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L+D 76

Edição: março | abril de 2020

Edição: março | abril de 2020

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PAVILHÃO DO PARQUE NACIONAL DE HOGE VELUWE (OTTERLO)<br />

PONTE LOUNGE (ZHEJIANG) | EDIFÍCIO SANTOS AUGUSTA (SÃO PAULO) | RESTAURANTE OSSO (BELO HORIZONTE)<br />

SEDE DO CTE (SÃO PAULO) | ESPAÇO BALTORO (PORTO ALEGRE) | FOTO LUZ FOTO: STIJN BOLLAERT


Escaneie este<br />

QR CODE e saiba<br />

mais sobre o case.<br />

Novo<br />

ShowRoom<br />

São Paulo<br />

R. Dr. Virgílio de Carvalho<br />

Pinto, 544 – Pinheiros<br />

São Paulo/SP<br />

Agende sua visita<br />

LED Lighting Solutions<br />

Arandelas<br />

para uso<br />

externo<br />

Arandela<br />

Slim<br />

Foto: Rubens Campo / Algeo Cairolli<br />

Perfis<br />

Cantoneira<br />

Iluminando<br />

Grandes<br />

Negócios


Inscrições abertas!<br />

Confira os palestrantes já confirmados:<br />

20 e 21 de agosto de 2020<br />

Tivoli Mofarrej Conference Hotel<br />

São Paulo | Brasil<br />

Semana da Luz 2020<br />

Daan Roosegaarde<br />

Holanda<br />

Liz West<br />

Reino Unido<br />

ledforum.com.br<br />

@ledforum 4<br />

#ledforum20<br />

Mary-Anne Kyriakou<br />

Austrália / Alemanha<br />

Prof. Jan Blieske<br />

Alemanha


SUMÁRIO<br />

1º Trimestre 2020<br />

edição <strong>76</strong><br />

44 48<br />

54<br />

60 66 70 74<br />

10<br />

14<br />

AGENDA 2020<br />

¿QUÉ PASA?<br />

44<br />

48<br />

54<br />

60<br />

66<br />

70<br />

74<br />

PONTE LOUNGE NO VILAREJO SHIMEN<br />

Encontro pulsante sobre o rio<br />

EDIFÍCIO SANTOS AUGUSTA E PERSEU COFFEE SHOP<br />

Luz de pedra<br />

PAVILHÃO DO PARQUE NACIONAL DE HOGE VELUWE<br />

Desenho biofílico e texturas de luz<br />

RESTAURANTE OSSO<br />

Osso colaborativo<br />

SEDE DO CTE<br />

Entranhas expostas<br />

ESPAÇO BALTORO<br />

Conforto visual com elegância<br />

FOTO LUZ FOTO<br />

Stijn Bollaert<br />

6


Fran Parente<br />

CAPA<br />

Iluminação: Beersnielsen<br />

Foto: Stijn Bollaert<br />

Orlando Marques<br />

Débora Torii<br />

Thiago Gaya<br />

NOVOS LOUCOS ANOS 20<br />

PUBLISHER<br />

Thiago Gaya<br />

O ano começou de pernas para o ar! Uma década após as cinzas do vulcão<br />

Eyjafjallajökull fecharem o espaço aéreo europeu durante a realização da<br />

Light+Building 2010, a comunidade mundial da iluminação é surpreendida com<br />

a inacreditável notícia da prorrogação da edição 2020 para setembro, a três<br />

semanas de sua realização. Enquanto o primeiro fenômeno impediu muitos de<br />

saírem de Frankfurt, dessa vez, o COVID-19 não nos permitiu chegar ao maior<br />

acontecimento mundial da luz.<br />

Movimentos de idas, vindas e encontros impactados por decisões da Mãe<br />

Natureza, que demonstram o quão suscetíveis e frágeis somos.<br />

A primeira <strong>L+D</strong> de 2020 já estava pronta para sua impressão quando se decidiu<br />

por adiar a feira. Coincidentemente, sua capa traz um projeto cuja inspiração<br />

são justamente fenômenos naturais e cuja abordagem considera os princípios<br />

do desenho biofílico. Desenvolvido pelo escritório holandês Beersnielsen, esse<br />

inovador projeto do Pavilhão do Parque Nacional De Hoge Veluwe foi registrado<br />

sob o olhar do fotógrafo Stijn Bollaert, também destaque da seção Foto Luz Foto.<br />

Trazemos ainda o premiado projeto de iluminação do One Lighting<br />

Associates para a Ponte Lounge no Vilarejo Shimen, na China, vencedor de um<br />

IALD Award of Excellence na 36ª edição da premiação.<br />

E, como de costume, a edição prestigia o lighting design brasileiro,<br />

apresentando quatro projetos nacionais: o restaurante de carnes na brasa OssO,<br />

projeto de Gustavo Penna, iluminado pela lighting designer Sônia M. S. Mendes;<br />

o bar e tabacaria Espaço Baltoro, com projeto de iluminação do Eduardo Becker<br />

– Atelier de Iluminação; a iluminação do térreo do edifício corporativo Santos<br />

Augusta, assinada pelo escritório Franco Associados, com arquitetura e interiores<br />

de Isay Weinfeld; e a nova sede do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE)<br />

em São Paulo, cujo projeto foi desenvolvido pelo Castilha Iluminação.<br />

Por fim, aproveitamos este espaço para apresentar nossa colaboradora<br />

Débora Torii como editora da <strong>L+D</strong> e a designer gráfica Maria Fraga, agora<br />

responsável pela diagramação da revista. Ampliamos também nosso time de<br />

colaborares com a participação de Fabiana Rodriguez e Diogo de Oliveira, que<br />

também estreiam nesta edição. Nossas boas-vindas a todos!<br />

EDITOR-CHEFE<br />

Orlando Marques<br />

EDITORA<br />

Débora Torii<br />

DIAGRAMAÇÃO<br />

Maria Fraga<br />

PROJETO GRÁFICO<br />

Thais Moro<br />

REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />

Débora Torii , Diogo de Oliveira, Eduardo Becker,<br />

Fabiana Rodriguez, Gilberto Franco, Orlando Marques.<br />

REVISÃO<br />

Débora Tamayose<br />

CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />

Márcio Silva<br />

PUBLICIDADE<br />

Lucimara Ricardi | diretora<br />

PARA ANUNCIAR<br />

comercial@editoralumiere.com.br<br />

T 11 3062.2622<br />

PARA ASSINAR<br />

assinaturas@editoralumiere.com.br<br />

T 11 3062.2622<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

administracao@editoralumiere.com.br<br />

T 11 3062.2622<br />

Sérgio Ordobás<br />

Eduardo Becker, do escritório<br />

parceiro Eduardo Becker<br />

– Atelier de Iluminação,<br />

é nosso coeditor convidado<br />

do ¿Qué Pasa? duplo<br />

desta edição.<br />

PUBLICADA POR<br />

Editora Lumière Ltda.<br />

Rua João Moura, 661 – cj. 77, 05412-001<br />

São Paulo SP, T 11 3062.2622<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

8


AGENDA 2020<br />

Um ano começou e, com ele, novas oportunidades de prestigiar<br />

os principais eventos nacionais e internacionais de iluminação.<br />

Confira mais informações a seguir e programe-se para não ficar<br />

de fora!<br />

LIGHTFAIR<br />

LINX<br />

PERFIL DE EMBUTIR COM MOLDURA<br />

LINEALIGHT<br />

PERFIL DE EMBUTIR ‘‘NOFRAME’’<br />

ARTICULARE_R<br />

PERFIL WALLWASHER DE EMBUTIR<br />

ORIENTÁVEL<br />

ORION<br />

PERFIL SANCA ILUMINADA<br />

Las Vegas, EUA<br />

3 a 7 de maio<br />

lightfair.com<br />

GILE – GUANGZHOU<br />

INTERNATIONAL LIGHTING<br />

EXHIBITION<br />

LEDforum: Leandro de Carvalho<br />

CHLED_L<br />

PERFIL DE EMBUTIR COM DIFUSOR<br />

LEITOSO<br />

CHLED_A<br />

PERFIL DE EMBUTIR P/ ALTO FLUXO<br />

CHLED_ASS<br />

PERFIL DE FACHO ASSIMÉTRICO<br />

SIGMA_SE<br />

PERFIL SEMI-EMBUTIDO COM SAÍDA<br />

DE LUZ FRONTAL E LATERAL<br />

Guangzhou, China<br />

9 a 12 de junho<br />

guangzhou-international-lighting exhibition.<br />

hk.messefrankfurt.com<br />

LEDFORUM 20<br />

São Paulo, Brasil<br />

20 e 21 de agosto<br />

ledforum.com.br<br />

Semana da Luz: Rodrigo Peixoto<br />

SEMANA DA LUZ 2020<br />

MICRO2_SOB<br />

PERFIL 37(L) X 52(A)mm DE<br />

SOBREPOR<br />

CHLED_SOBA<br />

PERFIL 28(L) X 32(A)mm<br />

DE SOBREPOR COM ACABAMENTO<br />

SIGMA_SOB<br />

PERFIL DE SOBREPOR COM<br />

SAÍDA DE LUZ FRONTAL E LATERAL<br />

DELTA_A<br />

PERFIL PARA APLICAÇÃO A 45°<br />

São Paulo, Brasil<br />

17 a 21 de agosto<br />

semanadaluz.com.br<br />

MICRO2_PEN<br />

PERFIL 37(L) X 52(A)mm<br />

PENDENTE UP+DOWNLIGHT<br />

SIGMA_PUD<br />

PERFIL 20(L) X 34(A)mm<br />

PENDENTE UP+DOWNLIGHT<br />

TWIST<br />

PERFIL Ø35mm ARTICULÁVEL<br />

PENDENTE OU SOBREPOR<br />

CONHEÇA A TODA LINHA LINHA<br />

COMPLETA www.bit.ly/PERFISLED<br />

EM NOSSO SITE<br />

10<br />

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/ciadeiluminacao<br />

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(11) 3371-2333<br />

ANOS<br />

#aciateajudaemseusprojetos<br />

30<br />

DE HISTÓRIAS


AGENDA 2020<br />

DARC ROOM<br />

Londres, Reino Unido<br />

17 a 19 de setembro<br />

darcroom.com<br />

LIGHT+BUILDING 2020<br />

IALD ENLIGHTEN<br />

AMERICAS 2020<br />

Palm Springs, Califórnia, EUA<br />

22 a 24 de outubro<br />

iald.org/Events/IALD-Enlighten/IALD-ENLIGHTEN-<br />

AMERICAS-2020<br />

Frankfurt am Main, Alemanha<br />

Nova data: 27 de setembro a 2 de outubro<br />

light-building.messefrankfurt.com<br />

HKTDC – HONG KONG<br />

INTERNATIONAL LIGHTING FAIR<br />

(EDIÇÃO DE OUTONO)<br />

Hong Kong, China<br />

27 a 30 de outubro<br />

event.hktdc.com/fair/hklightingfairae-en<br />

IALD ENLIGHTEN<br />

EUROPE 2020<br />

Light+Building: Messe Frankfurt Exhibition GmbH / Pietro Sutera<br />

LIGHT SYMPOSIUM WISMAR 2020<br />

Oslo, Noruega<br />

18 a 20 de novembro<br />

iald.org/Events/IALD-Enlighten/IALD-ENLIGHTEN-<br />

EUROPE-2020<br />

Wismar, Alemanha<br />

14 a 16 de outubro<br />

lightsymposium.de/2020<br />

IALD Enlighten Europe: A Bofill/IALD<br />

Imagens Ilustrativas<br />

12


Divulgação<br />

Tomasz Majewski<br />

Santi Caleca<br />

Divulgação<br />

¿QUÉ PASA?<br />

[D]ARC AWARDS 2019<br />

Os vencedores da edição 2019 do [d]arc awards foram<br />

anunciados em uma descontraída festa de Natal, realizada no<br />

dia 5 de dezembro em Londres, Reino Unido. A [d]arc night<br />

contou com a presença de mais de 600 lighting designers,<br />

arquitetos e designers de interiores, que puderam também<br />

apreciar instalações de luz temáticas criadas por designers e<br />

fabricantes – como Michael Grubb Studios, Seam e Firefly Point<br />

of View – especialmente para a ocasião.<br />

As mais de 400 inscrições, originadas de 45 países<br />

diferentes, e os votos de mais de 12 mil lighting designers fizeram<br />

desta uma das maiores edições da premiação. Destacamos os<br />

projetos Biophilic Light (Países Baixos), por Beersnielsen Lighting<br />

Designers, premiado da categoria “Art: Light Art Scheme –<br />

Bespoke”; e o projeto Kaamos Aurinko (Suécia), por ALLES<br />

oder Licht, vencedor da categoria “Art: Light Art Scheme – Low<br />

Budget”, apresentados nesta edição (páginas 54-59 e 26).<br />

Demais destaques incluem o projeto Chineh (Irã) , por<br />

RGE Lighting Design, vencedor na categoria “Structures: Best<br />

Exterior Lighting Scheme – High Budget”; The Musicon Path<br />

(Dinamarca) , por Simon Panduro e Light Bureau (antiga<br />

ÅF Lighting), premiado na categoria “Spaces: Best Landscape<br />

Lighting Scheme – Low Budget”; a luminária Noctambule ,<br />

criada por Konstantin Grcic para a Flos, vencedora na<br />

categoria “Kit: Best Decorative”; e o projeto Aurora Experience<br />

(Finlândia) , por WhiteNight Lighting Spaces, premiado na<br />

categoria “Best Landscape Lighting Scheme – High Budget” e<br />

consagrado o grande vencedor da noite, com o prêmio de Best<br />

of the Best.<br />

Acesse darcawards.com para a lista completa. Parabéns aos<br />

premiados! (D.T.)<br />

14


Fang Fang<br />

A-Light<br />

Shahab Zeiniaslan, Mostafa Shahoseini, Hamid Mozafar<br />

Alissa Wolter<br />

Daniel Ducci Marcelo Kahn Archidesign Ricardo Bassetti<br />

¿QUÉ PASA?<br />

3º LIT AWARDS 2019<br />

Foram anunciados, ao final do ano passado, os vencedores<br />

da 3ª edição dos LIT Design Awards. Oferecida anualmente pelo<br />

Farmani Group, a premiação contou novamente com Thiago<br />

Gaya e Orlando Marques, ambos da <strong>L+D</strong>, a lighting designer<br />

Mônica Luz Lobo e Isac Roizenblatt, diretor técnico da Abilux,<br />

entre os membros do júri.<br />

Nas categorias voltadas aos profissionais, o escritório chinês<br />

Fang Fang foi eleito “Lighting Designer of the Year”, por seu projeto<br />

para o Museum of International Design of China – com projeto<br />

de arquitetura assinado pelo arquiteto português Álvaro Siza. O<br />

projeto foi premiado também na categoria “Interior Architectural<br />

Illumination”. O prêmio “Lighting Product Design of the Year”<br />

foi concedido à marca californiana A-Light, pelo sistema de luz<br />

rasante WGD9 , que foi assinado pelos designers Francois<br />

Renaud, Dirk Zylstra e Corina Ferezi e promete iluminação<br />

intensa e uniforme, graças a seu refletor de alta eficiência.<br />

Entre os designers emergentes, Shahab Zeiniaslan, Mostafa<br />

Shahoseini e Hamid Mozafar foram os vencedores na categoria<br />

“Emerging Lighting Designer of the Year” pela instalação H2O ,<br />

também premiada na categoria “Light Art Project”. O pendente<br />

interativo moodable , criado por Alissa Wolter, foi escolhido<br />

“Emerging Lighting Product Design of the Year”, além de ser um<br />

dos vencedores na categoria “Interactive Lighting Products”.<br />

Escritórios brasileiros também foram premiados nesta<br />

edição. A equipe da Foco Luz & Desenho foi uma das vencedoras<br />

na categoria “Hotel and Restaurants Lighting”, por seu projeto<br />

para o Four Seasons Hotel , em São Paulo. Entre as menções<br />

honrosas, foram reconhecidos os escritórios Lit Arquitetura<br />

de Iluminação, pelo projeto para o Bar do Cofre SubAstor ;<br />

Allume Arquitetura de Iluminação, pelo projeto para a Casa<br />

Hercílio Luz; e Archidesign, pelo projeto para o Museu da<br />

Cidade do Recife/Forte das Cinco Pontas , todos na categoria<br />

“Heritage Lighting”. Também receberam menções honrosas a<br />

iluminação do showroom da Tecnowatt, assinada por Juliano<br />

Bustamante; Mingrone Iluminação, pelo projeto para o Hospital<br />

Vila Nova Star ; e o Studio FOS Iluminação, pelo projeto para<br />

um apartamento.<br />

Representando os lighting designers latino-americanos, o<br />

escritório chileno Limarí Lighting Design recebeu duas menções<br />

honrosas, uma por seu projeto para o edifício corporativo<br />

CMPC e outra pela exposição Baleias, vozes do mar do Chile. Já o<br />

escritório uruguaio Estudio Hofstadter recebeu menção honrosa<br />

por seu projeto para o centro esportivo Antel Arena.<br />

Por fim, o lighting designer norte-americano Alfred R.<br />

Borden, fundador do The Lighting Practice, foi reconhecido com<br />

o “Lifetime Achievement Award”, pelo conjunto de sua obra. Em<br />

seus mais de 30 anos de carreira, Borden assinou os projetos de<br />

iluminação de edifícios icônicos, como o Empire State Building e<br />

o Madison Square Garden.<br />

Parabéns aos vencedores! (D.T.)<br />

16


Divulgação<br />

¿QUÉ PASA?<br />

IF DESIGN AWARD 2020<br />

Promovido desde 1953 pelo iF International Forum Design, o<br />

prêmio iF Design Award é tido como uma das mais prestigiosas<br />

competições de design do mundo – uma espécie de “Oscar do<br />

design”. Das mais de sete mil inscrições recebidas nesta edição,<br />

1.500 foram premiadas nas sete categorias oferecidas, das quais<br />

75 foram agraciadas com o iF Gold Award, o reconhecimento<br />

máximo da premiação.<br />

Na categoria “Iluminação”, três produtos brasileiros foram<br />

premiados: o sistema PEG , criação do designer Ricardo<br />

Fahl para a Omega Light, totalmente customizável por meio<br />

de acessórios e de comunicação visual, propondo ao sistema<br />

novas funções além da iluminação; o balizador Big Neu 2 ,<br />

desenhado e produzido pela Stella, que integra fonte luminosa<br />

e equipamento auxiliar em um design ultrafino, com apenas 11,5<br />

milímetros de espessura; e a luminária de mesa Memory ,<br />

assinada pelo arquiteto e designer Jader Almeida e produzida<br />

pela Sollos, cujo design combina a madeira a elementos de<br />

bronze e de aço-carbono, de maneira leve e elegante.<br />

Único produto de iluminação agraciado com o iF Gold Award,<br />

a coleção Mito Linear , da alemã Occhio, oferece versatilidade<br />

por meio dos diversos tipos de aplicações disponíveis, além de<br />

permitir a regulagem da temperatura de cor da luz.<br />

Os vencedores serão celebrados na iF Design Award<br />

Night, que acontecerá no mês de maio em Berlin, Alemanha<br />

– onde também será realizada uma exposição com os designs<br />

vencedores, entre os dias 2 e 10 de maio. (D.T.)<br />

18


¿QUÉ PASA?<br />

NOVO ANO, NOVAS DIRETORIAS<br />

Dimensões reduzidas com design minimalista | conforto óptico<br />

| alto fluxo luminoso | alta eficiência energética | cores precisas.<br />

Aryeh Kornfeld Paula Carnelós<br />

O início de 2020 marcou a troca dos membros da diretoria<br />

da Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação (AsBAI)<br />

e da Presidência da International Association of Lighting<br />

Designers (IALD), para a gestão no biênio 2020-2021.<br />

Após o duplo mandato da gestão anterior, assumirão<br />

a diretoria os arquitetos e lighting designers Eder Ferreira,<br />

como presidente (no centro à direita), e Gerardo Fonseca, como<br />

vice-presidente (à esquerda). Completam o corpo de diretores<br />

Mohana Barros (no centro), como diretora administrativa<br />

financeira; Christina Draeger (à direita), como diretora de<br />

relações sociais; e Marina Makowiecky (no centro à esquerda),<br />

como diretora de relações culturais. O conselho fiscal é formado<br />

por Guinter Parschalk, Mariana Novaes e Paula Carnelós, além<br />

de Gilberto Franco como membro suplente.<br />

Para esse biênio, a nova diretoria buscará fortalecer a<br />

presença da AsBAI em todos os segmentos da iluminação, com<br />

o objetivo de “somar esforços para dividir conquistas”.<br />

Já o novo presidente da IALD será o lighting designer chileno<br />

Douglas Leonard, que contará com o suporte de Steve Brown<br />

(Austrália), Andrea Hartranft (Estados Unidos), Christopher<br />

Knowlton (Reino Unido), Uno Lai (China), Stephen Lees (Estados<br />

Unidos), Mônica Luz Lobo (Brasil), Anna Sbokou (Reino Unido)<br />

e Mariel Fuentes (Espanha), que compõem a diretoria.<br />

Em sua primeira carta aberta como presidente, Douglas<br />

Leonard ressalta o crescimento da profissão nos últimos 50 anos<br />

e os desafios a serem enfrentados nas próximas 5 décadas.<br />

“O escopo do trabalho com lighting design se expandiu<br />

continuamente, e a complexidade desse trabalho aumentou.<br />

Lighting designers têm múltiplas responsabilidades que não<br />

tinham há 50 anos. Assim como em outras áreas profissionais,<br />

há mais trabalho – ainda mais complexo –, o que requer mais<br />

conhecimento técnico e qualificações transversais”, afirma o<br />

novo presidente, que convoca os membros da comunidade a<br />

engajar-se mais na associação em 2020, por meio dos eventos<br />

oferecidos anualmente.<br />

Damos as boas-vindas às novas diretorias!<br />

.Misty<br />

ABRA OS OLHOS PARA NOVAS POSSIBILIDADES<br />

20<br />

www.everlight.com.br | (31) 2566-8963 | Siga-nos:


Celina Germer<br />

Divulgação<br />

Douglas Daniel<br />

¿QUÉ PASA?<br />

MICHAEL ANASTASSIADES EM SÃO PAULO<br />

“A luz – tanto a natural quanto a artificial – é uma forma<br />

de se negociar com a escuridão. Para que seja possível projetar<br />

com a luz, é preciso primeiro entender e apreciar a escuridão.<br />

É preciso abraçar a escuridão.”<br />

Essa é a fala de um apaixonado pela luz. O designer<br />

cipriota radicado em Londres Michael Anastassiades esteve<br />

recentemente no Brasil para a segunda edição de uma turnê<br />

promovida pela Flos, marca com a qual mantém parceria<br />

de longa data. Durante a excursão pela América Latina, o<br />

designer proferiu palestras em universidades de design e exibiu<br />

instalações criadas especificamente para a ocasião, como a que<br />

foi apresentada no showroom da e:light, em São Paulo, com<br />

produção de montagem em parceria com a Onlight.<br />

Durante a visita, Anastassiades concedeu uma entrevista<br />

à <strong>L+D</strong>, em que falou de seu processo criativo, sua apreciação<br />

pela natureza e a recente realização da exposição Things That<br />

Go Together, no Chipre, acompanhada do lançamento de um<br />

livro de ensaios.<br />

GESTOS<br />

“O que importa é poder dar às pessoas a possibilidade e a<br />

oportunidade de imaginar seus próprios cenários, suas próprias<br />

configurações. Poder reverter a criatividade de volta ao usuário<br />

e dizer: ‘crie algo que fale com você, da forma que quiser’. A<br />

coleção Arrangements, por exemplo, tem um gesto totalmente<br />

diferente do conceito de uma luminária comum. Existem alguns<br />

gestos ali, mas estão abertos à interpretação.”<br />

22<br />

THINGS THAT GO TOGETHER<br />

“Sempre que viajo, coleto objetos. É uma curiosidade e uma<br />

paixão que carrego desde a infância, porque capturam o papel<br />

da natureza como designer. Para mim, é um ponto de apreciação<br />

muito importante. É sobre a ideia da espontaneidade e do acaso,<br />

quando a sorte o leva a vivenciar esse instante de capturar algo<br />

interessante. Ao caminhar e deparar com algo, é a forma como<br />

você o visualiza que gera a curiosidade que o fará apanhá-lo.”<br />

“Cerca de 90% dos objetos da minha coleção são pedras,<br />

a maioria delas quase perfeitamente esférica. É quase um<br />

desejo de uma natureza perfeccionista, de encontrar uma<br />

esfera perfeita, o que é impossível. Mas, ao mesmo tempo, essa<br />

tentativa de perfeição produz todos esses exemplos incríveis de<br />

belezas totalmente diferentes.”<br />

“A exposição foi uma desculpa para o lançamento do livro.<br />

Não é um catálogo, mas sim uma reflexão sobre esses dez anos<br />

de trabalho, por meio de alguns pensamentos refletidos nos<br />

ensaios. Escolhi autores que trouxessem uma perspectiva geral<br />

do que me compõe como pessoa, como ser criativo.”<br />

LUZ ARTIFICIAL E NATUREZA<br />

“Na verdade, o desafio não é a criação de cenários artificiais,<br />

porque a natureza não pode ser realmente replicada. Mas o que<br />

espero, como designer, é poder capturar uma das milhões de<br />

belas maneiras pelas quais a luz pode existir.” (D.T.)<br />

COZ RESTAURANTE<br />

Local: São Paulo<br />

Projeto de arquitetura: Priscila Cox e Natalie Bergamo<br />

Projeto de iluminação: Renata Carmassio<br />

www.lemca.com.br


¿QUÉ PASA?<br />

LUZ E SOMBRA<br />

Na área da iluminação há mais de 20 anos, a arquiteta e<br />

lighting designer Sônia M. S. Mendes decidiu dar mais um<br />

passo, mergulhando agora no universo das artes. O prazer por<br />

desenhar sempre a acompanhou de forma descompromissada,<br />

como um hobby que eventualmente se desdobrou na produção<br />

de estudos tridimensionais. Foi o que motivou Sérgio Rodrigo<br />

Reis, diretor do Museu de Congonhas, Minas Gerais, a convidála<br />

para a realização de uma exposição temporária no museu.<br />

Assim começou a ser concebida Luz e Sombra, a primeira<br />

exposição solo de Sônia, exibida no ano passado.<br />

Para a produção das esculturas, a arquiteta inspirou-se em<br />

elementos de algumas de suas paixões: a dança e a música, a<br />

arquitetura e a luz. “Cada um desses elementos representa<br />

um momento importante na minha vida. E, neste momento,<br />

descubro uma nova paixão: as esculturas”, declara Sônia.<br />

Para a exposição, foram produzidas dez esculturas, em sua<br />

maioria quadradas, feitas de aço com acabamento oxidado e de<br />

fios metálicos dourados, prateados e acobreados. No interior<br />

de cada uma das peças, foram colocados pequenos pontos de<br />

LED de 1 W, com facho de 30º e temperatura de cor 2.700 K.<br />

Ao iniciar os testes com as luzes, Sônia notou que seu<br />

posicionamento influenciava completamente o resultado das<br />

sombras produzidas. Portanto, foi necessário um trabalho<br />

preciso de observação, peça a peça, até definir a composição<br />

final de cada uma das obras.<br />

As esculturas foram distribuídas em uma sala escura do<br />

museu, iluminada exclusivamente pelas luzes suaves emitidas<br />

pelas obras. Dessa forma, as superfícies da arquitetura do espaço<br />

foram transformadas pelas sombras por elas geradas, criando<br />

um ambiente enigmático, que buscava instigar a curiosidade e a<br />

imaginação do público.<br />

Sônia conta que o processo foi um verdadeiro desafio,<br />

mas ele a encantou e surpreendeu a cada etapa: “Foi como<br />

sair da zona de conforto. Muito trabalho, mas recompensado<br />

pelas surpresas do inesperado”. Motivada a despertar o olhar<br />

e o interesse das pessoas pela arte e pela luz, a arquiteta se<br />

entusiasma com a possibilidade de futuras exposições e revela<br />

o desejo de incorporar elementos artísticos também em seu<br />

trabalho como lighting designer. (D.T.)<br />

Jomar Bragança<br />

25


Veronika Mayerböck<br />

¿QUÉ PASA?<br />

O SOL DA ESCURIDÃO POLAR<br />

Essa é a tradução para “Kaamos Aurinko”, nome dado<br />

a uma das suítes do 29º ICEHOTEL, construído anualmente<br />

durante o inverno em Jukkasjärvi, Suécia, em colaboração com<br />

dezenas de designers. A posição geográfica da cidade, acima do<br />

círculo polar Ártico, determina o comportamento peculiar da<br />

luz natural, completamente ausente durante parte do inverno e<br />

presente durante as 24 horas do dia em boa parte do verão. Essa<br />

dualidade foi a inspiração de Veronika Mayerböck, Katharina<br />

Wyss e Frank Dittmann para o projeto da suíte.<br />

Ao entrar nela, o visitante é recebido em uma antessala<br />

que simula a escuridão do inverno por meio da iluminação em<br />

tons de azul, similares aos exibidos pelo crepúsculo das noites<br />

polares. Em seguida, após passar por uma zona de adaptação,<br />

chega-se ao quarto principal, cuja iluminação evoca o famoso<br />

“sol da meia-noite”, como em uma calorosa noite de verão.<br />

A atmosfera luminosa efêmera do espaço resulta de uma<br />

dupla reflexão: a cabeceira de gelo transparente reflete a luz da<br />

luminária RGB linear instalada sob ela, comportando-se como<br />

uma fibra óptica e fazendo brilhar sua borda superior curva,<br />

moldada como um sol nascente sobre o horizonte. Essa luz é<br />

também refletida de maneira difusa pelo teto curvo de neve,<br />

tingindo todo o ambiente.<br />

O visitante pode escolher entre uma programação com<br />

24 horas de duração, que emula o comportamento real das<br />

cores da luz natural durante um dia; ou o ciclo de um minuto, no<br />

qual a tonalidade das luzes muda sequencialmente, de acordo<br />

com as cores do espectro da luz solar.<br />

O projeto luminotécnico da suíte, premiado na categoria “Art:<br />

Low Budget” nos [d]arc awards 2019, é assinado pela lighting<br />

designer Veronika Mayerböck, titular do escritório austríaco Alles<br />

oder Licht. Veronika conta que a forma abobadada da arquitetura<br />

foi determinada com base em cálculos de reflexão e de distribuição<br />

luminosa. Além disso, foram necessários testes prévios para<br />

analisar a refração da luz pelo gelo e também o comportamento<br />

da iluminação colorida quando refletida pela neve. A elevada<br />

capacidade de reflexão do material determinou que as luminárias<br />

tivessem sua intensidade luminosa reduzida ao mínimo possível.<br />

As superfícies totalmente curvas da suíte – moldadas<br />

manualmente pelos designers em apenas duas semanas –<br />

proporcionam uma poética simbiose entre as luzes em tons<br />

quentes da suíte e as frias da antessala. “Kaamos Aurinko<br />

demonstra a gênesis e a conclusão das estações por meio da<br />

mais pura materialidade da luz e da neve, justapondo os dois<br />

períodos mais extremos do Norte”, declaram os designers. (D.T.)<br />

26


Takumi Ota<br />

¿QUÉ PASA?<br />

BRILHO CRESCENTE<br />

O mais recente projeto apresentado pelos designers do<br />

estúdio japonês Takt Project pode ser definido mais como trabalho<br />

em andamento, do que como design acabado. glow ⇄ grow é<br />

uma espécie de escultura luminosa autogenerativa, cuja forma<br />

é influenciada por estímulos externos.<br />

Apresentada durante a Milan Design Week no ano<br />

passado, a obra consistia em uma série de LEDs suspensos<br />

em uma espécie de varal. Sobre cada um deles eram<br />

derramadas gotas de resina líquida transparente, que se<br />

solidificavam em contato com a luz. A forma adquirida pela<br />

resina também era influenciada pela intensidade das luzes,<br />

que oscilava constantemente, de maneira pré-programada.<br />

O brilho dos LEDs aumentava gradativamente à medida que<br />

crescia a superfície de resina que os recobria.<br />

De acordo com os designers, o projeto não almejava imitar<br />

a natureza, mas representar “a integração entre o artificial e o<br />

natural, por meio da incorporação de princípios da natureza em<br />

uma operação artificial”. O resultado é a criação de um novo<br />

contexto que não pode ser definido nem como natural nem<br />

como artificial.<br />

O projeto se desdobrou ainda na série de objetos “glow grow:<br />

pottery”, exibidos durante a edição de 2019 do festival Design<br />

Miami. Modeladas com base no mesmo princípio autogenerativo,<br />

as peças luminosas remetem a vasos de cerâmica. (D.T.)<br />

O catálogo Black Edition Newline trás para o mercado uma<br />

linha de produtos especialmente desenvolvida para iluminar<br />

os projetos mais modernos e exigentes. Com foco no design,<br />

funcionalidade e desempenho, a linha Black Edition oferece<br />

um mix de produtos para que profissionais possam utilizar a<br />

iluminação como ferramenta essencial no seu processo de<br />

desenvolvimento de projetos, de forma versátil e prática, do<br />

projeto à instalação.<br />

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28


¿QUÉ PASA?<br />

CAÇADORES DA ARCA PERDIDA<br />

A arquitetura peculiar do museu Goldkammer Frankfurt,<br />

localizado na capital alemã, foi determinante para a ambientação<br />

misteriosa e intrigante na qual são exibidos mais de 500 artefatos<br />

de ouro, datados das mais variadas eras dos últimos 6 mil anos.<br />

Ocupando 480 metros quadrados dos porões de um casarão<br />

tombado, o projeto do escritório berlinense merz merz cria<br />

uma jornada no tempo por meio de uma sequência de túneis<br />

e câmaras, inspirados nas tumbas das pirâmides do Egito.<br />

O escritório alemão Licht Kunst Licht assina o projeto de iluminação,<br />

totalmente integrado aos detalhes da arquitetura, enfatizando<br />

sua composição espacial e destacando os itens expostos.<br />

Para o foyer da entrada, os lighting designers desenvolveram<br />

um pendente especial feito de cobre, com cúpula cilíndrica de<br />

vidro, que remete à iluminação das antigas lanternas a gás.<br />

No interior da cúpula foi adicionada uma malha delicada de fios<br />

de cobre, fazendo transparecer um suave brilho dourado através<br />

do vidro. A descida até os espaços expositivos subterrâneos<br />

assemelha-se a uma viagem até um túnel de mineração.<br />

Os quatro tipos de acabamento predominantes nesses<br />

ambientes – barro, bronze, mármore e pedra –, assim como sua<br />

iluminação de baixa intensidade e alto contraste, contribuem<br />

para a sensação de estar centenas de metros abaixo da terra.<br />

No início do percurso, foram utilizadas arandelas herméticas<br />

conectadas por cabos aparentes, que são complementadas pela<br />

iluminação difusa instalada sobre grelhas metálicas, lembrando<br />

lâmpadas fluorescentes. Em outros espaços, detalhes lineares<br />

de luz difusa ou indireta mimetizam a iluminação natural,<br />

enquanto projetores orientáveis criam destaques discretos.<br />

Em contraste, a sala dedicada aos tesouros de ouro dos<br />

oceanos é totalmente revestida de painéis de vidro, banhados<br />

pelos reflexos gerados por luminárias de vidro soprado em<br />

constante rotação, remetendo ao efeito de refração dos raios de<br />

sol em contato com a superfície da água. Enquanto a iluminação<br />

geral desse ambiente é feita por equipamentos lineares dotados<br />

de filtros azuis, as peças expostas são destacadas por luzes de<br />

tom quente, quase dourado. (D.T.)<br />

Marcus Ebener<br />

30


Chao Zhang<br />

¿QUÉ PASA?<br />

FÍSICA DA LUZ<br />

A loja de roupas femininas Geijoeng em Shenzhen, China,<br />

poderia ser o local perfeito para uma aula de Física. O design<br />

de interiores, assinado pelos chineses do Studio 10, explora<br />

a interatividade entre os materiais e a luz, jogando com os<br />

princípios da transmissão, da refração e da reflexão luminosa.<br />

O espaço de 120 metros quadrados parece ampliado pelo<br />

uso dos materiais translúcidos e refletivos empregados nas<br />

divisórias, nos balcões e nos displays de produtos. Logo na<br />

entrada, chamam a atenção o piso e a meia-parede de tijolos<br />

de vidro, em combinação com a parede de vidro semirrefletivo<br />

e o forro espelhado, criando praticamente uma ilusão de óptica.<br />

No interior da loja, as divisórias em “channel glass” (estruturas<br />

de vidro em formato de “U”), as araras de acrílico fosco e<br />

os acabamentos metálicos prateados refletem e refratam os<br />

elementos de tonalidade verde presentes no espaço. A principal<br />

cor da identidade visual da marca também foi a escolhida para<br />

as cortinas de veludo, que garantem a privacidade no interior<br />

dos provadores feitos de acrílico.<br />

Todos esses efeitos são possíveis graças à combinação do<br />

inteligente sistema de iluminação desenvolvido pelo Studio 10.<br />

Linhas de tubos de LED difusos foram dispostas longitudinalmente,<br />

formando um grid com os trilhos instalados no sentido transversal,<br />

com projetores orientáveis para iluminação de destaque.<br />

Com o projeto, os designers buscaram criar um senso de<br />

hierarquia espacial e, ao mesmo tempo, traduzir a essência<br />

minimalista da marca. (D.T.)<br />

34


T O D O P R O J E T O P R E C I S A D E I L U M I N A Ç Ã O.<br />

MAS ALÉM DISSO, A LUZ PODE EXPRESSAR IDENTIDADE!<br />

Jackie Chan<br />

¿QUÉ PASA?<br />

ARTE, CULTURA E FUNÇÃO<br />

Utilize o verdadeiro potencial da tecnologia LED,<br />

aliado à sensibilidade na decoração.<br />

Victoria Dockside é o mais novo distrito cultural de Hong<br />

Kong, em desenvolvimento na área portuária da metrópole<br />

chinesa. Concebido como elemento central desse novo<br />

empreendimento, o centro comercial e cultural K11 Musea<br />

promete aos visitantes uma experiência de compras inovadora,<br />

além de opções de arte, cultura e gastronomia, em uma área de<br />

mais de 90 mil metros quadrados.<br />

Os lighting designers do escritório Speirs + Major assinaram<br />

o projeto de iluminação de todas as áreas públicas do edifício,<br />

tanto as internas quanto as externas, participando de forma<br />

decisiva da concepção criativa desses espaços. O conceito<br />

inovador do projeto luminotécnico baseia-se na ideia de uma<br />

“coleção personalizada” de objetos luminosos, com o objetivo<br />

de unir os diferentes espaços do gigantesco empreendimento<br />

e, ao mesmo tempo, dotá-los de um senso de dinamismo.<br />

A coerente escolha das formas e dos materiais utilizados<br />

nessa coleção levou em conta elementos culturais e foi<br />

determinante para a criação de uma linguagem que permitisse a<br />

leitura desses diferentes objetos como um conjunto. Apesar do<br />

caráter decorativo das peças, feitas de vidro, madeira e metal de<br />

tonalidades quentes, todas foram pensadas de maneira funcional,<br />

para garantir uma iluminação confortável, suave e atraente aos<br />

visitantes. Além de sua função crucial ao conectar os distintos<br />

espaços do empreendimento, a coleção de luminárias busca<br />

relacioná-los à escala humana por meio dos detalhes.<br />

Todos os equipamentos foram cuidadosamente integrados<br />

à arquitetura, de modo a não competir com as vitrines das lojas,<br />

as verdadeiras protagonistas do espaço. (D.T.)<br />

Catálogo Revoluz 2020.<br />

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36<br />

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¿QUÉ PASA?<br />

RADIANTE<br />

Satoshi Shigeta<br />

Os designers do estúdio japonês Curiosity enfrentaram com<br />

maestria o desafio de trazer destaque à boutique m-i-d, uma<br />

das grifes presentes na recém-reformada loja de departamentos<br />

Daimaru Shinsaibashi em Osaka, Japão.<br />

Tirando partido da planta em forma de estrela, que permite<br />

o acesso dos consumidores por diversas entradas, os designers<br />

criaram um sistema de forro transiluminado e estruturado por<br />

delicadas vigas de madeira que convergem no centro do espaço,<br />

criando um ponto focal. A iluminação suave e acolhedora emitida<br />

por esse sistema é tingida pelo tom dourado dos elementos de<br />

madeira, proporcionando um toque de sofisticação e um senso<br />

de pertencimento ao ambiente.<br />

A enxuta paleta de cores e de materiais propostos para<br />

os interiores, em tons de cinza, bege e dourado, transforma<br />

as divisórias de pedra – que setorizam as diferentes coleções<br />

de roupas e acessórios – em elementos marcantes no espaço.<br />

Essas superfícies são ressaltadas pela iluminação integrada<br />

às araras e às prateleiras, que exibem os últimos lançamentos<br />

da marca.<br />

Dessa forma, toda a iluminação do espaço é feita de maneira<br />

uniforme e sem luminárias aparentes. “O equilíbrio delicado<br />

entre a arquitetura gráfica e a iluminação suave cria uma<br />

atmosfera perfeita para que o consumidor aprecie o produto”,<br />

declaram os designers. (D.T.)<br />

38


¿QUÉ PASA?<br />

LENTES CELESTES<br />

Após dois anos, a icônica loja da Apple na Quinta Avenida<br />

de Nova York, aquela com o cubo de vidro na entrada,<br />

reabriu suas portas recentemente, depois da reforma de seus<br />

interiores. O projeto de arquitetura é assinado pelos arquitetos<br />

do escritório inglês Foster + Partners e apresenta a luz natural<br />

e a iluminação como principais elementos.<br />

No total são 80 claraboias, sendo 62 com fechamento<br />

de vidro leitoso translúcido, distribuídas numa malha regular.<br />

À esquerda e à direita do cubo de vidro, outras 18 claraboias<br />

com fechamento de vidro transparente, chamadas pela Apple<br />

de “sky lenses”, abrem para o lado de fora, na praça da Apple.<br />

As sky lenses possuem acabamento especular para, durante<br />

o dia, espelhar o céu e os edifícios do entorno e, à noite, permitir<br />

espiar os interiores da loja vistos de cima. No lado de dentro,<br />

todas as claraboias possuem um anel luminoso difuso na base<br />

junto ao forro, cuja temperatura de cor da fonte de luz varia de<br />

acordo com a luz natural. (O.M.)<br />

Divulgação<br />

40


¿QUÉ PASA?<br />

POSTO DUPLO BP-HUGSAN<br />

Fiquei surpreso ao conhecer, neste ano, o projeto de<br />

iluminação da lighting designer portuguesa Diana Del-Negro<br />

para um posto de gasolina em Portugal, localizado na Estrada<br />

Nacional 1, na região de Leiria – estrada essa que foi, durante<br />

décadas, a principal via de ligação entre as cidades de Lisboa e<br />

do Porto.<br />

Geralmente envolvida em projetos ligados ao patrimônio<br />

histórico, principalmente em Lisboa, Diana conta que o desafio<br />

foi proposto por uma antiga colega do curso de Arquitetura,<br />

Joana Marcelino, autora do projeto de arquitetura de dois postos<br />

de combustível, localizados numa das principais estradas<br />

do país. Sua ideia era de que, à noite, os postos deveriam se<br />

parecer com “caixas de luz”, o que Diana resolveu por meio<br />

da iluminação rasante do acabamento branco da fachada, que<br />

brilha por trás das chapas metálicas perfuradas que a revestem.<br />

A lighting designer conta que, no dia em que se acendeu<br />

pela primeira vez a iluminação dos postos, formou-se uma fila<br />

de carros na Estrada N1, pois todos os motoristas reduziam<br />

a velocidade para observar os edifícios e sua iluminação.<br />

E foi nesse momento que todos perceberam que o projeto de<br />

iluminação era um sucesso.<br />

Seja no patrimônio histórico secular de Lisboa, seja em<br />

um posto de gasolina contemporâneo, o leque de soluções<br />

apresentado nos projetos de Diana Del-Negro me encantou!<br />

(por Eduardo Becker)<br />

Diana Del-Negro<br />

42 43


ENCONTRO PULSANTE SOBRE O RIO<br />

Texto: Gilberto Franco | Fotos: Yang Shi e Ziling Wang<br />

A proposta do escritório DnA Design and Architecture, de<br />

Pequim, para revitalizar a antiga ponte de pedra Shimen, em<br />

Zhejiang, China, foi transformá-la num espaço de encontro<br />

culturalmente significativo para os cidadãos. Cruzando o<br />

rio Songyin em toda a sua extensão, a ponte recebeu uma<br />

interessante estrutura ritmada de madeira, intercalando espaços<br />

cobertos e descobertos sobre um deque também de madeira.<br />

Assim, os moradores das aldeias Shimen e Shimen Xu, de suas<br />

extremidades, podem agora ir, vir e conviver, desfrutando a<br />

histórica ponte num espaço inusitado, com bancos, árvores e<br />

uma convidativa praça ao centro.<br />

44 45


iluminação facial, remetendo à atmosfera de um pujante<br />

mercado. Diferentemente da “linha tracejada” dos dias comuns,<br />

um ritmo de feixes luminosos pulsa sobre a água, convidando ao<br />

convívio e ao usufruto desse peculiar espaço.<br />

A ponte original de concreto, por sua vez, teve seus arcos de<br />

pedra iluminados internamente, por meio de projetores lineares<br />

RGB fixados em suas bases, os quais são programados para<br />

permanecer em temperatura de cor mais elevada, destacando a<br />

construção antiga da nova. Essa iluminação é também integrada<br />

ao sistema de controle do conjunto, permanecendo acesa<br />

apenas nos fins de semana.<br />

“Uma adorável fusão entre o antigo e o novo, entre o comercial<br />

e o residencial”, escreveram os juízes ao premiar esse projeto<br />

com o IALD Award of Excellence, no 36º IALD Design Awards.<br />

Detalhe da ponte quando acesa em modo “mercado”. A delicada<br />

linha vertical dá o ar festivo desejado e complementa bem a<br />

iluminação vertical, trazendo alegria e reconhecimento facial.<br />

Acompanhando a inclinação da viga, uma sanca recebe barras<br />

de LED em 3.000 K, para iluminação indireta.<br />

Projetores RGB fixados na base dos arcos maiores e também sob os pequenos arcos internos são programados para acender<br />

nos fins de semana (em temperatura de cor por volta de 5.000 K) ou em em cores específicas em ocasiões festivas.<br />

Aberta ininterruptamente, essa travessia recebeu um delicado<br />

sistema de iluminação, resultado de uma parceria entre a Escola<br />

de Arquitetura da Universidade de Tsinghua e o escritório One<br />

Lighting Associates de Pequim. O projeto visou atender ao espírito<br />

de integração proposto e à multiplicidade de usos. Assim, em<br />

um dia típico da semana, apenas a iluminação de segurança<br />

é utilizada, em respeito ao delicado ambiente noturno rural.<br />

Esse sistema, composto de linhas de LED ocultas, empresta uma<br />

luz suave, quente e indireta que se difunde por toda a passagem<br />

e paisagem. Transeuntes, pedestres e ciclistas são envolvidos<br />

em um ambiente calmo e tranquilo, perfeito para passear e<br />

conversar enquanto desfrutam as deslumbrantes vistas. De<br />

longe, a ponte é como uma linha tracejada que se duplica no<br />

reflexo das águas do rio.<br />

No fim de semana, a iluminação é comutada para o modo<br />

“mercado”, que pressupõe maior permanência e convívio.<br />

Luminárias lineares embutidas nas estruturas de madeira<br />

são acesas, criando um arranjo linear rítmico, de generosa<br />

PONTE LOUNGE NO VILAREJO SHIMEN<br />

Zhejiang, China<br />

Projeto de iluminação:<br />

One Lighting Associates<br />

Escola de Arquitetura, Universidade de Tsinghua<br />

Xin Zhang, Xiaowei Han, Xiaobo Zhao,<br />

Xuanyu Zhou (lighting designers)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

DnA_Design and Architecture<br />

Xu Tiantian<br />

Projetores em vasos iluminam a vegetação e ajudam a<br />

complementar a iluminação das áreas abertas. Ao fundo,<br />

a iluminação da ponte, tal como aparece nos fins de semana,<br />

com todas as zonas acesas.<br />

46 47


LUZ DE PEDRA<br />

Texto: Orlando Marques (colaborou Gilberto Franco)<br />

Fotos: Carlos Alkmin, Fernando Guerra e Tuca Reinés<br />

Concluído em 2018 na cidade de São Paulo, o edifício<br />

corporativo Santos Augusta situa-se na esquina das ruas que<br />

lhe emprestam o nome, em um terreno nunca ocupado antes.<br />

Cercado de edifícios icônicos, como o Conjunto Nacional (projeto<br />

de David Libeskind) e o antigo edifício Plavinil-Elclor (projeto de<br />

Rino Levi), o Santos Augusta exibe uma arquitetura ao mesmo<br />

tempo sóbria e expressiva, do escritório Isay Weinfeld, que faz<br />

jus à de seus ilustres vizinhos.<br />

Sua forma consiste num conjunto de volumes retangulares<br />

de diferentes dimensões, empilhados uns sobre os outros e<br />

revestidos de pedra. O primeiro volume, de aspecto maciço,<br />

apoia-se sobre os pilotis do térreo, abrigando um teatro. Uma<br />

exuberante vegetação tropical se esgueira entre esses volumes,<br />

derramando-se por suas empenas.<br />

O térreo – uma ampla área envidraçada em pilotis – abriga<br />

a recepção, a bilheteria do teatro e uma ampla e informal área<br />

de estar que se esparrama para além de suas divisórias de<br />

vidro, onde também opera o Perseu Coffee Shop. O acesso ao<br />

teatro no piso superior acima se dá por uma escada; os demais<br />

volumes abrigam as áreas corporativas para locação ou venda.<br />

Entre o auditório e os demais volumes, há um restaurante.<br />

48 49


LUZES E SOMBRAS INTERCALADAS<br />

A composição de volumes e reentrâncias do edifício definiu<br />

o critério de iluminação das fachadas, que acompanhou a<br />

orientação das janelas ora para a alameda Santos, ora para a<br />

rua Augusta. Internamente, a iluminação funcional prevista para<br />

os conjuntos também acompanhou as variações das janelas.<br />

Uma iluminação sutil locada entre os volumes destaca um do<br />

outro, reforçando a geometria do conjunto. Nenhuma luz foi<br />

direcionada ao volume do auditório, que atua como um hiato<br />

entre o térreo e as superfícies iluminadas acima.<br />

A área externa defronte à alameda Santos recebeu iluminação<br />

nos canteiros e sob os bancos. A pedido dos arquitetos, os postes<br />

para iluminação geral foram produzidos em menor altura e<br />

potência reduzida, para não interromper a visão da empena<br />

de pedra. Ao fundo, a iluminação do core dá destaque ao letreiro<br />

branco do edifício. Projetores lineares de diferentes fachos e<br />

intensidades definem e destacam os volumes. Para a fachada,<br />

fachos elípticos; para os tetos, fachos abertos e com potência<br />

reduzida. Um desenho regular de pontos embutidos na pedra<br />

(6,6 W) amplia a percepção para além dos vidros. A escada<br />

externa, que dá acesso ao teatro, foi iluminada por balizadores,<br />

degrau a degrau, tornando-se um elemento luminoso atraente.<br />

O balcão integrado da recepção do edifício e bilheteria do teatro<br />

teve sua frente iluminada por barras de LED escondidas, assim<br />

como sua parede de fundo. Luminárias especiais, fabricadas<br />

em impressora 3D para esta obra, iluminam a parede do core<br />

(2,2 W, facho elíptico assimétrico).<br />

HORIZONTE AMPLIADO<br />

O rigor de uma arquitetura de poucas concessões foi a<br />

régua para o projeto de iluminação, que cuidadosamente não<br />

ultrapassou seus limites expressivos. No térreo, o teto de<br />

pedra determinou o ritmo, a paginação e mesmo o caráter dos<br />

pontos de luz, sempre com o mínimo possível de interferência.<br />

Uma sequência de miniluminárias de facho elíptico ilumina<br />

sutilmente as paredes do core, ao mesmo tempo que define um<br />

anel luminoso em torno dele.<br />

Pequenos grupos de luminárias com diferentes paginações<br />

distribuem-se ao longo dos zigue-zagues diagonais das pedras,<br />

iluminando diferentes zonas – estar, mesas, balcões e recepção.<br />

Também se espraiam além dos limites do vidro, ajudando a<br />

diluir as fronteiras entre interior e exterior.<br />

50 51


O encontro dos pilotis com o teto de pedra é definido<br />

por sancas luminosas; os nichos que abrigam a recepção e a<br />

bilheteria têm suas paredes iluminadas, para que se destaquem<br />

do restante. No bar, a frente iluminada do balcão do café, bem<br />

como luminárias decorativas (escolhidas pelos arquitetos)<br />

atribuem escala ao ambiente e às mesas; finalmente,<br />

a vegetação em torno do edifício – paredes verdes, arbustos e<br />

árvores – recebeu generosa iluminação, para que se ampliasse<br />

a percepção externa.<br />

O esforço dedicado a acompanhar uma arquitetura ao mesmo<br />

tempo sintética e de poucas concessões resultou numa iluminação<br />

quase silenciosa, um repouso para a ruidosa luz da cidade.<br />

No exterior, a iluminação do jardim projeta sombras irreais<br />

sobre a empena de pedra do auditório. Uma sanca curva<br />

em torno do pilar solta-o de seu encontro com o teto, dando<br />

leveza à sua função de apoio.<br />

Durante o dia a iluminação artificial complementa a diurna,<br />

filtrada pelas cortinas. Uma linha regular de pontos ilumina<br />

o balcão do bar; sob o tampo deste, barras de LED auxiliam<br />

na iluminação difusa do ambiente.<br />

EDIFÍCIO SANTOS AUGUSTA E PERSEU COFFEE SHOP<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Franco Associados<br />

Gilberto Franco (arquiteto titular)<br />

Juliana Scialis (arquiteta coordenadora)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Isay Weinfeld Arquitetura<br />

Isay Weinfeld (arquiteto titular)<br />

Gabriel Bicudo (arquiteto coordenador)<br />

Adriana Aun, Elena Scarabotolo, Lucio Oliver e<br />

Pablo Resende (arquitetos colaboradores)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Rodrigo Oliveira Paisagismo<br />

Rodrigo Oliveira (arquiteto titular)<br />

Certificação LEED GOLD:<br />

Hill International<br />

Daniel Brum e Regina Capote<br />

Cliente:<br />

Real Estate & Urban Development (REUD)<br />

Fornecedor:<br />

Lumini<br />

Sempre nas placas inferiores da pedra, luminárias de LED<br />

6,6 W de facho médio agrupam-se para criar os diferentes<br />

cenários do café.<br />

52 53


DESENHO BIOFÍLICO<br />

E TEXTURAS DE LUZ<br />

Texto: Orlando Marques | Fotos: Stijn Bollaert<br />

Os lighting designers do escritório de iluminação<br />

Beersnielsen conseguiram de novo!<br />

Repleto de desafios, o recém-inaugurado projeto de<br />

iluminação do edifício do Centro de visitantes do Parque Nacional<br />

De Hoge Veluwe, no centro-sudeste da Holanda, apresenta<br />

princípios do desenho biofílico com a criação de texturas<br />

luminosas como principal abordagem e conceito do projeto.<br />

O projeto de arquitetura, colaboração entre os arquitetos<br />

dos escritórios De Zwarte Hond e Monadnock, de Roterdã,<br />

procurou criar um edifício que refletisse uma relação entre<br />

o ambiente construído e o ambiente natural do parque.<br />

O desenho inusitado do edifício, inspirado numa casa de campo,<br />

apresenta uma cobertura com quatro águas, lembrando sheds<br />

de galpões. A elevação frontal é curvada para trás, com uma<br />

série de trapeiras para a entrada de iluminação natural. Nas áreas<br />

internas, os destaques são o teto abobadado de 7,5 metros de<br />

pé-direito, criado também como suporte para apresentação de<br />

conteúdo multimídia; e os fechamentos de vidro para permitir<br />

vistas à floresta Veluwe.<br />

O conceito do projeto de iluminação baseou-se nos<br />

princípios do desenho biofílico (biofilia: bio = vida, filia =<br />

amor, atração), conforme teorias do autor Edward O. Wilson<br />

em seus livros Biophilia (1984) e Bioliphic Design (1995),<br />

este último em conjunto com Stephen Kellert. Os estudos<br />

discutem a “inerente inclinação humana de relacionar-se com<br />

sistemas e processos naturais, especialmente com aspectos<br />

realistas e relacionados à vida do ambiente não humano”.<br />

Segundo os autores, as pessoas preferem viver na presença de<br />

elementos naturais, como a água, as plantas e as árvores, os<br />

animais, a luz do dia, etc.<br />

O conceito foi trazido para o projeto pelo lighting designer<br />

Wim ann de Stegge, do Beersnielsen, por meio de sua tese<br />

de mestrado Biophilic Light Texture: Applying biophilic design<br />

principles to lighting design (Textura da Luz Biofílica: aplicando<br />

os princípios do design biofílico, em tradução livre), trabalho<br />

desenvolvido na Universidade de Tecnologia de Delft, enquanto<br />

trabalhava no escritório.<br />

Desde o início e ao longo de todo o processo, o projeto<br />

de iluminação apresentou uma série de desafios. O maior de<br />

todos foi convencer os arquitetos e o cliente a alterar o uso da<br />

superfície da abóbada – inicialmente projetada para receber um<br />

painel de LED multimídia para contar a história do parque –,<br />

para receber um conteúdo que melhor refletisse o ambiente.<br />

“Achamos a ideia inicial muito Las Vegas e nada apropriada<br />

para um edifício localizado no coração de um parque nacional”,<br />

argumenta Sjoerd van Beers, titular do Beersnielsen.<br />

Os designers propuseram que a abóbada fosse utilizada para<br />

receber efeitos mais sutis, que remetessem ao ambiente natural<br />

– como texturas de luz e de sombra –, inspirados em elementos<br />

encontrados na floresta. Dessa forma, os usuários poderiam ter<br />

experiências sensoriais relacionadas à natureza – como em um<br />

passeio na floresta, com o sol perfurando a copa das árvores<br />

e projetando luz e sombra no caminho –, e não somente as<br />

experiênciais sensoriais referentes ao edifício.<br />

54 55


Os nove pendentes customizados, com diâmetro de 1,50 metro,<br />

foram instalados a 3 metros do piso. Cada um deles foi equipado<br />

com 20 módulos de LED 15 W e 5.700 K, responsáveis por<br />

projetar as texturas no teto abobadado, sendo 14 deles equipados<br />

com lentes de 10º e seis com lentes de 6º. Foram utilizados dois<br />

padrões de textura distintos nas cúpulas, simulando o efeito do<br />

sol através das folhas nas copas de árvores.<br />

Os pendentes contam ainda com quatro módulos diretos<br />

de LED 6 W e 3.000 K, dotados de lentes de 16º, que<br />

desempenham a iluminação funcional, complementados por<br />

projetores com LED 34 W e 3.000 K dimerizáveis, com facho<br />

médio, integrados às trapeiras para luz natural.<br />

56 57


O desafio foi convencer a todos e a si mesmos de que a ideia<br />

das texturas de luz e sombra funcionaria naquele espaço, dada<br />

a abundância de luz natural nos interiores do edifício, em razão<br />

das suas dimensões. Outra dificuldade foi encontrar superfícies<br />

para a distribuição de luminárias para a iluminação “funcional”,<br />

sem interferir na aparência da abóbada.<br />

Para a criação das texturas, foram desenvolvidos oito<br />

protótipos de um pendente para projeção de luz e sombra, por<br />

meio de iluminação indireta através de uma cúpula recortada em<br />

determinado padrão. Três parâmetros foram considerados para<br />

o desenvolvimento do projeto técnico do pendente: intensidade<br />

(brilho) da fonte luminosa, tamanho do módulo de LED e<br />

distâncias entre a fonte e as superfícies da cúpula e da abóbada.<br />

A intensidade da fonte determinou o contraste necessário<br />

entre a luz natural e a artificial, enquanto o tamanho dela<br />

assegurou a definição das sombras. A distância entre fonte<br />

luminosa, cúpula e abóbada determinou o tamanho e a definição<br />

das sombras.<br />

PAVILHÃO DO PARQUE NACIONAL DE HOGE VELUWE<br />

Otterlo, Holanda<br />

Projeto de iluminação:<br />

Beersnielsen<br />

Charl Smit, Juliette Nielsen, Mieke van der Velde, Sjoerd<br />

van Beers, Win aan de Stegge (lighting designers)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

De Zwarte hond<br />

Willem Hein Schenk (arquiteto titular)<br />

Monadnock<br />

Job Floris (arquiteto titular)<br />

Projeto de interiores:<br />

Vosinterieur<br />

Bart Vos (designer titular)<br />

Fornecedores:<br />

Deltalight, Fagerhult, Lens BV e TDE lighttech<br />

Durante o processo de projeto, iniciado em 2013, foram produzidos e testados<br />

oito diferentes protótipos, até chegar à versão final do pendente. A quantidade<br />

e o posicionamento dos módulos de LED foram cuidadosamente estudados para<br />

que a sobreposição das múltiplas sombras fosse harmoniosa.<br />

Cada pendente possui uma malha de 5 × 4 módulos de<br />

LED para a iluminação da cúpula (e a projeção das texturas) e<br />

quatro para a iluminação direta, para baixo. Cada um dos 20<br />

módulos é comandado individualmente por protocolo DMX de<br />

controle, acrescentando dinâmica às texturas.<br />

A sequência dos acendimentos dos módulos segue<br />

um algoritmo com base em vídeos de folhas de árvores em<br />

movimento, o que confere causalidade à instalação – outra<br />

premissa do projeto de iluminação e do desenho biofílico.<br />

O conjunto óptico de cada módulo de LED foi determinado<br />

para evitar sobreposições dos fachos na superfície da cúpula e,<br />

com isso, garantir melhor definição das texturas.<br />

A iluminação funcional do ambiente também foi resolvida<br />

com engenhosidade. Pequenos projetores foram fixados nas<br />

superfícies das aberturas das claraboias das trapeiras, de modo<br />

a garantir a integridade visual da cúpula e dos efeitos das<br />

texturas de luz e sombra.<br />

De natureza complexa e resultados imprevisíveis, o projeto<br />

só foi possível por meio da abordagem “mão na massa”, uma<br />

das habilidades natas dos designers do Beersnielsen.<br />

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OSSO COLABORATIVO<br />

Texto: Diogo de Oliveira | Fotos: Jomar Bragança<br />

O projeto de arquitetura do escritório mineiro Gustavo<br />

Penna para o restaurante OssO, casa de carnes na brasa aberta<br />

em 2019 no Serena Mall, em Nova Lima – Região Metropolitana<br />

de Belo Horizonte e cenário da atual expansão imobiliária de<br />

alto padrão na região –, foi concebido de maneira colaborativa.<br />

Segundo a lighting designer responsável Sônia Mendes, a luz foi<br />

projetada totalmente inserida na arquitetura e definida em testes<br />

feitos durante a obra, em conjunto com o cliente, as equipes<br />

técnica e de arquitetura, e os fornecedores de luminárias.<br />

A área da varanda foi iluminada por meio de perfis lineares de<br />

LED 15 W/m e 2.700 K, integrados à estrutura metálica, onde<br />

também é fixado o forro vazado colorido.<br />

Abaixo, a logo do restaurante foi destacada com mangueira<br />

de LED flexível, na mesma temperatura de cor.<br />

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envolta por tecido em tom cru; no meio, foram instalados os<br />

perfis de LEDs deitados, para emissão de luz lateralmente. Nesse<br />

ambiente fica também a adega, que serve de vitrine voltada à<br />

área de circulação do centro comercial e do salão, iluminada por<br />

pequenas luminárias do tipo projetores, para iluminação rasante<br />

das garrafas.<br />

Para destacar o balcão do bar e as mesas altas, foram<br />

utilizadas pequenas luminárias pretas cilíndricas fixadas<br />

sob perfilado da mesma cor, camufladas na laje nervurada<br />

aparente, também escura. Dentro do nicho horizontal do bar,<br />

iluminado com perfis de LED escondidos no perímetro da<br />

caixa, as garrafas são valorizadas em contraste com o fundo<br />

branco. O painel de couro de vaca foi iluminado com perfil<br />

linear de LED em 2.700 K, realçando suavemente o painel ao<br />

fundo do ambiente.<br />

Por fim, a cozinha à vista, através de vidro, pela norma,<br />

demanda iluminância de 500 lux em local de trabalho, com<br />

temperatura de cor geralmente preferida em 4.000 K. Para<br />

integrar essa tonalidade aos ambientes do restaurante, foi<br />

aplicada uma película em tom bronze sobre o vidro, sem alterar<br />

a visibilidade, mas amenizando a cor e a quantidade de luz.<br />

Os resultados dos projetos colaborativos de luz, arquitetura,<br />

interiores e mobiliário no Restaurante OssO podem ser<br />

resumidos na qualidade do ambiente e na criatividade das ideias<br />

e das soluções.<br />

O salão do restaurante foi iluminado com projetores com<br />

LED 8 W e 2.700 K, integrados aos painéis de forro suspensos,<br />

cuja grelha colorida é valorizada por meio de perfis lineares<br />

de LED 15 W e 2.700 K, instalados em seu perímetro.<br />

O painel de couro de vaca foi destacado por meio de<br />

luminárias lineares com LED 10 W e 2.700 K, instaladas<br />

lateralmente em eletrocalha suspensa.<br />

Projetores cilíndricos com LED 8 W 2.700 K, fixados sob<br />

eletrocalhas suspensas, iluminam o balcão e valorizam a textura<br />

da parede ao fundo do bar. Perfis de LED 4,4 W/m e 2.700 K<br />

foram integrados no perímetro ao fundo do nicho de garrafas,<br />

transformado-o em uma caixa de luz.<br />

Os conceitos dos projetos de arquitetura e de luz do<br />

restaurante derivaram da parrilla, produto final do OssO,<br />

presentes na escolha dos materiais, nas cores e no projeto de<br />

interiores: na grelha em tons de fogo amarelo, laranja e vermelho<br />

terra, nos forros e na divisória; no painel de couro de vaca; no<br />

aço das facas e na madeira das superfícies do mobiliário, alguns<br />

desenvolvidos exclusivamente para o projeto.<br />

O restaurante divide-se em quatro ambientes: varanda,<br />

salão, bar e cozinha. No primeiro, a grelha, com desenho<br />

exclusivo do escritório Greco Design, foi instalada no teto e<br />

como parede divisória vazada. No teto, a grelha foi inserida na<br />

estrutura metálica da cobertura, mesma estrutura usada para<br />

fixar perfis de LED 2.700 K. Criou-se, desse modo, um elemento<br />

ao mesmo tempo forro e luminária.<br />

Para o salão foram desenvolvidos painéis pendentes<br />

quadrados e retangulares, com princípio similar ao do forro<br />

luminoso da varanda, com temperatura de cor quente, em<br />

2.700 K. Esses elementos suspensos são como sanduíches que<br />

têm, de um lado, a grelha colorida e, do outro, espuma acústica<br />

RESTAURANTE OSSO<br />

Belo Horizonte, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Arquitetura e Luz<br />

Sônia M. S. Mendes (arquiteta titular)<br />

Camila Ferreira e Lais Rodrigues Rocha<br />

(arquitetas colaboradoras)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Gustavo Penna Arquiteto e Associados<br />

Gustavo Penna, Laura Penna, Norberto<br />

Bambozzi (arquitetos titulares)<br />

Gabriel de Souza (arquiteto colaborador)<br />

Fornecedor:<br />

Templuz<br />

Construtora:<br />

EPO Engenharia<br />

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ENTRANHAS EXPOSTAS<br />

O projeto para a nova sede do Centro de Tecnologia de<br />

Edificações (CTE) – empresa de consultoria e gerenciamento<br />

do setor da construção civil localizada em São Paulo –<br />

foi desenvolvido tendo como pressupostos seus pilares<br />

fundamentais de atuação: qualidade, tecnologia, inovação e<br />

sustentabilidade. Com base na arquitetura biofílica, o escritório<br />

de arquitetura SuperLimão Studio concebeu o projeto inspirado<br />

nos quatro elementos da natureza – água, terra, ar e fogo – para<br />

compor o aspecto visual dos interiores.<br />

Atendendo à certificação LEED CI, às necessidades de<br />

um espaço pensado para fortalecer as relações corporativas<br />

e à difusão de práticas inovadoras, o projeto de iluminação, de<br />

autoria do escritório Castilha Iluminação, desenvolveu-se desde<br />

o princípio em total integração com as demais disciplinas de<br />

Texto: Fabiana Rodriguez | Fotos: Rafaela Netto<br />

projeto e equipes do CTE. Essa relação de troca de conhecimentos<br />

resultou em um projeto bastante tecnológico, eficiente e<br />

totalmente automatizado, no qual a maior parte das soluções<br />

implantadas se deu por meio da elaboração de equipamentos<br />

especialmente desenhados para o projeto, a fim de que se<br />

adequassem às necessidades de diferentes usos e espaços.<br />

Com forro e instalações aparentes, o conceito de iluminação<br />

assumiu a ideia de “entranhas expostas”, como define Marcos<br />

Castilha, lighting designer titular do escritório Castilha<br />

Iluminação. Pensado como um organismo ativo, todas as<br />

redes e conexões que fazem um edifício funcionar se tornaram<br />

catalisadores visuais do projeto. Dessa forma, uma ideia de<br />

placas de circuitos impressos, por exemplo, deu origem à Chip,<br />

principal luminária do projeto, aplicada nas salas de reuniões.<br />

Na página ao lado, na recepção, instalou-se uma composição<br />

de luminárias em trilho suspenso: spots customizados com<br />

“barndoor”, com LED 8,5 W, 1.050 lm, 3.000 K e protocolo<br />

DALI, e spots com lâmpadas LED tipo PAR 18 W Red/Blue,<br />

para a vegetação.<br />

Acima, as grandes áreas de trabalho são iluminadas de maneira<br />

uniforme por meio de pendentes lineares instalados no sentido<br />

transversal às mesas. Com luz direta (5.000 lm) e indireta<br />

(1.200 lm), potência máxima 60 W, 3.000 K e protocolo<br />

DALI, a solução atende aos níveis exigidos nos postos de<br />

trabalho e iluminam o forro suavemente.<br />

À direita, a sala de multiuso apresenta uma variação<br />

da luminária Chip em menor escala. Com controle<br />

DALI, a luminária tem dois módulos de luz indireta com LED<br />

5 W, 400 lm e 3.000 K, que permite uma iluminação tênue<br />

das instalações aparentes do forro, e um módulo de luz direta<br />

com LED 19 W, 2.600 lm e 3.000 K para iluminação geral.<br />

Ao fundo, um perfil suspenso a 45° com LED 15 W/m,<br />

1.300 lm/m e 2.700 K banha o grafismo da parede.<br />

66 67


Acima, a luminária Chip é o elemento norteador do projeto. Desenvolvida em<br />

parceria com a LIS, apresenta módulos LED de iluminação direta (1.000 lm) e indireta<br />

(700 lm) com 10 W, 3.000 K e protocolo DALI. Foi produzida em quatro composições<br />

variadas para atender aos diferentes tamanhos das salas de reuniões.<br />

Abaixo, na área de descompressão foram especificados pendentes decorativos<br />

para lâmpada LED globo leitosa dimerizável de 4 W, 300 lm e 2.700 K. Luminárias com<br />

lâmpada LED defletora de 5 W, 400 lm e 2.700 K embutidas nas cubetas com forro<br />

acústico completam a iluminação.<br />

Idealizada desde a etapa conceitual e desenvolvida em<br />

parceria com o fornecedor, a luminária emite luz indireta (para<br />

cima) e direta (para baixo) e consegue unir a particularidade de<br />

uma peça customizada à eficiência das de mercado. Com base<br />

nessa peça, replicou-se essa temática por todo o projeto.<br />

Nas duas grandes áreas de trabalho, aplicou-se novamente o<br />

conceito de iluminação direta e indireta, por meio de luminárias<br />

lineares, com emissão indireta, mais tênue – para iluminar<br />

sutilmente o forro e as instalações aparentes –, e emissão<br />

direta altamente eficiente, para atingir os níveis de iluminância<br />

adequados nos postos de trabalho. Diferentemente de uma<br />

distribuição padrão de projetos de iluminação, as luminárias<br />

foram instaladas no sentido transversal às mesas, disposição<br />

que garantiu maior uniformidade luminosa independentemente<br />

das futuras variações de layout desses ambientes.<br />

Outra peça customizada está localizada junto aos monitores<br />

para a transmissão de conteúdo de mídia espalhados pelo<br />

pavimento. Essa luminária, um painel de LED com braço<br />

pantográfico, barndoors (placas metálicas móveis que permitem<br />

direcionar o facho de luz) e acabamento bruto de serralheria<br />

integra-se à atmosfera tecnológica, uma das características do<br />

projeto de arquitetura.<br />

Na área de descompressão, o lighting designer utiliza o forro<br />

como suporte para uma solução simples, composta de soquete<br />

e lâmpada tipo globo. Essas luminárias são fixadas sob placas<br />

acústicas suspensas, restritas às cubetas de concreto da laje<br />

nervurada, valorizando o desenho do forro e da estrutura. A<br />

iluminação do espaço é completada por pendentes decorativos<br />

com a mesma solução simples.<br />

Em geral, a temperatura de cor das fontes luminosas<br />

utilizadas é de 3.000 K, com uma variação interessante para<br />

5.000 K no core do edifício, onde a arquitetura implementou o<br />

elemento água por meio de cores e acabamentos em tons azuis.<br />

Nessa área, Castilha acentua essa particularidade com luz fria.<br />

Com soluções inovadoras, o projeto de iluminação da nova<br />

sede do CTE ficou em 2º lugar na Categoria Especial do Prêmio<br />

Abilux de 2019. Uma demonstração do equilíbrio entre design,<br />

tecnologia e sustentabilidade em um projeto voltado ao futuro e<br />

certamente atrativo para o cliente e seus usuários.<br />

Para a espera, desenvolveu-se uma luminária com barndoor e<br />

haste pantográfica, com painel de LED de 23,5 W, 2.800 lm e<br />

3.000 K e protocolo DALI.<br />

No core do pavimento, os acabamentos em tons azuis, que<br />

remetem à água, foram enfatizados pela iluminação com perfis<br />

LED em temperatura de cor fria 5.000 K, 25 W/m e 2.000 lm/m.<br />

SEDE DO CTE<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Castilha Iluminação<br />

Marcos Castilha (arquiteto titular)<br />

Brenda Lelli (arquiteta colaboradora)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

SuperLimão Studio<br />

Lula Gouveia (arquiteto titular)<br />

Julia Regis Bittencourt (arquiteta colaboradora)<br />

Cliente:<br />

CTE – Centro de Tecnologia de Edificações<br />

Fornecedores:<br />

Dimlux, LIS, Lumicenter, Power Lume, Reeme e Stella<br />

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Assim se resume o conceito do projeto de iluminação para<br />

o Espaço Baltoro: conforto visual com elegância. A segunda<br />

unidade do bar e tabacaria, localizada em Porto Alegre, pretende<br />

ser a melhor do mundo no segmento, o que tornou a tarefa do<br />

lighting designer Eduardo Becker, titular do Eduardo Becker –<br />

Atelier de Iluminação, ainda mais complexa.<br />

Sem interferir profundamente na atmosfera existente na<br />

primeira loja da rede, localizada em Curitiba, Becker imprimiu<br />

ao espaço seu próprio ponto de vista, em um trabalho que ele<br />

classifica em verdadeira direção de fotografia. Por meio do<br />

controle preciso das intensidades luminosas e de ofuscamentos,<br />

o lighting designer criou um ambiente cenográfico, marcado pelos<br />

contrastes, com o objetivo de orientar a percepção dos clientes.<br />

Pensado para atrair frequentadores sem distinção de<br />

gênero – apesar de ser tradicionalmente considerado um<br />

ambiente tipicamente masculino –, o projeto de iluminação<br />

propôs um toque extra de brilho e de intensidade luminosa sobre<br />

os produtos, tendo como inspiração a iluminação de joalherias.<br />

CONFORTO VISUAL COM ELEGÂNCIA<br />

Os nichos e prateleiras foram iluminados com dois perfis<br />

assimétricos instalados na parte superior, com LED 7,2 W/m<br />

e 2.700 K, complementados por um terceiro perfil instalado na<br />

parte inferior, ao fundo de cada nicho.<br />

Luminárias orientáveis embutidas no forro, com LED 10 W, 24º<br />

e 2.700 K, minimizam eventuais sombras nos itens em exibição<br />

e fornecem a iluminação geral dos ambientes com pé-direito<br />

simples. Todos os equipamentos de iluminação são dimerizáveis<br />

e controlados por sistema de automação, o que contribui para o<br />

aspecto cenográfico do espaço.<br />

Texto: Débora Torii | Fotos: Sérgio Ordobás<br />

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Dessa forma, as dezenas de nichos e prateleiras que exibem<br />

os produtos contam com iluminação mais intensa. Becker<br />

explica que esse foi o ponto mais complexo do projeto, em<br />

razão da diversidade de alturas e dimensões do mobiliário, o<br />

que demandou precisão no detalhamento para a integração dos<br />

perfis de LED.<br />

Essencial para o sucesso do projeto, o controle de intensidade<br />

dessas fontes luminosas é realizado por meio de um intricado<br />

projeto de automação que permitiu a criação de diferentes<br />

cenários pré-programados. As eventuais sombras geradas sobre<br />

os produtos foram atenuadas pela iluminação geral da loja,<br />

realizada por projetores orientáveis fixados em nichos no forro.<br />

Um estudo das cores e das reflexões dos acabamentos<br />

propostos pelos interiores levou à definição da temperatura<br />

de cor de 2.700 K para as fontes luminosas. Outro ponto<br />

de atenção foi a distância entre as fontes de luz e os produtos,<br />

de forma a evitar brilhos indesejados, de acordo com as texturas<br />

de suas superfícies.<br />

Segundo o lighting designer, a integração entre as equipes<br />

de iluminação, de arquitetura e de engenharia foi essencial<br />

para o resultado bem-sucedido: “Houve um entendimento de<br />

que o projeto de iluminação precisava ser levado ao extremo.<br />

Fizemos detalhes, moldes, testes e aprovamos, por fim,<br />

um sistema de iluminação que funcionou integralmente”.<br />

Becker define o processo de projeto como um “imenso quebracabeça<br />

de luz, arquitetura e percepção” que justapôs elementos<br />

técnicos e cenográficos para a criação de um ambiente<br />

agradável e elegante.<br />

Nas áreas de pé-direito duplo, foram utilizados projetores<br />

orientáveis com lâmpada LED tipo PAR30, 11 W, 38º e 2.700 K,<br />

instalados em nichos no forro, para iluminação geral e também<br />

para destaque dos objetos nos nichos.<br />

Luminárias de mesa decorativas complementam a ambientação<br />

da loja.<br />

No espaço destinado aos charutos, perfis de LED 7,2 W/m e<br />

2.700 K foram integrados à frente das prateleiras inclinadas,<br />

valorizando os produtos, enquanto projetores orientáveis com<br />

lâmpada LED tipo PAR20, 6 W, 24º e 2.700 K destacam as<br />

folhas de tabaco suspensas sob o forro.<br />

ESPAÇO BALTORO<br />

Porto Alegre, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Eduardo Becker – Atelier de Iluminação<br />

Eduardo Becker (arquiteto titular)<br />

Nicolly Dalenogare (arquiteta colaboradora)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Obra Prima – Estudio de Arquitectura<br />

Carolina Proto, Fernanda Schuch e<br />

Juliana Bassani (arquitetas titulares)<br />

Cliente:<br />

Espaço Baltoro<br />

Fornecedores:<br />

Bella Iluminação; Brilia; Di Luce; Everlight e Luxion<br />

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FOTO LUZ FOTO<br />

STIJN BOLLAERT<br />

A luz, neste projeto, é de extrema importância: espaço e<br />

iluminação definem um ao outro. Tentei produzir uma imagem<br />

de fácil entendimento, em um ambiente bastante complexo, que<br />

mostrasse o espaço e a iluminação.<br />

Para isso, escolhi um ponto de vista relativamente baixo, para<br />

que as mesas e os elementos sobre elas ficassem escondidos<br />

atrás do banco que aparece em primeiro plano.<br />

O enquadramento ortogonal em relação ao banco conferiu<br />

uma sensação de equilíbrio à imagem.<br />

Para enfatizar o espaço e evitar que um grande banco vazio<br />

dominasse a imagem, decidi fazer o registro com algumas pessoas<br />

sentadas nele. As garotas que aparecem na foto são visitantes que<br />

estavam ali ocasionalmente e não se importaram em aparecer no<br />

registro. Em vez de pedir que se sentassem no banco, não lhes dei<br />

qualquer orientação, deixando-as agir naturalmente.<br />

Não foi aplicado nenhum tipo de pós-produção especial,<br />

nem houve detalhes removidos ou alterados. Apenas<br />

adaptei a temperatura de cor da luz sobre as pessoas, para que<br />

fosse a mesma do restante do espaço e da luz natural, tornando-a<br />

ligeiramente menos amarela. Além disso, foi necessária apenas<br />

uma leve afinação na claridade e no contraste da imagem.<br />

O registro foi feito com uma câmera Canon 5DSR,<br />

em velocidade 1/4s, diafragma f13 e ISO200.<br />

Stijn Bollaert é um fotógrafo baseado na Bélgica, com interesse<br />

especial nos espaços e nos ambientes construídos, resultado<br />

dos anos dedicados ao estudo da arquitetura, antes de voltar-se<br />

à fotografia. Seu trabalho já foi publicado em diversos livros<br />

e em algumas das mais conhecidas revistas de arquitetura.<br />

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