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Aracruz: pioneira no enfoque sustentável do ciclo do papel<br />
A indústria de produtos de base florestal – celulose, papel e madeira serrada, entre outros - vive sob<br />
intensa vigilância de ambientalistas e órgãos reguladores, e não é para menos. Se a atividade não<br />
seguir parâmetros de conformidade ambiental, os impactos podem causar danos consideráveis ao<br />
planeta.<br />
Mas a pressão pública tem sido respondida pela indústria com uma série de melhorias no manejo<br />
florestal, na manufatura e na reciclagem.<br />
A Aracruz Celulose, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, vem se tornando referência em<br />
<strong>sustentabilidade</strong>. Para produzir com o mínimo impacto, a empresa segue práticas de manejo florestal<br />
sustentável e incorpora tecnologia de ponta no controle ambiental de sua fábrica, além de cumprir as<br />
exigências da certificação ISO 14001.<br />
Em 1994, a Aracruz encomendou ao International Institute for Environment and Development um<br />
estudo independente, de caráter pioneiro, publicado em 1996 e com o título “Towards a sustainable<br />
paper cycle” [“Rumo ao ciclo sustentável do papel”]. Autorizado pelo World Business Council for<br />
Sustainable Development, o estudo teve sua credibilidade atestada por respeitados acadêmicos e<br />
especialistas de governos e da indústria.<br />
O projeto analisou cuidadosamente, do ponto de vista social e ambiental, a função das florestas na<br />
produção de celulose e papel, o uso do produto, reciclagem e reposição de energia. As conclusões e<br />
recomendações norteiam o comportamento de indústrias, políticas do governo e ONGs.<br />
O documento traz recomendações específicas para cada agente envolvido no processo. Aos grandes<br />
produtores, por exemplo, recomenda-se a realização de auditorias e a certificação, além do<br />
monitoramento interno; a integração com outras empresas do ramo, para fortalecer a indústria global;<br />
e o desenvolvimento de projetos em conjunto com ONGs e produtores locais.<br />
Os médios produtores devem desenvolver sua capacidade com um gerenciamento ambiental eficiente,<br />
baseado em padrões externos, e investir no treinamento dos funcionários, além de buscar integração<br />
com grupos locais.<br />
Os pequenos devem fazer associações para dividir os custos da certificação, buscar ajuda de governos,<br />
indústrias líderes e agências internacionais e pedir orientação a associações similares estrangeiras mais<br />
experientes.<br />
A recomendação aos governos é que mantenham seu papel tradicional de reguladores e ofereçam<br />
estrutura apropriada para a atividade industrial, política de incentivos e instrumentos de mercado.<br />
Governos devem ainda prover informação sobre os recursos naturais e impactos ambientais, bem<br />
como apoiar pequenas e médias empresas.<br />
Cabe às agências internacionais, segundo o estudo, oferecer suporte à troca de informação, custear<br />
pesquisas sobre o ciclo do papel, fornecer assessoria jurídica e investir em programas ambientais e<br />
sociais.<br />
O papel das ONGs é monitorar, mas se for preciso, deve pressionar a indústria a divulgar informações,<br />
apurar a credibilidade dos dados divulgados e denunciar práticas indevidas, de modo que as empresas<br />
desenvolvam suas atividades com responsabilidade social e ambiental.<br />
Aos consumidores, a recomendação é que busquem informações sobre a procedência do material e seu<br />
processo de produção. Às empresas consumidoras, especificamente, o documento recomenda que<br />
implantem programas de redução do uso do papel.