L+D85
Edição do segundo semestre de 2023 da Revista L+D - Luz | Design | Arquitetura.
Edição do segundo semestre de 2023 da Revista L+D - Luz | Design | Arquitetura.
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R$25,00<br />
CENTRO DE EDUCAÇÃO E PESQUISA ALBERT EINSTEIN (SÃO PAULO)<br />
CASA CUMARU (BARUERI) | SESI LAB (BRASÍLIA)<br />
NK STORE (SÃO PAULO) | FOTO LUZ FOTO: FECO HAMBURGER
LED Lighting Solutions
SUMÁRIO<br />
2º semestre 2023<br />
edição 85<br />
42 46<br />
54<br />
60 66<br />
8<br />
¿QUÉ PASA?<br />
42<br />
46<br />
54<br />
60<br />
66<br />
CASA CUMARU<br />
Agradável simbiose<br />
SESI LAB<br />
Poesia e reverência<br />
CENTRO DE EDUCAÇÃO E PESQUISA ALBERT EINSTEIN<br />
Oásis de luz<br />
NK STORE<br />
Galeria intimista<br />
FOTO LUZ FOTO<br />
Feco Hamburger<br />
4
experience room: avenida dos tajurás, 152 cidade jardim são paulo | 11.3062 7525 | goelight.com.br
Sys: Sistema linear com trilho de baixa tensão, versátil e elegante,<br />
com módulos para iluminação geral, de destaque e varrimento.<br />
85<br />
R$25,00<br />
CASA CUMARU (BARUERI) | SESI LAB (SÃO PAULO)<br />
NK STORE (SÃO PAULO) | FOTO LUZ FOTO: FECO HAMBURGER<br />
EDITORIAL<br />
CASA CUMARU | SESI LAB | CENTRO DE EDUCAÇÃO E PESQUISA ALBERT EINSTEIN | NK STORE | FOTO LUZ FOTO: FECO HAMBURGER<br />
2º semestre 2023<br />
CENTRO DE EDUCAÇÃO E PESQUISA ALBERT EINSTEIN (SÃO PAULO)<br />
Paula Carnelós<br />
CAPA<br />
Centro Albert Einstein, São Paulo<br />
Iluminação: Lam Partners + Studio IX<br />
Foto: Pedro Mascaro<br />
PUBLISHER<br />
Thiago Gaya<br />
ECCE HOMO<br />
Enquanto a inteligência artificial parece ameaçar até as atividades mais<br />
criativas, a pergunta parece se repetir sempre: Quem somos nós? Por que<br />
estamos aqui? Não nos cabe saber a resposta, mas, enquanto isso, podemos<br />
buscar alguma identidade em manifestações artísticas – visuais, sonoras ou<br />
arquitetônicas. Esta edição traz um leque de vertentes. Uma casa que se<br />
fecha ao mundo exterior e se conecta à espiritualidade através da luz, quase<br />
como se fora uma casa de oração. Instalações que fazem uso de espelhos<br />
– multiplicando em fractais nossa própria imagem ou distorcendo o espaço<br />
circundante. Ou que criam objetos luminosos que não existem. Ou que, como<br />
a instalação Luz, Cor, Ação!, exploram o limite do uso da cor como matéria,<br />
inundando-nos em experiências de cor pura.<br />
Outras vertentes buscam a natureza como parâmetro. A cobertura envidraçada<br />
do Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein quer-se<br />
como a copa de uma gigantesca árvore, para acolher seus usuários com o<br />
devido conforto térmico e lumínico. Luminárias que se valem do trabalho de<br />
abelhas para compor verdadeiras luminárias favos, trazendo-nos a um universo<br />
intimista e primevo.<br />
Por fim, a arquitetura, nossa referência, nossa “casa” metafórica. Um<br />
projeto de Oscar Niemeyer, no coração de Brasília, andava meio esquecido<br />
no meio de tantos palácios, teatros, ministérios e catedrais. Mas, graças à<br />
iniciativa do Sesi e de competentes mãos, voltou à vida com sua peculiar<br />
forma, aliás um tributo à engenharia e à arquitetura brasileiras, valorizadas<br />
por meio da luz.<br />
EDITOR CONVIDADO<br />
Gilberto Franco<br />
DIAGRAMAÇÃO<br />
Maria Fraga<br />
PROJETO GRÁFICO<br />
Thais Moro<br />
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO<br />
Feco Hamburger, Gabriella Franco, Mariana<br />
Novaes, Valentina Figuerola<br />
REVISÃO<br />
Débora Tamayose<br />
ASSINATURAS E OPERAÇÕES<br />
Márcio Silva<br />
PUBLICADA POR<br />
Boa leitura!<br />
Lumière Mídia<br />
Rua Catalunha, 350, 05329-030<br />
São Paulo SP, T 11 3062.2622<br />
ld@editoralumiere.com.br<br />
www.editoralumiere.com.br<br />
6
a verdadeira magia acontece ao experimentar o poder da natureza
¿QUÉ PASA?<br />
LUZ, ACOLHIMENTO,<br />
ESPIRITUALIDADE<br />
Cesar Bejar<br />
Situada em Morelia, importante cidade mexicana localizada<br />
400 km a leste da capital do país, a chamada Casa Sem Nome é<br />
uma construção residencial, concebida pelos arquitetos do HW<br />
Studio, sem nenhuma janela voltada para o exterior. Nela, toda a<br />
iluminação natural é proveniente de claraboias e pátios internos.<br />
Esse padrão, inusitado e austero para quem vê o edifício de<br />
fora, teve origem no desejo expresso dos clientes de se isolarem<br />
do exterior – um bairro visualmente desinteressante, mal arborizado<br />
e com crescentes índices de criminalidade.<br />
Aliada a isso, a profunda religiosidade dos moradores foi outro<br />
vetor de inspiração para o partido adotado pelos arquitetos.<br />
Tal qual ocorre nos conventos coloniais espanhóis, as áreas<br />
construídas organizaram-se então em torno de pátios, cada um<br />
deles ladeado por uma cobertura em abóbada de berço, atenuando<br />
assim a transição entre a luz externa e os interiores.<br />
A verticalidade, a forma como o espaço construído trata a luz<br />
e a disposição arquitetônica circunscrita são todos elementos<br />
evocativos da arquitetura religiosa colonial espanhola, tão presentes<br />
nas igrejas e nos conventos barrocos da cidade.<br />
A modelagem da luz natural pela arquitetura é o fator que<br />
confere personalidade a essa edificação, além de transmitir<br />
segurança e acolhimento, importantes aspirações dos proprietários<br />
para sua nova morada.<br />
Externamente, a casa apresenta-se como uma folha em<br />
bran co, uma pausa mesmo no eclético caos que a circunda.<br />
(Gilberto Franco)<br />
8
Maneco Quinderé;<br />
Suite Arquitetos;<br />
MM18 Arquitetura;<br />
Perkins&Will;<br />
Artur Lescher;<br />
ARCHITECTS OFFICE;<br />
Adriana Da Riva Arquitetura;<br />
Eles já produzem com a gente.<br />
Somos uma casa para designers de luminárias,<br />
arquitetos, criadores, inventores,<br />
sonhadores, realistas,<br />
e para quem pensa anos-luz à frente.<br />
Fabricamos luminárias especiais e sob medida<br />
do jeito que você imaginou para o seu projeto.<br />
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cativailuminacao.com.br
¿QUÉ PASA?<br />
HONEYLAMP<br />
Imagine uma cena encantadora: um ambiente iluminado<br />
por uma luz suave e calorosa, envolto pelo aroma reconfortante<br />
do mel. Agora, acrescente a essa imagem a presença dos<br />
fa vos, meticulosamente construídos pelas abelhas seguindo<br />
seus instintos naturais. Essas estruturas intrincadas não servem<br />
apenas de difusores de luz e fragrância. Elas também<br />
proporcionam uma interação fascinante entre formas industriais<br />
e orgânicas.<br />
A luminária Honeylamp é um projeto com uso de biomaterial<br />
de Benjamin Kaltenbach, estudante da Universidade<br />
Hochschule für Gestaltung Karlsruhe, na Alemanha.<br />
Os favos de mel, construídos pelas abelhas em diferentes<br />
estruturas de suporte, servem de difusores e propagam um<br />
suave cheiro de mel. Quando finalizados, são pulverizados<br />
com uma resina de pinheiro dissolvida em álcool para torná-<br />
-los menos sensíveis a impactos. Os cabos que alimentam as<br />
lâmpadas LED, por sua vez, são revestidos com cera de abelha.<br />
As estruturas hexagonais perfeitamente simétricas dos<br />
favos são uma obra-prima natural de engenharia, que, combinadas<br />
à luz e à estrutura das luminárias, representam uma<br />
colaboração criativa entre o controle humano sobre a forma e a<br />
habilidade da natureza em criar estruturas complexas.<br />
(Gabriela C. Franco)<br />
Oliver Selim Boualam<br />
10
Luigi Ciuffreda<br />
¿QUÉ PASA?<br />
CALEIDOSCÓPIO<br />
Desde 2018, a Alcova – plataforma itinerante de divulgação<br />
do trabalho de designers independentes – seleciona edifícios<br />
deteriorados ou abandonados, mas de interesse histórico, para<br />
produzir instalações artísticas. Apresentadas concomitantemente<br />
a Milano Design Week, compõem um dos inúmeros<br />
eventos paralelos ao Salone del Mobile de Milão.<br />
A edição 2023 da Alcova deu-se no antigo Matadouro da<br />
cidade – um belo, porém deteriorado, edifício, próximo a Porta<br />
Vitoria, já um pouco afastado, a leste do centro da cidade.<br />
Dentre as diversas instalações, destaca-se INTERNA_MENTE,<br />
na qual uma antiga câmara frigorífica no interior do edifício foi<br />
transformada em uma impressionante sala de espelhos, feitos<br />
de placas metalizadas que forram todas as superfícies do<br />
ambi ente. De MDF reciclável, as placas são ainda tratadas com<br />
diferentes processos de oxidação e coloração.<br />
O jogo de reflexos desse caleidoscópio imersivo foi enriquecido<br />
por linhas de luz colorida em constante mudança,<br />
abraçando e envolvendo os visitantes ao expandir e dilatar as<br />
dimensões do ambiente.<br />
Uma feição humana, também metalizada, que parece vir<br />
de um horizonte indefinido, reflete os diversos fios luminosos,<br />
distorcendo-os conforme sua própria plasticidade.<br />
“Queríamos criar um lugar fora do espaço e do tempo, onde<br />
você pudesse ser acolhido e ouvido. Um templo onde podemos<br />
ter um momento para nos sentirmos ‘nós mesmos’, fora<br />
das pressões da sociedade, do superficial, das aparências e das<br />
ausências”, dizem Tiziano Guardini e Luigi Ciuffreda, diretores<br />
criativos da instalação.<br />
“As superfícies espelhadas que nos refletem nos tornam<br />
os personagens centrais de nosso próprio ser aqui, no presente.<br />
Frente a frente com uma figura que, por sua vez, funciona<br />
como nosso espelho. O interior torna-se exterior, porque essa<br />
imagem é a materialização do nosso diálogo íntimo com nós<br />
mesmos.”<br />
A metalização das superfícies esteve a cargo da Materica,<br />
empresa especializada em metalização de materiais por meio<br />
da fusão de fios metálicos em superfícies diferentes e heterogêneas.<br />
(G.F.)<br />
12
NOVA MARCA,<br />
NOVA FASE.<br />
A MisterLED é uma empresa em constante evolução que não para de<br />
lançar produtos inovadores que atendam as necessidades do mercado.<br />
E agora, estamos Lorem orgulhosamente ipsum apresentando nossa nova logomarca.<br />
Mais imponente e alinhada com as novas tendências de iluminação.<br />
Essa é a MisterLED, sempre inovando e se adaptando às mudanças.<br />
Acompanhe os novos passos da MisterLED e descubra o poder da<br />
iluminação inovadora.<br />
S Ã O PAULO I SP I BRASIL I FONES: +55 11 236 1.3405 / 315 6 I WWW.MIS TERLE D.CO M.BR
teamLab, Giant Solidified Spark<br />
teamLab, Massless Sun, Distorted Space<br />
¿QUÉ PASA?<br />
EXISTIR (OU NÃO)<br />
Explorando a noção de um mundo sem fronteiras em<br />
quaisquer dimensões, as criações mais recentes do teamLab<br />
vêm propondo como tema questões vastas, como o próprio<br />
significado da vida.<br />
Sua mais recente criação teve lugar no Jiki-do – espaço expo<br />
sitivo que integra um conjunto arquitetônico composto de<br />
edifícios, conhecido como Templo Shoshazan Engyoji, no Japão,<br />
o qual remonta a mais de mil anos de história.<br />
As obras dessa exposição levam os espectadores a perceber<br />
formas de luz e radiação que não existem fisicamente,<br />
ex plorando os limites entre o real e o percebido.<br />
Duas instalações, em salas diferentes, exploram esses limites.<br />
Em uma delas, Giant Solidified Spark (em tradução livre,<br />
“Centelha de Luz Solidificada”), vemos uma esfera luminosa ver -<br />
melha que parece flutuar no espaço. Mas o espaço na verdade<br />
está vazio, ou seja, o objeto que pensamos ver não está fisicamente<br />
lá.<br />
Na outra instalação, Massless Sun, Distorted Space (“Sol sem<br />
massa, espaço distorcido”, em tradução livre), enxerga mos uma<br />
grande mancha de luz que parece brilhar sobre uma super fí cie,<br />
mas não há superfície alguma – o que vemos é a materialização<br />
da luz no próprio espaço, deixando vago até mesmo o limite<br />
entre o objeto de arte e o próprio corpo do espectador. Em outras<br />
palavras, essa luz só existe na percepção dele.<br />
As instalações incitam o público a questionar a relação entre<br />
o mundo que vê com seus olhos e os objetos que realmente<br />
existem, demonstrando que nem sempre o que nossos olhos<br />
veem necessariamente existem. (G.F.)<br />
14
Plié<br />
Leveza e elegância<br />
Nasce no coração, se desenvolve<br />
nos traços do artista e inspira<br />
projetos inovadores.<br />
Assista ao vídeo<br />
w w w. n e w l i n e . i n d . b r
¿QUÉ PASA?<br />
CRIATURAS LUMINOSAS<br />
O layout do novo escritório em Tóquio da Creatures Inc.,<br />
uma das três empresas criadoras do Pokémon, teve como<br />
mote inspiracional uma das famosas invenções da empresa: o<br />
Pokémon Trading Card Game.<br />
Desenvolvido pelo estúdio nendo – com sede em Tóquio e<br />
Milão –, o etéreo espaço que delimita os espaços de entrada<br />
e salas de reunião em nada se assemelha a um escritório convencional.<br />
Luminosas paredes curvas vagueiam livremente pelo<br />
espaço, alternando salas e circulações. Nelas, há uma miríade<br />
de fac-símiles de Pokémon Cards – pequenos pedaços de<br />
cha pa de aço cortada a laser e dobrada em 12 ângulos diferentes,<br />
com padrões gráficos abstratos representando cards em escala<br />
natural (38 mm × 68 mm).<br />
A forma orgânica de cada mesa permite ajustar o layout<br />
de acordo com a necessidade da reunião ou o número de participantes.<br />
Esse conceito foi inspirado nas múltiplas formas<br />
orgânicas presentes no logotipo original da Creatures Inc. Além<br />
disso, essa abordagem faz referência à adaptação e à evolução<br />
dos seres vivos conforme o ambiente, refletindo a visão da empresa<br />
em relação a seu meio.<br />
Toda essa organicidade é enfatizada pela iluminação pulsante<br />
que emana das paredes, vinda do teto e do piso, que rebate a luz<br />
nas centenas de cartõezinhos distribuídos por suas superfícies e<br />
transformando as paredes em generosas fontes luminosas. (G.F.)<br />
Takumi Ota<br />
16
CIA DE ILUMINAÇÃO<br />
LANÇAMENTO DA LINHA UNI<br />
O Ledforum.23 marca o nascimento da linha Uni. Com peças<br />
pequenas, funcionais e únicas, a Uni possui diversas versões, seja de<br />
embutir, sobrepor, pendente, coluna, trilho ou integrada com outros<br />
sistemas, em modelos com driver remoto ou integrado.<br />
Essa novidade da CIA de Iluminação já pode fazer parte do seu novo<br />
projeto!<br />
Spot lira<br />
Spot longo em trilho<br />
Spot com canopla Coluna de piso Embutido ajustável<br />
Pendente vertical<br />
Sobrepor versa<br />
Pendente individual<br />
Embutido orientável<br />
Spot com canopla<br />
Sobrepor fixo<br />
Embutido fixo<br />
Pendente horizontal<br />
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Diâmetro de apenas 32mm<br />
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transforma qualquer espaço em um<br />
cenário incrível? A Luminária RAGGIO é a<br />
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iluminação de qualidade e design inovador.<br />
Com corpo em alumínio e lente especial,<br />
ela produz um feixe de luz estreito que cria<br />
efeitos surpreendentes em paredes, tetos<br />
ou pisos.<br />
RAGGIO é mais do que uma luminária, é<br />
uma obra de arte que valoriza o seu<br />
ambiente.<br />
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Divulgação<br />
¿QUÉ PASA?<br />
LUZ, COR, AÇÃO!<br />
Feco Hamburger<br />
“Que se quer com a cor? Afirmar ou se perder? Apenas<br />
vivê-la” (Hélio Oiticica).<br />
Foi com essa ideia na cabeça que a arquiteta Fernanda<br />
Carvalho convidou o estúdio Bijari – um centro de criação<br />
atuante na convergência entre arte, design e tecnologia – para<br />
cola borar na última edição do Night Lab, em Brasília.<br />
O Night Lab é uma iniciativa do Sesi Lab (veja matéria nesta<br />
edição) que ocorre toda primeira quinta-feira do mês no museu,<br />
após sua programação normal de visitação. Trata-se de iniciativa<br />
inspirada no programa After Dark, do Exploratorium, de São<br />
Francisco, nos Estados Unidos, com resultados expressivos na<br />
aproximação do público adulto com a ciência. É a primeira experiência<br />
nessa linha realizada no Brasil.<br />
A cada edição, o projeto aborda um tema que se desdobra<br />
em performances, shows, oficinas e experiências, mixando conhecimento<br />
e fruição – muita fruição.<br />
A temática da edição de julho propunha imergir o visitante<br />
em uma atmosfera cromática e luminosa de preenchimento<br />
etéreo. O gigantesco painel de LED com resolução 4 K de<br />
84 m² situada no átrio do museu recebeu uma videoarte, pensada<br />
para ocupá-lo “luminosamente”, com formas e espaços<br />
em movimen tos de luz e cor que brincam com a percepção do<br />
espec tador, mesclando o bi com o tridimensional.<br />
O evento contou ainda com oficinas desenvolvidas pela<br />
equi pe de educadores do museu, com criação de luminárias coloridas,<br />
serigrafia fluorescente e pintura com luz, além de uma<br />
“Conversa poética” com os artistas Lucia Koch e Feco Hamburger<br />
e o físico Marcelo Knobel.<br />
“Estamos vivendo um excesso de imagens hiper-realistas e<br />
mutações velozes, com muitos conteúdos se sucedendo, sempre<br />
em telas pequenas. Quisemos desmaterializar as imagens,<br />
fundindo-as ao ambiente e criando um exagero sensorial, cromático<br />
e espacial” – explica Fernanda. (G.F.)<br />
20
Riley Snelling<br />
Outrora um importante centro industrial, a região de<br />
Kitchener-Waterloo é hoje um ponto importante para as crescentes<br />
comunidades de tecnologia canadenses. Com escritórios<br />
recém-inaugurados do Yahoo!, do Google e de outros grandes<br />
players de tecnologia, bem como centenas de startups, a área<br />
localizada próximo a Toronto é o lar de uma das economias<br />
de crescimento mais rápido do país. O centro da cidade de<br />
Kitchener, composto de uma mistura de armazéns convertidos<br />
e novos edifícios, provou ser atraente para novos negócios e<br />
escri tórios-satélite para grandes empresas com sede em Toronto.<br />
Para o átrio do saguão de um desses novos edifícios na<br />
King Street, a Dubbeldam Architecture + Design criou o Binary<br />
Spectrum, uma instalação site-specific que incorpora ideias extraídas<br />
da rica história industrial da região, em contraste com<br />
sua transformação em um centro tecnológico em expansão.<br />
Percorrendo três andares, a obra foi construída com 8 mil<br />
discos de acrílico coloridos de diâmetros variados, suspensos<br />
por 650 cabos de aço.<br />
“O Binary Spectrum explora a relação yin-yang entre o objeto<br />
fabricado (tangível) e uma representação do mundo digital (intangível)...<br />
criando um efeito espacial na escala humana” – diz<br />
Heather Dubbeldam, uma das autoras.<br />
A movimentação de pessoas no espaço dá vida à escultura<br />
ao causar um suave balanço dos cabos de aço, como que refletindo<br />
a agitação circundante. Uma miríade de padrões entre<br />
vermelhos e azuis pode ser vista de diferentes perspectivas, mu -<br />
dando de aspecto a cada ângulo, inclusive externamente. (G.F.)<br />
¿QUÉ PASA?<br />
PIXELS AO VIVO<br />
22
Ari Kaye<br />
Dani Leite<br />
Mateus Keiper<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
¿QUÉ PASA?<br />
MAR DE ESPELHOS<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
Ocupando o AquaRio, ponto de referência na região<br />
portuária do Rio de Janeiro, Meandros: Mar de Espelhos tem a<br />
beira da Baía da Guanabara e a reinvenção do porto carioca<br />
como porta de entrada. Inaugurada em junho, a instalação<br />
permanente é fruto de uma parceria entre Cebrace, Grupo<br />
Cataratas e Instituto do Vidro, com assinatura do escritório Cité<br />
Arquitetura.<br />
A partir de tecnologias de imagem e som associadas às<br />
mais diversas soluções de vidros e espelhos, o projeto propõe<br />
um percurso de descobertas para seus visitantes. A criação se<br />
inspira em detalhes das construções humanas e naturais da<br />
cida de, como o reluzir das águas, o reflexo dos edifícios e os<br />
picos por trás da bruma de manhãs de inverno.<br />
Cada uma das salas foi pensada segundo esses elementos<br />
da natureza, do folclore ou do vocabulário do brasileiro, sobretudo<br />
do carioca, traduzindo-os em sentimentos como calma,<br />
desordem, paz, surpresa, tormenta, entre outros.<br />
Partindo do ambiente Afluência, que une dois rios para<br />
seguirem juntos dali em diante, adentra-se um caminho de desvendamento<br />
do espaço, do corpo e da imagem. Em um caminho<br />
de reviravoltas, entremeado por uma seleção cuidadosa de som<br />
e luz, o visitante segue por Escarpas, Clareira, Iara, Meandros,<br />
Bruma, Ressaca, Marola e Cais. Em uma ordem de impacto e contras<br />
tes, cada espaço busca uma experiência de revelação única.<br />
Ao fim, após mil reflexos e fragmentos de si mesmo, o<br />
pú bli co se encontrará com seu outro. Os múltiplos espelhos<br />
de nun ciam a inevitável mudança: “ninguém pode entrar duas<br />
vezes no mesmo rio, pois as águas não são as mesmas, nem<br />
o indivíduo”. Pensado para provocar, Meandros: Mar de Espelhos<br />
instiga a pergunta: que mundo está ao nosso redor? (G.C.F.)<br />
Meandros: Mar de Espelhos<br />
AquaRio – Rio de Janeiro<br />
aquariomarinhodorio.com.br<br />
24
A EVERLIGHT INOVA MAIS UMA VEZ<br />
SISTEMA DE AUTOMAÇÃO<br />
COM TECNOLOGIA BLUETOOTH BLE<br />
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30m (interior) e máx. 50m<br />
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Flexível<br />
Livre das restrições físicas de cabos e<br />
fiações, qualquer acréscimo ou alteração<br />
numa instalação de controle de iluminação<br />
pode ser facilmente implementado no app<br />
Casambi. É possível adicionar ou remover<br />
luminárias, introduzir novas funcionalidades<br />
e cenas personalizadas a qualquer momento.<br />
Escalável<br />
Casambi permite expansão do uso de<br />
produtos isolados para rede e daí para<br />
sistemas de redes que se interligam. A<br />
partir de uma única sala, é fácil e<br />
econômico escalar do nível local para<br />
depois expandir para aplicações externas.<br />
www.everlight.com.br | (31) 2566-8963<br />
Siga-nos
¿QUÉ PASA?<br />
COMMON SKY<br />
Divulgação<br />
Em meio à paisagem neoclássica da cidade de Buffalo, em<br />
Nova York, a instalação Common Sky propõe uma experiência<br />
visual única. Trata-se de um dossel de vidros e espelhos situado<br />
no pátio diante do edifício Seymour H. Knox, no museu de arte<br />
Buffalo AKG.<br />
Os materiais da estrutura atuam como uma lente, criando<br />
na parte interna interessantes figuras a partir da luz natural e da<br />
sombra. Por seu caráter duplamente refletivo, a obra também<br />
funciona como um caleidoscópio, de modo que, ao olhar para<br />
cima, os visitantes veem um mosaico de imagens refratadas de<br />
si mesmos e do céu.<br />
A escolha, porém, não foi apenas conceitual. Ao desviar a<br />
luz do sol do dossel, os espelhos também diminuem a demanda<br />
por sistemas de resfriamento e ajudam a manter as temperatu -<br />
ras baixas.<br />
A funcionalidade da instalação se apresenta em outros detalhes.<br />
Perto do centro, a estrutura afunila-se, unindo o teto<br />
ondulante ao chão. O funil oco foi projetado para coletar chuva<br />
e neve, bem como para marcar o local antes ocupado por uma<br />
árvore, quando o pátio ainda ficava ao ar livre.<br />
Idealizado pelo artista Olafur Eliasson e pelo arquiteto<br />
Sebastian Behmann, do Studio Other Spaces, Common Sky faz<br />
parte do projeto de extensão do museu e visa torná-lo mais<br />
acessível e participativo. A instalação garante que, ao transitar<br />
entre os diferentes edifícios, o público permaneça em uma experiência<br />
artística, unidos por um mesmo céu.<br />
Olafur Eliasson é conhecido pelo uso de espelhos e luzes<br />
para criar experiências visuais inesperadas. Para o projeto de<br />
extensão do Buffalo AKG, Eliasson e Behmann propõem uma<br />
tapeçaria visual que une cultura e natureza em uma mesma dimensão.<br />
(G.C.F.)<br />
26
Propaganda<br />
Recriar Hotel Boutique de<br />
luxo e conveniência em casa<br />
Acabamentos de metal sofisticados que proporcionam conforto e controle<br />
U<br />
ma tendência recente no design residencial<br />
reflete o desejo que muitos sentem de<br />
viajar novamente e a dificuldade que ainda<br />
enfrentam ao tentarem fugir. Incorporar elementos<br />
de hotel boutique — estilo sofisticado, conforto e<br />
conveniência — na vida cotidiana é uma maneira<br />
de dar aos proprietários uma amostra do luxo e da<br />
inspiração que desejam, dos confins seguros de sua<br />
residência.<br />
Existem várias maneiras de trazer a experiência da<br />
boutique para uma casa. Adicione uma decoração<br />
digna do Instagram. Selecione tecidos, acabamentos<br />
e móveis de alta qualidade. Torne o conforto e o<br />
controle mais convenientes e bonitos. E, quando<br />
possível, realize muitas dessas coisas de uma vez.<br />
Alisse, o novo teclado de controle de iluminação da<br />
Lutron, parte do sistema de automação residencial<br />
HomeWorks, é um exemplo perfeito de um item que<br />
pode elevar um interior residencial com sensibilidade<br />
de boutique. Com placas frontais usinadas em<br />
latão sólido e acabamento à mão, esses teclados<br />
elegantes parecem mais uma obra de arte do que um<br />
controle de parede, o que é apenas uma das razões<br />
pelas quais eles são tão adequados para casas que<br />
procuram incorporar um pequeno estilo boutique.<br />
Os botões redondos distintos são emoldurados<br />
por um halo iluminado em uma temperatura de cor<br />
complementar. As placas frontais com acabamento<br />
mais quente — the aged bronze, aged brass, brushed<br />
brass, e champagne — são envoltas em uma luz<br />
dourada (2700K). Os halos são um branco mais frio<br />
(4000K) nas placas frontais de níquel acetinado,<br />
cromo brilhante, grafite, branco e preto.<br />
O fácil acesso à quantidade certa de luz possibilita<br />
que as pessoas usem seu espaço — em casa ou<br />
fora —exatamente como gostariam — para ler, assistir<br />
televisão ou visitar amigos. Este sistema de iluminação<br />
residencial também oferece aos proprietários de<br />
casas várias cores de luz branca. Os designers<br />
simplesmente incorporam luminárias compatíveis com<br />
DALI Tipo 8 no sistema de controle de iluminação<br />
HomeWorks.<br />
Com Alisse, os proprietários controlam a iluminação<br />
e cortinas, de forma independente ou em conjunto em<br />
cenas coordenadas projetadas para melhor acomodar<br />
certas atividades. Quando a cena do filme é ativada,<br />
por exemplo, as cortinas e as luzes diminuem<br />
simultaneamente de uma forma muito dramática.<br />
Quer a casa tenha uma paleta neutra de cores ou<br />
esteja equipada com padrões ousados, os detalhes em<br />
metal adicionam uma estética sofisticada e<br />
moderna. Juntamente com o controle conveniente de<br />
luzes e cortinas, é fácil ver como o teclado Alisse e o<br />
sistema de iluminação HomeWorks maior oferecem aos<br />
proprietários uma maneira de recriar o fator surpresa<br />
de uma experiência de hotel boutique em casa.
Safdie Architects<br />
Divulgação<br />
Timothy Hursley | cortesia Safdie Architects<br />
¿QUÉ PASA?<br />
SOB A COPA DE UMA ÁRVORE<br />
O partido arquitetônico do Centro de Ensino e Pesquisa do<br />
Hospital Albert Einstein (veja matéria nesta edição) é produto<br />
do programa da instituição e da natureza do local, que definiram<br />
as soluções do átrio e da grande claraboia. De acordo com o<br />
arquiteto Isaac Safdie, um dos objetivos do projeto era respeitar<br />
a escala urbana do bairro Morumbi. Outro era ampliar a malha<br />
verde da cidade, mesmo que internamente ao edifício. Também<br />
era necessário integrar, em um só lugar, a tríade “ensino,<br />
pesqui sa e prática hospitalar”, assim como criar um espaço<br />
coletivo acolhedor.<br />
A instituição solicitou que o átrio e as circulações não fossem<br />
apenas espaços contemplativos e de passagem, mas dinâmicos,<br />
multifuncionais, convidativos a encontros – uma extensão das atividades<br />
que acontecem nos laboratórios e nas salas de estudos.<br />
Enquanto 40% dos espaços que integram o programa ficam em<br />
áreas escavadas no terreno, foi o escalonamento do vazio central<br />
que garantiu a criação de áreas verdes, o acesso à luz natural, a<br />
integração visual e o conforto necessário aos espaços.<br />
Assim, a cobertura torna-se uma extensão do programa,<br />
recriando a sensação de “estar embaixo de uma árvore”, em<br />
um ambiente frutífero ao aprendizado. O desenho das “folhas”<br />
foi interpretado como um padrão pontilhado na cobertura,<br />
distribuído em gradiente: mais adensado nas extremidades leste<br />
e oeste da claraboia/átrio (onde estão as áreas de convivência e<br />
permanência) e inexistente na abóboda central, de modo a permitir<br />
que a luz solar atinja o plantio mais denso no jardim.<br />
Composta de um sanduíche de várias camadas, funciona<br />
como isolante térmico, acústico e filtro de luz solar. A membrana<br />
externa é de vidro serigrafado, com pontilhados de cerâmica<br />
que refletem luz e calor de volta à atmosfera. Internamente, há<br />
uma membrana impressa microperfurada de EFTE (um plástico<br />
à ba se de flúor). A estrutura metálica intermediária, por sua vez,<br />
cria um colchão de ar entre as camadas.<br />
Modelos físicos, protótipos na escala 1 : 1 e simulações di gitais<br />
foram extensamente utilizados para a definição de pa drões,<br />
cores, performance lumínica e térmica da solução, enca beça dos<br />
pela Safdie Architects, com apoio técnico de Seele, Atelier 10,<br />
CA2 Con sultores e Perkins & Will. (Mariana Novaes)<br />
30
myRoom<br />
o2promo.com.br<br />
Sistema que controla: luzes, cortinas e<br />
ar condicionado, tudo integrado com<br />
o gerenciamento de reservas do hotel.<br />
E mais: Exclusivo recurso de detecção de hóspede (GPD), que identifica<br />
se o local está ou não está ocupado e responde automaticamente,<br />
distribuindo os recursos de forma adequada, redefinindo sua<br />
configuração de temperatura, desligamento de luzes e notificando a<br />
gerência que este é um bom momento para arrumar o quarto.<br />
E muito mais recursos.<br />
Na Steluti Engenharia você terá um atendimento consultivo,<br />
feito por profissionais treinados e homologados pela Lutron.<br />
Fone: +55 11 3079-7339<br />
www.steluti.com.br<br />
Rua Cayowaá, 1716 - Perdizes - SP
¿QUÉ PASA?<br />
TENSOR<br />
O DARK MATTER, em Berlim, é um espaço expositivo<br />
criado pelo artista alemão Christopher Bauder para instalações<br />
de luz e experiências audiovisuais que desafiam as fronteiras<br />
en tre o mundo real e o digital. Em salas negras de uma fábrica<br />
aban donada, são combinados em obras interativas som, luz e<br />
movimento.<br />
Até setembro deste ano, como parte de sua exposição de<br />
verão e em comemoração a seus dois anos de inauguração –<br />
e muito sucesso –, o DARK MATTER apresenta a instalação<br />
TENSOR, parceria entre Bauder e a musicista e produtora britânica<br />
Akiko Haruna.<br />
A instalação consiste em uma escultura composta de<br />
400 tubos de luz que flutua sobre o público, criando um espetáculo<br />
visual impactante. As luzes se transformam em cor e<br />
frequência de acordo com a trilha sonora de Akiko Haruna, que<br />
mistura design de som cinematográfico, música eletrônica e<br />
paisagens sonoras poderosas.<br />
A luz e as trevas são elementos fundamentais da existência<br />
humana. Na criação de Bauder e Haruna, o desconhecido se torna<br />
visível e audível, provando o domínio desses elementos sobre<br />
os sentidos e as emoções.<br />
O termo “tensor” descreve uma função matemática que<br />
relaciona diferentes objetos em um espaço multidimensional.<br />
Inspirada nele, a obra une imagem e som em uma expressão<br />
poética da tecnologia. Ao transformar os sons em estímulos visuais,<br />
TENSOR estabelece uma nova relação do público com a<br />
música, em uma experiência hipnotizante e imprevisível. (G.C.F.)<br />
Eric Bauermeister<br />
32
science.org/toc/science/380/6650<br />
¿QUÉ PASA?<br />
POLUIÇÃO LUMÍNICA EM PAUTA<br />
Em uma porção cada vez maior do planeta, a poluição luminosa<br />
prova ser um problema. Seus efeitos prejudiciais nos<br />
ecossistemas, na saúde humana e na cultura já são notáveis e<br />
vêm sendo documentados.<br />
Em uma edição especial sobre o tema, a revista científica<br />
Science publicou em junho cinco artigos que analisam essas consequências<br />
e apresentam soluções tecnológicas e regulatórias<br />
que poderiam ajudar a mitigá-las.<br />
Em cada um deles, os autores discutem diferentes aspectos<br />
da vida natural e humana afetados pelo excesso de luz. No<br />
primeiro, Annika Jägerbrand e Kamiel Spoelstra argumentam<br />
que cada espécie responde de forma distinta à contaminação<br />
lumínica. As consequências são a perda de habitat, a alteração<br />
das cadeias alimentares e o declínio na população de insetos.<br />
Já Karolina Zielinska-Dabkowska analisa a resposta do<br />
corpo humano à exposição noturna à luz e explica como os sistemas<br />
visuais, circadianos e neurocondutores são prejudicados.<br />
A autora discute também o impacto cultural da perda da visão<br />
do céu noturno em diferentes populações.<br />
Os LEDs, que emitem mais luz azul que tecnologias anteriores,<br />
dificultam a visão dos astros. No terceiro artigo, Antonia<br />
Varela Pérez defende a criação de regulações internacionais<br />
amplas, argumentando que astrônomos sofrem com a perda de<br />
visibilidade do céu.<br />
Visando desenvolver estratégias de mitigação, Miroslav<br />
Kocifaj descreve a necessidade de melhores métodos para medir<br />
e monitorar a luz noturna artificial, a fim de entender melhor as<br />
causas da poluição luminosa.<br />
Por último, Martin Morgan-Taylor analisa as regulamentações<br />
existentes sobre poluição luminosa e discute como elas podem<br />
ser melhoradas.<br />
Trata-se de um assunto urgente, que ultrapassa as salas de<br />
palestras de congressos de iluminação e estampa a capa de uma<br />
das mais respeitadas revistas científicas do planeta. (G.C.F.)<br />
36
Are you on the<br />
bright or dark<br />
side of office life?<br />
DAISY<br />
Luz oculta com<br />
máximo de controle<br />
de ofuscamento<br />
BRIANNA<br />
Superfície ótica<br />
visível super<br />
confortável<br />
Veja neste artigo<br />
estratégias de dark e bright<br />
light em office lighting.<br />
LEDiL ® é uma marca registrada<br />
da LEDiL Oy na União Europeia,<br />
nos E.U.A. e outros países<br />
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Daniel Mansur<br />
¿QUÉ PASA?<br />
YAYOI KUSAMA<br />
EM INHOTIM<br />
O Instituto Inhotim inaugurou, em 16 de julho, sua vigésima<br />
galeria permanente, dedicada à artista japonesa Yayoi Kusama.<br />
A Galeria Yayoi Kusama abriga duas de suas obras: I’m Here, But<br />
Nothing (2000) e Aftermath of Obliteration of Eternity (2009).<br />
A inauguração concretiza uma ambição artística excepcional.<br />
Allan Schwartzman, cofundador do Inhotim, destaca a importância<br />
dessa conquista ao oferecer uma presença permanente<br />
para três obras icônicas da artista visionária. Cada uma delas<br />
representa uma expressão ambiental única do universo criativo<br />
de Yayoi Kusama: desde a transformação de um espaço escuro<br />
em uma experiência sensorial avassaladora até um es paço contemplativo<br />
infinito e um jardim suspenso composto de esferas<br />
metálicas flutuando sobre a paisagem natural do Inhotim.<br />
Yayoi Kusama é celebrada por sua imaginação criativa e cativante,<br />
que abrange uma diversidade de suportes e linguagens<br />
artísticas, especialmente em suas instalações imersivas. O espectador<br />
é convidado a mergulhar em seu universo, aguçando<br />
a percepção por meio de happenings, performances, pinturas,<br />
esculturas, instalações, trabalhos literários e filmes presentes em<br />
seu acervo. A participação coletiva nessas instalações de imersão<br />
concretiza uma experiência sem limites, repleta de cores,<br />
contrastes, luzes e sombras, tornando a Galeria Yayoi Kusama<br />
um espaço único para apreciar obras excepcionais em grande<br />
escala, acessível ao público amplo e diversificado de Inhotim.<br />
(Thiago Gaya)<br />
38
Nova linha<br />
SOLLO<br />
Design arrojado, alta eficiência e<br />
tecnologia inovadora.<br />
Alto desempenho (de 350 a 6500lm)<br />
Design minimalista<br />
Dispositivo Anti-Ofuscante<br />
Nova tecnologia de dissipação de calor<br />
que garante maior vida útil<br />
Disponíveis nas categorias:<br />
Embutidos<br />
Espetos<br />
Projetores<br />
www.bellaluce.com.br
¿QUÉ PASA?<br />
PERMEABILIDADE SUSTENTÁVEL<br />
Leonardo Finotti<br />
40
Na charmosa praça Alexandre de Gusmão, no Jardim Paulista,<br />
São Paulo, situa-se a nova loja flagship da linha Dolce Gusto<br />
Neo. Sua estrutura, que reproduz uma flor de café, foi desenhada<br />
por meio de algoritmos e construída com a utilização de<br />
materiais biodegradáveis impressos em 3D.<br />
O projeto arquitetônico de Guto Requena tem como pre -<br />
missas a sustentabilidade e a integração com o espaço público.<br />
A loja conceito se estrutura como uma cúpula formada por cinco<br />
eixos, cada um marcado por um pórtico de vidro, possibilitando<br />
um edifício sem frente ou fundo, trazendo assim uma permeabilidade<br />
de fluxos e uma visibilidade 360 o do entorno verde. A<br />
construção também dialoga com o tempietto a sua frente. Vistos<br />
de cima, os dois compõem um organismo harmonioso.<br />
O projeto de iluminação idealizado pelo escritório Foco Luz<br />
e Desenho busca proporcionar um ambiente com aspecto natural,<br />
favorecendo a fluidez interior-exterior, graças a um sistema<br />
de iluminação artificial dinâmica que se ajusta à temperatura de<br />
cor da luz do dia.<br />
Esse dinamismo está presente tanto na luz indireta proveniente<br />
de fitas de LED instaladas nas prateleiras como na grande<br />
luminária circular posicionada ao centro, onde também estão<br />
fixados os projetores que realçam a área do bar e os produtos<br />
expostos. As entradas são marcadas por spots que dão vida à<br />
fachada e tornam os pórticos ainda mais convidativos.<br />
A composição estratégica preza pelo bem-estar, pelo conforto<br />
e pela naturalidade, oferecendo a visitantes e cola boradores<br />
uma experiência ao mesmo tempo marcante, leve e fluida. (G.C.F.)<br />
41
42
AGRADÁVEL SIMBIOSE<br />
Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Fran Parente<br />
Na Casa Cumaru, em Barueri, São Paulo, os limites entre<br />
o interior e o exterior não são precisos. O jardim exuberante<br />
invade e permeia a construção, que é realçada por uma luz suave<br />
e envolvente, em “simbiose com a arquitetura”, como descreve<br />
o arquiteto Marcos Castilha, autor do projeto de iluminação. A<br />
obra foi projetada pelo escritório FGMF, com o qual Castilha já<br />
desenvolveu outros trabalhos, em uma parceria que ele define<br />
como sinérgica e criativa.<br />
À noite, os brises de madeira cumaru são realçados por perfis<br />
de LED (450 lm/m, 5 W, 2.700 K, IRC 80) que emitem uma luz<br />
suave, discreta e agradável.<br />
A integração plena entre interior e exterior foi viabilizada<br />
por uma solução estrutural arrojada, baseada na sequência<br />
de quatro pórticos que suspendem o pavimento superior do<br />
solo, proporcionando uma planta livre. Sobre a grande treliça<br />
metálica de 22 metros de comprimento, estão apoiados brises<br />
móveis de madeira cumaru que filtram a luz natural durante<br />
o dia. À noite, esses mesmos brises são sutilmente realçados<br />
por uma iluminação suave e aconchegante proporcionada por<br />
segmentos de perfis de LED posicionados na base dos painéis.<br />
A iluminação da varanda de pé-direito duplo é feita por projetores<br />
fixos, como arandelas, na grande viga de transição. Parte<br />
deles joga a luz para cima, valorizando e rebatendo a luz no teto<br />
e nas paredes. Outros projetores de menor potência são voltados<br />
para baixo, iluminando os percursos e as ilhas de estar adjacentes.<br />
43
A luz que percorre a varanda é emitida de forma sutil por<br />
projetores de LED fixos como arandelas na grande viga de<br />
transição. Parte deles, de facho fechado, joga a luz para o<br />
teto, que, por sua vez, rebate a iluminação de forma difusa e<br />
homogênea. A outra parte dos projetores, com fachos abertos<br />
e assimétricos (400 lm, 4 W, 2.700 K, IRC 80), valoriza<br />
percursos e ilhas de estar da área externa.<br />
Em um efeito poético, o desenho dos brises de cumaru é<br />
projetado na laje de concreto da cobertura, o que também acontece<br />
com a vegetação, cuja silhueta é estampada nas fachadas<br />
de madeira ripada e na laje de cobertura.<br />
Um dos espaços mais ousados da casa é o home theater,<br />
uma caixa envidraçada que parece flutuar, pendurada em vigas<br />
invertidas de concreto. Durante o dia, essa sala translúcida<br />
é protegida da incidência direta dos raios solares pelos<br />
brises de madeira. À noite, o ambiente é iluminado somente<br />
por três lumi nárias decorativas de piso que irradiam uma luz<br />
cálida agradável.<br />
Outro ambiente que ganha vida e profundidade à noite é a<br />
grande sala de estar cercada de vidro, cujo mobiliário é valo rizado<br />
por embutidos duplos de LED no forro de madeira, em um<br />
layout que Castilha define como “caótico”.<br />
Em abundância na casa, a madeira confere unidade ao<br />
conjunto arquitetônico, além de ritmo, sobretudo com a presença<br />
dos brises móveis. O material também proporciona uma atmosfera<br />
aconchegante, assim como a iluminação acolhedora. “A luz<br />
realça, permeia os espaços de forma sutil e orgânica, sem ser<br />
explícita. As soluções são integradas à arquitetura em vez de<br />
serem sobrepostas a ela”, explica o lighting designer.<br />
44
CASA CUMARU<br />
Barueri, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Castilha Iluminação<br />
Marcos Castilha (arquiteto titular)<br />
Larissa Oliveira (arquiteta colaboradora)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
FGMF<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Daniel Nunes<br />
Fornecedores:<br />
LIS Iluminação e Lumini<br />
45
POESIA E REVERÊNCIA<br />
Texto: Gilberto Franco | Fotos: Feco Hamburger, Jomar Bragança, Leonardo Finotti<br />
46
Leonardo Finotti<br />
Inaugurado em novembro de 2022, no coração de Brasília, o<br />
Sesi Lab é um museu interativo desenvolvido pelo Serviço Social<br />
da Indústria (Sesi), em parceria com o Exploratorium, um museu<br />
de ciência, tecnologia e artes em São Francisco, Califórnia. Sua<br />
programação multidisciplinar é orientada por “uma abordagem<br />
educativa criativa, inovadora e acessível a diferentes públicos”.<br />
O edifício, de 1963, foi projetado por Oscar Niemeyer para ser<br />
a sede do Touring Club do Brasil, mas, depois de ter perdido sua<br />
função original, vinha se deteriorando e sendo usado como anexo<br />
da vizinha rodoviária. Com apenas dois pavimentos, a edificação<br />
vale-se do desnível entre o Eixo Rodoviário (Leste-Oeste) e a<br />
Esplanada dos Ministérios, podendo ser acessado de vários lados<br />
diferentes, inclusive por um túnel para pedestres que passa sob<br />
esse eixo. A caixilharia é sempre recuada, oferecendo generosos<br />
terraços; sua cobertura, muito elegante, tem as nervuras à<br />
mos tra, no formato de um diagrama de forças estruturais: mais<br />
espessas junto aos pilares, mais delgadas onde as tensões são<br />
menores. Nas extremidades, as lajes se interrompem, e as nervuras<br />
prosseguem, formando pérgulas em balanço.<br />
As instalações do museu ocupam 7.700 m² de área construída,<br />
com cinco galerias expositivas, um painel luminoso 8 K<br />
de 84 m², 100 experimentos interativos, 120 ações culturais e<br />
300 oficinas ao ano. Tamanha magnitude veio a ser absorvida<br />
por dois escritórios de iluminação em abordagens e tempos<br />
diferentes. A fase de recuperação e reúso do edifício, a cargo do<br />
escritório Gustavo Penna Arquitetos Associados, contou com os<br />
trabalhos do escritório Atiaîa Design, encabeçados pela ar quiteta<br />
e lighting designer Mariana Novaes. Não obstante, a necessidade<br />
de se prever iluminação já naquela fase, quando o conteúdo da<br />
exposição ainda era uma grande incógnita, coube à arquiteta, que<br />
concebeu um sistema com a devida versatilidade. Mais tarde, já<br />
com a expografia definida, entrou em cena o es critório Fernanda<br />
Carvalho Lighting Design para desenvolver essa fase.<br />
Luminárias difusas (3.000 K) fixadas lateralmente entre<br />
as nervuras evidenciam a estrutura esbelta do edifício. No<br />
piso inferior, downlights ritmados em frações da paginação<br />
estrutural se harmonizam com o ritmo do edifício.<br />
47
A ILUMINAÇÃO ARQUITETÔNICA<br />
Feco Hamburger<br />
Para atender à necessária modernização com mínima interferência<br />
no edifício, tombado, Penna propôs nu vens acústicas,<br />
intercaladas entre as nervuras, abrigando todas as instalações.<br />
No vazio central, Mariana propôs uma série de downlights para<br />
iluminar o piso de baixo, sem deixar sobras de luz, de modo a<br />
não interferir na visualização externa da cobertura. Nas áreas<br />
expositivas do piso superior, foi previsto um sistema de trilhos<br />
eletrificados para a colocação de projetores com um engenhoso<br />
sistema de lentes intercambiáveis, de modo a per mitir quaisquer<br />
possibilidades expositivas.<br />
Já no piso inferior, a laje tipo “caixão perdido” é lisa, sem nenhuma<br />
nervura. Foi criado um padrão de distribuição homo gêneo,<br />
composto de luminárias tubulares difusas de 70 mm de diâmetro,<br />
espaçados de acordo com a modulação do edifício, e deixada uma<br />
previsão de carga para futuras instalações museográficas.<br />
Para valorizar a cobertura nervurada, desejo expresso do<br />
arquiteto, foram propostas luminárias orientadas a 90°, como<br />
se fossem “visores” translúcidos, fixadas nas extremidades de<br />
cada plano de forro e apontadas para dentro do edifício, “criando<br />
contraste entre os diferentes planos dessas nervuras”, explica<br />
Mariana. Esse sistema, contudo, não garante a iluminação dos<br />
pergolados das extremidades; assim, projetores lineares de facho<br />
elíptico foram propostos no piso junto a elas, como complemento.<br />
Por questões orçamentárias, contudo, esse item não<br />
foi implantado. A esse respeito, comenta Mariana, “várias especificações<br />
foram substituídas ou eliminadas, trazendo prejuízos<br />
ao projeto. A percepção do concreto também foi prejudicada<br />
pela adoção de um IRC inferior ao especificado” – completa.<br />
Toda a iluminação arquitetural remete à modulação do edifício,<br />
incluindo o espaçamento das linhas tubulares sob a laje lisa<br />
(foto central). Na mesma imagem, ao fundo, iluminação tipo<br />
wallwasher valoriza o painel de Athos Bulcão, reconstituído no<br />
local conforme projeto original de Niemeyer.<br />
Jomar Bragança<br />
48
A iluminação exalta o ritmado das vigas, que, por sua vez,<br />
repete a elegância da forma estrutural do topo, em uma<br />
composição quase musical. Ao fundo, vê-se parte da área<br />
expositiva, onde as linhas tubulares difusas já ostentam<br />
roupagem colorida.<br />
Leonardo Finotti<br />
49
A ILUMINAÇÃO EXPOSITIVA<br />
O projeto museográfico teve início quando boa parte da<br />
iluminação já estava adquirida e instalada, o que fez que algumas<br />
propostas para a iluminação fossem de acréscimo, enquanto<br />
outras foram de alteração. Fernanda fez aos curadores<br />
uma série de perguntas: quais aparatos científicos deveriam ser<br />
iluminados, quais necessitariam de penumbra, quais continham<br />
le gendas a iluminar e quais irradiavam luz (projeções, por exemplo).<br />
Colocou as respostas em uma planta, criando uma espécie<br />
de zoneamento da luz. Os curadores – que gostaram muito<br />
desse mapeamento – solicitaram que se acrescentasse “alguma<br />
coi sa de cor”. Baseada nisso, ela propôs alterar internamente<br />
as luminárias tubulares sugeridas pela Atiaîa, subs tituindo sua<br />
iluminação em 3.000 K por RGBW. Além disso, solicitou acréscimo<br />
de trilhos eletrificados com projetores (com as mesmas<br />
características dos anteriores) intercalados às linhas difusas. Os<br />
projetores, monocromáticos, em 3.000 K foram des tinados à<br />
iluminação dos aparatos, adaptados caso a caso. Já as tubulares<br />
foram programadas para exibir um gradiente estático de cores,<br />
variando ao longo do espaço entre frias e quentes, conforme o<br />
mapeamento inicial. Além de iluminar corretamente cada item,<br />
essa solução agregou imensa poesia a toda a ciência ali exposta,<br />
aspecto amplamente elogiado pelos curadores.<br />
Originalmente brancas (comparar com imagem da p. 48),<br />
as luminárias tubulares das áreas expositivas ganharam um<br />
sistema RGB que permitiu a criação de um gradiente de cores<br />
no teto, desenhado conforme a vocação de cada espaço.<br />
Na imagem à direita, um sistema de iluminação wallwasher<br />
(3.000 K) ilumina o painel de imagens e informações.<br />
50
Feco Hamburger<br />
Às vezes, é o acaso que traz surpresas, como o padrão aleatório<br />
de riscos de luz no piso, resultado da focalização do lado<br />
oposto da parede curva (imagem no topo). Abaixo,<br />
projetores com corte de luz através de barndoors enquadram<br />
perfeitamente a imagem exposta.<br />
Na página seguinte: uma tela 4 K de 84 m² emoldura a bela<br />
escada helicoidal; paredes defasadas entre si iluminam-se<br />
umas às outras; abaixo, a integração das paginações exalta<br />
a musicalidade do edifício.<br />
51
O CONJUNTO<br />
Onde antes havia um edifício apagado, abandonado,<br />
existe hoje uma obra de Oscar, iluminada. Não é um edifício<br />
qualquer; enquanto seus vizinhos, institucionais, têm uma<br />
evocação quase mística em suas formas (aspecto que sempre<br />
o diferenciou de outros modernistas), este quase promove<br />
uma reconciliação com a estrutura, como se o arquiteto tivesse<br />
deixado a ela o encar go da beleza. Apesar das substituições e<br />
dos “DE-PARA”, tão comuns aos projetos, o entrelaçamento<br />
dessa abordagem, tão bem captada por Atiaîa, com a poesia<br />
emanante do trabalho de Fernanda Carvalho, é a melhor<br />
resposta que essa iniciativa do Sesi poderia receber.<br />
Jomar Bragança<br />
52
Feco Hamburger<br />
Jomar Bragança<br />
SESI LAB<br />
Brasília, Brasil<br />
Leonardo Finotti<br />
Projeto de iluminação arquitetural:<br />
Atiaîa Lighting Design<br />
Mariana Novaes (arquiteta titular)<br />
Camila Rocha e Pedro Ferreira<br />
(arquitetos colaboradores)<br />
Projeto de iluminação expográfica:<br />
Fernanda Carvalho Lighting Design<br />
Projeto de arquitetura original:<br />
Oscar Niemeyer (1963)<br />
Projeto de restauração:<br />
Gustavo Penna Arquiteto e Associados<br />
Gustavo Penna (arquiteto titular)<br />
Laura Penna, Norberto Bambozzi, Priscila<br />
Dias de Araújo e Ricardo Gomes Lopes<br />
(arquitetos coordenadores)<br />
Instalação do sistema DMX:<br />
Marcelo Augusto Santana<br />
Projeto de interiores:<br />
Tina Barbosa<br />
Assessoria museográfica:<br />
Expomus (fase arquitetura)<br />
Exploratorium (fase implantação)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Medra Paisagismo<br />
Fornecedores:<br />
Interlight, Lemca, Lightsource,<br />
Lumikit, O/M<br />
53
54
OÁSIS DE LUZ<br />
Texto: Mariana Novaes<br />
Fotos: Nelson Kon<br />
Localizado no bairro Morumbi, em São Paulo, ao lado do<br />
Hospital Israelita Albert Einstein, o Centro de Ensino e Pesquisa<br />
é a mais recente iniciativa da Sociedade Beneficente Israelita<br />
Brasileira Albert Einstein. O processo de projeto teve início em<br />
2016, enquanto a construção começou em 2018 e foi concluída<br />
em 2022.<br />
Foi concebido pelo renomado escritório internacional Safdie<br />
Architects como um oásis urbano, um contraponto à velocidade<br />
da cidade. O espaçoso átrio com jardim é a peça central física<br />
e simbólica do edifício, coberto por uma grande abóbada<br />
central que permite a entrada de luz natural. O jardim do átrio<br />
oferece oportunidades para interação espontânea, colaboração<br />
e descoberta, bem como repouso e contemplação, e serve de<br />
sala de estar da comunidade, visível de quase todos os cantos<br />
do edifício. Seus terraços escalonados conectam quatro<br />
níveis principais de atividade, entre salas de educação mé dica<br />
e de enfermagem, instalações de simulação, laboratórios de<br />
pesquisa com foco em biologia molecular, bioengenharia, nanotecnologia,<br />
pesquisa de medicamentos e clínicas, auditório,<br />
além de restaurante e áreas de apoio.<br />
Vista geral do átrio. Projetores Erco LED 24 W e 48 W com<br />
fachos de abertura 18° e 28°, 2.142 lm e 4.198 lm, 3.000 K,<br />
IRC > 97, DALI, foram fixados nas vigas de contorno do átrio<br />
para iluminação downlight do paisagismo e do piso.<br />
Para a iluminação indireta rasante da cobertura, foram<br />
utilizadas luminárias tipo barreled da Lumini, LED, 21 W e<br />
42 W, facho 35° x 35°, 3.000 K com acessório antiofuscamento.<br />
No paisagismo, foram considerados espetos com hastes de<br />
altura regulável e cúpula orientável, LED, 12,3 W, fachos de<br />
12° e 61°, 1.021 lm, 3.000 K.<br />
55
À esquerda, abaixo: vista de área com mesas laterais e luminárias<br />
de leitura LED 4,2 W, 177 lm, com difusor, 3.000 K, especialmente<br />
desenvolvidas com a Lumini. Lineares wallwasher O/M Light LED<br />
96 W, 5.220 lm, 3.000 K, DALI foram embutidos no forro e destacam<br />
os painéis de mosaico do artista Cláudio Tozzi. Embutidos downlight<br />
O/M Light LED, 22 W, 2.000 lm, 44° e 1.600 lm com difusor,<br />
3.000 K, DALI, complementam a iluminação das circulações.<br />
Por indicação da Perkins & Will, o studioix foi responsável<br />
pelo desenvolvimento da nacionalização do projeto de iluminação<br />
elétrica, desenvolvendo o projeto em BIM, detalhando,<br />
orientando e acompanhando a obra até a implantação<br />
final, a partir da conceituação e do design intent elaborados<br />
pelo escritório americano Lam Partners’, sempre em estreita<br />
colaboração com o escritório Safdie Architects.<br />
Os conceitos de iluminação ligam as salas de aula voltadas<br />
para o exterior, os laboratórios e os espaços de apoio com os es paços<br />
do átrio voltados para dentro, criando uma experiência luminosa<br />
contínua. As estratégias integradas concentram-se na iluminação<br />
de superfícies arquitetônicas e recursos paisa gísticos<br />
para reforçar a visão geral do projeto de um “oásis de aprendizado”.<br />
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De acordo com o escritório Lam, o projeto enfrentou dois<br />
desafios. O primeiro ocorreu devido a restrições orçamentárias,<br />
e quase todas as luminárias originalmente especificadas tiveram<br />
de ser substituídas por peças nacionais. Trabalhando com fabricantes<br />
locais, extensas modificações e protótipos foram<br />
coordenados e acompanhados de perto pelos escritórios de<br />
ilu minação para alcançar a distribuição de iluminação indireta<br />
tipo batwing e óptica downlight de baixo brilho. O segundo foi<br />
apresentado pelos altos níveis de iluminância requeridos pela<br />
norma brasileira. Um sistema de dimerização em todo o edifício<br />
com várias zonas de iluminação em cada sala atendeu<br />
aos critérios e resultou em economia significativa de energia.<br />
Controles localizados de cena predefinidos com dimerização<br />
separada da iluminação indireta e direta em todos os espaços<br />
ajudaram a produzir uma transição suave do dia para a noite.<br />
Durante o dia, as estratégias que transformam a abundante<br />
luz do sol em iluminação útil e sem ofuscamento foram críticas<br />
ao projeto de iluminação natural, desenvolvido pelo escritório de<br />
arquitetura. Os brises na fachada bloqueiam a incidência solar<br />
direta nas salas do perímetro, ao mesmo tempo que fornecem<br />
luz ambiente difusa. O vidro impresso do te lha do curvo do átrio,<br />
combinado com uma segunda camada de membrana reticular<br />
impressa sob medida, difunde grande parte da luz solar. O<br />
resultado se reflete em espaços iluminados sem ofuscamento e<br />
agradáveis termicamente.<br />
Na página ao lado, à esquerda: vista para um dos ambientes<br />
de estar. A iluminação natural difusa proveniente da cúpula é<br />
complementada por meio de projetores Erco LED 24W e 48W<br />
com fachos de abertura 18° e 28°, 2142lm e 4198lm, 3000K,<br />
IRC >97, DALI, instalados nas vigas periféricas do átrio, para<br />
iluminação do paisagismo e do estar.<br />
Sala administrativa (acima, à esquerda) e laboratório de anatomia<br />
(acima à direita). Ambos iluminados por pendentes lineares O/M<br />
Light LED com iluminação indireta com lente para efeito batwing,<br />
4000K e iluminação direta LED, 66°, 4000K, DALI. Embutidos<br />
downlight O/M Light LED 18,6W, 2000lm, 44°, 4000K, DALI,<br />
complementam as áreas de circulação.<br />
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Na página ao lado: à esquerda, circulação em frente ao<br />
auditório, que se integra ao átrio; à direita, vista para o<br />
anfiteatro, onde perfis lineares flexíveis LED linear, LED,<br />
10 W/m, facho aberto 120°, 3.000 K, DALI foram instalados<br />
sob os bancos. Postes com projetores Bega LED, 46,7 W,<br />
fachos spot 20°, flood 50° e wideflood 102°, 3.000 K,<br />
complementam a iluminação do pátio.<br />
Abaixo: à esquerda, vista para o piso inferior, onde se<br />
encontra o restaurante; à direita, a partir das circulações<br />
é possível ver os brises da fachada ao fundo, estratégia de<br />
controle da incidência de luz solar direta sem perder a vista<br />
para o exterior da edificação.<br />
À noite, o layout de downlights e wallwashers acompanham<br />
a forma curva dos pisos do átrio para circulação e estudo,<br />
enquanto o jardim ganha vida. As luminárias de tarefa são ins taladas<br />
em mesas no átrio. Uplights dão um brilho geral às árvores<br />
e estampam desenhos de luz e folhagem nas paredes adjacentes.<br />
Balizadores levam a áreas de estar com iluminação integrada<br />
sob bancos. As luminárias de baixo brilho, estrategicamente colocadas<br />
ao redor das paredes do perímetro do átrio, fornecem<br />
luz focada para as áreas de estar. Luminárias lineares com facho<br />
concentrado fazem a iluminação rasante da camada de membrana<br />
do teto, revelando seu padrão circular decorativo. No<br />
terraço, baixos níveis de iluminância permitem uma merecida<br />
pausa noturna. Do lado de fora, à noite, as fachadas e os bei rais<br />
do telhado brilham desde o interior da edificação e são complementados<br />
por uplights de árvores na paisagem.<br />
A integração minuciosa da iluminação com a arquitetura<br />
e o paisagismo reforçam o conceito geral de um ambiente de<br />
ensino estimulante e humano, amplamente aproveitado pela<br />
população escolar.<br />
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Abaixo: vista aérea do Centro de Ensino e Pesquisa, com<br />
destaque para o vibrante núcleo multiúso e para o terraço.<br />
CENTRO DE EDUCAÇÃO E<br />
PESQUISA ALBERT EINSTEIN<br />
São Paulo, Brasil<br />
Pedro Mascaro<br />
Projeto de iluminação:<br />
Lam Partners + Studio IX<br />
Equipe LAM: Carla Wille Kielwagen,<br />
Dan Weissman, Matt Latchford e<br />
Paul Zaferiou<br />
Equipe studio ix: Guinter Parschalk,<br />
Marlen Artigas, Thais Longhini e Viviane Oda<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Safdie Architects<br />
Projeto de interiores,<br />
projeto executivo e programa:<br />
Perkins & Will<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Isabel Duprat<br />
Fornecedores:<br />
e:light (Erco + We-ef + Vode),<br />
Eurolighting (LED Linear), Lightsource,<br />
Lumini, Osvaldo Matos (O/M e Wibre),<br />
Sobral Lighting (Bega), Tecnowatt<br />
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GALERIA INTIMISTA<br />
Texto: Valentina Figuerola<br />
Fotos: Leonardo Finotti<br />
Inaugurada em junho deste ano no Shopping Iguatemi, em<br />
São Paulo, a NK Store não é uma loja convencional. Com pédireito<br />
duplo e escadas rolantes ao centro, o espaço remete a<br />
uma galeria urbana sofisticada e intimista, onde predomina uma<br />
luz homogênea agradável, proveniente de telas tensionadas<br />
retroiluminadas, solução recorrente no projeto de iluminação<br />
criado pelo Estúdio Carlos Fortes.<br />
Com paredes revestidas de espelhos, as vitrines são iluminadas<br />
de maneira indireta pelo teto de telas tensionadas.<br />
Nas laterais do pórtico de acesso, dois telões de LED atuam<br />
como vitrines eletrônicas, exibindo os produtos comercializados<br />
pela marca.<br />
Predomina na loja uma iluminação difusa e homogênea<br />
proveniente de fitas de LED (2.700 K, IRC 90) em perfis<br />
lineares de alumínio extrudado com difusor de acrílico<br />
translúcido por trás de lonas tensionadas. Drivers DALI<br />
em todos os LEDs (sempre dimerizados), variando de<br />
4,8 W/m (escadas rolantes), 9,6 W/m (backlights das<br />
araras e marcenarias) a 19,2 W/m (vitrines).<br />
60
61
Um dos destaques da NK Store são as paredes laterais com<br />
acabamento em pinus, marcadas pelo ritmo das colunas que<br />
se repetem até o fundo, onde fica o Restaurante Manioca. Nas<br />
mesmas paredes, nichos laterais configuram os expositores de<br />
produtos, iluminados por um backlight de telas tensionadas e<br />
perfis de LED, conceito oriundo da loja mãe, na rua Sarandi, em<br />
São Paulo.<br />
O Estudio Tupi, criador do projeto da loja da rua Sarandi, foi<br />
contratado para projetar novas unidades que integram o projeto<br />
de expansão da marca, que teve como ponto de partida a<br />
butique inaugurada em 2022 no VillageMall, shopping do Rio de<br />
Janeiro, cujo conceito e identidade visual serviram de base para<br />
a criação do projeto das demais lojas, incluindo a do Iguatemi.<br />
Na NK Iguatemi, assim como no VillageMall, os amplos<br />
provadores estão inseridos em caixas permeadas por circulações<br />
que fazem alusão a um labirinto, compondo um grid, ou<br />
malha, fundamental, pensado para ser reproduzido em todas as<br />
novas unidades.<br />
As araras de roupas, ao fundo, são indiretamente iluminadas<br />
por fitas de LED (19,2 W/m, 2.700 K, driver on-off) inseridas<br />
em uma contra parede preta.<br />
62
A NK é caracterizada pela ausência de forro, com instalações<br />
técnicas aparentes. O projeto de iluminação tira partido dessa<br />
condição para criar um sistema de iluminação suspenso por<br />
cabos de aço, composto de luminárias lineares pendentes com<br />
ar teatral que formam um grid – com módulos de destaque<br />
(down lights com rigoroso controle do ofuscamento) e módulos<br />
ori entáveis –, com projetores direcionados para a circulação, o<br />
mobiliário e os expositores.<br />
Ao longo da galeria, corredores que dão acesso aos provadores<br />
têm como destaque as araras de roupas ao fundo, indiretamente<br />
iluminadas por luminárias lineares de LED inseridas<br />
em uma contra parede preta. “Há dois perfis lineares de LED:<br />
um na frente das araras (iluminação direta, difusa) e outro por<br />
trás da cortina, que às vezes atua como backlight”, acrescenta<br />
Carlos Fortes.<br />
O conceito de cortinas também tem origem na loja mãe<br />
da rua Sarandi, em cuja arquitetura predomina o pau-ferro.<br />
Na NK Iguatemi, essa madeira de tonalidade avermelhada foi<br />
substituída pelo pinus, passando a ser usada apenas em detalhes<br />
arquitetônicos dos provadores e no mobiliário. “Na loja da rua<br />
Sarandi fizemos a iluminação em 3.000 K para compensar<br />
o excesso de vermelho dos acabamentos em pau-ferro. Na<br />
NK Iguatemi, onde predomina o pinus, optamos por 2.700 K,<br />
justamente para esquentar um pouco mais a loja”, explica Fortes.<br />
A iluminação de destaque é proporcionada por um sistema<br />
pendente composto de perfil estrutural de alumínio extrudado<br />
com módulos de iluminação para projetores de LED (8 W, 20°,<br />
2.700 K, IRC 90).<br />
63
Com estilos e nomes próprios, os provadores recebem luz<br />
difusa do teto de lona tensionada com fitas de LED (19,2 W/m,<br />
2.700 K, IRC 90, Driver DALI, dimerizado). A iluminação<br />
frontal, por sua vez, é proporcionada por fitas de LED<br />
(19,2 W/ml, 2.000 lm/m, 2.700 K, IP 20, driver on-off)<br />
em perfis simétricos com difusores de acrílico translúcido.<br />
Na NK Iguatemi, há seis provadores temáticos com os<br />
nomes Galeria, Sampa, Metrópole, Haddock, Sarandi e Garoa,<br />
cada um com estilo próprio, mas todos inspirados no movimento<br />
modernista brasileiro, representado pelas cores vermelha, cinza<br />
e amarela, além de painéis de madeira, blocos de vidros,<br />
mármore azul e tecidos bordados na parede.<br />
Nesses ambientes, tetos de tela tensionada emitem uma<br />
luz suave e homogênea. Inspirados nas penteadeiras da loja da<br />
rua Sarandi, espelhos com abas basculantes dispõem de faixas<br />
luminosas de vidro que proporcionam uma iluminação frontal<br />
difusa, sem sombras, como se fosse um camarim.<br />
As escadas rolantes foram convertidas em grandes luminárias<br />
pelo projeto de iluminação, que inseriu, na parte inferior<br />
dos elementos, telas tensionadas retroiluminadas. “Tiramos<br />
par tido dos planos inclinados para criar uma linguagem gráfica<br />
que enfatizasse a geometria do espaço”, diz o lighting designer.<br />
A escada conduz ao mezanino, onde o conceito de grid se<br />
materializa por meio de um tapete quadriculado. É nesse amplo e<br />
confortável espaço que a iluminação difusa se faz intensamente<br />
presente também por meio das telas tensionadas instaladas no<br />
teto, atrás das araras e nos expositores.<br />
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NK STORE<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Estúdio Carlos Fortes<br />
Carlos Fortes e Débora Exposto<br />
(arquitetos titulares)<br />
Lucas Nunes (arquiteto colaborador)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Estudio Tupi<br />
Aldo Urbinati e Andrea Vosgueritchian<br />
(arquitetos responsáveis)<br />
Cliente:<br />
NK Store<br />
Fornecedores:<br />
Eblux, LightDesign Exporlux,<br />
Tensoflex, Trans-Elétrica<br />
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FOTO LUZ FOTO<br />
FECO HAMBURGER<br />
O Sesi Lab é um museu singular. Ciência e arte dialogam com<br />
o vetor da educação em um espaço múltiplo: aparatos científicos<br />
e interativos convivem com obras de arte contemporânea.<br />
Os diversos ambientes são banhados por luz e cor, enquanto<br />
spots de luz branca destacam os dispositivos e as obras, em<br />
uma atmosfera repleta de nuances.<br />
As conversas iniciais com Fernanda Carvalho, lighting<br />
desig ner responsável pela iluminação das galerias do museu,<br />
foram pautadas justamente pelo desafio de transpor a percepção<br />
cromática do espaço para a fotografia. Afinal, Fernanda<br />
já havia visto algumas imagens do museu em que a luz das<br />
luminárias RGB resultava esmaecida ou imperceptível.<br />
A fim de reproduzir o espaço e as sutilezas de luz, fiz uso<br />
de câmera digital SLR (single lens reflex) e lentes grande angulares.<br />
Vale destacar o processo de conversão do formato<br />
RAW (arquivo da captura) para TIFF (arquivo para impressão),<br />
quando foi possível aumentar a latitude da imagem, o chamado<br />
dynamic range. Assim, foi possível garantir os detalhes de<br />
sombra sem perder a saturação da alta luz, além de preservar<br />
as passagens de cor e suas densidades, como se vê na matéria<br />
sobre o Sesi Lab, nesta edição da L+D.<br />
Na imagem acima, todavia, eu deliberadamente fiz uma ex-<br />
po sição voltada para a alta luz, com aumento de contraste na<br />
conversão do arquivo, eliminando assim quaisquer detalhes<br />
do espaço. A partir de um lugar onde eu via teto, paredes,<br />
estruturas, cabos e luminárias, foi possível criar um grafismo<br />
essencialmente cromático. Em outras palavras, ao explorar as<br />
especificidades do mecanismo fotográfico, minha intenção não<br />
foi reproduzir o que vemos, mas buscar o que pode se revelar, ou<br />
se construir, através da fotografia.<br />
Feco Hamburger (1970) é artista, fotógrafo e professor<br />
independente baseado em São Paulo.<br />
Sua produção parte da fotografia e tensiona técnica e<br />
linguagem como campos de experiência, estabelecendo forte<br />
diálogo com a ciência, o tempo e a natureza humana. Com<br />
trabalhos bidimensionais, tridimensionais e instalações, já expôs<br />
na Pina, no MAM e no Museu Oscar Niemeyer, entre outras<br />
instituições. Possui obras no acervo da Pinacoteca de São Paulo,<br />
na Biblioteca Nacional da França e na Coleção Itaú de Fotografia<br />
Brasileira. Em 2019, lançou o livro O Falcão Peregrino, em que<br />
texto e imagem se entrelaçam em prosa poética, integrando o<br />
Festival Zum, do Instituto Moreira Salles. O Sesi Lab possui<br />
11 trabalhos do artista na galeria Fenômenos no Mundo.<br />
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Sys: Sistema linear com trilho de baixa tensão, versátil e elegante,<br />
com módulos para iluminação geral, de destaque e varrimento.