Apostila completa de meditação - Rafael Klabunde

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Dharana: foco
Dharana geralmente é traduzido como concentração. Segundo Patanjali, após observado
os princípios (yamas e niyamas), a postura (ásana), a respiração (pranayama) e os sentidos
(pratyahara), é o momento de lidar com os movimentos da mente: os pensamentos. Dharana
significa dar um foco para a mente, para que, aos poucos, os pensamentos se estabilizem.
No entanto, isso não deve ser compreendido
como negação dos pensamentos
e não deve gerar tensão proveniente da
extrema concentração. A mente não silenciará
à força. Dharana apenas nos dá um
foco para aonde a mente possa retornar
sempre que se perder em distrações. Atua
como uma âncora de consciência, um ponto
onde a mente possa repousar enquanto
nos mantemos alertas. O foco irá depender
da técnica de meditação.
Dharana, que também pode ser visto
como “técnica de meditação”, consiste em
uma maneira de estabilizar a mente para,
então, encontrar-se em meditação, de fato.
De acordo com a Senda Óctupla de Patanjali,
dharana nos leva até dhyana ou meditação.
Por isso, não se deve confundir concentração
ou técnica de meditação com o
estado meditativo em si.
No início, você precisará constantemente
trazer a sua atenção de volta ao seu
foco de meditação. Será necessário praticar
com determinação e consistência, sempre
relembrando a mente de repousar tranquilamente
em seu objeto, aqui e agora. Lembre-se
de que é “normal” ter uma mente
rebelde e desgovernada. É preciso malhar
o músculo da atenção dia após dia, meditação
após meditação, como você malharia
o seu corpo físico. Assim, desenvolve-se
atenção plena e desapego dos próprios
pensamentos rumo ao autoconhecimento
e o silêncio do ser em meditação.
26 | Meditação – Um caminho de autoconhecimento e paz interior, por Rafael Klabunde