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Boletim Informativo AcervaPR Abril 2017

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estilos para produzir<br />

Complicada<br />

e perfeitinha<br />

fotos<br />

e entrevista<br />

de adriane baldini<br />

FEITA EM 2 de março<br />

de <strong>2017</strong><br />

<br />

4<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Informativo</strong> da Acerva Paranaense n.º01 abril/<strong>2017</strong><br />

Ricardo Harmuch, 43, é médico veterinário e Edvan<br />

Carlos Zuanazzi, 27, é um jovem administrador. Ambos<br />

iniciaram o contato com as primeiras grandes panelas<br />

entre 2012 e 2013 e se conheceram em um curso de<br />

off-flavors em 2015; desde então, passaram a brassar<br />

juntos. De uns dois anos para cá, estão apostando nas<br />

nem tão benquistas cervejas de estilo sour (ácidas e<br />

azedas, para deixar, mais claro), e em cervejas com alto<br />

teor de volume alcoólico — quase todas, com leveduras<br />

diferenciadas.<br />

INTRODUÇÃO AO PALADAR<br />

É muito raro alguém produzir uma sour do dia para noite;<br />

mesmo sabendo disso, Edvan, se interessou em produzilas<br />

depois que provou uma cerveja do estilo da Way<br />

Beer, nos meados de 2014; depois de se surpreender<br />

com o sabor, passou a estudar bastante o estilo. Do<br />

tempo que iniciou as pesquisas sobre as sours até a<br />

produção que achou ideal, levou aproximadamente seis<br />

meses — onde a recompensa veio a galope, pois, sua<br />

segunda produção, a Sour Saison com Butiá, ficou em<br />

1.º lugar no IV Concurso Paranaense de Cerveja Feita<br />

em Casa (2015), concorrendo com mais 15 amostras<br />

na categoria “Especialidades”.<br />

Já Ricardo diz que sempre gostou de alimentos azedos,<br />

tendo paixão desde pequeno pelas maçãs verdes. O<br />

contato pela primeira vez com uma cerveja azeda foi<br />

mais inusitado: “fui visitar um amigo cervejeiro que<br />

mora no interior e ele havia feito uma Munich Helles,<br />

que, por algum motivo, desandou. Ele estava quase<br />

jogando toda a produção fora, quando eu resolvi<br />

experimentar... Aquilo, não sei como, ficou com o sabor<br />

muito parecido com uma lambic — claro que sabia que<br />

houve uma contaminação por bactéria, mas, para mim,<br />

aquilo ficou muito bom”, diz ele, rindo. Depois passou<br />

a estudar a fundo as cervejas belgas, além de receber<br />

grande influência do amigo Edvan.<br />

Para eles, existem diversos atrativos em se produzir<br />

artesanalmente as sours; além, claro, do paladar, há o<br />

incentivo financeiro, pois a média do custo de insumos é<br />

barata; a grosso modo, a receita de uma sour se resume<br />

em malte estilo pilsen e trigo não maltado, quantidade<br />

específica da fruta desejada, pouquíssimo lúpulo<br />

(e geralmente seco) e de um agente microbiológico<br />

– brettanomyces, pediococcus ou lactobacilos<br />

(ressaltando que cada micro-organismo dará um perfil<br />

diferenciado para a cerveja). Pode parecer ser simples,<br />

mas, definitivamente, não é fácil de produzi-la. “O pulo<br />

do gato das sours é a técnica”, diz Ricardo.<br />

E a técnica que o cervejeiro se refere é, ainda, um<br />

grande mistério, pois, quando se fala no universo das<br />

cervejas ácidas, “tudo é sempre passível de muito,<br />

muito teste”, ressalta Edvan. Os dois fazem, ora juntos,<br />

ora em suas respectivas casas, constantes e incessantes<br />

testes para descobrirem parâmetros da quantidade exata<br />

da inserção das frutas; eles costumam dividir o mosto<br />

(cerca de) 70L em quatro porções e, de cada uma,<br />

anotam o resultado de testes do acréscimo diferenciado<br />

de frutas inteiras, da variação do pH dos lactobacilos e,<br />

ainda, o tempo de maturação. Ainda, não recomendam<br />

o acréscimo de ácido lático para trazer acidez à cerveja<br />

— simplesmente pelo fato deles serem totalmente<br />

perceptíveis no paladar, porém, é tolerável para corrigir<br />

o mosto.<br />

Das técnicas que mais utilizaram até o momento estão a<br />

de sour mash e ketlle sour, no qual ambas utilizam tempo<br />

menor de produção e baixo risco de contaminação,<br />

claro, se houverem cuidados como a vedação da panela<br />

para que não tenha contato com o oxigênio (pois é certo<br />

que os lactobacilos poderão produzir ácido acético ou

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