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Revista Curinga Edição 06

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Foto: Filipe Barboza<br />

Você é viciado? Álcool, cigarro, drogas, sexo? Nada disso! Para os antigos<br />

vícios, a moda agora é outra: apps, games, séries de TV e redes sociais.<br />

Com as mudanças sociais e o avanço da tecnologia e da medicina, o que<br />

chamamos de “vício”, entrou em um universo mais amplo. E o problema pode<br />

não estar em consumir, e sim em ser impulsionado a fazer somente aquela determinada<br />

atividade, causando uma perda de liberdade do indivíduo.<br />

Há quem passe horas assistindo vídeos no youtube, jogando na internet ou<br />

mexendo a todo minuto nos aplicativos de celular, ou até mesmo, aguardando<br />

a nova temporada e novo episódio daquela série instigante e divertida.<br />

Somos seduzidos por novas tecnologias e nos sentimos presos até que surja<br />

uma nova rede social e novas formas de interatividade. Algumas pessoas passam<br />

o dia todo aguardando o upload dos blogs de entretenimento para baixar<br />

ou assistir ao novo episódio da série do fall season. Checam a todo minuto o<br />

celular para ver se a mensagem enviada foi respondida, ou se “fulano” curtiu<br />

ou comentou seu novo “post” nas redes sociais.<br />

Tome cuidado! Este comportamento pode viciar...É como se fosse um novo<br />

chocolate com recheio crocante, que você está louco para experimentar, ou uma<br />

nova tendência de sombras daquela marca de cosméticos que se pudesse, compraria<br />

a coleção inteira!<br />

Os dispositivos móveis podem facilitar a nossa vida, mas acabamos vivendo<br />

através do que ditam os apps, pois geram arquivos e fazem dos alertas um<br />

“agendamento”. Eventos, lembretes, alarmes, previsão do tempo, redes sociais,<br />

fotos, GPS, tudo isso para indicar o que está fazendo, o que está comendo, onde<br />

está e com quem.<br />

A dependência por essas tecnologias está cada vez mais freqüente, principalmente<br />

entre os jovens, fazendo com que deixem suas obrigações familiares<br />

e sociais e passem tempo demasiado no mundo virtual. Estes vícios estão refletidos<br />

nas interações sociais, tornando nossas atitudes inquietantes, seguidas de<br />

madrugadas de insônia e ansiedade.<br />

Os vícios comportamentais considerados “pequenos vícios” determinam o<br />

comportamento do indivíduo que não consegue controlar a vontade de utilizar<br />

alguma inovação tecnológica ou obsessão por alguma pessoa ou coisa. Estes<br />

maus costumes aparecem como distrações que acabam tomando proporções<br />

maiores e fazendo com que o sujeito gaste um tempo maior com estas “distrações”.<br />

São os pequenos vícios que estruturam nosso dia-a-dia e nossa subjetividade.<br />

Os hábitos viciosos são ativados por uma área do cérebro que chamamos de<br />

“áreas de recompensa”, ligadas à coordenação motora e comportamento emocional.<br />

Ao se dedicar a estas atividades, o cérebro libera substâncias que nos<br />

fazem dependente delas, pois nos proporcionam prazer.<br />

Segundo a psicóloga Claudia Itabohany, podemos chamar estas manias de<br />

sintomas cotidianos, que podem ser amenos se não causam prejuízo para a<br />

vida mental e social do sujeito, caso contrário, podem se transformar em adoecimento<br />

psicológico. “Todos nós temos traços obsessivos e traços compulsivos e<br />

não é possível bani-los”, afirma a psicóloga.<br />

Os desvios de atenção são maneiras perfeitas para uma fuga da realidade,<br />

de maneira ilusória, podem suprir e compensar algumas carências. Fugir das<br />

nossas angústias, disfarçar nossas ansiedades, sair de nossos momentos estressantes<br />

e frustrações. Podendo ser uma forma de reação aos acontecimentos da<br />

vida, disfarces ou escapes para o “mal-estar” de se viver em sociedade.<br />

Não ficar dependente da tecnologia é quase uma missão impossível. Ficar<br />

longe de vez em quando para tentar se desintoxicar, poderá ser uma boa estratégia.<br />

E como qualquer vício, a melhor solução é se abster e procurar outros<br />

tipos de atividades que não sejam “viciantes”.<br />

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