Futebol Europeu A Mudança chegou! Quem ganha? Quem perde? Como ficam os clubes nacionais no meio de tantas alterações? Qual o futuro da Liga dos Campeões a m<strong>ed</strong>io e longo prazo? Filipe Revez Neves, Treinador de futebol | Autor do livro “Futebol Europeu: Que Futuro?” 42 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com
Formato da Liga dos Campeões da UEFA, conforme conhecemos hoje poderá estar com os dias contados. Desde a sua criação na temporada 1992/93, a Liga dos Campeões, que substituiu a Taça dos Clubes Campeões Europeus, tem vindo a sofrer alterações, sobretudo para gerar maior lucro para a UEFA, clubes e principais patrocinadores. A competição atualmente consiste em três fases: a primeira com a qualificação para a fase de grupos (pré-eliminatórias ou play-off´s), a segunda com a disputa em grupos (fase de grupos) e, depois, quatro eliminatórias (oitavos de final, quartos de final, meias final e a final). Todos os jogos realizados na fase de grupos e eliminatórias consistem em dois jogos, exceto o da final, que é jogada numa única partida, em local pr<strong>ed</strong>efinido. Todos os clubes têm de se qualificar para a Liga dos Campeões por via da sua classificação na temporada anterior nas ligas nacionais que disputem. No entanto, a alteração que agora está em cima da mesa pode ser a maior desde a criação da Liga dos Campeões. A Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional, que substituiu o G-14 em 2008, representa 220 clubes, de 53 f<strong>ed</strong>erações europeias, encontra-se a discutir com a UEFA a revisão profunda do formato da principal competição europeia de clubes. Os grandes clubes europeus pretendem ter uma entrada direta na Liga dos Campeões, de modo a estarem presentes todas as épocas desportivas no maior evento de clubes do mundo. A necessidade de estarem presentes todos os anos na Liga dos Campeões justifica-se pela exposição m<strong>ed</strong>iática e interesse desportivo, mas, acima de tudo pelo elevado retorno financeiro que gera esta competição. A entrada nesta competição significa para os principais clubes europeus a continuidade de gerar mais receitas, melhores patrocinadores e a contratação de jogadores mais valiosos. Os clubes participantes na Liga dos Campeões, na presente temporada de 2016/17, vão receber mais de 1,3 mil milhões. O clube venc<strong>ed</strong>or da prova poderá, no máximo, receber o total de 57,2 milhões de euros. A proposta inicial da Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional é a de alterar profundamente do formato da competição, estando em cima da mesa a possibilidade de criação de uma “Liga Europeia”, na qual os principais clubes dos campeonatos nacionais mais relevantes têm entrada direta, como será o caso da Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França. A UEFA pretende uma alteração menos profunda e fraturante, estando a ponderar aumentar o número de vagas das principais três ligas europeias em mais um clube. Desta forma, Inglaterra, Alemanha e Espanha, que têm três equipas com acesso direto à fase de grupos, podem ver este número aumentar para quatro. Esta alteração não alterará o figurino atual da competição, mantendo-se a fase de grupos com 32 equipas, mas com menos lugares em aberto. Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 43