Novembro/2016 - Referência Florestal 180
Visitantes
Visitantes
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
"Um dos grandes desafios para mitigar os efeitos<br />
das mudanças climáticas é como remunerar projetos<br />
sustentáveis que ajudem a cumprir esses objetivos. Uma<br />
das alternativas são os Green Bonds"<br />
geração de energia e, em muitas unidades, exporta energia para<br />
o grid; e as empresas de painéis de madeira também utilizam a<br />
biomassa como fonte de energia para seus processos produtivos. A<br />
Empresa de Pesquisa Energética estima que até 2020, a produção<br />
de energia a partir de biomassa florestal deve chegar a 22 TWh<br />
(terrawatts-hora), o equivalente a quase 25% de toda a produção<br />
de Itaipu em 2015, e, até 2050, pode atingir 70 TWh. A demanda de<br />
madeira para bioleletricidade projetada para os próximos quatro<br />
anos está amparada, basicamente, nos empreendimentos que<br />
já comercializaram energia de biomassa florestal nos leilões do<br />
setor elétrico. No total, estão previstos 70 milhões de m3 (metros<br />
cúbicos), aproximadamente todo o volume que é destinado hoje<br />
no país para a fabricação de papel e celulose, madeira e carvão<br />
vegetal. Pela projeção da EPE, o Brasil tem potencial para dobrar<br />
seus plantios florestais nas próximas décadas, alcançando 15 milhões<br />
de hectares, dos quais 3,8 milhões de ha seriam destinados<br />
à produção de energia.<br />
Como as empresas de base florestal podem se beneficiar dos<br />
green bonds?<br />
Um dos grandes desafios para mitigar os efeitos das mudanças<br />
climáticas é como remunerar projetos sustentáveis que ajudem a<br />
cumprir esses objetivos. Uma das alternativas são os Green Bonds,<br />
títulos de dívida que determinam que os recursos captados sejam<br />
aplicados em projetos ambientalmente sustentáveis. Ao realizar<br />
operações com os Green Bonds, além de contribuir para a construção<br />
da economia verde, entregando à sociedade benefícios<br />
socioambientais, as empresas habilitadas ganham potencial para<br />
ampliar a base de potenciais investidores e gestores de ativos,<br />
aumentar o seu raiting, além de ganho de imagem e reputação<br />
corporativa. Os Green Bonds possuem spread reduzido e uma alta<br />
demanda no mercado, porém é necessário ainda estabelecer o<br />
mercado de Green Bonds no Brasil, criando mecanismos para que<br />
os títulos corporativos ganhem competitividade perante os títulos<br />
públicos, tanto em incentivos fiscais como em taxas competitivas.<br />
Apenas como ilustração, uma estimativa realizada pela organização<br />
inglesa Climate Bonds Initiative, prevê que esses papéis movimentem<br />
Us$ 100 trilhões.<br />
Brazilian steel industry is the only one in the world to produce<br />
green steel from charcoal; the Pulp and Paper Sector is practically<br />
100% self-sufficient in energy, using the residue from the<br />
manufacturing process for power generation and, in many units,<br />
exports energy to the grid; and wood panel manufacturing companies<br />
also use biomass as an energy source for their production<br />
processes. The Empresa de Pesquisa Energética estimates that<br />
by 2020, the production of energy from forest biomass should<br />
reach 22 TWh, the equivalent of almost 25% of all Itaipu production<br />
in 2015, and by 2050, could reach 70 TWh. The demand<br />
for timber for bioelectricity projected for the next four years is<br />
based, basically, on enterprises that have sold energy from forest<br />
biomass in Electricity Sector auctions. In total, 70 million cubic<br />
meters are foreseen, where, today, almost all the volume produced<br />
in the Country, is destined for the manufacture of pulp<br />
and paper, lumber and charcoal. According to EPE projections,<br />
Brazil has the potential to double its forest plantation area in the<br />
next decades, reaching 15 million hectares, of which 3.8 million<br />
hectares would be intended for energy production.<br />
Can forest-based companies benefit from Green Bonds?<br />
One of the greatest challenges to mitigate the effects of climate<br />
change is how to compensate sustainable projects that help<br />
meet these goals. One of the alternatives is the Green Bond, a<br />
debt security that determines that the funds raised will be invested<br />
in environmentally sustainable projects. To perform operations<br />
with Green Bonds, in addition to contributing to the construction<br />
of a green economy, delivering environmental benefits<br />
to society, issuing companies gain the potential to broaden the<br />
base of potential investors and asset managers, an increase in<br />
their ratings, plus benefits as to image and corporate reputation.<br />
Green Bonds have a lower spread and high market demand, but<br />
it is still necessary to establish a market for Green Bonds in Brazil,<br />
creating mechanisms for corporate bonds to gain competitiveness<br />
in the face of government bonds, both in tax incentives as<br />
to competitive rates. Just as an illustration, the English organization<br />
Climate Bonds Initiative estimates this market to be $100<br />
trillion.<br />
<strong>Novembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
35