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science.org/toc/science/380/6650
¿QUÉ PASA?
POLUIÇÃO LUMÍNICA EM PAUTA
Em uma porção cada vez maior do planeta, a poluição luminosa
prova ser um problema. Seus efeitos prejudiciais nos
ecossistemas, na saúde humana e na cultura já são notáveis e
vêm sendo documentados.
Em uma edição especial sobre o tema, a revista científica
Science publicou em junho cinco artigos que analisam essas consequências
e apresentam soluções tecnológicas e regulatórias
que poderiam ajudar a mitigá-las.
Em cada um deles, os autores discutem diferentes aspectos
da vida natural e humana afetados pelo excesso de luz. No
primeiro, Annika Jägerbrand e Kamiel Spoelstra argumentam
que cada espécie responde de forma distinta à contaminação
lumínica. As consequências são a perda de habitat, a alteração
das cadeias alimentares e o declínio na população de insetos.
Já Karolina Zielinska-Dabkowska analisa a resposta do
corpo humano à exposição noturna à luz e explica como os sistemas
visuais, circadianos e neurocondutores são prejudicados.
A autora discute também o impacto cultural da perda da visão
do céu noturno em diferentes populações.
Os LEDs, que emitem mais luz azul que tecnologias anteriores,
dificultam a visão dos astros. No terceiro artigo, Antonia
Varela Pérez defende a criação de regulações internacionais
amplas, argumentando que astrônomos sofrem com a perda de
visibilidade do céu.
Visando desenvolver estratégias de mitigação, Miroslav
Kocifaj descreve a necessidade de melhores métodos para medir
e monitorar a luz noturna artificial, a fim de entender melhor as
causas da poluição luminosa.
Por último, Martin Morgan-Taylor analisa as regulamentações
existentes sobre poluição luminosa e discute como elas podem
ser melhoradas.
Trata-se de um assunto urgente, que ultrapassa as salas de
palestras de congressos de iluminação e estampa a capa de uma
das mais respeitadas revistas científicas do planeta. (G.C.F.)
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