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ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - <strong>2000</strong><br />

VEGETAÇÃO E RECURSOS FLORÍSTICOS<br />

Potencial Florestal da Amazônia<br />

O IBGE, através de inventários florestais,<br />

realizados pelo Projeto RADAMBRASIL e<br />

publicados nos seus relatórios, fornece<br />

dados sobre a potencialidade florestal e,<br />

na medida do possível, uma orientação<br />

prática da utilização desses recursos.<br />

Apresenta também uma classificação<br />

do potencial florestal de cada estrato<br />

estudado, bem como estima a média de<br />

toda a população. Com esses resultados<br />

podem-se estabelecer as variações da<br />

disponibilidade de áreas e volumes.<br />

Comparando-se os resultados dos<br />

inventários realizados na Amazônia,<br />

comprova-se que, estatisticamente, tendem<br />

a igualdades volumétricas as Regiões<br />

Fitoecológicas da Floresta Ombrófila Densa<br />

e da Floresta Ombrófila Aberta.<br />

Verifica-se que essas florestas, embora<br />

heterogêneas sob múltiplos aspectos,<br />

apresentam características homogêneas<br />

em relação a certas variáveis. Entretanto,<br />

a mesma Região Fitoecológica pode<br />

apresentar variações significativas quanto<br />

aos aspectos qualitativo e comercial.<br />

Estas variações são bem acentuadas<br />

pelo posicionamento geográfico das<br />

populações em vista da diferença de<br />

resultados dos inventários nas partes<br />

setentrionais e meridionais, ocidentais e<br />

orientais da Amazônia.<br />

Observa-se que em uma mesma área ou<br />

meio fisionomicamente homogêneo<br />

ocorrem variações bastante acentuadas na<br />

composição volumétrica, quando são<br />

individualizadas as parcelas amostradas.<br />

Essas variações ocorrem dentro de cada<br />

estrato, quando se procura qualificar o<br />

potencial volumétrico, tanto no aspecto de<br />

sanidade aparente dos indivíduos que<br />

compõem os parâmetros estimados, quanto<br />

no comercial. O potencial bruto dos estratos<br />

mostra que a floresta, sendo um sistema<br />

natural, tende a manter o equilíbrio entre as<br />

unidades morfoestruturais que a compõem.<br />

Distribuição e Ocorrência<br />

de Espécies<br />

Um estudo com essa finalidade é de<br />

suma importância, tanto no aspecto<br />

econômico como para caracterizar a<br />

estrutura distributiva das espécies.<br />

Sabe-se que, embora essas florestas<br />

sejam extremamente heterogêneas na<br />

sua composição florística, sempre há<br />

uma afinidade em termos de<br />

distribuição de grupos de espécies.<br />

Logicamente essa associação está<br />

numa razão direta com outras variáveis<br />

que proporcionam o desenvolvimento<br />

de cada espécie.<br />

A distribuição descontínua de espécie é<br />

uma característica natural nas Florestas<br />

Ombrófilas Densa e Aberta. Cita-se ainda<br />

que o caso das espécies com tendência<br />

a gregarismos não é um problema de<br />

simples multiplicidade, porém a<br />

dominância desta ou daquela espécie,<br />

em áreas limitadas, está condicionada a<br />

fatores físicos e biológicos. A tendência<br />

de algumas delas é discrepante na<br />

estrutura clássica duma floresta<br />

heterogênea e influi bastante no seu<br />

aproveitamento racional e ordenado.<br />

Quanto ao seu aspecto comercial, se<br />

os agrupamentos ocorrem próximo às<br />

áreas de fácil acessibilidade, a<br />

exploração será mais acentuada e<br />

haverá quebra de equilíbrio, afetando<br />

desta forma a sua estrutura.<br />

O comportamento específico deve ser<br />

analisado, pois, às vezes, a ocorrência de<br />

certas espécies é bem generalizada, mas<br />

nem sempre o seu comportamento é o<br />

mesmo. Existem algumas que<br />

aparentemente não estão biologicamente<br />

bem adaptadas, como, por exemplo, as<br />

que ocorrem com indivíduos adultos nem<br />

sempre em boas condições de porte e<br />

sanidade, não apresentando plântulas nem<br />

espécimes em estágios de desenvolvimento<br />

ou então em número muito reduzido.<br />

A alternância de ocorrência das<br />

espécies ou grupos de espécies,<br />

condicionada aos fatores físicobiológicos,<br />

é bem caracterizada quando<br />

se estuda uma área com diferentes<br />

fisionomias. Essa desuniformidade<br />

distributiva gera, automaticamente, uma<br />

diferença volumétrica quando se<br />

correlacionam os volumes em função das<br />

classes de ocorrência.<br />

A relação interespecífica de vários<br />

tipos com sucessão, fluxo energético,<br />

ciclagem de nutrientes e outros<br />

mecanismos de controle, que influenciam<br />

no ajuste da espécie ao meio, reflete na<br />

produtividade de uma área em relação<br />

aos grupos de espécies. A própria<br />

diferenciação climática ou pedológica<br />

provoca uma variação na sua distribuição<br />

geográfica, originando, assim, uma<br />

zonação latitudinal e longitudinal.<br />

Saindo-se do estudo em nível de<br />

espécies e agrupando-as em termos de<br />

uma classificação comercial, observar-seá<br />

que a zonação propiciada pela<br />

distribuição geográfica é muito importante<br />

no sentido de planejamento racional da<br />

floresta. Obtendo-se a estimativa<br />

quantitativa e qualitativa da cobertura<br />

florestal, e associando-as a outras variáveis<br />

necessárias à caracterização duma área<br />

florestal, poder-se-ão criar núcleos<br />

produtivos, o que facilitará a explotação e<br />

a ordenação da mesma.

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