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O Cristianismo e o Judaísmo, em maior medida que o resto das<br />
religiões, se baseiam na liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha. Claro, houve épocas,<br />
sobretudo quando a Igreja Católica estava no auge do po<strong>de</strong>r, nas quais<br />
a Igreja se esforçou para restringir o pensamento livre. Todo mundo<br />
sabe que o papa Urbano VIII mandou encarcerar Galileu por<br />
<strong>de</strong>monstrar que o sol e as estrelas na realida<strong>de</strong> não giravam ao redor<br />
da Terra. Apesar disso, a i<strong>de</strong>ia foi aceita com rapi<strong>de</strong>z, o que sugere<br />
uma cultura muito receptiva a lógica e a razão.<br />
Ao contrário, quando o brilhante filósofo espanhol e<br />
muçulmano Averroes foi exilado em Marrocos e muitos <strong>de</strong> seus livros<br />
foram queimados, sua obra <strong>de</strong>sapareceu do mundo islâmico.<br />
Unicamente se reconheceu sua importância quando os pensadores<br />
cristãos, como Tomás <strong>de</strong> Aquino, re<strong>de</strong>scobriram seus escritos.<br />
A liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar, falar, <strong>de</strong>bater e questionar a ortodoxia é<br />
algo inerente a doutrina cristã mas que falta no Islã. Isto (em lugar <strong>de</strong><br />
qualquer superiorida<strong>de</strong> genética ou vantagem militar) seguramente<br />
foram os principais fatores que impulsionaram a explosão <strong>de</strong><br />
conhecimento científico e tecnológico que, a partir do Renascimento e<br />
até a apenas umas poucas décadas, era uma conquista praticamente<br />
oci<strong>de</strong>ntal (cristão e judaico).<br />
Outro problema que atormentava o Islã era a <strong>de</strong>gradação do<br />
meio ambiente. O Norte da África nem sempre foi um <strong>de</strong>serto. Tanto<br />
Cartago como Egito eram impérios po<strong>de</strong>rosos nesta zona que<br />
<strong>de</strong>safiaram a supremacia <strong>de</strong> Roma. Os impérios não florescem nos<br />
<strong>de</strong>sertos, o fazem em lugares <strong>de</strong> abundância. O Egito era o celeiro da<br />
Europa, com uma terra fértil e água do Nilo. Toda a zona do Norte da<br />
África era uma terra <strong>de</strong> cultivo produtiva.<br />
Os árabes não eram agricultores, eram pastores <strong>de</strong> cabras.<br />
Quando conquistaram os territórios do norte da África, os<br />
muçulmanos criaram as cabras nas terras <strong>de</strong> cultivo dos dhimmis<br />
cristãos, que não pu<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>tê-los 38 . Amostras <strong>de</strong> sedimentos do leito<br />
marinho do mediterrâneo sugerem que produzem uma rápida perda da<br />
capa fértil do solo com a seguinte <strong>de</strong>sertificação na mesma época que<br />
tiveram lugar esses acontecimentos. As provas circunstanciais<br />
respaldam esta teoria com os dados <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>spovoação que não<br />
tardou muito tempo e que teria lógica se a analisarmos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
perspectiva <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> fome e uma massiva escassez <strong>de</strong><br />
alimentos.<br />
38 Bill Warner. Why we are afraid of Islam, a 1400 year history<br />
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