Desporto&Esport - ed 11
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Atlético de Madrid (finalista em<br />
2013/14 e 2015/16), FC Porto<br />
(venc<strong>ed</strong>or em 2003/04) são<br />
exceções à normalidade<br />
Ao todo, este novo modelo prevê<br />
a existência de play-off’s de acesso à<br />
fase de grupos, mas com menos vagas.<br />
Ou seja, mais de 40 clubes vão lutar<br />
por seis vagas na fase de grupos da<br />
Liga do Campeões. O objetivo principal<br />
passa por garantir que os clubes<br />
melhores classificados nestas três ligas<br />
estão sempre presentes na competição<br />
e, desta forma, aumentar o mérito<br />
desportivo da competição.<br />
A situação de Portugal não iria<br />
ser alterada com o novo modelo<br />
proposto. As duas melhores<br />
equipas portuguesas na Liga<br />
Portuguesa continuariam a ter<br />
apuramento direto para a fase de<br />
grupos, enquanto o terceiro classificado<br />
passaria para os play-off’s<br />
de apuramento.<br />
A principal crítica que se aponta<br />
a esta proposta da UEFA é o facto de<br />
poder ser desequilibrada para as outras<br />
ligas europeias que não os “big three”,<br />
fazendo do play-off’s de acesso à Liga<br />
dos Campeões uma verdadeira batalha<br />
pela caça aos milhões.<br />
Quer a UEFA seja mais radical e<br />
aceite a alteração do modelo competitivo,<br />
quer seja menos fraturante são<br />
previstas mudanças nos próximos anos<br />
na principal competição de clubes do<br />
Velho Continente.<br />
Qualquer alteração mais profunda<br />
ao atual modelo competitivo da Liga<br />
dos Campeões levanta resistências<br />
diversas, especialmente porque existem<br />
interesses instalados que podem ser<br />
colocados em causa.<br />
Contudo, o histórico diz-nos que<br />
as alterações mais profundas nas competições<br />
europeias são, tendencialmente,<br />
benéficas para a generalidade<br />
dos clubes europeus.<br />
Em 1992/93 muitos foram aqueles<br />
que se opuseram a uma reestruturação<br />
profunda do modelo competitivo,<br />
especialmente com a introdução de<br />
participação de clubes não campeões<br />
dos respetivos países. Foram várias<br />
as vozes de discórdia, fundamentando<br />
que não seria um sistema justo para<br />
os campeões de países menos cotados<br />
no ranking da UEFA, que iriam ver o<br />
acesso restringido à prova.<br />
A verdade é que desde a primeira<br />
grande alteração ao formato inicial da<br />
competição, a competitividade aumentou<br />
exponencialmente, com todos os<br />
benefícios conhecidos associados.<br />
É certo que os principais clubes<br />
europeus ficaram mais fortes, mas os<br />
clubes menos cotados conseguiram<br />
gerar mais receitas e contratar mais e<br />
melhores jogadores, muito fruto dos<br />
prémios monetários de participações na<br />
liga milionária.<br />
Foram vários clubes que beneficiaram<br />
diretamente com esta alteração:<br />
alguns clubes surgiram pela primeira<br />
vez no panorama europeu (caso do<br />
Rosenborg dos anos 90, do Zenit de<br />
São Petersburgo, ou do Chelsea), outros<br />
“renasceram” com participações sucessivas<br />
na prova (exemplo do Valencia<br />
no início do Milénio, ou do Atlético de<br />
Madrid, mais recentemente).<br />
Por outro lado, há quem<br />
questione o facto de os<br />
venc<strong>ed</strong>ores e finalistas serem<br />
repetidamente os mesmos,<br />
mas, a verdade, é que existem<br />
exceções que contrariaram<br />
esta tese: Atlético de<br />
Madrid (finalista em 2013/14<br />
e 2015/16), FC Porto (venc<strong>ed</strong>or<br />
em 2003/04), Mónaco<br />
(finalista em 2003/04), Bayer<br />
Leverkusen (finalista em<br />
2001/02), Valencia (finalista<br />
em 1999/00 e 2000/01),<br />
Ajax (venc<strong>ed</strong>or em 1994/95)<br />
e Olympique de Marselha<br />
(venc<strong>ed</strong>or em 1992/93).<br />
A alteração do figurino da<br />
Liga dos Campeões será uma<br />
inevitabilidade nos próximos<br />
anos.<br />
Resta saber se a UEFA<br />
vai chegar a acordo com<br />
a Associação das Ligas<br />
Europeias de Futebol<br />
Profissional, e, aí, as alterações<br />
podem ser menos<br />
profundas, ou, por outro<br />
lado, se a Associação das<br />
Ligas Europeias de Futebol<br />
Profissional decide enver<strong>ed</strong>ar<br />
por um caminho mais radical<br />
e criar uma Liga Europeia.<br />
Pela análise do passado<br />
recente, a UEFA tem conseguido<br />
gerir a situação de<br />
acordo com os seus interesses,<br />
mas, nos últimos anos, a<br />
pressão dos clubes europeus,<br />
especialmente os mais<br />
poderosos, tem-se agudizado<br />
e poderá fazer com que existam<br />
alterações mais significativas.<br />
Possivelmente não<br />
será nos próximos anos<br />
que existirá uma reformulação<br />
profunda do<br />
modelo competitivo da<br />
Liga dos Campeões -<br />
com a criação de uma<br />
“Superliga Europeia”,<br />
mas, a longo prazo, essa<br />
possibilidade será, certamente,<br />
uma realidade, de<br />
modo a serem aumentados<br />
os lucros do negócio<br />
que é o futebol.<br />
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