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L+D 59

Edição: julho/agosto de 2016

Edição: julho/agosto de 2016

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SINAGOGA LINCOLN SQUARE, NOVA YORK<br />

E MAIS MAC-USP E ANEXO DA GALERIA MILLAN, SÃO PAULO<br />

THE BLAVATNIK SCHOOL OF GOVERNMENT, OXFORD (INGLATERRA) I LOJA CONCEITO PORTOBELLO, SÃO PAULO<br />

1


2 3


4 5


6 7


SUMÁRIO<br />

julho/agosto 2016<br />

edição <strong>59</strong><br />

48 72<br />

12<br />

AGENDA<br />

14<br />

¿QUÉ PASA?<br />

46<br />

SINAGOGA LINCOLN SQUARE<br />

Luz, simbologia, integração<br />

54<br />

MAC-USP – MUSEU DE ARTE<br />

CONTEMPORÂNEA DA UNIVERSIDADE DE<br />

SÃO PAULO E ANEXO DA GALERIA MILLAN<br />

Luz mais gentil<br />

60<br />

LOJA CONCEITO PORTOBELLO<br />

Sutileza rústica<br />

54<br />

70<br />

66<br />

72<br />

THE BLAVATNIK SCHOOL GOVERNMENT<br />

Concêntrico<br />

BANCO CETELEM<br />

Assimetria em evidência<br />

76<br />

ROYAL PHARMACEUTICAL SOCIETY<br />

80<br />

PRODUTOS<br />

8 9<br />

60<br />

20


Romulo Fialdini<br />

Thiago Gaya<br />

publisher<br />

SINAGOGA LINCOLN SQUARE<br />

Iluminação: Tillotson Design Associates<br />

Foto: David Sundberg, Esto Photographics Inc<br />

Orlando Marques<br />

editor-chefe<br />

INTEGRAÇÃO E TRAÇOS DE PERSONALIDADE<br />

PUBLISHER<br />

Thiago Gaya<br />

EDITOR-CHEFE<br />

Orlando Marques<br />

DIRETORA DE ARTE<br />

Thais Moro<br />

Promover a leitura e a compreensão dos espaços é somente um dos papéis<br />

que a luz pode exercer na nossa vida cotidiana. No caso do projeto de capa desta<br />

edição, a Sinagoga de Lincoln Square em Nova York, desenvolvido pelo escritório<br />

nova-iorquino Tillotson Design Associates, o caráter integrador da luz é exercido<br />

em sua plenitude. O projeto utiliza a transparência dos materiais da fachada para<br />

mostrar uma visão rara em projetos de sinagogas: o lado de dentro.<br />

Outras matérias de destaque nesta edição são o projeto do Museu de Arte<br />

Contemporânea de São Paulo e o da Galeria Millan, ambos desenvolvidos pelo<br />

escritório Franco Associados. Neles o conjunto de efeitos de luz apresentado é<br />

inspirado em traços de personalidade, como a gentileza e a agressividade.<br />

Trazemos ainda o projeto da sede da Cetelem em Barueri, desenvolvido pelo<br />

escritório Conforto Visual, e também o projeto da Loja Conceito Portobello, em São<br />

Paulo, criado pelas arquitetas da Foco Luz & Desenho.<br />

Da Inglaterra, dois projetos institucionais: a Faculdade de Governança Pública<br />

Blavatnik, na Universidade de Oxford, projeto da Hoare Lea para a arquitetura de<br />

Herzog & de Meuron; e o projeto para a sede da Sociedade Farmacêutica de Londres,<br />

desenvolvido pelo escritório multidisciplinar londrino BDP.<br />

O escritório parceiro Franco Associados é responsável pela matéria de destaque<br />

da seção ¿Qué Pasa?. Kubik é uma instalação para um evento de música eletrônica<br />

que roda o mundo e agora está em São Paulo. Ainda nesta seção, destaque para as<br />

premiações do IALD – International Association of Lighting Designers –, nos Estados<br />

Unidos, e as do Lighting Design Awards, na Inglaterra.<br />

Outras matérias de destaque explicam detalhes dos resultados da pesquisa<br />

sobre o ciclo circadiano do Laboratório de Cronobiologia e Sono do Hospital das<br />

Clínicas de Porto Alegre (ligado à Faculdade de Medicina da Universidade Federal<br />

do Rio Grande do Sul); as instalações dos artistas britânicos Liz West em North<br />

Lincolnshire, Inglaterra, e Bruce Munro no deserto da Austrália; e algumas luminárias<br />

do estúdio francês La Chance, que se autointitula como o novo design francês.<br />

REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />

André Becker Pennewaert, Carlos Fortes, Débora Torii,<br />

Fernanda Carvalho, Gilberto Franco e Valentina Figuerola<br />

IMPRESSA POR<br />

REVISÃO<br />

Débora Tamayose<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

Richard Schiavo<br />

Telma Luna<br />

CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />

Márcio Silva<br />

PUBLICIDADE<br />

Lucimara Ricardi | diretora<br />

Avany Ferreira | contato publicitário<br />

Paula Ribeiro | contato publicitário<br />

Suely Mascaretti | contato publicitário<br />

PARA ANUNCIAR<br />

comercial@editoralumiere.com.br<br />

T 11 2827.0660<br />

PARA ASSINAR<br />

assinaturas@editoralumiere.com.br<br />

T 11 2827.0690<br />

Boa leitura!<br />

TIRAGEM E CIRCULAÇÃO AUDITADAS POR<br />

Orlando Marques<br />

Editor-chefe<br />

Nesta edição, contamos<br />

com a colaboração<br />

do escritório parceiro<br />

Franco Associados, que<br />

assina a matéria sobre<br />

a instalação Kubik, do<br />

grupo Balestra Berlin,<br />

agora em São Paulo.<br />

PUBLICADA POR<br />

Editora Lumière Ltda.<br />

Rua Catalunha, 350, 05329-030, São Paulo SP, T 11 2827.0660<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

10 11


AGENDA 2016<br />

7º LEDFORUM<br />

Confirmando o sucesso conquistado em suas edições<br />

anteriores, a 7ª edição do LEDforum já esta com as inscrições<br />

esgotadas há cerca de dois meses do evento. Além das<br />

participações já confirmadas, foi anunciada ainda a participação<br />

da arquiteta e lighting designer peruana Claudia Paz, à frente do<br />

Claudia Paz Lighting Studio desde 2001. Pesquisadora ávida de<br />

novas soluções tecnológicas e conhecida internacionalmente por<br />

seus projetos e suas instalações com design artístico e inovador,<br />

Claudia foi selecionada como palestrante do evento pelo Programa<br />

Lux Brasil (uma plataforma para a inserção da indústria brasileira<br />

de iluminação no cenário internacional, viabilizada por meio de<br />

convênio entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e<br />

Investimentos – Apex-Brasil – e a Associação Brasileira da Indústria<br />

de Iluminação – Abilux).<br />

7º LEDforum<br />

18 e 19 de agosto<br />

Inscrições no site<br />

ledforum.com.br<br />

Divulgação<br />

EILD – ENCONTRO IBERO-AMERICANO<br />

DE LIGHTING DESIGN<br />

Simultaneamente ao LEDforum, será realizada a primeira edição<br />

do LEDforum.pro, por meio de parceria entre a Editora Lumière e a<br />

Arrow Brasil, empresa referência na distribuição de componentes<br />

eletrônicos. Voltado para os profissionais de engenharia de<br />

desenvolvimento, o evento adotará o formato de workshop,<br />

composto de aulas práticas e teóricas com profundo conteúdo<br />

técnico, além de oferecer um lounge dentro do espaço de exposição<br />

do LEDforum, onde estarão presentes alguns dos principais<br />

fabricantes internacionais de componentes eletrônicos. A inscrição<br />

no LEDforum.pro dá acesso completo ao LEDforum, e a realização<br />

de ambos os eventos no mesmo local contribuirá para a ampliação<br />

da abrangência do congresso, que passa a reunir uma gama ainda<br />

mais completa de profissionais ligados ao ramo da iluminação.<br />

LEDforum.pro<br />

18 e 19 de agosto<br />

Inscrições no site<br />

ledforumpro.com.br<br />

LEDFORUM.PRO<br />

Divulgação<br />

O planejamento do Encontro Ibero-Americano de Lighting<br />

Design continua cheio de novidades. Foram anunciadas no<br />

último mês de maio as duas propostas vencedoras do Concurso<br />

Internacional lançado em fevereiro e que serão executadas<br />

durante o Encontro, a ser realizado entre os dias 21 e 24 de<br />

setembro, na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Dentre os<br />

inúmeros projetos recebidos, provenientes de mais de dez países<br />

distintos, as propostas Ouro Preto Collage, de autoria do Primitivo<br />

Arquitectura, de Querétaro, México, e Campouro, criação do Oh<br />

my light! Studio, de Santiago, Chile, foram escolhidas pelo júri por<br />

sua natureza interativa, que potencializa o patrimônio e a paisagem<br />

da cidade de Ouro Preto, além de incentivar a colaboração de<br />

todos os participantes do Encontro e dos moradores da cidade. O<br />

forte enfoque no processo criativo que se destaca na linha editorial<br />

do evento tomará forma também por meio de atividades de<br />

investigação e observação, programadas para serem comandadas<br />

por especialistas no tema, como o renomado professor Charles<br />

Watson e a arquiteta Cristina Simão, dentre os participantes<br />

já confirmados. Todas as apresentações serão ainda seguidas<br />

por diálogos conduzidos por lighting designers reconhecidos<br />

internacionalmente, como o norte-americano recém-confirmado<br />

Steven Rosen, a fim de proporcionar debates ricos e inspiradores<br />

entre lighting designers e especialistas nos temas apresentados.<br />

EILD 2016<br />

Ouro Preto, Minas Gerais<br />

21 a 24 de setembro<br />

Inscrições pelo site eild.org<br />

12 13


Luxion<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CONFORTO CIRCADIANO<br />

Parece difícil imaginar como seria a vida humana nos dias<br />

de hoje sem a invenção da energia elétrica, que nos possibilitou<br />

aproveitar a iluminação artificial para prolongar nossas horas de<br />

produtividade, dentre muitos outros aparentes benefícios. No<br />

entanto, é igualmente importante observar e entender efeitos<br />

biológicos e fisiológicos causados por esse tipo de luz.<br />

Pensando nos efeitos cronobiológicos que a luz tem sobre<br />

o corpo humano e inspirados em proporcionar bem-estar<br />

e qualidade de vida àqueles expostos durante longas horas<br />

à iluminação artificial todos os dias, o fabricante brasileiro<br />

Luxion acaba de lançar a linha de luminárias Cicluz, projetada e<br />

produzida pela empresa para utilizar a inteligência circadiana, ou<br />

seja, variações na temperatura de cor da luz conforme o horário,<br />

mimetizando o comportamento da iluminação natural.<br />

Visando comprovar os benefícios de uma luz dinâmica sobre o<br />

organismo humano, a empresa foi uma das patrocinadoras de uma<br />

pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Cronobiologia e Sono do<br />

Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) – ligado à Faculdade<br />

de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul<br />

(UFRGS) –, conduzida pela mestranda Caroline Luísa Quiles, sob<br />

orientação da professora doutora Maria Paz Hidalgo.<br />

O experimento testou a resposta biológica de ratos de<br />

laboratório à exposição a dois tipos diferentes de luz: uma<br />

lâmpada de LED com espectro fixo, de 4.000K, e outra com<br />

espectro variável, cujas alterações na temperatura de cor<br />

foram programadas em um ciclo que leva seis horas para ir<br />

dos 2.700K aos 6.500K e mais dez horas para a troca gradual<br />

de 6.500K a 2.700K novamente. Ambos os grupos ficaram<br />

expostos, por 108 dias consecutivos, desde o nascimento, a<br />

dezesseis horas de luz e a oito horas de escuridão.<br />

Dados preliminares já obtidos surpreenderam as<br />

pesquisadoras, que não esperavam tantas alterações<br />

fisiológicas como consequência do teste. A exposição à luz<br />

fixa gerou tanto alterações metabólicas (ocasionando maior<br />

presença de gordura visceral no grupo de animais a ela<br />

exposto) quanto mudanças no tamanho de órgãos, como o<br />

cérebro, que apresentou tamanho reduzido em comparação<br />

aos ratos expostos à luz dinâmica.<br />

O grupo de pesquisa ainda está buscando respostas que<br />

esclareçam o motivo específico dessas alterações ou o que<br />

exatamente elas representam. No entanto, é possível afirmar<br />

que, além da já conhecida interferência da iluminação artificial<br />

sobre o chamado relógio biológico, ela também pode afetar<br />

nosso organismo e induzir ao surgimento de doenças como<br />

obesidade, depressão e problemas cardiovasculares, cuja<br />

ligação com a iluminação artificial era, até então, desconhecida.<br />

O próximo passo da pesquisa será estudar aplicações da<br />

iluminação circadiana em ambientes de maternidades, a fim de<br />

auxiliar na aceleração do crescimento e do desenvolvimento de<br />

neonatos, e em Unidades de Tratamento Intensivo, nas quais<br />

poderia contribuir com a orientação temporal dos pacientes.<br />

As possibilidades podem ir além dos ambientes relacionados<br />

à saúde, como prevê Fernanda Tissot, da Luxion, “pode haver<br />

também aceitação muito grande em ambientes de escritórios,<br />

nos quais ficamos às vezes até 12 horas seguidas sob luz artificial,<br />

sem janelas e sem noção de tempo e espaço”. (Por Débora Torii)<br />

14 15


Iwan Baan<br />

Iwan Baan<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LIGHTING DESIGN<br />

AWARDS 2016<br />

No dia 5 de maio foram entregues os prêmios da 40ª<br />

edição dos Lighting Design Awards, uma das mais prestigiosas<br />

premiações do universo da iluminação. A cerimônia aconteceu<br />

no Hotel London Hilton on Park Lane, na capital inglesa, e<br />

contou com a presença de mais de 700 profissionais ligados<br />

à área da iluminação.<br />

Entre os destaques, figura o escritório norte-americano Diller<br />

Scofidio + Renfro, que recebeu o prêmio na categoria Arquiteto<br />

do Ano, por seu sensível trabalho com iluminação natural. Já o<br />

escritório internacionalmente reconhecido Arup foi agraciado<br />

na categoria Prática de Lighting Design do Ano. Nessa edição, o<br />

escritório foi ainda indicado por cinco projetos diferentes, dentre<br />

os quais o do Museu The Broad, de arte contemporânea, em<br />

Los Angeles, Estados Unidos, pelo qual se sagrou vencedor na<br />

categoria Projeto de Iluminação Natural do Ano.<br />

O grande prêmio da noite foi entregue ao lighting designer<br />

alemão Gerd Pfarré, consagrado o Lighting Designer do Ano.<br />

Além disso, com seu escritório, o Pfarré Lighting Design,<br />

recebeu o prêmio na categoria Projeto de Retail do Ano, pelo<br />

Gerber Shopping Mall em Stuttgart, Alemanha; e uma alta<br />

recomendação na mesma categoria, por seu projeto para a loja<br />

Bolon Eyewear em Shanghai, China. (D.T.)<br />

Sander+Bastian, Stuttgart<br />

Sander+Bastian, Stuttgart<br />

16 17


18 19


¿QUÉ PASA?<br />

David Sundberg, Esto Photographics Inc.<br />

33º PRÊMIO IALD<br />

David Sundberg, Esto Photographics Inc.<br />

Chin-Ming Cheng<br />

Toshio Kaneko<br />

Montse Zamorano<br />

Statens Kunstfond<br />

Mais antigo e um dos mais tradicionais prêmios do universo<br />

da iluminação, o IALD (International Association of Lighting<br />

Designers) International Lighting Design Awards anunciou<br />

os vencedores de sua 33ª edição no último dia 27 de abril. Em<br />

cerimônia realizada no museu San Diego Air and Space, na<br />

Califórnia, Estados Unidos, foram reconhecidos, dentre os mais<br />

de 210 inscritos, 17 projetos que o júri, de quatro nacionalidades<br />

diferentes – composto de cinco membros do IALD, um designer<br />

de interiores e um arquiteto –, definiu como os de maior<br />

representatividade e excelência técnica e estética.<br />

O maior prêmio da noite foi conquistado pelo escritório<br />

norte-americano Tillotson Design Associates, pelo projeto de<br />

iluminação para a Sinagoga de Lincoln Square, em Nova York.<br />

Permeado por simbolismos religiosos, o projeto conquistou o<br />

Radiance Award for Excellence in Lighting Design, o prêmio de<br />

excelência conferido ao projeto com a maior pontuação segundo<br />

os jurados, que classificaram o edifício em “uma poética e<br />

inspiradora experiência espacial”, cuja iluminação da fachada de<br />

vidro integra de forma dinâmica o ambiente interior ao exterior e,<br />

ao mesmo tempo, confere-lhe atmosfera serena e sagrada.<br />

Na categoria Excelência, foi também reconhecido o projeto<br />

de iluminação para a Artron Book Wall, em Shenzhen, China, de<br />

autoria do Originator Lighting Design Consultants. Já o lighting<br />

designer Rafael Gallego – palestrante da 7ª edição do LEDforum –<br />

e a equipe da Aureolighting, além do prêmio de excelência, foram<br />

agraciados com o prêmio de sustentabilidade, por seu projeto<br />

para o posto de combustíveis Cepsa, em Adanero, Espanha.<br />

Na categoria Mérito, 13 projetos – dentre hotéis, mesquitas,<br />

restaurantes, estações e museus, localizados em seis países<br />

diferentes – foram premiados. Dois deles (o resort de luxo Aman<br />

Tokyo e o edifício multiuso Minna No Mori Media Cosmos, também<br />

laureado com o prêmio de sustentabilidade) são de autoria do<br />

lighting designer japonês Kaoru Mende e da equipe do Lighting<br />

Planners Associates. O projeto The Wall of Dreams, em Valby,<br />

Dinamarca, recebeu menção especial durante a cerimônia, graças<br />

ao seu engajamento social expresso através da luz, uma criação<br />

do lighting designer Vladan Paunovic, do Ramboll Lighting, com<br />

participação do artista dinamarquês Morton Søndergaard. (D.T.)<br />

20 21


22 23


¿QUÉ PASA?<br />

EM PROJETO<br />

Dando continuidade ao formato apresentado em sua 10ª<br />

edição, quando abandonou o apelo exclusivamente expositivo<br />

e transformou-se em uma plataforma de observação e<br />

reflexão crítica sobre a construção da cidade contemporânea,<br />

a 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo retoma a busca pelo<br />

fortalecimento da contribuição do projeto ao desenho urbano<br />

e à estruturação do território.<br />

Seu nome, “Em Projeto”, refere-se ao lugar do projeto<br />

no processo de construção da cidade e remete também ao<br />

significado da palavra em latim – “projetar-se, colocar-se<br />

na linha de frente”. O título também é reflexo da principal<br />

proposta desta edição, que é gerar projetos e intervenções<br />

concretas por meio do incentivo a um novo posicionamento<br />

sobre as possibilidades de atuação de indivíduos e de grupos,<br />

forjando formas experimentais de implementar e testar<br />

alternativas ao entendimento tradicional do “projeto” como<br />

forma de atuação do arquiteto.<br />

Realização do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), a<br />

11ª Bienal conta com um núcleo de produção de conteúdo/<br />

estruturador composto de direção geral (IAB-SP/Jose Armênio<br />

Brito Cruz), direção de conteúdo (Marcos L. Rosa), coordenação<br />

de estúdio (Catherine Otondo), assistência de direção geral (André<br />

Goldman) e assistência de direção de conteúdo (Bruna Montuori).<br />

A Bienal será dividida em dois módulos. Durante os<br />

meses que antecedem a exposição será colocado em prática<br />

um módulo produtivo e estruturador, focado no processo<br />

de produção de conhecimento e em sua aplicabilidade à<br />

cidade. O objetivo dessa etapa é – com enfoque em recortes<br />

predefinidos da cidade – identificar experiências existentes,<br />

promover discussões, gerar conhecimento, produzir ideias e<br />

resultar em possibilidades projetuais, que serão posteriormente<br />

disponibilizadas como um legado para a cidade na forma de<br />

oficinas, seminários, debates, concursos, rascunhos de leis,<br />

guias de projeto e diversas outras práticas experimentais.<br />

Para os organizadores, projetar é uma ação de caráter<br />

processual e multidisciplinar. Dessa forma, a participação<br />

é aberta a todos aqueles envolvidos na construção<br />

necessariamente coletiva da cidade, em um debate que vai<br />

além do projeto de arquitetura, abrangendo o planejamento<br />

da cidade como um todo – no qual uma das abordagens<br />

é ainda a iluminação no ambiente urbano. Por meio da<br />

participação de representantes dos mais diversos grupos,<br />

será possível a construção de um processo verdadeiramente<br />

participativo e colaborativo – a exemplo do que vem sendo<br />

realizado nos workshops da Semana da Luz – como forma de<br />

agregar conhecimentos distintos.<br />

A produção resultante dessa primeira etapa será<br />

traduzida em um segundo módulo, este sim expositivo, o qual<br />

incorporará a dimensão urbana em sua estrutura espacial e<br />

ocupará diversos espaços na cidade de São Paulo, de acordo<br />

com os recortes territoriais definidos na fase estruturadora.<br />

A revista <strong>L+D</strong> tem o prazer de anunciar que é uma das<br />

mídias apoiadoras da 11ª Bienal de Arquitetura. Ao longo das<br />

próximas edições, vamos divulgar e promover as notícias<br />

relacionadas ao evento, especialmente aquelas relacionadas<br />

com a luz e a iluminação nos ambientes públicos. (D.T.)<br />

24 25


Imagens: Hannah Devereux<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CALEIDOSCÓPIO<br />

Seguindo o sucesso de suas últimas instalações em<br />

grande escala, An Additive Mix e Your Colour Perception, ambas<br />

realizadas no ano passado, na Inglaterra, a artista baseada em<br />

Manchester, Liz West, inaugurou no último mês de maio sua<br />

mais nova obra, uma das mais ambiciosas até o momento.<br />

Em cartaz por pouco mais de um mês, Our Colour Reflection<br />

pode ser descrita como um misto de sensações, da ludicidade<br />

à contemplação. A instalação foi apresentada na galeria<br />

principal do 20-21 Visual Arts Centre, em North Lincolnshire,<br />

Inglaterra, localizada em uma antiga igreja inaugurada em<br />

1891 e convertida, após reforma financiada por conselhos<br />

e fundos ingleses e europeus, em centro de artes no ano de<br />

2001. Considerando a significância do espaço e o peso de sua<br />

história, West inspirou-se nos vitrais e na influência da luz no<br />

ambiente como espaço de culto e meditação, propondo uma<br />

experiência espacial diferente – física, emocional, psicológica<br />

e espiritual.<br />

São mais de 700 espelhos circulares de acrílico colorido,<br />

em uma área de mais de 100 m 2 , com diâmetros de 30 cm,<br />

40 cm, 50 cm e 60 cm, instalados horizontalmente sobre<br />

suportes cilíndricos de diferentes alturas. Suas superfícies<br />

refletem o teto e a arquitetura do local, possibilitando uma<br />

nova maneira de entender o espaço, além de projetar suas<br />

cores – são 15 tons diferentes – no interior do edifício, ao<br />

refletir a luz nelas incidente. Os visitantes também podem<br />

ver seus próprios reflexos, o que culmina em uma experiência<br />

um tanto quanto individual, o que também gera um diálogo<br />

entre o espectador, a obra e a arquitetura.<br />

Em todas as suas instalações, a artista costuma explorar<br />

a temática dos fenômenos sensoriais e as respostas físicas e<br />

psicológicas por eles provocadas. Para isso, utiliza sempre a<br />

luz e a cor como instrumentos de intensificação da percepção<br />

sensorial, fazendo da vivacidade e da cintilância a sua marca<br />

registrada nas instalações. (D.T.)<br />

26 27


uma verdadeira seleção de lighting designers espera por você<br />

Aleksandra Stratimirovic<br />

Sérvia/Suécia<br />

Ana Karina Camasmie<br />

Brasil<br />

Junia Azenha<br />

Brasil<br />

Andres Otero<br />

Brasil/Suiça<br />

Athanassios Danilof<br />

Grécia<br />

Colin Ball<br />

Reino Unido<br />

Deborah Burnett<br />

EUA<br />

Fernanda Carvalho<br />

Brasil<br />

Gilberto Franco<br />

Brasil<br />

Heinrique Reinach<br />

Brasil<br />

Maurício Mendonça<br />

Brasil<br />

Jonathan Rush<br />

Reino Unido<br />

Dr. Kevin Houser<br />

EUA<br />

Malcolm Innes<br />

Reino Unido<br />

Rafael Gallego<br />

Espanha<br />

18 e 19 de agosto de 2016<br />

Tivoli Mofarrej Conference Hotel<br />

São Paulo | Brasil<br />

www.ledforum.com.br<br />

Claudia Paz<br />

Peru<br />

www.ledforum.com.br<br />

28 29


Martin Peterdamm Photography + PixelHELPER.org<br />

Martin Peterdamm Photography + PixelHELPER.org<br />

Richard Hebstreit<br />

Martin Peterdamm Photography + PixelHELPER.org<br />

¿QUÉ PASA?<br />

GUERRILHEIROS DA PAZ<br />

E, se, em vez de armas, a opressão e o terrorismo pudessem<br />

ser combatidos com luz e arte? Essas são as ferramentas<br />

utilizadas pelo grupo alemão PixelHELPER, uma organização sem<br />

fins lucrativos que se dedica à luta contra o terrorismo e regimes<br />

totalitários, em defesa, principalmente, de minorias oprimidas<br />

e da liberdade de imprensa. A organização foi fundada em 2011<br />

pelo marroquino radicado na Alemanha Oliver Bienkowski, um<br />

experiente artista de luz que resolveu utilizar seus conhecimentos<br />

para atrair a atenção popular para esse tipo de questão.<br />

O grupo se define como uma força de guerrilha que<br />

busca a geração de fatos morais, arte política e generosidade<br />

humanitária, e suas crenças e ações baseiam-se nos princípios<br />

da Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade).<br />

Seus membros acreditam que a Alemanha tem posição<br />

privilegiada tanto no cenário político-econômico quanto no<br />

histórico – considerando suas experiências passadas com<br />

regimes ditatoriais – e tem, portanto, obrigação de utilizar esse<br />

privilégio para ajudar os necessitados.<br />

Suas ações consistem em projeções luminosas provocativas<br />

que costumam durar entre cinco e dez minutos, estampando as<br />

fachadas de importantes prédios – geralmente embaixadas – em<br />

grandes cidades alemãs, como Berlim e Frankfurt. As projeções<br />

são temporárias, portanto não causam nenhum dano físico às<br />

construções. No entanto, deixam uma marca duradoura na forma<br />

de fotos e vídeos, que são espalhados pelas mídias tradicionais e<br />

sociais, em escala global.<br />

Quanto maiores são a polêmica e as consequentes desavenças<br />

com a polícia (apesar de a lei alemã assegurar o direito de liberdade<br />

artística), maior é a atração para as ações do grupo, que conta,<br />

além da luz, com o auxílio de enormes e barulhentos geradores<br />

transportados por carros igualmente espalhafatosos visando<br />

chamar atenção para suas intervenções. Suas últimas projeções<br />

ocorreram nas fachadas das embaixadas da Turquia – onde foram<br />

exibidas caricaturas de Adolf Hitler e de Recep Tayyip Erdoğan,<br />

presidente da Turquia, retratados com muitas semelhanças entre<br />

si – e da Arábia Saudita – em ação contra o financiamento do<br />

terrorismo e pela soltura de prisioneiros políticos (blogueiros e<br />

ativistas) inocentes.<br />

A organização sobrevive por meio de doações e almeja que,<br />

futuramente, seu trabalho possa se espalhar por todo o território<br />

alemão e, de lá, por toda a Europa. “Nosso grande objetivo é o fim<br />

das guerras, a declaração da paz e a transferência das atenções<br />

para coisas positivas, como arte e cultura”, declaram seus<br />

organizadores. (D.T.)<br />

30 31


Imagens: Mark Pickthall<br />

¿QUÉ PASA?<br />

DESERTO LUMINOSO<br />

Durante sua viagem de despedida da Austrália após uma<br />

temporada de oito anos morando no país, o artista britânico<br />

Bruce Munro concebeu, no ano de 1992, o projeto Field of Light,<br />

inspirado pela imensidão do Parque Nacional de Uluru-Kata Tjuta<br />

– onde se localiza o monólito Uluru, o segundo maior do mundo,<br />

considerado patrimônio mundial pela Unesco –, onde acampava<br />

com sua noiva. Todavia, somente 24 anos depois, em 1º de abril<br />

deste ano, o artista pôde finalmente inaugurar a instalação no<br />

local de sua concepção.<br />

Nascida de uma visão de sementes desérticas dormentes<br />

que floresceriam durante a noite em resposta à chuva, a<br />

instalação foi realizada pela primeira vez por Munro em 2004,<br />

em um terreno ao fundo de sua casa, no condado rural de<br />

Wiltshire, na Inglaterra, atraindo visibilidade suficiente para<br />

que fosse convidado a repeti-la no Museu Victoria & Albert<br />

em Londres naquele mesmo ano. Diversas versões da série<br />

foram apresentadas no decorrer dos anos, no Reino Unido,<br />

nos Estados Unidos e no México, até finalmente chegar a<br />

Uluru, seu local de origem.<br />

Ocupando uma área de 49.000m 2 na propriedade do Ayers<br />

Rock Resort, em uma região tida como o centro físico e espiritual<br />

da Austrália (também chamado de “centro vermelho”, em razão<br />

da coloração do monte Uluru), a exibição intitulada Tili Wiru<br />

Tjuta Nyakutjaku (“Observação de inúmeras belas luzes”, em<br />

tradução livre da língua aborígine local) não poderia ser mais<br />

impactante. São, ao todo, 50 mil finas hastes contendo, cada<br />

uma, uma esfera de vidro fosco na extremidade, que brilha<br />

quando iluminada por 144 projetores, cujas luzes percorrem os<br />

mais de 380 quilômetros de fibras ópticas que conectam toda<br />

a instalação. Além de ser a de maior escala, a ambiciosa obra é<br />

também a primeira do artista a ser alimentada por luz solar, por<br />

meio de 36 painéis solares portáteis ali instalados.<br />

Em exposição até 31 de março de 2017, o objetivo do artista<br />

é que a instalação possa ser presenciada em todas as estações<br />

do ano. “O Field of Light em Uluru é inspirado pela cultura em<br />

sua estrutura e sua forma; uma descrição gráfica de todos os<br />

pensamentos e ideias da minha própria jornada. O conceito<br />

de tempo é importante, pois Uluru está indissociavelmente<br />

ligado a um passado significativo [...]. Os caminhos criados<br />

naturalmente pela obra de arte atrairão os visitantes para a<br />

instalação: meu passado, nosso presente, o futuro atemporal de<br />

Uluru”, descreve o artista. (D.T.)<br />

32 33


Ikan Corp<br />

¿QUÉ PASA?<br />

SONHO DE CONSUMO<br />

Já adentrou algum espaço no qual se impressionou<br />

com um projeto de iluminação admirável ou então com<br />

algum equipamento capaz de iluminar com uma qualidade<br />

impressionante? Com o espectrômetro recém-lançado pela<br />

empresa norte-americana Ikan Corporation, fabricante e<br />

distribuidora de equipamentos para produções cinematográficas<br />

e fotográficas, será possível descobrir detalhes do que está por<br />

trás dessas soluções.<br />

Direcionado aos profissionais do ramo cinematográfico para<br />

auxiliar na adequação das luzes às configurações de suas câmeras,<br />

o aparelho CV600 inova ao permitir a medição, em tempo real, de<br />

diversos parâmetros das fontes luminosas, o que pode também<br />

ter bastante utilidade no dia a dia dos lighting designers.<br />

Além de funcionar como luxímetro, o aparelho é capaz de<br />

demonstrar a composição do espectro das lâmpadas entre os<br />

comprimentos de onda de 380 nm e 780 nm. O espectrômetro<br />

ainda mede a temperatura de cor real da fonte luminosa e é<br />

capaz de calcular qual o filtro necessário para que essa fonte<br />

atinja a temperatura de cor ideal, tanto com relação a um valor<br />

introduzido manualmente quanto em equiparação a uma outra<br />

fonte luminosa com temperatura de cor diferente. Completando<br />

suas funções estão a medição do Índice de Reprodução de<br />

Cor – fornecendo não apenas o índice geral mas também o<br />

desempenho em relação a cada uma das 15 amostras de corespadrão<br />

definidas pelo CIE – e outras para usos mais específicos,<br />

como fotômetro e medidor de flicker.<br />

O equipamento foi desenvolvido pelo grupo taiwanês<br />

UPRtek e estará disponível para venda em breve no site do<br />

fabricante Ikan ou por meio de seus revendedores autorizados,<br />

distribuídos por mais de 50 países. (D.T.)<br />

34 35


36 37


Imagens: Someya-Sekitani Group<br />

¿QUÉ PASA?<br />

PELE DIGITAL<br />

Seria possível os tão promissores e aparentemente longevos<br />

equipamentos portáteis inteligentes, como smartphones<br />

e smartwatches, já estarem com seus dias contados? Se<br />

depender do professor Takao Someya, do Departamento de<br />

Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade de Tóquio,<br />

Japão, e de sua equipe, sim. O time de pesquisadores divulgou<br />

no último mês de abril a invenção de uma ultrafina e-skin,<br />

uma espécie de pele eletrônica capaz de funcionalizar a pele<br />

humana, transformando-a em um display digital.<br />

Ao contrário de tentativas anteriores de desenvolvimento<br />

de displays eletrônicos orgânicos, nas quais os materiais<br />

empregados eram ora robustos demais, limitando sua<br />

flexibilidade, ora pouco resistentes à oxidação de seus<br />

componentes orgânicos em contato com o ar, o professor<br />

Someya conseguiu, supreendentemente, que ambas as<br />

questões fossem solucionadas de maneira eficaz.<br />

O equipamento é constituído por um filme de apenas 3<br />

micrômetros de espessura – dez vezes mais fino que um fio de<br />

cabelo –, que, similar ao comum filme de PVC usado na cozinha,<br />

pode aderir à pele de qualquer parte do corpo. Esse material<br />

possibilitou que o display digital fosse o mais fino equipamento<br />

desse tipo já desenvolvido, sendo suficientemente flexível<br />

para acompanhar os movimentos corporais do usuário sem<br />

perder sua funcionalidade, além de agir como uma capa<br />

protetora, amplificando de forma significativa o tempo de<br />

vida do equipamento.<br />

Utilizando como matéria-prima os OLEDs (diodos<br />

emissores de luz orgânicos), os pesquisadores seguiram<br />

processos similares aos empregados na produção industrial<br />

de displays convencionais para smartphones e aparelhos<br />

de televisão. Dessa forma, supõem que a transição para<br />

a produção desse equipamento em grande escala não<br />

enfrentará grandes complicações. Os cientistas acreditam<br />

que, num futuro próximo, será possível utilizar essa<br />

tecnologia para monitorar a saúde humana, exibindo em<br />

tempo real a medição de sinais vitais. O professor Someya<br />

ainda vai além: “Um operário poderá ter as plantas de um<br />

edifício ou um diagrama elétrico exibidos diretamente em<br />

sua pele, sem que precise, para isso, carregar dispositivos<br />

pesados”, visiona. (D.T.)<br />

38 39


LEMCA FIT TÓKIO<br />

Perfil com LEDs para<br />

embutir na parede ou<br />

no teto.<br />

CONTROL ID<br />

Local: São Paulo<br />

Projeto de Iluminação: Rodrigo Jardim<br />

Projeto de Arquitetura: Basiches Arquitetos Associados<br />

Foto: Ricardo Bassetti<br />

Tel: |11| 2827.0600<br />

www.lemca.com.br<br />

led@lemca.com.br<br />

40 41


Imagens: Aude de Cazenove, Félix Forest, Joséphine Ory, Stanislas Wolf Stanislas Wolf<br />

¿QUÉ PASA?<br />

O NOVO DESIGN FRANCÊS<br />

A marca francesa de design de mobiliário, tapeçaria e<br />

luminárias La Chance foi, mais uma vez, um dos destaques da<br />

última edição do Salone del Mobile Milano, realizado entre os<br />

dias 12 e 17 de abril, em Milão, Italia. Desde a apresentação da<br />

marca na edição de 2012 do evento – quando a coleção tinha<br />

apenas 14 peças –, a arquiteta Louise Breguet e o empresário<br />

Jean-Baptiste Souletie, seus fundadores, procuram oferecer<br />

produtos de forte personalidade e qualidade, porém a<br />

produção em larga escala tornou possível sua comercialização<br />

a preços acessíveis.<br />

Com raízes no movimento Art Déco, La Chance<br />

ambiciona promover uma interpretação contemporânea<br />

da tradição ornamental e decorativa do mobiliário francês,<br />

resultando em coleções sofisticadas. Suas criações são<br />

sempre produzidas com materiais nobres e duradouros,<br />

como madeira maciça, metal, mármore, cortiça, couro, vidro<br />

soprado e lã. A mistura de diferentes materiais e cores em<br />

um mesmo produto é uma forte característica da marca,<br />

cuja filosofia de design é a exposição da estrutura dos<br />

objetos, tratada como elemento decorativo.<br />

Entre os produtos de iluminação apresentados neste ano,<br />

destacam-se as peças de piso Apollo, de mármore e vidro,<br />

cujo formato remete às cápsulas espaciais (que inspiraram seu<br />

nome); a arandela-escultura Sorcier, de metal, inspirada nas<br />

máscaras ritualísticas utilizadas pela etnia fang, do Gabão; e o<br />

abajur Tip Top, composto de dois domos de vidro sobrepostos,<br />

em um design surpreendente e inusitado.<br />

Todos os produtos da marca são oferecidos em duas versões,<br />

em uma referência ao tema da dupla personalidade explorado<br />

no romance O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson:<br />

uma linha otimista, lúdica e colorida, apelidada de Hyde; e outra<br />

versão mais sóbria, suave e luxuosa, denominada Jekyll. (D.T.)<br />

42 43


¿QUÉ PASA?<br />

CUBOS LUMINOSOS<br />

Criada em 2006, a Balestra Berlin é um grupo interdisciplinar<br />

de artistas de Berlim, Alemanha, famoso por sua criação, o<br />

Kubik, uma caixa-tanque que congrega luz, espaço, ambientação<br />

e som, de modo a criar singulares instalações em espaços<br />

urbanos ao redor do mundo.<br />

Cada nova instalação, segundo seus idealizadores, é<br />

encarada como um novo e único desafio criativo, seja para um<br />

pequeno coletivo de artes, seja para uma importante marca<br />

global. Cada tanque de água/luz é como um tijolo capaz de criar<br />

estranhas arquiteturas. Os desafios são ilimitados, já que se<br />

pode com eles criar salas ou ambientes de quaisquer dimensões,<br />

alturas e formações. Podem ser empilhados em torres, de modo<br />

a formar paredes estáticas ou dinâmicas, ser pendurados<br />

para formar tetos, ou mesmo ser colocados dentro da água<br />

como salas flutuantes. Cada projeto é especial e único. Do<br />

ponto de vista da luz, cada Kubik é entendido como um pixel,<br />

já que sua luz é controlada individualmente, permitindo que<br />

se criem padrões, formas, estruturas, cores e intensidades –<br />

variáveis segundo o script que se queira. Lançado pela primeira<br />

vez em Berlim, esse vibrante e singular objeto foi celebrado pela<br />

comunidade internacional “festeira” na Europa e no mundo,<br />

tendo sido repetido em instalações diversas por mais de trinta<br />

vezes em diferentes cidades. (Por Franco Associados – Gilberto<br />

Franco, Renata Bodi, Juliana Scialis)<br />

44 45


Na fachada, fitas de LED de 25 W/ml<br />

(3.000K) acima e abaixo de cada uma<br />

das cinco tiras sinuosas iluminam<br />

o tecido plissado que se encontra<br />

ensanduichado no vidro<br />

LUZ, SIMBOLOGIA, INTEGRAÇÃO<br />

Texto: Gilberto Franco | Fotos: Emile Dubisson, Studio<br />

Dubuisson / David Sundberg, Esto Photographics Inc<br />

No dia 27 de abril ocorreu em San Diego, Estados Unidos,<br />

o 33º Lighting Design Awards, o mais prestigioso<br />

prêmio de iluminação do mundo. O prêmio Radiance<br />

Awards deste ano coube ao escritório nova-iorquino Tillotson<br />

Design Associates, recebido pessoalmente por Ellen Sears<br />

pelo projeto de iluminação da Sinagoga Beit Midrash, na<br />

movimentada Lincoln Square, em Nova York.<br />

O projeto de arquitetura, do escritório CetraRuddy, partiu<br />

da compreensão da identidade dessa congregação e de sua<br />

necessidade de acomodar sua crescente expansão. A simbologia<br />

judaica e a força expressiva de suas imagens poéticas e bíblicas<br />

tiveram um importante papel na concepção arquitetônica e,<br />

posteriormente, no projeto de iluminação. Compreender de<br />

que modo os arquitetos, assim como os lighting designers,<br />

traduziram essa simbologia em suas proposições é essencial<br />

para penetrar na beleza dessa edificação.<br />

FACHADA<br />

Na fachada leste, que dá para a Lincoln Square, cinco faixas de<br />

vidro ondulado representam os cinco livros de um rolo aberto da<br />

Torá – a bíblia judaica –, formando uma sinuosa dança que dá as<br />

boas-vindas a seus visitantes. Entretanto, mais do que a simbologia,<br />

o grande destaque é sua semitransparência, separando diretamente<br />

a praça da sala de culto. Essa proposta tão inusitada em relação a<br />

outras sinagogas ao redor do mundo foi muito bem interpretada pelo<br />

projeto de iluminação.<br />

Cada uma das cinco faixas é formada por painéis de vidros duplos,<br />

intercalados por um tecido plissado de tom bronze metalizado,<br />

iluminado por linhas de LED fixadas em sulcos ao topo e à base<br />

interna deles. Os LEDs fazem o tecido brilhar, de modo a acender<br />

toda a fachada e ao mesmo tempo dar certa privacidade ao interior<br />

no período noturno, sem que, contudo, se perca a transparência. Os<br />

46 47


A iluminação rasante do tecido cria o brilho necessário para<br />

a percepção dos painéis sinuosos, ao mesmo tempo que<br />

vela parcialmente a percepção do interior. Foi necessário<br />

um minucioso trabalho de integração entre as disciplinas do<br />

projeto, principalmente do projeto da caixilharia, para que<br />

se conseguisse viabilizar a instalação e a alimentação dos<br />

aparatos de iluminação<br />

LEDs do topo de cada painel são cuidadosamente escondidos no sulco<br />

da caixilharia, enquanto os que estão na base dos painéis possuem<br />

um acrílico translúcido que os protege contra o acúmulo de poeira<br />

nos equipamentos. Os drivers das mais de 500 barras são remotos,<br />

o que fez com que toda a fiação em baixa tensão tivesse de correr<br />

horizontalmente através de estreitos sulcos até locais acessíveis ao<br />

norte e ao sul da fachada. Cada driver foi dimensionado para controlar<br />

dez unidades, somando, portanto, 50 drivers remotos.<br />

"Este projeto evidencia claramente a colaboração estreita entre<br />

todos os consultores de design", foi o comentário de um dos juízes<br />

do prêmio. "A iluminação contribui significativamente para uma<br />

experiência poética de espaço edificante e inspiradora, com<br />

uma fantástica integração dos equipamentos de iluminação<br />

por toda parte", completou.<br />

48 49


Na foto à esquerda, vemos a<br />

transição entre a fachada e a<br />

sala de culto. Os interstícios<br />

resultantes da intersecção<br />

dos diferentes painéis<br />

sinuosos são fechados com<br />

vidro horizontal. À direita,<br />

vemos a sala de culto, com<br />

inusitada vista para o exterior,<br />

circundada por painéis<br />

acústicos iluminados<br />

ÁREAS INTERNAS<br />

A circulação lateral que dá acesso à sala de culto tem o<br />

mesmo vidro da fachada, aqui emoldurado por painéis de madeira<br />

curvos. O vidro recebe o mesmo tratamento de iluminação,<br />

enquanto a madeira é iluminada por uma delgada sanca de<br />

LED. A iluminação do ambiente é indireta, através de cavidades<br />

escondidas na parede de pedra oposta.<br />

Já no santuário, a visão da luz sobre os painéis de vidro e tecido<br />

funciona como um fundo para a Arca Sagrada (o equivalente a<br />

um “altar”, onde são guardadas as escrituras sagradas), já que se<br />

localiza contra a fachada leste. No teto, 613 pequenas luminárias<br />

com LED (4,5 cm de diâmetro), distribuídas aleatoriamente sobre<br />

uma calota levemente convexa (por razões acústicas), iluminam<br />

o ambiente como se fossem estrelas, numa referência ao céu do<br />

deserto, outra importante representação no universo judaico. O<br />

número de luminárias, 613, por sua vez, expressa a quantidade<br />

de mitzvahs (boas ações) contidas na Torá.<br />

50 51


Na foto à esquerda, downlights em LED 10,5 W<br />

de 4,5 mm de diâmetro de facho aberto (3.000K)<br />

iluminam generosamente a sala de culto, além<br />

de criarem um fantástico efeito cenográfico que<br />

simula as estrelas do céu do deserto, importante<br />

referência na simbologia judaica. Na foto à direita,<br />

a dobradura dos painéis acústicos é reforçada por<br />

sancas de iluminação indireta escondidas no teto e<br />

entre as fileiras de painéis<br />

SINAGOGA LINCOLN SQUARE<br />

Nova York, Estados Unidos<br />

Projeto de iluminação:<br />

Tillotson Design Associates<br />

Ellen Sears, Susan Tillotson<br />

Projeto de arquitetura:<br />

CetraRuddy Architecture<br />

Fornecedores:<br />

IO Lighting, Philips/Lightolier, Starfire<br />

Os downlights no santuário são divididos em zonas a<br />

fim de permitir diferentes níveis de luz na Arca Sagrada, na<br />

Bimá (palanque elevado onde se celebram os casamentos),<br />

nos bancos e nos corredores, podendo dessa forma atender<br />

a diferentes eventos ou cerimônias. A disposição circular dos<br />

assentos é cercada por um painel acústico facetado. Fontes de<br />

LED alojados em rasgos, com difusores de resina, derramam<br />

uma luz suave sobre os painéis de madeira, acentuando sua<br />

volumetria.<br />

“Um bom detalhamento, um bom equilíbrio dos vários<br />

efeitos de luz e um conceito forte que justifica a escolha de<br />

cada um desses efeitos", escreveu outro juiz. "Nada é fora<br />

do lugar ou feito em excesso”.<br />

No corredor de acesso da<br />

rua (foto da direita), uma<br />

fresta muito fina de luz<br />

(LED 3.000K) desprende o<br />

forro da parede de madeira<br />

curva, valorizando-a. Do<br />

lado oposto, uma cavidade<br />

linear na parede com uma<br />

fita de LED 25 W/ml e<br />

facho assimétrico ilumina<br />

o ambiente através de luz<br />

rebatida pelo teto<br />

52 53


LUZ MAIS GENTIL<br />

Texto: Fernanda Carvalho | Fotos: Andrés Otero (MAC-USP) e Massimo Failutti (anexo da Galeria Millan)<br />

Com o fechamento dos caixilhos pelas paredes cenográficas<br />

que o projeto museográfico exigiu, o efeito de caixa luminosa<br />

que antes existia em razão da luz emanada pelos andares<br />

se perdeu. Para criar um efeito de dentro para fora, foram<br />

instalados projetores de vapor metálico 3.000K entre as paredes<br />

e os brises. As superfícies iluminadas e os brises em contraluz<br />

formam um efeito gráfico que reforça a existência desses<br />

elementos arquitetônicos criados para controlar a luz natural<br />

Dois projetos de grande relevância para o cenário da<br />

arte brasileira em São Paulo reafirmam, cada um a sua<br />

maneira, as premissas dos espaços da arte contemporânea.<br />

Ambos foram iluminados pelo experiente lighting designer<br />

Gilberto Franco, do escritório Franco Associados, também<br />

contratado para projetar a iluminação das sedes anteriores, o<br />

que resultou em uma valiosa experiência acumulada.<br />

O primeiro espaço, de arquitetura original de Oscar Niemeyer,<br />

foi renovado pelo escritório Borelli & Merigo e inaugurado em<br />

2012 para abrigar o MAC-USP – Museu de Arte Contemporânea<br />

da Universidade de São Paulo. Antes ocupando uma sede<br />

pequena e inexpressiva diante do acervo robusto de mais de<br />

10 mil obras, agora o MAC-USP ocupa sete andares do edifício<br />

que foi sede do Detran de São Paulo. Projetado por Niemeyer<br />

para ser o Palácio da Agricultura em 1954, o edifício passou<br />

por uma reforma complexa com a finalidade de transformar<br />

em museu o espaço anteriormente usado para atividades<br />

administrativas. A filosofia adotada e compartilhada com o<br />

projeto de iluminação foi trazer os elementos necessários<br />

aos novos usos e exigências, com o mínimo de interferência.<br />

O segundo espaço é um galpão na Vila Madalena transformado<br />

em galeria de arte contemporânea. O anexo da renomada<br />

Galeria Millan foi projetado pelos arquitetos Sérgio Kipnis e<br />

Fernando Millan com o intuito de ter espaços homogêneos<br />

e estéreis. O pressuposto era obter a máxima simplicidade<br />

com eficiência e o mínimo de informação possível.<br />

Guardadas as diferenças intrínsecas entre um projeto de<br />

arquitetura moderna cinquentista autoral e outro de arquitetura<br />

contemporânea típica de uma megalópole do século XXI, podemos<br />

ver entre eles diversas semelhanças. A mais marcante delas<br />

não é uma surpresa: os interiores dos edifícios transformamse<br />

no tradicional “Cubo Branco”, conceito definido por Brian<br />

O’Doherty em 1976 como tábula rasa da arte moderna, em<br />

que hipoteticamente a obra de arte é um objeto autônomo,<br />

totalmente isolada do mundo fora dela.<br />

54 55<br />

Andrés Otero


Andrés Otero<br />

À esquerda, na foto superior, o andar térreo do MAC-USP possui<br />

iluminação indireta, por meio de lâmpadas fluorescentes 3.000K<br />

refletidas pelas paredes, combinadas com luminárias para luz<br />

direta também com 3.000K. Nas demais fotos inferiores, as<br />

imagens do interior dos andares expositivos mostram as duas<br />

camadas de luz, que se complementam. Para criar efeitos mais<br />

dramáticos para destacar as obras, trilhos eletrificados suportam<br />

projetores para lâmpadas com IRC 100: PAR 30 e halógena<br />

refletora 111 com dois fachos de abertura. Para garantir controle<br />

de ofuscamento, os projetores têm “hoods” assimétricos e grelhas<br />

“honeycomb”. A regulagem de intensidade é feita individualmente<br />

por meio de dimmers acoplados aos projetores<br />

Os forros da Galeria Millan foram desenhados para criar a<br />

geometria ideal para que a luz indireta banhe com homogeneidade<br />

as paredes expositivas. Lâmpadas fluorescentes com temperatura<br />

de cor de 4.000K permitem que o visitante que chega da rua se<br />

adapte com mais naturalidade à luz artificial. Para dar flexibilidade<br />

à luz de destaque das obras, foram instalados trilhos eletrificados<br />

paralelamente às paredes. A cada exposição uma combinação<br />

diferente pode ser feita com os projetores em LED com temperatura<br />

de cor de 3.000K e três fachos de abertura – 10°, 25° e 35°<br />

Andrés Otero<br />

Essa convenção da assepsia foi amplamente adotada pelos<br />

mais diversos museus e galerias, tendo consciência, contudo,<br />

de que a obra de arte não é indiferente ao seu entorno. Ao<br />

contrário, por ser mais artificial para se tornar imparcial, o<br />

espaço pretensamente genérico tem particularidades capazes<br />

de interferir na fruição da obra e ser alterado por ela.<br />

LUZ GENTIL<br />

No que se refere à iluminação, notam-se mais semelhanças do que<br />

diferenças entre os dois projetos em questão. A primeira semelhança<br />

é a escolha da luz indireta como camada principal. Gilberto Franco<br />

não deixa de colocar em primeiro plano um ponto fundamental para<br />

a arte contemporânea: a aparente naturalidade com que a luz banha<br />

de forma uniforme as paredes brancas. Poeticamente ele descreve<br />

essa camada como “luz gentil” e estabelece uma analogia com o<br />

discurso direto e o indireto – como quem diz respeitosamente “você<br />

poderia fazer isso?”, em vez do imperativo “faça isso”. Gentileza<br />

é, assim, um termo perfeito para transmitir a ideia de que se trata<br />

de uma luz generosa, acolhedora, que não agride, interferindo,<br />

portanto, de forma sutil.<br />

Em ambos os projetos, Franco pôde continuar uma trajetória<br />

iniciada nas sedes anteriores e, dessa forma, aperfeiçoar e reafirmar<br />

descobertas das experiências passadas. Nos dois casos, a utilização<br />

de luz indireta foi um ponto importante nas antigas sedes que se<br />

repetiu nas atuais, por não provocar sombras das molduras na<br />

obra nem na parede. No MAC-USP a luz indireta aproveita-se do<br />

próprio edifício, e, como numa reverência à arquitetura autoral,<br />

é o próprio edifício que acaba por iluminar o espaço através do<br />

rebatimento da luz, “como uma nova camada de tinta que restaura<br />

uma feição original”, nas palavras do autor do projeto de iluminação.<br />

Já no anexo da galeria o efeito de luz indireta é obtido por<br />

meio de sancas invertidas, mas com uma particularidade: para a<br />

primeira Galeria Millan na década de 1980, após diversos estudos,<br />

Gilberto projetou um refletor especial assimétrico, inédito na época,<br />

que permitia banhar de maneira uniforme e sem ofuscamentos as<br />

paredes paralelas que receberiam trabalhos de grande formato.<br />

LUZ NATURAL<br />

Em razão da conservação das obras de arte, são poucos os<br />

museus e as galerias que optam por conviver com a luz natural.<br />

Incidência de raios ultravioleta, aquecimento do ambiente e altos<br />

índices com extrema variação de intensidade luminosa são os<br />

principais inconvenientes que a luz natural provoca. Não foi diferente<br />

com o MAC-USP nem com o anexo da Galeria Millan. O projeto de<br />

iluminação tirou partido do fato de ambos optarem por eliminar a<br />

entrada de luz natural por meio da construção de paredes cenográficas<br />

ao longo das aberturas verticais, utilizando-as como grandes planos<br />

brancos refletores de luz.<br />

REALCE DE COR<br />

No anexo da galeria foram instalados trilhos eletrificados<br />

para suportar projetores de LED com variadas aberturas<br />

de facho para complementar a luz homogênea gerada pela<br />

iluminação indireta. Com temperatura de cor de 3.000K, a<br />

luz direta traz destaque e brilho para as obras, que, sem esse<br />

recurso, ficariam com aparência opaca e pouca vibração de cor.<br />

O mesmo recurso foi usado anteriormente no projeto do MAC-<br />

USP, com a diferença de que nele foi utilizada tecnologia halógena<br />

nos projetores. Na época da implantação, os LEDs ainda não eram<br />

uma opção viável para essa aplicação.<br />

MANTENDO A MEMÓRIA<br />

DO EDIFÍCIO TOMBADO<br />

Se no galpão original do anexo a construção ordinária de paredes<br />

tortas e sem uma arquitetura eloquente dá lugar a um invólucro<br />

retificado e limpo com uma iluminação que a reforça, no MAC-<br />

USP a readequação da arquitetura buscou manter ao máximo o<br />

projeto original, levando o lighting designer a buscar soluções que<br />

revelassem a beleza intrínseca do edifício.<br />

No hall é possível perceber parte do edifício como era originalmente:<br />

Massimo Failutti<br />

Massimo Failutti<br />

56 57<br />

Andrés Otero<br />

Massimo Failutti


Andrés Otero<br />

Andrés Otero<br />

Massimo Failutti<br />

vê-se uma magnífica vista do Parque Ibirapuera e de seus arredores através<br />

dos brises verticais da fachada. No local apenas sancas retangulares iluminam<br />

os ambientes, buscando a menor interferência possível na arquitetura.<br />

A forte presença dos pilares em “V” dos pilotis do edifício de Niemeyer<br />

evocou a necessidade de uma luz que reforçasse sua natureza escultórica.<br />

O lighting designer somou efeitos de downlight e uplight para imprimir<br />

certa dramaticidade a esses elementos, que chamam a atenção pela<br />

beleza de quem passa pela avenida adjacente ao edifício.<br />

Os brises, elemento bastante característico do projeto de Niemeyer<br />

e que está presente nos edifícios “irmãos” que compõem o conjunto do<br />

Ibirapuera, foram valorizados pela iluminação de fachada. As fachadas de<br />

topo, de mármore branco, receberam iluminação frontal por uma combinação<br />

de projetores de diferentes fachos, de modo a obter uniformidade.<br />

SIMBIOSE<br />

Ao observarmos projetos tão diferentes em sua natureza e que<br />

têm por objetivo a mesma busca pela máxima neutralidade e mínima<br />

interferência, fica evidente o seguinte paradoxo: apesar de o senso<br />

comum atestar que o branco-plano-amplo é universal, sob a luz cada<br />

espaço revela-se de forma diferente. As obras de arte inseridas nesse<br />

ambiente preenchido de luz, pessoas e histórias também o modificam<br />

e são modificadas por ele.<br />

A imagem acima, à esquerda,<br />

mostra o anexo do MAC-<br />

USP, com pé-direito duplo,<br />

aproveitado para abrigar<br />

trabalhos de grandes<br />

formatos iluminados por<br />

projetores com lâmpadas<br />

halógenas. Na imagem do<br />

meio, a parede iluminada<br />

ao fundo reflete a luz, que<br />

se difunde suavemente pelo<br />

espaço. O complemento<br />

de luz pontual com arranjo<br />

flexível faz com que cada<br />

exposição possa ter a<br />

iluminação adequada. À<br />

direita, a sala de pé-direito<br />

duplo da galeria tem o mesmo<br />

tratamento das demais,<br />

porém recebe luz natural<br />

proveniente de aberturas<br />

altas e luz indireta com<br />

4.000K. Ao lado, os pilares<br />

em “V”, característicos do<br />

edifício de Niemeyer, são<br />

delineados na lateral com luz<br />

milimetricamente calculada<br />

que vem do piso e banhados<br />

frontalmente por luminárias<br />

de teto<br />

Andrés Otero<br />

ANEXO DA GALERIA MILLAN<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Franco Associados – Gilberto Franco.<br />

Colaboradores:<br />

Amanda Fellisbino, Renata Bodi<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Sérgio Kipnis, Fernando Millan<br />

Fornecedor:<br />

Lumini<br />

Palestrante do<br />

7º LEDforum<br />

MAC-USP – MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA<br />

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Franco Associados – Gilberto Franco<br />

Colaborador: Carlos Fortes (Estúdio Carlos Fortes)<br />

Colaboradores: André Rosas Oliveira, Juliana Scialis, Rafaela da Costa<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Oscar Niemeyer<br />

Projeto de restauro e reforma:<br />

Borelli & Merigo Arquitetura e Urbanismo<br />

Fornecedor:<br />

Lumini<br />

58 <strong>59</strong>


SUTILEZA RÚSTICA<br />

O sistema principal de iluminação da loja é composto de projetores orientáveis fixados em eletrocalhas sob as lajes nervuradas. São<br />

equipados com LED 28 W, 3.000K, com predominância de facho médio de 24° , exceto nas áreas de pé-direito duplo, onde também<br />

foi utilizado facho fechado de 12° . A iluminação geral do espaço é complementada por luminárias lineares difusas com lâmpadas<br />

fluorescentes tubulares T5 Eco 25 W, 3.000K. As mesas expositoras são iluminadas por meio de pendentes com design industrial,<br />

acompanhando o conceito do projeto de arquitetura<br />

Texto: Débora Torii | Fotos: Demian Golovaty<br />

A<br />

história entre o escritório paulistano Foco Luz &<br />

Desenho e a Portobello, considerada uma das maiores<br />

empresas de cerâmica do Brasil, teve seu início em<br />

meados de 2014, quando as arquitetas titulares Junia Azenha<br />

e Ana Karina Camasmie foram convidadas a desenvolver<br />

o projeto luminotécnico para a nova unidade da loja em<br />

Belo Horizonte. A marca passava, então, por um processo<br />

de reformulação de identidade visual e de merchandising<br />

e buscava também uma solução para a antiga insatisfação<br />

de seus donos com a iluminação das lojas existentes. Bemsucedido<br />

em atender às expectativas do cliente quanto à<br />

luminosidade geral do espaço, o novo conceito de iluminação<br />

proposto pela Foco também introduziu a tecnologia LED<br />

quase que na totalidade do ambiente, visando principalmente<br />

a otimização do consumo energético e da manutenção das<br />

luminárias, apesar do apertado orçamento disponibilizado.<br />

A parceria de sucesso repetiu-se então em 2015, com o<br />

convite para a iluminação da nova loja da Portobello em São<br />

Paulo, localizada na movimentada Avenida dos Bandeirantes.<br />

No entanto, o desafio dessa vez era um pouco maior, tendo<br />

em vista a preexistência de um projeto de iluminação – já<br />

implantado – para o local, cujo resultado não havia deixado<br />

o cliente satisfeito.<br />

Assim como o conceito arquitetônico já apresentado na<br />

loja mineira, a nova unidade paulistana também não possui<br />

forro de gesso, mas apresenta uma marcante laje nervurada<br />

de concreto aparente que, com pé-direito relativamente<br />

baixo em alguns lugares, contribui para deixar o espaço<br />

ainda mais escuro, além de tornar mais complexa a fixação<br />

dos equipamentos de iluminação. A solução proposta pelas<br />

lighting designers foi o uso de eletrocalhas, que, além de<br />

possibilitar a instalação, com flexibilidade, de projetores<br />

orientáveis, também permitiram a passagem de toda a fiação<br />

elétrica que os alimenta.<br />

As superfícies lisas e predominantemente brilhantes de<br />

porcelanatos, azulejos e demais revestimentos em exposição<br />

60 61


no local exigiram cuidado redobrado por parte do projeto de<br />

iluminação. Dispostas geralmente nas paredes, mas às vezes<br />

também no piso ou sobre mesas expositoras, essas placas<br />

necessitavam, ao mesmo tempo, de uma iluminação que<br />

lhes conferisse destaque – permitindo que suas cores, suas<br />

texturas e os demais detalhes pudessem ser revelados da<br />

melhor maneira possível – e uniformidade – sem prejuízos à<br />

visualização de suas amplas superfícies –, além de evitar o<br />

desconforto de ofuscamentos provenientes das superfícies<br />

brilhantes dos produtos.<br />

Quando as arquitetas foram chamadas para realizar o projeto,<br />

o sistema de eletrocalhas já havia sido desenhado e instalado.<br />

Mas os projetores foram dispostos sem o devido cuidado e<br />

em quantidade insuficiente para proporcionar iluminação<br />

adequada ao espaço. A Foco propôs então a substituição, o<br />

reposicionamento e a complementação desses equipamentos<br />

Acima, os pendentes sobre uma das<br />

mesas expositoras, aos quais foi<br />

acrescentado um difusor para amaciar<br />

o facho marcado proveniente da<br />

lâmpada utilizada LED PAR38,<br />

18 W, 3.000K. A iluminação das mesas<br />

é complementada pelos projetores<br />

instalados em seus perímetros. Na<br />

próxima página, o Café localizado<br />

no piso superior tem conceito de<br />

iluminação semelhante. A iluminação<br />

direta e difusa dos pendentes<br />

sobre o balcão é complementada<br />

por projetores direcionados para a<br />

bancada de apoio, atrás. Na imagem<br />

acima, à direita, ainda se pode notar a<br />

aplicação de luminárias lineares, que<br />

fornecem luz difusa e suave para a<br />

área de pé-direito duplo e para alguns<br />

espaços expositivos<br />

62 63


Para evitar ofuscamentos causados pelo brilho dos materiais expostos, os projetores que os iluminam foram equipados com dois tipos<br />

diferentes de grelha antiofuscamento: honeycomb quando o projetor ilumina frontalmente o objeto exposto e tipo cruzeta quando o protetor<br />

o ilumina lateralmente. Acima, a Sala Multiuso iluminada por meio das luminárias lineares difusas com lâmpadas fluorescentes tubulares,<br />

complementadas por projetores orientáveis no perímetro para iluminação dos painéis. Abaixo, a fachada da loja cuja predominância de planos<br />

envidraçados transforma os próprios painéis expositivos internos em vitrines. Foram utilizadas luminárias embutidas no piso, com iluminação<br />

de baixo para cima, para destacar a arquitetura – com LED 21 W, 10° – e o paisagismo – com LED 18 W, 25° e 35°<br />

conforme o conceito previamente elaborado para o projeto<br />

de Belo Horizonte e de acordo com o novo layout da loja (que<br />

também sofria alterações naquele momento), resultando em<br />

um conjunto de modificações que atingiu cerca de 90% das<br />

instalações que já haviam sido realizadas no local de acordo<br />

com o projeto de iluminação preexistente.<br />

Em geral, foram propostos projetores com LEDs em facho<br />

médio e com boa reprodução de cor, aos quais foram adicionadas<br />

grelhas antiofuscamento. A exceção foi a iluminação das mesas<br />

expositoras, sobre as quais as arquitetas propuseram pendentes<br />

com luz direta e difusa, de forma a aproximar a fonte luminosa<br />

da superfície a ser iluminada, já que esses são locais onde os<br />

clientes recebem um atendimento bastante personalizado.<br />

Assim, puderam obter luz direta, intensa e uniforme sobre toda<br />

essa superfície horizontal. O mesmo conceito foi aplicado na<br />

iluminação do balcão do Café, situado no piso superior.<br />

Além da iluminação de destaque, foram propostas luminárias<br />

lineares com fechamento de acrílico, também fixadas sob as<br />

eletrocalhas, que complementam a iluminação geral do espaço<br />

com luz difusa e conferem certo grafismo ao desenho do teto<br />

da loja, dialogando com a identidade visual da marca. Esses<br />

equipamentos foram dispostos principalmente nas áreas de<br />

pé-direito duplo, assim como na Sala Multiuso localizada no<br />

segundo pavimento, um pequeno auditório onde a Portobello<br />

receberá arquitetos para a realização de palestras.<br />

Ainda fizeram parte do escopo de trabalho da Foco as<br />

fachadas e o paisagismo na área externa da loja, ambos<br />

resolvidos de forma simples, por meio de iluminação pontual<br />

instalada no piso. O prazo apertado, o orçamento limitado e<br />

a entrada tardia do projeto de iluminação não as impediram<br />

de contribuir para a concepção de um espaço harmonioso e<br />

atraente, energeticamente eficiente e, claro, bem iluminado.<br />

Palestrante do<br />

7º LEDforum<br />

LOJA CONCEITO PORTOBELLO<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Foco Luz & Desenho – equipe: Junia Azenha, Ana Karina<br />

Camasmie, Adriana Leite e Luiza Costa<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Marchetti + Bonetti Arquitetos Associados<br />

Fornecedor:<br />

Omega Light<br />

64 65


CONCÊNTRICO<br />

Texto: André Becker Pennewaert | Fotos: John Cairns, Iwan Baan<br />

AUniversidade de Oxford, na Inglaterra, inaugurou no<br />

final de 2015 a Blavatnik School of Government, Projeto<br />

do escritório suíço Herzog & de Meuron, com lighting<br />

design da Hoare Lea.<br />

A escola é voltada à governança pública e tem como diretriz<br />

de suas atividades e premissa para seu projeto a famosa<br />

“transparência” – no sentido figurado politicamente, no sentido<br />

estrito arquitetonicamente –, um conceito muito repetido<br />

em política, arquitetura e iluminação, em que geralmente a<br />

facilidade da palavra se confronta com a dificuldade da realidade,<br />

acarretando uma série de contradições e complexidades. A<br />

seu favor, o projeto de Herzog & de Meuron e da Hoare Lea<br />

trabalha com essas tensões no ambiente construído interna<br />

e externamente.<br />

O lote fica numa das extremidades do campus inserido no<br />

plano de desenvolvimento urbano de Oxford “Radcliff Observatory<br />

Quarter”, em referência ao prédio histórico Observatório Radcliff,<br />

localizado na área. A quadra em questão abrange uma área total<br />

de 40.000 m 2 . O projeto da Blavatnik funciona também como<br />

portal de acesso ao corpo clássico da universidade.<br />

66 67


Os arquitetos buscaram formas recorrentes nos prédios<br />

históricos de Oxford, como o círculo e a ferradura, para equacionar<br />

o programa de funcionamento e a relação com o entorno.<br />

A base circular do edifício favorece a circulação fluida pelo<br />

lote, em direção a outros pontos da universidade. O edifício<br />

apresenta-se como uma “pilha” de formas geométricas básicas<br />

desalinhadas, todo envidraçado, em busca da transparência.<br />

Internamente, a visibilidade mútua foi premissa do partido<br />

arquitetônico, resolvendo o programa em torno de um átrio<br />

interno circular que abarca seus cinco pavimentos acima do<br />

solo. No ponto focal desse átrio fica o foyer de três auditórios<br />

moduláveis (que podem ser integrados), reforçando a centralidade<br />

do espaço como local de debate de ideias e explicitamente<br />

buscando o encontro formal e informal das pessoas.<br />

Mas, ao contrário de referências essenciais de átrios<br />

circulares que têm por objetivo a visibilidade interna, como<br />

o Guggenheim de Nova York ou a reforma da cúpula do<br />

Reichstag de Berlim, o corpo da Blavatnik não se desenvolve<br />

simetricamente sobre um eixo claro: tanto interna como<br />

externamente, os círculos que compõem seu espaço são<br />

deslocados, empilhados, alongados, às vezes alinhados pelo<br />

eixo, às vezes alinhados em tangentes, às vezes simplesmente<br />

desalinhados. Em alguns momentos, transformam-se em<br />

ferradura, em outros, uma metade vira um quadrado. Nada<br />

é tão simples hoje em dia.<br />

A própria transparência do projeto é bastante relativa: vidros<br />

duplos e camadas sobrepostas de fechamentos transparentes<br />

também isolam, refletem e bloqueiam, criando tensões naturais<br />

entre o possível, o real e a utopia; algo bastante adequado ao<br />

estudo de governos e práticas de administração. O próprio<br />

edifício foi possível graças a uma doação de 75 milhões<br />

de euros do bilionário inglês de origem ucraniana Leonard<br />

Blavatnik, figura polêmica em razão de seu enriquecimento<br />

durante a derrocada da União Soviética, mas também um dos<br />

principais filantropos contemporâneos.<br />

Dados o tema inequívoco do círculo como base do projeto e<br />

a grande permeabilidade do edifício à luz natural, a iluminação<br />

teve duas diretrizes dominantes: uma integração efetiva<br />

com o edifício, no aspecto formal, tecnológico e minimalista<br />

das soluções e das peças, e o uso da luz como elemento de<br />

conforto ambiental e cromático no espaço. A transparência<br />

do edifício, aberto ao céu inglês, acarreta uma luz bastante<br />

As peças que dominam a<br />

proposta de iluminação<br />

são anéis pendentes<br />

com diâmetro de 65 cm<br />

e cilindros pendentes<br />

com diâmetro de 45 cm,<br />

todos com espessura de<br />

5 cm, e lâmpadas LED<br />

(26 W, 27 W, 30 W,<br />

4.000K), com eficácia<br />

luminosa de 102 e 112<br />

lumens/Watt. Elas<br />

permitem iluminação<br />

direta e indireta (no<br />

caso das anelares), além<br />

de fixação por hastes em<br />

alturas distintas. Como<br />

o projeto se desenvolve<br />

em torno de um átrio<br />

central serpenteante,<br />

a disposição das<br />

peças reforça essa<br />

continuidade<br />

azulada e fria permeando todos os espaços; e também o<br />

concreto é um material frio, com tons acinzentados. Para<br />

alcançar tais resultados, a equipe de iluminação da Hoare<br />

Lea, por meio do sócio Jonathan Rush e do coordenador do<br />

projeto Ben Acton, calibrou com muito cuidado a temperatura<br />

de cor de toda a iluminação, buscando esquentar o espaço<br />

como um todo. A Hoare Lea também desenvolveu os projetos<br />

de mecânica, elétrica, hidráulica, acústica, sustentabilidade<br />

e otimização de performances dos sistemas.<br />

Dialogando com o elemento formal dominante da arquitetura,<br />

o projeto de iluminação optou por uma série de luminárias<br />

circulares para LEDs, com bordas finas (5 cm) de metal escuro<br />

e diâmetros de 65 cm, 45 cm e 20 cm. Em algumas peças, todo<br />

o diâmetro fica iluminado. Em outras, apenas o aro periférico,<br />

de 8 cm. Algumas peças são usadas para iluminação direta,<br />

outras proporcionam iluminação direta e indireta. Algumas<br />

são aplicadas sob a laje; outras possuem hastes, as quais<br />

eventualmente têm alturas diferentes. Ou seja, a proposta foi<br />

utilizar abundantemente essas pequenas variações do tema para<br />

iluminar e criar composições que acompanhassem o dinamismo<br />

do prédio, atendendo às diferentes solicitações técnicas.<br />

68 69


Na página oposta, no alto: um dos três auditórios do piso inferior. O foyer pode ser entrevisto através da madeira ripada. As<br />

luminárias cilíndricas com lâmpadas LED (29 W, 4.000K, 96 lm/Watt) são embutidas, mas com o mesmo diâmetro dos pendentes<br />

cilíndricos que caracterizam o projeto. Acima: no último pavimento, uma sala de estudos com a grande iluminação zenital que<br />

percorre todo o átrio. Os pendentes anelares com lâmpadas LED (35 W, 4.000K, 102 lm/Watt) são aplicados livremente. Acima,<br />

à direita: detalhe dos pendentes que caracterizam o projeto de iluminação. À esquerda, vista do átrio central, com o diálogo entre a<br />

arquitetura, a iluminação natural e a iluminação artificial<br />

Exemplos importantes de adaptações para diferentes<br />

casos são os difusores: nas áreas comuns, foi utilizado um<br />

difusor para máxima eficiência da luminária; nas salas de aula<br />

e nos escritórios, foram aplicados difusores antiofuscamento,<br />

assim como houve uso mais intenso de peças com iluminação<br />

direta e indireta simultaneamente.<br />

A Universidade de Oxford é bastante criteriosa nas metas<br />

de consumo energético, e o projeto espera consumir quase a<br />

metade da energia de projetos de uso e tamanho similares.<br />

Toda a iluminação é controlada por protocolo DALI, com<br />

sensores de presença e de iluminação natural, para que a<br />

iluminação artificial seja ligada apenas quando necessário<br />

e na quantidade necessária. O sistema será monitorado<br />

por dois anos pela Hoare Lea para adaptações, calibragem<br />

e ajustes.<br />

Palestrante do<br />

THE BLAVATNIK SCHOOL OF GOVERNMENT<br />

Oxford, Inglaterra<br />

Projeto de iluminação:<br />

Hoare Lea Lighting – Jonathan Rush (sócio) e Ben Acton<br />

(lighting designer executivo)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Herzog & de Meuron<br />

Projeto de elétrica, serviços, acústica, sustentabilidade e<br />

otimização de desempenho:<br />

Hoare Lea<br />

Cliente:<br />

Universidade de Oxford<br />

Fornecedores:<br />

Artemide, Hoffmeister, Orluna, Osram, RCL, Regent, Sylvania,<br />

Trilux, WILA, Zumtobel<br />

7º LEDforum<br />

70 71


Maíra Acayaba<br />

Com a intenção de evidenciar a assimetria do espaço, a iluminação ambiente do projeto é feita com um sistema linear de LED integrado ao forro<br />

(15 W/m e 3.000K). Na imagem acima, o forro da circulação e do estar das salas da diretoria recebeu revestimento especial de fórmica verdeescura.<br />

Luminárias circulares embutidas equipadas com LED PAR16, 8 W, 38° , 3.000K foram posicionadas na frente de cada porta, marcando<br />

assim a entrada das salas. A iluminação ambiente é complementada por pendentes cilíndricos equipados com módulo de LED 17 W, 2.000 lm,<br />

3.000K. O nicho na parede do estar recebeu uma linha de LED 15 W/m, 3.000K para destacar o revestimento do fundo do nicho e aumentar o<br />

contraste com a fórmica verde-escura, criando assim um ponto focal no ambiente. Nas imagens ao lado, luminárias lineares embutidas em forro<br />

modular (18W, 2.200 lm, 3.000k) iluminam uniformemente as áreas de trabalho. Luminárias circulares embutidas no forro de gesso (24W, 67°,<br />

2.120 lm, 3.000K) complementam a iluminação das áreas de trabalho e iluminam as áreas de estar do ambiente. A grande bancada de trabalho<br />

com desenho assimétrico é iluminada por pendente linear com distribuição direta e indireta (LED 15 W/m, 3.000K), acompanhando seu desenho<br />

Caio Amaral Falcão<br />

ASSIMETRIA EM EVIDÊNCIA<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Caio Amaral Falcão e Maíra Acayaba<br />

A<br />

iluminação da nova sede da empresa Cetelem, em Barueri,<br />

São Paulo, realça o desenho irregular e assimétrico do forro<br />

que se sobrepõe às áreas de trabalho. A ausência desse<br />

elemento sobre a circulação mantém aparentes as instalações<br />

técnicas no escritório de dois pavimentos projetado pelos arquitetos<br />

do Grupo Arealis Brasil. Destacar esse limite estabelecido pelo forro<br />

foi um dos principais objetivos do lighting designer Rafael Leão,<br />

do Conforto Visual, ao criar o projeto de iluminação do escritório.<br />

O contorno do forro que marca a “fronteira” entre espaços<br />

é destacado por um sistema linear de LED que propicia a<br />

sensação de luminosidade, garantindo boa adaptação visual<br />

ao longo dos espaços de transição. “Sugerimos à arquitetura<br />

a mudança da cor da espuma acústica de cinza para branca,<br />

cor mais adequada aos índices de refletância necessários para<br />

o sucesso da solução”, diz Leão.<br />

As estações de trabalho são iluminadas por luminárias retangulares<br />

de LED, embutidas em forros modulados em paginação aleatória,<br />

os quais estão distribuídos como “ilhas” em meio ao forro irregular,<br />

que se destaca na arquitetura de interiores. Quando necessário, a<br />

iluminação das áreas de trabalho é complementada por luminárias<br />

de embutir de LED, que ficam ao redor das placas de forro modulado.<br />

As “ilhas” de forro modulado e suas luminárias dialogam com o<br />

carpete de figuras geométricas coloridas para criar uma composição<br />

arrojada, contemporânea e mais dinâmica. Na área sem forro, ao<br />

longo das estações de trabalho, uma grande bancada é iluminada<br />

por um pendente linear de LED, que mimetiza sua irregularidade<br />

formal. Também sob a área sem forro, ambientes de estar e a<br />

recepção da diretoria são iluminados com pendentes cilíndricos<br />

de LED, que complementam os níveis de iluminância desejados.<br />

Com desenho irregular, assim como o forro principal, o volume<br />

72 73<br />

Caio Amaral Falcão


Ao lado, vista da circulação dos ambientes das salas<br />

de diretoria. Abaixo, a cafeteria recebeu uma solução<br />

de iluminação decorativa e com iluminância mais<br />

baixa para produzir uma atmosfera mais acolhedora.<br />

A bancada junto à parede foi utilizada como fonte de<br />

luz do ambiente, na qual foram aplicadas duas fitas de<br />

LED com diferentes fluxos para atingir o efeito desejado.<br />

Na parte inferior da bancada, para a iluminação do<br />

piso, foi embutida fita de LED com alto fluxo luminoso<br />

(15 W/m, 1.300 lm/m, 3.000K). Para a iluminação da<br />

área de trabalho, utilizou-se fita de LED com baixo fluxo<br />

luminoso (4,8 W/m, 450 lm/m, 3.000K)<br />

Ao adotar o padrão de um sistema linear LED para iluminação indireta, o projeto de iluminação favoreceu a unidade visual nos espaços.<br />

Acima, a escada de acesso ao pavimento superior é marcada por pendentes decorativos de grandes dimensões. À direita da imagem, junto<br />

à parede onde se encontram as mesas redondas, sanca para iluminação indireta e suave. Abaixo, vista das áreas de trabalho com ênfase<br />

nas soluções do projeto de iluminação, o que reforça o dinamismo do projeto de arquitetura<br />

Caio Amaral Falcão<br />

Caio Amaral Falcão<br />

BANCO CETELEM<br />

Barueri, São Paulo<br />

Projeto de iluminação:<br />

Conforto Visual – Rafael Leão<br />

Projeto de arquitetura e gerenciamento:<br />

Grupo Arealis Brasil – Enrico Benedetti,<br />

Jean François Imparato e Mariana Guedes<br />

Projeto de automação:<br />

Crestron Brasil<br />

Fornecedores:<br />

Lumicenter, Omega Light<br />

Caio Amaral Falcão<br />

central é contornado por uma sanca de LED junto à parede – o<br />

que destaca a forma da “ilha” central –, com complementação de<br />

iluminação difusa sobre as áreas sem forro. “A iluminação dos dois<br />

andares, quase que integralmente desenvolvida com tecnologia<br />

LED, é controlada por um sistema inteligente com protocolo<br />

DALI, que prevê o ajuste automático dos níveis de luminosidade<br />

de acordo com a disponibilidade de luz natural e a ocupação dos<br />

espaços”, explica Leão.<br />

O forro sobre a área de circulação das salas de gerentes<br />

e de diretores recebeu acabamento de fórmica azul. Nesse<br />

espaço, a solução de iluminação indireta, responsável pela<br />

luz ambiente, foi associada a pequenas luminárias de embutir<br />

de LED, que balizam os acessos às salas individuais. Outro<br />

importante elemento que compõe o layout são os estandes<br />

de reuniões informais, que contam com um quadro para<br />

apresentações inserido em um nicho na parede da divisória. “O<br />

projeto de iluminação aplicou uma solução simples: uma fita<br />

de LED dentro do nicho, oculta por um detalhe de marcenaria,<br />

que ilumina o quadro por cima”, finaliza o autor do projeto<br />

de iluminação.<br />

Maíra Acayaba<br />

74 75


A iluminação de baixa intensidade sob os patamares dos degraus da escadaria (fitas de LED 5,8 W/m, 144 lm/m, 3.000K) e a iluminação<br />

linear com facho assimétrico integrada aos corrimões (perfil de LED 14 W/m, 694 lm/m, 3.000K) contribuem na iluminação ambiente<br />

durante a noite. Como complemento, para destacar as obras de arte e as estantes, arandelas para lâmpadas fluorescentes T5, 28 W, 3.000K<br />

ROYAL PHARMACEUTICAL SOCIETY<br />

Texto: Carlos Fortes | Fotos: BPD<br />

A<br />

nova sede do Royal Pharmaceutical Society, sociedade<br />

britânica que reúne os profissionais do setor farmacêutico e<br />

as farmácias locais, foi projetada pelo escritório de arquitetura<br />

BDP Architects, que conta em seu time com equipes de interiores<br />

e de lighting design. O escritório foi responsável pela renovação de<br />

um antigo edifício comercial dos anos 1980, que agora abriga a nova<br />

sede da Sociedade. Situado em Londres, nas proximidades da doca<br />

St. Katherine, o projeto tinha como fundamento a adequação dos<br />

espaços internos do edifício, dotando-o de ambientes integrados e<br />

flexíveis que refletissem a missão e os valores da Sociedade. Além de<br />

criar condições adequadas de trabalho, desejava-se que os espaços<br />

fossem vibrantes e promovessem a convivência entre os funcionários,<br />

os membros da Sociedade e o público em geral.<br />

A organização tem por filosofia, além do desenvolvimento da<br />

profissão, o incentivo e o apoio a pesquisas e ao ensino, a fim de<br />

garantir a qualidade dos serviços prestados à sociedade. De acordo<br />

com Kristen Liedl, designer responsável pelo projeto, essa filosofia<br />

deveria estar claramente identificada no edifício. “O novo projeto<br />

gráfico e a identidade visual são elementos-chave que compõem o<br />

conceito proposto para as fachadas e as janelas. Nas áreas internas,<br />

a principal solicitação do cliente era que os espaços de trabalho<br />

traduzissem ambientes saudáveis, reforçando o sentimento de<br />

pertencimento, o profissionalismo, o status e a tradição, afirmando<br />

a imagem da Sociedade através do projeto de arquitetura. Esse<br />

conceito guiou todo o processo criativo”, diz Kristen.<br />

A recepção principal foi projetada para receber os visitantes de<br />

maneira acolhedora e envolvente. A área é aberta ao público, mas<br />

também dispõe de estações de trabalho disponíveis aos membros da<br />

Sociedade, as quais podem ser usadas para pesquisas ou reuniões.<br />

Há ainda salas privativas que podem ser locadas pelos membros para<br />

atividades esporádicas, além de uma ampla área para conferências<br />

que acomoda até 120 pessoas, destinada a palestras ou seminários.<br />

Colin Ball, lighting designer da BDP à frente do projeto, reitera os<br />

pontos de destaque para uma primeira leitura do espaço. “Valorizamos<br />

as superfícies verticais da recepção, concentrando a iluminação nas<br />

paredes mais distantes das fachadas, muitas das quais abrigam<br />

uma importante coleção histórica, a fim de reduzir o contraste<br />

com a iluminação natural. Em direção ao átrio central, a iluminação<br />

branco-quente foi focada nas superfícies de madeira da biblioteca,<br />

a fim de enfatizar, logo que se adentra o edifício, os princípios da<br />

Sociedade, com ênfase em pesquisa e conhecimento. Esse conceito<br />

foi desenvolvido em estreita colaboração com os arquitetos e com<br />

o cliente, para garantir o máximo de iluminação natural no espaço,<br />

sem comprometer a preservação de objetos sensíveis”.<br />

A coleção é constituída de um incrível e variado conjunto de<br />

artigos farmacêuticos, de cavalos-marinhos do século XVIII a<br />

analgésicos de última geração; de equipamentos de compressão<br />

dos anos 1800 a recipientes do século XVI. Essa importante coleção<br />

conta a história de como a farmácia mudou ao longo do tempo,<br />

o impacto dos remédios no corpo humano e como a indústria se<br />

76 77


A recepção, assim como as áreas de estar abertas ao público, dispõe de estações de trabalho para pesquisas ou reuniões. Para iluminação<br />

geral, foram usadas luminárias circulares embutidas no forro, de diâmetros variados (diâmetro 260 mm: 6 W, 460 lm, 4.000K; diâmetro<br />

660 mm: 31 W, 2.800 lm, 4.000K). As vitrines foram iluminadas por miniprojetores com fibra óptica, utilizando fontes de vapor metálico<br />

de 150 W, 3.000K. Luminárias decorativas completam a iluminação do ambiente<br />

Nas áreas do restaurante foram embutidas no forro luminárias retangulares triplas orientáveis para destaque das mesas. Junto às<br />

paredes, foram criadas sancas para iluminação indireta por meio de perfis de LED com comprimento 1.219 mm, com facho difuso<br />

(47,3 W, 2.809 lm, 4.000K)<br />

desenvolveu através dos anos. Essa narrativa é muito bem contada<br />

por uma meticulosa curadoria e ilustrada por uma série de retratos<br />

das figuras mais importantes na história da Sociedade.<br />

“Nós trabalhamos bem de perto com a curadora, Dawn Kemp,<br />

que teve um papel fundamental na forma como a história é contada,<br />

na sequência como tudo é exibido e em como gostaria de chamar<br />

o público para o espaço. Na sede anterior, essa exposição estava<br />

distribuída por vários andares e não era facilmente acessível ao<br />

público. Agora, a exposição realmente ajuda a contar a história por<br />

trás da Sociedade”, diz Kristen.<br />

Uma das principais características do projeto foi a criação<br />

de um núcleo central no espaço. O que costumava ser apenas<br />

um prisma de iluminação agora é um átrio aberto que abriga a<br />

biblioteca repleta de livros históricos e de obras de arte, aberta aos<br />

membros e aos funcionários para pesquisas e trabalho colaborativo.<br />

A escadaria, que se desenvolve ao longo do átrio interligando os<br />

andares de escritório, é um convite ao movimento, estimulando<br />

o bem-estar e a convivência.<br />

Enquanto durante o dia a abundante iluminação natural inunda<br />

os escritórios conectados entre si pelo átrio, à noite a iluminação<br />

artificial proporciona uma experiência dramática e acolhedora.<br />

“Mantendo o foco nos trabalhos artísticos, a densidade de consumo<br />

de energia é extremamente baixa, pois a luz é posicionada apenas<br />

onde a visão deve se concentrar. A iluminação de baixa intensidade<br />

localizada nos degraus da escadaria contribui significativamente<br />

na iluminação ambiente durante a noite, sendo complementada<br />

apenas por iluminação de destaque para as obras de arte e para as<br />

estantes. Este conceito, de enfatizar apenas os pontos de interesse,<br />

reduz as iluminâncias médias a níveis muito baixos. À noite, os<br />

ambientes de trabalho passam a apresentar a atmosfera de um<br />

clube exclusivo para os membros”, explica Colin.<br />

No topo do edifício, o terraço e o restaurante oferecem<br />

uma bela vista da cidade sobre a Torre de Londres. Esses<br />

ambientes, além de configurarem mais uma área de relaxamento<br />

e convivência, também podem ser locados para eventos privados.<br />

Essa possibilidade requer um sistema de iluminação flexível e<br />

adaptável a diferentes usos. Inundados pela luz do dia, os espaços<br />

de conferências e as áreas de refeições demandam uma ampla<br />

gama de diferentes configurações de iluminação, específicas<br />

para cada finalidade e para cada hora do dia. Um sistema de<br />

perfis contínuos embutidos no forro provê luz ambiente difusa<br />

e homogênea, própria para conferências durante o dia. Esse<br />

sistema, alternado com iluminação pontual dimerizada, permite<br />

a criação de diferentes cenas, transformando o espaço à noite<br />

e adequando a iluminação ao uso.<br />

Sintetizando, nas palavras de Kristen: “Esse foi um projeto<br />

complexo, em razão da grande variedade de aspectos, o que o<br />

torna mais interessante. O cliente se mostrou realmente satisfeito<br />

com o resultado, uma vez que o projeto atingiu os objetivos, e o<br />

resultado final reflete isso”.<br />

Palestrante do<br />

7º LEDforum<br />

ROYAL PHARMACEUTICAL SOCIETY<br />

Londres, Inglaterra<br />

Projeto de iluminação e arquitetura:<br />

BDP Architects<br />

Fornecedores:<br />

ACDC, Aether Lighting, Architectural<br />

Lighting Works, Color Kinectics, DW<br />

Windsor, Erco, iGuzzini, KKDC, Linear/<br />

Architainment Lighting, Louis Poulsen,<br />

Philips, Projection Lighting, Selux, Universal<br />

Fibre Optics, XAL, Zumtobel<br />

78 79


PRODUTOS<br />

FLASH<br />

A nova família de projetores para áreas externas da<br />

Iluminar oferece tanto opções para embutir – Flash Solo –<br />

quanto para fixação por espeto – Flash Finco –, disponível nas<br />

versões articulada e semiarticulada. Os equipamentos têm<br />

corpo de alumínio injetado e são equipados com LEDs (na<br />

versão pequena 1 x 5 W e na grande 3 x 5 W) dimerizáveis e<br />

com fachos de 15° ou 29°.<br />

www.iluminar.com.br<br />

AUSTERE-ELEMENTS<br />

Expansão da coleção Austere anteriormente lançada, a<br />

novidade da marca belga Trizo21 teve seu design inspirado em<br />

compostos moleculares. Suspensa por meio de sutis alças de<br />

couro, a luminária de teto é feita de bronze e permite infinitas<br />

combinações entre seus componentes. Cada uma das fontes<br />

luminosas utiliza LED de 6 W (490 lm) a 2.700K.<br />

www.trizo21.com<br />

MEN SOLE<br />

WORKS<br />

O sistema desenvolvido pelo designer Mario Nanni<br />

para a Viabizzuno é composto de prateleiras luminosas<br />

disponíveis em sete comprimentos diferentes, com duas<br />

opções de profundidade. Com acabamento de alumínio<br />

polido, pintura preta ou vidro, são fixadas e eletrificadas por<br />

meio de cremalheiras de liga metálica condutora, podendo<br />

também ser embutidas em outras peças de mobiliário. Cada<br />

prateleira abriga dois perfis de LED lineares, com 12,5 W/m<br />

a 3.000K cada.<br />

Recém-lançada pela Light Design+Exporlux, a linha de<br />

embutidos circulares com design minimalista possui LED<br />

integrado, difusor recuado e refletor antiofuscante de alto<br />

rendimento. As luminárias tanto podem ser de alumínio como<br />

ter pintura branca e estão disponíveis em dois diâmetros: 170<br />

mm, com LED de 12 W (900 lm), e 225 mm, com LED de 25 W<br />

(2.000 lm). Elas oferecem ainda duas opções de temperatura<br />

de cor (3.000K e 4.000K) e de facho (60° e 90°).<br />

www.lightdesign.com.br<br />

No Brasil:<br />

e:light<br />

goelight.com.br<br />

80 81


PARA SABER MAIS<br />

BDP<br />

bdp.com<br />

Franco Associados<br />

T 11 3064 6861<br />

La Chance<br />

lachance.fr<br />

Bruce Munro<br />

T +44 (0)1985 845 228<br />

brucemunro.co.uk<br />

Conforto Visual<br />

confortovisual.com.br<br />

T 11 3088 4697<br />

Foco Luz & Desenho<br />

+55 11 5522 8096<br />

focold.com.br<br />

Hoare Lea<br />

hoarelealighting.com<br />

IALD<br />

T +1 312 527 3677<br />

iald.org<br />

Ikan<br />

T +1 713 272 8822<br />

ikancorp.com/<br />

Lighting Design Awards<br />

awards.lighting.co.uk<br />

Liz West<br />

liz-west.com/<br />

Pixel Helper<br />

T +49 163 71 666 23<br />

pixelhelper.org/en/<br />

Tillotson Design Associates<br />

tillotsondesign.com<br />

PATROCINADORES<br />

Arrow Brasil<br />

T (11) 3613 9300<br />

arrowbrasil.com.br<br />

página 25<br />

Ledtec<br />

T (11) 3729 7989<br />

ledtecbrasil.com<br />

página 17<br />

Oplus Led Brasil<br />

T (11) 5051 1942<br />

oplusledbrasil.com<br />

página 35<br />

Stillux<br />

T (11) 2898 9921<br />

stillux.com<br />

página 15<br />

Aureon<br />

T (11) 3966 6211<br />

aureon.com.br<br />

página 33<br />

Lemca Iluminação<br />

T (11) 2827 0600<br />

lemca.com.br<br />

página 41<br />

Osram | Ledvance<br />

T 0800 55 7084<br />

osram.com.br<br />

páginas 11, 29 e 43<br />

Syflar<br />

T (11) 3228 4326<br />

syflar.com.br<br />

página 39<br />

Artemide/Cynthron<br />

T (11) 3846 8100<br />

cynthron.com.br<br />

página 9<br />

Light Design + Exporlux<br />

T (81) 3339 1654<br />

lightdesign.com.br<br />

2ª capa<br />

Osvaldo Matos<br />

T (11) 3045 3095<br />

osvaldomatos.com.br<br />

4ª capa<br />

Sylvania<br />

T (11) 3133 2430<br />

sylvania-americas.com<br />

página 31<br />

E:light<br />

T (11) 3062 7525<br />

cynthron.com.br<br />

página 9<br />

Lutron<br />

sacbrasil@lutron.com<br />

lutron.com/latinamerica<br />

página 27<br />

Schréder<br />

T (19) 3856 9680<br />

schreder.com.br<br />

página 13<br />

Unitron<br />

T (11) 3931 4744<br />

unitron.com.br<br />

página 37<br />

Iluminar<br />

T (31) 3589-1400<br />

iluminar.com.br<br />

página 4 e 5<br />

Luxion<br />

T (54) 3021 0007<br />

luxion.com.br<br />

página 23<br />

Steluti<br />

T (11) 3079 7339<br />

steluti.com.br<br />

página 19<br />

Ventana<br />

T (11) 4<strong>59</strong>6 1100<br />

ventanabr.com<br />

página 21<br />

Itaim Iluminação<br />

T (11) 4785 1010<br />

itaimiluminacao.com.br<br />

3ª capa<br />

Omega Light<br />

T (11) 5034 1233<br />

omegalight.com.br<br />

páginas 6 e 7<br />

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