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L+D 56

Edição: Novembro/Dezembro de 2015

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CENTRO DE DEBATES DE POLÍTICAS PÚBLICAS, SÃO PAULO (BRASIL)<br />

E MAIS: AESOP, SÃO PAULO (BRASIL) | THE SEVEN, MUNIQUE (ALEMANHA)<br />

CASA DO CAFEZAL, CAMPINAS (BRASIL)<br />

1


2 3


4 5


SUMÁRIO<br />

novembro/dezembro 2015<br />

edição <strong>56</strong><br />

70 62<br />

16<br />

¿QUÉ PASA?<br />

42<br />

AESOP<br />

46<br />

CASA DO CAFEZAL<br />

52<br />

THE SEVEN<br />

58<br />

RESTAURANTE KABANAS<br />

62<br />

CENTRO DE DEBATES DE<br />

POLÍTICAS PÚBLICAS<br />

70<br />

APARTAMENTO SERIDÓ<br />

42<br />

52<br />

76<br />

PRODUTOS<br />

6 7<br />

46


8 9


Romulo Fialdini<br />

CENTRO DE DEBATES<br />

DE POLÍTICAS PÚBLICAS<br />

Iluminação: Foco Luz & Desenho<br />

Foto: Leonardo Finotti<br />

PUBLISHER<br />

Thiago Gaya<br />

EDITORES<br />

Orlando Marques e Thiago Gaya<br />

DIRETORA DE ARTE<br />

Thais Moro<br />

EDITORIAL<br />

A revista <strong>L+D</strong> abriu o seu décimo ano de existência com uma<br />

edição especial, com novo projeto gráfico, na qual apresentou<br />

o trabalho de 24 escritórios brasileiros de lighting design. Uma<br />

publicação histórica, síntese do elevado estágio que a iluminação<br />

arquitetural alcançou no Brasil.<br />

Fechamos a nossa primeira década também com uma edição<br />

dedicada aos profissionais brasileiros. Dos seis projetos aqui<br />

apresentados, cinco foram desenvolvidos e realizados no Brasil. São<br />

duas residências – um apartamento em São Paulo e uma casa em<br />

Campinas –, um restaurante em Goiânia; a primeira flagship store no<br />

Brasil da marca australiana de cosméticos Aesop, com arquitetura de<br />

Paulo Mendes da Rocha e Metro Arquitetos Associados, e o projeto<br />

de transformação de uma residência projetada por Oscar Niemeyer<br />

em um centro de debates, também na capital paulista. O que esses<br />

projetos possuem em comum são soluções simples – o que muitas<br />

vezes é mais trabalhoso – e eficientes. O que são também algumas<br />

das características do único projeto internacional desta edição para as<br />

áreas comuns de um edifício multiuso de luxo em Munique, Alemanha.<br />

Nas matérias da nossa seção ¿Qué Pasa?, fazemos um verdadeiro<br />

giro pelo mundo, passando por Moscou, Curitiba, Madri, Dubai,<br />

Estocolmo, Rio de Janeiro, Scottsdale, Ávila, Alingås e Londres.<br />

Milhares de quilômetros “rodados” para trazer aos nossos leitores<br />

diferentes abordagens do uso da luz.<br />

Aproveitamos para agradecer a todos os nossos leitores,<br />

colaboradores, patrocinadores e fornecedores por mais um ano de<br />

parceria e sucesso. Voltaremos no ano que vem com mais novidades.<br />

IMPRESSA POR<br />

REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />

André Becker, Carlos Fortes, Débora Torii,<br />

Fernanda Carvalho, Gilberto Franco,<br />

Mateus Andrade e Valentina Figuerola<br />

REVISÃO<br />

Deborah Peleias<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

Richard Schiavo<br />

Telma Luna<br />

CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />

Márcio Silva<br />

PUBLICIDADE<br />

Lucimara Ricardi | diretora<br />

Bruna Oliveira | assistente<br />

PARA ANUNCIAR<br />

comercial@editoralumiere.com.br<br />

T 11 2827.0660<br />

PARA ASSINAR<br />

assinaturas@editoralumiere.com.br<br />

T 11 2827.0690<br />

TIRAGEM E CIRCULAÇÃO AUDITADAS POR<br />

Um ótimo final de ano e, claro, boa leitura!<br />

Thiago Gaya e Orlando Marques | Editores<br />

PUBLICADA POR<br />

Editora Lumière Ltda.<br />

Rua Catalunha, 350, 05329-030, São Paulo SP, T 11 2827.0660<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

10 11


12 13


14 15


¿QUÉ PASA?<br />

O DESENHO DE LUMINÁRIAS<br />

DE FRANK LLOYD WRIGHT<br />

Yamagiwa<br />

Além de um rico legado arquitetônico, o respeitado arquiteto<br />

norte-americano Frank Lloyd Wright também foi responsável pela<br />

criação de diversas luminárias, desenvolvidas sempre como parte<br />

integral de cada um de seus edifícios. A opção por materiais como<br />

madeiras e metais e o design, muitas vezes beirando o artesanal,<br />

tornaram a um desafio a produção em larga escala destes itens,<br />

e muitas vezes inviável. No entanto, graças a um acordo com<br />

a Frank Lloyd Wright Foundation, que vem licenciando alguns<br />

produtos desde 1985, a tradicional marca de iluminação japonesa<br />

Yamagiwa recentemente iniciou a comercialização mundial de<br />

reproduções de uma de suas mais notórias criações, a luminária<br />

de mesa Taliesin 4.<br />

A série Taliesin foi iniciada por um pendente, desenvolvido<br />

para iluminar um teatro localizado na residência de veraneio do<br />

arquiteto em Taliesin, no estado de Wisconsin, Estados Unidos,<br />

onde hoje estão localizadas a Frank Lloyd Foundation e a Frank<br />

Lloyd Wright School of Architecture. A série é composta, ainda,<br />

por uma luminária de piso e duas de mesa, sendo a Taliesin 4 a<br />

menor delas.<br />

Disponível em dois tipos de madeira – nogueira e cerejeira –,<br />

a luminária de mesa é composta por três pequenas caixas – onde<br />

estão instaladas as lâmpadas – fixadas em posições alternadas<br />

perpendicularmente a uma haste. A luz proveniente é refletida<br />

por finos painéis de madeira posicionados sob ou sobre cada uma<br />

destas caixas, que não possuem fechamento em seus topos e<br />

fundos, gerando iluminação indireta tanto para cima quanto para<br />

baixo. A conexão das caixas com a haste é marcada por entalhes<br />

quadrados pintados em vermelho, a cor favorita de Wright,<br />

remetendo ao logo de seu estúdio e completando o aspecto<br />

escultural da luminária.<br />

Realizando o seu desejo de longa data de poder oferecer<br />

ao público as luminárias desenhadas por Wright, a Yamagiwa<br />

comercializa outros cinco modelos da série Taliesin, além da arandela<br />

Robie, concebida para a residência de mesmo nome em 1909.<br />

A luminária ainda não conta com distribuidor no Brasil,<br />

portanto resta esperar que esteja em breve disponível<br />

também por aqui. (Débora Torii e Orlando Marques)<br />

16 17


Ralph Larmann<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CIRCLE OF LIGHT, MOSCOU<br />

The Circle of Light Moscow International Festival é um<br />

evento anual em que designers de luz e designers gráficos 2D<br />

e 3D utilizam o espaço urbano da cidade de Moscou, Rússia,<br />

como pano de fundo para instalações multimídia com luz e<br />

projeções 3D. O evento também conta com um programa<br />

educacional, no qual uma série de palestras e workshops<br />

sobre temas relacionados à luz, iluminação em arquitetura<br />

e ambiente urbano, teatro e arte são apresentados por<br />

profissionais vindos de diversas partes do mundo.<br />

Como parte do festival, de 26 de setembro a 4 de<br />

outubro aconteceu a tradicional competição de projeções<br />

videomapping Art Vision, divididas em três categorias: Art<br />

Vision Classic, com intervenções na fachada do edifício<br />

do Teatro Bolshoi; Art Vision Modern, com intervenções<br />

na fachada do Pavilhão Tsentralny; e a Competição VJ, na<br />

fachada do pavilhão Espaço, ambos no VDNH. O lighting<br />

designer e editor da revista <strong>L+D</strong> Orlando Marques foi<br />

convidado a integrar o painel internacional do júri da<br />

competição, que também contou com outros renomados<br />

profissionais profissionais de iluminação.<br />

No total, concorreram 48 projetos provenientes de 17<br />

países. Com uma representação extraordinariamente forte,<br />

os russos venceram todos os primeiros lugares de cada uma<br />

das três categorias. São eles: Illuminarium 3000 (Art Vision<br />

Classic), Sila Sveta, (Art Vision Modern) e Kirill lliri (Art<br />

Vision VJing). O VJ brasileiro radicado na Espanha Ricardo<br />

Cançado do Eletroimen foi premiado com o segundo lugar na<br />

categoria Art Vision VJing. (Débora Torii)<br />

18 19


Aureolighting<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CITY.PEOPLE.LIGHT 2015<br />

Foram entregues em 25 de setembro, em Helsinki,<br />

Finlândia, os prêmios da 13ª edição do City.People.Light<br />

Awards, evento promovido anualmente pela Philips em<br />

parceria com a associação internacional LUCI (Lighting<br />

Urban Community International Association), visando o<br />

reconhecimento de projetos que utilizem criativamente a luz<br />

como ferramenta de renovação urbana.<br />

Neste ano, o primeiro prêmio foi concedido à cidade de Ávila<br />

pelo projeto “New Nightscape”, um plano diretor de iluminação<br />

completo concebido para a região central da cidade, localizada a<br />

aproximadamente 100 km de Madri, capital da Espanha.<br />

Desenvolvido pelo escritório espanhol Aureolighting, sob o<br />

comando do lighting designer Rafael Gallego – também premiado<br />

na ocasião –, o projeto propôs a renovação de todo o sistema<br />

de iluminação pública existente no perímetro urbano da cidade,<br />

visando não apenas contribuir com melhorias no desempenho<br />

energético e funcional das instalações, como também construir<br />

uma nova imagem noturna para a cidade, tornando-a mais<br />

atrativa para turistas e habitantes.<br />

O projeto baseou-se em um plano segmentado em quatro<br />

âmbitos (funcional, arquitetônico/ornamental, comercial e<br />

festivo/lúdico), tratados sob diferentes fontes de luz, intensidades<br />

e temperaturas de cor.<br />

Reconhecida como patrimônio mundial pela Unesco,<br />

a cidade de Ávila é famosa pelo grande número de igrejas<br />

romanas e góticas que abriga. Portanto, o novo projeto de<br />

iluminação “reforça os marcantes valores culturais da cidade<br />

ao mesmo tempo em que se funde à filosofia de conservação,<br />

que outorgou aos seus cidadãos tanto orgulho por seu<br />

patrimônio”, explica Gallego.<br />

O segundo e terceiro lugares da premiação deste ano<br />

ficaram, respectivamente, para o projeto “Artistic escapes<br />

at twilight”, em Valenciennes, na França, executado pelo<br />

estúdio francês Concepto, e para o plano de reabilitação<br />

da Fortress Square, na cidade de Baia Mare, Romênia,<br />

desenvolvido pelo arquiteto Mitru Ildiko. Já o prêmio de<br />

escolha do público foi concedido ao projeto “Fuerte Victoria<br />

Grande”, em Melilla, Espanha, desenvolvido em parceria<br />

pelos escritórios DCI Diseño y Consultoría de Iluminación e<br />

Chacel 8 Arquitectura.<br />

Ao premiar cidades que compartilham desta visão de<br />

iluminação urbana, na qual o contexto urbano contemporâneo<br />

agrega as noções de cidades, pessoas e luz em uma estratégia<br />

única e consistente de iluminação, Philips e LUCI esperam<br />

impulsionar as cidades a progredirem cada vez mais para um<br />

melhor uso da luz no âmbito urbano. (Débora Torii)<br />

20 21


Robert Persson<br />

Patrik Gunnar Helin<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LIGHTS IN ALINGSÅS 2015 –<br />

EVOLUÇÃO DA LUZ<br />

Desde 1999, lighting designers, estudantes e apaixonados<br />

pela luz se reúnem anualmente na pequena cidade<br />

de Alingsås, na Suécia, para prestigiar as tradicionais<br />

instalações luminosas que se espalham pela cidade<br />

durante o mês de outubro. Iniciado como uma forma de<br />

experimentação, organizada por um grupo de estudantes da<br />

área de iluminação, o festival ganhou, logo em sua segunda<br />

edição, o apoio da municipalidade local e posteriormente da<br />

então PLDA (Professional Lighting Designers Association),<br />

conquistando projeção internacional.<br />

Neste ano, o evento – que aconteceu entre 25 de<br />

setembro e 1º de novembro – teve como tema a “Evolução da<br />

Luz”, sob inspiração e como forma de apoio à proclamação<br />

do Ano Internacional da Luz pela Unesco. Do passado ao<br />

futuro, os visitantes tiveram a oportunidade de vivenciar<br />

uma verdadeira viagem no tempo apresentada pela Lighting<br />

Trail, um percurso pelas instalações realizadas neste ano,<br />

representando importantes acontecimentos no decorrer da<br />

evolução da luz e tecnologias relacionadas.<br />

O festival é resultado de um workshop com duração<br />

de uma semana, no qual experientes lighting designers de<br />

diferentes nacionalidades lideram um grupo de estudantes<br />

no projeto e execução de instalações de luz em locais pré-<br />

-selecionados espalhados pela cidade. Cerca de 80 lighting<br />

designers já comandaram edições anteriores do evento, que<br />

neste ano contou com os profissionais Andrea Hartranft,<br />

Vivi Katarina Hennig, Roberto Corradini & Marco Palandella,<br />

Reinhard Germer, Kevan Shaw, Anna Sbokou e Katja<br />

Winkelmann. Também esteve presente o professor Jan Ejhed,<br />

do KTH Royal Institute of Technology, contribuindo com<br />

dados teóricos e científicos a respeito da história da evolução<br />

da luz, de forma a inspirar o início dos trabalhos.<br />

Lights in Alingsås é patrocinado por diversas empresas e<br />

organizações locais, além de contar com o apoio da indústria<br />

no fornecimento de equipamentos de ponta para a realização<br />

do workshop e instalações resultantes. No ano passado, foi<br />

firmada uma parceria com a IALD (International Association<br />

of Lighting Designers), portanto espera-se que o festival,<br />

que costuma receber cerca de 85 mil visitantes anualmente,<br />

continue a crescer a cada ano. (Débora Torii e Orlando Marques)<br />

22 23


© Maja Petrić<br />

¿QUÉ PASA?<br />

PAISAGENS DE LUZ<br />

Foi aberta em setembro em Madri, na Espanha, “Reduced<br />

Landscapes”, exposição solo da artista croata Maja Petrić.<br />

Em cartaz até 10 de dezembro deste ano na galeria<br />

7iArt, o novo trabalho da artista oferece uma experiência<br />

impressionista da natureza, buscando remeter, de maneira<br />

bastante abstrata, às atmosferas de paisagens. A instalação<br />

consiste em uma série de caixas translúcidas com luzes em<br />

seu interior, cuja dinâmica programação cria a sensação de<br />

paisagens volúveis, gerando diferentes imagens de acordo<br />

com o ponto de vista do observador.<br />

Petrić é formada em jornalismo e especializada em artes<br />

digitais e mídias experimentais, sendo, inclusive, responsável<br />

por ministrar aulas a respeito de arte e tecnologia – com<br />

ênfase na luz – em universidades em Washington (EUA)<br />

e em Madri. Seus trabalhos já foram exibidos em diversas<br />

galerias nestes dois países, e recebeu diversos prêmios ao<br />

longo dos últimos anos.<br />

Influenciada pelas marcantes experiências vivenciadas<br />

ao longo da sua infância, transcorrida na Croácia durante<br />

o período de fragmentação da então Iugoslávia, a artista<br />

busca expressar, com o seu trabalho, uma transformação<br />

poética dos espaços por meio da arte e do uso experimental<br />

da luz. (Débora Torii)<br />

24 25


ERCO GmbH, Frieder Blickle<br />

Matthew Penn Art, Giles Toller<br />

¿QUÉ PASA?<br />

TRADIÇÃO, TECNOLOGIA E ARTE<br />

Mesmo não estando fisicamente conectada às suas obras, o<br />

jovem artista inglês Matthew Penn considera a iluminação artificial<br />

uma parte integral de suas criações, atuando não somente como<br />

instrumento de evidenciação visual, mas, sim, como elemento-<br />

-chave na obtenção do efeito final por ele desejado desde o<br />

momento da concepção.<br />

De forma bastante dramática, o artista autodidata utiliza<br />

técnicas de chiaroscuro em suas pinturas hiper-realistas, cuja<br />

temática é sempre o retrato de desconhecidos, realizados com<br />

impressionante riqueza de detalhes.<br />

A iluminação é parte do processo desde o início, durante a<br />

realização de longas sessões fotográficas com seus modelos, nas<br />

quais o artista utiliza apenas um projetor, cuidadosamente focado<br />

de forma a esculpir os rostos e corpos. As fotografias selecionadas<br />

são, então, traduzidas em pinturas por Matthew, realizadas sobre<br />

painéis de alumínio com tinta a óleo e finalizadas por um verniz<br />

fosco. O artista também trabalha sob iluminação planejada por ele,<br />

com combinação específica de iluminância, temperatura de cor e<br />

reprodução de cor, visando evitar distorções.<br />

Já a iluminação das pinturas finalizadas é planejada para ressaltar<br />

os contrastes de luz e sombra, trazendo profundidade e emoção às<br />

expressões dos modelos, em especial aos olhos, elemento que o<br />

artista considera como pontos focais.<br />

No sistema idealizado por Penn, as luminárias são sempre<br />

utilizadas aos pares – até cinco pares por pintura –, possibilitando<br />

enfatizar os tons de pele sob temperatura de cor de 3.000K, ao<br />

mesmo tempo em que a iluminação presente na pintura se sobressai<br />

com a utilização de fontes com 4.000K.<br />

Tão importantes quanto a temperatura de cor também são o<br />

controle óptico preciso, de forma a evitar que a luz extravase para<br />

os pontos escuros dos retratos, e o controle da intensidade da luz.<br />

Para obter efeitos tão precisos, Penn tem usado, nos últimos<br />

tempos, equipamentos da tradicional fábrica alemã ERCO,<br />

adaptados especialmente para as suas obras. Segundo o artista, os<br />

projetores com LEDs possibilitam grande flexibilidade de uso, além<br />

de evitar danos causados por raios UV ou calor.<br />

De forma a exaltar esta colaboração, a ERCO, juntamente<br />

com o artista, idealizou a exposição “Matthew Penn – Illuminating<br />

Characters”, uma mostra itinerante instalada entre setembro e<br />

outubro passados no showroom da marca em Londres, com o<br />

objetivo de exaltar a abordagem artística e o significado da luz na<br />

obra de Penn. A exposição migrará, em novembro, para o showroom<br />

da ERCO em Paris, ficando as locações seguintes a ser anunciadas<br />

em 2016.<br />

“A combinação da iluminação à pintura hiper-realista finalizada<br />

leva o trabalho a uma atmosfera de escuridão fascinante e<br />

envolvente, na qual o espectador é transportado e imerso para<br />

dentro do retrato”, define o artista. (Débora Torii e Orlando Marques)<br />

26 27


Divulgação<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LUZ BRANCA<br />

NO DISTRITO DA<br />

LUZ VERMELHA<br />

Escondido no coração do famoso Distrito da Luz Vermelha,<br />

em Amsterdã, conhecido por seu espaço burlesco e escuro, está<br />

uma verdadeira intervenção urbana. O escritório XML Architects<br />

instalou um ousado espaço com iluminação explícita e sem<br />

amarras, o Hangover Information Center, uma farmácia com<br />

objetivo primário em dar suporte à hidratação e à ressaca de seus<br />

clientes. Uma bem-humorada solução para os excessos que o<br />

bairro tanto instiga.<br />

O projeto é extremamente minimalista e toda a atenção é<br />

direcionada de forma direta ao Reset, a bebida que promete uma<br />

rápida recuperação da diversão da noite anterior, e às garrafas de<br />

água vitaminada. Os produtos são o único elemento de cor dentro<br />

um impressionante cubo branco, similar às instalações de artistas<br />

plásticos. Esta possibilidade de imersão do visitante se dá graças<br />

à iluminação presente em todos os lados e na escolha de placas<br />

de policarbonato como filtro.<br />

A intervenção de luz extraordinária como no Hangover<br />

Information Center apresenta o potencial de subversão que<br />

um projeto com poucos elementos pode resultar na dinâmica<br />

visual de um espaço. Afinal, até bairros históricos merecem<br />

oportunidades para transformação. (Mateus Andrade)<br />

28 29


Victor Hugo Cecatto<br />

¿QUÉ PASA?<br />

DETALHES DE LUZ<br />

Maneco Quinderé se notabilizou por seu trabalho como<br />

iluminador cênico, e é um dos mais requisitados e reconhecidos<br />

profissionais na iluminação de shows musicais, peças teatrais,<br />

balés e desfiles de moda. Também na iluminação arquitetural,<br />

o lighting designer construiu sólida carreira. Nos últimos anos,<br />

Maneco ampliou horizontes e vem aplicando o seu talento no<br />

desenho de luminárias.<br />

A primeira peça foi criada há sete anos para uma necessidade<br />

específica de um projeto luminotécnico residencial. Outros<br />

modelos foram desenhados despretensiosamente em seguida.<br />

Mas, em 2014, Maneco apresentou a sua primeira linha de<br />

luminárias na ArtRio/IDA daquele ano, no Rio de Janeiro.<br />

Em setembro, apresentou na edição 2015 do mesmo evento<br />

uma nova coleção, Branches (galhos em inglês), inspirada<br />

na natureza e em instrumentos musicais. São sete peças<br />

em mármore e latão com traços geométricos marcados pela<br />

simplicidade, delicadeza e, claro, beleza. Segundo o designer,<br />

“as peças resultam da pesquisa do mármore como evolução<br />

da coleção anterior, que era feita com pedras de sarjeta”. As<br />

luminárias são verdadeiros pontos de luz, de linhas leves, que<br />

priorizam função e interatividade – como o uso de ímãs para a<br />

fixação do projetor –, mas trazem consigo poesia e sensibilidade.<br />

“Essa coleção é delicada, minuciosa e detalhista. O meu trabalho<br />

me ajuda a me comunicar melhor com as pessoas e com o<br />

mundo”, completa Maneco Quinderé. (Thiago Gaya)<br />

manecoquindere.com.br<br />

30 31


Peer Lindgreen & Minimalux<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CUBO MÁGICO<br />

A luz neon é impossível de ignorar com as suas cores<br />

vibrantes e brilho insistente, especialmente em locais de alta<br />

movimentação; um símbolo desde o começo do século XX<br />

de urbanização, mas dificilmente encontrado em ambientes<br />

domésticos. A marca inglesa Minimalux, conhecida por suas<br />

soluções inusitadas, apresenta a sua versão de luz neon<br />

como alternativa ao clássico modelo. Mas não se engane,<br />

tudo não passa de uma mera ilusão.<br />

Dentro de uma simples caixa de metal encontra-se uma<br />

lâmpada fluorescente. Nada extraordinário até o momento.<br />

O cubo, quando apagado, apresenta lacunas em suas<br />

extremidades, um interessante objeto por si só. O truque<br />

acontece quando a luz sai sorrateiramente pelas frestas<br />

criando o efeito neon. Um perfeito protagonista para lounges<br />

ou como ator coadjuvante para projetos mais sofisticados.<br />

Naturalmente, seria um desserviço ignorar a herança<br />

da luz neon original e suas cores. Apesar da característica<br />

minimalista de sua estética, a marca lançou cinco cores<br />

contrastantes em seu repertório (branco, verde, azul,<br />

rosa e amarelo). Um perfeito elenco para composições<br />

geométricas inusitadas. (Mateus Andrade)<br />

minimalux.com<br />

32 33


¿QUÉ PASA?<br />

BELEZA NA<br />

PENUMBRA<br />

Desde o terremoto de 2011 no Japão, diversas políticas de<br />

economia de luz foram impostas à população. Estas sanções<br />

afetaram diretamente o cotidiano dos cidadãos e também a<br />

percepção de penumbra no meio urbano. Com isto em mente, o<br />

arquiteto Hiroyuki Miyake desenhou Troove, um espaço adaptado<br />

às novas regras e às necessidades de seu cliente, o único<br />

funcionário do salão de beleza.<br />

A clientela é recebida por simpáticas, e tradicionais,<br />

luminárias de papel japonesas, afirmando o tom visual do salão<br />

desde sua entrada. Cada ambiente tem uma iluminação distinta,<br />

demarcando, assim, as suas diferentes funções e necessidades.<br />

Destaque para o biombo de ferro galvanizado, garantindo leveza<br />

para um elemento de larga escala e centralidade visual. A madeira,<br />

por sua vez, traz uma riqueza de textura importante para garantir<br />

personalidade e calor para o ambiente.<br />

Todo o benefício de um light design minimalista veio à tona em<br />

um espaço normalmente dominado por excesso de iluminação e<br />

ornamentos. Esta subversão é formidável como um claro exercício<br />

de redução e leveza. O arquiteto explorou todo o potencial dos<br />

materiais aplicados, e fez de uma limitação o seu diferencial. O jogo<br />

de sombras presente em todo o salão é uma lembrança de uma<br />

época mais simples e frágil, mas também é uma astuta solução<br />

para condições extraordinárias. (Mateus Andrade)<br />

34 35


Soluções em Iluminação<br />

36 Tel: |11| 2827.0600 | 3719.3555 | www.lemca.com.br<br />

37


Divulgação<br />

"Lumières Alternées", Julio Le Parc<br />

"Três Mulheres", Bill Viola<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LUZ DO MUNDO<br />

Para quem gosta de se perder na imaterialidade da luz<br />

em sua forma mais pura, acontece entre 3 de outubro e 6 de<br />

dezembro, a Bienal Internacional de Curitiba, com curadoria<br />

geral do crítico de arte Teixeira Coelho.<br />

“Luz do Mundo”, título da mostra deste ano, foi extraído<br />

do romance epônimo do autor islandês Halldór Laxness que,<br />

segundo Coelho, “insistia em afirmar o poder da beleza, que<br />

ele localizava no centro da experiência poética seja qual for<br />

sua forma”.<br />

Para discutir a luz (e a ausência dela), a mostra conta<br />

com a participação das obras de artistas como o argentino<br />

Julio Le Parc (artista homenageado), Dan Flavin, Jeongmoon<br />

Choi, Yumi Kori, Regina Silveira, Anthony McCall, Lars<br />

Nilsson, Shirin Neshat, Bill Viola e muitos outros não menos<br />

significativos para a discussão do tema.<br />

Recomendamos também a leitura do texto curatorial da<br />

Bienal preparado por Teixeira Coelho. Nele, é apresentado de<br />

maneira clara e didática as motivações sobre a seleção do tema,<br />

as diferenças entre a “arte da luz” e as demais expressões de<br />

arte e também sobre a decisão de representar a ausência de luz<br />

ou, como colocou, “a luz das trevas, a luz tremenda, a luz da<br />

morte, a luz do mal, a luz terrível”, por meio de videoinstalações.<br />

São mais de 100 espaços com trabalhos expostos pela<br />

cidade, dentre eles o Museu Oscar Niemeyer – onde recebe<br />

as principais obra da exposição, Palacete dos Leões BRDE,<br />

MUMA, Centro Cultural FIEP, Pátio Batel, Museu de Arte da<br />

UFPR – MUSA, Edifício Roberto Schiebler, Rodoferroviária<br />

de Curitiba e a Catedral de Curitiba, esta com a instalação<br />

“Três Mulheres”, do artista norte-americano Bill Viola, com<br />

curadoria de Tereza Arruda. Imperdível. (Orlando Marques)<br />

38 39


ÅF Consult<br />

¿QUÉ PASA?<br />

SIMPLICIDADE FUTURISTA<br />

A conhecida rede sueca de moda prêt-à-porter ACNE O maior diferencial desta loja foi a instalação, conforme<br />

Studios, presente em diversos países da Europa e do mundo, idealizado pelos arquitetos, de um grid luminoso flutuando<br />

abriu neste ano mais uma filial em Estocolmo, com projeto sob o teto, quebrando a monotonia do tradicional forro<br />

de iluminação do escritório ÅF Lighting.<br />

modulado adotado por todo o edifício, além de apresentar-se<br />

Localizada no interior da luxuosa loja de departamentos como elemento bastante marcante visualmente.<br />

NK - Nordiska Kompaniet, o conceito do projeto de interiores Este elemento foi enfrentado como o maior desafio do<br />

da ACNE Studios se destaca dentre todas as outras marcas projeto, devido ao curto espaço de tempo disponível para<br />

existentes no centro comercial, apresentando-se como o seu desenvolvimento. Após alguns testes, foi selecionado<br />

um ambiente bastante luminoso e de aspecto futurista, um fabricante local que, em conjunto com a equipe de<br />

refletindo a imagem da marca, adotada em toda a sua rede. lighting designers, desenvolveu um produto especialmente<br />

para o projeto, atendendo aos diferentes comprimentos e<br />

ângulos propostos no projeto do grid.<br />

A elegante e delgada estrutura metálica resultante,<br />

abrangendo uma área de mais de 30 m², é constituída por dois<br />

perfis, sendo o superior para a passagem da fiação elétrica e<br />

o inferior para abrigar os aproximadamente 100 m de fitas<br />

de LEDs com temperatura de cor 4.000K, que fornecem as<br />

iluminâncias necessárias para o ambiente.<br />

A aplicação de um perfil difusor na parte inferior da<br />

estrutura proporciona, ainda, uniformidade e conforto visual,<br />

considerando-se a alta refletividade dos revestimentos<br />

adotados no interior da loja (aço inox e espelhos,<br />

predominantemente).<br />

A construção da estrutura foi um desafio à parte: a<br />

instalação ao redor de um pilar de seção elíptica préexistente<br />

exigiu que fosse primeiramente montada no piso, sendo<br />

posteriormente suspensa e posicionada de acordo com o<br />

projeto de layout da loja.<br />

De forma bastante simplificada, os lighting designers<br />

resolveram o projeto de iluminação utilizando apenas três<br />

elementos distintos. Além do grid luminoso, a uniformidade<br />

da luz no restante da loja foi assegurada a partir da<br />

utilização de luminárias embutidas, também com LEDs<br />

4.000K, complementadas por iluminação difusa integrada<br />

às prateleiras do mobiliário.<br />

Acostumados a desenhar projetos comerciais nos quais<br />

predominam altos contrastes de luminâncias, desta vez os<br />

designers da ÅF Lighting tiveram de atender às premissas da<br />

marca, entregando, de forma bem-sucedida, um ambiente<br />

uniformemente iluminado e atrativo. (Débora Torii e Orlando Marques)<br />

40 41


A primeira loja da Aesop na América Latina fica no térreo<br />

de um prédio de uso misto, aberta para a rua e para a<br />

galeria lateral. Um espaço delicado e transparente<br />

SIMPLICIDADE<br />

Texto: André Becker | Fotos: Leonardo Finotti<br />

A<br />

marca australiana de cosméticos Aesop, fundada em Melbourne<br />

em 1987, desenvolve produtos para corpo, cabelo e rosto. E<br />

investe em uma construção de marca e experiência muito<br />

interessantes: em um meio saturado de design, packaging e marketing,<br />

eles não negam o valor e importância destes itens, e até os executam<br />

com maior intensidade do que seus concorrentes. Mas lançam mão<br />

de um minimalismo cuidadoso, meticuloso e extremo, e se destacam<br />

com elegância com esse quase silêncio formal em meio à gritaria.<br />

As embalagens dos diversos produtos da marca são semelhantes:<br />

vidros marrom-escuro, rótulos retangulares creme, com faixas grafite<br />

destacando nomes. Um design cuidadoso e equilibrado, lembrando<br />

embalagens farmacêuticas de meados do século 20.<br />

Assim, nada mais próprio do que chamar a parceria de Paulo Mendes<br />

da Rocha e a Metro Arquitetos Associados – de Martin Corullon e<br />

Gustavo Cedroni – para desenvolver a primeira loja da marca na América<br />

Latina. Pois Paulo Mendes da Rocha criou obras emblemáticas e até<br />

canônicas de espaços comerciais que se destacam, pela simplicidade e<br />

42 43


concisão, em meio ao barulho no entorno. Especialmente a loja Forma<br />

(curiosamente no mesmo ano da fundação da Aesop, 1987) e, já na<br />

parceria com a Metro, a Casa Matriz em 2003, ambos em São Paulo.<br />

O novo espaço fica na Rua Oscar Freire, principal endereço<br />

comercial da capital paulista, e maior alternativa urbana para o<br />

comércio de alto padrão fora dos shopping centers – outra opção<br />

totalmente compatível com a proposta da marca. Deste modo, a<br />

inserção urbana é o ponto de partida da arquitetura e do jogo de<br />

iluminação natural e artificial que a rua permite.<br />

Ocupando a parte frontal do térreo comercial (que ainda abriga<br />

uma loja de vinhos e uma galeria de arte) de um edifício misto, os 62<br />

m² da loja têm duas laterais “abertas”: uma para a rua propriamente dita<br />

e outra para a generosa passagem lateral aos outros usos do edifício.<br />

O projeto determinou que essas duas laterais fossem, até a altura<br />

de aproximadamente 2,50 metros, envidraçadas. Acima deste vidro da<br />

face externa, completando o pé-direito duplo, painéis metálicos em tom<br />

grafite-amarronzado fecham o espaço e refletem a luz de modo sutil.<br />

Esta linha horizontal à meia-altura atravessa e ordena todo o<br />

projeto: a parede lateral interna, abaixo dessa faixa, é revestida<br />

em espelho, desmaterializando e dobrando o espaço e a luz; a<br />

parede ao fundo, abaixo desta linha, é branca, onde se destaca<br />

um painel luminoso. Acima, todas as quatro paredes são na<br />

mesma cor dos painéis metálicos.<br />

Um pilar isolado no meio da loja ancora o elemento de<br />

maior personalidade do espaço: uma grande ilha de concreto,<br />

orgânica e flutuante.<br />

Essa ilha tem espessura e volume notáveis. Com reentrâncias,<br />

projeções, gavetas, caixa de diversos usos, ela dialoga com os quatro<br />

cantos do espaço. Em um primeiro momento, ela parece estar apoiada<br />

no pilar central, mas percebe-se que ela não encosta neste pilar: ele<br />

está ilhado, também, por um cilindro metálico espesso, que sustenta<br />

a ilha. Este cilindro é uma grande cuba, com torneiras para limpeza e<br />

testes dos produtos pelos visitantes.<br />

O projeto de iluminação de um espaço tão compacto e minimalista<br />

teve um formato interessante: assim como a parceria entre Paulo<br />

Mendes da Rocha e o Metro é estruturada por anos e anos de projetos<br />

e hoje é absolutamente sinérgica, também a parceria entre o Metro<br />

e Ricardo Heder, titular da Lux Projetos, tem essa característica.<br />

Com um prazo absolutamente enxuto para o projeto, Heder<br />

participou como consultor a convite do Metro. Discutiram diversas<br />

possibilidades em reuniões, e a solução desenvolvida foi, como<br />

esperado, simples, sensível e eficiente.<br />

Dois pontos importantes da arquitetura, quanto a efeitos de<br />

iluminação e configuração espacial, devem ser citados: o piso em<br />

ladrilho hidráulico claro e o forro em grelha metálica, também<br />

clara. Estes elementos contrastam com as paredes escuras ou<br />

inexistentes (vidros e espelhos) refletem e multiplicam os poucos<br />

pontos de luz adotados.<br />

Basicamente, Heder especificou, para as vitrines, mini spots com<br />

apenas 3 cm de diâmetro modelo L497 da Itaim para lâmpadas LED<br />

(1,5W) que ficam embutidos em nichos na alvenaria. Estas peças<br />

delicadas, situadas próximas ao visitante, conversam perfeitamente<br />

com os detalhes repletos de encaixes, frisos e sombras, amplamente<br />

utilizados no projeto para equacionar os encontros de placas metálicas,<br />

caixilhos, concreto e mobiliário.<br />

No alto, em meio ao forro de grelha metálica, dois trilhos para spots<br />

Altrac da Altena, com lâmpadas LEDs Par 30 da Philips, reforçam o<br />

eixo longitudinal da planta. Situados entre a ilha e as paredes laterais,<br />

eles iluminam os produtos, a bancada e o piso claro (e assim são<br />

refletidos para todo o ambiente, inclusive de volta ao próprio forro, que<br />

ajuda a difundir a luz, cada vez mais suave, ao espaço novamente).<br />

A iluminação do trilho está concentrada no eixo longitudinal,<br />

deixando a parede ao fundo em uma ligeira penumbra. Heder explica<br />

que o objetivo, neste caso, foi realmente reduzir a intensidade para<br />

destacar o painel luminoso que pontua, ali, a alvenaria branca.<br />

Uma obra pequena e meticulosa, reforçando a proposta da<br />

Aesop em ter pequenos espaços com muita personalidade pelo<br />

mundo. Assim como perfumes, muitas vezes a melhor arquitetura<br />

vem nos menores frascos.<br />

No ambiente transparente e integrado à<br />

rua da Aesop, o piso, a ilha e o forro claros<br />

refletem a luz, criando múltiplas difusões<br />

a partir de soluções simples e econômicas<br />

de iluminação. Vidro, espelhos e uma<br />

única faixa branca na alvenaria ao fundo<br />

definem um eixo horizontal que organiza a<br />

escala do visitante<br />

AESOP<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de Iluminação<br />

Ricardo Heder, Metro, Paulo Mendes da Rocha<br />

Projeto de Arquitetura<br />

Paulo Mendes da Rocha e Metro Arquitetos Associados – Martin<br />

Corullon, Gustavo Cedroni<br />

Fornecedores<br />

Itaim (luminárias); Altena (luminárias e trilhos eletrificados);<br />

Philips (LEDs)<br />

44 45


A casa térrea se organiza sob uma grande estrutura metálica revestida por um composto<br />

de madeira e plástico. Este elemento foi destacado pela iluminação por meio de luminárias<br />

posicionadas no piso. A iluminação reforça a integração entre volumes (cheios) e jardins (vazios)<br />

INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA<br />

Texto: Fernanda Carvalho | Fotos: Rafaela Netto<br />

Situada em um condomínio em Campinas (SP), a Casa<br />

do Cafezal foi apelidada assim devido à natureza do<br />

terreno onde originalmente foi concebido o projeto para<br />

a casa de uma família. Com o projeto executivo pronto, os<br />

proprietários decidiram mudar a residência para um terreno<br />

menor e dentro do perímetro urbano. Mesmo com essa mudança,<br />

os moradores pediram para que os arquitetos mantivessem<br />

o conceito e as ideias criados a partir do cafezal.<br />

O desejo dos clientes era estar em permanente contato<br />

com as áreas verdes do lote, originalmente a paisagem do<br />

cafezal. No novo terreno, a ideia de fundir casa e paisagem<br />

se manteve. Ainda que menor que o anterior, o terreno onde<br />

a casa foi de fato construída ocupa uma área de 6.500 m²,<br />

suficientes para permitir amplos espaços verdes e um farto<br />

programa para lazer, que inclui piscina, quiosque com sauna,<br />

salão de jogos e quadra poliesportiva.<br />

A ideia da integração da casa com a paisagem se concretizou<br />

com a decisão de encrustrar pequenos jardins no corpo principal<br />

da casa. A construção se compõe de volumes entremeados<br />

por jardins e abrigados sob uma imensa cobertura metálica<br />

com revestimento em madeira. O resultado é uma clareza<br />

volumétrica que enfatiza o protagonismo da sala de estar<br />

toda envidraçada e cercada por dois jardins, que separam<br />

o ambiente transparente dos demais volumes. De um lado,<br />

o conjunto de serviços abriga cozinha e no volume oposto<br />

estão os quartos.<br />

46 47


A iluminação projetada pelo escritório do lighting designer<br />

Marcos Castilha procurou valorizar as volumetrias propostas<br />

pela arquitetura. A grande cobertura metálica, apoiada sobre<br />

pilares integrados à alvenaria, em vista frontal aparece com<br />

um pórtico. Foi iluminada integralmente por luminárias<br />

embutidas no piso, dando a sensação de leveza de um grande<br />

vão longitudinal. Em alguns pontos, a luz projetada para cima<br />

esbarra na vegetação projetando sombras interessantes. Para<br />

este efeito, foram utilizados projetores com lâmpada PAR<br />

30 (75W/2.700K) e fluorescente compacta (23W/2.700).<br />

Os jardins que cercam a sala de estar são iluminados e,<br />

desta forma, integrados ao ambiente interno, fazendo parte<br />

da casa. A vegetação mais distante também foi iluminada,<br />

ampliando a extensão da paisagem noturna do ponto de<br />

vista de quem está na sala de estar. Diferentes tipologias de<br />

árvores receberam iluminação proporcional ao tamanho: as<br />

árvores de copa mais larga foram iluminadas com projetores<br />

de vapor metálico de 70W bilateral (3.000K) combinadas a<br />

fluorescentes compactas de 23W, que proporcionam facho<br />

mais aberto. As árvores mais altas e de copa estreita recebem<br />

luz proveniente de projetores com vapor metálico 35W e 30°<br />

de abertura de facho (3.000K).<br />

Acima, a sala transparente aparece como um<br />

aquário à noite. Se descola dos dois volumes<br />

laterias (serviços e área íntima) a partir de<br />

jardins, que também são iluminados. À direita,<br />

acima, a área de lazer mantém a mesma<br />

ideia de transparência e integração com as<br />

áreas externas. As árvores foram iluminadas<br />

com luminárias de diferentes características<br />

fotométricas, levando em conta o tamanho da<br />

copa e altura do tronco. A piscina foi iluminada<br />

com fibra óptica. Abaixo, a sala de estar recebeu<br />

luminárias embutidas para lâmpadas halógenas<br />

dimerizáveis com controle automatizado. O<br />

jardim iluminado dos dois lados do volume<br />

envidraçado concretiza a ideia de trazer a<br />

paisagem para dentro da casa. A luz proveniente<br />

do jardim é filtrada pela vegetação e cria<br />

sombras nas paredes e na cobertura<br />

48 49


A árvores iluminadas<br />

ampliam a vista noturna. A<br />

sala com caixilhos mínimos<br />

para garantir máxima área<br />

de transparência faz um<br />

contraponto sutil ao peso<br />

da cobertura. A iluminação<br />

contribui para a aparente<br />

leveza do conjunto<br />

Para a circulação externa, a equipe de Castilha adotou<br />

balizadores tipo “cogumelo” com 70cm de altura de forma a<br />

evitar ofuscamento e lançar toda a luz para o piso. Originalmente<br />

projetadas para halopin convencional, foram modificadas<br />

para “halopin LED”.<br />

Os interiores dos ambientes sociais foram iluminados<br />

pontualmente por luminárias discretas para lâmpada MR-16<br />

(35W / 3000K) com facho de abertura de 36 graus dimerizáveis,<br />

além de luminárias para AR-70 de 50W. Para a mesa de<br />

jantar o lighting designer optou por uma luminária pendente<br />

complementada por luminárias decorativas conectadas a<br />

tomadas comandadas. Todos os equipamentos são controlados<br />

por uma central de dimerização e automação. A circulação<br />

principal da casa foi iluminada por meio do “destaque das<br />

paredes com embutidos LED de 3W e 9W (3000K) garantindo<br />

baixo consumo e uso como luz de vigia”, explica Castilha.<br />

As suites têm um pendente central com luz indireta de<br />

200W, complementada por embutidos orientáveis para AR-<br />

70 nas áreas de trabalho. Closets e banheiros receberam<br />

embutidos ora fixos com vidro jateado ora orientáveis para<br />

MR-16 (35W, 36°). Para o home-office a solução adotada na<br />

bancada de trabalho foi uma peça pendente que proporciona<br />

luz direta e indireta com fluorescentes T5 (28W / 3000K).<br />

A construção do quiosque da área de lazer segue a<br />

mesma linguagem da casa principal, deixando as vedações<br />

transparentes. Assim como a sala de estar, esse ambiente foi<br />

iluminado por luminárias para lâmpadas halógenas dimerizáveis<br />

e tomadas comandadas para peças decorativas. Os pilares<br />

em evidência são ressaltados por uplightings. As trepadeiras<br />

que crescem junto à sala de jogos foram iluminadas com<br />

projetores LED orientáveis de uso externo. A luz suave<br />

projetada para caminhos interliga os espaços construídos<br />

ao longo da paisagem.<br />

CASA DO CAFEZAL<br />

Campinas, SP, Brasil<br />

Projeto de Iluminação<br />

Castilha Iluminação – Marcos Castilha.. Colaboração: Larissa Oliveira<br />

e Shantalla Vargas<br />

Projeto de Arquitetura<br />

FGMF – Rodrigo Marcondes Ferraz, Fernando Forte<br />

e Lourenço Gimenes<br />

Paisagismo<br />

Daniel Nunes<br />

Fornecedores<br />

Itaim , Lumini, Laboratório da Luz e Reka (luminárias); Ledplus e Brilia<br />

(LEDs); Philips e Osram (lâmpadas)<br />

50 51


Uma antiga usina termoelétrica no centro de Munique<br />

foi convertida em condomínio multiuso de alto padrão<br />

SIMPLICIDADE DE ELEMENTOS<br />

Texto: Gilberto Franco | Fotos: Andreas J. Focke e Gerd Pfarré<br />

Como vem ocorrendo nas principais capitais do mundo,<br />

a crescente procura por espaço em áreas centrais tem<br />

levado à renovação de uso de antigos edifícios. Desta<br />

forma, no centro de Munique, capital da Baviera, Alemanha,<br />

ergueu-se sobre o sítio de uma antiga usina termoelétrica um<br />

condomínio multiuso de alto padrão. A torre original da usina<br />

foi remodelada para tornar-se um edifício residencial, enquanto<br />

três novos edifícios comerciais completam o conjunto, todos<br />

circundados por um pátio interno comum.<br />

O projeto de iluminação de Gerd Pfarré, titular do escritório<br />

Pfarré Lighting Design, para as áreas comuns dos valiosos<br />

apartamentos do edifício residencial chama a atenção por<br />

sua neutralidade, apenas pontuada por alguns elementos de<br />

desenho original e grande simbolismo.<br />

O foyer do edifício residencial, com 6 m de altura, tem<br />

diferentes soluções de luz, todas muito discretas. As grandes<br />

paredes e empenas de revestimento estucado cinza do core<br />

receberam iluminação rasante, proveniente de nichos, que<br />

valorizam a sua textura. Numa das paredes, uma escultura<br />

bidimensional recebe iluminação assimétrica complementar,<br />

52 53


Na página ao lado, a iluminação rasante valoriza o acabamento cinza da empena sobre a<br />

recepção. Um grande anel em LEDs garante identidade única ao local, além de funcionar<br />

como ponto focal. Nas fotos inferiores, sulcos no teto iluminam de forma rasante os elementos<br />

da arquitetura: pilares, paredes e empenas. Wallwashers complementam a iluminação de<br />

escultura plana sobre a parede. Nesta página, a iluminação indireta das circulações não distrai<br />

a atenção, de forma a permitir a percepção dos pontos relevantes do jardim<br />

vinda de wallwashers circulares. Na frente, a empena do balcão de<br />

recepção tem solução idêntica às demais, enquanto os grandes<br />

pilares são valorizados por iluminação de facho concentrado,<br />

proveniente de nichos que os circundam.<br />

Mas nesse conjunto de soluções corretas, porém discretas,<br />

um elemento se sobressai de forma a conferir um novo caráter<br />

ao espaço. Trata-se de um pendente para LEDs em forma de<br />

argola, especialmente desenhado para a obra, em forma muito<br />

simples, porém imprevista. E é de sua forma e aplicação originais<br />

que se cria a individualidade do espaço, o seu signo único.<br />

No pátio externo, uma circunstância similar. Bandejas de<br />

iluminação indireta – e nada mais – fazem a iluminação das<br />

54 55


Espécies de “juncos luminosos” tornam-<br />

-se pontos de interesse no jardim,<br />

em contraste com a simplicidade do<br />

restante da iluminação<br />

circulações em torno de um jardim interno. Mas é nesse jardim<br />

que se cria a identidade do espaço, por meio de delicados<br />

“juncos” luminosos de fibra óptica e LED, que emanam do<br />

espelho d’água, amalgamados na vegetação verdadeira. E, assim,<br />

percebemos que aquela simplicidade apenas se destinava a<br />

trazer o ponto focal do observador às delicadas esculturas.<br />

THE SEVEN FOYER & PATIO<br />

Munique, Alemanha<br />

Projeto de Iluminação<br />

Pfarré Lighting Design<br />

Projeto de Arquitetura<br />

Léon Wohlhage Wernik, BKLS<br />

Projeto de Arquitetura de Interiores<br />

Roger Geiler<br />

Fornecedores: ERCO; Hadler; Lichtlauf; Korona Leuchten; WE-EF<br />

<strong>56</strong> 57


PARA TODOS OS PÚBLICOS<br />

Aconchegante e intimista, o restaurante Kabanas se integra à área comum do Shopping Flamboyant, onde as plantas e a fonte<br />

de água são valorizadas por uma luz cujas características se contrapõem à tonalidade quente e dourada da iluminação interna<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Studio Onzeonze - Helio Sperandio<br />

No restaurante Kabanas, em Goiânia, vidro, madeira, pedra<br />

e concreto compõem um ambiente contemporâneo e<br />

sofisticado. O predomínio dos sóbrios tons de fendi no<br />

estabelecimento, inaugurado em julho de 2014, revelam a intenção<br />

da arquiteta Tereza Cristina Paes Del Papa, autora do projeto de<br />

arquitetura, em criar um ambiente neutro que agradasse a um público<br />

diversificado, frequentador do Shopping Flamboyant, em Goiânia,<br />

onde o Kabanas está localizado. O projeto de iluminação, feito pela<br />

lighting designer Ana Paula de Moraes, do escritório Illuminato<br />

Conceito em Iluminação, tinha como desafio conferir uma atmosfera<br />

intimista e limpa ao espaço.<br />

Implantado na praça de alimentação do Shopping Flamboyant,<br />

o Kabanas, restaurante de cozinha contemporânea reconhecido<br />

na capital goiana, dispõe de choperia e de restaurante, ambientes<br />

separados e com acessos específicos.”Queríamos um ambiente<br />

extremamente aconchegante e intimista, com características da sala<br />

de estar e de jantar de uma residência. Um espaço que proporcionasse<br />

o relaxamento e bem-estar aos usuários, mesmo que situado em um<br />

centro comercial, onde a poluição visual é característica”, diz Ana Paula.<br />

Voltada para a área externa, a choperia tem como destaque<br />

uma cobertura em balanço de quase 8 m, cujo forro de madeira<br />

freijó incorpora dois rasgos no sentido longitudinal do salão. No<br />

primeiro rasgo, luminárias fluorescentes tubulares T5 (28W, 3. 000K),<br />

proporcionam uma iluminação compatível com um ambiente de<br />

fast-food como a choperia, que atende a um grande fluxo de clientes.<br />

A mesma luz incide sobre as letras apoiadas no piso que formam<br />

o nome Kabanas.<br />

No segundo rasgo, spots de LED (18W, 2.700K, 24°) destacam<br />

importantes elementos da arquitetura e também criam uma divisória<br />

de luz que separa visualmente a choperia do restaurante. Ana Paula<br />

explica que os rasgos, ao deixar as luminárias pouco visíveis no espaço,<br />

“diluem” a iluminação na arquitetura. Ainda na choperia, próximo ao<br />

forro de madeira, a textura de uma parede de pedra é valorizada por<br />

uplights de LED (21W, 2.700K, 30°).<br />

No restaurante, a iluminação é feita com spots de LED dimerizáveis<br />

(21W, 2.700K, 6° e 24°) embutidos no forro de gesso. O desafio<br />

aqui, segundo Ana Paula, era lidar com o layout flexível de mesas<br />

que se movimentam constantemente, o que foi resolvido por meio<br />

de luminárias de LED de facho médio (24°), que proporcionam uma<br />

58 59


Nos espaços de tons neutros, idealizados<br />

para agradar a um público diversificado,<br />

a luz serve como instrumento para<br />

proporcionar relaxamento e bem-estar<br />

aos usuários do restaurante. O projeto<br />

de iluminação integra equipamentos aos<br />

elementos da arquitetura, como o forro da<br />

choperia e a estante do bar<br />

luz geral sobre as mesas. O equipamento foi associado a um sistema<br />

antiofuscamento que evita o desconforto causado pelos focos de luz.<br />

As luminárias de facho fechado (6°), por sua vez, direcionam a luz<br />

para as mesas fixas, adega e balcão do bar.<br />

No bar, as garrafas e a madeira de tonalidade amarelada são<br />

realçadas pelos LEDs lineares (7W/m, 2.700K) instalados sob as<br />

prateleiras e também no balcão de mármore. A bancada, onde e<br />

feito o preparo das bebidas, recebe uma iluminação direcionada dos<br />

downlights de LED (21W, 2.700K, 6°) embutidos no forro de gesso.<br />

Os móveis de madeira criados pelo designer baiano Aristeu Pires<br />

conferem um ar brasileiro e cosmopolita ao restaurante, em harmonia<br />

com os pendentes Realejo com lâmpadas halógenas dimerizáveis<br />

(100W). Criadas pelo Studio Bertolucci, as luminárias em estrutura<br />

de madeira freijó e cúpula de algodão de 91 cm de altura e 50 cm de<br />

largura são agrupadas em trio sobre duas mesas circulares. “Com<br />

tamanho expressivo, esta luminária decorativa de madeira tem um<br />

apelo poético, que ressalta a brasilidade e dialoga com os demais<br />

materiais utilizados no restaurante”, complementa Ana Paula.<br />

No exterior, o painel de concreto com o nome do estabelecimento<br />

é varrido pela iluminação de projetores lineares de LED (45W, 3.000K,<br />

35°). O logo do Kabanas, gravado na superfície do elemento arquitetônico,<br />

ganha uma luz de destaque proveniente do projetor assimétrico com<br />

lâmpada de vapor metálico bipino CDM-T (70W, 220V, 3.000K).<br />

A integração entre interior e exterior exigiu dos projetos de<br />

iluminação e o de paisagismo, assinado por Gui Blanche, uma atenção<br />

especial à área comum do shopping. As plantas são destacadas por<br />

projetores de LED (19.8W, 3.000K, 25°) e a fonte de água ganha vida,<br />

quando o sol se põe, ao ser iluminada pelos projetores subaquáticos<br />

com temperatura de cor de 5.000K, cujo efeito contrapõe a tonalidade<br />

quente e dourada do Kabanas.<br />

RESTAURANTE KABANAS<br />

Goiânia, Brasil<br />

Projeto de Iluminação<br />

Illuminato Conceito em Iluminação – Ana Paula de Moraes<br />

Projeto de Arquitetura<br />

Tereza Cristina Paes Del Papa<br />

Fornecedores<br />

Iluminar (luminárias de LED 24° e 6°); Bertolucci (pendente<br />

Realejo); Lumini (projetores Solum da fonte e luminária T5 com<br />

aleta); Brillia (LED linear)<br />

60 61


Na página à esquerda,<br />

vista do jardim da sede<br />

do Centro de Debates<br />

de Políticas Públicas –<br />

CDPP, com projeto de<br />

iluminação do escritório<br />

Foco Luz e Desenho. Ao<br />

lado, Iluminação com luz<br />

“prateada” filtrada pelo<br />

fechamento metálico<br />

ortogonal das aberturas da<br />

laje. Ao fundo, iluminação<br />

da parede de pedra e<br />

espelho d’água refletindo os<br />

ambientes internos. Abaixo,<br />

Parede de pedra mineira<br />

bruta, elemento original do<br />

projeto de Oscar Niemeyer e<br />

Carlos lemos, iluminada de<br />

baixo para cima de maneira<br />

a destacar as propriedades<br />

da pedra e iluminar a<br />

circulação<br />

SOB A LUZ<br />

Texto: Orlando Marques | Fotos: Leonardo Finotti<br />

O<br />

Centro de Debates de Políticas Públicas, CDPP, é uma<br />

organização sem fins lucrativos, apartidária e independente<br />

que se dedica ao estudo e debate de questões referentes a<br />

diversos aspectos de governabilidade do Estado brasileiro. Constituído<br />

por um grupo multidisciplinar, os seus associados realizam debates<br />

e elaboram estudos propositivos sobre os principais desafios que<br />

afetam o país.<br />

O primeiro estudo, “Sob a luz do Sol: Uma agenda para o Brasil”,<br />

publicado em 2014, visou “contribuir com a sugestão de uma agenda<br />

de política econômica para o Brasil nos próximos anos, na qual a<br />

transparência dos objetivos e dos custos é característica central”.<br />

Seu título foi inspirado pela frase do célebre juiz da Suprema Corte<br />

norte-americana Louis Brandeis (18<strong>56</strong>-1941): “a luz do sol é o melhor<br />

desinfetante e a luz elétrica o policial mais eficiente”.<br />

Transparência, luz e claridade também parecem ocupar posição<br />

de destaque na discussão dos espaços da nova sede da organização.<br />

Com projeto residencial dos arquitetos Oscar Niemeyer e Carlos<br />

Lemos em meados da década de 1950, o edifício da sede do CDPP<br />

recebeu projeto de readequação e restauro dos arquitetos do escritório<br />

RMAA – Reinach Mendonça Arquitetos Associados e projeto de<br />

iluminação dos arquitetos do escritório Foco Luz e Desenho.<br />

“O trabalho de restauro dos elementos originais do edifício foi<br />

cuidadosamente considerado pelos arquitetos, que procuraram<br />

diferenciar o que seria construído por meio do uso de materiais<br />

62 63


distintos”, explica Junia Azenha e Ana Karina Camasmie, titulares<br />

do escritório de iluminação.<br />

Com o mesmo cuidado, foi desenvolvido o projeto de iluminação:<br />

elementos essenciais à compreensão e percepção dos espaços<br />

foram iluminados de maneira a sublinhar aspectos históricos e de<br />

interesse no edifício e também fornecer quantidades e qualidades<br />

de luz de acordo com as exigências do cliente.<br />

O primeiro exemplo disso pode ser encontrado na iluminação da<br />

parede de pedra mineira bruta. Parte do projeto original do edifício,<br />

este elemento segmentado em três partes se estende desde o vazio<br />

do hall de entrada das áreas internas até os jardins. Sua iluminação<br />

se dá homogeneamente de baixo para cima, de maneira a destacar<br />

suas propriedades e textura. “Neste caso, o desafio foi manter o<br />

mesmo efeito e cor da fonte da luz e paginação das luminárias<br />

utilizando equipamentos de acordo com as necessidades de grau<br />

de proteção IP, e evitar faixas de sombra junto à porta de vidro que<br />

divide esses ambientes”.<br />

No vazio do hall de entrada do edifício, a 90º da parede de<br />

pedra, encontra-se a escada de acesso ao pavimento superior,<br />

outro elemento cuidadosamente restaurado do projeto original e<br />

tratado como elemento de destaque neste ambiente. Para realçar<br />

o seu desenho e, ainda, fornecer iluminâncias adequadas para o seu<br />

uso, os lighting designers introduziram uma sanca junto à parede<br />

para uma iluminação indireta e difusa (T5/28W/3.000K). Além<br />

disso, este detalhe também teve a intuito de marcar a inclinação<br />

sutil da água da cobertura do edifício, de acordo com o projeto de<br />

Oscar Niemeyer.<br />

Nas áreas de escritório do pavimento superior, o mesmo detalhe<br />

de sanca para iluminação indireta foi mantido, evidenciando a<br />

consistência nos conceitos e soluções adotadas. Para a iluminação<br />

dos planos de trabalho destas áreas, foram utilizados pendentes<br />

para iluminação direta e indireta (T5/28W/3.000K).<br />

No pavimento térreo, o ambiente do auditório e vídeoconferencia<br />

– lugar onde se realizam os debates da organização e, portanto,<br />

extremamente importante para o projeto – foi iluminado por meio<br />

de um sistema linear de luminárias dimerizáveis de sobrepor<br />

(fluorescente T5/54W/3.000K), paginadas entre as placas do<br />

forro acústico. As luminárias possuem fechamento com louvers<br />

ALP Paralite #5, com rigoroso controle de brilho e ofuscamento e<br />

fornece níveis adequados de iluminâncias verticais e horizontais<br />

para as diferentes tarefas a ser exercidas no ambiente. Controle de<br />

automação de cenas pré-determinadas foi também prevista para<br />

permitir maior flexibilidade no uso do ambiente.<br />

Na sala de reunião contígua ao auditório, foram utilizadas<br />

as mesmas luminárias de sobrepor com fechamento em louver<br />

parabólico com acréscimo de iluminação direta nas extremidades<br />

Na página à esquerda, iluminação parcial do<br />

vazio do hall de entrada das áreas internas. A<br />

silhueta do mobiliário é destacada por meio<br />

da iluminação da parede de pedra ao fundo.<br />

Acima, da esquerda para direita, à esquerda,<br />

Parede do vazio do pé direito duplo do hall de<br />

entrada, iluminada por meio de sanca para<br />

iluminação difusa e suave. Auditório iluminado<br />

por sistema linear e com rigoroso controle<br />

antiofuscameto e brilho. Plano de trabalho dos<br />

escritórios do pavimento superior iluminados<br />

por meio de pendentes com luz direta e indireta<br />

e destaque da inclinação do teto por meio de<br />

sanca para iluminação difusa e destaque dos<br />

planos verticais do ambiente. Sala de reuniões<br />

iluminada da mesma maneira do auditório,<br />

com o acréscimo da sanca de parede para<br />

iluminação difusa e destaque dos planos<br />

verticais do ambiente<br />

64 65


66 67


Á esquerda, pilotis marcados por iluminação de baixo para cima. A palmeira existente parece determinar a paginação dos<br />

pilotis e foi iluminada da mesma forma fixadas sobre a marquise Os terraços foram iluminados da mesma maneira que a<br />

marquise: por meio de iluminação indireta junto aos pilotis e luz filtrada pelo fechamento metálico ortogonal da laje<br />

das luminárias (LED 9W/35°/3.000K). Estas são ligadas em grupos<br />

de controle distintos de maneira a permitir flexibilidade nas cenas<br />

de luz de acordo com o uso do espaço. A porção de iluminação<br />

difusa do ambiente é obtida por meio dos detalhes das sancas de<br />

parede (T5/28W/3000K).<br />

Para completar a iluminação das áreas internas, alguns pontos<br />

elétricos existentes na laje do pavimento térreo e nas paredes<br />

foram reutilizados, mantendo alguns conceitos luminotécnicos<br />

originais do projeto.<br />

Assim como nas áreas internas, as áreas externas também<br />

receberam iluminação que sublinhassem características construtivas<br />

e de caráter histórico do projeto de acordo com premissas<br />

luminotécnicas estabelecidas.<br />

A nova marquise de concreto aparente, que liga o portão de<br />

entrada de pedestre ao edifício principal, recebeu dois sistemas<br />

de iluminação. O primeiro, de baixo para cima, com iluminação<br />

indireta, por meio de projetores embutidos no piso junto aos pilotis<br />

(LED/18W/25°/3000K), de maneira a marcar estes elementos que<br />

parecem ter sido paginados de acordo com a palmeira existente.<br />

Em seguida, nas generosas aberturas na laje da marquise e sobre o<br />

fechamento da grade metálica ortogonal, foram fixadas luminárias<br />

tubulares com visor transparente para lâmpada fluorescente T5<br />

(28W/3.000K). “A luz filtrada pela grade metálica se torna prateada<br />

e nos remete às qualidades da luz da Lua”, comenta Junia. Essa<br />

mesma solução foi adotada nos terraços, cuja arquitetura segue<br />

os mesmos princípios construtivos da marquise.<br />

Os novos ambientes da copa, cozinha, churrasqueira e sala de<br />

ginástica do edifício do anexo novo receberam iluminação difusa<br />

por meio de sistema linear com fechamento em visor de acrílico<br />

translúcido embutido no forro. O ambiente de estar e reuniões<br />

destas áreas recebeu iluminação semelhante à marquise e terraços.<br />

No jardim, as copas das árvores pau-ferro e palmeiras, assim<br />

como outras árvores adultas existentes, foram iluminadas de baixo<br />

para cima por meio de luminárias para vapor metálico 150W, 10° e<br />

35° embutidas no piso. Árvores e arbustos de pequenos portes, como<br />

a jabuticabeira e plantio junto ao muro e paredes, também foram<br />

iluminadas da mesma maneira, desta vez por meio de projetores<br />

para LED de 9W ou 21W, ambos com fachos de 35°e 3.000K.<br />

Junto às duas elevações da entrada do edifício, os arquitetos<br />

criaram, como desenho complementar à marquise, um espelho<br />

d’água com seixos rolados. De maneira a destacar a sua forma,<br />

a linha da borda do espelho d’água foi delimitada de maneira<br />

sutil, com iluminação linear subaquática. Desta forma, o detalhe<br />

também possibilita a reflexão dos elementos de arquitetura tanto<br />

das áreas externas adjacentes como das áreas internas, como é<br />

o caso do auditório e sala de conferência.<br />

Posteriormente, uma escultura em bronze foi acrescentada no<br />

jardim e iluminada de maneira a flutuar no gramado. Para isso, os<br />

lighting designers iluminaram somente o corpo da escultura, e não a<br />

sua base, utilizando projetores orientáveis (LED 9W/25°/3.000K)<br />

com assessórios que evitam ofuscamentos desconfortáveis.<br />

Até o momento, o projeto do CDPP foi ganhador do prêmio O<br />

Melhor da Arquitetura na categoria Retrofit em 2014. Esperamos<br />

que este seja o primeiro de muitos outros.<br />

CENTRO DE DEBATES DE POLÍTICAS PÚBLICAS<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de Iluminação<br />

Foco Luz e Desenho<br />

Projeto de Arquitetura<br />

RMAA<br />

Projeto de Paisagismo<br />

Barbieri+Gorski Arquitetos Associados<br />

Fornecedores<br />

Lemca, Lumini, Osvaldo Matos<br />

68 69


CONTRASTES E EQUILÍBRIO<br />

Na foto à esquerda, o hall tem<br />

iluminação difusa e homogênea, em<br />

contraste com a galeria ao fundo,<br />

obtida a partir do forro de PVC<br />

tensionado Sky, da Lumini, com<br />

sistema linear de LEDs de 25,2W e<br />

3.000K. Na foto acima, a galeria<br />

tem iluminação composta por<br />

luminárias de facho concentrado<br />

embutidas no piso para LED de<br />

3W e 3.000K e o pendente Metall<br />

C. Cooper, de Ingo Maurer, para<br />

lâmpada halógena bipino de 60W e<br />

2.800K<br />

O<br />

projeto de reforma do apartamento de 500 m²,<br />

localizado à Rua Seridó, em São Paulo, foi conceituado<br />

a partir da busca pelo equilíbrio entre contrastes.<br />

Os materiais de acabamento, assim como os equipamentos<br />

de iluminação, apresentam um alto nível de sofisticação<br />

estética e tecnológica, conferindo ao projeto um aspecto<br />

contemporâneo e inovador.<br />

O principal elemento que caracteriza esse aspecto do<br />

projeto é o volume de zinco titânio, que se desenvolve ao<br />

longo das áreas sociais, conferindo personalidade ao projeto.<br />

Texto: Carlos Fortes | Fotos: André Nazareth<br />

Essa solução se destaca tanto pelo uso inusitado do material<br />

em ambientes internos e residenciais quanto pela opção por<br />

ambientes com pé-direito reduzido em determinadas áreas.<br />

Esses ambientes se conectam a outros com pé-direito mais<br />

generoso e com materiais de acabamento mais claros, em<br />

um jogo de contrastes entre claro e escuro que proporciona<br />

diferentes sensações a quem circula entre os ambientes. Essa<br />

complexidade espacial, evidenciada pela diferença entre pés-<br />

-direitos e pelo jogo entre luz e sombra confere um aspecto<br />

inovador e incomum em apartamentos.<br />

70 71


A sala de estar possui sanca de<br />

iluminação indireta sobre o volume de<br />

zinco titânio – sistema linear de LEDs<br />

de 7,2W e 3.000K, da Lumini. Para a<br />

iluminação das obras de arte, foram<br />

utilizadas luminárias embutidas no<br />

forro da ERCO – linha Quintessence<br />

para lâmpada halógena bipino de 50W<br />

e 2.800K. Na foto superior da página<br />

ao lado, o rasgo no forro Schlitz Up,<br />

de Ingo Maurer, para cinco lâmpadas<br />

dicroicas de 35W e 2.700K, marca o<br />

eixo da sala de estar com a galeria. Na<br />

foto acima, o pendente Heraclium, da<br />

Moooi, com LEDs de baixa intensidade,<br />

proporciona iluminação difusa para a<br />

sala de jantar<br />

Já no hall de entrada, o papel fundamental da iluminação<br />

para caracterizar o partido arquitetônico é percebido. Todo o<br />

teto do ambiente recebe um forro translúcido de tecido sintético<br />

tensionado, que proporciona uma luz intensa e homogênea,<br />

reforçada pelo espelho que duplica e fragmenta o espaço.<br />

Como contraponto a essa luminosidade intensa, a galeria a<br />

seguir é toda revestida de zinco titânio, e o contraste entre os<br />

ambientes constrói a percepção visual e sensorial do espaço.<br />

Na galeria, as luminárias de facho concentrado embutidas no piso<br />

iluminam as paredes e o teto com zinco titânio. Complementando<br />

essa iluminação mais dramática, e também com o intuito de<br />

fornecer iluminação difusa para a obra de arte na parede, foi<br />

utilizada uma luminária decorativa escultural, ela própria um<br />

elemento visual de destaque.<br />

Um outro aspecto bastante importante na concepção<br />

dos projetos de arquitetura e iluminação foi o apreço dos<br />

proprietários por obras de arte. No volume de zinco titânio,<br />

onde também foi inserida a cozinha, foi criada uma galeria que<br />

72 73


abriga trilhos embutidos no encontro entre a parede e o forro,<br />

por onde deslizam cabos de aço de sustentação das obras, o<br />

que confere flexibilidade para a exposição da coleção. Todas<br />

as portas, quando abertas, se ocultam na parede revestida de<br />

zinco titânio, o que confere fluidez aos espaços ao incorporar<br />

as áreas de circulação aos ambientes de estar.<br />

Ainda para reforçar o contraste entre os materiais e a diferença<br />

de pés-direitos, foi criada uma sanca de iluminação indireta<br />

entre o volume da galeria e o forro de gesso da sala de estar. As<br />

luminárias embutidas no forro de gesso nas salas de estar e de<br />

jantar têm a função de iluminar as paredes homogeneamente,<br />

atendendo à flexibilidade do sistema de exposição das obras<br />

de arte. As luminárias da ERCO, com refletores de alumínio de<br />

alto controle do ofuscamento, garantem a visualização do teto<br />

sem brilhos excessivos.<br />

Além dessas luminárias embutidas, apenas um outro elemento<br />

foi inserido no forro de gesso – um rasgo de 2,5 m que marca o<br />

eixo do estar e da galeria. Na sala de jantar, a mesa de refeições<br />

foi iluminada com uma luminária pendente, que, apesar de<br />

bastante expressiva, preserva a permeabilidade visual entre os<br />

ambientes, não atrapalhando na visualização das obras de arte.<br />

Para iluminação do lavabo, que tem a parede da cuba<br />

inteiramente revestida por um espelho solto do teto e do<br />

piso, foi prevista iluminação indireta para cima e para baixo.<br />

A luz difusa ilumina o ambiente e valoriza os materiais de<br />

acabamento – limestone, aço inox e couro.<br />

Para as áreas íntimas, procurou-se implantar os mesmos<br />

conceitos despojados e com poucas luminárias adotados<br />

nas áreas sociais. Na suíte do casal, a iluminação indireta foi<br />

localizada na prateleira longitudinal que percorre a parede; no<br />

banheiro, a iluminação indireta foi instalada atrás do espelho<br />

e sob a bancada. Luminárias do tipo No Frame de facho aberto<br />

complementam a iluminação da bancada.<br />

O resultado do projeto é bastante expressivo, graças ao jogo<br />

de luz e sombra e ao contraste de materiais empregados nas<br />

áreas sociais. A opção por soluções integradas à arquitetura, que<br />

privilegiam os detalhes de iluminação incorporados ao projeto,<br />

minimizando a quantidade de luminárias embutidas no forro,<br />

confere ainda um certo despojamento ao projeto, sofisticado e<br />

contemporâneo em sua concepção, sem abrir mão do conforto.<br />

Na página ao lado, à esquerda, o<br />

lavabo possui iluminação indireta<br />

com sistema linear de LEDs 7,2W<br />

e 3.000K, da Lumini. A iluminação<br />

foi integrada ao espelho, solto da<br />

parede e com iluminação para<br />

o teto e para o piso. O mesmo<br />

sistema foi utilizado no banheiro,<br />

onde pontos de iluminação direta<br />

complementam a iluminação<br />

da bancada. Na foto acima, o<br />

dormitório também recebeu<br />

iluminação indireta com sistema<br />

linear de LEDs de 7,2W e 3.000,<br />

que foi integrado à prateleira<br />

APARTAMENTO SERIDÓ<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de Iluminação<br />

Studio Iluz – Ines Benevolo. Colaboradora: Rebeca Albuquerque<br />

Projeto de Arquitetura<br />

Coletivo Arquitetos – Cesar Copolla e Daniela Copolla<br />

Colaboradoras: Marcela Guerreiro e Debora Stefanelli<br />

Fornecedores<br />

E:light (luminárias Erco); FAS Iluminação (luminárias Ingo Maurer);<br />

Lumini (luminárias e sistemas lineares de LED); e Moooi (pendente<br />

da sala de jantar)<br />

74 75


PRODUTOS<br />

SKIM BLACK<br />

A Erco apresentou na Light + Building 2014 uma linha mais<br />

econômica como alternativa à família Quintessence. Sem abrir<br />

mão da qualidade e precisão dos produtos da fabricante alemã,<br />

a linha Skim possui uma tecnologia de conjunto óptico de lentes<br />

maciças, que proporcionam luz eficiente e ergonômica e, ainda,<br />

criam um elegante efeito luminoso no refletor. A linha, que é<br />

hoje um sucesso de vendas, traz uma novidade: a versão na<br />

cor preta, ideal para aplicação em forros escuros.<br />

www.erco.com<br />

No Brasil:<br />

e:light<br />

elight@goelight.com.br<br />

(11) 3062 7525<br />

ISHOP<br />

Desenhada por Carlo Colombo e produzida pela fabricante<br />

italiana iGuzzini, esse elegante sopt é a solução ideal para<br />

estabelecimentos comerciais que requerem altos níveis de<br />

iluminação e design elegante. A peça, fabricada em alumínio<br />

fundido, é extremamente flexível, graças às rotações possíveis<br />

de 360° sobre o eixo vertical e 90° sobre o plano horizontal.<br />

Utiliza LED C.o.B. com temperatura de cor de 3.000 ou 4.000K<br />

e dissipação passiva de calor. Está disponível nos tamanhos<br />

pequeno, médio e grande (96, 121 e 145 mm de diâmetro), nas<br />

cores preta e branca.<br />

iguzzini.com<br />

No Brasil:<br />

Osvaldo Matos<br />

osvaldomatos.com.br<br />

(11) 3045 3095<br />

EYE<br />

A luminária Eye, da fabricante brasileira Ledtec, oferece<br />

giro livre dos projetores na horizontal e na vertical graças à<br />

condução elétrica sem fios. Possui 2,5W por projetor, com fluxo<br />

de 190 lm – 10.660 cd/lm em 13°. Está disponível em versões<br />

de um, dois ou três projetores por torre, em alturas de 6; 8,5;<br />

10,7 e 16 cm e fachos de 13, 25 e 46° ou 14°+36° (elíptica).<br />

Diferentes lentes podem ser combinadas nos projetores da<br />

mesma torre.<br />

ledtec.com.br<br />

FRISO<br />

Fruto da parceria entre o Escritório Paulo Bruna, a empresa<br />

Stone Pré-Fabricados Arquitetônicos e a fabricante de luminárias<br />

Omega Light, o balizador Friso possui desenho inovador e elegante,<br />

com fenda lateral e difusor superior para demarcação do espaço.<br />

A luminária é produzida em concreto polimérico e alumínio e<br />

utiliza tecnologia LED (3W, 154 lm, 3.000K). Tem 140 mm de<br />

diâmetro e está disponível nas alturas 350, 600 e 1.000 mm.<br />

omegalight.com.br<br />

76 77


PARA SABER MAIS<br />

ÅF Lighting<br />

T +46 10 505 00 00<br />

afconsult.com/lighting<br />

Hiroyuki Miyake<br />

T +52 2528283<br />

hiroyukimiyake.com<br />

Mathew Penn<br />

T +44 7708641293<br />

matthewpenn.com/lighting<br />

Studio iluz<br />

T (21) 22678402<br />

studioiluz.com.br<br />

Castilha Iluminação<br />

T (11) 3877 0343<br />

castilhailuminacao.com.br<br />

Foco Luz e Desenho<br />

T (11) 5522 8096<br />

focold.com.br<br />

Illuminato Conceito em<br />

Iluminação<br />

T (62) 3216 3700<br />

illuminatoconceito.com.br<br />

Maja Petrić<br />

press@majapetric.com<br />

majapetric.com<br />

Pfarré Lighting Design<br />

T +49 89 540 4143 0<br />

lichtplanung.com<br />

Ricardo Heder – Lux Projetos<br />

T (11) 3093-8176<br />

luxprojetos.blogspot.com.br<br />

XML<br />

T +3120 6868 555<br />

x-m-l.org<br />

PATROCINADORES<br />

Arrow Brasil<br />

T (11) 3613 9300<br />

arrowbrasil.com.br<br />

página 39<br />

Eurolighting<br />

T (11) 3167 7828<br />

eurolighting.com.br<br />

página 11<br />

Lumini<br />

T (11) 3437 5555<br />

lumini.com.br<br />

4ª capa<br />

Philips Lighting<br />

T 0800 979 1925<br />

philips.com.br/lighting<br />

páginas 4 e 5<br />

Artemide / Cynthron<br />

T (11) 3846 8100<br />

cynthron.com.br<br />

página 7<br />

FLC<br />

T (11) 3933 3100<br />

flc.com.br<br />

página 35<br />

Lutron<br />

sacbrasil@lutron.com<br />

lutron.com/latinamerica<br />

página 15<br />

Steluti<br />

T (11) 3079 7339<br />

steluti.com.br<br />

página 37<br />

Aureon<br />

T (11) 3966 6211<br />

aureon.com.br<br />

página 21<br />

Itaim Iluminação<br />

T (11) 4785 1010<br />

itaimiluminacao.com.br<br />

3ª capa<br />

Luxion<br />

T (54) 3021 0007<br />

luxion.com.br<br />

página 31<br />

Sylvania<br />

T (11) 3133 2430<br />

sylvania-americas.com<br />

página 27<br />

Avant<br />

T: (11) 2085 0093<br />

avantsp.com.br<br />

página 33<br />

Lemca Iluminação<br />

T (11) 2827 0600<br />

lemca.com.br<br />

página 36<br />

Mantra<br />

T (41) 3026 8081<br />

mantraco.com.br<br />

páginas 12 e 13<br />

Ventana<br />

T (11) 4596 1100<br />

ventanabr.com<br />

página 17<br />

E:light<br />

T (11) 3062 7525<br />

cynthron.com.br<br />

página 23<br />

Light Design + Exporlux<br />

T (81) 3339 1654<br />

lightdesign.com.br<br />

2ª capa<br />

Omega Light<br />

T (11) 5034 1233<br />

omegalight.com.br<br />

páginas 8 e 9<br />

Euroled<br />

T (11) 3045 8670<br />

euroledbrasil.com.br<br />

página 29<br />

Lumicenter<br />

T (41) 2103 2750<br />

lumicenter.com<br />

página 19<br />

Osvaldo Matos<br />

T (11) 3045 3095<br />

osvaldomatos.com.br<br />

página 25<br />

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