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Revista Curinga Edição 03

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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nós estamos viciados com tudo isso, com preguiça<br />

de pensarmos algo diferente e com conteúdo, pegamos<br />

o caminho mais fácil que é o caminho do<br />

entretenimento. Eu acho bom em alguns momentos,<br />

acho engraçado, mas também acho desnecessário<br />

em outros, como naquela brincadeira que<br />

fizeram com o Barcos do Palmeiras, comparando<br />

ele com o Zé Ramalho. Ah, por favor, vamos falar<br />

de coisas mais sérias que acrescentem.<br />

C: Até que ponto o entretenimento é aceito<br />

na cobertura jornalística?<br />

M: É aceito como alguma coisa que vem de<br />

cima, como estratégia de mercado para levantar<br />

a audiência do programa. A rádio em que eu trabalho,<br />

por exemplo, não adota essa postura. Tem<br />

um programa, o “Quatro em Campo” que adota<br />

uma linguagem mais leve, mas não chega a ser<br />

entretenimento. Muitos programas de entretenimento<br />

são aceitos, mas existem jornalistas que<br />

não gostam, assim como eu. Aceito, vejo, mas na<br />

verdade tolero.<br />

C: Na última Copa vimos a adoção das redes<br />

sociais na cobertura. Como essas novas<br />

mídias irão se inserir no evento de 2014 e<br />

também nas Olimpíadas de 2016?<br />

M: Isso é um caminho sem volta. Hoje todos<br />

temos a oportunidade de pegar a informação com<br />

o jornalista de referência em tempo real, ele pode<br />

receber uma informação exclusiva numa postagem<br />

no Twitter, ao mesmo tempo em que lê<br />

um blog sobre outro assunto. O mundo está<br />

menor, está mais curto. Eu acho que nas Olimpíadas<br />

nos vamos viver isso de uma forma mais<br />

intensa. As redes sociais vão estar cada vez mais<br />

fortes nas Olimpíadas. Eu só espero que o pessoal<br />

tenha mais maturidade nas postagens e também<br />

nos comentários feitos.<br />

C: Como o jornalista multimídia deve se preparar<br />

para essas novas tendências na cobertura<br />

esportiva?<br />

M: O jovem jornalista precisa estar antenado,<br />

entendendo tudo o que está acontecendo, sem esquecer<br />

o bom senso e a ética. Ele tem que buscar<br />

as novidades porque essas coisas acontecem e elas<br />

estreitam caminhos. Hoje você consegue conversar<br />

com o jogador no seu twitter pessoal e obter as<br />

informações de que precisa. Se o jornalista novato<br />

conseguir montar uma boa rede de contatos, ele<br />

sai à frente de muitos, porque ele apresenta fácil<br />

adaptação.<br />

C: E os cursos de jornalismo, como se adéquam<br />

a essas novas mídias?<br />

M: Eu acho que muitas dessas novas tecnologias<br />

as faculdades não sabem explicar muito do<br />

que os alunos já sabem de casa. Eles já praticam<br />

muitas dessas coisas enquanto as faculdades<br />

ainda estão lá quadradonas (sic). As faculdades<br />

estão tentando acompanhar essas novidades,<br />

apesar de essas coisas serem muito pessoais. Tem<br />

gente que vai aprender muito fora da faculdade,<br />

enquanto tem gente que vai usar apenas o que<br />

aprendeu lá.

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