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Delirium 1.5 – <strong>Hana</strong><br />
Lauren Oliver<br />
absurdo e irrelevante. Existe apenas o que você quer e o que acontece. Só o que importava<br />
era se segurar firme na escuridão.<br />
Imediatamente me arrependo de como devo ter parecido para Angélica: chocada,<br />
talvez até mesmo enojada. Fico tentada a voltar e encontrá-la, mas Steve já estava me<br />
puxando para outro quarto vazio, exceto pela pilha de mobília quebrada, que ao longo do<br />
tempo foi sendo separada e vandalizada. Antes que eu pudesse falar, ele me empurra<br />
contra a parede e começa a me beijar. Consigo sentir o suor em seu peito molhando sua<br />
camisa. Ele começa a tirar minha blusa.<br />
— Espere — luto para afastar minha boca da dele.<br />
Ele não responde. Ele encontra minha boca novamente e desliza suas mãos até<br />
minhas costelas. Tento relaxar, mas tudo que vem a minha mente é a imagem do varal<br />
cheio de sutiãs e calcinhas.<br />
— Espere — digo novamente. Dessa vez dou um passo para o lado colocando<br />
algum espaço entre nós dois. A música era abafada aqui, e nós seríamos capazes de<br />
conversar. — Preciso perguntar uma coisa a você.<br />
— Qualquer coisa que você quiser — seus olhos ainda estavam nos meus lábios.<br />
Eles me distraíam. Me afastei ainda mais dele.<br />
Minha boca de repente parecia muito grande para minha boca. — Você gosta de<br />
mim? — no último segundo, não consegui me obrigar a perguntar o que eu realmente<br />
queria saber, Você me ama? É isso que o amor parece?<br />
Ele ri. — É claro que eu gosto de você, <strong>Hana</strong> — ele estica o braço para tocar meu<br />
rosto, mas eu me afasto. Depois, talvez percebendo que a conversa não seria rápida, ele<br />
suspira e desliza uma das mãos pelos cabelos. — Que história é essa, em todo caso?<br />
— Estou assustada — deixo escapar. E só então percebo o quanto isso é verdade: o<br />
medo estava me estrangulando, sufocando. Não sabia o que era mais aterrorizante: a<br />
possibilidade de ser descoberta, de ser forçada a voltar a minha vida normal, ou o<br />
contrário. — Eu quero saber o que vai acontecer conosco.<br />
Abruptamente, Steve fica tenso. — O que você quer dizer? — ele pergunta<br />
cautelosamente. Teve um pequeno intervalo entre as músicas e agora a banda recomeçou a<br />
tocar, frenética e dissonante.<br />
— Quero dizer, como nós podemos... — eu engulo em seco. — Quero dizer, eu vou<br />
ser curada no outono.<br />
— Certo — ele me olhava de lado, desconfiado, como se eu estivesse falando outra<br />
língua e ele só entendesse algumas poucas palavras. — Eu também.<br />
Traduzido por Grupo Shadows Secrets 31