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O caso Usiminas: a hora das conquistas superiores<br />

Passados quarenta anos de sua fundação, a siderúrgica Usiminas percebe que já seguia<br />

práticas sustentáveis muito antes que se conceituasse a <strong>sustentabilidade</strong> como o equilíbrio entre<br />

economia, meio ambiente e sociedade.<br />

Quando a empresa se instalou em Ipatinga, Minas Gerais, em 1962, encontrou uma cidade<br />

pobre, carente de serviços de educação, saúde e lazer, encravada numa região árida, cujas matas<br />

tinham sido devastadas por carvoarias. Para atrair, de outros pontos do país, a mão-de-obra de que<br />

precisava, a siderúrgica teve que construir escolas, clubes e hospitais e recompor as áreas verdes com<br />

o plantio de árvores nativas em grande escala. Fez praticamente uma outra cidade, a da comunidade<br />

Usiminas.<br />

Nos últimos anos, a empresa ampliou sua noção de responsabilidade social. Disposta a deixar<br />

de ser uma ilha de qualidade de vida em Ipatinga, a “cidade da Usiminas” progressivamente<br />

incorpora-se à cidade oficial, à qual transmite seus padrões de qualidade. Assim, a Usiminas está<br />

gradativamente transferindo à administração municipal, para uso de todos os habitantes, as estruturas<br />

urbanas que construiu. São mais de dez mil residências; um hospital geral com quatrocentos leitos,<br />

outro de cardiologia (o mais bem-equipado do interior de Minas Gerais); uma clínica odontológica;<br />

um colégio secundário para 3.500 alunos, 28 escolas primárias, vinte clubes e dois teatros. O trabalho<br />

preventivo da clínica odontológica deu a Ipatinga um índice de dentes cariados, perdidos ou obturados<br />

inferior ao da Suécia (0,5 por habitante na cidade mineira, contra 0,7 na Suécia e 3,4 na média<br />

brasileira).<br />

Os 2,8 milhões de árvores plantadas garantem a Ipatinga um índice de 126m 2 de área verde<br />

por habitante, dez vezes maior que o mínimo recomendado pela ONU. Nas matas ciliares da região,<br />

conservadas pela empresa, são produzidas seis toneladas de mel por ano.<br />

Na produção propriamente dita, a Usiminas agrega valor crescente a seus aços. Com a crise<br />

de energia elétrica que resultou em racionamento em todo o país, aumentou sua produção própria de<br />

energia de 16% para 50% do que consome, reutilizando os gases que resultam da fabricação do aço.<br />

Também reutiliza 90% da água que consome.<br />

Com tais resultados nas áreas econômica, ambiental e social, a empresa sentiu que é hora de<br />

partir para conquistas mais altas, relacionadas às dimensões cultural e moral dos indivíduos que vivem<br />

dentro e em torno da comunidade Usiminas. A Siderúrgica investe na montagem de um centro<br />

cultural, com teatro e galeria de artes, para estimular a ainda acanhada vida cultural dos habitantes de<br />

Ipatinga; e, sobretudo, desenha um programa para estimular o voluntariado entre seus funcionários.<br />

Considerando que cidadãos que fazem trabalhos voluntários são pessoas de relações humanas mais<br />

profundas, que têm uma atitude mais nobre diante da vida, a empresa quer estimular o<br />

desenvolvimento dos valores do voluntariado na comunidade Usiminas. Sua meta é poder se<br />

apresentar ao mundo como uma empresa-cidadã.

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