, projeto de prospecção de jovens talentos da<br />

fotografia (1993-1998). Produziu reportagens fotográficas na<br />

Europa, na África e nas Américas. Vive em São Paulo.<br />

82


TORNADO<br />

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