01.5 - Hana

Delirium 1.5 – Hana
Lauren Oliver
não sabia como ele conseguiu colocar o bilhete na minha bolsa, ele deve ter esperado até
que a praia estivesse quase vazia.
Sua mensagem também era em código. A sessão de estudo era um convite para um
show; ciências naturais significava que seria em uma das fazendas – Fazenda Roebling,
para ser exata.
Naquela noite nós fugimos do show, caminhamos até o campo vazio e deitamos,
lado a lado na grama com nossos cotovelos se tocando, olhando para as estrelas. Em
algum momento, ele deslizou um dente de leão da minha testa até meu queixo e lutei
contra o desejo desesperado de rir.
Aquela foi a noite em que ele me beijou.
Meu primeiro beijo. Um novo tipo de beijo, como o novo tipo de música ainda
tocando, suavemente, à distância – selvagem, arrítmico e desesperado. Apaixonado.
Desde então, eu só consegui vê-lo duas vezes, e em ambas estávamos em locais
públicos e não podíamos fazer mais do que acenar um para o outro. Isso era pior, pensei,
do que não vê-lo de forma alguma. Essa também era uma agonia – o desejo de vê-lo, de
beijá-lo novamente, de deixá-lo colocar seus dedos no meu cabelo – era um monstruoso,
constante, rastejante sentimento no meu sangue e ossos.
Era pior do que uma doença. Era um veneno.
E eu gostava.
novo.
Se ele estiver aqui essa noite – por favor, esteja aqui essa noite – eu vou beijá-lo de
Angélica esperava por mim na esquina da Washington e Oak, como prometido. Ela
estava parada nas sombras de um bordo imponente, e por um segundo, quando ela saiu
da escuridão – cabelos escuros, olhos sombrios – eu imaginei que era Lena. Mas então a
luz da lua iluminou seu rosto e a imagem de Lena sumiu. O rosto de Angélica tinha
ângulos afiados, especialmente seu nariz, que é apenas um pouco longo demais e
empinado. Eu acho que esse é o motivo pelo qual eu não gostei dela por muito tempo –
seu nariz a faz parecer que ela está sempre sentindo algum cheiro ruim.
Mas ela me entende. Ela entende o que é se sentir encurralada e ela entende a
necessidade de escapar.
— Você está atrasada. — Angélica diz, mas ela estava sorrindo.
Hoje a noite não há música. Enquanto cruzávamos o gramado em direção a casa,
uma risada abafada quebra o silêncio, seguida pelo som repentino de vozes.
— Cuidado — Angie diz quando entramos na varanda, — o terceiro degrau está
podre.
Traduzido por Grupo Shadows Secrets 13