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R$25,00<br />

GALERIA TEO (SÃO PAULO)<br />

HASHTOWN (RIO DE JANEIRO) | 365 POP UP FASHION THERAPY ROOM (SÃO PAULO) | A.OCULISTA MOEMA (SÃO PAULO)<br />

CLUBHOUSE VALLE SAN NICOLÁS (VALLE DE BRAVO) | FOTO LUZ FOTO: ALESSANDRO KUSUKI


LED Lighting Solutions


INSCRIÇÕES<br />

ESGOTADAS!<br />

Confira os palestrantes já confirmados:<br />

16 a 18 de agosto de 2023<br />

Tivoli Mofarrej Hotel<br />

São Paulo | Brasil<br />

Semana da Luz 2023<br />

Marko Brajovic<br />

Atelier Marko Brajovic<br />

Brasil<br />

Florence Lam<br />

Arup<br />

Reino Unido<br />

Eli Sirlin<br />

Fadu - U.B.A.<br />

Argentina<br />

Nicolas Houel<br />

L’Observatoire de la nuit<br />

França<br />

Priscila Pacheco<br />

Franco + Berriel<br />

Brasil | Portugal<br />

Mahdis Aliasgari<br />

Lighting Design Collective<br />

Irã | Espanha<br />

ledforum.com.br<br />

@ledforum<br />

Chad Groshart<br />

Atelier Ten<br />

EUA<br />

Rafael Leão<br />

Rafael Leão Lighting Design<br />

Brasil | EUA


O Boticário LAB - Pinheiros<br />

Lighting Design: Foco Luz e Desenho<br />

Fotografia: Ricardo Bassetti<br />

veja mais fotos


SUMÁRIO<br />

1º semestre 2023<br />

edição 84<br />

34 40<br />

48<br />

56<br />

62<br />

66<br />

10<br />

¿QUÉ PASA?<br />

34<br />

40<br />

48<br />

56<br />

62<br />

66<br />

GALERIA TEO<br />

Um caráter único<br />

HASHTOWN<br />

Alquimia espectral<br />

365 POP UP FASHION THERAPY ROOM<br />

Luz versátil<br />

CLUBHOUSE VALLE SAN NICOLÁS<br />

Reflexão como expressão da forma<br />

A.OCULISTA MOEMA<br />

Sinuosidade e delicadeza<br />

FOTO LUZ FOTO<br />

Alessandro Kusuki<br />

6


experience room: avenida dos tajurás, 152 cidade jardim são paulo | 11.3062 7525 | goelight.com.br


EDITORIAL<br />

Paula Carnelós<br />

CAPA<br />

Galeria Teo, São Paulo<br />

Iluminação: Lichia Lighting<br />

Foto: Nelson Kon<br />

PUBLISHER<br />

Thiago Gaya<br />

LDs NO COMANDO<br />

Bilhões de cores, infinitas programações, iluminação circadiana, tunable<br />

whi te, dim to warm – cada vez mais produtos, possibilidades, opções. Mas o<br />

que fazer com tudo isso? Ficou mais fácil ou mais difícil ser lighting designer?<br />

O fato é que, para se ter relevância no resultado, faz-se ainda mais necessária<br />

a presença de um profissional que dê sentido a tantas possibilidades, que<br />

selecione, dentro desse leque, o que melhor se sintoniza com o caráter da obra.<br />

Nesta edição, trazemos exemplos de como o uso criativo, por vezes disruptivo,<br />

dos recursos pode elevar o protagonismo do projeto de iluminação, em<br />

alguns casos até invertendo os papéis, ditando decisões que tradicionalmente<br />

seriam dadas pelos projetos de arquitetura ou de interiores.<br />

É o caso da Hashtown, instalação corporativa de 1.600 m² em um subsolo<br />

com praticamente nenhuma iluminação natural. Essa condição peculiar<br />

provocou uma fantástica inversão, e a iluminação atuou como maestrina<br />

de outras especialidades, inclusive interiores.<br />

Na Teo Galeria, a situação é um pouco diversa. Nesse caso, o que deu relevância<br />

ao projeto de iluminação foi a ruptura em relação à resposta esperada.<br />

O óbvio seria iluminar o teto; iluminaram-se as paredes. O óbvio seriam estruturas<br />

horizontais percorrendo o espaço; o que se vê são linhas verticais.<br />

Pequenas mudanças de abordagem que tornaram o espaço muito diferente<br />

do que dele se esperaria.<br />

Há outros exemplos: um bar cujo briefing dizia que a luz deveria ser “o eixo<br />

principal do ambiente”; uma “lua artificial”, resultado do encontro de inúmeros<br />

feixes de laser no céu; uma exposição temporária em que o protagonista era<br />

o “som”, mas todo o cenário foi subordinado à luz – os poucos elementos<br />

visíveis foram ditados pelo projeto de iluminação. Se as possibilidades são<br />

infinitas, é sempre a mão competente de um ou de uma lighting designer que<br />

calibra o justo tom no projeto.<br />

A propósito do lançamento do livro Women Light Artists – grande contribuição<br />

para o equilíbrio de gêneros na profissão, destacada na seção<br />

¿Qué Pasa? – percebemos que a equidade entre projetos de homens ou de<br />

mulheres foi naturalmente alcançada nesta edição.<br />

Boa leitura!<br />

EDITOR CONVIDADO<br />

Gilberto Franco<br />

DIAGRAMAÇÃO<br />

Maria Fraga<br />

PROJETO GRÁFICO<br />

Thais Moro<br />

COLABORARAM NESTA EDIÇÃO<br />

Alessandro Kusuki, Diana Joels, Mariana<br />

Novaes, Valentina Figuerola<br />

REVISÃO<br />

Débora Tamayose<br />

ASSINATURAS E OPERAÇÕES<br />

Márcio Silva<br />

PUBLICADA POR<br />

Lumière Mídia<br />

Rua Catalunha, 350, 05329-030<br />

São Paulo SP, T 11 3062.2622<br />

ld@editoralumiere.com.br<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

8


LINEAR LIGHT<br />

série de perfis para iluminação<br />

linear profissional de alta fidelidade.<br />

SIGMA<br />

série de perfis para acabamento e<br />

iluminação de sanca.<br />

CELINE<br />

Shopping Cidade Jardim<br />

São Paulo<br />

arquitetura:<br />

Celine<br />

Figoli Ravecca (tropicalização)<br />

fotografia Felco<br />

luminotécnica:<br />

Celine<br />

CUSTOM<br />

projetores darklight de embutir em<br />

forro e linear light especialmente<br />

desenhados para o padrão da<br />

marca.<br />

FENDI<br />

Shopping Cidade Jardim<br />

São Paulo<br />

fotografia Felco<br />

arquitetura e luminotécnica:<br />

Fendi Architecture Department<br />

23-25 maio, stand 1713 - Javits Center, Manhattan - New York<br />

são paulo montevideo lisboa www.lightsource.com.br @lightsource_lighting


Joana França<br />

¿QUÉ PASA?<br />

VIDA EM COISAS<br />

DRIFT – Vida em coisas<br />

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)<br />

Rio de Janeiro, de 29 de março a 22 de maio<br />

São Paulo, de 13 de junho a 7 de agosto<br />

Belo Horizonte, de 26 de agosto a 6 de novembro<br />

Brasília, de 27 de novembro a 21 de janeiro de 2024<br />

O coletivo holandês DRIFT, fundado em 2007 pelos artistas<br />

Lonneke Gordijn e Ralph Nauta, faz sua primeira exposição individual<br />

no Brasil. A exibição itinerante Vida em coisas iniciou a<br />

temporada no dia 29 de março, no Centro Cultural Banco do<br />

Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro e seguirá para São Paulo, Belo<br />

Horizonte e Brasília.<br />

“Vida em coisas explora a possibilidade de a natureza e a tecnologia<br />

conviverem em harmonia; seja pelo mundo biônico, seja<br />

pelo conceito de animismo, em que tudo – animais, fenô menos<br />

naturais e objetos inanimados – tem um espírito que os conecta<br />

com tudo o mais”, afirma o curador Marcello Dantas.<br />

A exposição reúne obras representativas do DRIFT, que vão da<br />

escultura à instalação, e evidenciam o talento desses artistas em<br />

criar experiências que invocam a reconexão com nosso planeta.<br />

Dentre as obras apresentadas, os visitantes poderão se<br />

deleitar com as icônicas Shylight, escultura cinética que abre<br />

e fecha em um movimento coreografado, espelhando o comportamento<br />

de uma flor; e Fragile Future, que funde natureza e<br />

tecnologia em uma escultura de luz multidisciplinar. O trabalho<br />

é uma visão crítica mas também utópica do futuro do nosso planeta,<br />

em que estruturas de bronze e sementes reais de dentede-leão,<br />

colhidas à mão e coladas uma a uma, fizeram um pacto<br />

para sobreviver. Lindo e imperdível.<br />

10


NK Village Mall, RJ<br />

Iluminação: Estúdio Carlos Fortes<br />

Arquitetura: Estúdio Tupi<br />

Fotografia: Leonardo Finotti<br />

Conheça nossa nova identidade<br />

visual e nosso novo site em<br />

www.lightdesign.com.br


Divulgação<br />

¿QUÉ PASA?<br />

DEZ<br />

Fundado em 2012 pelas arquitetas e lighting designers<br />

Marina Frigeri e Marília Saccaro, o Studio FOS completou recentemente<br />

a primeira década de sua existência.<br />

Em comemoração ao importante marco, a equipe do estúdio<br />

gaúcho desenvolveu um artefato exclusivo para presentear os<br />

clientes e os parceiros que participaram dessa jornada.<br />

Inspirada nos elementos cotidianos da profissão de lighting<br />

designer, a peça possui duas lâminas ajustáveis, com formas que<br />

remetem à chama de uma vela e às curvas fotométricas. Seu<br />

padrão listrado faz uma homenagem ao efeito moiré, presente<br />

nas obras de Carlos Cruz-Díez, convidando o usuário a uma<br />

brin cadeira entre seu olhar, a luz e a sombra.<br />

Nasceu assim a luminária a vela DEZ, um singelo tributo à<br />

história do Studio FOS e a tudo que o inspira. Formas, efeitos e<br />

muito significado.<br />

12


CIA DE ILUMINAÇÃO<br />

IORUBÁ, ILUMINAÇÃO DE JARDIM<br />

O nosso espeto Iorubá chega à sua nova geração, agora em 4<br />

versões: spot orientável único ou duplo com haste curta ou<br />

longa, e diferentes opções de acabamento. É o produto ideal<br />

para iluminação de jardim!<br />

Spots com<br />

rotação 360ª<br />

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Utilização: Iluminação de paisagismo<br />

Fonte luminosa: LED<br />

OPÇÕES DE<br />

ACABAMENTO<br />

Facho:<br />

30ª<br />

Temperaturas de cor:<br />

2700 K<br />

Preto<br />

Fluxo de luminária: 340lm ou 680lm<br />

Potência de LED: 6,0 W ou 12W<br />

Marrom<br />

café<br />

CRI:<br />

82<br />

Alimentação:<br />

90 - 240V<br />

Marrom<br />

corten<br />

Controles:<br />

IP: 66<br />

On-off<br />

Marrom<br />

textura<br />

(11) 3371- 2333<br />

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¿QUÉ PASA?<br />

LEDFORUM.23:<br />

À LUZ DO CONTEXTO<br />

Leandro de Carvalho<br />

LEDforum.23<br />

Tivoli Mofarrej Hotel São Paulo<br />

Preview Expo: 16/8, quarta-feira<br />

Congresso: 17 e 18/8, quinta e sexta-feira<br />

ledforum.com.br<br />

Plataforma essencial na agenda da iluminação brasileira<br />

para o lançamento de produtos e serviços, geração de novos<br />

negócios e intenso networking, o LEDforum é conhecido nacional<br />

e internacionalmente por oferecer conteúdo de palestras<br />

e atividades de alto nível técnico e de conhecimento.<br />

A 14ª edição do LEDforum traz uma grande novidade: além<br />

do congresso, que tradicionalmente acontece na quinta e na<br />

sexta-feira, o evento abrirá suas portas na quarta-feira para um<br />

preview de sua área de exposição, ampliando assim as possibilidades<br />

de interação entre participantes e expositores.<br />

Como tema norteador, o LEDforum traz a ideia de<br />

Contexto, propondo um olhar integral e consciente sobre a luz,<br />

a iluminação, a arquitetura e o design, em relação a questões<br />

contextuais, como território, sociedade e tempo.<br />

Uma ampla diversidade de perspectivas e temas será<br />

abordada, de forma a expandir conhecimentos e proporcionar<br />

a discussão de questões contemporâneas fundamentais<br />

no campo da iluminação de arquitetura, em recortes técnicos,<br />

conceituais, teóricos, projetuais e inspiracionais.<br />

Em sintonia com a temática contextual, a grade fluirá em<br />

formatos variados – palestras, mesas e diálogos –, de maneira<br />

que as dinâmicas deem suporte aos conteúdos e proporcionem<br />

um novo ritmo ao congresso.<br />

14


Plié<br />

Do mesmo modo que a bailarina<br />

desliza seus movimentos em<br />

graça e leveza, as formas da linha<br />

Plié exaltam elegância e ternura.<br />

Uma linha, muitas possibilidades.<br />

w w w. n e w l i n e . i n d . b r


Ayo Cabrera<br />

¿QUÉ PASA?<br />

UMA OUTRA LUA É POSSÍVEL<br />

Another Moon é uma criação ao ar livre, em grande escala, de<br />

uma segunda lua no céu. Assim como a verdadeira lua é visível<br />

pelo reflexo da luz do sol, esta também se utiliza da mesma fonte,<br />

porém de modo intertemporal: a luz solar é coletada durante o<br />

dia por placas fotovoltaicas, armazenada e, durante a noite, projetada.<br />

Ela se torna “lua” onde convergem os feixes de laser, que<br />

criam uma forma tridimensional visível a até 1 km de distância.<br />

Esse trabalho foi desenvolvido ao longo de seis anos pelo<br />

coletivo sul-coreano Kimchi and Chips e é o auge de sua<br />

série de trabalhos Drawing in the Air. Ele foi apresentado pela<br />

primeira vez nas ruínas industriais de Zeche Zollverein, a mina<br />

de carvão mais produtiva da Europa. Mais recentemente, a<br />

instalação pôde ser vista no festival de artes visuais LLUM BCN<br />

2023, em Barcelona.<br />

À medida que se esgota a energia das baterias, os lasers vão<br />

se desligando um a um, acomodando a obra à disponibilidade<br />

energética daquele dia. Uma forma lúdica de lembrar a importância<br />

de se reduzir o uso da energia de acordo com a oferta,<br />

mitigando assim nossa dependência dela.<br />

“O projeto imagina uma nova forma de arte pública para a<br />

era pós-combustíveis fósseis, na qual a cidade ganha vida aproveitando<br />

a energia infinita – mas intermitente – fornecida pelo<br />

sol, pelo vento e por outras forças da natureza”, explica José Luis<br />

de Vicente, curador do Llum BCN.<br />

16


PLUG-IN PARA SOFTWARES CAD<br />

A ferramenta<br />

indispensável para<br />

seus projetos<br />

luminotécnicos.<br />

Luminacad é um plug-in para softwares<br />

CAD que ajuda você a desenvolver seus<br />

projetos de forma simples, prática e rápida.<br />

Nele você encontrará comandos incríveis e<br />

bibliotecas que te ajudam em suas rotinas<br />

diárias, eliminando tarefas repetitivas e<br />

acelerando o seu desenvolvimento.<br />

Biblioteca de<br />

Luminárias<br />

Cálculo<br />

Luminotécnico<br />

Luminárias<br />

Lineares<br />

Crie a Ficha de<br />

Especificação<br />

escolha e insira as<br />

luminárias conforme<br />

as necessidades<br />

do projeto<br />

calcule a iluminância<br />

e a distribuição<br />

das luminárias<br />

no ambiente<br />

desenhe livremente<br />

luminárias lineares e<br />

especifique com<br />

dados precisos<br />

em poucos cliques,<br />

gere a ficha de<br />

especificação e<br />

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TRADE SHOW: MAY 23-25 | CONFERENCE: MAY 21-25<br />

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Find Your Design Inspiration.<br />

Gather with the brightest minds at LightFair 2023, the international lighting industry event taking place in New York<br />

City this May. Meet leaders from across the lighting design industry, discover the latest products, and experience<br />

immersive installations in a whole new light on the show floor and in the industry’s most comprehensive conference.<br />

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IES and IALD members enjoy complimentary show floor access with registration.


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CIRCLE<br />

Conheça mais um produto inovador da Everlight e<br />

valorize a beleza de qualquer espaço com a Luminária<br />

Everglow Circle! Esqueça as convencionais lâmpadas de<br />

LED e experimente o conforto visual e a qualidade<br />

incomparável da iluminação LED Integrada. Com um<br />

acabamento discreto em branco e bordas incrivelmente<br />

finas, essa luminária se integra perfeitamente a tetos<br />

brancos, proporcionando um efeito "dark light" incrível<br />

que realça o ambiente de forma sutil e sofisticada.<br />

A Everglow Circle possui vida útil superior a 50.000<br />

horas e garante muita economia e durabilidade.<br />

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Everlight e surpreenda-se com as nossas criações!<br />

Potências disponíveis: 5w e 10W<br />

Facho Disponíveis: 12°, 34° 48°<br />

CRI Disponível: >80<br />

CCT disponíveis: 2700k, 3000k e 4000k<br />

Fluxo Luminoso: 383LM a 879LM<br />

Vida Útil: 50.000hs (L70)<br />

www.everlight.com.br | (31) 2566-8963<br />

Siga-nos


w<br />

Marc Nogue<br />

¿QUÉ PASA?<br />

UM COQUETEL DE EMOÇÕES<br />

“A luz precisa ser o eixo principal deste ambiente”, afirmaram<br />

os proprietários do Cocktail Bar Pantera Mambo, em Barcelona,<br />

a Jordi Ballesta e Raquel Ordoñez, quando os lighting designers<br />

do estúdio Anoche iniciavam sua colaboração. “Um bar feito de<br />

experiências únicas, emoções, simplicidade e, acima de tudo,<br />

lou cura”, completaram.<br />

Era evidente para eles que a luz seria o elemento transformador<br />

desse espaço, convidando à dança, à diversão, à alegria.<br />

A luz deveria vestir o espaço. A cada nova música, uma<br />

onda de luz inundaria o espaço com cor.<br />

O projeto do estúdio Insayn, que se valeu de materiais<br />

industriais, como chapa perfurada galvanizada e vidro, ajudou<br />

a multiplicar e fracionar a luz, criando reflexos, contrastes e<br />

transparência, o que proporcionou uma atmosfera de dinamismo<br />

e loucura, sempre ao som do contagioso “mambo”. Em determinados<br />

momentos, três luzes diferentes se misturam – azul,<br />

laranja e verde –, e uma nova cor reflete no ferro ondulado, em<br />

uma explosão de emoções.<br />

“A luz é o material intangível que ajuda a potencializar um<br />

projeto. Nosso trabalho é contribuir para agregar valor a proje tos<br />

arquitetônicos, urbanísticos ou artísticos. Contamos histórias,<br />

traçamos pautas, despertamos emoções”, dizem os autores.<br />

Pantera Mambo foi o projeto vencedor do LIT Awards 2022<br />

na categoria Bares e Restaurantes.<br />

20


APRESENTAMOS ATHENA<br />

O sistema de controle de iluminação dinâmico que traz<br />

a magia da luz aos momentos do dia a dia<br />

Solução flexível, simples e tudo-em-um para controlar qualquer fonte<br />

de luz com cortinas inteligentes


Em busca do foco perfeito<br />

A arte e a<br />

ciência de<br />

fechar ângulos<br />

de abertura.<br />

Na LEDiL adoramos um bom desafio<br />

e criar ângulos fotométricos cada vez<br />

mais fechados não é exceção. Enquanto<br />

superamos os limites da inovação,<br />

mantemos em mente a importância<br />

estética e os limites<br />

físicos. Nós sabemos que<br />

chegar no facho fechado<br />

perfeito requer mais<br />

que apenas tecnologia.<br />

Leia o artigo<br />

É uma forma de arte.<br />

LEDiL ® é uma marca registrada da LEDiL<br />

Oy na União Europeia, nos E.U.A. e<br />

outros países I www.ledil.com.<br />

Patrocinador


¿QUÉ PASA?<br />

WOMEN LIGHT ARTISTS<br />

O projeto Women in Lighting inspirou seus criadores,<br />

Martin Lupton e Sharon Stammers, do estúdio Light Collective, a<br />

examinar todas as formas possíveis de representação no campo<br />

da luz. A pesquisa revelou mais de 150 artistas mulheres com<br />

trabalhos nos quais a luz é elemento essencial. Esse número<br />

surpreendente os inspirou a publicar o livro Women Light Artists,<br />

Collected Light Volume One.<br />

“Após 25 anos de experiência no mundo da luz, tornou-se<br />

evidente que há um enorme peso e visibilidade para os artistas<br />

masculinos que trabalham ou trabalharam com luz. Embora<br />

existam alguns nomes de mulheres artistas, a exposição de<br />

seus trabalhos é menor, e seu reconhecimento permanece desigual<br />

em termos de gênero. Para contatar isso, basta digitar<br />

as palavras “Light Artist” no Google: dos 15 principais artistas<br />

exibidos pelo principal mecanismo de busca do mundo, apenas<br />

duas são mulheres”, explicam Martin e Sharon.<br />

Para a criação desse primeiro volume, o Light Collective<br />

convidou mais de 40 mulheres a compartilhar imagens de seus<br />

trabalhos. Ambientes imersivos, luz reativa, esculturas de luz<br />

ou histórias em torno desse material intangível em um livro que<br />

leva o espectador a contemplar a cor, a natureza, a política, a vida<br />

e o verdadeiro poder da luz como meio artístico.<br />

Essa é uma coleção inspiradora de arte que usa a luz como<br />

meio principal, contemplando 44 artistas femininas de todo<br />

o mundo.<br />

O livro está disponível em sites internacionais da Amazon,<br />

com opções de entrega no Brasil. Para mais informações, acesse:<br />

womeninlighting.com.<br />

Divulgação<br />

24


¿QUÉ PASA?<br />

A DANÇA DA LUZ<br />

Janet Echelman, Alex McClave, Bruce Heavin, Clayton Binkley, Lynda Weinman<br />

Criada sob encomenda pela artista norte-americana Janet<br />

Echelman para uma residência em Montecito, Califórnia, Enfold<br />

é uma grande escultura suspensa em forma de véu, instalada<br />

em uma galeria de concreto da residência, composta de uma<br />

la je de concreto aparente que se curva até se transformar em piso<br />

e ladeada por duas grandes aberturas de vidro transparente.<br />

A peça pode ser vista de muitos pontos diferentes: de cima e de<br />

baixo, do interior, do exterior e da escada que a atravessa.<br />

Silenciosa e bonita à luz do dia, a Enfold ganha vida ao anoitecer,<br />

transformando a experiência noturna da casa por meio da<br />

iluminação dinâmica pré-programada.<br />

Em estreita colaboração, o artista Abe Shameson e sua equipe<br />

de iluminação criaram uma sequência de iluminação colorida<br />

que modifica cor e espaço, primeiro plano e plano de fundo. Os<br />

controles DMX são programados para um show dinâmico de<br />

várias horas, dando vida à escultura ao pôr do sol e colocando-a<br />

na cama à meia-noite, todos os dias. Vinte e três projetores de<br />

teatro com chips de LED de sete cores foram montados em tubos<br />

verticais, dobrados entre os flanges de colunas de aço. Cada<br />

projetor é sequenciado com uma paleta predefinida de cores,<br />

as quais mudam lentamente para criar a sensação de que a escultura<br />

está em movimento.<br />

As peças são posicionadas de modo a iluminar toda a escultura,<br />

evitando o ofuscamento de quem está no interior, na<br />

ponte de entrada externa adjacente ou no pátio. Aletas tipo barn<br />

door permitem que as luminárias iluminem a parte inferior da<br />

escultura, eliminando distrativos hotspots no piso. Cada lu minária<br />

é programada para acender, aumentar ou diminuir a luz, ao mesmo<br />

tempo que muda de cor, como em uma dança coreografada.<br />

26


Nova linha<br />

SOLLO<br />

Design arrojado, alta eficiência e<br />

tecnologia inovadora.<br />

Alto desempenho (de 350 a 6500lm)<br />

Design minimalista<br />

Dispositivo Anti-Ofuscante<br />

Nova tecnologia de dissipação de calor<br />

que garante maior vida útil<br />

Disponíveis nas categorias:<br />

Embutidos<br />

Espetos<br />

Projetores<br />

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Foto: Fernando Willadino<br />

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COM OS MELHORES PROFISSIONAIS.<br />

ARMAZÉM RITA MARIA<br />

Local: Florianópolis - SC<br />

Projeto de iluminação: Allume Arquitetura de Iluminação<br />

Projeto de arquitetura de interiores: Luisa Grillo Arquitetura<br />

Projeto de arquitetura de restauro: Ornato Arquitetura<br />

Projeto de paisagismo: Ana Trevisan - Paisagismo + Arquitetura<br />

Portfólio | Pontualidade | Suporte


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A mais nova solução Lutron<br />

que está revolucionando o mercado da iluminação.<br />

Ketra está totalmente integrada com<br />

o seu HomeWorks ou Attena e irá<br />

mudar a forma como enchergamos<br />

controle de iluminação.<br />

Como sempre, a Steluti Engenharia<br />

está preparada tecnicamente para<br />

pensar e executar seu projeto.<br />

Fone: +55 11 3079-7339<br />

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Rua Cayowaá, 1716 - Perdizes - SP


¿QUÉ PASA?<br />

DESTERROS<br />

Stéphane Bourgeois<br />

Dave Tremblay<br />

Desde 2015, a cidade de Quebec recebe anualmente o<br />

espetáculo itinerante Aonde você vai quando está sonâmbulo...?,<br />

apresentado pela produtora Carrefour International de Théâtre,<br />

focada em novos talentos. Trata-se de um percurso por trabalhos<br />

de artistas de diferentes campos, como teatro, circo, música, arquitetura<br />

e artes visuais.<br />

Na edição de 2022, aproximadamente 70 mil pessoas convergiram<br />

para o Parc des Moulins, local onde outrora funcionara<br />

o Zoológico de Quebec, para encontrar, dentre outras apresentações,<br />

o espetáculo Desenraizamentos (Déracinements), da diretora<br />

Lorraine Côté, em parceria com o arquiteto Étienne Bernier, fundador<br />

do escritório de arquitetura e design Agence Spatiale.<br />

A apresentação teatral acontece sob uma grande estrutura<br />

de arame, erigida nas ruínas de uma estufa de plantas daquele<br />

zoológico. São retratados grupos de diferentes épocas e locais,<br />

tais como antigos comerciantes de peles, refugiados de alterações<br />

climáticas e outros grupos desenraizados.<br />

O espetáculo, pode-se dizer, não é impermeável ao ambiente<br />

em que se encontra. Inteiramente feito à mão, o cenário é uma<br />

clara referência à arquitetura da antiga estufa, assim como<br />

os próprios personagens remetem aos animais de zoológico,<br />

também eles vítimas de desterro. A escolha de se construir o<br />

cenário artesanalmente, além de resultar em custos modestos,<br />

veio de encontro à proposta estética da apresentação.<br />

Mas é a iluminação de Laurent Routhier que confere vida à<br />

estrutura de arame, deixando-a etérea, quase surreal. À medida<br />

que o espetáculo se desenvolve, ela ganha contornos diversos,<br />

ora quente, ora fria, alternando as sensações de serenidade ou de<br />

urgência dos personagens, de acordo com o fio da narrativa.<br />

Dave Tremblay<br />

30


Ana Turra<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LUZ COMPANHEIRA<br />

Quando o poeta, pesquisador e músico Tiganá Santana<br />

procurou o Itaú Cultural com um projeto artístico para o<br />

espaço de “ocupação” daquela instituição tinha em mente uma<br />

proposta nunca realizada ali: uma instalação em que o principal<br />

protagonista fosse o som. “Temos uma sobrecarga da função<br />

‘ver’, em detrimento dos demais sentidos” – argumentou.<br />

Aceito o projeto pela curadoria, Tiganá tratou de procurar<br />

os elementos acessórios a seu trabalho, momento em que<br />

percebeu a importância de ter uma narrativa de luz como apoio.<br />

Foi quando entrou em cena a arquiteta e lighting designer<br />

Anna Turra. “Quero que a luz seja a principal companheira de<br />

meu trabalho”, explicou Tiganá a ela.<br />

Anna então ponderou que, sendo a luz um fenômeno imaterial<br />

e invisível, seria necessário algum tipo de suporte físico<br />

no qual ela pudesse se manifestar. Surgiu assim mais uma personagem:<br />

a cenógrafa Stella Tennenbaum, cuja proposta<br />

baseava-se na subordinação à narrativa da luz e do som, em<br />

uma interessante inversão de percurso. Paredes curvas e nichos<br />

com lugares para se sentar foram algumas das respostas<br />

a essas demandas. A forma curva escolhida para as paredes e<br />

seu revestimento de fibra de coco vieram de encontro a outro<br />

quesito importante levantado por André Magalhães, mais um<br />

colaborador: a absorção acústica.<br />

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André Seiti<br />

Assim nasceu a ocupação Perder a imagem, que esteve em<br />

cartaz de dezembro a fevereiro deste ano, no Itaú Cultural.<br />

O título da exposição surgiu da fala da poeta sergipana<br />

Beatriz Nascimento (1942-1995), referindo-se à forçada diáspora<br />

africana ao Brasil. Mas a instalação nada tem de didática:<br />

não há texto falado, apenas imagens sonoras inspiradas em<br />

conteúdos da poeta, acompanhadas pelo percurso de cores<br />

e luzes desenhado por Anna. Luzes que refletem nas paredes<br />

curvas e no pequeno e raso lago ao centro, aberto aos espectadores.<br />

Uma série de alto-falantes espalhados pelo recinto<br />

transmite o percurso musical de cerca de 20 minutos; o som é<br />

tridimensional, graças ao uso da tecnologia Atmos (espécie de<br />

Dolby) e à criação de nuances entre diferentes pontos da sala.<br />

Buracos circulares de aproximadamente 60 cm de diâmetro,<br />

incrustados nas paredes e no teto, emanam luz difusa, que varia<br />

em intensidade e cor (geralmente azuis, vermelhos e magentas),<br />

conforme o percurso da música. “Muitos espectadores<br />

chapinham na água, o que multiplica a reflexão das luzes. Outros<br />

passam pela experiência de olhos fechados. “Quer saber?<br />

Não me importo nada que eles não vejam. É a escolha deles!”<br />

– finaliza a bem-humorada Anna.<br />

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UM CARÁTER ÚNICO<br />

Texto: Gilberto Franco<br />

Fotos: Nelson Kon<br />

A primeira coisa que chama a atenção ao se entrar na<br />

recém-inaugurada Galeria Teo, na rua João Moura, bairro de<br />

Pinheiros, São Paulo, é o projeto de iluminação. Não que a<br />

arquitetura ou os móveis expostos não tenham igual valor. Mas<br />

o que torna interessante o projeto de Lichia Lighting é que todas<br />

as soluções de iluminação têm algo de inusitado, de original,<br />

atendendo de forma eficaz – e ao mesmo tempo galharda – às<br />

funções a que se destina.<br />

Situada defronte a um conjunto de árvores frondosas,<br />

a galeria é um desdobramento da loja Teo, dedicada à restauração<br />

e à revenda de móveis modernistas brasileiros,<br />

incluindo nomes como Zalszupin, Tenreiro, Sergio Rodrigues,<br />

Branco e Preto, entre outros. O edifício é um galpão alto, com<br />

tesouras metálicas, tendo um mezanino ao fundo, curiosamente<br />

destacado das paredes. Uma das fachadas longitudinais é uma<br />

grande superfície branca, sendo a fachada oposta toda envidraçada,<br />

com uma delicada caixilharia, de onde se tem a visão<br />

das árvores. No teto, claraboias de vidro margeiam ambas as<br />

fachadas, de modo que a luz natural vinda delas perpassa para o<br />

piso inferior do mezanino, já que este não encosta nas paredes.<br />

Toda a iluminação da entrada provém de barras verticais<br />

atirantadas no teto e no piso. Do lado do vidro, projetores<br />

cilíndricos de 25 W e fachos de 36° e 15° iluminam,<br />

respectivamente, a vitrine junto ao vidro e o mobiliário no<br />

ambiente. Do lado oposto, barras de LED difuso com 4 m<br />

de altura, 88 W (8.000 lm) iluminam a parede, tudo em<br />

3.000 K e IRC > 90.<br />

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36<br />

Simpáticos “tamborzinhos” difusos de LED 20 W/3.000 K<br />

(IRC > 90) com tela tensionada na parte frontal, desenvolvidos<br />

especialmente para este projeto, compõem a iluminação sob e<br />

sobre o mezanino. Uma claraboia na cobertura, proposta pelos<br />

projetistas de iluminação, ajuda a trazer luz natural ao espaço<br />

sob o mezanino.


A parede branca, de luz homogênea, atua como fundo<br />

do mobiliário exposto, além de prover generosa luz difusa<br />

ao ambiente.<br />

O PROJETO DE ILUMINAÇÃO<br />

Na área frontal da loja, de pé-direito duplo, não há nenhum<br />

sistema de iluminação no teto, o que o deixa totalmente limpo<br />

de interferências, já que não existe sistema de ar-condicionado.<br />

Toda a luz difusa emana da parede branca. Barras verticais, com<br />

iluminação linear difusa, iluminam generosa e homogeneamente<br />

essa parede, que então rebate a luz para o ambiente. Do lado<br />

oposto, perfis verticais com projetores, também vindos do teto,<br />

dão destaque ao mobiliário, tanto no piso como na vitrine suspensa.<br />

Dois simples “gestos” que iluminam perfeitamente essa<br />

área, onde estão os móveis mais importantes.<br />

Sob o mezanino, trilhos eletrificados com luminárias difusas<br />

orientáveis complementam a iluminação da parede branca, que<br />

avança até o final da loja. Desenhadas especialmente para este<br />

projeto, essas luminárias permitem excelente modelagem da luz<br />

pois são orientáveis. Isso, aliado à liberdade propiciada pelos<br />

trilhos eletrificados, atende à dinâmica de exposições dos móveis,<br />

muito variável em razão da disponibilidade do acervo; solução<br />

similar foi aplicada no andar superior. Além de funcionais, essas<br />

divertidas peças, quando vistas em conjunto, lembram estranhas<br />

aves presas ao teto.<br />

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Uma barrinha de LED difuso de baixa intensidade solta<br />

a parede da vitrine de móveis do piso.<br />

A resolução técnica da fixação dos perfis verticais contou<br />

com a engenhosidade da arquiteta Mariana Barossi, que<br />

gerenciou a obra. A parede branca vem sendo usada pelos<br />

clientes como “fundo infinito” para as postagens regulares<br />

dos móveis expostos.<br />

Originalmente, o galpão tinha claraboia apenas em um dos<br />

lados, mas os lighting designers, com o uso de simulações,<br />

demonstraram a necessidade de se repetir a solução do lado<br />

oposto, trazendo assim mais luz natural para a parte de baixo do<br />

mezanino. “Ponderamos que não haveria muita carga térmica<br />

adicional, por ser face sul, e também pelo bloqueio das árvores”,<br />

afirma Rafaela Romitelli, da Lichia Lighting. “Há dias em que<br />

entra uma luz solar rasante, que dá textura aos montantes do<br />

caixilho”, complementa.<br />

Outra curiosidade é que a parede branca, por ter uma iluminação<br />

tão homogênea, acabou servindo de excelente fundo<br />

infinito para as frequentes fotos de divulgação do mobiliário.<br />

A originalidade no uso dos perfis verticais, o teto livre de<br />

equipamentos, a pureza de desenho das luminárias, tudo isso<br />

confere a este projeto um caráter único.<br />

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GALERIA TEO<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Lichia Lighting<br />

Rafaela Romitelli e Estêvão Pessotta<br />

(arquitetos titulares)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Gustavo Calazans Arquitetura<br />

Gustavo Calazans (arquiteto titular)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Rodrigo Oliveira<br />

Cliente:<br />

Teo e Lis Vilela<br />

Fornecedores:<br />

Lemca, Lumini e Misterled<br />

Projetores cilíndricos de 12 W, 24° (3.000 K), fixados aos<br />

galhos das árvores, iluminam, ora o piso, ora as copas,<br />

ampliando a percepção do espaço à noite.<br />

Uma claraboia na cobertura, proposta pelos projetistas de<br />

iluminação, ajuda a trazer luz natural ao espaço, além de soltar<br />

internamente a fachada, criando um interessante efeito de luz.<br />

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ALQUIMIA<br />

ESPECTRAL<br />

Texto: Thiago Gaya<br />

Fotos: André Nazareth<br />

Fundada em 2018, a startup brasileira Hashdex tornou-se<br />

rapidamente a maior gestora de criptoativos da América Latina,<br />

deixando insuficientes os 150 m² do escritório original, o que fez<br />

seu fundador e CEO, Marcelo Sampaio, buscar um espaço maior.<br />

Com o desafio de atrair colaboradores à dinâmica do tra balho<br />

presencial pós-pandemia, Sampaio tinha em mente um espaço<br />

“disruptivo”. Ao deparar com o subsolo de um edifício recéminaugurado,<br />

totalmente privado de luz natural, ele vislumbrou<br />

simultaneamente, nessa área de 1.600 m² e três pavimentos, o<br />

desafio e a originalidade de transformar um am biente tido como<br />

claustrofóbico em um espaço instigante e ori ginal, por meio da<br />

iluminação artificial.<br />

Essa epifania, porém, não surgiu sem motivo. Seu amigo de<br />

longa data Flávio Berman – fundador da Kelving Lab – já havia<br />

implantado no primeiro escritório um sistema de espectrometria<br />

dinâmica (variação do espectro ao longo do dia) que deixara<br />

todos muito satisfeitos, com relatos de aumento de disposição<br />

e produtividade.<br />

O projeto de ocupação do subsolo de um empreendimento<br />

comercial lançou mão da iluminação artificial dinâmica para<br />

transformar um ambiente considerado claustrofóbico em um espaço<br />

instigante e original. Uma equipe multidisciplinar desenvolveu<br />

cada área do complexo tendo em conta uma composição espectral<br />

predominante e as iluminâncias verticais desejadas.<br />

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41


Assim, teve início um processo criativo totalmente diverso<br />

do habitual que tomou como parâmetro primordial a luz desejada<br />

para cada um de seus setores: “light-driven” – como definiu<br />

Berman, que foi, então, convocado para mapear os espaços e<br />

entender quais seriam as características essenciais da luz em<br />

cada um deles, de forma a atender às dinâmicas de uso pretendidas.<br />

Também coube a ele a coordenação do processo<br />

de escolha dos criativos envolvidos. Pitá Arquitetura, Be.bo,<br />

Super Uber e Wabi-sabi Ateliê foram engajados na missão de<br />

implantar um projeto orientado aos objetivos da luz. E, para<br />

encarar esse desafio, o escritório LD Studio completou o time,<br />

assinando o projeto de lighting design.<br />

De acordo com Berman, essa equipe multidisciplinar desenvolveu<br />

cada área considerando uma composição espec tral<br />

predominante e iluminâncias verticais desejadas. O desenho<br />

do espaço, a definição das cores, a escolha de materiais e acabamentos,<br />

as soluções de iluminação, tudo isso teve como<br />

premissa os fundamentos espectrais de iluminação dinâmica,<br />

que dá ritmo à experiência do usuário em cada área.<br />

As salas do Members Club são iluminadas por uma combinação<br />

de luz indireta (forros acústicos, sancas e rodatetos), luz<br />

direta/indireta (pendentes) e luz de destaque (downlights).<br />

Para suprir a sensação de “dia”, foram fixados perfis de LEDs em<br />

eletrodutos, instalados nos nichos das paredes de contenção.<br />

Na circulação, a sanca longitudinal oferece uma iluminação suave,<br />

complementada pela luz residual das salas e do perfil instalado na<br />

marcenaria das mesas de convívio para lavar sutilmente a parede.<br />

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RESTAURANTE<br />

No térreo, único ambiente conectado com a luz natural, o<br />

restaurante Crypto Kitchen funciona diuturnamente, o que demandou<br />

uma iluminação dinâmica, que mudasse a atmosfera<br />

do restaurante ao longo de todo o dia. A modulação espectral da<br />

iluminação foi criada para mimetizar a luz natural durante o dia e<br />

proporcionar uma experiência completamente diferente à noite<br />

O segundo pavimento é um mezanino de 400 m², dividido<br />

entre o Members Club, espaço de trabalho compartilhado entre<br />

empresas de tecnologia, e a Library, área de descontração e<br />

interação entre os profissionais das empresas-membros e para<br />

receber convidados.<br />

A iluminação linear indireta instalada na viga lateral do<br />

pergolado que delimita o salão proporciona um degradê suave<br />

na parede e uma luz difusa ao ambiente, complementada pela<br />

luz direta dos downlights.<br />

MEMBERS CLUB<br />

Essa área foi idealizada com o objetivo de promover e acolher<br />

uma comunidade centrada na inovação e na cultura tecnológica.<br />

É o espaço mais desafiador, pois, além da ausência total de luz<br />

natural tem salas diminutas com pé-direito muito restrito –<br />

algumas áreas, com apenas 2,10 m de altura.<br />

A intensa colaboração entre Kelving Lab, Pitá Arquitetura e<br />

LD Studio resultou em uma intervenção que transformou radicalmente<br />

o espaço, viabilizando sua ocupação e tornando-o<br />

realmente agradável.<br />

A composição espectral de escritórios privados e salas de<br />

reunião é adaptável ​às demandas de tarefas específicas. Os ocupantes<br />

podem escolher a intensidade e a temperatura de cor da<br />

luz mais adequada ao momento do uso, variando o ambiente de<br />

“foco e alerta” a “inspirador e colaborativo”.<br />

A iluminação das salas é composta da luz indireta dos<br />

perfis instalados sobre os forros acústicos, as sancas e os rodatetos<br />

concebidos para cada unidade; da luz direta e indireta<br />

de pendentes e da luz de destaque dos downlights. No plano<br />

vertical, perfis foram embutidos em eletrodutos metálicos pintados<br />

e instalados nos nichos da estrutura de contenção das<br />

paredes, solução que se repete em diferentes ambientes e confere<br />

forte identidade ao projeto, além da luz vertical essencial<br />

para atenuar o pé-direito baixo no caso do mezanino.<br />

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O projeto da Be.Bo trouxe à biblioteca um clima de clube<br />

clássico. A iluminação, com cores quentes e transições sutis,<br />

proveniente dos perfis integrados à arquitetura e das arandelas,<br />

contribui para a sobriedade e o conforto do espaço.<br />

44


Na enorme claraboia do Village, placas prismáticas filtram<br />

e distribuem a luz de distintas características espectrais.<br />

Perfis de LED instalados nos eletrodutos dos nichos da parede<br />

iluminam assimetricamente os planos verticais.<br />

LIBRARY<br />

A biblioteca é um espaço de conexão. No dia a dia, conecta<br />

as pessoas que trabalham ou visitam a Hashtown; na relação<br />

com ambientes vizinhos, faz a conexão entre o “confinamento”<br />

do mezanino e a imensidão do pátio; conceitualmente, busca<br />

conectar o mercado financeiro tradicional com a disrupção<br />

dos criptoativos. Essa ideia de conexão norteou o projeto da<br />

Be.Bo, que trouxe ao espaço o desenho de um clube clássico,<br />

com acabamentos de couro e madeira, criando um ambiente<br />

de solidez, lastro e acolhimento em que se podem construir<br />

relações de confiança. A iluminação, com temperatura de cor<br />

quente e transições muito sutis, proveniente dos perfis integrados<br />

à arquitetura e das arandelas, contribui para a sobriedade<br />

e o conforto do espaço.<br />

VILLAGE<br />

O generoso espaço de 500 m², com pé-direito de 6 m, faz as<br />

vezes de pátio. É a “praça” da Hashtown; o “lá fora de dentro”,<br />

como define Mônica Luz Lobo, diretora criativa do LD Studio. O<br />

espaço é utilizado para eventos, palestras, happy hours e comemorações<br />

de todo tipo. Mas é no dia a dia que sua principal<br />

vocação se materializa: é o local onde as pessoas vão “tomar um<br />

ar”, ainda que o espaço não tenha uma única janela para o exterior.<br />

Uma enorme claraboia soma-se às dimensões superlativas<br />

do espaço, criando seu eixo e sua alma. Placas prismáticas de<br />

poliestireno, com uma película de impressão em 3D aplicada,<br />

filtram e distribuem a luz de distintas características espectrais,<br />

simulando o padrão da luz do dia das 7 às 18 horas. Após o anoitecer,<br />

cores saturadas podem ser utilizadas, permitindo variadas<br />

experiências conforme a ocasião.<br />

Novamente, mas em outra escala, os eletrodutos nos nichos<br />

da contenção iluminam assimetricamente os planos verticais,<br />

criando relevo, texturas e ritmo. Projetores para iluminação de<br />

destaque agregam drama, servindo também para apresentações<br />

no palco.<br />

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HASHDEX<br />

Na área do escritório propriamente dito, de longa permanência,<br />

especial atenção foi dada às métricas de bemestar<br />

e performance, garantindo os níveis de EML definidos<br />

pela certificação WELL V2. O resultado é um conjunto contemporâneo<br />

e harmonioso, minuciosamente desenvolvido<br />

“a seis mãos”, envolvendo os escritórios Pitá Arquitetura,<br />

LD Studio e Kelving Lab.<br />

Uma grande “nuvem” acústica pendente paira sobre as mesas<br />

do escritório e define o espaço. Acima dela, perfis de LED<br />

iluminam o teto com espectrometria customizada à 3.500 K<br />

e, juntamente à iluminação indireta dos nichos das paredes<br />

(novamente eles), amenizam a ausência de iluminação externa.<br />

A iluminação complementar dos pendentes, dedicada às<br />

áreas de trabalho, também acompanha a composição e a modulação<br />

espectral, com luz direta e indireta. No downlight, a<br />

temperatura de cor transita no decorrer do dia entre 5.000 K e<br />

2.200 K. No uplight, voltado para a nuvem, a variação do fluxo<br />

de uma espectrometria “enriquecida” com ciano 490 nm contribui<br />

para a sincronização do ritmo circadiano dos ocupantes.<br />

Fica evidente nesse projeto o impacto do uso da estratégia<br />

cromática e da tecnologia no processo criativo e de conceituação<br />

do espaço. O manejo de contrastes de cor e de intensidades,<br />

aliado à preocupação com a equalização visual<br />

para evitar transições bruscas e garantir uma “navegação<br />

suave” aos usuários, teve resultados perceptíveis e quase<br />

táteis. Segundo Mônica Lobo, “é um novo olhar de como<br />

trabalhar com a iluminação. Entender, manusear, experimentar<br />

e aplicar a ques tão da composição espectral é algo disruptivo<br />

no sentido de ir mos além de aceitar o espectro que nos é dado<br />

pelo mercado”.<br />

Acima da grande “nuvem” acústica que paira sobre as mesas,<br />

perfis de LED (3.500 K) iluminam o teto; abaixo, pendentes<br />

de luz direta e indireta têm sua própria “receita”, com o<br />

componente direto da luz transitando entre 5.000 K e 2.200 K<br />

ao longo do dia e o indireto (voltado para a nuvem) tendo<br />

espectro “enriquecido” de ciano 490 nm.<br />

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HASHTOWN<br />

Rio de Janeiro, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

LD Studio<br />

Daniele Valle e Mônica Luz Lobo<br />

(arquitetas titulares)<br />

Coordenação criativa:<br />

Flávio Berman<br />

Concepção espectral:<br />

Kelving Lab<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Be.Bo e Pitá Arquitetura<br />

Paisagismo:<br />

Wabi-sabi Ateliê<br />

Fornecedores:<br />

Bella Luce, Bravista, Cia de Iluminação,<br />

Lemca, Light Design + Exporlux, Lucchi,<br />

Luxion, MisterLED, Nice, Omega e Tensoflex<br />

Nas salas de reuniões, o usuário, por meio de um sensor<br />

de gestos, pode adequar o espaço a quatro dinâmicas<br />

preestabelecidas: “inspiração”, para reuniões colaborativas e de<br />

criação; “foco”, para reuniões nas quais os participantes devem<br />

estar despertos e concentrados; “apresentação” e “circadiana”,<br />

com transição automática.<br />

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LUZ VERSÁTIL<br />

Texto: Valentina Figuerola<br />

Fotos: Pregnolato & Kusuki<br />

A luz quente e agradável do Fashion Therapy Room da 365 Pop<br />

Up é emitida pela grande luminária circular com LEDs integrados<br />

(24 W/m, 3.000 K, IRC 95, com R9) e pelos nichos indiretamente<br />

iluminados por perfis com fitas de LED (9,6 W/m, 3.000 K, IRC 95).<br />

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A loja 365 Pop Up foi projetada pelo escritório de arquitetura<br />

SIAA como a versão física da plataforma de e-commerce<br />

do Shopping Iguatemi, em São Paulo. Um reflexo disso é a ênfase<br />

na fluidez espacial que remete conceitualmente ao site e<br />

torna agradável o percurso do cliente entre as diversas marcas,<br />

cujos produtos ganham evidência nos expositores, valorizados<br />

pelas soluções de iluminação versáteis criadas pelo escritório<br />

Mingrone Iluminação.<br />

Apesar de aparentar ser de sobrepor, a grande luminária<br />

circular é, na verdade, um pendente atirantado feito de perfis<br />

calandrados. Foi confeccionada uma maquete em tamanho<br />

real da peça, que é integrada a uma cortina.<br />

O projeto de iluminação tinha como premissa proporcionar<br />

uma atmosfera sofisticada e intimista, sobretudo no Fashion<br />

Therapy Room, espaço reservado exclusivo para clientes do<br />

mercado de alto luxo, situado no pavimento superior à loja.<br />

É nesse espaço requintado, com clima de lounge, que seis diferentes<br />

cenas seguem um roteiro que contempla diferentes<br />

momentos vivenciados pelo usuário no ambiente, como um chá<br />

de boas-vindas ou um show de moda privado.<br />

Um dos principais destaques do Fashion Therapy Room é<br />

a luminária circular pendente, associada a uma cortina que<br />

circunscreve o espaço. A peça de grande diâmetro se destaca<br />

pelos LEDs de elevado IRC, com uma agradável luz quente.<br />

Especialmente criada para o ambiente em perfis calandrados, a<br />

peça exigiu a confecção de um protótipo, para que o cliente pudesse<br />

vivenciar a solução luminotécnica na prática.<br />

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Também foram elaborados protótipos dos expositores ou<br />

displays modulares brancos, que assumem configurações distintas.<br />

“A flexibilidade dos displays é atendida por projetores<br />

móveis seriados em um trilho, na parte superior, e pela própria<br />

luz que se arranja, ora no piso, ora no teto, em diferentes altu ras<br />

de instalação possíveis para as prateleiras. Isso, por si só, gera<br />

uma diversidade de atmosferas”, explica o lighting designer<br />

Antonio Carlos Mingrone.<br />

Um dos desafios do projeto foi a determinação da melhor<br />

distância dos trilhos, com projetores de LED miniaturizados, em<br />

relação às roupas nos varões perimetrais. A distância de 5 cm<br />

ou 7,5 cm em relação à borda foi a que proporcionou a abertura<br />

de facho mais correta para banhar as roupas que recebem a luz<br />

dos projetores e de luminárias inseridas nos displays.<br />

Para o forro de madeira, foi especificado um sistema de<br />

sobrepor, com altura especial para ser nivelado com as ripas<br />

de madeira. Esse sistema é composto de módulos cegos, mó dulos<br />

de destaque (8 W, 3.000 K, 45°, IRC 95, com R9), módulos<br />

difusos de 8 W e módulos com projetores de 9 W, 3.000 K, 13°,<br />

IRC 95, R9).<br />

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No Fashion Therapy Room, modelos de luminárias lineares<br />

de sobrepor com 3,1 cm de largura foram inseridos em pequenos<br />

nichos criados no forro existente de madeira, que contribui para<br />

imbuir aconchego ao ambiente.<br />

O mesmo recurso foi utilizado na 365 Pop Up, onde a frieza<br />

de elementos verticais, como painéis planos e repetidos<br />

tubos de alumínio, é quebrada pelo uso de madeira no piso e<br />

no teto e pelas instalações de arte no salão de entrada, espaço<br />

com pé-direito duplo em que também estão expostos produtos.<br />

Nos provadores do Fashion Therapy Room, onde a iluminação<br />

é controlada por protocolo DALI, a variação de temperaturas<br />

de cor mimetiza a luz de diferentes horas do dia, criando<br />

momentos únicos para a prova de roupas e produtos. “De um<br />

passeio na praia de Ipanema a um jantar sofisticado ou um clima<br />

sui generis”, finaliza Mingrone.<br />

Nos provadores do Fashion Therapy Room, módulos difusos<br />

de LED (8 W, 2.700 K– 6.500 K, IRC 95, com R9), controlados<br />

por protocolo DALI, mimetizam a luz de diferentes horas do dia,<br />

do amanhecer ao entardecer.<br />

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O acesso a 365 Pop Up é marcado por um grande painel de<br />

polímero translúcido, material recorrente na loja, assim como os<br />

painéis de alumínio. Ambos os materiais surgem como elementos<br />

importantes na composição, potencializando luzes e cores.<br />

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365 POP UP FASHION<br />

THERAPY ROOM<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Mingrone Iluminação<br />

Antonio Carlos Mingrone<br />

(arquiteto titular)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

SIAA Arquitetos<br />

Cliente:<br />

Shopping Iguatemi São Paulo<br />

Fornecedores:<br />

Light Design+Exporlux e Eblux<br />

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REFLEXÃO COMO EXPRESSÃO DA FORMA<br />

Texto: Mariana Novaes | Fotos: Rafael Gamo e Alejandra Urquiza<br />

A fim de manter a consistência do efeito de iluminação,<br />

a iluminação geral interior foi obtida com o uso de<br />

luminárias de sobrepor feitas sob medida e instaladas entre os<br />

barrotes de madeira com tecnologia LED, 12,4 W, 2.700 K,<br />

IRC > 80, fachos de 24° e 42°, acabamento preto e drivers<br />

dimerizáveis forward phase. A passarela de acesso possui<br />

luminárias embutidas no piso com módulo LED, 2 W, 88 lm,<br />

2.700 K, IRC > 80, facho de abertura 60° com vidro fosco<br />

e drivers dimerizáveis forward phase instalados em ponto<br />

remoto longe da água.<br />

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Valle San Nicolás é um projeto do escritório mexicano Sordo<br />

Madaleno Arquitectos para o Grupo Landscope. Trata-se de um<br />

empreendimento residencial em Valle de Bravo, nos arredores<br />

da Cidade do México, inserido em um terreno de 370 hectares,<br />

cujo desenho urbano e arquitetônico foi projetado com o objetivo<br />

de proteger a natureza existente. A filial mexicana do estúdio<br />

espanhol Artec foi responsável pelo master plan do condomínio<br />

e pelo projeto de iluminação da sede social do clube.<br />

A clubhouse foi pensada pelos arquitetos como um barco<br />

ancorado a flutuar no lago, de maneira a fazer a menor<br />

intervenção possível na paisagem existente. O edifício, em<br />

forma de anel, funciona como um mirante para a natureza, permitindo<br />

vistas livres para o lago e seu entorno, assim como para<br />

o seu próprio interior, que abriga áreas de estar, jantar, cozinha,<br />

academia e spa.<br />

Foi a premissa de integração e harmonia com o ambiente<br />

que norteou a abordagem da equipe de lighting design: utilizar<br />

a reflexão da luz como estratégia para a apresentação da forma<br />

arquitetônica.<br />

Acima, as colunas aparentes foram destacadas por meio de<br />

luminárias de pequeno porte embutidas na parte inferior do<br />

elemento e possuem tecnologia LED, 10°, 2 W, 88 lm, IRC > 80,<br />

2.700 K, regulagem de fase e equipamentos de alimentação remota.<br />

Os espaços interiores receberam luminárias de sobrepor feitas<br />

sob medida e instaladas entre os barrotes de madeira com<br />

tecnologia LED, 42°, 12,4 W, 2.700 K, IRC > 80, acabamento<br />

preto e drivers dimerizáveis forward phase.<br />

À direita, a passarela rebaixada interna à edificação possui<br />

luminárias embutidas no piso com módulo LED, 2 W, 88 lm,<br />

2.700 K, IRC > 80, facho de abertura 60° com vidro fosco e<br />

drivers dimerizáveis forward phase instalados em ponto remoto<br />

longe da água.<br />

Luminárias subaquáticas LED 2.700 K com difusor pincelam o<br />

paisagismo e evocam as manchas e brilhos presentes no céu.<br />

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A luz é contida nas áreas internas do clube. É possível perceber<br />

a existência de um gradiente de luz, sempre de maior<br />

brilho no interior da edificação, esmaecendo em direção ao exterior.<br />

O teto é iluminado pelo reflexo da luz no piso quando as<br />

peças de sobrepor são acesas. Em contrapartida, os anéis de<br />

circulação externos se apresentam como zonas de penumbra:<br />

recebem apenas iluminação remanescente vinda do interior, ao<br />

mesmo tempo que são delimitados pela reflexão da luz na superfície<br />

da água do lago.<br />

Os beirais do telhado controlam a entrada de luz natural<br />

na edificação durante o dia, assim como filtram o fluxo de luz<br />

elétrica para o exterior durante a noite, minimizando os efeitos<br />

da poluição luminosa. No espelho-d’água interno e no piso das<br />

passarelas de integração com os decks externos, o escritório<br />

escolheu o uso de pontos de luz de balizamento em desenho<br />

aleatório, ora subaquáticas, ora integradas ao piso, com a finalidade<br />

de conectar os espaços e mimetizar o efeito do brilho das<br />

estrelas presentes na abóboda celeste.<br />

59


60


À esquerda, a iluminação do anel interno, que funciona como<br />

um corredor aberto, foi concentrada nas paredes de pedra<br />

para destacar as texturas e as formas arquitetônicas. Isso foi<br />

alcançado com perfil LED linear flexível embutido no piso,<br />

12 W/m, 320 lm/m, 2.700 K, IRC > 80, óptica difusa e drivers<br />

dimerizáveis forward phase.<br />

Abaixo, à esquerda, vista para o exterior da clubhouse,<br />

integrada à paisagem em Valle de Bravo. A iluminação destaca<br />

o design, as texturas e os materiais pela sobreposição de<br />

camadas de luz sobre a arquitetura. O projeto entrega uma<br />

densidade de potência instalada de 12 W/m².<br />

Abaixo, à direita, área de estar ao ar livre com solução perfil<br />

LED linear flexível integrado ao mobiliário, 12 W/m, 320 lm/m,<br />

2.700 K, IRC > 80, óptica difusa e drivers dimerizáveis forward<br />

phase, para efeito de luz indireta, de maneira a não atrapalhar a<br />

visibilidade para o entorno do lago.<br />

A integração da luz na arquitetura e seu reflexo na água<br />

criam uma experiência meditativa e de conexão com a natureza<br />

para os moradores do Valle. De acordo com a equipe da Artec,<br />

“neste projeto era importante iluminar os espaços, mas era<br />

igualmente importante não contaminar o céu noturno com luz.<br />

A excelência reside em garantir que o espaço cumpra sua função<br />

e, ao mesmo tempo, respeite o ambiente escuro”.<br />

O projeto foi premiado na categoria de Iluminação Arquitetônica<br />

Exterior & Interior pelo LIT Awards 2022.<br />

CLUBHOUSE VALLE SAN NICOLÁS<br />

Valle de Bravo, México<br />

Projeto de iluminação:<br />

Artec Studio<br />

Jose Cardona e Maurici Ginés<br />

(arquitetos titulares)<br />

Andrea Pérez, Estefanía Sánchez e<br />

Tannia Vivar (equipe)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Sordo Madaleno Arquitectos<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Jerónimo Gabayet, Concepto Q e Entorno<br />

Taller de Paisaje<br />

Fornecedores:<br />

Iguzzini, Italli, magg, L&L, Lutron e Wibre<br />

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SINUOSIDADE<br />

E DELICADEZA<br />

Texto: Gilberto Franco<br />

Fotos: Marcelo Kahn<br />

Comprar um par de óculos não é tarefa fácil. Além de ser<br />

um acessório que nos acompanha quase o tempo todo, ele nos<br />

define. Pense em John Lennon – e imediatamente virá à mente o<br />

famoso modelo de óculos redondinhos.<br />

No mundo do varejo, a loja de óculos situa-se em algum<br />

ponto indefinido entre a farmácia, a boutique e a joalheria – é<br />

pela boa saúde que entramos na loja, por vaidade escolhemos o<br />

modelo, e, ao pagar, o que acabamos comprando é quase uma<br />

joia. Assim, a iluminação desse tipo de produto necessita equilibrar<br />

essas vertentes, facilitando esse momento da aquisição.<br />

Uma única visada é suficiente para se compreender o espaço<br />

da loja e sua disposição em “U”, com destaque para as<br />

superfícies verticais de exposição, generosamente iluminadas.<br />

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A nova unidade da rede a.Oculista, em Moema, bairro de<br />

São Paulo, nos traz respostas a esses desafios. Duas vitrines<br />

transparentes emolduram o acesso central, de onde se vislumbra<br />

um móvel em “U”, revestido de textura mineral, que se<br />

esparrama sinuosamente ao longo das três paredes restantes,<br />

abrigando expositores nas laterais e tendo, ao fundo, um display<br />

em arco. Dois conjuntos de mesas arranjam-se longitudinalmente,<br />

um defronte ao outro, deixando o centro livre. Dois espelhos<br />

emolduram o balcão ao fundo, tudo absolutamente simétrico,<br />

tal qual um par de óculos.<br />

Uma linha de iluminação indireta de 1.800 lm/m 2.700 K,<br />

apoiada ao longo de todo o móvel em “U”, ilumina o<br />

revestimento de madeira, proporcionando um tom<br />

aconchegante ao espaço.<br />

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No teto, uma sanca redonda ajuda a quebrar, assim como<br />

os demais elementos curvos, o aspecto ortogonal, conferindo<br />

sensualidade e acolhimento. Uma linha de iluminação indireta,<br />

apoiada ao longo de todo o móvel em “U” (que não chega até o<br />

teto), destaca-o visualmente, além de iluminar o revestimento<br />

de madeira acima, complementando, em tom aconchegante, a<br />

iluminação difusa da sanca.<br />

A iluminação dos expositores é simples e efetiva: barras de<br />

LED sobre cada uma das prateleiras iluminam diretamente as<br />

peças, mas também “acendem” o fundo branco, dando transparência<br />

às lentes, sem criar reflexos nelas, aspecto fundamental<br />

para esse tipo de produto.<br />

Barras de LED difuso de 825 lm/m e 2.700 K sob cada uma<br />

das prateleiras iluminam tanto as peças expostas quanto o<br />

fundo, ressaltando a transparência das lentes coloridas.<br />

Poucos pontos de luz embutidos no teto complementam a<br />

iluminação das mesas. Fitas flexíveis de LED de 980 lm/m<br />

e 2.700 K iluminam a sanca redonda e a borda do espelho,<br />

também redondo.<br />

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“Quisemos criar um pano de fundo leve e agradável para a<br />

exposição dos óculos, que são objetos delicados e sutis”, explica<br />

Daniela Vieira, do Estúdio OH!, responsável pelo projeto<br />

de iluminação.<br />

Discretos pontos de luz sobre as mesas proporcionam um<br />

brilho adicional, destinado ao manuseio das peças escolhidas.<br />

A luz frontal que emana dos expositores, complementada por<br />

aquela difusa das sancas, dá ao ambiente a modelagem necessária<br />

para se ver bem o rosto – e os óculos.<br />

A.OCULISTA MOEMA<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Estudio OH!<br />

Daniela Vieira (arquiteta titular)<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Ana Luiza Almeida Prado Sawaia<br />

Arquitetura<br />

Ana Sawaia (arquiteta titular)<br />

Juliana Baumgart (estagiária)<br />

Cliente:<br />

a.Oculista<br />

Fornecedores:<br />

MisterLED<br />

Croquis ilustram o aspecto curvilíneo desejado para<br />

as formas, bem como a importância dos elementos<br />

de iluminação na composição.<br />

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FOTO LUZ FOTO<br />

ALESSANDRO KUSUKI<br />

O filme Tudo em todo lugar ao mesmo tempo lembra minha<br />

conversa com o arquiteto Eduardo Gurian (SIAA Arquitetos),<br />

sobre o regis tro fotográfico do Espaço Therapy, em São Paulo.<br />

A princípio, fotografar um ambiente de 64 m² me pareceu<br />

simples, mas, no decorrer da conversa, foi se mostrando mais<br />

desafiador; tão complexo quanto selecionar apenas uma imagem<br />

para ilustrar este texto.<br />

Acredito que esse enquadramento – na perspectiva de quem<br />

está entrando no espaço – foi definido antes mesmo de visitá-lo,<br />

quando acordamos que a intenção seria registrar a versatilidade<br />

do ambiente e da iluminação, que são os grandes diferenciais do<br />

projeto. Afinal, desse mesmo ângulo é possível capturar múltiplos<br />

detalhes em cada metro quadrado: paredes-espelho ou<br />

cortinas que revelam nichos, araras, balcões, provadores, obras<br />

de arte... tudo isso somado à possibilidade de alguns sets de iluminação,<br />

que, com um toque, transforma o ambiente, como em<br />

um jogo de ilusão de óptica: de intimista a expositivo, ora descontraído,<br />

ora lounge.<br />

Escolher apenas uma imagem seria injusto com o potencial<br />

do projeto. Então, optei por eleger um ângulo e, a partir dele,<br />

algumas variações de composição entre arquitetura e iluminação.<br />

Fotografei com uma Canon full frame e objetiva ZEISS Distagon<br />

21 mm e, na pós-produção, HDR, balanço de cores e<br />

pequenas correções de perspectiva foram feitas nas imagens.<br />

Para cada cinco cliques, de 5-30 segundos cada, fazíamos um<br />

tour no ambiente para correr um espelho ou uma cortina, ajustar<br />

alguns produtos e mudar o set de iluminação. E, a cada novo cli que,<br />

o Espaço Therapy surpreendia, relevando toda sua versatilidade.<br />

Alessandro Kusuki iniciou sua história com a fotografia em 1997, no<br />

Japão, retornando no mesmo ano ao Brasil. Em 2002, com o amigo<br />

e também fotógrafo João Pregnolato, abriu o Pregnolato & Kusuki<br />

Estúdio Fotográfico, especializado em fotografia de arquitetura e<br />

produtos. Além de múltiplos trabalhos pelo estú dio, aplicou toda<br />

sua expertise na fotografia em projetos sociais, como o Trecho 2.8<br />

Criação e Pesquisa em Comunicação, em que é um dos gestores.<br />

Kusuki ministrou ainda o curso de Fotografia Aplicada no Senac.<br />

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