Boletim Informativo AcervaPR Abril 2017

Tempos depois, mudou-se jovem ainda para Curitiba,
tornou-se eletricista e casou-se com a gentil Solange
Fernandes. Hoje são pais de duas filhas adultas,
presenças constantes e bem quistas entre os encontros
cervejeiros que Matulle frequenta.
APRENDIZ
Ele se lembra de que a primeira vez que fez cerveja
sozinho, em Curitiba, foi no ano de 1987. Acompanhado
da esposa, retornavam à cidade natal duas vezes ao ano
e, de lá, traziam o malte; como o lúpulo não estava na
época de colheita, ele comprava tudo o que conseguia
encontrar, em estado seco, em casas de produtos
naturais quando estava de volta à capital. Como ainda
assim era difícil de produzir a cerveja em casa na época,
Matulle seguiu a tradição da matriarca de produzir a
cerveja também nas épocas festivas.
Com o passar de uma década e meia, a
internet se popularizou e ele passou a pesquisar
muita coisa; varava noites traduzindo
artigos de sites ingleses e americanos sobre a
produção de cerveja caseira, comprou livros,
fez os cursos que pôde. Viu, de perto, o
movimento cervejeiro (res)surgir; encontrou
poucas, mas novidades em equipamentos
cervejeiros, em variedades de malte e de
lúpulo, além de méis e de leveduras.
A cada novo artigo lido ou palavras trocadas com amigos,
aperfeiçoava a produção cervejeira com receitas que
fazia de cabeça, pois, naquela época, o BJCP sequer
havia chego ao Brasil. Para tanto, dos colegas que
experimentavam suas cervejas (e isso perdura até hoje),
não se lembra de ninguém que tenha reclamado — pelo
contrário: o xingavam (gentilmente, segundo ele) pelo
fato de a mesma ter acabado tão rápido.
12
Boletim Informativo da Acerva Paranaense n.º01 abril/2017
“Na maioria das
vezes, sempre dá pra
arrumar a receita
que ficou fora do
esperado.
Não tenha
medo de
errar, de
experimentar,
de fazer
testes.
Boas
cervejas
nascem
da ousadia”.